4. Segunda - Rm 9.1-3
Paulo estava disposto a se sacrificar em
favor da conversão dos judeus.
Terça - Rm 9.4
Os israelitas não mereciam a salvação,
mas Deus os adotou como filhos.
Quarta - Rm 9.6,7
Todos os que confiam no sacrifício de
Cristo são descendentes de Abraão.
5. Quinta - Rm 2.29
A verdadeira circuncisão ocorre no
interior, isto é, no coração e espírito.
Sexta - Gl 3.7
Todos os que creem em Jesus Cristo são
filhos de Abraão.
Sábado - Gl 3.8
Todas as nações da Terra seriam abençoadas
por intermédio
de Abraão.
6. Romanos 9
1 - Em Cristo digo a verdade, não minto
(dando-me testemunho a minha consciência
no Espírito Santo):
2 - tenho grande tristeza e contínua dor no
meu coração.
3 - Porque eu mesmo poderia desejar ser
separado de Cristo, por amor de meus
irmãos, que são meus parentes segundo a
carne;
4 - que são israelitas, dos quais é a adoção
7. de filhos, e a glória, e os concertos, e a lei, e
o culto, e as promessas;
5 - dos quais são os pais, e dos quais é Cristo,
segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus
bendito eternamente. Amém!
Romanos 10
1 - Irmãos, o bom desejo do meu coração e a
oração a Deus por Israel é para sua salvação.
2 - Porque lhes dou testemunho de que têm
zelo de Deus, mas não com entendimento.
3 - Porquanto,não conhecendo a justiça de
8. Deus e procurando estabelecer a sua própria
justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus.
4 - Porque o fim da lei é Cristo para justiça
de todo aquele que crê.
5 - Ora, Moisés descreve a justiça que é pela
lei, dizendo: O homem que fizer estas coisas
viverá por elas.
6 - Mas a justiça que é pela fé diz assim: Não
digas em teu coração: Quem subirá ao céu
(isto é, a trazer do alto a Cristo)?
7 - Ou: Quem descerá ao abismo (isto é, a
9. tornar a trazer dentre os mortos a Cristo)?
8 - Mas que diz? A palavra está junto de ti,
na tua boca e no teu coração; esta é a
palavra da fé, que pregamos,
Romanos 11
1 - Digo, pois: porventura, rejeitou Deus o
seu povo? De modo nenhum! Porque
também eu sou israelita, da descendência de
Abraão, da tribo de Benjamim.
2 - Deus não rejeitou o seu povo, que antes
conheceu. Ou não sabeis o que a Escritura
10. diz de Elias, como fala a Deus contra Israel,
dizendo:
3 - Senhor, mataram os teus profetas e
derribaram os teus altares; e só eu fiquei, e
buscam a minha alma?
4 - Mas que lhe diz a resposta divina?
Reservei para mim sete mil varões, que não
dobraram os joelhos diante de Baal.
5 - Assim, pois, também agora neste tempo
ficou um resto, segundo a eleição da graça.
11. Compreender a "sorte" de Israel no plano da
salvação.
I. Mostrar a eleição de Israel dentro do
plano da redenção;
II. Analisar o tropeço de Israel dentro do
plano da redenção;
III. Explicar a restauração de Israel dentro
do plano da redenção.
12.
13. Israel
"Paulo, ao falar de Israel, faz uma distinção entre
descendentes de Abraão e membros da comunidade
da aliança. A verdadeira comunidade da aliança
sempre foi formada não de filhos naturais de
Abraão, mas espirituais, que têm o mesmo padrão
de fé. Ao apresentar esse argumento, Paulo lança
um fundamento que o habilita a argumentar com
segurança que o Israel de hoje, a comunidade da
aliança escolhida por Deus, é composta de gentios
bem como de judeus que creem nas promessas de
Deus sobre Jesus, seu Filho."
14.
15.
16.
17. Os israelitas foram escolhidos pelo Senhor para
receberem o Messias, independente das obras dos patriarcas.
Contudo, Deus não queria trazer somente favores e privilégios
para os judeus, mas Ele desejava, por intermédio deles,
abençoar todas as famílias da terra. Israel não compreendeu
essa verdade, nem o plano da redenção de Deus, rejeitando o
Salvador. Os judeus acreditavam que por serem descendentes
de Abraão e ser também o "povo escolhido de Deus", não
necessitavam de salvação. Eles rejeitaram o Messias, porém,
Deus não os rejeitou e por sua misericórdia fez com que nós,
"zambujeiros", fossemos enxertados na oliveira (Rm 11.17).
O Israel de hoje, segundo Lawrence Richards, "a comunidade
da aliança escolhida por Deus, é composta de gentios bem
como de Judeus que creem nas promessas de Deus sobre
Jesus“.
18. Nos capítulo 9 a 11 de Romanos, Paulo trata da eleição de Israel no passado, da sua
rejeição do evangelho no presente, e da sua salvação futura. Esses três capítulos foram escritos para
responder à pergunta que os crentes judaicos faziam: como as promessas de Deus a Abraão e à nação
de Israel poderiam permanecer válidas, quando a nação de Israel, como um todo, não parece ter
parte no evangelho? Esta lição resume o argumento de Paulo. Israel, em termos de nação, é o povo
escolhido por Deus (Gn 12.1-3, 17.7-8; Êx 19.5-6; Dt 7.6-26; Is 43.5-7; Jr 7.23; 13.11; At 13.17), não por
seus atributos mas, muito pelo contrário, pela graça e soberania de Deus. Ele disse que, através desta
nação, seriam abençoadas todas as famílias da terra
19.
20. O apóstolo deixa explícito a elevada estima que
possuía por seus compatriotas. Ele abre o seu coração para
expressar seus sentimentos em relação ao seu povo (Rm
9.1-5). Ele desejava que todos, assim como ele,
entendessem o plano perfeito da salvação revelado em
Jesus Cristo. Esse desejo de Paulo se intensifica quando ele
lembra os crentes romanos de que aos judeus foi dada a
adoção, a glória, os pactos, a Lei, o culto e as promessas.
Paulo também os faz recordar que deles (dos judeus)
também descendem os patriarcas e o próprio Cristo! Mas,
apesar de todas essas bênçãos, o entendimento do povo
judeu continuava, e continua, endurecido.
21. Estamos no capítulo 9, dos versículos 6 a 13, Paulo afirma que a promessa de Deus a Israel
não falhou, pois a promessa era só para os fiéis da nação. Visava somente o verdadeiro Israel,
aqueles que eram fiéis à promessa (Gn 12.1-3; 17.19). Sempre há um Israel dentro de Israel, que tem
recebido a promessa. Nos versículos 14 a 29, Paulo chama a nossa atenção para o fato de que Deus
tem o direito de fazer o que Ele quer com os indivíduos e as nações. Tem o direito de rejeitar a Israel,
se desobedecerem a Ele e o direito de usar de misericórdia para com os gentios, oferecendo-lhes a
salvação, se Ele assim decidir. Embora Paulo seja o apóstolo dos gentios, ele reverbera os sentimentos
de Moisés em face da incredulidade dos judeus (Êx 32.30-32). Eles são seus próprios compatriotas, e
Paulo agoniza por eles (v. 2). Estar disposto a sofrer a maldição divina, por eles, é uma fortíssima
declaração de amor. Paulo destaca que a incredulidade de Israel pode ser vista pelas inúmeras
bênçãos por eles experimentadas. Nesses oito privilégios que Paulo alistou nos versículos 4-5, ele
confirma sua anterior declaração em 3.1-2.
22. O argumento de Paulo em Romanos 9.6-13 revela
que as promessas de Deus relativas à nação de Israel não
falharam, mesmo que a maioria deles as tenha rejeitado. As
promessas terão seu fiel cumprimento através dos judeus
remanescentes, dos gentios que abraçaram a fé e do Israel
que será restaurado no futuro. Essa porção das Escrituras é
uma das mais debatidas entre os teólogos. As posições se
polarizam quando o debate é entre determinismo e livre-
escolha. Todavia, Paulo não está se referindo a eleição
individual, mas coletiva. O exemplo dos irmãos Jacó e Esaú,
dado para ilustrar o argumento do apóstolo, deixa isso
evidente (Rm 9.10-13). A citação que Paulo faz de Jacó e
Esaú, nesse texto, é tirada do livro do profeta Malaquias
1.2-4. Basta uma olhada nessas passagens para ver que o
profeta não estava se referindo às pessoas ou aos
23. indivíduos "Jacó" e "Esaú", que nessa época já haviam
morrido há muito tempo, mas a grupos ou povos. Isso é
demonstrado em Malaquias 1.4, onde Esaú é identificado
com Edom, um povo e não um indivíduo. Fica, portanto,
evidente à luz desse contexto que a predestinação é
corporativa, isto é, de um grupo, povo, ou nação, e não de
pessoas.
24. Deus não escolheu Israel em detrimento das demais nações. Deus ao escolher Israel, não o
fez em detrimento, mas, sim, em favor de todas as demais nações da terra. Aqui é importante
salientar que a ilustração dos vasos não advoga que Deus cria seres morais objetivamente
estruturados e programados para serem incrédulos, mas ilustra que foi Deus quem formou a nação
de Israel, porém permitiu que judeus pudessem desonrar o pacto preestabelecido. O ponto distintivo e
esclarecedor é que a eleição dos israelitas, a princípio, não objetivava terminantemente a salvação
eterna deles, mas era uma eleição e predestinação específica para obra; até porque a Bíblia afirma,
tanto quanto Paulo, que os israelitas que não se converteram serão condenados juntamente com os
demais incrédulos (Rm 3.20, 28; Mt 11.20-24; Gl 2.15, 16). Deus havia elegido Israel para a tríplice
missão: demonstrar o poder de Deus ao mundo, revelar a palavra de Deus ao mundo e revelar o
Messias ao mundo.
25. Nos versículos 14 a 29, do mesmo capítulo nove,
Paulo responde as indagações sobre a justiça de Deus e sua
soberania. Deus não poderia ser acusado de ter sido injusto
com Israel por eles se acharem no estado em que se
encontravam. Paulo toma Faraó para exemplificar sua
argumentação. O apóstolo afirma que o endurecimento do
coração de Faraó ocorreu quando este resistiu à vontade de
Deus (Êx 7.14, 22; 8.15,32; 9.7). Da mesma forma, Israel foi
endurecido porque não aceitou a justificação que lhe foi
dada através de Jesus Cristo. O exemplo extraído da
metáfora do vaso do oleiro serve para fundamentar mais
ainda a argumentação em favor da justiça e da misericórdia
de Deus. O argumento determinista que vê os "vasos de ira"
e "vasos de misericórdia", como sendo uma referência aos
salvos e condenados, cai diante da exposição do próprio
26. texto. Deus suportou os vasos da ira e eles se tornaram, por
si mesmos, objetos da ira de Deus; mas os vasos de
misericórdia participarão da glória de Deus, através da fé,
pela graça de Deus, e não como resultado das suas próprias
obras.
27. “Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia” (9.15) é um texto mal
interpretado pelos defensores da eleição incondicional, pois, baseados nele, afirmam que Deus ama e
tem misericórdia apenas dos eleitos. Mas isto contrariaria a afirmação do próprio Paulo, que, na
conclusão deste assunto, disse que Deus tem misericórdia de todos (11.32). Lembre-se também que,
um pouco antes, ele proclamou a rica misericórdia de Deus para com todos os que o invocam (10.11).
Tal interpretação também colide com diversas outras passagens bíblicas que falam da bondade e da
misericórdia de Deus para com todos os homens, como o Salmo 145.9, que diz: “O Senhor é bom para
todos, e as suas misericórdias estão sobre todas as suas obras”. Portanto, as promessas de Deus feitas
a Abraão estão, sim, sendo cumpridas no Israel de Deus, que é composto por judeus e gentios que
creem em Cristo. Deus tem direito de rejeitar a qualquer povo, mesmo os judeus, por sua
incredulidade, e eleger qualquer outro que ele quiser em seu lugar. Deus é livre para estabelecer a fé
como a condição para a salvação de judeus e gentios.
28. "A Tristeza de Paulo (9.1-3)
Nestes versículos o apóstolo Paulo declara seu amor
por sua gente, os judeus. Ele começa declarando: 'Em Cristo
digo a verdade, não minto'. Visto que era conhecido como
judeu zeloso, sua conversão a Cristo o torna antipático para
os judeus, que o viam como 'um traidor de sua gente'.
Entretanto, Paulo garante que seus sentimentos são
sinceros e que sua consciência tinha o testemunho do
Espírito Santo (v.1). Esse texto mostra que sua consciência
agia sob a orientação iluminada do Espírito Santo.
No versículo 2, Paulo ainda declara dizendo: 'Que
tenho grande tristeza e contínua dor no meu coração'. É
uma expressão de profundo sentimento de amor e respeito
pela sua gente, e não de traição. A despeito da hostilidade
dos judeus contra a pregação do Evangelho e contra a sua
29. pessoa, Paulo diz que, se fosse possível ele mesmo ser
separado de Cristo, para salvar 'seus parentes segundo a
carne', ele o faria por amor a eles. Essa linguagem é bem
típica de quem ama profundamente e é capaz de dar a sua
vida para salvar outras.
Por que essa tristeza de Paulo para com seus irmãos
de sangue? A resposta é simples e objetiva: o repúdio do
povo judeu para com Jesus Cristo. Sua tristeza tem duas
razões específicas: Primeira, Paulo declara que os judeus
são seus 'parentes' segundo a carne, mas não querem ser
seus irmãos segundo o espírito. Segunda, pelo fato de que
os judeus, possuindo privilégios especiais como nação,
rejeitaram o 'privilégio maior', que é a salvação em Cristo"
30.
31. Partindo do princípio de que a igreja de Roma era
formada em sua maioria por gentios, a parte judaica teria
dificuldade de entender porque os gentios haviam sido
aceitos por Deus enquanto a maioria dos judeus não. Paulo
argumenta que o tropeço de Israel se deve ao fato de não
terem crido em Jesus, o Messias prometido (Rm 9.30-33). O
que deveria ser solução para eles tornou-se em tropeço. Por
outro lado, os gentios, ao crerem na graça de Deus, foram
justificados, visto que a sua justificação veio em decorrência
da fé e não dos seus méritos.
32. A pedra de tropeço é Jesus Cristo, o Messias (veja 1Pe 2.6-8), que oferece salvação pela fé,
não por obras, e, portanto, exige assim que o orgulho humano seja humilhado. “Israel perseguiu a lei
da justiça, mas não a alcançou (v. 31). É chamada lei da justiça porque ela mostrava aos israelitas
como manter o correto relacionamento com Deus que previamente lhes foi concedido. Por que eles
não a alcançaram? Porque não foi pela fé, mas como que pelas obras da lei. A frase “como que”
indica seu equívoco. Eles observavam a lei a fim de colocar Deus sob obrigação a eles. Insistindo fazer
de seu próprio jeito, eles tropeçaram em Cristo.”
33. Nesse ponto, o apóstolo realça algo que ele já vinha
argumentando desde o capítulo 3. Os judeus, ao buscarem a
sua justiça própria através da Lei, acabaram por rejeitar a
justiça de Deus que vem através de Jesus Cristo (Rm 10.1-4).
Querer agradar a Deus, seguindo os preceitos da Lei, era
andar na direção errada, visto que Cristo é o fim da lei (Rm
10.4).
34. “Em 10.1-21 Paulo explica a afirmação resumida em 9.30-33. O zelo de Israel não foi com
entendimento. Eles não conheceram a forma de Deus conceder o bom status de um correto
relacionamento com ele. Eles buscaram atingi-lo de seu próprio modo e não se sujeitaram ao modo
de Deus (10.2-3). Paulo explica isto no v. 4. Cristo é o objetivo, a intenção e o real significado (telos,
NVI, fim) da lei. Visto que a lei aponta para Cristo, a justiça está disponível a todos que creem nele”.
http://www.cacp.org.br/romanos-9-1-11-36-a-justica-de-deus-e-israel/. Cristo cumpriu a lei e mereceu o status de justiça e
vida eterna para si e para aqueles que crerão nele. Nos versículos 6 ao 13 Paulo demonstra que o
Evangelho da justiça pela fé está incluída na lei. A citação, “Não digas em teu coração” (v. 6), é de Dt
8.17 e 9.4, que alerta contra a jactância presunçosa em sua própria realização e mérito, e exorta
confiança no Senhor. Isto está completamente em harmonia com a justiça pela fé.]
35. O evangelho de João já havia mostrado que Jesus
veio para o que era seu, mas que os seus não o receberam
(Jo 1.12). Aqui Paulo mostrará que a rejeição de Israel
aconteceu, não por falta de aviso, mas porque não quis
ouvir aquilo que Deus havia planejado para ele.
Endureceram seus corações e tropeçaram na Palavra (Rm
10.14-21). Por outro lado, os gentios responderam
positivamente a essa mesma Palavra e, por isso, foram
aceitos.
36. Recapitulando o que já foi falado anteriormente, para os israelitas que procuravam ser
justificados pela lei, a justiça ficou fora de seu alcance - “Mas Israel, que buscava a lei da justiça, não
chegou à lei da justiça”.(9.31). Mas em Cristo, a justiça chega perto e pode ser alcançada pela fé.
Paulo deseja a salvação dos israelitas, mas entende que é possível somente por meio de Jesus e não
negou a perdição daqueles que confiavam na lei, mas ele queria que todos fossem salvos. Os
israelitas mostraram zelo por Deus, mas não segundo o entendimento do plano do Senhor. Ao invés
de aceitar a justiça de Deus, eles procuraram, em vão, estabelecer o seu próprio sistema de justiça (2-
3). É bom notar que essa descrição dos judeus se aplica bem a muitas pessoas religiosas e zelosas de
hoje que ainda andam conforme doutrinas humanas. Da mesma maneira que os judeus precisavam
abrir os seus corações para examinar as suas crenças, todos nós devemos ser abertos para aprender
melhor e mudar as nossas convicções para fazer a vontade de Deus. Corações orgulhosos e mentes
fechadas impedem a salvação de muitos.
37. "A rejeição judaica da justiça pela fé em Deus abriu espaço
para um número muito grande de gentios a serem enxertados na árvore
enraizada na antiga aliança de Deus com Abraão. Esta não deveria ser
objeto de orgulho gentio, mas de advertência. Nunca abandone o
princípio de salvação pela graça através da fé"
38.
39. Os teólogos chamam a atenção para a importância que a
doutrina de um “remanescente” possui dentro da cultura judaica (Rm
11.1-10). De fato, os profetas que se levantaram contra a apostasia e o
formalismo religioso acreditavam que Deus tinha uma reserva formada
por aqueles que eram fiéis (Am 2.12; 5.3; Is 1.9; 6.9-13; Sf 3.12,13; Jr
23.3). Em Romanos 11.1-10, Paulo, que se considerava um dos
remanescentes, cita o exemplo de Elias. Para Paulo, da mesma forma
que Elias se manteve fiel no meio do Israel apóstata, assim também
havia um remanescente que se mantinha fiel através de Jesus Cristo.
40. No capítulo 11 Paulo continua a sua explicação da posição dos judeus diante de Deus e até
o versículo 5 ele afirma que Deus não rejeitou os judeus, porque um resto foi salvo. Os judeus não
acharam Deus injusto quando rejeitou a maioria na época do profeta Elias, pois sabiam que os
injustos não mereciam estar com Deus. Deus mostrou a sua bondade poupando 7.000 fiéis que não
serviam aos ídolos. Aqueles que mostraram a sua fé foram poupados. Em Cristo, os judeus que
acreditam em Cristo são salvos. A eleição não foi aleatória, um ato do capricho de Deus. Os eleitos
são aqueles que aceitam a palavra de Deus.
41. Israel não conseguira entender que o plano de Deus
para a salvação incluía também os gentios (Is 9.6).
Tropeçaram ao não aceitarem a justiça de Deus
manifestada em Jesus Cristo. Foi graças a esse tropeço,
argumenta Paulo, que os gentios entraram como um
enxerto no plano da salvação. Os gentios, portanto, não
deviam assumir uma posição de orgulho, mas de temor. Eles
não eram os ramos naturais, mas faziam parte da “oliveira
brava” (Rm 11.11-24). Se Deus não havia poupado os ramos
naturais, muito menos pouparia os ramos enxertados.
42. Da mesma forma que Deus usou a lei para conduzir o homem à fé, ele usou a rejeição
pelos judeus para conduzir muitos à salvação, ou seja, quando os judeus rejeitaram a palavra, a porta
foi aberta aos gentios. Quando os gentios aceitaram o evangelho, os judeus ficaram enciumados (v.
11). No versículo 12 Paulo argumenta que se a rejeição por parte dos judeus abriu uma oportunidade
para os gentios, a volta dos judeus mostraria ainda mais a grandeza da graça de Deus. Alguns ramos
da oliveira (figura para judeus) foram quebrados, e ramos bravos (figura para gentios) foram
enxertados (v. 17). Paulo exorta os novos ramos afirmando que estes não têm direito de se orgulhar,
pois eles dependem da raiz (Abraão) (v. 18). O fato de serem enxertados não sugere algum mérito dos
gentios e não os coloca acima dos judeus (19). A diferença é questão de fé, não de mérito: alguns
judeus foram quebrados por falta de fé e alguns gentios foram enxertados por causa de fé (20). Para
ficar na oliveira, os gentios teriam que manter o seu temor de Deus. Ele não poupou os judeus
incrédulos e rejeitará os gentios se eles se tornarem incrédulos (21).
43. Embora Paulo se entristecesse com a situação
espiritual de seus compatriotas judeus, a sua posição em
relação a eles é de esperança e não de desespero (Rm
11.25-32). Paulo estava convencido de que no futuro Israel
será salvo. Para ele, isso terá seu cumprimento quando se
completar a "plenitude dos gentios". A rejeição dos judeus
trouxe a justificação ao mundo gentílico. Quando Deus
cumprir seu propósito para com os gentios cumprirá
também suas promessas de restauração para todo o Israel.
44. No versículo 25 Paulo ainda combate ao orgulho dos gentios, mostrando que a
incredulidade dos judeus abriu a porta para eles. Assim, “todo o Israel será salvo” (26-27). Não
podemos considerar esta frase sem o seu contexto. O contexto não afirma que todos os judeus carnais
ainda serão salvos. Paulo já havia dito antes que não é o Israel que é o povo de Deus, mas sim o povo
espiritual (2.28-29; 9.6-8; Gl 3.29). A salvação de judeus seria possível somente através da fé deles,
como mostram as citações do Velho Testamento (26-27; veja Isaías 59.20-21, que mostra a salvação
daqueles que se convertem num contexto que demonstra a culpa dos judeus rebeldes). E os judeus
carnais? São inimigos em termos do evangelho, pois o rejeitaram, mas ainda foi através deles que
Deus cumpriu as promessas aos patriarcas (28-29). A salvação de judeus seria possível nos mesmos
termos da salvação dos gentios: aqueles que deixarem a sua desobediência e confiarem na
misericórdia de Deus serão salvos (30-32).
45. "Gentios e judeus (11.11-21)
A rejeição judaica da justiça pela fé em Deus abriu
espaço para um número muito grande de gentios a serem
enxertados na árvore enraizada na antiga aliança de Deus
com Abraão. Esta não deveria ser objeto de orgulho gentio,
mas de advertência. Nunca abandone o princípio de
salvação pela graça através da fé.
Todo o Israel será salvo (11.25,26)
Paulo lança seus olhos ao passado para as
promessas feitas a Israel por Isaías (59.20; cf. Jr 31). A
conversão em massa de gentios a Cristo não significa que
Deus repudiara as palavras dos profetas do Antigo
Testamento. Somente quando todos os gentios forem
convertidos é que o foco da história voltará a se concentrar
em Israel (11.29)"
46. Como vimos, os capítulos 9 a 11 de Romanos
demonstram a soberania de Deus na história da redenção.
Revela que o propósito de Deus concernente à eleição
jamais poderá ser frustrado. Diante disso, a atitude deve
ser de temor, não de jactância. A história de Israel, seu
antigo povo, bem como a inclusão dos gentios no plano da
salvação, mostra que Deus respeita as escolhas, mesmo
que estas se revelem danosas para aquele que as fez. Em
todo caso, o arrependimento e a fé são os caminhos que
darão acesso ao portão da graça de Deus.
47. A respeito da Carta aos Romanos, responda:
Os patriarcas e o Cristo descendiam de que povo?
Os patriarcas e o próprio Cristo descendiam dos judeus.
As promessas de Deus em relação a Israel falharam com a rejeição deles?
As promessas de Deus relativas à nação de Israel não falharam, mesmo que a
maioria deles as tenha rejeitado.
Segundo a lição, por que Israel foi endurecido?
Israel foi endurecido porque não aceitou a justificação que lhe foi dada através de
Jesus Cristo.
Paulo se considerava um dos remanescentes?
Sim, ele se considerava um dos remanescentes.
Como os gentios passaram a fazer parte do plano da salvação?
Como os judeus tropeçaram ao não aceitarem a justiça de Deus manifestada em
Jesus Cristo, os gentios entraram como um "enxerto" no plano da salvação.
48. ISRAEL NO PLANO DA REDENÇÃO
"E se alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo zambujeiro,
foste enxertado em lugar deles e feito participante da raiz e da seiva da
oliveira, não te glories contra os ramos; e, se contra eles te gloriares, não és tu
que sustentas a raiz, mas a raiz a ti" (Rm 11.17,18). Infelizmente não são poucos
dentro da igreja evangélica que esquecem essa advertência e reverberam a
ideia equivocada da Teologia da Substituição. Penso ser importante usar este
espaço para falar um pouco da origem dessa teologia, pois pode haver alguém
da sua classe que desconhece esse tema e lhe faça algumas perguntas.
A questão do papel do povo judeu hoje no plano de Deus tem
despertado sentimentos variados nos cristãos do mundo atual em relação ao
Israel contemporâneo. Tais sentimentos atrelam-se ao método adotado na
interpretação bíblica ao longo da história eclesiástica. Assim, o método
alegórico foi importantíssimo para o surgimento da Teologia da Substituição.
A destruição de Jerusalém, a Cidade de Deus, no ano 70 d.C, foi um
acontecimento crucial para a eficácia desse método. No século IV, o clero cristão
era constituído por bispos ocidentais e orientais influenciados pelo método
49. alegórico - ele uniu-se ao império romano, mediante Constantino, o imperador
de Roma. Esses clérigos consideraram a destruição de Jerusalém um sinal de
que Deus havia rejeitado o povo judeu.
Neste contexto, a Teologia da Substituição ganhou força dentro do
Cristianismo. A igreja romana advogou para si o título de o "Novo Israel de
Deus". E, a exemplo de outras tradições cristãs, passou julgar os judeus como o
"povo rebelde que matou Jesus" e para sempre fora rejeitado por Deus. Por
isso, o estudioso Arnold Fruchtenkbaum conceitua a Teologia da Substituição
como corrente que rejeita o moderno Estado de Israel como cumprimento da
profecia bíblica. Neste caso, todas as profecias sobre o povo judeu já fora
cumprida e, por isso, não se deve esperar nenhuma restauração futura de Israel
(cf. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. CPAD, 2008, pp.372). Ora, algumas
respostas sobre a profecia bíblica deveriam responder a estas questões: Qual o
público alvo da profecia bíblica? Cumpriu-se toda? A quem Deus prometeu uma
terra localizada no Oriente Médio?À Igreja ou a Israel? Tal promessa se cumpriu
plenamente? Então, o estudioso sério das Escrituras pensará muito antes de
afirmar que a Igreja substituiu Israel.