SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 12
SIMBOLISMO
Princípios do Simbolismo
◦ Rudimento de vínculo natural entre significante e significado.
◦ Psicanálise considera símbolos instrumento de defesa do consciente.
◦ Símbolos muito presentes na religião e na magia.
◦ Na literatura, metáforas, imagens, analogias, expressão figurativa de ideias e sentimentos.
◦ Simbolismo surge na França.
◦ Duas últimas décadas do século XIX.
◦ Belle époque, literatura de cafés e boulevards.
◦ Nova proposta estética, baseada em valores espirituais. Crise do complexo cultural positivista.
◦ “Vestir a ideia com uma forma sensível”.
◦ Gosto pelo mistério. Captar a realidade secreta do Universo.
Características
◦ Metáforas sinestéticas na observação da natureza.
◦ Recuperação de princípios da estética romântica.
◦ São considerados precursores: Swedenborg (ideológico); Hoffman, Poe e Baudelaire (literários).
◦ Soneto “Correspondance”, de Baudelaire, foi tomado como poema-manifesto.
◦ Principais nomes: Mallarmé, Verlaine, Rimbaud, Valéry, na França.
◦ Yeats, na Irlanda. D’Annunzio, na Itália.
◦ Antonio Nobre e Camilo Pessanha, em Portugal.
◦ Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens, no Brasil.
Carpeaux
◦ 1886, Jean Moréas. Manifesto como ponto culminante.
◦ Simbolismo surge como reação ao Naturalismo e produz uma poesia nova.
◦ Musicalidade do verso.
◦ Preciosismo da expressão.
◦ Sincretismo religioso.
◦ Evasão da realidade comum.
◦ Arte pela arte.
◦ Conhecidos como poetas da decadência, posteriormente foram censurados nesse aspecto.
◦ Princípios do Simbolismo chocavam-se contra mentalidade do Liberalismo (antorracionalismo).
◦ Forte herança na história da Literatura; segundo Carpeaux, base de toda a poesia posterior.
Baudelaire
◦ Imagem de Baudelaire se transfigura no decorrer dos anos.
◦ Para alguns, um pós-romântico degenerado no conteúdo.
◦ Repudiado pelos parnasianos como exagerado e perverso.
◦ Assimilado e admirado pelos simbolistas.
◦ Poeta associado ao pecado, mas como condição terrestre da alma. Aspectos dantescos.
◦ Angústia do pecador, alma perdida no abismo romântico.
◦ Segundo Carpeaux, conteúdo romântico em forma clássica.
◦ Personalidade literária das mais complexas.
◦ Três imagens: romântico desesperado, boêmio perverso, pecador arrependido.
Baudelaire literário
◦ Apelo ao feio e ao patológico.
◦ Poesia consciente, substitui a religião perdida.
◦ Chegou a criar uma religião própria, um tipo de gnosticismo.
◦ Práticas satanistas e crença no diabo. Pessimismo infernal.
◦ Primeiro grande poeta da cidade moderna, capaz de transformar tudo em poesia, inclusive temas
considerados menos elevados.
◦ Libertador e ampliador da estética poética.
◦ Exclusão de elementos narrativos, didáticos e de eloquência; fundamentação da poesia moderna.
◦ Romantismo íntimo e de descoberta, incompatível com o romantismo grandiloquente ou sentimental.
◦ “Não deforma para assustar, mas está assustado”.
Assimilação
◦ Nega a idealização do amor, a bondade dos homens e a fé no progresso.
◦ Oposição sistemática gerou equívocos a seu respeito.
◦ Boêmio de sarcasmo mordaz e frieza sublime.
◦ Espelho puro de um mundo extramundano.
◦ Poeta da má consciência da burguesia e da decomposição prevista do próprio mundo.
◦ Reação ao utilitarismo e ao determinismo biológico e econômico.
◦ Decadência da mentalidade burguesa reforçou importância histórica de Baudelaire.
◦ Poeta do tempo em que o liberalismo econômico e o determinismo científico da burguesia acabaram com a
autonomia do espírito.
Auerbach
◦ “Ele é autêntico, e concebe seus objetos de maneira grandiosas; sua poesia é de estilo elevado. Mas
mesmo entre aqueles cujas intenções eram semelhantes, ele é um caso extremo; distingue-se até
mesmo de Rimbaud por sua estagnação interior, sua falta de desenvolvimento. Ele foi o primeiro a
tratar como sublimes certos assuntos que pareciam por natureza inadequados a tal tratamento. O
spleen de nosso poema é desespero sem remédio, não se deixa reduzir a causas concretas ou aliviar
de alguma maneira. Uma pessoa vulgar poderia ridicularizá-lo; um moralista ou um médico
poderiam sugerir várias maneiras de curá-lo. Mas com Baudelaire seus esforços seriam inúteis. Ele
cantou em estilo elevado a ansiedade paralisante, o pânico diante do emaranhado sem esperança
de nossas vidas, o colapso total – um empreendimento altamente honroso, mas também uma
negação da vida” (p. 310-311).
Auerbach II
◦ Só nos resta concluir que todos os poemas de As flores do mal que lidam com
temas eróticos estão impregnados da mesa desarmonia estridente e dolorosa que
tentamos descrever – ou então são visões nas quais o poeta luta para conjurar o
torpor, o esquecimento, o absoluto au-delá. Quase em toda parte encontramos
degradação e humilhação. Não apenas o sujeito do desejo torna-se um escravo,
consciente mas sem vontade; também o objeto do desejo é deprovido de
humanidade e dignidade, insensível, tornado cruel por seu poder e pelo tédio,
estéril, destrutivo” (p. 320).
Auerbach III
◦O poder visionários de tais combinações exerceu uma
influência crucial na poesia posterior; parecem ser a mais
autêntica expressão tanto da anarquia interior da época
quanto de uma nova ordemainda encoberta que começava a
surgir. Num estilo inteiramente novo e consumado, este
poeta, cujo caráter e cuja vida foram tão singulares, expressou
a existência desnuda e concreta de toda uma época”(p. 330).
Benjamin
◦ Quanto maior é a participação do fator choque em cada uma das impressões, tanto mais constante
deve ser a presença do consciente no interesse em proteger contra os estímulos; quanto maior for
o êxito com que ele operar, tanto menos essas impressões serão incorporadas à experiência, e
tanto mais corresponderão ao conceito de vivência. Afinal, talvez seja possível ver o desempenho
característico da resistência ao choque na sua função de indicar ao acontecimento, às custas da
integridade de seu conteúdo, uma posição cronológica exata na consciência. Este seria o
desempenho máximo da reflexão, que faria do incidente uma vivência. Se não houvesse reflexão, o
sobressalto agradável ou (na maioria das vezes) desagradável produzir-se-ia invariavelmente,
sobressalto que, segundo Freud, sanciona a falha de resistência ao choque. Baudelaire fixou esta
constatação na imagem crua de um duelo, em que o artista, antes de ser vencido, lança um grito de
susto. Este duelo é o próprio processo da criação. Assim, Baudelaire inseriu a experiência do
choque no âmago de seu trabalho artístico” (p. 111).
Baudelaire
◦ A Modernidade é o transitório, o efêmero, o contingente, é a metade da arte,
sendo a outra metade o eterno e o imutável. Houve uma modernidade para cada
pintor antigo: a maior parte dos belos retratos que nos provêm das épocas
passadas está revestida de costumes da própria época. São perfeitamente
harmoniosos; assim, a indumentária, o penteado e mesmo o gesto, o olhar e o
sorriso (cada época tem seu porte, seu olhar e seu sorriso) formam um todo de
completa vitalidade. Não temos o direito de desprezar ou de prescindir desse
elemento transitório, fugidio, cujas metamorfoses são tão frequentes. Suprimindo-
os, caímos forçosamente no vazia de uma beleza abstrata e indefinível, como a da
única mulher antes do primeiro pecado” (p. 25-26).

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados (20)

O pré modernismo
O pré modernismoO pré modernismo
O pré modernismo
 
Capitães da Areia, Jorge Amado
Capitães da Areia,  Jorge AmadoCapitães da Areia,  Jorge Amado
Capitães da Areia, Jorge Amado
 
Iracema - José de Alencar
Iracema - José de AlencarIracema - José de Alencar
Iracema - José de Alencar
 
Modernismo de 45
Modernismo de 45Modernismo de 45
Modernismo de 45
 
Classicismo
ClassicismoClassicismo
Classicismo
 
Guimarães rosa
Guimarães rosaGuimarães rosa
Guimarães rosa
 
Realismo/Naturalismo
Realismo/NaturalismoRealismo/Naturalismo
Realismo/Naturalismo
 
Pré-modernismo
Pré-modernismoPré-modernismo
Pré-modernismo
 
Arcadismo no Brasil
Arcadismo no BrasilArcadismo no Brasil
Arcadismo no Brasil
 
3ª geração do romantismo no brasil
3ª geração do romantismo no brasil3ª geração do romantismo no brasil
3ª geração do romantismo no brasil
 
Poesias rima e metrica
Poesias rima e metricaPoesias rima e metrica
Poesias rima e metrica
 
1ª fase do modernismo
1ª fase do modernismo1ª fase do modernismo
1ª fase do modernismo
 
Pré modernismo-slides
Pré modernismo-slidesPré modernismo-slides
Pré modernismo-slides
 
Arcadismo[1]..
Arcadismo[1]..Arcadismo[1]..
Arcadismo[1]..
 
GONÇALVES DIAS - ROMANTISMO (Vida, obra e características)
GONÇALVES DIAS - ROMANTISMO (Vida, obra e características)GONÇALVES DIAS - ROMANTISMO (Vida, obra e características)
GONÇALVES DIAS - ROMANTISMO (Vida, obra e características)
 
Arcadismo
ArcadismoArcadismo
Arcadismo
 
2ª fase do modernismo brasileiro
2ª fase do modernismo brasileiro2ª fase do modernismo brasileiro
2ª fase do modernismo brasileiro
 
Dom Casmurro
Dom CasmurroDom Casmurro
Dom Casmurro
 
Parnasianismo'
Parnasianismo'Parnasianismo'
Parnasianismo'
 
Romantismo - aula
Romantismo - aulaRomantismo - aula
Romantismo - aula
 

Semelhante a O Simbolismo na Literatura segundo Baudelaire

20 questões de literatura segundo trimestre
20 questões de literatura segundo trimestre20 questões de literatura segundo trimestre
20 questões de literatura segundo trimestrePaulo Klein
 
Romantismo poesia - 2ª geração
Romantismo   poesia -  2ª geraçãoRomantismo   poesia -  2ª geração
Romantismo poesia - 2ª geraçãoLuciene Gomes
 
Fernando pessoa
Fernando pessoaFernando pessoa
Fernando pessoaJosi Motta
 
Literatura e sociedade
Literatura e sociedadeLiteratura e sociedade
Literatura e sociedadeJuçara Keylla
 
Romantismo 2014
Romantismo 2014Romantismo 2014
Romantismo 2014CrisBiagio
 
Movimentos literários
Movimentos literáriosMovimentos literários
Movimentos literáriosNataly Silva
 
Romantismo
RomantismoRomantismo
RomantismoDior FG
 
Romantismo
RomantismoRomantismo
RomantismoDior FG
 
Características do Romantismo
Características do RomantismoCaracterísticas do Romantismo
Características do RomantismoAnabela Fernandes
 
Aps 1 2015 - análise literária do poema saudades de álvares de azevedo (1)
Aps 1   2015 - análise literária do poema saudades de álvares de azevedo (1)Aps 1   2015 - análise literária do poema saudades de álvares de azevedo (1)
Aps 1 2015 - análise literária do poema saudades de álvares de azevedo (1)juliannecarvalho
 
Aps 1 2015 - análise literária do poema saudades de álvares de azevedo
Aps 1   2015 - análise literária do poema saudades de álvares de azevedoAps 1   2015 - análise literária do poema saudades de álvares de azevedo
Aps 1 2015 - análise literária do poema saudades de álvares de azevedojuliannecarvalho
 
Exercícios comentados de interpretação textual
Exercícios comentados de interpretação textualExercícios comentados de interpretação textual
Exercícios comentados de interpretação textualSeduc/AM
 
Texto de apoio sobre os heterónimos Fernando Pessoa
Texto de apoio sobre os heterónimos Fernando PessoaTexto de apoio sobre os heterónimos Fernando Pessoa
Texto de apoio sobre os heterónimos Fernando PessoaDiogo Reis
 
Poemas Completos de Alberto Caeiro - Fernando Pessoa
Poemas Completos de Alberto Caeiro - Fernando PessoaPoemas Completos de Alberto Caeiro - Fernando Pessoa
Poemas Completos de Alberto Caeiro - Fernando Pessoavestibular
 

Semelhante a O Simbolismo na Literatura segundo Baudelaire (20)

Modernismo
ModernismoModernismo
Modernismo
 
Modernismo
ModernismoModernismo
Modernismo
 
20 questões de literatura segundo trimestre
20 questões de literatura segundo trimestre20 questões de literatura segundo trimestre
20 questões de literatura segundo trimestre
 
Bocage
BocageBocage
Bocage
 
Antologia Poética - Vinícius de Moraes - 3ª A - 2011
Antologia Poética - Vinícius de Moraes - 3ª A - 2011Antologia Poética - Vinícius de Moraes - 3ª A - 2011
Antologia Poética - Vinícius de Moraes - 3ª A - 2011
 
Romantismo poesia - 2ª geração
Romantismo   poesia -  2ª geraçãoRomantismo   poesia -  2ª geração
Romantismo poesia - 2ª geração
 
Fernando pessoa
Fernando pessoaFernando pessoa
Fernando pessoa
 
Literatura e sociedade
Literatura e sociedadeLiteratura e sociedade
Literatura e sociedade
 
Romantismo
Romantismo Romantismo
Romantismo
 
Romantismo 2014
Romantismo 2014Romantismo 2014
Romantismo 2014
 
Movimentos literários
Movimentos literáriosMovimentos literários
Movimentos literários
 
Romantismo
RomantismoRomantismo
Romantismo
 
Romantismo
RomantismoRomantismo
Romantismo
 
Características do Romantismo
Características do RomantismoCaracterísticas do Romantismo
Características do Romantismo
 
Aps 1 2015 - análise literária do poema saudades de álvares de azevedo (1)
Aps 1   2015 - análise literária do poema saudades de álvares de azevedo (1)Aps 1   2015 - análise literária do poema saudades de álvares de azevedo (1)
Aps 1 2015 - análise literária do poema saudades de álvares de azevedo (1)
 
Aps 1 2015 - análise literária do poema saudades de álvares de azevedo
Aps 1   2015 - análise literária do poema saudades de álvares de azevedoAps 1   2015 - análise literária do poema saudades de álvares de azevedo
Aps 1 2015 - análise literária do poema saudades de álvares de azevedo
 
Arcadismo Site
Arcadismo SiteArcadismo Site
Arcadismo Site
 
Exercícios comentados de interpretação textual
Exercícios comentados de interpretação textualExercícios comentados de interpretação textual
Exercícios comentados de interpretação textual
 
Texto de apoio sobre os heterónimos Fernando Pessoa
Texto de apoio sobre os heterónimos Fernando PessoaTexto de apoio sobre os heterónimos Fernando Pessoa
Texto de apoio sobre os heterónimos Fernando Pessoa
 
Poemas Completos de Alberto Caeiro - Fernando Pessoa
Poemas Completos de Alberto Caeiro - Fernando PessoaPoemas Completos de Alberto Caeiro - Fernando Pessoa
Poemas Completos de Alberto Caeiro - Fernando Pessoa
 

Mais de Don Veneziani

Martins Pena e teatro romântico brasileiro
Martins Pena e teatro romântico brasileiroMartins Pena e teatro romântico brasileiro
Martins Pena e teatro romântico brasileiroDon Veneziani
 
Goncalves Dias e I Juca Pirama
Goncalves Dias e I Juca PiramaGoncalves Dias e I Juca Pirama
Goncalves Dias e I Juca PiramaDon Veneziani
 
Alphonsus de Guimaraens
Alphonsus de GuimaraensAlphonsus de Guimaraens
Alphonsus de GuimaraensDon Veneziani
 
Simbolismo no brasil
Simbolismo no brasilSimbolismo no brasil
Simbolismo no brasilDon Veneziani
 
A delimitação das letras nas análises semióticas de canções
A delimitação das letras nas análises semióticas de cançõesA delimitação das letras nas análises semióticas de canções
A delimitação das letras nas análises semióticas de cançõesDon Veneziani
 
Articuladores coesivos
Articuladores coesivosArticuladores coesivos
Articuladores coesivosDon Veneziani
 
Principais figuras de linguagem
Principais figuras de linguagemPrincipais figuras de linguagem
Principais figuras de linguagemDon Veneziani
 
Tópicos de parágrafos
Tópicos de parágrafosTópicos de parágrafos
Tópicos de parágrafosDon Veneziani
 
Concordância verbal
Concordância verbalConcordância verbal
Concordância verbalDon Veneziani
 

Mais de Don Veneziani (20)

Martins Pena e teatro romântico brasileiro
Martins Pena e teatro romântico brasileiroMartins Pena e teatro romântico brasileiro
Martins Pena e teatro romântico brasileiro
 
Goncalves Dias e I Juca Pirama
Goncalves Dias e I Juca PiramaGoncalves Dias e I Juca Pirama
Goncalves Dias e I Juca Pirama
 
Alvares de azevedo
Alvares de azevedoAlvares de azevedo
Alvares de azevedo
 
Visconde de Taunay
Visconde de TaunayVisconde de Taunay
Visconde de Taunay
 
Romantismo
RomantismoRomantismo
Romantismo
 
Castro Alves
Castro AlvesCastro Alves
Castro Alves
 
Cruz e Sousa
Cruz e SousaCruz e Sousa
Cruz e Sousa
 
Alphonsus de Guimaraens
Alphonsus de GuimaraensAlphonsus de Guimaraens
Alphonsus de Guimaraens
 
Augusto dos Anjos
Augusto dos AnjosAugusto dos Anjos
Augusto dos Anjos
 
Pedro Kilkerry
Pedro KilkerryPedro Kilkerry
Pedro Kilkerry
 
Simbolismo no brasil
Simbolismo no brasilSimbolismo no brasil
Simbolismo no brasil
 
A delimitação das letras nas análises semióticas de canções
A delimitação das letras nas análises semióticas de cançõesA delimitação das letras nas análises semióticas de canções
A delimitação das letras nas análises semióticas de canções
 
Xvi enapol alterado
Xvi enapol   alteradoXvi enapol   alterado
Xvi enapol alterado
 
Articuladores coesivos
Articuladores coesivosArticuladores coesivos
Articuladores coesivos
 
Principais figuras de linguagem
Principais figuras de linguagemPrincipais figuras de linguagem
Principais figuras de linguagem
 
Tópicos de parágrafos
Tópicos de parágrafosTópicos de parágrafos
Tópicos de parágrafos
 
O parágrafo
O parágrafoO parágrafo
O parágrafo
 
Correio eletrônico
Correio eletrônicoCorreio eletrônico
Correio eletrônico
 
Concordância verbal
Concordância verbalConcordância verbal
Concordância verbal
 
Internet explorer
Internet explorerInternet explorer
Internet explorer
 

Último

Nova BNCC Atualizada para novas pesquisas
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisasNova BNCC Atualizada para novas pesquisas
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisasraveccavp
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Centro Jacques Delors
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniCassio Meira Jr.
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfAlissonMiranda22
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxBeatrizLittig1
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManuais Formação
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -Aline Santana
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavrasMary Alvarenga
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.silves15
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBAline Santana
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptxLinoReisLino
 
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?Rosalina Simão Nunes
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOColégio Santa Teresinha
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduraAdryan Luiz
 

Último (20)

Nova BNCC Atualizada para novas pesquisas
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisasNova BNCC Atualizada para novas pesquisas
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisas
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavras
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
 
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditadura
 

O Simbolismo na Literatura segundo Baudelaire

  • 2. Princípios do Simbolismo ◦ Rudimento de vínculo natural entre significante e significado. ◦ Psicanálise considera símbolos instrumento de defesa do consciente. ◦ Símbolos muito presentes na religião e na magia. ◦ Na literatura, metáforas, imagens, analogias, expressão figurativa de ideias e sentimentos. ◦ Simbolismo surge na França. ◦ Duas últimas décadas do século XIX. ◦ Belle époque, literatura de cafés e boulevards. ◦ Nova proposta estética, baseada em valores espirituais. Crise do complexo cultural positivista. ◦ “Vestir a ideia com uma forma sensível”. ◦ Gosto pelo mistério. Captar a realidade secreta do Universo.
  • 3. Características ◦ Metáforas sinestéticas na observação da natureza. ◦ Recuperação de princípios da estética romântica. ◦ São considerados precursores: Swedenborg (ideológico); Hoffman, Poe e Baudelaire (literários). ◦ Soneto “Correspondance”, de Baudelaire, foi tomado como poema-manifesto. ◦ Principais nomes: Mallarmé, Verlaine, Rimbaud, Valéry, na França. ◦ Yeats, na Irlanda. D’Annunzio, na Itália. ◦ Antonio Nobre e Camilo Pessanha, em Portugal. ◦ Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens, no Brasil.
  • 4. Carpeaux ◦ 1886, Jean Moréas. Manifesto como ponto culminante. ◦ Simbolismo surge como reação ao Naturalismo e produz uma poesia nova. ◦ Musicalidade do verso. ◦ Preciosismo da expressão. ◦ Sincretismo religioso. ◦ Evasão da realidade comum. ◦ Arte pela arte. ◦ Conhecidos como poetas da decadência, posteriormente foram censurados nesse aspecto. ◦ Princípios do Simbolismo chocavam-se contra mentalidade do Liberalismo (antorracionalismo). ◦ Forte herança na história da Literatura; segundo Carpeaux, base de toda a poesia posterior.
  • 5. Baudelaire ◦ Imagem de Baudelaire se transfigura no decorrer dos anos. ◦ Para alguns, um pós-romântico degenerado no conteúdo. ◦ Repudiado pelos parnasianos como exagerado e perverso. ◦ Assimilado e admirado pelos simbolistas. ◦ Poeta associado ao pecado, mas como condição terrestre da alma. Aspectos dantescos. ◦ Angústia do pecador, alma perdida no abismo romântico. ◦ Segundo Carpeaux, conteúdo romântico em forma clássica. ◦ Personalidade literária das mais complexas. ◦ Três imagens: romântico desesperado, boêmio perverso, pecador arrependido.
  • 6. Baudelaire literário ◦ Apelo ao feio e ao patológico. ◦ Poesia consciente, substitui a religião perdida. ◦ Chegou a criar uma religião própria, um tipo de gnosticismo. ◦ Práticas satanistas e crença no diabo. Pessimismo infernal. ◦ Primeiro grande poeta da cidade moderna, capaz de transformar tudo em poesia, inclusive temas considerados menos elevados. ◦ Libertador e ampliador da estética poética. ◦ Exclusão de elementos narrativos, didáticos e de eloquência; fundamentação da poesia moderna. ◦ Romantismo íntimo e de descoberta, incompatível com o romantismo grandiloquente ou sentimental. ◦ “Não deforma para assustar, mas está assustado”.
  • 7. Assimilação ◦ Nega a idealização do amor, a bondade dos homens e a fé no progresso. ◦ Oposição sistemática gerou equívocos a seu respeito. ◦ Boêmio de sarcasmo mordaz e frieza sublime. ◦ Espelho puro de um mundo extramundano. ◦ Poeta da má consciência da burguesia e da decomposição prevista do próprio mundo. ◦ Reação ao utilitarismo e ao determinismo biológico e econômico. ◦ Decadência da mentalidade burguesa reforçou importância histórica de Baudelaire. ◦ Poeta do tempo em que o liberalismo econômico e o determinismo científico da burguesia acabaram com a autonomia do espírito.
  • 8. Auerbach ◦ “Ele é autêntico, e concebe seus objetos de maneira grandiosas; sua poesia é de estilo elevado. Mas mesmo entre aqueles cujas intenções eram semelhantes, ele é um caso extremo; distingue-se até mesmo de Rimbaud por sua estagnação interior, sua falta de desenvolvimento. Ele foi o primeiro a tratar como sublimes certos assuntos que pareciam por natureza inadequados a tal tratamento. O spleen de nosso poema é desespero sem remédio, não se deixa reduzir a causas concretas ou aliviar de alguma maneira. Uma pessoa vulgar poderia ridicularizá-lo; um moralista ou um médico poderiam sugerir várias maneiras de curá-lo. Mas com Baudelaire seus esforços seriam inúteis. Ele cantou em estilo elevado a ansiedade paralisante, o pânico diante do emaranhado sem esperança de nossas vidas, o colapso total – um empreendimento altamente honroso, mas também uma negação da vida” (p. 310-311).
  • 9. Auerbach II ◦ Só nos resta concluir que todos os poemas de As flores do mal que lidam com temas eróticos estão impregnados da mesa desarmonia estridente e dolorosa que tentamos descrever – ou então são visões nas quais o poeta luta para conjurar o torpor, o esquecimento, o absoluto au-delá. Quase em toda parte encontramos degradação e humilhação. Não apenas o sujeito do desejo torna-se um escravo, consciente mas sem vontade; também o objeto do desejo é deprovido de humanidade e dignidade, insensível, tornado cruel por seu poder e pelo tédio, estéril, destrutivo” (p. 320).
  • 10. Auerbach III ◦O poder visionários de tais combinações exerceu uma influência crucial na poesia posterior; parecem ser a mais autêntica expressão tanto da anarquia interior da época quanto de uma nova ordemainda encoberta que começava a surgir. Num estilo inteiramente novo e consumado, este poeta, cujo caráter e cuja vida foram tão singulares, expressou a existência desnuda e concreta de toda uma época”(p. 330).
  • 11. Benjamin ◦ Quanto maior é a participação do fator choque em cada uma das impressões, tanto mais constante deve ser a presença do consciente no interesse em proteger contra os estímulos; quanto maior for o êxito com que ele operar, tanto menos essas impressões serão incorporadas à experiência, e tanto mais corresponderão ao conceito de vivência. Afinal, talvez seja possível ver o desempenho característico da resistência ao choque na sua função de indicar ao acontecimento, às custas da integridade de seu conteúdo, uma posição cronológica exata na consciência. Este seria o desempenho máximo da reflexão, que faria do incidente uma vivência. Se não houvesse reflexão, o sobressalto agradável ou (na maioria das vezes) desagradável produzir-se-ia invariavelmente, sobressalto que, segundo Freud, sanciona a falha de resistência ao choque. Baudelaire fixou esta constatação na imagem crua de um duelo, em que o artista, antes de ser vencido, lança um grito de susto. Este duelo é o próprio processo da criação. Assim, Baudelaire inseriu a experiência do choque no âmago de seu trabalho artístico” (p. 111).
  • 12. Baudelaire ◦ A Modernidade é o transitório, o efêmero, o contingente, é a metade da arte, sendo a outra metade o eterno e o imutável. Houve uma modernidade para cada pintor antigo: a maior parte dos belos retratos que nos provêm das épocas passadas está revestida de costumes da própria época. São perfeitamente harmoniosos; assim, a indumentária, o penteado e mesmo o gesto, o olhar e o sorriso (cada época tem seu porte, seu olhar e seu sorriso) formam um todo de completa vitalidade. Não temos o direito de desprezar ou de prescindir desse elemento transitório, fugidio, cujas metamorfoses são tão frequentes. Suprimindo- os, caímos forçosamente no vazia de uma beleza abstrata e indefinível, como a da única mulher antes do primeiro pecado” (p. 25-26).