8. INTRODUÇÃO
Paulo discorreu a respeito da Doutrina da
Salvação nos capítulos 1 a 8 da Epístola
aos Romanos. Veremos nesta lição que
nos capítulos 9, 10 e 11, ele abre um
parêntese para tratar a respeito da "sorte
de Israel" no plano da salvação.
Aprendemos com estes capítulos que
Deus tem um plano especial para com
Israel e que a rejeição deles é apenas
temporária até se cumprir a plenitude dos
gentios, quando todo o Israel será salvo.
9.
10. 1. O anseio de Paulo e a incredulidade de
Israel. O apóstolo deixa explícito a elevada
estima que possuía por seus compatriotas. Ele
abre o seu coração para expressar seus
sentimentos em relação ao seu povo (Rm 9.1-
5). Ele desejava que todos, assim como ele,
entendessem o plano perfeito da salvação
revelado em Jesus Cristo. Esse desejo de Paulo
se intensifica quando ele lembra os crentes
romanos de que aos judeus foi dada a adoção,
a glória, os pactos, a Lei, o culto e as
promessas. Paulo também os faz recordar que
deles (dos judeus) também descendem os
patriarcas e o próprio Cristo! Mas, apesar de
todas essas bênçãos, o entendimento do povo
11.
12. 2. Os eleitos e as promessas de Deus.
O argumento de Paulo em Romanos 9.6-13 revela que as
promessas de Deus relativas à nação de Israel não falharam,
mesmo que a maioria deles as tenha rejeitado. As promessas
terão seu fiel cumprimento através dos judeus remanescentes,
dos gentios que abraçaram a fé e do Israel que será restaurado
no futuro. Essa porção das Escrituras é uma das mais debatidas
entre os teólogos. As posições se polarizam quando o debate é
entre determinismo e livre-escolha. Todavia, Paulo não está se
referindo a eleição individual, mas coletiva. O exemplo dos
irmãos Jacó e Esaú, dado para ilustrar o argumento do apóstolo,
deixa isso evidente (Rm 9.10-13). A citação que Paulo faz de
Jacó e Esaú, nesse texto, é tirada do livro do profeta Malaquias
1.2-4. Basta uma olhada nessas passagens para ver que o
profeta não estava se referindo às pessoas ou aos indivíduos
"Jacó" e "Esaú", que nessa época já haviam morrido há muito
tempo, mas a grupos ou povos. Isso é demonstrado em
Malaquias 1.4, onde Esaú é identificado com Edom, um povo e
não um indivíduo. Fica, portanto, evidente à luz desse contexto
13.
14. 3. Eleição, justiça e soberania de Deus. Nos versículos 14
a 29, do mesmo capítulo nove, Paulo responde as
indagações sobre a justiça de Deus e sua soberania. Deus
não poderia ser acusado de ter sido injusto com Israel por
eles se acharem no estado em que se encontravam. Paulo
toma Faraó para exemplificar sua argumentação. O apóstolo
afirma que o endurecimento do coração de Faraó ocorreu
quando este resistiu à vontade de Deus (Êx 7.14, 22; 8.15,32;
9.7). Da mesma forma, Israel foi endurecido porque não
aceitou a justificação que lhe foi dada através de Jesus
Cristo. O exemplo extraído da metáfora do vaso do oleiro
serve para fundamentar mais ainda a argumentação em favor
da justiça e da misericórdia de Deus. O argumento
determinista que vê os "vasos de ira" e "vasos de
misericórdia", como sendo uma referência aos salvos e
condenados, cai diante da exposição do próprio texto. Deus
suportou os vasos da ira e eles se tornaram, por si mesmos,
objetos da ira de Deus; mas os vasos de misericórdia
participarão da glória de Deus, através da fé, pela graça de
15.
16.
17. 1. Tropeçaram em Cristo. Partindo do princípio
de que a igreja de Roma era formada em sua
maioria por gentios, a parte judaica teria
dificuldade de entender porque os gentios
haviam sido aceitos por Deus enquanto a
maioria dos judeus não. Paulo argumenta que o
tropeço de Israel se deve ao fato de não terem
crido em Jesus, o Messias prometido (Rm 9.30-
33). O que deveria ser solução para eles tornou-
se em tropeço. Por outro lado, os gentios, ao
crerem na graça de Deus, foram justificados,
visto que a sua justificação veio em decorrência
da fé e não dos seus méritos.
18.
19. 2. Tropeçaram na lei. Nesse ponto,
o apóstolo realça algo que ele já
vinha argumentando desde o capítulo
3. Os judeus, ao buscarem a sua
justiça própria através da Lei,
acabaram por rejeitar a justiça de
Deus que vem através de Jesus
Cristo (Rm 10.1-4). Querer agradar a
Deus, seguindo os preceitos da Lei,
era andar na direção errada, visto
que Cristo é o fim da lei (Rm 10.4).
20.
21. 3. Tropeçaram na Palavra. O evangelho
de João já havia mostrado que Jesus veio
para o que era seu, mas que os seus não
o receberam (Jo 1.12). Aqui Paulo
mostrará que a rejeição de Israel
aconteceu, não por falta de aviso, mas
porque não quis ouvir aquilo que Deus
havia planejado para ele. Endureceram
seus corações e tropeçaram na Palavra
(Rm 10.14-21). Por outro lado, os gentios
responderam positivamente a essa
mesma Palavra e, por isso, foram aceitos.
22.
23.
24. 1. Israel e o remanescente. Os teólogos
chamam a atenção para a importância que a
doutrina de um "remanescente" possui dentro
da cultura judaica (Rm 11.1-10). De fato, os
profetas que se levantaram contra a apostasia e
o formalismo religioso acreditavam que Deus
tinha uma reserva formada por aqueles que
eram fiéis (Am 2.12; 5.3; Is 1.9; 6.9-13; Sf
3.12,13; Jr 23.3). Em Romanos 11.1-10, Paulo,
que se considerava um dos remanescentes, cita
o exemplo de Elias. Para Paulo, da mesma
forma que Elias se manteve fiel no meio do
Israel apóstata, assim também havia um
remanescente que se mantinha fiel através de
Jesus Cristo.
25.
26. 2. Israel e o enxerto gentílico. Israel não
conseguira entender que o plano de Deus para
a salvação incluía também os gentios (Is 9.6).
Tropeçaram ao não aceitarem a justiça de Deus
manifestada em Jesus Cristo. Foi graças a esse
tropeço, argumenta Paulo, que os gentios
entraram como um enxerto no plano da
salvação. Os gentios, portanto, não deviam
assumir uma posição de orgulho, mas de temor.
Eles não eram os ramos naturais, mas faziam
parte da "oliveira brava" (Rm 11.11-24). Se Deus
não havia poupado os ramos naturais, muito
menos pouparia os ramos enxertados.
27.
28. 3. Israel e a restauração futura (11.25-
32). Embora Paulo se entristecesse com a
situação espiritual de seus compatriotas
judeus, a sua posição em relação a eles é
de esperança e não de desespero (Rm
11.25-32). Paulo estava convencido de
que no futuro Israel será salvo. Para ele,
isso terá seu cumprimento quando se
completar a "plenitude dos gentios". A
rejeição dos judeus trouxe a justificação
ao mundo gentílico. Quando Deus cumprir
seu propósito para com os gentios
cumprirá também suas promessas de
29.
30.
31.
32. Conclusão.
Como vimos, os capítulos 9 a 11 de
Romanos demonstram a soberania de Deus
na história da redenção. Revela que o
propósito de Deus concernente à eleição
jamais poderá ser frustrado. Diante disso, a
atitude deve ser de temor, não de jactância. A
história de Israel, seu antigo povo, bem como
a inclusão dos gentios no plano da salvação,
mostra que Deus respeita as escolhas,
mesmo que estas se revelem danosas para
aquele que as fez. Em todo caso, o
arrependimento e a fé são os caminhos que
darão acesso ao portão da graça de Deus.
33.
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Produção dos slides
Pr. Ismael Pereira de Oliveira
&
Lourinaldo Serafim