1. MODELO DE REFERÊNCIA PARA
DESENVOLVIMENTO DE ARTEFATOS
DE APOIO AO ACESSO DOS
SURDOS AO AUDIOVISUAL
Ronnie Fagundes de Brito, MsC.
Alice T. Cybis Pereira, PhD.
EGC/UFSC
2. Estrutura
Introdução:
Problemática e questão de pesquisa;
Objetivos;
Procedimentos metodológicos;
Introdução
Fundamentação e ferramental;
Proposta de modelo;
Validação;
Protótipo e cenários de uso;
Conclusões.
3. Problemática
A acessibilidade está intrinsecamente
relacionada à usabilidade de ambientes
digitais por usuários surdos que, por meio de
Introdução
conteúdos [..] com a presença da Libras e
com legendas em português para vídeos com
áudio, podem encontrar possibilidades
inclusivistas e de participação efetiva na
Sociedade da Informação e do Conhecimento
(CORRADI; VIDOTTI, 2007, p.13).
4. Problemática
Para nós surdos, as legendas são algo
estranho, representam um mundo de vozes que
não são perfeitamente audíveis. Os sons que as
legendas significam não fazem parte natural de
Introdução
nossas vivências, não temos uma memória
auditiva onde possam, confortavelmente, se
instalar, são sempre arduamente armazenados
por meio de uma série de estratégias de
articulações de informações. A isto se soma a
velocidade com que devem ser mostradas e
substituídas (REICHERT, 2006, p. 66).
5. Problemática
Entre usuários surdos, nem todos possuem
nível de alfabetização no português
adequado à leitura de legendas, e nem todos
Introdução
se comunicam por meio da Língua Brasileira
de Sinais (Libras), de forma que se deve
disponibilizar a legenda tanto em português
quanto em Libras, sempre oferecendo acesso
visual à informação sonora (TORRES;
MAZZONI; ALVES, 2002).
6. Questão de Pesquisa
Como apoiar a produção dos artefatos para
acessibilidade dos surdos ao audiovisual
digital?
Introdução
7. Objetivo Geral
Propor um modelo de referência que integre
processos, métodos e técnicas na produção
de artefatos de apoio à acessibilidade dos
Introdução
surdos ao conteúdo audiovisual digital.
8. Objetivos Específicos
Caracterizar os diferentes perfis de surdos;
Identificar e caracterizar os artefatos que
permitem o acesso de surdos ao audiovisual;
Integrar os processos e mídias existentes para
Introdução
produção destes artefatos em um modelo de
referência;
Desenvolver uma implementação de referência;
Apresentar cenários de uso com produção e
fruição de conteúdos com acessibilidade aos
surdos.
12. Fundamentação - Surdos
Enquanto que surdos usuário de Línguas de
Sinais estão mais próximos de uma
‘massificação’ da cultura surda, que tem na
Fundamentação
língua de sinais a sua manifestação maior
de cultura; os oralizados se aproximam
mais das manifestações da cultura
ouvinte, onde privilegia-se a habilidade da
fala e eficácia em leitura labial
(MELLO, 2001, sem paginação).
13. Fundamentação - Surdos
Ao contrário do que se pensa, os surdos têm maior
dificuldade de leitura na língua oral de seu
país, porque esta funciona como segunda língua
para eles, sendo a língua de sinais sua primeira
Fundamentação
língua. Essa visão bilíngue vem sendo absorvida
vagarosamente, visto que o bilinguismo só começou
a ser discutido a partir de 2002 com o
reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais [..]
como a língua da comunidade surda do nosso país
[..]. Na verdade, os surdos brasileiros ainda
aprendem o português como língua
materna, apresentando, por essa razão, baixa
proficiência no idioma, principalmente no que diz
respeito à leitura e escrita (ARAUJO, 2008, p.63).
14. Fundamentação - Surdos
Fundamentação
Figura 11: Exemplo de correspondência entre sinais e escrita de sinais.
Fonte: Silva (2009, p.66)
Sutton e Frost (2011)
Parkhurst e Parkhurst (2010)
15. Fundamentação - Surdos
Fundamentação
Figura 33: Opinião de surdos sobre uso de software de
comunicação por escrita de sinais.
Fonte: Souza e Pinto (2003).
18. Fundamentação – Tradução
Modalidades de tradução (Jakobson, 1995):
Interlinguística;
Intersemiótica;
Fundamentação
Intralinguística.
Estratégias de tradução de LS (Segala, 2010):
Domesticação;
Extrageirização;
Minorizante.
19. Fundamentação – Tradução
O tradutor de Libras deve pertencer à cultura
surda, ter boas raízes culturais e uma boa
experiência na vida social em ambas as
Fundamentação
línguas; deve conhecer profundamente as
várias nuances das duas culturas, encarando
não só a estrutura linguística, mas também a
vida cultural de uma sociedade como fatos
semióticos (SEGALA, 2010, p. 8).
20. Fundamentação – Tradução
Quadro 4: modalidades de tradução para o acesso do surdo ao audiovisual e artefatos resultantes
Português Libras
Oral Escrito Gestual Escrito
Intralinguística Intersemiótica e Intersemiótica e Intersemiótica e
Dublagem oral intralinguística, interlingüística, interlingüística,
produzindo legendas resultando em legenda gerando texto em
textuais em português com intérprete de LS escrita de sinais
a partir da informação
Oral
sonora
Intralinguística, permit Intersemiótica e Interlinguístico,
indo a criação de interlinguística, gerando texto em
Fundamentação
legendas com resultando em vídeo escrita de sinais
Português
diferentes níveis de com intérprete de LS
Escrito
condensação de
conteúdo
Intralinguístico, refleti Intralinguística e
ndo diferenças de intersemiótico,
interpretação devido produzindo legendas
às diferença textuais em sistema
regionais, resultando de escrita de sinais
em vídeo
com intérprete de LS
Gestual
Intralinguística que
gera legendas
multiníveis em escrita
de sinais, podendo
haver variação no
Escrito
Libras
sistema de escrita
utilizado
21. Ferramental
Legendas em língua oral;
Legendas em língua de sinais;
Glossários;
Ferramental
Sistemas de tradução automática.
22. Legendas em Língua Oral
Velocidade de leitura;
Densidade semântica;
Ferramental
Possibilidade de escolha do tamanho e
posicionamento (VY; FELS, 2009, 2010);
Legendagem multinível (NEVES, 2005);
23. Legendas em Língua Oral
Isto significa a possibilidade de escolha entre um número de
tipos graduais de legendas, partindo de uma legendagem
textual direta até legendas editadas e adaptadas às
necessidades de diferentes leitores. Adicionalmente, a
possibilidade de escolha permitirá aos espectadores
Ferramental
definirem qual tipo de conteúdo desejam incluir em suas
legendas: informações extras sobre efeitos sonoros e
música, cores ou posicionamento, entre outros. O
tamanho das legendas também deve ser
modificável, atendendo as necessidades de pessoas
que, além da imparidade auditiva, pode também possuir
baixa visão, uma condição comum em uma sociedade
que está envelhecendo (NEVES, 2005, p.316, tradução
nossa).
24. Legendas em Língua Oral
As legendas para surdos devem condensar
aproximadamente 30% daquilo que é falado, ou
seja, para cada 1s de fala, devemos traduzir o
que foi dito com 14 caracteres
Ferramental
(ARAUJO, 2008, p.74).
Pessoas com dificuldade de audição e boa leitura se
saem melhor a uma taxa de 180 palavras por
minuto, enquanto que leitores surdos foram
melhores com uma taxa menor, de 130 palavras
por minuto (BURNHAM et al., 2008).
25. Legendas em Língua de Sinais
Vídeo com intérprete;
Aspecto do intérprete;
Real x virtual;
Ferramental
Codificação do vídeo;
Dimensionamento da janela.
Escrita de sinais.
27. Legendas em Língua de Sinais
Codificação de vídeo;
Ferramental
quadro original codificação com priorização codificação com priorização
de áreas de interesse em LS da qualidade do vídeo
(inteligibilidade)
Ciaramello, Ko, Hemami (2010)
30. Sistemas de Tradução Automática
Reconhecimento de vídeo de LS;
Geração de vídeo de LS a partir do
Ferramental
reconhecimento de voz;
Síntese de LS com intérpretes virtuais.
31. Sistemas de Tradução Automática
Ferramental
Figura 57: Visão geral de sistemas de sinais que utilizam avatares
Fonte: Traduzido de Kuroda et al. (2004)
33. Modelo de Referência
Casos de uso;
Proposta de Modelo
Classes de entidades;
Modelos de atividades;
34. Modelo de Referência – Casos de Uso
Proposta de Modelo
Figura 80: Modelo de casos de uso para o acesso do surdo ao audiovisual.
35. Modelo de Referência – Casos de Uso
Casos de uso;
Proposta de Modelo
Classes de entidades;
Modelos de atividades;
Figura 92: Modelo de casos de uso para produção de artefatos de apoio atualizado.
36. Modelo de Referência – Classes de
Entidades
Casos de uso;
Proposta de Modelo
Figura 81: Hierarquia de classes de artefatos para acessibilidade ao
audiovisual.
37. Modelo de Referência – Classes de
Entidades
Proposta de Modelo
Figura 82: Tipos de técnicas para produção de legendas com LS.
38. Modelo de Referência – Atividades
Proposta de Modelo
Figura 85: Sequência de atividades para produção de legendas em texto. oral
39. Modelo de Referência – Atividades
Proposta de Modelo
Figura 86: Sequência de atividades para produção de legenda com vídeo.
40. Modelo de Referência – Atividades
Proposta de Modelo
Figura 87: Atividades para produção de legendas em escrita de sinais.
41. Modelo de Referência – Atividades
Proposta de Modelo
Figura 88: Atividades para produção de legenda de LS com avatares.
42. Proposta de Modelo
Figura 90: Modelo de alternativas de processos e
artefatos para produção de legendas
44. Validação
Método Delphi;
Proposta de Modelo
35 recomendações derivadas do modelo;
Atores;
Artefatos;
Processos de produção.
Duas rodadas:
1ª rodada com 18 respostas;
2ª rodada com 8 respostas;
47. Validação
A simplificação do texto como única opção tende a criar um
espectador mais desinformado do que outros.
Não concordo com a legenda em língua de sinais SE o programa
for para adultos, porque já devem ter necessária proficiência em
língua portuguesa, como cidadãos brasileiros.Para crianças
Proposta de Modelo
surdas sim, deveria ser em, língua de sinais sinalizada. Nunca em
escrita de sinais, pois considero uma maneira a mais de
diferenciar a comunicação, dificultando-a, portanto.
Não concordo com o uso de avatares.
Acredito que o avanço da tecnologia permite que os avatares
atendam satisfatoriamente aos objetivos de comunicação com
legenda em Libras.
Escrita de sinais é mais um recurso de separação entre as línguas
e vai contra o bilinguismo. O surdo tem que se concentrar em
aprender a ler e escrever bem o português.
50. Implementação de Referência
Aplicação do Modelo
Figura 96: Interface do Moviemasher adaptada à tarefa de tradução/ composição de audiovisual acessível para operação de sistema
desenvolvido a partir do modelo de referência proposto.
53. Cenários de Uso
Vídeo educativo na web;
Aplicação do Modelo
Telenovela na TV digital;
Previsão do tempo na web;
Transcrição de vídeo em LS.
58. Resultados
Caracterização dos públicos surdos e dos
artefatos que permitem seu acesso ao
audiovisual;
Conclusões
Integração de processos e mídias para
produção de artefatos em um modelo de
referência;
Implementação de referência;
Cenários de uso com produção e fruição de
conteúdos com acessibilidade aos surdos.
59. Resultados
Identificação dos papéis e atividades
associados à produção dos artefatos;
Conclusões
Proposta de uso de escrita de sinais na
legendagem, favorecendo o
compartilhamento do conhecimento;
60. Resultados
Mapeamento de alternativas aplicáveis;
Editor de legendas on-line;
Conclusões
Definição de formato para legendas em
escrita de sinais;
Tocador de legendas para TV digital;
61. Conclusões
Carência de artefatos adequados;
Tipos de legendas e perfis de usuários;
Conclusões
Abordagem bilíngue;
Uso intensivo dos glossários;
Limitações das plataformas de entrega;
Sistemas de tradução automática.
62. Pesquisas Futuras
Padronização de sinais;
Aprimoramento dos artefatos;
Conclusões
Definição de diretrizes para uso de escrita de
sinais na legendas;
Aplicar a implementação de referência em
comunidade de prática de tradução;
Aprimoramento do modelo.