3. EXISTEM DOIS CONCEITOS ACERCA DE CONSCIÊNCIA
• Conceito prático e objetivo;
• Conceito subjetivo:
“ Ser consciente refere-se à nossa maneira de existir no
mundo, como conduzimos nossa vida, as ligações
emocionais que estabelecemos, ser dotado de
consciência é ser capaz de amar!”
“É um senso de responsabilidade e generosidade,
baseado em vínculos emocionais, de nobreza com outras
criaturas. É uma espécie de entidade invisível, que possui
vida própria e independe da nossa razão, é a voz secreta
da alma para o caminho do bem”
5. “ – Se eu me preocupo com outras pessoas?
Difícil essa... Mas sim, acho que me preocupo..
Quer dizer sou afetuoso como qualquer outra
pessoa, mas no fim, todo mundo quer ferrar
com a gente, você tem de se virar! Ou acaba
ferrado também! Se eu me sinto mal quando
machuco alguém? Sabe como é... Hmm, as
vezes, sabe como é quando a gente mata
uma mosca?”
(Psicopata que cumpria pena por sequestro, estupro e extorsão*)
6. São os PSICOPATAS
Parecem como nós, mas são desprovidos da
consciência, da capacidade de sentir
empatia pelo outro, de compreender a dor e
o sentimento alheio, de se emocionar com
tragédias, de sentir remorso, inquietude
mental quando machucamos, magoamos,
ou ferimos alguém, são desprovidos da
capacidade de amar, daquela capacidade
que nos torna aptos a vivermos em
sociedade.
7. Phsyche = MENTE;
Pathos= DOENÇA
No entanto, em termos médicos – psiquiátricos, a
psicopatia NÃO é uma doença mental. Esses
indivíduos não apresentam qualquer tipo de
desorientação, delírios, alucinações, nem ao menos
apresentam intenso sofrimento mental.
8. São indivíduos frios, calculistas, inescrupulosos,
dissimulados, mentirosos, sedutores e que
visam apenas o próprio benefício. São
incapazes de estabelecer vínculos afetivos,
de se colocar no lugar do outro, desprovidos
de culpa e remorso, são predadores sociais,
que se apresentam em maior ou menor nível
de gravidade.
9. Eles possuem total ciência de seus atos, a
parte cognitiva e racional é perfeita, sabem
que estão infringindo regras sociais e por que.
A deficiência deles está no campo dos afetos
e das emoções. Para eles, tanto faz pedir
licença, ou fazer com que alguém saia de
seu caminho, é uma escolha, de forma livre.
10. Classificações atuais
• DSM IV
Critérios diagnóstico para TRANSTORNO DE PERSONALIDADE ANTI –
SOCIAL301.7 Transtorno da Personalidade Anti-Social
A. Um padrão global de desrespeito e violação dos direitos alheios, que
ocorre desde os 15 anos, indicado por, no mínimo, três dos seguintes
critérios:
(1) Incapacidade de adequar-se às normas sociais com relação a
comportamentos lícitos, indicada pela execução repetida de atos que
constituem motivo de detenção
(2) Propensão para enganar, indicada por mentir repetidamente, usar
nomes falsos ou ludibriar os outros para obter vantagens pessoais ou prazer
(3) Impulsividade ou fracasso em fazer planos para o futuro
(4) Irritabilidade e agressividade, indicadas por repetidas lutas corporais ou
agressões físicas
(5) Desrespeito irresponsável pela segurança própria ou alheia
(6) Irresponsabilidade consistente, indicada por um repetido fracasso em
manter um comportamento laboral consistente ou de honrar obrigações
financeiras
(7) Ausência de remorso, indicada por indiferença ou racionalização por ter
ferido, maltratado ou roubado alguém
11. CID 10
• F60.2 Personalidade dissocial
Transtorno de personalidade caracterizado por um
desprezo das obrigações sociais, falta de empatia
para com os outros. Há um desvio considerável entre
o comportamento e as normas sociais estabelecidas.
O comportamento não é facilmente modificado
pelas experiências adversas, inclusive pelas punições.
Existe uma baixa tolerância à frustração e um baixo
limiar de descarga da agressividade, inclusive da
violência. Existe uma tendência a culpar os outros ou
a fornecer racionalizações plausíveis para explicar um
comportamento que leva o sujeito a entrar em
conflito com a sociedade.
12. CID 10
• F91 Transtornos de conduta
Os transtornos de conduta são caracterizados por
padrões persistentes de conduta dissocial, agressiva
ou desafiante. Tal comportamento deve comportar
grandes violações das expectativas sociais próprias à
idade da criança; deve haver mais do que as
travessuras infantis ou a rebeldia do adolescente e se
trata de um padrão duradouro de comportamento
(seis meses ou mais). Quando as características de
um transtorno de conduta são sintomáticos de uma
outra afecção psiquiátrica, é este último diagnóstico
o que deve ser codificado.
13. Estrutura Psicológica
Para a psicologia, todos nós nascemos com uma
ESTRUTURA psíquica, uma tendência inata que pré
determina nossos comportamentos.
O PSICOPATA possui a estrutura PERVERSA:
Perverso é toda pessoa que possui um modo de
funcionamento psíquico baseado numa estrutura
perversa. Distingue-se na neurose e da psicose como
modo de funcionamento e organização defensiva do
aparelho psíquico.
14. • Os principais sintomas da perversão são descritos como:
NARCISISMO 2) Tendência a manipulação, chantagem,
sedução excessiva e impulsividade 3) Mentiras, 4) Transgressão
das normas e regras, 5) Práticas sexuais consideradas como
desvio, 6) Intencionalidade, 7) Objeto cúmplice, 8), 9) Desejo de
poder “status”, 10) Ausência de sentimento e culpa, 11)
Fantasias inconscientes “abandono” e “rejeição”, 10) Recusa
(mecanismo de defesa), 11) Psiquismo primitivo, 12) Sensação
de mundo hostil e 13) Agressão a si mesmo
Classificação da perversão
A estrutura perversa se divide em dois grandes grupos:
• Sociais: psicopatia, toxicomania e alcoolismo.
• Sexuais: exibicionismo, voyeurismo, sadismo, masoquismo,
sadomasoquismo, fetichismo e pedofilia.
15. Segundo a classificação americana de transtornos
mentais, a DSM IV há:
• - Cerca de 3% da população geral possui algum
nível de psicopatia;
• Destes há um número de 3 homens pra cada
mulher;
• Na população carcerária chega ao número de
20%
16. Perfil psicológico dos psicopatas
Sintomas emocionais:
• Eloquentes e superficiais;
• Egocêntrico e grandioso;
• Ausência de remorso ou culpa;
• Ausência de empatia;
• Manipulação;
• Emoções superficiais;
17. Eloquentes e superficiais
Frequentemente são espirituosos e articulados,
contam histórias improváveis, e inteligentes, mas um
observador atento verifica a superficialidade de seus
conhecimentos.
“Falam sobre tudo e não falam nada”
18. Egocêntrico e grandioso
• Possuem uma visão narcisistas e exageradamente
vaidosa de seu próprio valor, acreditam que têm
direito a tudo e que são o centro do universo.
“ não é que não cumpra as leis. Eu faço as minhas
próprias leis, nunca violo minhas próprias leis”
19. Ausência de remorso ou
culpa
• No geral tem desculpas prontas para seus
comportamentos, possuem uma incrível habilidade
de racionalizar e negar o impacto de suas ações
sobre o outro
Certa vez o Dr. Hare perguntou a um detento:
- Você sente remorso por ter matado aquele
homem?; - Sim, claro!; - Me explique como é esse
sentimento; - Veja bem, é um incômodo, daqueles
que... Hmm.. Como se diz? Quase tira nosso sono.
20. Falta de empatia
- Um estuprador, com alta pontuação no
Psychopathy Checklist:
“elas ficam apavoradas, não é? Mas veja só, eu já
senti medo, e não foi nada tão desagradável assim”.
Há uma falta generalizada de empatia, indiferentes
ao sentimento alheio, inclusive de seus familiares, os
outros, são como objetos, posses..
21. Uma detenta presa por permitir que seu namorado
abusasse sexualmente de sua filha de 5 anos:
“eu não aguentava mais fazer sexo aquela noite,
mas não entendo, não aceito terem tomado minha
filha de mim, ela é minha! Ela me pertence e quem
entende do bem estar dela sou eu!”
22. Enganador e manipulador
• Mentir, enganar e manipular são talentos naturais;
“ elas entravam no meu carro, porque eu as fazia
sentir bonita, desejada e valorizada”;
“ as vezes colocava um gesso na perna e pedia
ajuda para alguma moça bonita que estivesse
passando” Ted Bundy um dos mais brutais seriais killers
de mulheres, executado em 1989.
23. Emoções rasas
O psicólogo J. h. Jonhs “ eles sabem a letra, mas não
a musica”.
Em um estudo, alguns presidiários identificados como
presidiários, foram submetidos a cenas de conteúdos
chocantes, corpos decapitados, torturas, crianças
sendo abusadas e maltratadas, enquanto a resposta
normal seria reações físicas de medo, angústia, esses
psicopatas ao menos apresentavam alterações de
seus batimentos cardíacos.
24. • O neuropsiquiatria Ricardo de Oliveira Souza
desenvolveu um teste denominado Bateria de
Emoções Morais ( BEM) , que utiliza ressonância
magnética para verificar como o cérebro dos
indivíduos se comporta ao fazerem julgamentos
morais, que envolvem emoções sociais positivas,
como arrependimento, culpa e compaixão. Os
resultados: os psicopatas apresentam atividade
cerebral reduzida nas estruturas relacionadas às
emoções em geral. E em contrapartida, aumento
de atividades nas regiões responsáveis pela
cognição.
25. Perfil: Estilo de vida
• Impulsivo;
• Fraco de controle comportamental;
• Necessidade de excitação;
• Falta de responsabilidade;
• Problemas de comportamentos precoces;
• Comportamento adulto antissocial;
26. Graus da psicopatia
Psicopata comunitário ou de grau leve
• são os psicopatas mais comuns, tendem a exibir poucos critérios e são
aqueles que dificilmente matam; entretanto, são os mais difíceis de serem
diagnosticados porque tendem a se passar despercebidos no ambiente
social, caracterizando o “psicopata comunitário”. Geralmente, possuem
inteligência média ou até mesmo maior que a média, mas são frios,
racionais, mentirosos, não se importam com os sentimentos alheios e são os
psicopatas ditos dissimulados: escondem tais características de forma que
pouquíssimas pessoas consigam perceber, são muito manipuladores.. Eles
podem ser desde um falso colega oportunista que vive se fazendo de vítima,
até trapaceiros, parasitas sociais, políticos, empresários e religiosos. Esse
psicopata raramente vai para a cadeia, mas quando esses indivíduos – por
algum motivo ilícito – vão para a prisão, são tidos como presos “exemplares”
pelo seu bom comportamento: são muito bem vistos, comportados, não
arranjam confusões e dissimulam uma aparência de inocentes coitadinhos, a
ponto que outros presos e seguranças não consigam acreditar que aquela
pessoa tão calma pôde cometer alguma atrocidade. Exatamente por isso,
são os que mais facilmente conseguem enganar a todos, fazendo com que
diminuam o tempo de pena na cadeia. Comumente foram crianças com
grande charme superficial, encantavam facilmente adultos pela sua
aparência de docilidade, entretanto, já apresentavam traços de frieza,
27. Moderado a grave
• Eles geralmente são agressivos, impulsivos, frios, sádicos, mentirosos, não possuem
empatia e são mais facilmente associados a psicopatas autores de grandes golpes ou
assassinos e serial killers, entretanto, escondem tais características de forma que
socialmente são vistos como pessoas normalíssimas, cujos verdadeiros instintos ninguém é
capaz de desconfiar. Os de grau moderado geralmente estão mais infiltrados no meio
das drogas, álcool, jogo compulsivo, direção imprudente, vadiagem e promiscuidade e
vandalismo, além de grandes golpes e graves estelionatos. Os que apresentam um grau
muito grave, frequentemente são assassinos sádicos, ou seja, obtêm prazer ao ver o
sofrimento de outra pessoa e são indivíduos excessivamente problemáticos, do ponto de
vista emocional. Em contraste a essas características, de modo semelhante ao psicopata
comunitário, podem apresentar-se como uma pessoa normal perante os outros e a
sociedade, contudo, escondem uma personalidade muito mais sombria – esta
ocasionalmente visível para familiares, por exemplo, onde o ambiente é marcado por
discussões frequentes. Totalmente frios, sem remorso e ausentes de sentimentos
carinhosos para com outros seres humanos, esses indivíduos não conseguem conter por
muito tempo seus impulsos sádicos – embora saibam perfeitamente que seu
comportamento é inapto e totalmente repudiado pela sociedade. É comum nessas
pessoas, um histórico de doenças neuropsiquiátricas como depressão, déficit de
atenção, transtornos de ansiedade ou outros distúrbios de personalidade, além de um
persistente sentimento de vazio existencial e tédio, o que os faz buscarem constantes
estímulos – inconstantes, enjoam de tudo facilmente, por isso sempre procuram algo
novo e diferente para fazerem; mas possuem dificuldade em terminar o que começam.
Na infância, esses indivíduos geralmente sofreram algum tipo de trauma significante o
que pode ser considerado agravante da psicopatia. Normalmente foram crianças mais
28. de psicopatas
• Os PSICOPATAS PRIMÁRIOS não respondem ao castigo, à apreensão, à tensão e nem à
desaprovação. Parecem ser capazes de inibir seus impulsos antissociais quase todo o tempo,
não devido à consciência, mas sim porque isso atende ao seu propósito naquele momento. As
palavras parecem não ter o mesmo significado para eles que têm para nós. Não têm nenhum
projeto de vida e parecem ser incapazes de experimentar qualquer tipo de emoção genuína.
• Os PSICOPATAS SECUNDÁRIOS Os psicopatas desse tipo se expõem a situações mais
estressantes do que uma pessoa comum, mas são tão vulneráveis ao estresse como a pessoa
comum. São pessoas ousadas, aventureiras e pouco convencionais, que começaram a
estabelecer suas próprias regras do jogo desde cedo. São fortemente conduzidos por um
desejo de escapar ou de evitar a dor, mas também são incapazes de resistir à tentação. Tanto
os psicopatas primários como os secundários estão subdivididos em:
• PSICOPATAS DESCONTROLADOS: são os que parecem se aborrecer ou enlouquecer mais
facilmente e com mais frequência do que outros subtipos. Seu delírio se assemelhará a um
ataque de epilepsia. Em geral também são homens com impulsos sexuais incrivelmente fortes,
capazes de façanhas assombrosas com sua energia sexual. Também parecem estar
caracterizados por desejos muito fortes, como o vício em drogas, a cleptomania, a pedofilia ou
qualquer tipo de indulgência ilícita ou ilegal.
• PSICOPATAS CARISMÁTICOS: são mentirosos, encantadores e atraentes. Em geral são dotados
de um ou outro talento e o utilizam a seu favor para manipular os outros. São geralmente
compradores e possuem uma capacidade quase demoníaca de persuadir os outros a
abandonarem tudo o que possuem, inclusive suas vidas. Com frequência, esse subtipo chega
a acreditar em suas próprias invenções. São irresistíveis.
29. Na criança
Não se fala em psicopatia na infância, mas sim, em
um transtorno de conduta. Apresentam um padrão
repetitivo e persistente das seguintes característica.
30. • Mentiras frequentes;
• Crueldade com animais;
• Conduta desafiadora;
• Impulsividade;
• Irresponsabilidade;
• Baixa tolerância a frustrações;
• Culpabilidade transferida aos outros;
• Frieza emocional;
• Falta de empatia;
• Violação às regras sociais;
• Sexualidade exacerbada;
31. O escorpião aproximou-se do sapo que estava a beira do
rio, como não sabia nadar, pediu carona para chegar à
outra margem.
Desconfiado o sapo disse: “ ora, escorpião, só se eu fosse
tolo demais! Você é traiçoeiro, vai me picar e vou morre”.
O escorpião insistiu, utilizando argumentos lógicos, até que
o sapo cedeu e deu carona ao simpático escorpião.
Ao fim da travessia, o escorpião cravou seu ferrão mortal e
saltou ileso em terra firme. Já começando a afundar em
seus minutos finais, ele perguntou o porquê de tamanha
crueldade ao escorpião. Então o escorpião responde,
friamente: - Porque essa é minha natureza.