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História de Portugal
O Românico
Arte românica é o estilo artístico vigente na Europa entre os séculos XI e XIII, durante o período
da história da arte comumente conhecido como "românico". O estilo é visto principalmente
nas igrejas católicas construídas após a expansão do cristianismo pela Europa e foi o primeiro
depois da queda do Império Romano a apresentar características comuns em várias regiões. Até
então a arte tinha se fragmentado em vários estilos, sendo o românico o primeiro a trazer uma
unidade nesse panorama.
Os mosteiros
Os mosteiros foram importantes para o estabelecimento da arquitetura românica,
principalmente os das ordens de Cluny e Cister. Desse conjunto característico, a dependência a
se destacar é o claustro, por vincular o mosteiro ao templo e por ser a dependência mais bem
cuidada do ponto de vista artístico. Geralmente possuem quatro lados, com tendência a formar
quadrados perfeitos e quatro corredores resultantes em pórticos abertos
com arcadas sustentadas por colunas.
A arquitetura românica no geral, e também em Portugal, tinha a função de erguer castelos e
fortificações e também igrejas.
A pintura românica era apenas um acrescento aos baixos relevos presentes no interior das
igrejas, colorindo-os. À parte dessa pintura desenvolveram-se as iluminuras de influencia
francesa que ornamentavam documentos tais como: bíblias, missais, evangeliários, etc.
Na escultura românica nota-se mais do que na arquitetura o carácter religioso da arte da
época. Os baixos relevos que ornamentavam as igrejas, tanto no interior como no
exterior, relatavam vários episódios da vida dos santos e de vários mitos e histórias
bíblicos. Nos pórticos eram esculpidos, tanto no tímpano como nos capitéis e
nos colunelos. A escultura dividia-se em duas temáticas:
Representações de motivação apotropaica, tais como cruzes e sinais mágicos
Representações de teofanias ou Maiestas Domini (Cristo em Majestade) tais como
os Agnus Dei ( o cordeiro místico trespassado por uma cruz)
ou Cristo em mandorla isolado dos profetas, anjos e tetramorfos.
DE CONDADO PORTUCALENSE A REINO
Em 1095, o Condado Portucalense foi dado como dote a D.
Henrique, Conde de Borgonha, pelo seu casamento com D. Teresa,
filha de Afonso VI, rei de Castela e Leão. O Conde, acompanhado
do primo D. Raimundo, foi um dos muitos nobres francos que
chegaram à Península Ibérica para combater os muçulmanos. Do
casamento de D. Henrique e D. Teresa irá nascer Afonso
Henriques, que vai proclamar a independência do Condado,
transformando-o em reino em 1139.
Primeira Dinastia – Afonsina ou de Borgonha
Por alturas da independência de Portugal, Afonso Henriques teria
sobreposto à cruz azul do seu escudo os besantes (ou dinheiros), indicando
assim que o dono desse escudo de armas poderia cunhar dinheiro — direito
que era reservado aos reis, num sinal de clara afirmação de autonomia face
a Afonso VII de Leão e Castela. Apesar de verossímil, porque consistente
com outros gestos de afirmação de independência e realeza de Afonso
Henriques, esta teoria carece de comprovação histórica. Não obstante, um
motivo complementar pode ser considerado: os besantes, como pregos de
aço que, podiam oferecer melhor fixação para as tiras de couro tingido a
azul que constituíam a cruz, emprestando ao mesmo tempo maior solidez
ao escudo de guerra de Afonso Henriques.
De acordo com a versão tradicional, esta inclusão dos dinheiros estaria
relacionada com o milagre de Ourique, segundo o qual Jesus Cristo teria
aparecido ao rei, dando-lhe a vitória. Assim, Afonso Henriques[1][3] teria
colocado no seu escudo de armas os trinta dinheiros pelos quais Jesus foi
vendido (ou segundo outra leitura, as suas cinco chagas). Note-se, contudo,
que o suposto milagre de Ourique foi reproduzido séculos depois dos
acontecimentos pelos monges de Alcobaça, além de que o número de
besantes por escudete não estava ainda fixado em 5: o seu número variava
(por vezes por simples questões estéticas ou de espaço), sendo comuns as
configurações com 11 ou 13 besantes por escudetes (incompatíveis com a
aritmética da simbologia cristã dos monges de Alcobaça).
D. AFONSO HENRIQUES, O FUNDADOR
Sobre D. Afonso Henriques (1109?-1185) existem mais dúvidas do que certezas. Não se sabe,
por exemplo, a data ou o local de nascimento do primeiro monarca português. Sabe-se
assumiu a liderança do Condado Portucalense após vencer, em 1128, a Batalha de S. Mamede
contra as forças de sua mãe, D. Teresa, aliada do Reino de Leão. Em 1139, proclamou-se rei,
sendo reconhecido como tal, pelo Papa, em 1179.
1ª Dinastia : Afonsina ou de Borgonha
D. Afonso Henriques "O Conquistador" (25 Julho 1111 Guimarães-6 Dezembro 1185 Coimbra)
Casou com D. Mafalda de Sabóia
Reinado ( 1143 – 1185)
Falando de ícones, abram alas para o Pai da Pátria, D. Afonso Henriques (1109-1185). O
fundador encabeça esta lista por mérito próprio: a bravura, capacidade de liderança e
sagacidade diplomática consagraram-no como cabo-de-guerra e chefe político. À frente de
um grupo de cavaleiros minhotos, o filho de Henrique de Borgonha e neto de Afonso VI
venceu os apoiantes de sua mãe, D. Teresa, e tomou o poder no Condado Portucalense, em
1128. Passou o resto dos seus longos dias (morreu com 76 anos, caso raro numa época em
que a esperança média de vida era inferior a 30 anos) a alargar as fronteiras do território à
custa do primo leonês e do inimigo muçulmano, até ver Portugal reconhecido como reino
independente (por Afonso VII de Leão e Castela em 1143 e pelo papa Alexandre III em
1179, pela bula Manifestis probatum).
D. Afonso Henriques ou Afonso I
D. Afonso Henriques foi o 1º rei de Portugal, ficando
conhecido como Afonso I, o Conquistador.
O seu reinado começou em 1139 e terminou em
1185, durando assim 46 anos. Ele armou-se cavaleiro
por suas próprias mãos, no dia de Pentecostes de
1122, na catedral de Zamora. Mais tarde, os
muçulmanos ainda reconquistaram Leiria, mas com o
apoio do rei de Leão, D. Afonso Henriques venceu
novamente os muçulmanos na batalha de Ourique,
sendo que, a partir desse momento ele passou a
intitular-se como rei de Portugal. D. Afonso
Henriques à Procura do Reconhecimento
Depois de se intitular rei, D. Afonso Henriques iniciou
uma nova fase política em que pretendia a sua
aproximação à Santa Sé, declarando-se seu vassalo
em 1143. No entanto, o papa não o reconheceu
imediatamente como rei, limitando-se a tratá-lo por
Dux (Duque). 1
O seu local de nascimento
não é certo, sendo que os
historiadores dividem-se
entre Guimarães, Viseu e
Coimbra. Em 1185, D.
Afonso Henriques faleceu
em Coimbra
D. Afonso Henriques O 1º Rei de
Portugal
Perante estas posições, D. Afonso Henriques decidiu retomar a sua política de conquistas,
tomando de assalto Santarém, em Março de 1147, e Lisboa, em Outubro desse mesmo ano.
Para isso, D. Afonso Henriques aproveitou-se da passagem dos cruzados que se encontravam
de passagem pelo litoral português.
• A 23 de Maio de 1179, o papa Alexandre III conferiu a D. Afonso Henriques o direito de
conquistar as terras dos muçulmanos cujos direitos ainda não tivessem sido cedidos a outros
príncipes cristãos. Assim, nesta bula (Manifestus Probatum), D. Afonso Henriques é pela
primeira vez reconhecido oficialmente como rei pela Santa Sé.
2
D. Afonso correspondeu-se com S. Bernardo, que interveio de forma decisiva para
persuadir os cruzados a tomarem parte na conquista de Lisboa aos mouros, em
1147, e foi amigo de S. Teotónio, do arcebispo de Braga D. João Peculiar — seu
braço direito para as questões diplomáticas –, e do templário Gualdim Pais, mestre
da Ordem em Portugal.
D. Afonso correspondeu-se com S. Bernardo, que interveio de forma decisiva para
persuadir os cruzados a tomarem parte na conquista de Lisboa aos mouros, em 1147,
e foi amigo de S. Teotónio, do arcebispo de Braga D. João Peculiar — seu braço direito
para as questões diplomáticas –, e do templário Gualdim Pais, mestre da Ordem em
Portugal.
3
Regência Conjunta com D. Sancho I
Depois disso, a carreira militar de D. Afonso Henriques praticamente terminou, dedicando
o restante da sua vida à administração dos territórios. D. Afonso Henriques nomeou o seu
filho D. Sancho como Príncipe-Regente e juntos procuraram fixar populações, promover o
municipalismo e conceder forais.
Com a ajuda da ordem religiosa dos Cistercienses, conseguiram ainda promover o
desenvolvimento da economia que era predominantemente agrária. Além disso, D.
Afonso Henriques retribuiu o apoio na reconquista por parte das ordens religiosas
militares dos Templários, dos Hospitalários e de Sant’Iago, através de avultadas
concessões.
A 6 de Dezembro de 1185, D. Afonso Henriques faleceu, após ter sido governante por
mais de 57 anos, sendo sucedido pelo príncipe-regente D. Sancho (D. Sancho I de
Portugal). O seu corpo foi sepultado na Igreja de Santa Cruz de Coimbra, permanecendo
aí os seus restos mortais até hoje.
4
Brasão de Armas e Bandeira Quadrada de
D. Afonso Henriques
• Este é o Brasão de Armas hipoteticamente usado por D. Afonso Henriques, primeiro Rei de
Portugal, filho do Conde D. Henrique, proveniente de Borgonha (na França). Campo de prata,
carregado com uma cruz de azul firmada. Poderia ser uma tira de cabedal pintada de azul e
presa com rebites metálicos que com o passar dos tempos e a batalhas consequentes
provocando um desgaste apresentando à superficie os metais que foram "brasonados" como
escudetes carregados de besantes de prata usados pelos monarcas portugueses seguintes,
até aos dias de hoje.
5
D. SANCHO I, O POVOADOR
D. Sancho I (1154-1212) continuou a política de expansão do reino, chegando a
conquistar Silves e Albufeira, no Algarve, praças que voltaria a perder. Foi o primeiro
monarca a utilizar o título de Rei de Portugal e dos Algarves. Guerreou muçulmanos e
cristãos. Preocupou-se com a reorganização administrativa do território e com a
criação de condições para o povoamento das várias áreas do reino.
D. Sancho I "O Povoador"
Casou com D. Dulce de Aragão
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2º Rei :D. Sancho I (1185-1211)
3º Rei: D.Afonso II
4º D. Sancho II
(1211-1223)
(1223-1248)
Brasão de Armas e Bandeira Quadrada
de D. Sancho I a D. Sancho II
Sendo o escudo de D. Afonso Henriques (D. Afonso I) de metal (prateado) e carregado a
este duas tiras de cabedal pintadas de azul rebitadas, após o seu intensivo uso e do
desgaste provocado pelas espadeiradas, estas ficam retalhadas e revelam o metal dos
rebites. A sua configuração foi regrada e surgem assim os escudetes carregados de
besantes. A descrição heráldica será: campo de prata, cinco escudetes de azul com onze
besantes do primeiro, os escudetes laterais virados para o abismo (centro do escudo). As
cores da Monarquia Portuguesa são assim o branco (prata do campo) e o azul (dos seus
escudetes). Raro a representação com a coroa, mas se assim fosse seria uma coroa
aberta (ou ducal) de cinco florões visíveis e três invisíveis, em arco).
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1211 – 1223 - Reinado
D. Afonso II "O Gordo" (23 Abril 1185 Coimbra-21 Março 1223 Alcobaça)
Casou com D. Urraca
1223 – 1248- Reinado
D. Sancho II "O Capelo" (8 Setembro 1202 Coimbra-4 Janeiro 1248 Toledo)
Casou com D. Mécia Lopes de Hero
1248 – 1279- Reinado
D. Afonso III "O Bolonhês" (5 Maio 1210 Coimbra-16 Fevereiro 1279 Alcobaça)
Casou com D. Matilde de Bolonha e com D. Beatriz de Castela
D. AFONSO II, O GAFO
D. Afonso II (1185-1223), também ficou conhecido como o rei que foi gafo,
expressão utilizada para identificar os leprosos, doença que o atacou e deformou.
Os primeiros tempos do seu reinado ficaram marcados por conflitos internos com
as irmãs e com a grande nobreza. Foi um monarca preocupado com a gestão e
organização do reino, implementando um conjunto de leis gerais para assegurar a
governação.
D. SANCHO II, O CAPELO
D. Sancho II (1209-1248) teve um reinado atribulado e turbulento que terminou
com a entrega do reino ao irmão mais novo, D. Afonso III. Tinha herdado o trono
ainda criança após a morte do pai, D. Afonso II. A tenra idade de D. Sancho deixou
o reino aberto a diversos abusos, nomeadamente pela nobreza. As manifestações
populares e a intervenção do clero, nomeadamente do Bispo de Braga, levam à
intervenção do Papa que lhe retira a coroa.
D. AFONSO III, O BOLONHÊS
D. Afonso III (1210-1279) era o segundo filho de D. Afonso II e só foi coroado por
ordem do Papa Inocêncio IV, que afastou o irmão D. Sancho II. Conquistou o
restava em mãos muçulmanas no Algarve e foi considerado um bom
administrador.
10
D. DINIS, O LAVRADOR
• A preocupação de D. Dinis (1261-1325) com o povoamento do território e o
desenvolvimento da agricultura valeu-lhe o cognome de O Lavrador. Foi o primeiro rei
de Portugal mais governante do que guerreiro. Os forais que deu a muitas localidades
estimularam a fixação das populações, beneficiando vastas áreas até então incultas,
designadamente na Beira Alta e em Trás-os-Montes.
• 1279 - 1325
D. Dinis I "O Lavrador" (9 Outubro 1261 Lisboa-7 Janeiro 1325 Odivelas)
Casou com D. Isabel de Aragão
• Ao assinar com Fernando IV de Leão e Castela o Tratado de Alcanizes, em 1297, D. Dinis
fez da fronteira portuguesa “o mais antigo limite político da Europa”.
• Deve-se-lhe também a fundação de uma das universidades mais antigas do mundo.
Num documento datado de 1 de Março de 1290, o rei anunciava a criação, em Lisboa,
de um Estudo Geral, com “cópia de doutores em todas as artes e robustecida com
muitos privilégios”, garantindo ainda a protecção aos estudantes. O papa Nicolau IV
confirmou a universidade pela bula De statu regni Portugaliae, de 9 de Agosto do
mesmo ano. Ficou instalada em Lisboa, perto de S. Vicente de Fora, onde ainda hoje
fica a Rua das Escolas Gerais. Em 1308, D. Dinis decidiu transferir o Estudo Geral para
Coimbra.
11
Protetor da cultura, o próprio D. Dinis foi poeta. Durante o seu reinado, os documentos
oficiais passaram a ser escritos em português.
A imagem do rei a mandar plantar o pinhal de Leiria, ao mesmo tempo que cantava “Ai
flores, ai flores do verde pino” e já pensava no aproveitamento da madeira para a
construção das caravelas das Descobertas foi um mito ensinado nas escolas do Estado
Novo. Mas essa lenda tem um fundo de verdade: a importância do pinhal de Leiria na
paisagem portuguesa e o fomento da reflorestação no início do século XIV. O rei
Lavrador podia também ser chamado Amigo do Ambiente. E não há dúvidas de que deu
um impulso decisivo à marinha nacional ao contratar o genovês Manuel Pessanha como
almirante, para dirigir as construções navais e organizar a frota, “na paz como na
guerra”.
D. Dinis “nacionalizou” as ordens religiosas-militares e, ao criar a Ordem de Cristo
(1315), salvou os templários portugueses da perseguição movida pelo rei de França
Filipe IV, o Belo, e pelo papa Clemente V.
O casamento com D. Isabel de Aragão, a Rainha Santa, em 1282, não refreou os
ímpetos do rei, que gerou pelo menos meia dúzia de bastardos de diferentes amantes.
O especial carinho por um deles, Afonso Sanches, provocou ciúmes ao herdeiro
legítimo, o futuro D. Afonso IV, que por causa disso pegou em armas contra o pai e o
meio-irmão. A guerra civil durou cinco anos e esteve à beira de uma batalha campal, em
Alvalade, então um arrabalde de Lisboa. O banho de sangue terá sido evitado pela
Rainha Santa, que, segundo a lenda, se interpôs entre os contendores.
12
A relação entre D. Dinis e o filho, o futuro D. Afonso IV, não foi fácil. A mulher de D.
Dinis, a rainha Santa Isabel, desdobrou-se em esforços para evitar que o conflito
terminasse num banho de sangue.
Na fase final do reinado de D. Dinis (1261-1325) existiram vários desentendimentos
entre ele e o filho, o futuro D. Afonso IV.
D. Dinis temia que o filho o quisesse destronar enquanto o príncipe D. Afonso temia
que o pai entregasse o reino ao seu meio-irmão, Afonso Sanches.
Pai e filho chegaram a encontrar-se em pleno campo de batalha alinhando exércitos
um contra o outro.
13
Antes de ser uma lenda, Isabel foi princesa de Aragão, menina de 11 anos dada em casamento ao rei D.Dinis. Culta,
sensível, corajosa, generosa, esta rainha não será como as outras: protege os mendigos com o coração e milagres de
rosas.
Na corte espanhola aragonesa, o nascimento da filha de Pedro III vai pôr fim às discórdias que corriam nesse altura. O seu
avô, Jaime I, chama-lhe “rosa da Casa de Aragão”. Isabel é educada para ser rainha, o que acontecerá quando chegar à
idade dos 11 anos. Em mais pequena, já mostra inclinação para meditar, rezar e jejuar. A princesa há de abraçar a vida
monástica e entrar para um convento mas, até lá, ainda há muita história por contar.
Isabel tinha três pretendentes, porém é D. Dinis quem a vai ter a seu lado no trono português. As bases do contrato
nupcial ficam assinadas a 24 de abril de 1281. A nova Rainha recebe do marido significativa doação: Óbidos, Porto de
Mós, Abrantes e mais 12 castelos. O casamento realiza-se em Barcelona, por procuração, e só dois meses depois os
noivos se encontram, pela primeira vez, em terras portuguesas.
A rainha acompanha o marido em várias áreas da governação, nomeadamente nas deslocações pelo país e estrangeiro.
Chega a ter um papel importante na mediação dos conflitos entre o rei e o irmão D.Afonso, e entre o rei e o príncipe
herdeiro. Quando fica viúva, em 1336, retira-se para o convento das Clarissas, em Coimbra. O seu espírito conciliador
leva-a a intervir na luta que opõe o filho, o rei Afonso IV, a Afonso XI, rei de Castela. Morre na viagem, em Estremoz.
D. Isabel foi amada pelo povo que via nela um anjo protetor. Atenta às necessidades dos mais humildes e carenciados,
empenhou-se em criar instituições para acolher e auxiliar doentes e pobres. Mandou edificar hospitais em Coimbra,
Santarém e Leiria e albergarias para mulheres.
Diz a lenda que o marido não aprovava esta política social de proximidade e que um dia a surpreendeu durante uma das
suas ações, perguntando-lhe o que tinha no regaço. Isabel levava pão para distribuir pelos pedintes, mas sabendo como
isso desagradava o seu rei, disse que eram rosas. Seria perfeito se não fosse Janeiro, o mês em que as rosas não
desabrocham. A rainha, percebeu que tinha sido descoberta e abriu o manto. Em vez de pão, rosas perfeitas caíram-lhe
do colo. Estava feito o primeiro milagre. O segundo que lhe foi atribuído, aconteceu 23 dias após a sua morte. A aura já
era de santa.
Em 1516 é beatificada pelo Papa Leão X e santificada por Urbano VIII. A rainha santa Isabel deixou um invulgar tesouro ao
mosteiro de Santa Clara em Coimbra: uma imagem da virgem em ourivesaria primorosa, o relicário de Santo Lenho com
um pedaço da Cruz de Cristo, que se perdeu, um colar de granadas e outro guarnecido por outras gemas raras.
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15
D. Afonso IV (1291-1357) herda um reino próspero, sem grandes problemas
económicos ou sociais, mas vai ter de enfrentar a peste negra e vários anos agrícolas
muito difíceis que o vão obrigar a publicar as primeiras leis laborais criadas em
Portugal.
Em 1349 D. Afonso IV foi obrigado a implementar as primeiras leis laborais conhecidas
em Portugal, uma preocupação que surgiu na sequência das mortes provocadas
pela peste negra, que dizimou parte importante da população, desertificando os campos
e fazendo disparar os preços da mão-de-obra.
As chamadas leis pragmáticas, instituídas por este monarca, vão ainda normalizar
práticas sociais, impondo por exemplo limites no tipo de vestuário ou no número de
pratos que podem ser consumidos diariamente pelas diversas classes sociais.
D. Afonso IV vai também ordenar a morte de Dona Inês de Castro, com o objetivo de
diminuir a influência desta fidalga espanhola sobre o filho D. Pedro I. Este assassinato vai
desencadear a revolta do futuro rei contra o pai, de que resultará uma guerra civil que
vai devastar o norte do país.
Reinado (1325 – 1357)
D. Afonso IV "O Bravo" (8 Fevereiro 1291 Coimbra-28 Maio 1357 Lisboa)
Casou com D. Beatriz de Molina e Castela
Rei D. Afonso IV
Único filho varão de D. Dinis e D. Isabel de
Aragão, logo à nascença estava predestinado a
substituir o pai na governação, o que veio a
acontecer. O responsável pela educação do
último dos Afonsos da Primeira Dinastia foi o
mestre D. Martim Pires de Oliveira, arcebispo
de Braga.
Apesar do seu reinado ter ficado marcado por
disputas, sobretudo familiares, conseguiu
implementar uma boa organização e
administração interna. D. Afonso IV
desenvolveu a Marinha, sendo o
impulsionador das primeiras viagens às ilhas
Canárias, tornando-se precursor dos
Descobrimentos.
16
O final do seu reinado ficou marcado por um
mal que viria a deixar o reino em profunda
crise, a peste negra. Fez-se enterrar na capela-
mor da Sé de Lisboa. A seu lado jaz D. Beatriz.
Reinado (1357 – 1367)
D. Pedro I "O Justiceiro" (18 Abril 1320 Coimbra-18 Janeiro 1367 Alcobaça)
Casou com D. Constança Manuel e com D. Inês de Castro
D. Pedro I, o Romeu português
D. Pedro I (1320-1367) é especialmente conhecido pelo seu caso com Inês de Castro,
mandada assassinar por seu pai. Pedro e Inês ficaram na história portuguesa como um
casal onde o amor trouxe a tragédia.
D. Pedro era casado em segundas núpcias com Constança Manuel, mas apaixonou-se por
uma aia chamada Inês de Castro.
O caso foi tão intenso que o pai ordenou a morte da amante. D. Pedro rebelou-se contra
ele. Apaziguadas as relações foi introduzido nos negócios do estado, mas não esqueceu a
morte de Inês..
Após a morte do pai mandou matar os homens que tinha executado o homicídio.
Ordenou ainda a coroação de Inês de Castro, apesar desta estar morta.
Ficou conhecido como “Justiceiro” ou o “Cru”.
17
18
Os castigos de D. Pedro I, "o Cru"
D. Pedro I (1320-1367) perdoou apenas a um dos homens incumbidos pelo pai de
matar Inês de Castro. Os outros tiveram uma morte terrível.
Ficou conhecido com os cognomes de “Justiceiro” ou “Cru”, pela forma como mandou
matar os homens encarregados pelo pai de assassinar a amante e mãe de alguns dos
seus filhos considerados bastardos, Inês de Castro.
A dois deles foram arrancados o coração. Apenas um foi perdoado, porque se tratava de
um amigo de infância, mas foi exilado.
D. Pedro coroou Inês de Castro logo que assumiu o trono e, depois da morte,
foi sepultado no Mosteiro de Alcobaça junto dela.
D. Fernando I, o último rei da
primeira dinastia
• D. Fernando I (1345-1383) foi o último rei da primeira dinastia. Envolveu-se em
três conflitos com Castela, saindo sempre derrotado. É durante o seu reinado que
nasce a aliança luso-britânica. 1367 - 1383
D. Fernando I "O Formoso" (31 Outubro 1345-22 Outubro 1383 Santarém)
Casou com D. Leonor de Telles
• É o último monarca da primeira dinastia. Após a sua morte desencadeia-se crise de
1383/85 que vai culminar com a subida ao poder de D. João I, Mestre de Avis.
• Teve uma indecisa política de casamentos e alianças.
• Viu-se envolvido em vários recontros militares com os vizinhos de Castela que
nunca conseguiu vencer.
19
D. Fernando I, o último rei da
primeira dinastia
• D. Fernando, que faleceu provavelmente vítima de tuberculose, havia
pedido para ser sepultado no Convento de S. Francisco de Santarém, com
um hábito franciscano. Porém, jaz no Convento do Carmo, em Lisboa.
• Homem inteligente, considerado por muitos como um bom administrador
e responsável por algumas medidas importantes para o reino, é
igualmente recordado pelas escolhas polémicas que fez ao longo do seu
reinado. Segundo reza a história, morreu amargurado e arrependido de
todos os erros estratégicos que cometeu.
• Nono rei de Portugal e último da primeira dinastia, deu origem a um
período de forte instabilidade dinástica que ficaria conhecido como a Crise
de 1383-1385 e que acabaria por levar à criação da dinastia de Avis.
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Crise de 1383 - 1385
O Interregno
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Resumindo: Primeira Dinastia –
Afonsina/Borgonha
• 1 º Rei D. Afonso Henriques ( Afonso I): 1143 – 1185
• Sepultado : Mosteiro de Santa Cruz Coimbra
• 2º Rei D. Sancho I: 1185 – 1211/ Sepultado: Mosteiro de Alcobaça
Mt. St.Cruz
Mt. De Alcobaça
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Resumindo: Primeira Dinastia –
Afonsina/Borgonha
3º Rei D. Afonso II
• Reinado :(1211 – 1223)
• Sepultado: Mosteiro de
Alcobaça
• 5º Rei D. Afonso III
• Reinado: (1248 – 1279)
• Sepultado: Mosteiro de
Alcobaça
• 7º Rei D. Afonso IV:(1325 1357)
• Sepultado: Sé Catedral de
Lisboa
4º Rei D.Sancho II
• Reinado: (1223 – 1248)
• Sepultado: Toledo ?
• 6º Rei D. Dinis (1279 – 1325)
• Sepultado: Mosteiro de
Odivelas
• 8º Rei D. Pedro I (1357 – 1367)
• Sepultado: Mosteiro de
Alcobaça
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Resumindo: Primeira Dinastia –
Afonsina/Borgonha
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Sé Catedral de
Lisboa
Mosteiro de
Alcobaça
Mosteiro de Odivelas
Resumindo: Primeira Dinastia –
Afonsina/Borgonha
Reinado: (1367 – 1383) D. Fernando
Sepultado : Convento do Carmo Lisboa
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29
O Gótico
Em Portugal o estilo Gótico aparece no final do século XII com a construção do Mosteiro de
Alcobaça em 1178. Este mosteiro foi mandado construir por D. Afonso Henriques e é a
primeira obra totalmente gótica a surgir em Portugal. A expansão da arquitectura gótica
em Portugal deveu muito às ordens religiosas mendicantes (franciscanos, dominicanos,
carmelitas, agostinhos), que construíram vários mosteiros em cidades portuguesas nos
séculos XIII e XIV.
Podemos dizer que o estilo gótico tem uma representação mais marcada no Mosteiro da
Batalha que foi mandado construir por D. João I para comemorar a vitória na batalha de
Aljubarrota. Também a Igreja da Graça, localizada no Largo Pedro Álvares Cabral (também
conhecido como Largo da Graça), em pleno centro histórico da cidade de Santarém é uma
boa representante de uma arquitectura gótica.
O gótico em Portugal foi um movimento artístico que se centrou no desenvolvimento
da arquitectura e artes plásticas, focada sobretudo nas construções religiosas. Apareceu no
final do século XII e prolongou-se através do estilo Manuelino (gótico tardio) até ao século
XV.
O Mosteiro, fundado pelo primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, para a Ordem
Cisterciense, é a primeira obra totalmente gótica de Portugal.
O Gótico
A expansão da arquitectura gótica em Portugal deveu muito às ordens religiosas mendicantes
(franciscanos, dominicanos, carmelitas, agostinhos), que construíram vários mosteiros em
cidades portuguesas nos séculos XIII e XIV.
Gótico mendicante :
são as igrejas franciscanas e dominicanas de Santarém e Guimarães, o Mosteiro de Santa Clara-
a-Velha em Coimbra (hoje em ruínas), Mosteiro de São Francisco do Porto, Igreja do Convento
do Carmo em Lisboa (hoje em ruínas e usado como museu arqueológico) e muitas outras.
Também as ordens medievais militares contribuíram para a expansão do gótico, por exemplo
com Igreja de São João de Alporão de Santarém e o Mosteiro de Leça do Bailio (pertencente
aos Cavaleiros Hospitalários), e com a Igreja de Santa Maria dos Olivais de Tomar(fundada pelos
Cavaleiros Templários). Algumas catedrais portuguesas também foram construídas em estilo
gótico, como a Sé de Évora (séc XIII-XIV), a Sé de Silves (séc XIV-XV) e a Sé da Guarda (finais séc
XIV-XVI).
Um marco na arquitectura gótica portuguesa é o Mosteiro da Batalha, construído a mando do
rei D. João I para comemorar a vitória na Batalha de Aljubarrota contra os castelhanos. A obra
do mosteiro, começada em 1388 e que seguiu até o século XVI, introduziu o gótico internacional
flamejante em Portugal, distanciando-se da estética mendicante. Esse mosteiro influenciaria
muitas obras de Portugal do século XV, como a Igreja da Graça de Santarém, a capela do Castelo
de Leiria, a Sé da Guarda, o Convento de Nossa Senhora da Conceição de Beja, entre outros.
O Gótico
Na escultura destacam-se os túmulos de D. Pedro I e de Inês de Castro, no Mosteiro de
Alcobaça (séc XIV), os túmulos reais do Mosteiro da Batalha (séc XV), os túmulos da Sé de
Lisboa, e das Sés de Braga e Évora (sécs XIV-XV) e muitos outros. Na pintura destaca-se Nuno
Gonçalves e os Panéis de São Vicente (cerca de 1470), atribuídos a ele e hoje no Museu Nacional
de Arte Antiga de Lisboa.
Durante o século XV e início do século XVI, os estilos gótico e manuelino foram levados pelos
portugueses a seus domínios d'além mar, particularmente as ilhas atlânticas
dos Açores e Madeira. Por exemplo, a Sé do Funchal (capital da Ilha da Madeira), construída
entre 1493 e 1514, é uma típica igreja gótica-manuelina. No Brasil, por outro lado, não há
construções góticas ou manuelinas, devido a que a colonização do território começou a partir de
1530, quando o estilo renascentista já era o estilo usado em Portugal. Além da arquitectura
religiosa, muitos castelos foram construídos e/ou reformados em estilo gótico em Portugal,
como os Castelos de Leiria, Estremoz, Beja, Bragança e Santa Maria da Feira.
O dissolução do gótico pelo estilo renascentista ocorreu lentamente, sendo o estilo
intermediário chamado manuelino devido a que coincidiu com o reinado do rei D. Manuel
I(1495-1521). O manuelino mistura formas arquitetónicas do gótico final com a decoração
gótica e renascentista, criando um estilo tipicamente português. A partir do Mosteiro de
Jesus de Setúbal, considerado a primeira obra manuelina, o estilo se espalha por Portugal
e atinge o ápice com a Torre de Belém e o Mosteiro dos Jerónimos, ambos em Belém
(Lisboa), a Igreja do Convento de Cristo de Tomar, as Capelas Imperfeitas e Claustro Real
do Mosteiro da Batalha, além de muitos outros monumentos.
Segunda Dinastia de Avis
Os acontecimentos que ocorreram
antes do reinado de D. João I – 1º Rei
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Os acontecimentos que ocorreram
antes do reinado de D. João I – 1º Rei
A 6 de Dezembro de 1383, o Mestre de Avis com o apoio de alguns nobres, entre
eles o irmão da rainha, vai ao paço e mata o conde Andeiro. Um pajem corre a
cavalo por Lisboa a gritar que matavam o Mestre. Álvaro Pais que estava metido
na conspiração convence o povo de que o Mestre precisava de ajuda. O povo vai
ao palácio e ameaça deitar-lhe fogo. O Mestre aparece à janela e diz estar bem.
É proposto à rainha casar com o Mestre de Avis, mas ela recusa. Foge depois
para Alenquer e dali para Santarém.
No dia 16, o povo de Lisboa aclama o Mestre de Avis Regedor e Defensor do
Reino. Ocupava este cargo em novo do irmão D. João, que estava em Toledo e é
preso pelo rei de Castela quando soube do sucedido. No fim do mês, Nuno
Álvares consegue ocupar o castelo de S. Jorge. Foi a primeira vitória.
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Batalhas pela Independência
Batalha de Trancoso (1385)
A Batalha dos Atoleiros (6 de Abril de 1384) Entretanto, um pequeno exército português,
chefiado por D. Nuno Álvares Pereira (que apoiava o Mestre de Avis) vence os
castelhanos na batalha dos Atoleiros com uma táctica inovadora na Península. O
aparecimento da peste nas tropas sitiantes de Lisboa obrigou o rei de Castela a se retirar
para o seu próprio reino.
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Aljubarrota, a batalha que segurou a independência
É uma batalha decisiva para assegurar a independência do país face a Castela, a potência
vizinha que tencionava incorporar Portugal no seu reino.
A batalha desenrola-se na tarde de 14 de Agosto de 1385, no Chão da Feira, na zona de
Aljubarrota.
De um lado estão sete mil portugueses e algumas centenas de britânicos e do outros cerca de
40 mil espanhóis e franceses.
A posição escolhida por Nuno Álvares Pereira, Condestável de D. João I, as defesas e o tipo
de armamento que se posiciona no campo de batalha vão decidir a vitória para o lado
português, e uma derrota pesada para o adversário.
Depois de dois anos de confrontos a vitória é tão esmagadora que assegura a D. João I a
continuidade no trono português.
D. João I, de Mestre a rei
33
D. João I (1357-1433) era filho bastardo de D. Pedro I e
Mestre da Ordem de Avis. Torna-se líder da fação
adversária à ligação de Portugal a Castela, defendida pela
rainha viúva. Reclama a coroa. Durante o seu reinado os
portugueses conquistam Ceuta. 1385 - 1433
D. João I "O de Boa Memória" (11 Abril 1357 Lisboa-14
Agosto 1433 Batalha)
Casou com D. Filipa de Lancastre
Contrário à ligação politica com Espanha é coroado em
Portugal depois de afastar a rainha e o Conde Andeiro, seu
amante.
Vê-se abandonado por muitos nobres que se passam para
Espanha, mas mesmo assim consegue que a maior parte do
país fique do seu lado.
Com o apoio de Nuno Álvares Pereira organiza um exército
que faz frente a diversas investidas espanholas do rei Juan I.
As forças castelhanas são definitivamente batidas na batalha
de Aljubarrota.
É o primeiro monarca a investir na expansão do reino para o
Norte de África, conquistando Ceuta aos mouros.
D. João I, de Mestre a rei
34
Com a subida ao trono do Mestre de Avis,[1] D. João,
produziu-se nova quebra na continuidade dinástica, já que
não era filho legítimo de D. Pedro I; assim sendo, para se
distinguir do predecessor (o seu meio irmão D. Fernando I),
adicionou às armas nacionais a flor-de-lis verde que
constituía o símbolo da Ordem de Avis, ficando cada uma
das quatro pontas visível sobre a bordadura dos castelos.
A DEVOÇÃO DO MESTRE DE AVIS À
SENHORA DA OLIVEIRA
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“ eu vos peço Senhora de grande mercê, assim
como vós ao dito rei D. Afonso Henrique foste
princípio deste reino, sejais a mim vosso
devoto defensor dele.”
Tal como Afonso, também João teve uma visão mística antes da batalha:
depois de ter dado um “grandes espirro”, que tomou “por um grande agouro”,
viu em sonhos a Igreja da Oliveira, de Guimarães, percebendo que se deveria
encomendar à Senhora da Oliveira. Assim o fez:
Vencida a batalha, D. João I de Portugal dirigiu-se a Guimarães em cumprimento
de promessa. Junto ao altar da Senhora da Oliveira, cumpriu o seu voto,
fazendo um conjunto significativo de doações, que incluíram o pelote e a lança
que usara em Aljubarrota. Na mesma altura, tomou a decisão de mandar fazer
de novo a Colegiada da Oliveira, para cujos trabalhos terá enviado cem
castelhanos feitos cativos em Aljubarrota.
Dados Importantes
CONQUISTA DE CEUTA
Cerca de 20 mil homens, embarcados em Lisboa, conquistam a praça africana de Ceuta
no dia 22 de Agosto de 1415. Tratava-se de uma importante cidade comercial do mundo
muçulmano do mediterrâneo. Causas bélicas, económicas e políticas são apontadas como
razões para este primeiro passo naquilo que será a expansão portuguesa para África.
Ínclita geração: os 6 infantes que prestigiaram Portugal no Mundo
A expressão refere-se ao valor individual destes príncipes – os que chegaram à idade
adulta, uma vez que os dois primeiros filhos do casal morreram ainda crianças – que se
destacaram em sua época pelo seu elevado grau de educação, valor militar, grande
sabedoria e predominância na vida pública portuguesa. Foram eles:
1. Infante D. Duarte (1391-1438), que foi rei de Portugal (1433-1438);
2. Pedro, Duque de Coimbra (1392-1449);
3. Henrique, Duque de Viseu (1394-1460);
4. Isabel de Portugal, Duquesa da Borgonha (1397-1471);
5. João, Infante de Portugal (1400-1442);
6. Fernando, o Infante Santo (1402-1433).
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Ínclita geração: os 6 infantes que
prestigiaram Portugal no Mundo
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1. Infante D. Duarte (1391-1438), que foi rei de
Portugal (1433-1438);
2. Pedro, Duque de Coimbra (1392-1449), senhor de grande cultura e muito viajado,
conhecido como “Príncipe das Sete Partidas” e considerado o príncipe mais culto da sua
época; foi regente de Afonso V de Portugal, seu sobrinho; veio a falecer em combate na
Batalha de Alfarrobeira.
3. Henrique, Duque de Viseu (1394-1460), conhecido como “Henrique, O Navegador”, foi o
grande promotor e impulsionador dos Descobrimentos portugueses. Em 25 de Maio de 1420, D.
Henrique foi nomeado Grão-Mestre da Ordem de Cristo (titular em Portugal do património da
Ordem dos Templários), cargo que deteve até ao fim da vida. No que concerne ao seu interesse
na exploração do oceano Atlântico, o cargo e os recursos da ordem foram decisivos ao longo da
década de 1440. Até à época do Infante D. Henrique, o cabo Bojador era para os europeus o
ponto conhecido mais meridional na costa de África. Gil Eanes, que comandou uma das
expedições, foi o primeiro a ultrapassá-lo (1434), eliminando os medos então vigentes quanto
ao desconhecido que para lá do cabo se encontraria.
Ínclita geração: os 6 infantes que
prestigiaram Portugal no Mundo
4. Isabel de Portugal, Duquesa da Borgonha (1397-1471), casada com Filipe III, Duque da
Borgonha, actuou em nome do marido em vários encontros diplomáticos e é considerada
como a verdadeira governante da província francesa da Borgonha no seu tempo. Em honra
deste casamento, o Duque criou a Ordem do Tosão de Ouro.
5. João, Infante de Portugal (1400-1442), designado em 1418 mestre da Ordem de Santiago,
condestável de Portugal (1431-1442) e avô da rainha Isabel de Castela e do rei Manuel I de
Portugal. No início do reinado do seu sobrinho Afonso V de Portugal, a regência do reino foi
entregue a Leonor de Aragão, a rainha mãe. Esta decisão testamentária do falecido rei
provocou contestação popular e ameaças de motins em Lisboa. Foi João que se instalou na
capital, para evitar uma rebelião. Depois, recusando as ofertas de aliança de Leonor e Afonso,
Conde de Barcelos (o futuro Duque de Bragança), defendeu a realização de cortespara
nomear o duque de Coimbra novo regente.
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6. Fernando, o Infante Santo (1402-1433), faleceu como refém no cativeiro muçulmano em
Fez, diante da recusa do Infante D. Henrique em devolver Ceuta, sacrificado assim aos
interesses do país.
D. DUARTE, O ELOQUENTE
D. Duarte teve um curto reinado de 5 anos, mas conseguiu reforçar o
poder da monarquia e tentou expandir-se para Marrocos, com
resultados nem sempre positivos. Apostou também nas viagens
marítimas ao longo da costa africana. Foi durante o seu reinado que
navios os portugueses passaram o cabo Bojador.
2º Rei D.Duarte / Reinado: (1433 – 1438)
D. Duarte I "O Eloquente" (31 Outubro 1391 Viseu-9 Setembro 1438
Batalha)
Casou com D. Leonor de Aragão
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Em 1433 sucedeu a seu pai. Num curto reinado de cinco anos deu continuidade à política
exploração marítima e de conquistas em África. O seu irmão Henrique estabeleceu-se em
Sagres, de onde dirigiu as primeiras navegações e, em 1434, Gil Eanes dobrou o Cabo
Bojador. Numa campanha mal sucedida a Tânger o seu irmão D. Fernando foi capturado e
morreu em cativeiro. D. Duarte interessou-se pela cultura e escreveu várias obras, como
o Leal Conselheiro e o Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda Sela. Preparava uma
revisão da legislação portuguesa quando morreu, vitimado pela peste.
Prosseguiu a expansão marítima e territorial para Marrocos, já sob a influência do Infante
D. Henrique.
D. Duarte mandou também compilar a legislação do reino, um trabalho que só será
concluído no reinado de D. Afonso V, ficando conhecidas por “Ordenações Afonsinas”.
É também autor de várias obras relacionadas com caça, poesia e política.
Quem fundou as Misericórdias?
Fernando, Infante de Portugal seu Irmão Rei D. Afonso V
Leonor de Avis ou Leonor de Portugal ou Leonor de Lencastre ou Infanta
Leonor ( filha)
o patrocínio de obras religiosas, e sobretudo na assistência social aos pobres: assim,
encorajou, fomentou e financiou o projecto de Frei Miguel Contreiras de
estabelecimento de Misericórdias gerida por irmandades em todo o reino, notável
iniciativa precursora em toda a Europa. A rede de Misericórdias portuguesa chegou
até aos nossos dias, sempre activa no papel social e caritativo a que a rainha a
destinou.
Duque de Viseu
D. AFONSO V, O AFRICANO
Reinado (1438 – 1481)
D. Afonso V "O Africano" (15 Janeiro 1432 Sintra-28 Agosto 1481
Batalha)
Casou com D. Isabel de Lancastre
D. Afonso V ficou conhecido como "O Africano" porque o seu
reinado foi marcado pela expansão militar para Marrocos. Entrou
também em guerra com Castela para defender os direitos de uma
sobrinha, mas perdeu o confronto quando não conseguiu vencer a
batalha de Toro. Reconhece no tratado de Alcáçovas os direitos
dos reis católicos.
D. JOÃO II, O PRÍNCIPE PERFEITO
Reinado(1481 – 1495)
D. João II "O Príncipe Perfeito" (3 Maio 1455
Lisboa-25 Outubro 1495 Batalha)
Casou com D. Leonor de Viseu
D. João II fortaleceu a expansão marítima ao
longo da costa africana e preparou expedições
para destinos mais longínquos, como a viagem de
Vasco da Gama à Índia. Desejou uma união
Ibérica, mas a morte prematura do filho, D. Afonso,
prometido à primogénita de Espanha, deitou por
terra essas pretensões.
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D. JOÃO II, O PRÍNCIPE PERFEITO
Reinado(1481 – 1495)
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D. João II prosseguia os Descobrimentos marítimos. Sob as suas ordens, Bartolomeu Dias
dobrou o Cabo das Tormentas, rebaptizado da Boa Esperança, em 1488. As caravelas
portuguesas esquadrinharam o Atlântico Sul, trazendo informações que lhe permitiram
negociar com vantagem , os limites das zonas de navegação e conquista no Tratado de
Tordesilhas, em 1494, garantindo para Portugal a posse do Brasil. Os seus geógrafos e
cosmógrafos punham-no a par do estado da arte dos conhecimentos científicos, levando-
o a rejeitar os cálculos errados de Colombo.
E foi D. João II quem planeou e aprontou a viagem de descoberta do caminho marítimo
para a Índia e nomeou Vasco da Gama para a comandar.
Deprimido pela morte prematura do filho único, D. Afonso, e impedido de legitimar o
bastardo D. Jorge, D. João II passou os últimos meses de vida em agonia, agravada na fase
final por um mais que provável envenenamento. Morreu aos 40 anos, em Alvor,
abandonado pela corte e até pela mulher. D. Leonor .
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Reinado (1495 – 1521) D. MANUEL I, O VENTUROSO
D. Manuel I (1469-1521) é primo e protegido de D. João II assumindo a coroa após a sua morte.
Teve como cognome "O Venturoso". Incentivou a expansão marítima e foi durante o seu reinado
que se concluíram viagens como a de Vasco da Gama à Índia ou Pedro Alvares Cabral ao Brasil.
No plano interno instituiu políticas que levaram a conversão ou expulsão dos judeus do reino
D. Manuel I "O Venturoso" (31 Maio 1469 Alcochete-13 Dezembro 1521 Belém)
Casou com D. Isabel de Castela, D. Maria de Castela e com D. Leonor.
Astuto e empenhado na expansão do reino é ainda o
patrocinador de um estilo arquitetónico próprio: O
Manuelino.
Trata-se de uma corrente do barroco, exclusiva de Portugal
e que apresenta motivos marítimos.
Arquitetura original, arte decorativa exuberante ou simplesmente uma variação
do gótico final? As teses são muitas, mas certo é que este estilo tem
características únicas e bem portuguesas.
O manuelino desenvolveu-se no reinado de D. Manuel I (1491-1521), no auge
da expansão marítima, viagens que inspiram muitos dos elementos naturalistas
e “vegetalistas” desta complexa ornamentação, exagerada e ampliada.
São conchas, cordas, corais, folhas, alcachofras, animais, seres imaginários e
exóticos, saídos da epopeia dos grandes mares que cobrem janelas, portas,
arcadas, colunas e rosáceas.
A esfera armilar, símbolo do poder régio, e a cruz da ordem de Cristo, símbolo
do poder divino, são os motivos mais importantes da arte manuelina.
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D. JOÃO III,O PIEDOSO 1521 - 1557
D. João III "O Piedoso" (6 Junho 1502 Lisboa-11 Junho 1557 Belém)
Casou com D. Catarina de Áustria
A DESCOBERTA DO BRASIL
Uma esquadra de 13 navios chega ao Brasil no dia 22 de Abril de 1500. Comandados por Pedro
Alvares Cabral, os navios dirigiam-se para a Índia mas um desvio na rota levou-os até à costa da
América do sul. A descoberta foi anunciada como acidental, mas há historiadores que acreditam
que aqueles territórios já haviam sido referenciados antes
D. João III debateu-se com problemas de gestão do Império que se estendia por quatro
continentes. Devido à falta de retorno económico, abandonou algumas praças africanas.
Deu os primeiros passos no povoamento do Brasil.
D. SEBASTIÃO, O DESEJADO
• D. Sebastião (1554-1578)
D. Sebastião I "O Desejado" (20 Janeiro 1554 Lisboa-4 Agosto 1578 África)
Não Casou transformou-se num mito após o seu desaparecimento na
batalha de Alcácer Quibir, no norte de África. A sua morte abriu as portas
à crise dinástica que vai colocar os reis de Espanha no trono português.
• D. Sebastião era neto de D. João III e o seu nascimento foi muito festejado
por se temer um problema de sucessão na coroa portuguesa.
• Religioso e militar zeloso, empenhou-se na preparação de um exército
para combater os Mouros e em ganhar prestígio militar.
• Morreu no Norte de África, na batalha de Alcácer Quibir, sem deixar
descendência, abrindo caminho para a entrega da coroa portuguesa aos
Filipes de Espanha.
• À sua volta nasceu o mito do “Sebastianismo”, a esperança de que
regressaria um dia, numa manhã de nevoeiro, para salvar o país de todos
os seus problemas.
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O Renascimento em PT
O Renascimento em Portugal refere-se à influência e evolução do Renascimento em Portugal,
de meados do século XV a finais do século XVI. O movimento cultural que assinalou o final
da Idade Média e o início da Idade Moderna foi marcado por transformações em muitas áreas
da vida humana.
Embora o Renascimento italiano tenha tido um impacto modesto na arte, os portugueses foram
influentes no alargamento da visão do mundo dos europeus,[1] estimulando a
curiosidade humanista.
Como pioneiro da exploração europeia, Portugal floresceu no final do século XV com as
navegações para o oriente, auferindo lucros imensos que fizeram crescer a burguesia comercial
e enriquecer a nobreza, permitindo luxos e o cultivar do espírito. O contacto com o
Renascimento chegou através da influência de ricos mercadores italianos e flamengos que
investiam no comércio marítimo. O contato comercial com a França, Espanha e Inglaterra era
assíduo, e o intercâmbio cultural se intensificou...
Painéis de São Vicente de Fora, obra-prima da
pintura portuguesa do século XV com um estilo
seco mas poderosamente realista, se retratam
figuras proeminentes da corte
portuguesa, Nuno Gonçalves (1470-1480)
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DA CRISE DE SUCESSÃO À RESTAURAÇÃO
O "desaparecimento" de D. Sebastião desencadeou uma crise de sucessão em Portugal.
Nesta cronologia percorremos os acontecimentos que levaram ao final da dinastia de Avis até à
Independência Portuguesa sobre o domínio espanhol. Desde da crise de sucessão originada
pelo desaparecimento de D. Sebastião até à restauração da independência.
Os dilemas de D.Henrique, o rei-cardeal
A notícia da morte de D. Sebastião em Alcácer Quibir chegou a Lisboa com alguma rapidez,
mas foi mantida em segredo durante algum tempo. A esperança no futuro da coroa recaiu
sobre D. Henrique, um clérigo, idoso, incapaz de gerar ou escolher um sucessor.
O cardeal solicitou ao Papa autorização para poder casar e ter filhos, mas foi incapaz de gerar
um filho.
Sem qualquer descendente direto da dinastia de Avis, acreditou-se que D. Henrique nomeasse
pessoalmente um sucessor, resolvendo assim a crise dinástica, mas este entendeu passar essa
responsabilidade para as cortes.
Apesar destas terem reunido não foi tomada qualquer decisão até à altura da morte do
monarca. Três nomes ficaram, assim, perfilados para assumir a coroa: D. Catarina, D. António
Prior do Crato e Filipe II de Espanha. O trono seria tomado por aquele último.
1578 - 1580
D. Henrique I "O Casto" (31 Janeiro 1512 Almeirim-31 Janeiro 1580)
Não Casou
1580 - 1580
D. António I "O Determinado" (1531 Lisboa-26 Agosto 1595 Paris)
Não Casou
Crise Dinástica
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Dinastia de Avis
Mosteiro da Batalha
Sepultado
D. João I e sua
esposa Filipa de
Lencastre na
capela do
Fundador
Sepultado
D. Duarte e sua
esposa nas
capelas
imperfeitas
Panteão de D.
Duarte,
usualmente
conhecido por
Capelas
Imperfeitas
Sepultado
D. Afonso V na
capela do fundador
Sepultado
D. João II na
capela do
fundador
Encostada à direita da fachada principal ergue-se a Capela
do Fundador. Não estando prevista no plano inicial do
Mosteiro, deve-se à decisão de D. João I de fazer um
panteão familiar, tendo cabido a mestre Huguet a
responsabilidade do seu planeamento e construção,
Dinastia de Avis
Foi D. Manuel I o
fundador do
Mosteiro dos
Jerónimos, tendo
sido sepultado na
capela-mor da igreja
juntamente com a
sua segunda mulher
a rainha D. Maria
Em 1582, Filipe I de
Portugal mandou
trasladar para
o Mosteiro dos
Jerónimos, em Lisboa,
um corpo que se
alegava ser o do rei
desaparecido, na
esperança de acabar
com o sebastianismo,
o que não resultou,
nem se pôde
comprovar ser o
corpo realmente o de
Sebastião I. O Túmulo
de Mármore, que
repousa sobre dois
elefantes, pode ainda
hoje ser observado
em Lisboa.
D. Sebastião
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Terceira Dinastia
Filipina ou de Habsburgo
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D. João IV, o rei da restauração
D. João IV(1640 – 1656)
D. João IV "O Restaurador" (19 Março 1604 V. Viçosa-6 Novembro 1656 Lisboa)
Casou com Dona Luísa Francisca de Gusmão abriu as portas à dinastia de Bragança. Tinha
sido sondado para assumir a coroa antes das revoltas de 1640. Hesitou mas acabou por
ser coroado.
Coroado na sequência da revolução de 1640, que levou à restauração da independência
face a Espanha, foi um monarca empenhado na recuperação e reforço do exército e das
colónias.
Várias colónias portuguesas encontravam-se ocupadas ou em risco depois de terem sido
descuradas durante o período filipino.
É o percursor da última dinastia, a de Bragança, antes da implementação da república.
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D. AFONSO VI, O VITORIOSO
D. Afonso VI (1643-1683) tinha problemas físicos e mentais. Assumiu a gestão do reino
com 13 anos, mas foi afastado pela mãe que oferece o trono ao irmão, D. Pedro. Um
golpe de Estado coloca-o de novo no trono, mas por pouco tempo. Morre encarcerado
no Palácio de Sintra.
D. Afonso VI "O Vitorioso" (21 Agosto 1643 Lisboa-12
Setembro 1683 Lisboa)
Casou com Dona Maria Francisca Luísa Isabel d´Aumale e
Sabóia, ou de Sabóia-Nemours
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D. PEDRO II, O PACÍFICO
Sobre ao trono por incapacidade do irmão. D. Pedro II (1648-1706) encontra um reino em
grandes dificuldades. A descoberta de ouro e pedras preciosas no Brasil salvam a economia
nacional. Envolve-se na guerra da sucessão espanhola, mas toma partido ao lado dos
derrotados.
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A sucessão de D. João V é assegurada pelo seu filho D. José. A abundância de recursos mantém
a política de esplendor e ostentação, graças aos diamantes e metais preciosos do Brasil,
permitindo uma arquitectura de luxo, bem como programas decorativos modernos, seguindo o
gosto da época. O Rococó (da palavra francesa rocaille, que significa "concha").
Rococó em Portugal
É uma arquitectura que segue a grande corrente internacional muito decorada, e, devido ao
granito escuro em contraste com as paredes brancas, de perfil claramente português. A
decoração é naturalista, baseada principalmente em concheados e folhas de acanto, mas
também elementos arquitectónicos e escultura.
O Pombalino é de novo, tal como a arquitectura Chã, fruto da necessidade e do espírito de
iniciativa de Portugal. Recebe este nome devido ao Marquês de Pombal, poderoso ministro
de D. José, principal impulsionador da reconstrução e verdadeiro governante do reino, sem o
qual não teria sido possível obra de tamanha envergadura. Também é fundamental a referência
aos arquitectos Manuel da Maia e Carlos Mardel, verdadeiros autores das propostas
apresentadas.
Exemplos da arquitetura rococó em PT:
Nossa Senhora dos Remédios em Lamego
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D. João V "O Magnânimo" (22 Outubro 1689
Lisboa-31 Julho 1750 Lisboa)
Casou com Dona Maria Anna Josefa,
arquiduquesa de Áustria
O reinado de D. João V (1689-1750) beneficiou
com a descoberta do ouro no Brasil, uma
riqueza que permitiu ao país lançar um vasto
número de obras monumentais, investir no
ensino e também a implementação de uma
monarquia absolutista.
João V, um reinado de ouro
Teve a sorte de ser o chefe de Estado mais rico da história de Portugal e ainda hoje é lembrado
como o Magnânimo. D. João V (1689-1750) ocupou o trono durante quase toda a primeira
metade do século XVIII e o seu reinado poderia ser resumido a uma palavra mágica: o “quinto”.
Magnânimo não quer dizer perdulário: D. João V gastou – ou investiu – a fabulosa riqueza posta
à sua disposição em obras que se tornaram ícones do património nacional, como o palácio e
convento de Mafra ou a Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra. O Aqueduto das Águas
Livres (que tem o maior arco em ogiva, em pedra, do mundo, com 65,29 metros de altura e
28,86 metros de largura) resistiu ao terramoto de 1755 e abasteceu de água os moradores de
Lisboa até à década de 1960.
A luxuosa embaixada ao papa Clemente XI, em 1716, não foi só para deixar os cardeais e o
povo de Roma espantados com os coches que continuam a atrair turistas no museu que foi
durante décadas o mais visitado de Portugal. Serviu para obter importantes vitórias
diplomáticas, colocando o país na primeira linha das potências europeias: o Patriarcado de
Lisboa e o título de Majestade Fidelíssima.
Apesar destas riquezas, ou talvez devido a elas, o rei é também acusado de ter deixado definhar
a indústria portuguesa, nomeadamente, a tecelagem até porque Portugal estava submetido ao
Tratado de Methuen, um acordo comercial assinado com o Reino Unido que facilitava as trocas
do vinho do Porto português pelos tecidos britânicos. Na fase final do seu reinado D. João V
adoeceu e o ouro vindo do Brasil também começou a escassear, situação que lançou o país
numa crise económica e anarquia social. 64
65
67
68
D. JOSÉ I, O REFORMADOR
D. José I (1714-1777) faz diversas remodelações na administração do reino e é durante este
período que assume papel preponderante, enquanto ministro, o Marquês de Pombal. Envolve-
se em guerras com Espanha e França. Expulsa os jesuítas. É rei quando se regista o terramoto
de 1755.
69
D. José, o rei que mandou reconstruir Lisboa
D. José (1714-1777) remodela a administração
do reino e é nessa altura que assume papel
preponderante, como ministro, o Marquês de
Pombal. É durante o seu reinado que acontece
o terramoto de 1755.
Reinou durante 27 anos, sendo monarca
quando se dá o terramotode 1755.
Apesar de não ser reconhecido como um
monarca muito interventivo, foi ele que
nomeou ministro o Marquês de Pombal que
tem papel fundamental no período pós
terramoto e na reconstrução da capital
portuguesa.
Aplica-se na remodelação da administração do
reino e aprova a expulsão dos jesuítas.
Envolve-se em guerras com Espanha e França.
70
D. José I "O Reformador" (6 Junho 1714 Lisboa-24 Fevereiro 1777
Lisboa)
Casou com D. Mariana Vitória de Bourbon
TERRAMOTO DE LISBOA 1755
Foi o mais destrutivo sismo de que há registo no nosso país. O sul e a capital
sofreram grandes estragos e mortandade. Em Lisboa a situação agravou-se
devido a um incêndio e ao maremoto que se seguiram abalo.
Na manhã do dia 1 de Novembro de 1755 um terramoto, seguido de um maremoto, destruiu
a capital e parte do território português. Morreram milhares de pessoas. Nos anos seguintes
a grande preocupação foi a reconstrução do pais.
O terramoto atingiu Lisboa no dia de todos os santos, causando uma mortandade ainda difícil
de quantificar.
A terra tremeu durante vários minutos. Seguiu-se um maremoto e um incêndio que incinerou
importantes áreas da cidade.
A destruição foi quase completa e teve ampla divulgação na Europa.
A reconstrução começou quase de seguida e levou várias décadas.
Sebastião José de Carvalho e Melo (1699-1782), Marquês de Pombal, foi um diplomata e
estadista português. Foi ministro do reino de D. José e responsável pela reconstrução de
Lisboa depois do terramoto de 1755.
Foi diplomata em Inglaterra e na Áustria, antes de se tornar no principal ministro do rei D.
José.
É conhecido pelo seu papel no período imediatamente a seguir ao terramoto de 1755 e na
reconstrução da cidade de Lisboa.
Tem uma ação influente noutras áreas da governação incentivando o desenvolvimento da
indústria nacional.
Lidera ainda outras ações como o processo que levou à aniquilação da família dos Távoras e
à expulsão dos Jesuítas. Marquês de Pombal, a mão no renascer de Lisboa
71
72
D. Maria I "A Piedosa" (17 Dezembro 1734
Lisboa-20 Março 1816 Rio de Janeiro)
Casou com D. Pedro III
73
D. MARIA I, A PIEDOSA
D. Maria I (1745-1816) reinou apenas entre 1777 e 1792. Durante esta época
foram assinados tratados de paz com Espanha e o país manteve a neutralidade
noutros conflitos internacionais. Tentou impulsionar a industrialização do país.
Pelo facto de sofrer de uma doença mental foi substituída no trono pelo filho D.
João VI. Morreu no Brasil para onde o filho e toda a família real escaparam na
sequência das invasões francesas.
74
75
Invasões Francesas
Os franceses, comandados pelo General Junot, entraram
pela Beira Baixa a 19 de Novembro de 1807. A família real
abandonou o país. Serão derrotados em Agosto de 1808
por forças luso-britânicas sob comando do General
Wellesley. 1ª Invasão Francesa
76
Invasões Francesas
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Invasões Francesas
78
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1816 - 1826
D. João VI "O Clemente" (13 Maio 1767 Queluz-10 Março 1826 Lisboa)
Casou com Dona Carlota Joaquina Teresa Caetana de Bourbon e Bourbon
D. JOÃO VI, O CLEMENTE
D. João VI (1767-1826) torna-se regente em 1792 devido a doença da mãe. Em 1807, devido à
primeira invasão francesa embarca para o Brasil com toda a corte. No regresso jura a
constituição e enfrenta golpes absolutistas conduzidos pelo filho D. Miguel. É durante o seu
reinado que o Brasil proclama a sua independência. Morreu possivelmente envenenado.
O Brasil declara a sua independência de Portugal em
1822, subindo ao trono, como Imperador, D. Pedro, f
O Brasil declarou-se independente de Portugal em 7
de Setembro de 1822 filho de D. João VI.
D. PEDRO IV, O REI SOLDADO
D. Pedro IV (1798-1834) começou por abdicar da coroa portuguesa
e declarou a independência do Brasil, sendo coroado Imperador.
Após a morte do pai, D. João VI, regressa a Portugal defendendo
os direitos de sucessão da filha, futura D. Maria II. Envolve-se
numa guerra civil com o irmão D. Miguel. No comando das forças
liberais, venceu os absolutistas comandados por D. Miguel e
coloca a filha no trono.
81
Reinado (1828 – 1834)
D. Miguel I "O Tradicionalista" (26 Outubro 1802 Lisboa-14 Novembro 1866 Áustria)
Casou com Dona Adelaide Sofia Amélia Luísa Joana Leopolodina de Löwenstein-Wertheim-
Rosenberg
D. MIGUEL, O USURPADOR/O TRADICIONALISTA
D. Miguel (1802-1866) é um absolutista convicto e defende, após o regresso a Portugal, o fim da
monarquia constitucional. Devido a diversas ações, algumas de cariz militar, foi exilado pelo pai.
Regressa a convite do irmão, D. Pedro, com o compromisso de casar com a sobrinha, futura D.
Maria II, e defender a ordem constitucional. Depressa esqueceu as promessas, iniciando uma
guerra civil que terminou com a sua deposição, expulsão do país e perda de todos os direitos ao
trono.
D. Pedro – Regime Liberal D. Miguel- Regime Absolutista
A morte de D. João VI criou um problema na
sucessão dinástica, com dois príncipes candidatos
ao trono, mas com visões de poder diferentes. As
tentativas de mediação falharam e o país caiu numa
guerra civil que opôs absolutistas a liberais.
82
As constituições da monarquia portuguesa
Portugal teve a sua primeira constituição em
1822, na sequência da experiência
parlamentar proporcionada pela revolução
liberal de 1820. Mas durou pouco: menos de
um ano depois de aprovada, seria suspensa
pelo rei D.João VI.
Para assumir a coroa portuguesa alinham-se os
irmãos D. Pedro e D. Miguel. Um tem uma
visão liberal de governação e outro está
apostado em manter os direitos absolutos da
monarquia, razões para cada um reunir um
conjunto de seguidores prontos a dirimir
argumentos recorrendo ao uso de armas.
Os liberais respondem e, com a liderança de D. Pedro,
invadem Portugal através do Norte. Durante os dois anos
seguintes a guerra civil vai ceifar milhares de vidas até
que o exército liberal derrota decisivamente os
absolutistas, exilando D. Miguel que vai perder o seu
estatuto real e a pretensão ao trono.
83
AS GUERRAS LIBERAIS
No dia 8 de Julho 1832 D. Pedro desembarca com uma força liberal na praia do Mindelo, em Vila
do Conde, com o objetivo de colocar no trono a filha D. Maria II. É o culminar de diversas
movimentações militares que opuseram liberais e absolutistas. A sangrenta guerra civil vai ainda
prolongar-se por dois anos, até que o exército de D. Miguel é derrotado.
A MONARQUIA CONSTITUCIONAL
No dia 23 de a Setembro de 1822 foi aprovada nas cortes a Primeira Constituição Portuguesa. A
sua implementação sofreu diversos sobressaltos e até à implantação da República, em 1910,
outras constituições iriam impor-se.
D. MARIA II, A EDUCADORA
Reinado(1826 – 1853)
D. Maria II "A Educadora" (4 Abril 1819 Rio de Janeiro-15 Novembro 1853 Lisboa)
Casou com D. Fernando II de Saxe Coburgo-Gotha .
Filha de um imperador, irmã de outro, mãe de dois reis, a primeira rainha constitucional de
Portugal teve uma vida atribulada e curta – morreu aos 34 anos, ao dar à luz o 11.º filho.
84
D. Maria II (1819-1853) tinha 7 anos quando o pai, D. Pedro, abdicou da coroa portuguesa a seu
favor. Deveria casar com seu tio D. Miguel, mas este esquece compromissos assumidos e
envolve-se numa guerra civil que o afasta do poder. Tem um reinado conflituoso marcado pela
Guerra Civil e revoltas como a dos Marechais, a Maria da Fonte ou a Patuleia.
Com 15 anos, D. Maria II sentou-se finalmente no trono. E como
o primeiro dever de monarca constitucional é assegurar a
sucessão, casou-se, em Janeiro de 1835, com o noivo escolhido
pelo pai: Augusto de Leuchtenberg, irmão de D. Amélia, a boa
madrasta. Ao fim de dois meses, o real consorte morreu de uma
angina. A morte inesperada deu azo ao boato de que o marido
da rainha fora envenenado por ordem do chefe do Governo, o
duque de Palmela. Chegou a haver tumultos em Lisboa, apesar
de o resultado da autópsia ter desmentido o rumor.
D. MARIA II, A EDUCADORA
85
Um ano depois, a rainha voltou a casar, com o alemão Fernando de Saxe-Coburgo-Gotha, a
quem deu o título de rei D. Fernando II quando nasceu o primeiro filho (futuro D. Pedro V), em
1837.
Ao mesmo tempo que ia dando à luz herdeiros, aos quais fazia questão de garantir uma
educação esmerada (passou à história com o cognome de A Educadora), D. Maria gastava as
energias que lhe sobravam nas tarefas políticas.
86
Reinado(1853 – 1861)
D. Pedro V "O Esperançoso" (16 Setembro 1837 Lisboa-11 Novembro 1861 Lisboa)
Casou com Dona Estefânia Josefa Frederica Guilhermina Antónia de Hohenzollern
D. PEDRO V, O ESPERANÇOSO
D. Pedro V foi um rei liberal, progressista e teve um reinado curto que dedicou aos problemas da
educação, ao progresso da agricultura, da indústria e à política internacional. Tratava-se de
umonarca querido pela população e a sua morte prematura deixou o país de luto.
Reinado(1861 – 1889)
D. Luís I "O Popular" (31 Outubro 1838 Lisboa-19 Outubro 1889 Lisboa)
Casou com D. Maria Pia de Sabóia
D. Luís (1838-1889) sobe ao trono na sequência da inesperada morte do irmão, D. Pedro V.
Instruído e culto traduziu obras de Shakespeare. O reinado foi relativamente calmo, apesar de
algumas contrariedades.
O seu reinado é ainda marcado por um impulso nas expedições nas ex-colónias portuguesas
de África.
D. Luís
D. Pedro V
87
O "Mapa Cor-de-Rosa" e o "Ultimato Inglês"
O Mapa Cor-de-Rosa desenhava novas fronteiras no Império africano ligando Angola e
Moçambique. Os ingleses, que sonhavam com um caminho-de-ferro ligando a África do Sul ao
Egipto, impõem um ultimato aos portugueses: Ou esquecem o mapa ou têm guerra.
Ficou conhecido por “Mapa Cor-de-Rosa” o mapa desenhado por Portugal – e aceite
internacionalmente – onde os territórios entre Angola e Moçambique ficariam sob sua
administração.
Nesse sentido a coroa portuguesa tinha realizado várias expedições exploratórias à zona, entre
elas a conduzida por Hermenegildo Capelo e Roberto Ivens que fizeram a ligação terrestre entre
Angola e Moçambique em 1884.
A pretensão de unir as fronteiras de Angola e Moçambique entrou em choque com as
pretensões britânicas que pretendiam ligar o Cairo à África do Sul.
Para obrigar os portugueses a recuar o Governo da rainha Vitória faz um ultimato a Portugal em
1890.
A Inglaterra é a potência dominante da época. Ameaça Portugal com uma guerra caso
continuasse com a pretensão de manter o Mapa Cor-de-Rosa.
O rei D. Carlos, coroado recentemente, protesta, mas não pode fazer mais do que recuar.
A população portuguesa também se levanta em protestos e os republicanos aproveitam a
situação para mostrar o que chamam a fraqueza da monarquia.
88
D. CARLOS, O DIPLOMATA
D. Carlos (1863-1908) tem um reinado marcado por um conjunto de acontecimentos que
anunciam o fim da monarquia como o Ultimato Inglês, revoltas no ultramar e a revolução
republicana. Foi morto com o filho, D. Luís Filipe, num atentado em 1908.
D. Carlos, o rei assassinado:
Mal recebe a coroa rebenta o caso do ultimato inglês que vai ser utilizado pelos meios
republicanos como exemplo da fraqueza da coroa.
Homem viajado, muito ligado às coisas do mar, enfrentou vários problemas ao longo do seu
reinado.
Por fim a governação foi entregue a João Franco que tentou, com mão de ferro, controlar
republicanos, anarquistas e outras correntes políticas que se entranhavam na sociedade
portuguesa.
Morre assassinado na tarde de 1 de fevereiro de 1908. O príncipe herdeiro, Luís Filipe, também
não sobrevive ao atentado.
Regicídio em Lisboa
No regresso de uma estadia em Vila Viçosa, o Rei D. Carlos e o príncipe herdeiro, Luís
Filipe, são assassinados no Terreiro do Paço por anarquistas. Esta ação deixa a
monarquia fragilizada e dois anos depois é proclamada a república.
Reinado(1889 – 1908)
D. Carlos I "O Martirizado" (28 Setembro 1863 Lisboa-1
Fevereiro 1908 Lisboa)
Casou com Dona Maria Amélia Luísa Helena de Orleães
89
Reinado(1908 – 1910)
D. Manuel II "O Rei Saudade" (15 Novembro 1889 Lisboa-2 Julho 1932)
Casou com Dona Augusta Vitória Guilhermina Antónia Matilde Luísa Josefina Maria Isabel de
Hohenzollern-Sigmaringen
O último rei de Portugal governou o país apenas durante 2 anos antes de se exilar em
Inglaterra. Segundo filho de D. Carlos, que morreu no atentado de 1908, foi obrigado a abdicar
após a revolução republicana.
D. Manuel II (1889-1932) sai do país, com a família, através da Ericeira, em Outubro de 1910.
Primeiro refugia-se em Gibraltar e finalmente o soberano inglês acolhe-o no Reino Unido, onde
o ex-monarca português passará o resto da sua vida.
O regresso a Portugal só acontecerá em 1932
4ª Dinastia onde estão sepultados
90
O Panteão da Dinastia de Bragança (também chamado de Panteão Real da Dinastia de
Bragança ou Panteão dos Braganças), situado no interior do mosteiro da Igreja de São Vicente
de Fora em Lisboa, é o lugar onde se encontram sepultados os restos mortais de muitos
dos reis, príncipes reais e infantes da quarta e última dinastia real portuguesa, a Dinastia de
Bragança, ainda que a mesma tenha ascendência na Casa de Avis, a segunda dinastia real
portuguesa que governou Portugal de 1385 a 1580, e descendência na Casa de Bragança-Saxe-
Coburgo-Gota, a última casa real que governou Portugal de 1853 a 1910.
O Panteão Real da Dinastia de Bragança situa-se hoje no antigo refeitório do mosteiro da Igreja
de São Vicente de Fora e é composto, na sua maioria, por túmulos sob a forma de gavetões
feitos em mármore e situados junto das paredes laterais da grande sala que ocupam: os túmulos
dos reis portugueses estão ornados com coroas na parte superior e os nomes e títulos dos seus
ocupantes estão gravados em letras douradas na parte frontal.
Destacam-se, todavia, os túmulos do rei D. João IV, porque fundou a Dinastia de
Bragança, e os túmulos do rei D. Manuel II, de seu irmão, o príncipe real D. Luís
Filipe de Bragança, de sua mãe, a rainha D. Amelia de Orleães, e de seu pai, o rei D.
Carlos I, por se tratarem da última família reinante da dinastia.
D. Carlos I
Príncipe D. Filipe
D. João IV
D. Afonso VI
D. Pedro II
D. João V
D. José I
D. Maria II
D. Pedro III
D. Fernando II
D. Pedro V
D. Luís I
D. Manuel II
ultimo Rei
91
D. Pedro IV (1798-1834), rei de Portugal e imperador do Brasil com o título de D. Pedro I, e que
foi trasladado do Panteão da Dinastia de Bragança para a Cripta Imperial do Monumento do
Ipiranga, na cidade de São Paulo, no Brasil, e cujo coração se encontra na capela-mor da Igreja
da Lapa, na cidade do Porto;
O Monumento à Independência do Brasil, também chamado de Monumento do
Ipiranga ou Altar da Pátria.
Localiza-se na cidade de São Paulo, às margens do Riacho do Ipiranga, no lugar histórico onde D.
Pedro I teria proclamado a independência do Brasil do Reino Unido de Portugal, Brasil e
Algarves em 7 de setembro de 1822. Os restos mortais de D. Pedro
Basílica da Estrela onde esta
sepultada D. Maria I
Sepultado o Coração do Rei D. Pedro IV
92
Resumindo:
reinados
1139-1247 1247-1383
Dinastia Afonsina ou de Borgonha
Afonso I ( Afonso Henriques)__________________________________1139-1185
Sancho I__________________________________________________1185-1211
Afonso II__________________________________________________1211-1223
Sancho II__________________________________________________1223-1247
Afonso III__________________________________________________1247-1279
D- Dinis___________________________________________________1279-1325
Afonso IV_________________________________________________1325-1357
D. Pedro I_________________________________________________1357-1367
D. Fernando I______________________________________________1367-1383
Crise Monástica - 1383-1385
O Interregno ( 1383-1385)
93
94
Dinastia de Avis ( Aviz)
D. João I ( Mestre de Avis)___________________________________1385-1433
D. Duarte________________________________________________1433-1438
D. Afonso V_______________________________________________1438-1481
D. João II_________________________________________________1481-1495
D. Manuel I_______________________________________________1495-1521
D. João III_________________________________________________1521-1557
D. Sebastião I______________________________________________1557-1578
D. Henrique I______________________________________________1578-1580
D. Prior do Crato___________________________________________1580
95
Casa de Habsburgo (ou Dinastia Filipina)
Filipe I____________________________________________1581-1598
Filipe II___________________________________________1598-1621
Filipe III___________________________________________1621-1640
Domínio Espanhol
96
Dinastia de Bragança
João IV_______________________________________1640-1656
Afonso VI_____________________________________1656-1683
Pedro II______________________________________1683-1705
João V_______________________________________1705-1750
José I________________________________________1750-1777
Maria I_______________________________________1777-1816?
Pedro III______________________________________1777-1786?
João VI_______________________________________1816-1826
Pedro IV______________________________________1826-1826
Miguel I______________________________________1826/28-1834
Maria II_______________________________________1834-1853
Fernando II____________________________________1853-1855
Pedro V_______________________________________1855-1861
Luís I_________________________________________1861-1889
Carlos I_______________________________________1889-1908
Manuel II_____________________________________1908-1910

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( Espiritismo) # - biografias # d afonso henriques
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Afonso Henriques
Afonso Henriques Afonso Henriques
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D. Afonso Henriques
D. Afonso HenriquesD. Afonso Henriques
D. Afonso Henriques
 
O espaço português 1
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D. Afonso Henriques, o Fundador de Portugal

  • 2.
  • 3. O Românico Arte românica é o estilo artístico vigente na Europa entre os séculos XI e XIII, durante o período da história da arte comumente conhecido como "românico". O estilo é visto principalmente nas igrejas católicas construídas após a expansão do cristianismo pela Europa e foi o primeiro depois da queda do Império Romano a apresentar características comuns em várias regiões. Até então a arte tinha se fragmentado em vários estilos, sendo o românico o primeiro a trazer uma unidade nesse panorama. Os mosteiros Os mosteiros foram importantes para o estabelecimento da arquitetura românica, principalmente os das ordens de Cluny e Cister. Desse conjunto característico, a dependência a se destacar é o claustro, por vincular o mosteiro ao templo e por ser a dependência mais bem cuidada do ponto de vista artístico. Geralmente possuem quatro lados, com tendência a formar quadrados perfeitos e quatro corredores resultantes em pórticos abertos com arcadas sustentadas por colunas. A arquitetura românica no geral, e também em Portugal, tinha a função de erguer castelos e fortificações e também igrejas. A pintura românica era apenas um acrescento aos baixos relevos presentes no interior das igrejas, colorindo-os. À parte dessa pintura desenvolveram-se as iluminuras de influencia francesa que ornamentavam documentos tais como: bíblias, missais, evangeliários, etc.
  • 4. Na escultura românica nota-se mais do que na arquitetura o carácter religioso da arte da época. Os baixos relevos que ornamentavam as igrejas, tanto no interior como no exterior, relatavam vários episódios da vida dos santos e de vários mitos e histórias bíblicos. Nos pórticos eram esculpidos, tanto no tímpano como nos capitéis e nos colunelos. A escultura dividia-se em duas temáticas: Representações de motivação apotropaica, tais como cruzes e sinais mágicos Representações de teofanias ou Maiestas Domini (Cristo em Majestade) tais como os Agnus Dei ( o cordeiro místico trespassado por uma cruz) ou Cristo em mandorla isolado dos profetas, anjos e tetramorfos.
  • 5. DE CONDADO PORTUCALENSE A REINO Em 1095, o Condado Portucalense foi dado como dote a D. Henrique, Conde de Borgonha, pelo seu casamento com D. Teresa, filha de Afonso VI, rei de Castela e Leão. O Conde, acompanhado do primo D. Raimundo, foi um dos muitos nobres francos que chegaram à Península Ibérica para combater os muçulmanos. Do casamento de D. Henrique e D. Teresa irá nascer Afonso Henriques, que vai proclamar a independência do Condado, transformando-o em reino em 1139.
  • 6. Primeira Dinastia – Afonsina ou de Borgonha
  • 7. Por alturas da independência de Portugal, Afonso Henriques teria sobreposto à cruz azul do seu escudo os besantes (ou dinheiros), indicando assim que o dono desse escudo de armas poderia cunhar dinheiro — direito que era reservado aos reis, num sinal de clara afirmação de autonomia face a Afonso VII de Leão e Castela. Apesar de verossímil, porque consistente com outros gestos de afirmação de independência e realeza de Afonso Henriques, esta teoria carece de comprovação histórica. Não obstante, um motivo complementar pode ser considerado: os besantes, como pregos de aço que, podiam oferecer melhor fixação para as tiras de couro tingido a azul que constituíam a cruz, emprestando ao mesmo tempo maior solidez ao escudo de guerra de Afonso Henriques. De acordo com a versão tradicional, esta inclusão dos dinheiros estaria relacionada com o milagre de Ourique, segundo o qual Jesus Cristo teria aparecido ao rei, dando-lhe a vitória. Assim, Afonso Henriques[1][3] teria colocado no seu escudo de armas os trinta dinheiros pelos quais Jesus foi vendido (ou segundo outra leitura, as suas cinco chagas). Note-se, contudo, que o suposto milagre de Ourique foi reproduzido séculos depois dos acontecimentos pelos monges de Alcobaça, além de que o número de besantes por escudete não estava ainda fixado em 5: o seu número variava (por vezes por simples questões estéticas ou de espaço), sendo comuns as configurações com 11 ou 13 besantes por escudetes (incompatíveis com a aritmética da simbologia cristã dos monges de Alcobaça).
  • 8. D. AFONSO HENRIQUES, O FUNDADOR Sobre D. Afonso Henriques (1109?-1185) existem mais dúvidas do que certezas. Não se sabe, por exemplo, a data ou o local de nascimento do primeiro monarca português. Sabe-se assumiu a liderança do Condado Portucalense após vencer, em 1128, a Batalha de S. Mamede contra as forças de sua mãe, D. Teresa, aliada do Reino de Leão. Em 1139, proclamou-se rei, sendo reconhecido como tal, pelo Papa, em 1179.
  • 9. 1ª Dinastia : Afonsina ou de Borgonha D. Afonso Henriques "O Conquistador" (25 Julho 1111 Guimarães-6 Dezembro 1185 Coimbra) Casou com D. Mafalda de Sabóia Reinado ( 1143 – 1185) Falando de ícones, abram alas para o Pai da Pátria, D. Afonso Henriques (1109-1185). O fundador encabeça esta lista por mérito próprio: a bravura, capacidade de liderança e sagacidade diplomática consagraram-no como cabo-de-guerra e chefe político. À frente de um grupo de cavaleiros minhotos, o filho de Henrique de Borgonha e neto de Afonso VI venceu os apoiantes de sua mãe, D. Teresa, e tomou o poder no Condado Portucalense, em 1128. Passou o resto dos seus longos dias (morreu com 76 anos, caso raro numa época em que a esperança média de vida era inferior a 30 anos) a alargar as fronteiras do território à custa do primo leonês e do inimigo muçulmano, até ver Portugal reconhecido como reino independente (por Afonso VII de Leão e Castela em 1143 e pelo papa Alexandre III em 1179, pela bula Manifestis probatum).
  • 10. D. Afonso Henriques ou Afonso I D. Afonso Henriques foi o 1º rei de Portugal, ficando conhecido como Afonso I, o Conquistador. O seu reinado começou em 1139 e terminou em 1185, durando assim 46 anos. Ele armou-se cavaleiro por suas próprias mãos, no dia de Pentecostes de 1122, na catedral de Zamora. Mais tarde, os muçulmanos ainda reconquistaram Leiria, mas com o apoio do rei de Leão, D. Afonso Henriques venceu novamente os muçulmanos na batalha de Ourique, sendo que, a partir desse momento ele passou a intitular-se como rei de Portugal. D. Afonso Henriques à Procura do Reconhecimento Depois de se intitular rei, D. Afonso Henriques iniciou uma nova fase política em que pretendia a sua aproximação à Santa Sé, declarando-se seu vassalo em 1143. No entanto, o papa não o reconheceu imediatamente como rei, limitando-se a tratá-lo por Dux (Duque). 1 O seu local de nascimento não é certo, sendo que os historiadores dividem-se entre Guimarães, Viseu e Coimbra. Em 1185, D. Afonso Henriques faleceu em Coimbra
  • 11. D. Afonso Henriques O 1º Rei de Portugal Perante estas posições, D. Afonso Henriques decidiu retomar a sua política de conquistas, tomando de assalto Santarém, em Março de 1147, e Lisboa, em Outubro desse mesmo ano. Para isso, D. Afonso Henriques aproveitou-se da passagem dos cruzados que se encontravam de passagem pelo litoral português. • A 23 de Maio de 1179, o papa Alexandre III conferiu a D. Afonso Henriques o direito de conquistar as terras dos muçulmanos cujos direitos ainda não tivessem sido cedidos a outros príncipes cristãos. Assim, nesta bula (Manifestus Probatum), D. Afonso Henriques é pela primeira vez reconhecido oficialmente como rei pela Santa Sé. 2
  • 12. D. Afonso correspondeu-se com S. Bernardo, que interveio de forma decisiva para persuadir os cruzados a tomarem parte na conquista de Lisboa aos mouros, em 1147, e foi amigo de S. Teotónio, do arcebispo de Braga D. João Peculiar — seu braço direito para as questões diplomáticas –, e do templário Gualdim Pais, mestre da Ordem em Portugal. D. Afonso correspondeu-se com S. Bernardo, que interveio de forma decisiva para persuadir os cruzados a tomarem parte na conquista de Lisboa aos mouros, em 1147, e foi amigo de S. Teotónio, do arcebispo de Braga D. João Peculiar — seu braço direito para as questões diplomáticas –, e do templário Gualdim Pais, mestre da Ordem em Portugal. 3
  • 13. Regência Conjunta com D. Sancho I Depois disso, a carreira militar de D. Afonso Henriques praticamente terminou, dedicando o restante da sua vida à administração dos territórios. D. Afonso Henriques nomeou o seu filho D. Sancho como Príncipe-Regente e juntos procuraram fixar populações, promover o municipalismo e conceder forais. Com a ajuda da ordem religiosa dos Cistercienses, conseguiram ainda promover o desenvolvimento da economia que era predominantemente agrária. Além disso, D. Afonso Henriques retribuiu o apoio na reconquista por parte das ordens religiosas militares dos Templários, dos Hospitalários e de Sant’Iago, através de avultadas concessões. A 6 de Dezembro de 1185, D. Afonso Henriques faleceu, após ter sido governante por mais de 57 anos, sendo sucedido pelo príncipe-regente D. Sancho (D. Sancho I de Portugal). O seu corpo foi sepultado na Igreja de Santa Cruz de Coimbra, permanecendo aí os seus restos mortais até hoje. 4
  • 14. Brasão de Armas e Bandeira Quadrada de D. Afonso Henriques • Este é o Brasão de Armas hipoteticamente usado por D. Afonso Henriques, primeiro Rei de Portugal, filho do Conde D. Henrique, proveniente de Borgonha (na França). Campo de prata, carregado com uma cruz de azul firmada. Poderia ser uma tira de cabedal pintada de azul e presa com rebites metálicos que com o passar dos tempos e a batalhas consequentes provocando um desgaste apresentando à superficie os metais que foram "brasonados" como escudetes carregados de besantes de prata usados pelos monarcas portugueses seguintes, até aos dias de hoje. 5
  • 15. D. SANCHO I, O POVOADOR D. Sancho I (1154-1212) continuou a política de expansão do reino, chegando a conquistar Silves e Albufeira, no Algarve, praças que voltaria a perder. Foi o primeiro monarca a utilizar o título de Rei de Portugal e dos Algarves. Guerreou muçulmanos e cristãos. Preocupou-se com a reorganização administrativa do território e com a criação de condições para o povoamento das várias áreas do reino. D. Sancho I "O Povoador" Casou com D. Dulce de Aragão 6
  • 16. 7 2º Rei :D. Sancho I (1185-1211) 3º Rei: D.Afonso II 4º D. Sancho II (1211-1223) (1223-1248)
  • 17. Brasão de Armas e Bandeira Quadrada de D. Sancho I a D. Sancho II Sendo o escudo de D. Afonso Henriques (D. Afonso I) de metal (prateado) e carregado a este duas tiras de cabedal pintadas de azul rebitadas, após o seu intensivo uso e do desgaste provocado pelas espadeiradas, estas ficam retalhadas e revelam o metal dos rebites. A sua configuração foi regrada e surgem assim os escudetes carregados de besantes. A descrição heráldica será: campo de prata, cinco escudetes de azul com onze besantes do primeiro, os escudetes laterais virados para o abismo (centro do escudo). As cores da Monarquia Portuguesa são assim o branco (prata do campo) e o azul (dos seus escudetes). Raro a representação com a coroa, mas se assim fosse seria uma coroa aberta (ou ducal) de cinco florões visíveis e três invisíveis, em arco). 8
  • 18. 9 1211 – 1223 - Reinado D. Afonso II "O Gordo" (23 Abril 1185 Coimbra-21 Março 1223 Alcobaça) Casou com D. Urraca 1223 – 1248- Reinado D. Sancho II "O Capelo" (8 Setembro 1202 Coimbra-4 Janeiro 1248 Toledo) Casou com D. Mécia Lopes de Hero 1248 – 1279- Reinado D. Afonso III "O Bolonhês" (5 Maio 1210 Coimbra-16 Fevereiro 1279 Alcobaça) Casou com D. Matilde de Bolonha e com D. Beatriz de Castela
  • 19. D. AFONSO II, O GAFO D. Afonso II (1185-1223), também ficou conhecido como o rei que foi gafo, expressão utilizada para identificar os leprosos, doença que o atacou e deformou. Os primeiros tempos do seu reinado ficaram marcados por conflitos internos com as irmãs e com a grande nobreza. Foi um monarca preocupado com a gestão e organização do reino, implementando um conjunto de leis gerais para assegurar a governação. D. SANCHO II, O CAPELO D. Sancho II (1209-1248) teve um reinado atribulado e turbulento que terminou com a entrega do reino ao irmão mais novo, D. Afonso III. Tinha herdado o trono ainda criança após a morte do pai, D. Afonso II. A tenra idade de D. Sancho deixou o reino aberto a diversos abusos, nomeadamente pela nobreza. As manifestações populares e a intervenção do clero, nomeadamente do Bispo de Braga, levam à intervenção do Papa que lhe retira a coroa. D. AFONSO III, O BOLONHÊS D. Afonso III (1210-1279) era o segundo filho de D. Afonso II e só foi coroado por ordem do Papa Inocêncio IV, que afastou o irmão D. Sancho II. Conquistou o restava em mãos muçulmanas no Algarve e foi considerado um bom administrador. 10
  • 20. D. DINIS, O LAVRADOR • A preocupação de D. Dinis (1261-1325) com o povoamento do território e o desenvolvimento da agricultura valeu-lhe o cognome de O Lavrador. Foi o primeiro rei de Portugal mais governante do que guerreiro. Os forais que deu a muitas localidades estimularam a fixação das populações, beneficiando vastas áreas até então incultas, designadamente na Beira Alta e em Trás-os-Montes. • 1279 - 1325 D. Dinis I "O Lavrador" (9 Outubro 1261 Lisboa-7 Janeiro 1325 Odivelas) Casou com D. Isabel de Aragão • Ao assinar com Fernando IV de Leão e Castela o Tratado de Alcanizes, em 1297, D. Dinis fez da fronteira portuguesa “o mais antigo limite político da Europa”. • Deve-se-lhe também a fundação de uma das universidades mais antigas do mundo. Num documento datado de 1 de Março de 1290, o rei anunciava a criação, em Lisboa, de um Estudo Geral, com “cópia de doutores em todas as artes e robustecida com muitos privilégios”, garantindo ainda a protecção aos estudantes. O papa Nicolau IV confirmou a universidade pela bula De statu regni Portugaliae, de 9 de Agosto do mesmo ano. Ficou instalada em Lisboa, perto de S. Vicente de Fora, onde ainda hoje fica a Rua das Escolas Gerais. Em 1308, D. Dinis decidiu transferir o Estudo Geral para Coimbra. 11
  • 21. Protetor da cultura, o próprio D. Dinis foi poeta. Durante o seu reinado, os documentos oficiais passaram a ser escritos em português. A imagem do rei a mandar plantar o pinhal de Leiria, ao mesmo tempo que cantava “Ai flores, ai flores do verde pino” e já pensava no aproveitamento da madeira para a construção das caravelas das Descobertas foi um mito ensinado nas escolas do Estado Novo. Mas essa lenda tem um fundo de verdade: a importância do pinhal de Leiria na paisagem portuguesa e o fomento da reflorestação no início do século XIV. O rei Lavrador podia também ser chamado Amigo do Ambiente. E não há dúvidas de que deu um impulso decisivo à marinha nacional ao contratar o genovês Manuel Pessanha como almirante, para dirigir as construções navais e organizar a frota, “na paz como na guerra”. D. Dinis “nacionalizou” as ordens religiosas-militares e, ao criar a Ordem de Cristo (1315), salvou os templários portugueses da perseguição movida pelo rei de França Filipe IV, o Belo, e pelo papa Clemente V. O casamento com D. Isabel de Aragão, a Rainha Santa, em 1282, não refreou os ímpetos do rei, que gerou pelo menos meia dúzia de bastardos de diferentes amantes. O especial carinho por um deles, Afonso Sanches, provocou ciúmes ao herdeiro legítimo, o futuro D. Afonso IV, que por causa disso pegou em armas contra o pai e o meio-irmão. A guerra civil durou cinco anos e esteve à beira de uma batalha campal, em Alvalade, então um arrabalde de Lisboa. O banho de sangue terá sido evitado pela Rainha Santa, que, segundo a lenda, se interpôs entre os contendores. 12
  • 22. A relação entre D. Dinis e o filho, o futuro D. Afonso IV, não foi fácil. A mulher de D. Dinis, a rainha Santa Isabel, desdobrou-se em esforços para evitar que o conflito terminasse num banho de sangue. Na fase final do reinado de D. Dinis (1261-1325) existiram vários desentendimentos entre ele e o filho, o futuro D. Afonso IV. D. Dinis temia que o filho o quisesse destronar enquanto o príncipe D. Afonso temia que o pai entregasse o reino ao seu meio-irmão, Afonso Sanches. Pai e filho chegaram a encontrar-se em pleno campo de batalha alinhando exércitos um contra o outro. 13
  • 23. Antes de ser uma lenda, Isabel foi princesa de Aragão, menina de 11 anos dada em casamento ao rei D.Dinis. Culta, sensível, corajosa, generosa, esta rainha não será como as outras: protege os mendigos com o coração e milagres de rosas. Na corte espanhola aragonesa, o nascimento da filha de Pedro III vai pôr fim às discórdias que corriam nesse altura. O seu avô, Jaime I, chama-lhe “rosa da Casa de Aragão”. Isabel é educada para ser rainha, o que acontecerá quando chegar à idade dos 11 anos. Em mais pequena, já mostra inclinação para meditar, rezar e jejuar. A princesa há de abraçar a vida monástica e entrar para um convento mas, até lá, ainda há muita história por contar. Isabel tinha três pretendentes, porém é D. Dinis quem a vai ter a seu lado no trono português. As bases do contrato nupcial ficam assinadas a 24 de abril de 1281. A nova Rainha recebe do marido significativa doação: Óbidos, Porto de Mós, Abrantes e mais 12 castelos. O casamento realiza-se em Barcelona, por procuração, e só dois meses depois os noivos se encontram, pela primeira vez, em terras portuguesas. A rainha acompanha o marido em várias áreas da governação, nomeadamente nas deslocações pelo país e estrangeiro. Chega a ter um papel importante na mediação dos conflitos entre o rei e o irmão D.Afonso, e entre o rei e o príncipe herdeiro. Quando fica viúva, em 1336, retira-se para o convento das Clarissas, em Coimbra. O seu espírito conciliador leva-a a intervir na luta que opõe o filho, o rei Afonso IV, a Afonso XI, rei de Castela. Morre na viagem, em Estremoz. D. Isabel foi amada pelo povo que via nela um anjo protetor. Atenta às necessidades dos mais humildes e carenciados, empenhou-se em criar instituições para acolher e auxiliar doentes e pobres. Mandou edificar hospitais em Coimbra, Santarém e Leiria e albergarias para mulheres. Diz a lenda que o marido não aprovava esta política social de proximidade e que um dia a surpreendeu durante uma das suas ações, perguntando-lhe o que tinha no regaço. Isabel levava pão para distribuir pelos pedintes, mas sabendo como isso desagradava o seu rei, disse que eram rosas. Seria perfeito se não fosse Janeiro, o mês em que as rosas não desabrocham. A rainha, percebeu que tinha sido descoberta e abriu o manto. Em vez de pão, rosas perfeitas caíram-lhe do colo. Estava feito o primeiro milagre. O segundo que lhe foi atribuído, aconteceu 23 dias após a sua morte. A aura já era de santa. Em 1516 é beatificada pelo Papa Leão X e santificada por Urbano VIII. A rainha santa Isabel deixou um invulgar tesouro ao mosteiro de Santa Clara em Coimbra: uma imagem da virgem em ourivesaria primorosa, o relicário de Santo Lenho com um pedaço da Cruz de Cristo, que se perdeu, um colar de granadas e outro guarnecido por outras gemas raras. 14
  • 24. 15 D. Afonso IV (1291-1357) herda um reino próspero, sem grandes problemas económicos ou sociais, mas vai ter de enfrentar a peste negra e vários anos agrícolas muito difíceis que o vão obrigar a publicar as primeiras leis laborais criadas em Portugal. Em 1349 D. Afonso IV foi obrigado a implementar as primeiras leis laborais conhecidas em Portugal, uma preocupação que surgiu na sequência das mortes provocadas pela peste negra, que dizimou parte importante da população, desertificando os campos e fazendo disparar os preços da mão-de-obra. As chamadas leis pragmáticas, instituídas por este monarca, vão ainda normalizar práticas sociais, impondo por exemplo limites no tipo de vestuário ou no número de pratos que podem ser consumidos diariamente pelas diversas classes sociais. D. Afonso IV vai também ordenar a morte de Dona Inês de Castro, com o objetivo de diminuir a influência desta fidalga espanhola sobre o filho D. Pedro I. Este assassinato vai desencadear a revolta do futuro rei contra o pai, de que resultará uma guerra civil que vai devastar o norte do país. Reinado (1325 – 1357) D. Afonso IV "O Bravo" (8 Fevereiro 1291 Coimbra-28 Maio 1357 Lisboa) Casou com D. Beatriz de Molina e Castela
  • 25. Rei D. Afonso IV Único filho varão de D. Dinis e D. Isabel de Aragão, logo à nascença estava predestinado a substituir o pai na governação, o que veio a acontecer. O responsável pela educação do último dos Afonsos da Primeira Dinastia foi o mestre D. Martim Pires de Oliveira, arcebispo de Braga. Apesar do seu reinado ter ficado marcado por disputas, sobretudo familiares, conseguiu implementar uma boa organização e administração interna. D. Afonso IV desenvolveu a Marinha, sendo o impulsionador das primeiras viagens às ilhas Canárias, tornando-se precursor dos Descobrimentos. 16 O final do seu reinado ficou marcado por um mal que viria a deixar o reino em profunda crise, a peste negra. Fez-se enterrar na capela- mor da Sé de Lisboa. A seu lado jaz D. Beatriz.
  • 26. Reinado (1357 – 1367) D. Pedro I "O Justiceiro" (18 Abril 1320 Coimbra-18 Janeiro 1367 Alcobaça) Casou com D. Constança Manuel e com D. Inês de Castro D. Pedro I, o Romeu português D. Pedro I (1320-1367) é especialmente conhecido pelo seu caso com Inês de Castro, mandada assassinar por seu pai. Pedro e Inês ficaram na história portuguesa como um casal onde o amor trouxe a tragédia. D. Pedro era casado em segundas núpcias com Constança Manuel, mas apaixonou-se por uma aia chamada Inês de Castro. O caso foi tão intenso que o pai ordenou a morte da amante. D. Pedro rebelou-se contra ele. Apaziguadas as relações foi introduzido nos negócios do estado, mas não esqueceu a morte de Inês.. Após a morte do pai mandou matar os homens que tinha executado o homicídio. Ordenou ainda a coroação de Inês de Castro, apesar desta estar morta. Ficou conhecido como “Justiceiro” ou o “Cru”. 17
  • 27. 18 Os castigos de D. Pedro I, "o Cru" D. Pedro I (1320-1367) perdoou apenas a um dos homens incumbidos pelo pai de matar Inês de Castro. Os outros tiveram uma morte terrível. Ficou conhecido com os cognomes de “Justiceiro” ou “Cru”, pela forma como mandou matar os homens encarregados pelo pai de assassinar a amante e mãe de alguns dos seus filhos considerados bastardos, Inês de Castro. A dois deles foram arrancados o coração. Apenas um foi perdoado, porque se tratava de um amigo de infância, mas foi exilado. D. Pedro coroou Inês de Castro logo que assumiu o trono e, depois da morte, foi sepultado no Mosteiro de Alcobaça junto dela.
  • 28. D. Fernando I, o último rei da primeira dinastia • D. Fernando I (1345-1383) foi o último rei da primeira dinastia. Envolveu-se em três conflitos com Castela, saindo sempre derrotado. É durante o seu reinado que nasce a aliança luso-britânica. 1367 - 1383 D. Fernando I "O Formoso" (31 Outubro 1345-22 Outubro 1383 Santarém) Casou com D. Leonor de Telles • É o último monarca da primeira dinastia. Após a sua morte desencadeia-se crise de 1383/85 que vai culminar com a subida ao poder de D. João I, Mestre de Avis. • Teve uma indecisa política de casamentos e alianças. • Viu-se envolvido em vários recontros militares com os vizinhos de Castela que nunca conseguiu vencer. 19
  • 29. D. Fernando I, o último rei da primeira dinastia • D. Fernando, que faleceu provavelmente vítima de tuberculose, havia pedido para ser sepultado no Convento de S. Francisco de Santarém, com um hábito franciscano. Porém, jaz no Convento do Carmo, em Lisboa. • Homem inteligente, considerado por muitos como um bom administrador e responsável por algumas medidas importantes para o reino, é igualmente recordado pelas escolhas polémicas que fez ao longo do seu reinado. Segundo reza a história, morreu amargurado e arrependido de todos os erros estratégicos que cometeu. • Nono rei de Portugal e último da primeira dinastia, deu origem a um período de forte instabilidade dinástica que ficaria conhecido como a Crise de 1383-1385 e que acabaria por levar à criação da dinastia de Avis. 20
  • 30. 21
  • 31. Crise de 1383 - 1385 O Interregno 22
  • 32. 23
  • 33. 22
  • 34. 23
  • 35. 23
  • 36. 24
  • 37. 24
  • 38. Resumindo: Primeira Dinastia – Afonsina/Borgonha • 1 º Rei D. Afonso Henriques ( Afonso I): 1143 – 1185 • Sepultado : Mosteiro de Santa Cruz Coimbra • 2º Rei D. Sancho I: 1185 – 1211/ Sepultado: Mosteiro de Alcobaça Mt. St.Cruz Mt. De Alcobaça 25
  • 39. Resumindo: Primeira Dinastia – Afonsina/Borgonha 3º Rei D. Afonso II • Reinado :(1211 – 1223) • Sepultado: Mosteiro de Alcobaça • 5º Rei D. Afonso III • Reinado: (1248 – 1279) • Sepultado: Mosteiro de Alcobaça • 7º Rei D. Afonso IV:(1325 1357) • Sepultado: Sé Catedral de Lisboa 4º Rei D.Sancho II • Reinado: (1223 – 1248) • Sepultado: Toledo ? • 6º Rei D. Dinis (1279 – 1325) • Sepultado: Mosteiro de Odivelas • 8º Rei D. Pedro I (1357 – 1367) • Sepultado: Mosteiro de Alcobaça 26
  • 40. Resumindo: Primeira Dinastia – Afonsina/Borgonha 27 Sé Catedral de Lisboa Mosteiro de Alcobaça Mosteiro de Odivelas
  • 41. Resumindo: Primeira Dinastia – Afonsina/Borgonha Reinado: (1367 – 1383) D. Fernando Sepultado : Convento do Carmo Lisboa 28
  • 42. 29
  • 43.
  • 44. O Gótico Em Portugal o estilo Gótico aparece no final do século XII com a construção do Mosteiro de Alcobaça em 1178. Este mosteiro foi mandado construir por D. Afonso Henriques e é a primeira obra totalmente gótica a surgir em Portugal. A expansão da arquitectura gótica em Portugal deveu muito às ordens religiosas mendicantes (franciscanos, dominicanos, carmelitas, agostinhos), que construíram vários mosteiros em cidades portuguesas nos séculos XIII e XIV. Podemos dizer que o estilo gótico tem uma representação mais marcada no Mosteiro da Batalha que foi mandado construir por D. João I para comemorar a vitória na batalha de Aljubarrota. Também a Igreja da Graça, localizada no Largo Pedro Álvares Cabral (também conhecido como Largo da Graça), em pleno centro histórico da cidade de Santarém é uma boa representante de uma arquitectura gótica. O gótico em Portugal foi um movimento artístico que se centrou no desenvolvimento da arquitectura e artes plásticas, focada sobretudo nas construções religiosas. Apareceu no final do século XII e prolongou-se através do estilo Manuelino (gótico tardio) até ao século XV. O Mosteiro, fundado pelo primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, para a Ordem Cisterciense, é a primeira obra totalmente gótica de Portugal.
  • 45. O Gótico A expansão da arquitectura gótica em Portugal deveu muito às ordens religiosas mendicantes (franciscanos, dominicanos, carmelitas, agostinhos), que construíram vários mosteiros em cidades portuguesas nos séculos XIII e XIV. Gótico mendicante : são as igrejas franciscanas e dominicanas de Santarém e Guimarães, o Mosteiro de Santa Clara- a-Velha em Coimbra (hoje em ruínas), Mosteiro de São Francisco do Porto, Igreja do Convento do Carmo em Lisboa (hoje em ruínas e usado como museu arqueológico) e muitas outras. Também as ordens medievais militares contribuíram para a expansão do gótico, por exemplo com Igreja de São João de Alporão de Santarém e o Mosteiro de Leça do Bailio (pertencente aos Cavaleiros Hospitalários), e com a Igreja de Santa Maria dos Olivais de Tomar(fundada pelos Cavaleiros Templários). Algumas catedrais portuguesas também foram construídas em estilo gótico, como a Sé de Évora (séc XIII-XIV), a Sé de Silves (séc XIV-XV) e a Sé da Guarda (finais séc XIV-XVI). Um marco na arquitectura gótica portuguesa é o Mosteiro da Batalha, construído a mando do rei D. João I para comemorar a vitória na Batalha de Aljubarrota contra os castelhanos. A obra do mosteiro, começada em 1388 e que seguiu até o século XVI, introduziu o gótico internacional flamejante em Portugal, distanciando-se da estética mendicante. Esse mosteiro influenciaria muitas obras de Portugal do século XV, como a Igreja da Graça de Santarém, a capela do Castelo de Leiria, a Sé da Guarda, o Convento de Nossa Senhora da Conceição de Beja, entre outros.
  • 46. O Gótico Na escultura destacam-se os túmulos de D. Pedro I e de Inês de Castro, no Mosteiro de Alcobaça (séc XIV), os túmulos reais do Mosteiro da Batalha (séc XV), os túmulos da Sé de Lisboa, e das Sés de Braga e Évora (sécs XIV-XV) e muitos outros. Na pintura destaca-se Nuno Gonçalves e os Panéis de São Vicente (cerca de 1470), atribuídos a ele e hoje no Museu Nacional de Arte Antiga de Lisboa. Durante o século XV e início do século XVI, os estilos gótico e manuelino foram levados pelos portugueses a seus domínios d'além mar, particularmente as ilhas atlânticas dos Açores e Madeira. Por exemplo, a Sé do Funchal (capital da Ilha da Madeira), construída entre 1493 e 1514, é uma típica igreja gótica-manuelina. No Brasil, por outro lado, não há construções góticas ou manuelinas, devido a que a colonização do território começou a partir de 1530, quando o estilo renascentista já era o estilo usado em Portugal. Além da arquitectura religiosa, muitos castelos foram construídos e/ou reformados em estilo gótico em Portugal, como os Castelos de Leiria, Estremoz, Beja, Bragança e Santa Maria da Feira. O dissolução do gótico pelo estilo renascentista ocorreu lentamente, sendo o estilo intermediário chamado manuelino devido a que coincidiu com o reinado do rei D. Manuel I(1495-1521). O manuelino mistura formas arquitetónicas do gótico final com a decoração gótica e renascentista, criando um estilo tipicamente português. A partir do Mosteiro de Jesus de Setúbal, considerado a primeira obra manuelina, o estilo se espalha por Portugal e atinge o ápice com a Torre de Belém e o Mosteiro dos Jerónimos, ambos em Belém (Lisboa), a Igreja do Convento de Cristo de Tomar, as Capelas Imperfeitas e Claustro Real do Mosteiro da Batalha, além de muitos outros monumentos.
  • 48. Os acontecimentos que ocorreram antes do reinado de D. João I – 1º Rei 30
  • 49. Os acontecimentos que ocorreram antes do reinado de D. João I – 1º Rei A 6 de Dezembro de 1383, o Mestre de Avis com o apoio de alguns nobres, entre eles o irmão da rainha, vai ao paço e mata o conde Andeiro. Um pajem corre a cavalo por Lisboa a gritar que matavam o Mestre. Álvaro Pais que estava metido na conspiração convence o povo de que o Mestre precisava de ajuda. O povo vai ao palácio e ameaça deitar-lhe fogo. O Mestre aparece à janela e diz estar bem. É proposto à rainha casar com o Mestre de Avis, mas ela recusa. Foge depois para Alenquer e dali para Santarém. No dia 16, o povo de Lisboa aclama o Mestre de Avis Regedor e Defensor do Reino. Ocupava este cargo em novo do irmão D. João, que estava em Toledo e é preso pelo rei de Castela quando soube do sucedido. No fim do mês, Nuno Álvares consegue ocupar o castelo de S. Jorge. Foi a primeira vitória. 31
  • 50. Batalhas pela Independência Batalha de Trancoso (1385) A Batalha dos Atoleiros (6 de Abril de 1384) Entretanto, um pequeno exército português, chefiado por D. Nuno Álvares Pereira (que apoiava o Mestre de Avis) vence os castelhanos na batalha dos Atoleiros com uma táctica inovadora na Península. O aparecimento da peste nas tropas sitiantes de Lisboa obrigou o rei de Castela a se retirar para o seu próprio reino. 32 Aljubarrota, a batalha que segurou a independência É uma batalha decisiva para assegurar a independência do país face a Castela, a potência vizinha que tencionava incorporar Portugal no seu reino. A batalha desenrola-se na tarde de 14 de Agosto de 1385, no Chão da Feira, na zona de Aljubarrota. De um lado estão sete mil portugueses e algumas centenas de britânicos e do outros cerca de 40 mil espanhóis e franceses. A posição escolhida por Nuno Álvares Pereira, Condestável de D. João I, as defesas e o tipo de armamento que se posiciona no campo de batalha vão decidir a vitória para o lado português, e uma derrota pesada para o adversário. Depois de dois anos de confrontos a vitória é tão esmagadora que assegura a D. João I a continuidade no trono português.
  • 51. D. João I, de Mestre a rei 33 D. João I (1357-1433) era filho bastardo de D. Pedro I e Mestre da Ordem de Avis. Torna-se líder da fação adversária à ligação de Portugal a Castela, defendida pela rainha viúva. Reclama a coroa. Durante o seu reinado os portugueses conquistam Ceuta. 1385 - 1433 D. João I "O de Boa Memória" (11 Abril 1357 Lisboa-14 Agosto 1433 Batalha) Casou com D. Filipa de Lancastre Contrário à ligação politica com Espanha é coroado em Portugal depois de afastar a rainha e o Conde Andeiro, seu amante. Vê-se abandonado por muitos nobres que se passam para Espanha, mas mesmo assim consegue que a maior parte do país fique do seu lado. Com o apoio de Nuno Álvares Pereira organiza um exército que faz frente a diversas investidas espanholas do rei Juan I. As forças castelhanas são definitivamente batidas na batalha de Aljubarrota. É o primeiro monarca a investir na expansão do reino para o Norte de África, conquistando Ceuta aos mouros.
  • 52. D. João I, de Mestre a rei 34 Com a subida ao trono do Mestre de Avis,[1] D. João, produziu-se nova quebra na continuidade dinástica, já que não era filho legítimo de D. Pedro I; assim sendo, para se distinguir do predecessor (o seu meio irmão D. Fernando I), adicionou às armas nacionais a flor-de-lis verde que constituía o símbolo da Ordem de Avis, ficando cada uma das quatro pontas visível sobre a bordadura dos castelos.
  • 53. A DEVOÇÃO DO MESTRE DE AVIS À SENHORA DA OLIVEIRA 35 “ eu vos peço Senhora de grande mercê, assim como vós ao dito rei D. Afonso Henrique foste princípio deste reino, sejais a mim vosso devoto defensor dele.” Tal como Afonso, também João teve uma visão mística antes da batalha: depois de ter dado um “grandes espirro”, que tomou “por um grande agouro”, viu em sonhos a Igreja da Oliveira, de Guimarães, percebendo que se deveria encomendar à Senhora da Oliveira. Assim o fez: Vencida a batalha, D. João I de Portugal dirigiu-se a Guimarães em cumprimento de promessa. Junto ao altar da Senhora da Oliveira, cumpriu o seu voto, fazendo um conjunto significativo de doações, que incluíram o pelote e a lança que usara em Aljubarrota. Na mesma altura, tomou a decisão de mandar fazer de novo a Colegiada da Oliveira, para cujos trabalhos terá enviado cem castelhanos feitos cativos em Aljubarrota.
  • 54. Dados Importantes CONQUISTA DE CEUTA Cerca de 20 mil homens, embarcados em Lisboa, conquistam a praça africana de Ceuta no dia 22 de Agosto de 1415. Tratava-se de uma importante cidade comercial do mundo muçulmano do mediterrâneo. Causas bélicas, económicas e políticas são apontadas como razões para este primeiro passo naquilo que será a expansão portuguesa para África. Ínclita geração: os 6 infantes que prestigiaram Portugal no Mundo A expressão refere-se ao valor individual destes príncipes – os que chegaram à idade adulta, uma vez que os dois primeiros filhos do casal morreram ainda crianças – que se destacaram em sua época pelo seu elevado grau de educação, valor militar, grande sabedoria e predominância na vida pública portuguesa. Foram eles: 1. Infante D. Duarte (1391-1438), que foi rei de Portugal (1433-1438); 2. Pedro, Duque de Coimbra (1392-1449); 3. Henrique, Duque de Viseu (1394-1460); 4. Isabel de Portugal, Duquesa da Borgonha (1397-1471); 5. João, Infante de Portugal (1400-1442); 6. Fernando, o Infante Santo (1402-1433). 3 6
  • 55. Ínclita geração: os 6 infantes que prestigiaram Portugal no Mundo 37 1. Infante D. Duarte (1391-1438), que foi rei de Portugal (1433-1438); 2. Pedro, Duque de Coimbra (1392-1449), senhor de grande cultura e muito viajado, conhecido como “Príncipe das Sete Partidas” e considerado o príncipe mais culto da sua época; foi regente de Afonso V de Portugal, seu sobrinho; veio a falecer em combate na Batalha de Alfarrobeira. 3. Henrique, Duque de Viseu (1394-1460), conhecido como “Henrique, O Navegador”, foi o grande promotor e impulsionador dos Descobrimentos portugueses. Em 25 de Maio de 1420, D. Henrique foi nomeado Grão-Mestre da Ordem de Cristo (titular em Portugal do património da Ordem dos Templários), cargo que deteve até ao fim da vida. No que concerne ao seu interesse na exploração do oceano Atlântico, o cargo e os recursos da ordem foram decisivos ao longo da década de 1440. Até à época do Infante D. Henrique, o cabo Bojador era para os europeus o ponto conhecido mais meridional na costa de África. Gil Eanes, que comandou uma das expedições, foi o primeiro a ultrapassá-lo (1434), eliminando os medos então vigentes quanto ao desconhecido que para lá do cabo se encontraria.
  • 56. Ínclita geração: os 6 infantes que prestigiaram Portugal no Mundo 4. Isabel de Portugal, Duquesa da Borgonha (1397-1471), casada com Filipe III, Duque da Borgonha, actuou em nome do marido em vários encontros diplomáticos e é considerada como a verdadeira governante da província francesa da Borgonha no seu tempo. Em honra deste casamento, o Duque criou a Ordem do Tosão de Ouro. 5. João, Infante de Portugal (1400-1442), designado em 1418 mestre da Ordem de Santiago, condestável de Portugal (1431-1442) e avô da rainha Isabel de Castela e do rei Manuel I de Portugal. No início do reinado do seu sobrinho Afonso V de Portugal, a regência do reino foi entregue a Leonor de Aragão, a rainha mãe. Esta decisão testamentária do falecido rei provocou contestação popular e ameaças de motins em Lisboa. Foi João que se instalou na capital, para evitar uma rebelião. Depois, recusando as ofertas de aliança de Leonor e Afonso, Conde de Barcelos (o futuro Duque de Bragança), defendeu a realização de cortespara nomear o duque de Coimbra novo regente. 38 6. Fernando, o Infante Santo (1402-1433), faleceu como refém no cativeiro muçulmano em Fez, diante da recusa do Infante D. Henrique em devolver Ceuta, sacrificado assim aos interesses do país.
  • 57.
  • 58. D. DUARTE, O ELOQUENTE D. Duarte teve um curto reinado de 5 anos, mas conseguiu reforçar o poder da monarquia e tentou expandir-se para Marrocos, com resultados nem sempre positivos. Apostou também nas viagens marítimas ao longo da costa africana. Foi durante o seu reinado que navios os portugueses passaram o cabo Bojador. 2º Rei D.Duarte / Reinado: (1433 – 1438) D. Duarte I "O Eloquente" (31 Outubro 1391 Viseu-9 Setembro 1438 Batalha) Casou com D. Leonor de Aragão 39 Em 1433 sucedeu a seu pai. Num curto reinado de cinco anos deu continuidade à política exploração marítima e de conquistas em África. O seu irmão Henrique estabeleceu-se em Sagres, de onde dirigiu as primeiras navegações e, em 1434, Gil Eanes dobrou o Cabo Bojador. Numa campanha mal sucedida a Tânger o seu irmão D. Fernando foi capturado e morreu em cativeiro. D. Duarte interessou-se pela cultura e escreveu várias obras, como o Leal Conselheiro e o Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda Sela. Preparava uma revisão da legislação portuguesa quando morreu, vitimado pela peste. Prosseguiu a expansão marítima e territorial para Marrocos, já sob a influência do Infante D. Henrique. D. Duarte mandou também compilar a legislação do reino, um trabalho que só será concluído no reinado de D. Afonso V, ficando conhecidas por “Ordenações Afonsinas”. É também autor de várias obras relacionadas com caça, poesia e política.
  • 59. Quem fundou as Misericórdias? Fernando, Infante de Portugal seu Irmão Rei D. Afonso V Leonor de Avis ou Leonor de Portugal ou Leonor de Lencastre ou Infanta Leonor ( filha) o patrocínio de obras religiosas, e sobretudo na assistência social aos pobres: assim, encorajou, fomentou e financiou o projecto de Frei Miguel Contreiras de estabelecimento de Misericórdias gerida por irmandades em todo o reino, notável iniciativa precursora em toda a Europa. A rede de Misericórdias portuguesa chegou até aos nossos dias, sempre activa no papel social e caritativo a que a rainha a destinou. Duque de Viseu
  • 60. D. AFONSO V, O AFRICANO Reinado (1438 – 1481) D. Afonso V "O Africano" (15 Janeiro 1432 Sintra-28 Agosto 1481 Batalha) Casou com D. Isabel de Lancastre D. Afonso V ficou conhecido como "O Africano" porque o seu reinado foi marcado pela expansão militar para Marrocos. Entrou também em guerra com Castela para defender os direitos de uma sobrinha, mas perdeu o confronto quando não conseguiu vencer a batalha de Toro. Reconhece no tratado de Alcáçovas os direitos dos reis católicos. D. JOÃO II, O PRÍNCIPE PERFEITO Reinado(1481 – 1495) D. João II "O Príncipe Perfeito" (3 Maio 1455 Lisboa-25 Outubro 1495 Batalha) Casou com D. Leonor de Viseu D. João II fortaleceu a expansão marítima ao longo da costa africana e preparou expedições para destinos mais longínquos, como a viagem de Vasco da Gama à Índia. Desejou uma união Ibérica, mas a morte prematura do filho, D. Afonso, prometido à primogénita de Espanha, deitou por terra essas pretensões. 40
  • 61. D. JOÃO II, O PRÍNCIPE PERFEITO Reinado(1481 – 1495) 41 D. João II prosseguia os Descobrimentos marítimos. Sob as suas ordens, Bartolomeu Dias dobrou o Cabo das Tormentas, rebaptizado da Boa Esperança, em 1488. As caravelas portuguesas esquadrinharam o Atlântico Sul, trazendo informações que lhe permitiram negociar com vantagem , os limites das zonas de navegação e conquista no Tratado de Tordesilhas, em 1494, garantindo para Portugal a posse do Brasil. Os seus geógrafos e cosmógrafos punham-no a par do estado da arte dos conhecimentos científicos, levando- o a rejeitar os cálculos errados de Colombo. E foi D. João II quem planeou e aprontou a viagem de descoberta do caminho marítimo para a Índia e nomeou Vasco da Gama para a comandar. Deprimido pela morte prematura do filho único, D. Afonso, e impedido de legitimar o bastardo D. Jorge, D. João II passou os últimos meses de vida em agonia, agravada na fase final por um mais que provável envenenamento. Morreu aos 40 anos, em Alvor, abandonado pela corte e até pela mulher. D. Leonor .
  • 62. 42 Reinado (1495 – 1521) D. MANUEL I, O VENTUROSO D. Manuel I (1469-1521) é primo e protegido de D. João II assumindo a coroa após a sua morte. Teve como cognome "O Venturoso". Incentivou a expansão marítima e foi durante o seu reinado que se concluíram viagens como a de Vasco da Gama à Índia ou Pedro Alvares Cabral ao Brasil. No plano interno instituiu políticas que levaram a conversão ou expulsão dos judeus do reino D. Manuel I "O Venturoso" (31 Maio 1469 Alcochete-13 Dezembro 1521 Belém) Casou com D. Isabel de Castela, D. Maria de Castela e com D. Leonor. Astuto e empenhado na expansão do reino é ainda o patrocinador de um estilo arquitetónico próprio: O Manuelino. Trata-se de uma corrente do barroco, exclusiva de Portugal e que apresenta motivos marítimos. Arquitetura original, arte decorativa exuberante ou simplesmente uma variação do gótico final? As teses são muitas, mas certo é que este estilo tem características únicas e bem portuguesas. O manuelino desenvolveu-se no reinado de D. Manuel I (1491-1521), no auge da expansão marítima, viagens que inspiram muitos dos elementos naturalistas e “vegetalistas” desta complexa ornamentação, exagerada e ampliada. São conchas, cordas, corais, folhas, alcachofras, animais, seres imaginários e exóticos, saídos da epopeia dos grandes mares que cobrem janelas, portas, arcadas, colunas e rosáceas. A esfera armilar, símbolo do poder régio, e a cruz da ordem de Cristo, símbolo do poder divino, são os motivos mais importantes da arte manuelina.
  • 63. 43 D. JOÃO III,O PIEDOSO 1521 - 1557 D. João III "O Piedoso" (6 Junho 1502 Lisboa-11 Junho 1557 Belém) Casou com D. Catarina de Áustria A DESCOBERTA DO BRASIL Uma esquadra de 13 navios chega ao Brasil no dia 22 de Abril de 1500. Comandados por Pedro Alvares Cabral, os navios dirigiam-se para a Índia mas um desvio na rota levou-os até à costa da América do sul. A descoberta foi anunciada como acidental, mas há historiadores que acreditam que aqueles territórios já haviam sido referenciados antes D. João III debateu-se com problemas de gestão do Império que se estendia por quatro continentes. Devido à falta de retorno económico, abandonou algumas praças africanas. Deu os primeiros passos no povoamento do Brasil.
  • 64. D. SEBASTIÃO, O DESEJADO • D. Sebastião (1554-1578) D. Sebastião I "O Desejado" (20 Janeiro 1554 Lisboa-4 Agosto 1578 África) Não Casou transformou-se num mito após o seu desaparecimento na batalha de Alcácer Quibir, no norte de África. A sua morte abriu as portas à crise dinástica que vai colocar os reis de Espanha no trono português. • D. Sebastião era neto de D. João III e o seu nascimento foi muito festejado por se temer um problema de sucessão na coroa portuguesa. • Religioso e militar zeloso, empenhou-se na preparação de um exército para combater os Mouros e em ganhar prestígio militar. • Morreu no Norte de África, na batalha de Alcácer Quibir, sem deixar descendência, abrindo caminho para a entrega da coroa portuguesa aos Filipes de Espanha. • À sua volta nasceu o mito do “Sebastianismo”, a esperança de que regressaria um dia, numa manhã de nevoeiro, para salvar o país de todos os seus problemas. 44
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  • 66. 45
  • 67. O Renascimento em PT O Renascimento em Portugal refere-se à influência e evolução do Renascimento em Portugal, de meados do século XV a finais do século XVI. O movimento cultural que assinalou o final da Idade Média e o início da Idade Moderna foi marcado por transformações em muitas áreas da vida humana. Embora o Renascimento italiano tenha tido um impacto modesto na arte, os portugueses foram influentes no alargamento da visão do mundo dos europeus,[1] estimulando a curiosidade humanista. Como pioneiro da exploração europeia, Portugal floresceu no final do século XV com as navegações para o oriente, auferindo lucros imensos que fizeram crescer a burguesia comercial e enriquecer a nobreza, permitindo luxos e o cultivar do espírito. O contacto com o Renascimento chegou através da influência de ricos mercadores italianos e flamengos que investiam no comércio marítimo. O contato comercial com a França, Espanha e Inglaterra era assíduo, e o intercâmbio cultural se intensificou... Painéis de São Vicente de Fora, obra-prima da pintura portuguesa do século XV com um estilo seco mas poderosamente realista, se retratam figuras proeminentes da corte portuguesa, Nuno Gonçalves (1470-1480)
  • 68. 46 DA CRISE DE SUCESSÃO À RESTAURAÇÃO O "desaparecimento" de D. Sebastião desencadeou uma crise de sucessão em Portugal. Nesta cronologia percorremos os acontecimentos que levaram ao final da dinastia de Avis até à Independência Portuguesa sobre o domínio espanhol. Desde da crise de sucessão originada pelo desaparecimento de D. Sebastião até à restauração da independência. Os dilemas de D.Henrique, o rei-cardeal A notícia da morte de D. Sebastião em Alcácer Quibir chegou a Lisboa com alguma rapidez, mas foi mantida em segredo durante algum tempo. A esperança no futuro da coroa recaiu sobre D. Henrique, um clérigo, idoso, incapaz de gerar ou escolher um sucessor. O cardeal solicitou ao Papa autorização para poder casar e ter filhos, mas foi incapaz de gerar um filho. Sem qualquer descendente direto da dinastia de Avis, acreditou-se que D. Henrique nomeasse pessoalmente um sucessor, resolvendo assim a crise dinástica, mas este entendeu passar essa responsabilidade para as cortes. Apesar destas terem reunido não foi tomada qualquer decisão até à altura da morte do monarca. Três nomes ficaram, assim, perfilados para assumir a coroa: D. Catarina, D. António Prior do Crato e Filipe II de Espanha. O trono seria tomado por aquele último. 1578 - 1580 D. Henrique I "O Casto" (31 Janeiro 1512 Almeirim-31 Janeiro 1580) Não Casou 1580 - 1580 D. António I "O Determinado" (1531 Lisboa-26 Agosto 1595 Paris) Não Casou
  • 70. Dinastia de Avis Mosteiro da Batalha Sepultado D. João I e sua esposa Filipa de Lencastre na capela do Fundador Sepultado D. Duarte e sua esposa nas capelas imperfeitas Panteão de D. Duarte, usualmente conhecido por Capelas Imperfeitas Sepultado D. Afonso V na capela do fundador Sepultado D. João II na capela do fundador Encostada à direita da fachada principal ergue-se a Capela do Fundador. Não estando prevista no plano inicial do Mosteiro, deve-se à decisão de D. João I de fazer um panteão familiar, tendo cabido a mestre Huguet a responsabilidade do seu planeamento e construção,
  • 71. Dinastia de Avis Foi D. Manuel I o fundador do Mosteiro dos Jerónimos, tendo sido sepultado na capela-mor da igreja juntamente com a sua segunda mulher a rainha D. Maria Em 1582, Filipe I de Portugal mandou trasladar para o Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, um corpo que se alegava ser o do rei desaparecido, na esperança de acabar com o sebastianismo, o que não resultou, nem se pôde comprovar ser o corpo realmente o de Sebastião I. O Túmulo de Mármore, que repousa sobre dois elefantes, pode ainda hoje ser observado em Lisboa. D. Sebastião
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  • 78. D. João IV, o rei da restauração D. João IV(1640 – 1656) D. João IV "O Restaurador" (19 Março 1604 V. Viçosa-6 Novembro 1656 Lisboa) Casou com Dona Luísa Francisca de Gusmão abriu as portas à dinastia de Bragança. Tinha sido sondado para assumir a coroa antes das revoltas de 1640. Hesitou mas acabou por ser coroado. Coroado na sequência da revolução de 1640, que levou à restauração da independência face a Espanha, foi um monarca empenhado na recuperação e reforço do exército e das colónias. Várias colónias portuguesas encontravam-se ocupadas ou em risco depois de terem sido descuradas durante o período filipino. É o percursor da última dinastia, a de Bragança, antes da implementação da república.
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  • 83. 56 D. AFONSO VI, O VITORIOSO D. Afonso VI (1643-1683) tinha problemas físicos e mentais. Assumiu a gestão do reino com 13 anos, mas foi afastado pela mãe que oferece o trono ao irmão, D. Pedro. Um golpe de Estado coloca-o de novo no trono, mas por pouco tempo. Morre encarcerado no Palácio de Sintra. D. Afonso VI "O Vitorioso" (21 Agosto 1643 Lisboa-12 Setembro 1683 Lisboa) Casou com Dona Maria Francisca Luísa Isabel d´Aumale e Sabóia, ou de Sabóia-Nemours
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  • 86. 59 D. PEDRO II, O PACÍFICO Sobre ao trono por incapacidade do irmão. D. Pedro II (1648-1706) encontra um reino em grandes dificuldades. A descoberta de ouro e pedras preciosas no Brasil salvam a economia nacional. Envolve-se na guerra da sucessão espanhola, mas toma partido ao lado dos derrotados.
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  • 90. A sucessão de D. João V é assegurada pelo seu filho D. José. A abundância de recursos mantém a política de esplendor e ostentação, graças aos diamantes e metais preciosos do Brasil, permitindo uma arquitectura de luxo, bem como programas decorativos modernos, seguindo o gosto da época. O Rococó (da palavra francesa rocaille, que significa "concha"). Rococó em Portugal É uma arquitectura que segue a grande corrente internacional muito decorada, e, devido ao granito escuro em contraste com as paredes brancas, de perfil claramente português. A decoração é naturalista, baseada principalmente em concheados e folhas de acanto, mas também elementos arquitectónicos e escultura. O Pombalino é de novo, tal como a arquitectura Chã, fruto da necessidade e do espírito de iniciativa de Portugal. Recebe este nome devido ao Marquês de Pombal, poderoso ministro de D. José, principal impulsionador da reconstrução e verdadeiro governante do reino, sem o qual não teria sido possível obra de tamanha envergadura. Também é fundamental a referência aos arquitectos Manuel da Maia e Carlos Mardel, verdadeiros autores das propostas apresentadas. Exemplos da arquitetura rococó em PT: Nossa Senhora dos Remédios em Lamego
  • 91. 63 D. João V "O Magnânimo" (22 Outubro 1689 Lisboa-31 Julho 1750 Lisboa) Casou com Dona Maria Anna Josefa, arquiduquesa de Áustria O reinado de D. João V (1689-1750) beneficiou com a descoberta do ouro no Brasil, uma riqueza que permitiu ao país lançar um vasto número de obras monumentais, investir no ensino e também a implementação de uma monarquia absolutista.
  • 92. João V, um reinado de ouro Teve a sorte de ser o chefe de Estado mais rico da história de Portugal e ainda hoje é lembrado como o Magnânimo. D. João V (1689-1750) ocupou o trono durante quase toda a primeira metade do século XVIII e o seu reinado poderia ser resumido a uma palavra mágica: o “quinto”. Magnânimo não quer dizer perdulário: D. João V gastou – ou investiu – a fabulosa riqueza posta à sua disposição em obras que se tornaram ícones do património nacional, como o palácio e convento de Mafra ou a Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra. O Aqueduto das Águas Livres (que tem o maior arco em ogiva, em pedra, do mundo, com 65,29 metros de altura e 28,86 metros de largura) resistiu ao terramoto de 1755 e abasteceu de água os moradores de Lisboa até à década de 1960. A luxuosa embaixada ao papa Clemente XI, em 1716, não foi só para deixar os cardeais e o povo de Roma espantados com os coches que continuam a atrair turistas no museu que foi durante décadas o mais visitado de Portugal. Serviu para obter importantes vitórias diplomáticas, colocando o país na primeira linha das potências europeias: o Patriarcado de Lisboa e o título de Majestade Fidelíssima. Apesar destas riquezas, ou talvez devido a elas, o rei é também acusado de ter deixado definhar a indústria portuguesa, nomeadamente, a tecelagem até porque Portugal estava submetido ao Tratado de Methuen, um acordo comercial assinado com o Reino Unido que facilitava as trocas do vinho do Porto português pelos tecidos britânicos. Na fase final do seu reinado D. João V adoeceu e o ouro vindo do Brasil também começou a escassear, situação que lançou o país numa crise económica e anarquia social. 64
  • 93. 65
  • 94. 67
  • 95. 68 D. JOSÉ I, O REFORMADOR D. José I (1714-1777) faz diversas remodelações na administração do reino e é durante este período que assume papel preponderante, enquanto ministro, o Marquês de Pombal. Envolve- se em guerras com Espanha e França. Expulsa os jesuítas. É rei quando se regista o terramoto de 1755.
  • 96. 69 D. José, o rei que mandou reconstruir Lisboa D. José (1714-1777) remodela a administração do reino e é nessa altura que assume papel preponderante, como ministro, o Marquês de Pombal. É durante o seu reinado que acontece o terramoto de 1755. Reinou durante 27 anos, sendo monarca quando se dá o terramotode 1755. Apesar de não ser reconhecido como um monarca muito interventivo, foi ele que nomeou ministro o Marquês de Pombal que tem papel fundamental no período pós terramoto e na reconstrução da capital portuguesa. Aplica-se na remodelação da administração do reino e aprova a expulsão dos jesuítas. Envolve-se em guerras com Espanha e França.
  • 97. 70 D. José I "O Reformador" (6 Junho 1714 Lisboa-24 Fevereiro 1777 Lisboa) Casou com D. Mariana Vitória de Bourbon
  • 98. TERRAMOTO DE LISBOA 1755 Foi o mais destrutivo sismo de que há registo no nosso país. O sul e a capital sofreram grandes estragos e mortandade. Em Lisboa a situação agravou-se devido a um incêndio e ao maremoto que se seguiram abalo. Na manhã do dia 1 de Novembro de 1755 um terramoto, seguido de um maremoto, destruiu a capital e parte do território português. Morreram milhares de pessoas. Nos anos seguintes a grande preocupação foi a reconstrução do pais. O terramoto atingiu Lisboa no dia de todos os santos, causando uma mortandade ainda difícil de quantificar. A terra tremeu durante vários minutos. Seguiu-se um maremoto e um incêndio que incinerou importantes áreas da cidade. A destruição foi quase completa e teve ampla divulgação na Europa. A reconstrução começou quase de seguida e levou várias décadas. Sebastião José de Carvalho e Melo (1699-1782), Marquês de Pombal, foi um diplomata e estadista português. Foi ministro do reino de D. José e responsável pela reconstrução de Lisboa depois do terramoto de 1755. Foi diplomata em Inglaterra e na Áustria, antes de se tornar no principal ministro do rei D. José. É conhecido pelo seu papel no período imediatamente a seguir ao terramoto de 1755 e na reconstrução da cidade de Lisboa. Tem uma ação influente noutras áreas da governação incentivando o desenvolvimento da indústria nacional. Lidera ainda outras ações como o processo que levou à aniquilação da família dos Távoras e à expulsão dos Jesuítas. Marquês de Pombal, a mão no renascer de Lisboa
  • 99. 71
  • 100. 72 D. Maria I "A Piedosa" (17 Dezembro 1734 Lisboa-20 Março 1816 Rio de Janeiro) Casou com D. Pedro III
  • 101. 73 D. MARIA I, A PIEDOSA D. Maria I (1745-1816) reinou apenas entre 1777 e 1792. Durante esta época foram assinados tratados de paz com Espanha e o país manteve a neutralidade noutros conflitos internacionais. Tentou impulsionar a industrialização do país. Pelo facto de sofrer de uma doença mental foi substituída no trono pelo filho D. João VI. Morreu no Brasil para onde o filho e toda a família real escaparam na sequência das invasões francesas.
  • 102. 74
  • 103. 75 Invasões Francesas Os franceses, comandados pelo General Junot, entraram pela Beira Baixa a 19 de Novembro de 1807. A família real abandonou o país. Serão derrotados em Agosto de 1808 por forças luso-britânicas sob comando do General Wellesley. 1ª Invasão Francesa
  • 106. 78
  • 107. 79
  • 108. 80 1816 - 1826 D. João VI "O Clemente" (13 Maio 1767 Queluz-10 Março 1826 Lisboa) Casou com Dona Carlota Joaquina Teresa Caetana de Bourbon e Bourbon D. JOÃO VI, O CLEMENTE D. João VI (1767-1826) torna-se regente em 1792 devido a doença da mãe. Em 1807, devido à primeira invasão francesa embarca para o Brasil com toda a corte. No regresso jura a constituição e enfrenta golpes absolutistas conduzidos pelo filho D. Miguel. É durante o seu reinado que o Brasil proclama a sua independência. Morreu possivelmente envenenado. O Brasil declara a sua independência de Portugal em 1822, subindo ao trono, como Imperador, D. Pedro, f O Brasil declarou-se independente de Portugal em 7 de Setembro de 1822 filho de D. João VI. D. PEDRO IV, O REI SOLDADO D. Pedro IV (1798-1834) começou por abdicar da coroa portuguesa e declarou a independência do Brasil, sendo coroado Imperador. Após a morte do pai, D. João VI, regressa a Portugal defendendo os direitos de sucessão da filha, futura D. Maria II. Envolve-se numa guerra civil com o irmão D. Miguel. No comando das forças liberais, venceu os absolutistas comandados por D. Miguel e coloca a filha no trono.
  • 109. 81 Reinado (1828 – 1834) D. Miguel I "O Tradicionalista" (26 Outubro 1802 Lisboa-14 Novembro 1866 Áustria) Casou com Dona Adelaide Sofia Amélia Luísa Joana Leopolodina de Löwenstein-Wertheim- Rosenberg D. MIGUEL, O USURPADOR/O TRADICIONALISTA D. Miguel (1802-1866) é um absolutista convicto e defende, após o regresso a Portugal, o fim da monarquia constitucional. Devido a diversas ações, algumas de cariz militar, foi exilado pelo pai. Regressa a convite do irmão, D. Pedro, com o compromisso de casar com a sobrinha, futura D. Maria II, e defender a ordem constitucional. Depressa esqueceu as promessas, iniciando uma guerra civil que terminou com a sua deposição, expulsão do país e perda de todos os direitos ao trono. D. Pedro – Regime Liberal D. Miguel- Regime Absolutista A morte de D. João VI criou um problema na sucessão dinástica, com dois príncipes candidatos ao trono, mas com visões de poder diferentes. As tentativas de mediação falharam e o país caiu numa guerra civil que opôs absolutistas a liberais.
  • 110. 82 As constituições da monarquia portuguesa Portugal teve a sua primeira constituição em 1822, na sequência da experiência parlamentar proporcionada pela revolução liberal de 1820. Mas durou pouco: menos de um ano depois de aprovada, seria suspensa pelo rei D.João VI. Para assumir a coroa portuguesa alinham-se os irmãos D. Pedro e D. Miguel. Um tem uma visão liberal de governação e outro está apostado em manter os direitos absolutos da monarquia, razões para cada um reunir um conjunto de seguidores prontos a dirimir argumentos recorrendo ao uso de armas. Os liberais respondem e, com a liderança de D. Pedro, invadem Portugal através do Norte. Durante os dois anos seguintes a guerra civil vai ceifar milhares de vidas até que o exército liberal derrota decisivamente os absolutistas, exilando D. Miguel que vai perder o seu estatuto real e a pretensão ao trono.
  • 111. 83 AS GUERRAS LIBERAIS No dia 8 de Julho 1832 D. Pedro desembarca com uma força liberal na praia do Mindelo, em Vila do Conde, com o objetivo de colocar no trono a filha D. Maria II. É o culminar de diversas movimentações militares que opuseram liberais e absolutistas. A sangrenta guerra civil vai ainda prolongar-se por dois anos, até que o exército de D. Miguel é derrotado. A MONARQUIA CONSTITUCIONAL No dia 23 de a Setembro de 1822 foi aprovada nas cortes a Primeira Constituição Portuguesa. A sua implementação sofreu diversos sobressaltos e até à implantação da República, em 1910, outras constituições iriam impor-se.
  • 112.
  • 113.
  • 114.
  • 115.
  • 116. D. MARIA II, A EDUCADORA Reinado(1826 – 1853) D. Maria II "A Educadora" (4 Abril 1819 Rio de Janeiro-15 Novembro 1853 Lisboa) Casou com D. Fernando II de Saxe Coburgo-Gotha . Filha de um imperador, irmã de outro, mãe de dois reis, a primeira rainha constitucional de Portugal teve uma vida atribulada e curta – morreu aos 34 anos, ao dar à luz o 11.º filho. 84 D. Maria II (1819-1853) tinha 7 anos quando o pai, D. Pedro, abdicou da coroa portuguesa a seu favor. Deveria casar com seu tio D. Miguel, mas este esquece compromissos assumidos e envolve-se numa guerra civil que o afasta do poder. Tem um reinado conflituoso marcado pela Guerra Civil e revoltas como a dos Marechais, a Maria da Fonte ou a Patuleia. Com 15 anos, D. Maria II sentou-se finalmente no trono. E como o primeiro dever de monarca constitucional é assegurar a sucessão, casou-se, em Janeiro de 1835, com o noivo escolhido pelo pai: Augusto de Leuchtenberg, irmão de D. Amélia, a boa madrasta. Ao fim de dois meses, o real consorte morreu de uma angina. A morte inesperada deu azo ao boato de que o marido da rainha fora envenenado por ordem do chefe do Governo, o duque de Palmela. Chegou a haver tumultos em Lisboa, apesar de o resultado da autópsia ter desmentido o rumor.
  • 117. D. MARIA II, A EDUCADORA 85 Um ano depois, a rainha voltou a casar, com o alemão Fernando de Saxe-Coburgo-Gotha, a quem deu o título de rei D. Fernando II quando nasceu o primeiro filho (futuro D. Pedro V), em 1837. Ao mesmo tempo que ia dando à luz herdeiros, aos quais fazia questão de garantir uma educação esmerada (passou à história com o cognome de A Educadora), D. Maria gastava as energias que lhe sobravam nas tarefas políticas.
  • 118. 86 Reinado(1853 – 1861) D. Pedro V "O Esperançoso" (16 Setembro 1837 Lisboa-11 Novembro 1861 Lisboa) Casou com Dona Estefânia Josefa Frederica Guilhermina Antónia de Hohenzollern D. PEDRO V, O ESPERANÇOSO D. Pedro V foi um rei liberal, progressista e teve um reinado curto que dedicou aos problemas da educação, ao progresso da agricultura, da indústria e à política internacional. Tratava-se de umonarca querido pela população e a sua morte prematura deixou o país de luto. Reinado(1861 – 1889) D. Luís I "O Popular" (31 Outubro 1838 Lisboa-19 Outubro 1889 Lisboa) Casou com D. Maria Pia de Sabóia D. Luís (1838-1889) sobe ao trono na sequência da inesperada morte do irmão, D. Pedro V. Instruído e culto traduziu obras de Shakespeare. O reinado foi relativamente calmo, apesar de algumas contrariedades. O seu reinado é ainda marcado por um impulso nas expedições nas ex-colónias portuguesas de África. D. Luís D. Pedro V
  • 119. 87 O "Mapa Cor-de-Rosa" e o "Ultimato Inglês" O Mapa Cor-de-Rosa desenhava novas fronteiras no Império africano ligando Angola e Moçambique. Os ingleses, que sonhavam com um caminho-de-ferro ligando a África do Sul ao Egipto, impõem um ultimato aos portugueses: Ou esquecem o mapa ou têm guerra. Ficou conhecido por “Mapa Cor-de-Rosa” o mapa desenhado por Portugal – e aceite internacionalmente – onde os territórios entre Angola e Moçambique ficariam sob sua administração. Nesse sentido a coroa portuguesa tinha realizado várias expedições exploratórias à zona, entre elas a conduzida por Hermenegildo Capelo e Roberto Ivens que fizeram a ligação terrestre entre Angola e Moçambique em 1884. A pretensão de unir as fronteiras de Angola e Moçambique entrou em choque com as pretensões britânicas que pretendiam ligar o Cairo à África do Sul. Para obrigar os portugueses a recuar o Governo da rainha Vitória faz um ultimato a Portugal em 1890. A Inglaterra é a potência dominante da época. Ameaça Portugal com uma guerra caso continuasse com a pretensão de manter o Mapa Cor-de-Rosa. O rei D. Carlos, coroado recentemente, protesta, mas não pode fazer mais do que recuar. A população portuguesa também se levanta em protestos e os republicanos aproveitam a situação para mostrar o que chamam a fraqueza da monarquia.
  • 120. 88 D. CARLOS, O DIPLOMATA D. Carlos (1863-1908) tem um reinado marcado por um conjunto de acontecimentos que anunciam o fim da monarquia como o Ultimato Inglês, revoltas no ultramar e a revolução republicana. Foi morto com o filho, D. Luís Filipe, num atentado em 1908. D. Carlos, o rei assassinado: Mal recebe a coroa rebenta o caso do ultimato inglês que vai ser utilizado pelos meios republicanos como exemplo da fraqueza da coroa. Homem viajado, muito ligado às coisas do mar, enfrentou vários problemas ao longo do seu reinado. Por fim a governação foi entregue a João Franco que tentou, com mão de ferro, controlar republicanos, anarquistas e outras correntes políticas que se entranhavam na sociedade portuguesa. Morre assassinado na tarde de 1 de fevereiro de 1908. O príncipe herdeiro, Luís Filipe, também não sobrevive ao atentado. Regicídio em Lisboa No regresso de uma estadia em Vila Viçosa, o Rei D. Carlos e o príncipe herdeiro, Luís Filipe, são assassinados no Terreiro do Paço por anarquistas. Esta ação deixa a monarquia fragilizada e dois anos depois é proclamada a república. Reinado(1889 – 1908) D. Carlos I "O Martirizado" (28 Setembro 1863 Lisboa-1 Fevereiro 1908 Lisboa) Casou com Dona Maria Amélia Luísa Helena de Orleães
  • 121. 89 Reinado(1908 – 1910) D. Manuel II "O Rei Saudade" (15 Novembro 1889 Lisboa-2 Julho 1932) Casou com Dona Augusta Vitória Guilhermina Antónia Matilde Luísa Josefina Maria Isabel de Hohenzollern-Sigmaringen O último rei de Portugal governou o país apenas durante 2 anos antes de se exilar em Inglaterra. Segundo filho de D. Carlos, que morreu no atentado de 1908, foi obrigado a abdicar após a revolução republicana. D. Manuel II (1889-1932) sai do país, com a família, através da Ericeira, em Outubro de 1910. Primeiro refugia-se em Gibraltar e finalmente o soberano inglês acolhe-o no Reino Unido, onde o ex-monarca português passará o resto da sua vida. O regresso a Portugal só acontecerá em 1932
  • 122. 4ª Dinastia onde estão sepultados 90 O Panteão da Dinastia de Bragança (também chamado de Panteão Real da Dinastia de Bragança ou Panteão dos Braganças), situado no interior do mosteiro da Igreja de São Vicente de Fora em Lisboa, é o lugar onde se encontram sepultados os restos mortais de muitos dos reis, príncipes reais e infantes da quarta e última dinastia real portuguesa, a Dinastia de Bragança, ainda que a mesma tenha ascendência na Casa de Avis, a segunda dinastia real portuguesa que governou Portugal de 1385 a 1580, e descendência na Casa de Bragança-Saxe- Coburgo-Gota, a última casa real que governou Portugal de 1853 a 1910. O Panteão Real da Dinastia de Bragança situa-se hoje no antigo refeitório do mosteiro da Igreja de São Vicente de Fora e é composto, na sua maioria, por túmulos sob a forma de gavetões feitos em mármore e situados junto das paredes laterais da grande sala que ocupam: os túmulos dos reis portugueses estão ornados com coroas na parte superior e os nomes e títulos dos seus ocupantes estão gravados em letras douradas na parte frontal. Destacam-se, todavia, os túmulos do rei D. João IV, porque fundou a Dinastia de Bragança, e os túmulos do rei D. Manuel II, de seu irmão, o príncipe real D. Luís Filipe de Bragança, de sua mãe, a rainha D. Amelia de Orleães, e de seu pai, o rei D. Carlos I, por se tratarem da última família reinante da dinastia.
  • 123. D. Carlos I Príncipe D. Filipe D. João IV D. Afonso VI D. Pedro II D. João V D. José I D. Maria II D. Pedro III D. Fernando II D. Pedro V D. Luís I D. Manuel II ultimo Rei
  • 124. 91 D. Pedro IV (1798-1834), rei de Portugal e imperador do Brasil com o título de D. Pedro I, e que foi trasladado do Panteão da Dinastia de Bragança para a Cripta Imperial do Monumento do Ipiranga, na cidade de São Paulo, no Brasil, e cujo coração se encontra na capela-mor da Igreja da Lapa, na cidade do Porto; O Monumento à Independência do Brasil, também chamado de Monumento do Ipiranga ou Altar da Pátria. Localiza-se na cidade de São Paulo, às margens do Riacho do Ipiranga, no lugar histórico onde D. Pedro I teria proclamado a independência do Brasil do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves em 7 de setembro de 1822. Os restos mortais de D. Pedro
  • 125. Basílica da Estrela onde esta sepultada D. Maria I Sepultado o Coração do Rei D. Pedro IV 92
  • 126. Resumindo: reinados 1139-1247 1247-1383 Dinastia Afonsina ou de Borgonha Afonso I ( Afonso Henriques)__________________________________1139-1185 Sancho I__________________________________________________1185-1211 Afonso II__________________________________________________1211-1223 Sancho II__________________________________________________1223-1247 Afonso III__________________________________________________1247-1279 D- Dinis___________________________________________________1279-1325 Afonso IV_________________________________________________1325-1357 D. Pedro I_________________________________________________1357-1367 D. Fernando I______________________________________________1367-1383 Crise Monástica - 1383-1385 O Interregno ( 1383-1385) 93
  • 127. 94 Dinastia de Avis ( Aviz) D. João I ( Mestre de Avis)___________________________________1385-1433 D. Duarte________________________________________________1433-1438 D. Afonso V_______________________________________________1438-1481 D. João II_________________________________________________1481-1495 D. Manuel I_______________________________________________1495-1521 D. João III_________________________________________________1521-1557 D. Sebastião I______________________________________________1557-1578 D. Henrique I______________________________________________1578-1580 D. Prior do Crato___________________________________________1580
  • 128. 95 Casa de Habsburgo (ou Dinastia Filipina) Filipe I____________________________________________1581-1598 Filipe II___________________________________________1598-1621 Filipe III___________________________________________1621-1640 Domínio Espanhol
  • 129. 96 Dinastia de Bragança João IV_______________________________________1640-1656 Afonso VI_____________________________________1656-1683 Pedro II______________________________________1683-1705 João V_______________________________________1705-1750 José I________________________________________1750-1777 Maria I_______________________________________1777-1816? Pedro III______________________________________1777-1786? João VI_______________________________________1816-1826 Pedro IV______________________________________1826-1826 Miguel I______________________________________1826/28-1834 Maria II_______________________________________1834-1853 Fernando II____________________________________1853-1855 Pedro V_______________________________________1855-1861 Luís I_________________________________________1861-1889 Carlos I_______________________________________1889-1908 Manuel II_____________________________________1908-1910