O documento apresenta dois textos de opinião sobre o tema da guarda compartilhada de crianças após o término de um relacionamento conjugal. O Texto 1 defende a guarda compartilhada como sendo o melhor interesse da criança, enquanto o Texto 2 aponta possíveis desafios dessa abordagem.
2. INSTRUÇÃO
ufjf-2009
O Texto I, “É um avanço”, de Rodrigo Pessoa Pereira da Silva, e o Texto II, “Avanço com
ressalvas”, de Marcelo Loures, foram publicados no Jornal Hoje em dia, na seção “Contraponto”.
Esses textos abordam o tema “Guarda compartilhada”. Leia-os, com atenção, para responder às
questões de 01 a 05.
3. TEXTO 01
ufjf-2009
É UM AVANÇO, Rodrigo Pessoa Pereira da Silva
Atualmente, ao término da relação conjugal, a guarda dos filhos será assunto: guarda compartilhada
atribuída a “quem revelar melhores condições para exercê-la”. É a
regra clássica de deixar o filho com a mãe e a “pensão” com o pai locutor: primeira do plural [muito opinativo]
[bem como o “direito de visita”]. São os pais de fim de semana. subtemas
Difícil se faz uma leitura desse dispositivo à luz do fundamento
constitucional da dignidade da pessoa humana, bem como dos discussão
princípios da paternidade responsável, do planejamento familiar com quem deve ficar a guarda da criança
como livre decisão do casal, do dever da família de assegurar à
criança e ao adolescente o direito à vida, à saúde, à alimentação, ao linguagem
lazer, à profissionalização, à cultura etc. Se considerarmos ainda o
em tese, objetiva; manipulação de dados
princípio do melhor interesse da criança, previsto na Convenção
Internacional da ONU sobre os Direitos da Criança, galgado a status estratégias discursivas
constitucional, resta claro que a letra da lei não se encaixa na melodia
confronto, citação de autoridade
dos princípios fundamentais da Constituição.
4. TEXTO 01
ufjf-2009
O recém aprovado Projeto de Lei 6350/02 introduz, em definitivo, a
guarda compartilhada como sistema preferencial [e não obrigatório].
assunto: guarda compartilhada
Adotado em muitos países [inclusive no Brasil, por alguns juízes e
Tribunais], prevê, em síntese, a divisão harmônica das locutor: primeira do plural [muito opinativo]
responsabilidades pela criação e educação dos filhos entre pai e mãe.
subtemas
Para tanto, devem ser levadas em consideração as circunstâncias do
caso concreto, as necessidades e os interesses do filho, definindo-se o aprovação de projeto de lei que estabelece
papel que cada um terá na sua educação. O juiz, antes de decidir, tem
o dever de informar aos pais seu significado, sua importância para a a guarda compartilhada como preferencial
criança, e os deveres e direitos atribuídos aos dois, valendo-se [o linguagem
juiz], se for o caso, de orientação técnico-profissional ou de equipe
multidisciplinar para auxiliá-lo. em tese, objetiva; manipulação de dados
Mesmo com a adoção da guarda compartilhada, o filho terá o estratégias discursivas
referencial de uma casa principal, com a ressalva de que será
confronto, citação de autoridade
atribuído às partes o tempo de convívio necessário. Além dos direitos
e obrigações, são estipuladas as sanções pelo descumprimento das causa e consequência
cláusulas. Contudo, nunca é demais lembrar que tais cláusulas são
redigidas em comum acordo entre os pais, representando, pois, o exposição e ampliação
reflexo de suas vontades, observados os interesses do filho.
5. TEXTO 01
ufjf-2009
assunto: guarda compartilhada
locutor: primeira do plural [muito opinativo]
A nós não resta dúvidas de que tal modelo atende perfeitamente aos
subtemas
anseios e necessidades da sociedade atual, em que as mulheres
trabalham fora [e muitas vezes sustentam a família], e as relações aprovação de projeto de lei que estabelece
familiares perdem em afeto. Não acreditamos que a criança perderá
a guarda compartilhada como preferencial
seu referencial. Cremos, sim, que a manutenção da guarda unilateral,
nos moldes clássicos, é que provoca essa perda de referência, pois linguagem
impede o convívio habitual com pai e mãe.
modalização; manipulação de dados
Como mais uma opção, a guarda compartilhada será muito bem-
vinda, desde que exercida com plena responsabilidade. Finalmente, estratégias discursivas
letra e melodia soarão harmoniosamente.
explicitação da primeira pessoa
exposição e ampliação
6. TEXTO 01
É UM AVANÇO
tema
guarda das crianças filhas de pais separados
tese
a guarda compartilhada é a melhor forma de se preservarem os interesses e a melhor educação da criança
locutor
articula.-se em primeira do plural e se insere no texto incisivamente no quarto e no quinto parágrafos
linguagem
padrão formal, culto; modalização, causa e consequëncia, confronto, citação de autoridade
tipo e gênero
tipo [expositivo-argumentativo] e gênero [artigo de opinião]
7. TEXTO 02
ufjf-2009
assunto: guarda compartilhada
locutor: primeira do singular [muito opinativo]
AVANÇO COM RESSALVAS, Marcelo Loures
subtemas
Se me permitem uma corruptela no uso do jargão, diria que “a lei
imita a vida”. Essa foi minha a sensação após tomar conhecimento discussão
da decisão tomada pela Câmara dos Deputados a favor da guarda com quem deve ficar a guarda da criança
compartilhada de filhos de pais separados. Afinal, quem não conhece
algum casal separado que, de forma desburocratizada e até mesmo linguagem
amigável, divide as responsabilidades sobre o cuidado dos filhos?
altamente subjetiva
estratégias discursivas
pergunta retórica e interlocução direta
8. TEXTO 02
ufjf-2009
Desde que a revolução de maio de 1968 acirrou a discussão sobre a
assunto: guarda compartilhada
liberdade sexual, a vida em família já não é a mesma. Nesse âmbito,
há sentimentos de toda natureza, do medo apocalíptico da perda de locutor: primeira do plural [muito opinativo]
referências e do aumento da violência, ao orgulho por participar, de
linguagem
alguma forma, dos avanços nas relações entre pais e filhos. E, como
em todas as complexidades que envolvem homem e sociedade, modalização; manipulação de dados
ambos os pontos de vista são tão corretos quanto insuficientes.
estratégias discursivas
Tanto um quanto outro resultam da forma como tais alterações,
somadas a tantas outras, são assumidas por nós na condução do evolução histórica, confronto
nosso dia-a-dia. Conciliar trabalho, viagens, escola dos meninos e,
causa e consequência
além de tudo, ter que entender-se com seu companheiro, não é tarefa
fácil. Mas, separados ou não, nós, os pais, lidamos com isso todos os contra-argumentação
dias.
9. TEXTO 02
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Sob essa perspectiva, essa proposta de lei faria “chover no molhado”.
A guarda compartilhada garantiria, portanto, o direito de pai e mãe
conviverem separadamente com seus filhos. Mas, ressalte-se, essa é a assunto: guarda compartilhada
maior ironia da proposta de lei, pois, quando dela nos utilizaríamos? locutor: primeira do plural [muito opinativo]
Justamente quando os acordos que fazemos cotidianamente, por
gentileza, amor ou interesse, começassem a não funcionar. linguagem
Como ficariam os filhos nessa situação? Considera-se uma possível modalização; manipulação de dados
confusão em torno das referências ou de não reconhecer seu próprio
lugar... Filigranas! As mudanças na sociedade contemporânea estratégias discursivas
evidenciam que esse fenômeno, a guarda compartilhada, é não contra-argumentação
somente comum, mas salutar pela convivência multifamiliar e seus
arranjos, porém, não em todos os casos.
10. TEXTO 02
ufjf-2009
Freud costumava dizer, com muito bom humor, verdades profundas
sobre o psiquismo humano. Segundo ele, toleramos de mau grado as
diferenças, recorrendo sempre às comparações para nos elevarmos.
Tais comparações entre as partes de pai e mãe certamente cobrarão assunto: guarda compartilhada
dos filhos uma boa dose de bom senso e paciência. Mas há situações
que estão além desses limites, colocando esses filhos no centro de um locutor: primeira do plural [muito opinativo]
conflito intolerável, representantes de uma diferença indesejável e linguagem
abjeta. É quando tornam-se fantasmas de outros casamentos no seio
da nova configuração familiar. Vide o caso de Isabella Nardoni. modalização; manipulação de dados
Para decidir sobre cenários assim, os juizados deverão estar estratégias discursivas
preparados. É possível verificar que há, por parte de certos juízes,
sensibilidade para reconhecer a especificidade de cada situação. Mas contra-argumentação
essa não é a regra. Resta saber como essas especificidades serão
avaliadas e acompanhadas de forma efetiva e ágil em benefício dos
filhos.
(Disponível em: http://www.hojeemdia.com.br/v2/busca/index2.php?sessao=33&data_edicao_anterior=2008-06-02)
11. TEXTO 02
AVANÇO COM RESALVAS
tema
guarda das crianças filhas de pais separados
tese
apontam-se possíveis consequências negativas [para as crianças e para os pais] da guarda compartilhada
locutor
articula.-se em primeira do singular e se insere no texto incisivamente no primeiro parágrafo
linguagem
padrão formal, culto; o locutor usa competentemente a técnica da contra-argumentação
tipo e gênero
tipo [expositivo-argumentativo] e gênero [artigo de opinião]
12. INSTRUÇÃO
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Leia novamente o fragmento abaixo, extraído do texto de Rodrigo Pessoa.
Não acreditamos que a criança perderá seu referencial. Cremos, sim, que a manutenção da guarda
unilateral, nos moldes clássicos, é que provoca essa perda de referência... [4° parágrafo]
13. QUESTÃO 01
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É POSSÍVEL afirmar que, no fragmento destacado acima, o autor usou a seguinte estratégia
argumentativa:
exemplificação.
comprovação.
contraposição.
generalização.
comparação.
14. QUESTÃO 01
Solução comentada
As palavras não e sim estabelecem uma relação de oposição, contraposição, confronto. Ou seja, aquilo
que é dito na frase dois se opõe ao que foi dito na frase um. Assinale-se, pois a alternativa “c”.
15. INSTRUÇÃO
ufjf-2009
Releia, no fragmento abaixo, a conclusão apresentada por Rodrigo Pessoa em seu texto.
“Finalmente, letra e melodia soarão harmoniosamente.” [5º parágrafo]
16. QUESTÃO 02
ufjf-2009
Os termos letra e melodia, destacados no enunciado acima, referem-se, respectivamente:
à decisão tomada pelo juiz e ao respeito à vontade afetiva e econômica dos pais.
à guarda unilateral e ao convívio entre mães e pais separados.
aos deveres atribuídos às mães e aos direitos dos pais recentemente separados.
à regra clássica sobre guarda dos filhos e ao princípio do melhor interesse da criança. .
ao dispositivo da lei sobre a guarda dos filhos e à livre decisão da criança.
17. QUESTÃO 02
Solução comentada
A letra se refere à lei que regulamenta a guarda dos filhos e a música se refere ao que, em tese, seria
melhor para a criança. Sendo assim, marque-se a alternativa “d”.
18. QUESTÃO 03
ufjf-2009
Leia novamente o texto de Marcelo Loures. Na visão do autor, a proposta de lei da guarda
compartilhada faria chover no molhado [3º parágrafo] porque:
há muito tempo a vida em família já não é a mesma.
esse ponto de vista é tão correto quanto insuficiente.
os casais já fazem acordos para conviverem com seus filhos.
não é tarefa fácil ter que entender-se com seu companheiro.
os pais sempre dividem amigavelmente o cuidado dos filhos.
19. QUESTÃO 03
Solução comentada
Para o autor do texto 02, o Projeto de Lei que estabelece a guarda compartilhada faria chover no molhado,
porque estabelece algo que já vem sendo posto em prática pelos pais, que fazem acordos [entre eles]
para ver os filhos. Por isso, assinale-se a alternativa “c”.
20. INSTRUÇÃO
ufjf-2009
Leia novamente.
Esse fenômeno, a guarda compartilhada, é não somente comum, mas salutar pela convivência
multifamiliar e seus arranjos... [4º parágrafo]
21. QUESTÃO 04
ufjf-2009
Qual a relação sintático-semântica expressa pelos termos destacados no enunciado acima?
conseqüência
oposição
comparação
adição
condição
22. QUESTÃO 04
Solução comentada
Os articuladores destacados [não só... mas] estabelecem a relação de soma, adição entre termos.
Assinale-se, pois, a alternativa “d”.
23. QUESTÃO 05
ufjf-2009
Comparando-se as duas posições sobre a guarda compartilhada, podemos afirmar que tanto Rodrigo
Pessoa quanto Marcelo Loures sustentam que:
I. o modelo da guarda compartilhada atende às necessidades e às mudanças da sociedade
contemporânea.
II. a guarda compartilhada será sempre bem-vinda em todas as situações.
III. é possível que a guarda compartilhada provoque a perda de referência por parte da criança.
IV. os juízes deverão levar em consideração as especificidades de cada caso concreto.
V. a divisão harmônica das responsabilidades pela educação dos filhos só pode ser garantida por lei.
A respeito dessas afirmações, é POSSÍVEL dizer que:
todas as afirmações estão corretas.
apenas as afirmações (I) e (IV) estão corretas.
apenas as afirmações (I) e (V) estão corretas.
apenas as afirmações (III) e (IV) estão corretas.
apenas as afirmações (II) e (V) estão corretas.
24. QUESTÃO 05
Solução comentada
Para os dois autores, o modelo de guarda compartilhada atende às necessidades e às mudanças da
sociedade contemporânea.
Os dois autores defendem a tese segundo a qual são os pais e o juiz que, após analisarem a situação,
devem estabelecer o que é melhor para a criança, na medida em que pode haver casos em que ela não
será a melhor solução para todos.
Apenas Marcelo Loures [autor do texto dois] aventa a possibilidade de a guarda compartilhada provocar
a perda da referência por parte da criança.
Para os dois autores, o juiz não deve determinar que a guarda compartilhada é a melhor solução para
todos os casos, mas analisar cada caso especificamente.
Para os dois autores, a Lei nem sempre consegue assegurar a divisão harmônica de responsabilidades
pela educação dos filhos. São corretas as opções I e IV. Assinale-se, pois, a alternativa “b”.
25. INSTRUÇÃO
ufjf-2009
INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, os fragmentos do texto abaixo [Texto III] , de José Eustáquio
Diniz de Alves, intitulado “A definição de família convivente do IBGE: cuidados metodológicos
necessários”, disponível no endereço www.ibge.gov.br, para resolver às questões 06 a 13.
26. TEXTO 03
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A DEFINIÇÃO DE FAMÍLIA CONVIVENTE
Na literatura antropológica e sociológica a definição de família não se assunto: definição de família convivente
restringe ao grupo domiciliar, pois os laços de família extrapolam o locutor: primeira do plural [pouco opinativo]
domicílio, a cidade e até o país. Nessa perspectiva de estudo, uma
família engloba pessoas com diferentes graus de parentesco, subtemas
definidos a partir da descendência/ascendência sanguínea, ou através
definição do conceito de família convivente
do casamento e da adoção.
segundo o IBGE, a Argentina e os EUA
Entretanto, para operacionalizar o conceito de família, os institutos
de pesquisa restringem o escopo da família ao grupo domiciliar. linguagem
Assim, nos censos demográficos e outras pesquisas domiciliares [tipo
PNAD], o alcance máximo de uma família vai até os limites físicos da em tese, objetiva; manipulação de dados
moradia. Uma mesma família [definida pelos laços de parentesco e de estratégias discursivas
ajuda mútua] que ocupe dois domicílios é contabilizada como duas
famílias. confronto, citação de autoridade
27. TEXTO 03
ufjf-2009
assunto: definição de família convivente
Desta forma, família e domicílio estão, intrinsecamente, relacionados
nos censos demográficos. Contudo, a despeito dessa regra geral, locutor: primeira do plural [pouco opinativo]
existem diferenças metodológicas importantes adotadas pelos
subtemas
diversos países. Por exemplo, nos Estados Unidos [EUA] e na
Argentina, uma pessoa que more sozinha num domicílio ou mais de definição do conceito de família convivente
duas pessoas sem laços de parentescos que morem juntas são
segundo o IBGE, a Argentina e os EUA
classificadas como “não-família”. Já no Brasil, ambos os casos se
encaixam na definição de família do IBGE. O que o IBGE define linguagem
como família no Brasil é o que os EUA e a Argentina definem como
família + “não-família”. Porém, o objetivo desse texto é abordar um em tese, objetiva; manipulação de dados
outro problema metodológico que, senão compreendido, pode ser estratégias discursivas
fonte de grande confusão. Trata-se da questão das “famílias
conviventes” que é um procedimento adotado pelo IBGE e que confronto, citação de autoridade
difere das normas adotadas por outros países do mundo. exemplificação, proposição
28. TEXTO 03
ufjf-2009
assunto: definição de família convivente
A tabela 1 mostra os dados de população, domicílios permanentes
ocupados e famílias nos Estados Unidos, Argentina e Brasil. locutor: primeira do plural [pouco opinativo]
Observa-se que a soma de famílias e “não-famílias” coincide com o
subtemas
número de domicílios nos dois primeiros países, mas difere no caso
brasileiro, isto é, no Brasil o número de famílias [o que inclui as “não- definição do conceito de família convivente
famílias”] é maior do que o número de domicílios ocupados.
segundo o IBGE, a Argentina e os EUA
linguagem
em tese, objetiva; manipulação de dados
estratégias discursivas
confronto, citação de autoridade
29. TEXTO 03
ufjf-2009
assunto: definição de família convivente
locutor: primeira do plural [pouco opinativo]
A diferença de 3,4 milhões de famílias excedendo o número de subtemas
domicílios no Brasil se deve ao procedimento metodológico adotado
pelo IBGE que, ao contrário de outros países, fraciona as famílias definição do conceito de família convivente
dentro de um mesmo domicílio. O conceito de FAMÍLIA
segundo o IBGE, a Argentina e os EUA
CENSITÁRIA do IBGE define um responsável pela família, mesmo
que este não seja o responsável pelo domicílio. Toda vez que isto linguagem
acontece, tem-se os domicílios com famílias conviventes. Na
verdade, as famílias conviventes do IBGE são famílias estendidas, em tese, objetiva; manipulação de dados
compostas por duas ou mais famílias nucleares, parentes ou não- estratégias discursivas
parentes.
confronto, citação de autoridade
ampliação por conceituação
30. TEXTO 03
ufjf-2009
assunto: definição de família convivente
Exemplificando: um casal com dez filhos é uma família única [12
pessoas], mas um casal com apenas um filho se torna duas famílias se locutor: primeira do plural [pouco opinativo]
este filho se casa e o cônjuge for morar no mesmo domicílio. Nesse
subtemas
segundo caso teríamos uma família principal [composta pelo casal
de pais] e uma família secundária composta pelo casal formado definição do conceito de família convivente
pelo filho/a e genro/nora. Teríamos, então, duas famílias nucleares
segundo o IBGE, a Argentina e os EUA
compostas de duas pessoas cada uma. Da mesma forma, se algum
filho/a de um casal de família principal tem um filho/a que vá morar linguagem
debaixo do mesmo teto [neto/a do casal responsável pelo domicílio],
então, o IBGE classifica como duas famílias nucleares. Se uma em tese, objetiva; manipulação de dados
terceira família nuclear [um irmão ou primo com o respectivo
estratégias discursivas
cônjuge ou filho] for morar sob o mesmo teto, então, teríamos uma
terceira família convivente [mesmo sendo parente próximo], e assim confronto, citação de autoridade
por diante.
exemplificação
31. TEXTO 03
ufjf-2009
O resultado da metodologia adotada pelo IBGE provoca um inchaço
artificial do número de famílias existentes no Brasil, vis-à-vis a outros
países do mundo. A tabela 2 mostra que para 2,89 milhões de
famílias principais, segundo o censo demográfico de 2000, existiam assunto: definição de família convivente
no Brasil 3,4 milhões de famílias conviventes, sendo 2,89 milhões de
locutor: primeira do plural [pouco opinativo]
famílias secundárias, 298 mil famílias terciárias e 250 mil quartas ou
mais famílias conviventes. subtemas
definição do conceito de família convivente
segundo o IBGE, a Argentina e os EUA
linguagem
em tese, objetiva; manipulação de dados
estratégias discursivas
Se o IBGE adotasse a mesma metodologia dos institutos de pesquisa
dos Estados Unidos e da Argentina, essas famílias conviventes confronto, citação de autoridade
desapareceriam e teríamos apenas 2,89 milhões de famílias, isto é, o
número de famílias coincidiria com o número de domicílios e o Brasil
não apresentaria um “excesso” de famílias.
32. TEXTO 03
A DEFINIÇÃO DE FAMÍLIA CONVIVENTE
tema
definição dos conceitos de família e de família convivente
tese
o locutor defende que o IBGE redefina o conceito de família, usado no Brasil
locutor
primeira pessoa do plural
linguagem
padrão formal, culto; estratégias argumentativas
tipo e gênero
tipo [expositivo-argumentativo] e gênero [artigo de opinião]
33. QUESTÃO 06
ufjf-2009
A principal diferença entre o conceito de família adotado na literatura sociológica e aquele assumido
pelos institutos de pesquisa é a de que:
os institutos ignoram os laços de parentesco entre os membros da família.
as teorias sociológicas restringem o conceito de família à ocupação comum de espaços.
a conceituação de família, segundo as teorias sociológicas, é definida pelo grupo domiciliar.
os institutos de pesquisa ignoram sempre os laços de parentesco entre os membros da família.
os institutos de pesquisa definem família a partir de restrições de limites físicos de moradia.
34. QUESTÃO 06
Solução comentada
Os institutos de pesquisa, diferentemente do que ocorre com a literatura sociológica, circunscrevem a
família ao espaço domiciliar.
Assinale-se, pois, a alternativa “e”.
35. QUESTÃO 07
ufjf-2009
Leia as afirmativas abaixo:
I. Estados Unidos, Argentina e Brasil convergem na classificação de não-família.
II. Uma pessoa morando sozinha em uma casa, na Argentina, é classificada como família.
III. O “excesso” de famílias cadastradas no Brasil decorre de erros na coleta de dados pelo IBGE.
IV. O IBGE, diferentemente dos institutos de pesquisa censitários da Argentina e dos Estados
Unidos, leva em consideração as “famílias conviventes” em seu cadastramento.
A respeito dessas afirmações, é POSSÍVEL dizer que:
todas as afirmações estão corretas.
somente (III) está correta.
somente (IV) está correta.
apenas (I) e (IV) estão corretas.
apenas (II) e (III) estão corretas.
36. QUESTÃO 07
Solução comentada
Apenas Estados Unidos e Argentina convergem na classificação de não-família.
Uma pessoa morando sozinha tanto na Argentina quanto nos Estados Unidos é classificada como
não-família.
O excesso de famílias cadastradas pelo IBGE deve-se a diretriz adotada pelo Instituto, que estabeleceu
o conceito de família e o de família convivente, diferentemente do que ocorre na Argentina e nos
Estados Unidos.
Posto que apenas o que se declara em IV é correto, deve-se assinalar a alternativa “c”.
37. INSTRUÇÃO
ufjf-2009
Leia novamente o exemplo utilizado por Diniz Alves [sexto parágrafo].
Exemplificando: um casal com dez filhos é uma família única [12
pessoas], mas um casal com apenas um filho se torna duas famílias se
este filho se casa e o cônjuge for morar no mesmo domicílio. Nesse
segundo caso teríamos uma família principal [composta pelo casal
de pais] e uma família secundária composta pelo casal formado
pelo filho/a e genro/nora. Teríamos, então, duas famílias nucleares
compostas de duas pessoas cada uma. Da mesma forma, se algum
filho/a de um casal de família principal tem um filho/a que vá morar
debaixo do mesmo teto [neto/a do casal responsável pelo domicílio],
então, o IBGE classifica como duas famílias nucleares. Se uma
terceira família nuclear [um irmão ou primo com o respectivo
cônjuge ou filho] for morar sob o mesmo teto, então, teríamos uma
terceira família convivente [mesmo sendo parente próximo], e assim
por diante.
38. QUESTÃO 08
ufjf-2009
De acordo com a exemplificação de Diniz Alves, é INCORRETO afirmar que:
a classificação de família secundária é feita de acordo com o número de filhos de um casal.
famílias nucleares conviventes partilham o mesmo domicílio.
a família secundária pode ou não habitar o mesmo domicílio que a família principal.
uma família única é aquela formada pelo casal de pais e pelos(as) filhos(as) solteiros(as).
uma casa habitada por um casal e por seu neto é cadastrada como tendo 2 famílias nucleares.
39. QUESTÃO 08
Solução comentada
De acordo com Diniz Alves, a família secundária passar a ser constituída a partir do momento em
que um filho do casal arrumar uma companheira e passar a habitar o mesmo teto que os pais.
Assinale-se, pois, a alternativa “a”.
40. INSTRUÇÃO
ufjf-2009
Leia novamente.
Teríamos, então, duas famílias nucleares compostas de duas pessoas cada uma. [sexto parágrafo]
41. QUESTÃO 09
ufjf-2009
É CORRETO afirmar que o termo destacado, ENTÃO, no enunciado acima:
estabelece uma relação de concessão entre esse enunciado e o precedente.
introduz uma idéia de conclusão na argumentação desenvolvida.
foi utilizado como um recurso discursivo para evitar a redundância na argumentação.
estabelece uma relação de oposição entre os argumentos utilizados pelo autor.
foi utilizado como um modalizador, minimizando o impacto da argumentação.
42. QUESTÃO 09
Solução comentada
A palavra então funciona, no trecho em destaque, como um articulador de conclusão [conjunção
coordenativa conclusiva]. Assinale-se, pois, a alternativa “b”
43. INSTRUÇÃO
ufjf-2009
Leia novamente.
Toda vez que isso acontece, tem-se os domicílios com famílias conviventes. Na verdade, as famílias
conviventes do IBGE são famílias estendidas,compostas por duas ou mais famílias nucleares,
parentes ou não-parentes.” [quinto parágrafo]
44. QUESTÃO 10
ufjf-2009
A respeito do uso da expressão Na verdade, no enunciado acima, é CORRETO afirmar que o autor
pretende:
informar que a afirmação anterior era inverídica.
enfatizar o argumento utilizado na afirmação anterior.
esclarecer o sentido do termo anteriormente utilizado.
introduzir um novo argumento em oposição aos já apresentados.
minimizar o impacto da argumentação inicialmente desenvolvida.
45. QUESTÃO 10
Solução comentada
O locutor, por intermédio do uso da expressão na verdade, especifica [esclarece] o sentido do que
seriam, de acordo com o IBGE, as famílias conviventes. Sendo assim, assinale-se, a alternativa “c”.
46. INSTRUÇÃO
ufjf-2009
Leia novamente.
Uma mesma família [...] que ocupe dois domicílios é contabilizada como duas famílias. [segundo
parágrafo]
47. QUESTÃO 11
ufjf-2009
A melhor reescrita da sentença acima, resguardando-se o seu significado original e mantendo-se as
exigências da norma padrão, é:
Contabilizam-se, como duas famílias, uma mesma família que ocupe dois domicílios.
Contabiliza-se, como duas famílias, uma mesma família que ocupe dois domicílios.
Contabilizam-se uma mesma família como duas famílias que ocupem dois domicílios.
Contabiliza-se uma mesma família como duas famílias que ocupem dois domicílios.
Contabilizam-se, como dois domicílios, duas famílias que ocupem um domicílio.
48. QUESTÃO 11
Solução comentada
A opção que mantém o mesmo sentido do trecho transcrito sem incorrer em deslize gramatical é a
alternativa “b”.
49. INSTRUÇÃO
ufjf-2009
Leia novamente.
Desta forma, família e domicílio estão intrinsecamente relacionados nos censos demográficos. [terceiro
parágrafo]
50. QUESTÃO 12
ufjf-2009
O termo intrinsecamente, destacado no enunciado acima, pode ser substituído, sem modificações
relevantes em seu significado, por:
inadequadamente
essencialmente
externamente
inadvertidamente
superficialmente
51. QUESTÃO 12
Solução comentada
Intrínseco é o mesmo que próprio, inerente. Assinale-se, pois, a alternativa “b”
52. INSTRUÇÃO
ufjf-2009
Observe novamente a Tabela 1 para responder
53. QUESTÃO 13
ufjf-2009
Leia, agora, as afirmativas abaixo:
I. O número de domicílios contabilizados na Argentina coincide com o número de famílias se o
número de não-famílias for excluído da contagem.
II. Há tantas famílias quanto não-famílias nos Estados Unidos, dado o seu grau de desenvolvimento.
III. O número de domicílios ocupados contabilizados no Brasil é menor que o número de famílias, o
que significa que não há disponibilidade de casas para alugar.
IV. Há mais de 3 mil famílias brasileiras sem local para morar.
Com base na leitura da tabela, pode-se afirmar que:
todas as afirmativas estão incorretas.
apenas a afirmativa (III) está correta.
somente a afirmativa (II) está correta.
apenas a afirmativa (I) está correta.
somente a afirmativa (IV) está incorreta.
54. QUESTÃO 13
Solução comentada
O número de domicílios argentinos equivale à soma do número de famílias e não-famílias. Portanto,
a opção I é incorreta.
O fato de haver famílias e não-famílias nos EUA em nada se relaciona com o grau de
desenvolvimento do país. Logo, a opção II é incorreta.
O fato de o número de domicílios ocupados ser menor que o número de famílias e não-famílias nada
tem a ver com a falta de disponibilidade de casas para alugar. Por isso, as opções III e IV são
incorretas.
Todas as afirmativas estão incorretas. Marque-se, pois, a alternativa “a”.
55. INSTRUÇÃO
ufjf-2009
INSTRUÇÃO: Leia, agora, com atenção, o fragmento de texto publicado na Revista Cláudia, edição
de maio 2008, p.184, intitulado “Como é no Brasil”, para responder às questões de 14 a 16.
60. TEXTO 04
COMO É NO BRASIL
tema
destinação a ser dada aos embriões congelados
tese
informar sobre as possíveis destinações dos embriões congelados
locutor
terceira pessoa; dirige a conversa, pois formula as perguntas previamente combinadas com o entrevistado
linguagem
padrão formal, culto; terceira x primeira pessoa
tipo e gênero
tipo [expositivo-argumentativo] e gênero [entrevista]
61. QUESTÃO 14
ufjf-2009
Analise as afirmativas abaixo:
I. É consensual que o Código Civil autoriza a adoção do nascituro..
II. O nascituro tem os mesmos direitos de filho.
III. Embriões congelados podem ser destinados à pesquisa científica após três anos de
congelamento.
IV. A adoção de embriões congelados, por mulheres casadas, exige a aceitação prévia do marido.
Com base na leitura do texto, é POSSÍVEL afirmar que:
todas as afirmativas estão corretas.
apenas as afirmativas (I) e (III) estão incorretas.
somente a afirmativa (IV) está incorreta.
apenas a afirmativa (I) está correta.
apenas as afirmativas (II) e (IV) estão incorretas.
62. QUESTÃO 14
Solução comentada
De acordo com a terceira resposta, há consenso em que o embrião congelado possa ser adotado.
Logo, o que se afirma em I é correto.
De acordo com a segunda resposta do entrevistado, o nascitura tem os mesmos direitos e o mesmo
status do filho. Portanto, o que se afirma em II é correto.
De acordo com a terceira resposta, o embrião pode ser destinado à pesquisa científica após três anos
de congelamento. Sendo assim, o que afirma em III é correto.
De acordo com a segunda resposta, para uma mulher casada adotar um embrião, é preciso uma
aceitação prévia do marido. Logo, a afirmativa IV é correta.
63. QUESTÃO 15
ufjf-2009
De acordo com a interpretação do Código Civil sobre a adoção de embriões congelados, é
INCORRETO afirmar que:
o Código Civil não apresenta uma única interpretação quanto à avaliação de status de pessoa dos
embriões congelados.
com base no Código Civil, não se considera o local da concepção para se definir o termo nascituro.
um embrião congelado tem status e direito de filho apenas se for adotado por casais.
alguns autores entendem que a adoção de embrião congelado está previsto no Código Civil.
um embrião congelado pode ser reconhecido como filho mesmo antes do nascimento.
64. QUESTÃO 15
Solução comentada
De acordo a segunda resposta da entrevistada, o nascituro tem status e direito de filho a partir do
momento em que foi gerado. Assinale-se, pois, a alternativa “c”.
65. INSTRUÇÃO
ufjf-2009
Leia novamente os fragmentos destacados da resposta de Silmara Chinellato à última pergunta da
entrevista.
E essa opção deveria ser mais divulgada. [quarto parágrafo, 4ª linha]
O descarte deveria ser a última opção. [quarto parágrafo, 8ª linha]
66. QUESTÃO 16
ufjf-2009
A leitura dos dois enunciados acima permite-nos concluir que:
a professora acredita que, se houvesse mais divulgação do processo de adoção de embriões
congelados, eles não seriam descartados.
a adoção de embriões congelados não é suficientemente conhecida e o descarte deles não deve
preceder à adoção e à pesquisa científica.
Silmara defende uma ampla campanha pela adoção de embriões congelados e é contrária ao descarte
de embriões.
a adoção de embriões congelados aumentaria, caso eles não fossem descartados.
o descarte de embriões congelados só deve ser aconselhado quando os embriões não forem
adotados.
67. QUESTÃO 16
Solução comentada
Ao se referir à suposta necessidade de divulgar o processo de adoção de embriões, a entrevista revela
o fato de a adoção de embriões não ser suficientemente conhecida. Ela defende, ainda, o fato o
descarte ser a última opção, ou seja, primeiro deve-se tentar a adoção, depois a pesquisa científica e,
por último, o descarte. Assinale-se, pois, a alternativa “b”.