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PROPOSTA DE USO DA EDUCAÇÃO DIGITAL COMO FERRAMENTA DA
EDUCAÇÃO1
Pricilla Abrantes2
Blanca Martin Salvago3
RESUMO
O avanço da tecnologia tem resultado em diversas mudanças na sociedade, o que inclui a educação.
Alinhado a isso, surgiu um novo aluno com um comportamento desmotivado a estudar e conectado
constantemente a internet, ao mesmo tempo em que o mercado de trabalho exige uma melhor
qualificação profissional. Como consequência, a educação se vê forçada a utilizar novas técnicas
educacionais, visando reter a atenção desse estudante, assim como a preparação do docente e seu novo
papel dentro desse panorama, por meio do uso da educação digital. O trabalho presente tem como
objetivo apresentar a importância da educação digital, como ferramenta para atender as necessidades
da educação, promovendo assim um melhor aprendizado para o aluno e futuro profissional.
PALAVRAS-CHAVE: 1 Inteligência Coletiva. 2 Tecnologia Digital de Informação e Comunicação.
3 Educação Digital. 4 Educação. 5 Geração Z.
_________________________
INTRODUÇÃO
É inquestionável que a educação precisa ser modernizada, e isso se torna mais
aceitável ainda, quando notamos a quantidade de alunos na sala de aula, que estão no celular,
ao invés de prestar atenção no professor. A grande dificuldade é compreender como reter a
atenção desse aluno, que acredita que os conteúdos padronizados não são relevantes para a
1
Trabalho de conclusão do curso de pós-graduação Lato Sensu em Docência no Ensino Superior da
Universidade Católica Dom Bosco. Campo Grande, 2016.
2
Graduada em Publicidade e Propaganda e Administração, ambas pelo Centro Universitário UDC. Pós-
graduação em Gestão e Marketing Digital pela Universidade Católica Dom Bosco. E-mail:
pris.abrantes@hotmail.com
3
Professora Orientadora do Trabalho de Conclusão de Curso. Bacharel em Teologia pela Faculdade de Teologia
de Granada (Espanha). Licenciada em Letras pela Universidade Católica Dom Bosco (Campo Grande – MS).
Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália). Coordenadora Pedagógica da
UCDB Virtual. Membro do GETED - Grupo de Estudos e Pesquisas de Tecnologia Educacional e Educação a
Distância. E-mail: blanca@ucdb.br
2
sua formação, e que consecutivamente frequentam a escola mais por obrigação, do que por
motivação.
Por outro lado, a educação digital tem se tornado cada vez mais importante para a
educação, devido às mudanças notáveis e causadas no comportamento dos alunos, por meio
do uso da tecnologia. Com o advento da mesma e a exposição constante a grandes volumes de
informações, o papel do professor tem passado por mudanças que exigem a utilização de
novas ferramentas de aprendizagem, visando reter a participação desse novo estudante. Esse
novo panorama da Era Digital transforma o professor em um meio para incentivar a educação,
ao mesmo tempo em que tem a função de estimular o pensamento crítico, por meio da
utilização de recursos digitais didáticos, com o objetivo de complementar o conteúdo
apresentado, e que visam melhorar a qualificação e preparação desse aluno para o mercado de
trabalho. Esses recursos além de estimular a interatividade dentro da sala de aula, incentivam
a criatividade, por utilizar meios que estão cada vez mais presentes no cotidiano desses
estudantes, além de continuarem a ser utilizados após a sua formação.
Com base nisso, o presente trabalho irá abordar sobre a educação digital e sua
importância no processo de ensino, com o objetivo de denotar a eficácia dessa ferramenta
como recurso da educação, visando a formação de alunos mais preparados e qualificados para
a sociedade.
1 HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
Para Netto (2011) basta nos conduzir às imagens pintadas das cavernas pré-
históricas, que refletem ensinamentos de caça para os jovens, para compreender as remotas
tradições da educação.
De acordo com Fava (2014), desde os primórdios até o início das universidades,
a educação tinha como objetivo o desenvolvimento do raciocínio, da linguagem e do pensar.
Segundo ele, “foi essa a metodologia adotada por Aristóteles na educação de Alexandre, o
Grande, e seus generais na escola de Mieza em 343 a.C., na escola peripatética do Liceu
Aristotélico em 335 a.C., e na dialética, como a ciência da disputa nas escolas escolásticas no
século XII.” (FAVA, 2014, p. 34)
Noutro vértice, o sistema de ensino utilizado na Grécia Antiga era baseado na
Paideia, onde os estudantes eram assim submetidos a um programa, que tinha como objetivo
atender a todos os aspectos da vida do indivíduo. “A noção era que, além de formar o
profissional, a educação devia formar o cidadão. Os encontros aconteciam nas praças, onde o
3
discípulo tinha contato com a teoria e a prática, e vivenciava a realidade do dia a dia”.
(FAVA, 2014, p.113)
Ainda segundo o autor, o início da educação no Brasil foi influenciado pela
metodologia dos jesuítas, comandados pelo Padre Manoel de Nóbrega, os quais chegaram ao
país em março de 1959, acompanhados pelo governador-geral Tomé de Souza. Quinze dias
após a sua chegada em Salvador, foi construída a primeira escola brasileira, tendo como
mestre o irmão Vicente Rodriguez, que se tornou o primeiro professor em terras brasileiras.
Por mais de cinquenta anos, Vicente se dedicou ao ensino e à propagação da fé religiosa.
Fava (2014) aponta que em 7 de setembro de 1920 foi fundada a primeira
Universidade do Rio de Janeiro, que reunia faculdades profissionais preexistentes, como a
Escola Politécnica, a Faculdade de Medicina e a Faculdade de Direito.
Assim sendo, “foi na primeira metade do século XIX, que a educação foi
adquirindo posição elevada nas discussões políticas e intelectuais nas diferentes províncias
brasileiras, destacadamente no Rio de Janeiro, então capital do império e em São Paulo”
(ABRUSIO, 2015, p. 63). A autora argumenta que a partir de 1984, foram criados os grupos
escolares agrupados em um único edifício, e reunidos em salas conforme o seu grau de
adiantamento. Era assim o surgimento da escola graduada com sua hierarquia e divisão do
trabalho entre professores, diretores, alunos, entre outros.
2 A EDUCAÇÃO DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
No dizer de Gabriel (2013), as escolas de hoje são organizadas com o objetivo de
atender as necessidades da Revolução Industrial, e por isso funcionam como uma linha de
produção: disciplinas separadas, sinos sonoros para marcar o tempo, e instalações divididas.
Os estudantes são assim educados em lotes e organizados por idade.
Noutro vértice, a industrialização solidificou o capitalismo alterando assim as
relações sociais, o qual influenciou na estruturação do trabalho. “A educação foi moldada para
suprir a necessidade de profissionais técnicos onde a memorização, a padronização, a
transmissão de conteúdo e o treinamento eram fatores determinantes para o bom desempenho
profissional” (FAVA, 2014, p. 19)
Todavia Gabriel (2013) acredita que atualmente o ambiente e as necessidades
econômicas são diferentes daquelas encontradas na Revolução Industrial. A autora enfatiza
4
que com o advento da tecnologia, o jovem de hoje está exposto a todo tipo de estímulo,
ficando assim entediados com as aulas tradicionais.
Não obstante, Sancho e Hernández colocam que a escola atual é fruto da era
industrial, a qual foi estruturada para preparar as pessoas para viver e trabalhar em sociedade,
mas que agora está sendo convocada a aprender e enfrentar novas situações a cada dia, devido
às exigências profissionais, que consequentemente são muito diferentes daquelas que eram
necessárias na era industrial.
À vista disso, Fava (2014) defende que o mercado de trabalho não pode abrir mão
da engenharia, raciocínio lógico ou da matemática, mas sem a criatividade, desenvolvimento
de liderança e capacidade de relacionamento entre as pessoas, não existe empregabilidade,
afinal, o que era eficiente na era industrial, hoje não é mais. Assim sendo, Gabriel (2015)
salienta que o modelo de educação no ensino, que vise soluções que poderiam ser replicadas
na vida profissional futura do aluno será outro, e que por isso o modelo que funcionava bem
na era industrial, hoje se tornou lento devido às mudanças tecnológicas e sociais.
Desse modo, cumpre ressaltar que:
A sociedade industrial não só fez que, para muitos, se tornasse inútil o uso
do cérebro, como também acarretou que somente algumas partes do corpo
fossem utilizadas. A transmissão, a memorização de conteúdos, a
padronização, a especialização não são mais diferenciais, razão pela qual a
Educação 2.0 tornou-se ineficiente e ineficaz. Isso só foi possível graças ao
florescimento, alastramento e progresso tecnológico, que possibilitou ao
homem inventar uma máquina inteligente que substituiu todo o trabalho
repetitivo e exaustivo, deixando para si apenas o trabalho empático, criativo
e o raciocínio lógico. Difunde-se cada vez mais consciência de que as
atividades cerebrais predominem em relação às manuais, que as praxes
virtuais prevaleçam sobre as práticas tangíveis. (FAVA, 2014, p. 23)
Gómez (2015) descreve que a educação atual não só entedia os alunos, como
também os prepara para trabalhos que não vão mais existir no futuro. A ideologia e
metodologia da era industrial baseada na divisão do trabalho, e na hierarquia trabalhista e de
relações sociais, se tornou obsoleto e ultrapassado. Nesse sentido, Lévy (1999) defende que
pela primeira vez na história da humanidade, a maioria das competências e informações
adquiridas no início do percurso profissional de uma pessoa, estarão obsoletas no fim da sua
carreira.
Em conformidade com o citado acima:
5
Estamos preparando estudantes para empregos que ainda não existem,
usando tecnologias que não foram inventadas para resolver problemas que
ainda não sabemos que serão problemas. Devemos habilitar os estudantes
para um futuro que os próprios educadores não conseguem descrever. Os
estudantes precisam cultivar uma série de atitudes focadas no pertencimento
a um grupo, na adaptabilidade para se mover em ambientes lépidos, ativos,
dinâmicos, nos quais um conhecimento se torna rapidamente obsoleto. A
educação deve se valer das mais diversas mídias, como texto, som, imagens
fixas, imagens em movimento, jogos e simulações. (FAVA, 2014, p.25)
3 EDUCAÇÃO DIGITAL
Segundo Piva Jr (2014), a sociedade sempre possui um foco de atuação. No tempo
das cavernas o foco era a construção de implementos de caça, depois passou para grande
quantidade de terras e recursos naturais, e em tempos mais recentes, o foco de atuação tornou-
se o processo industrial, e logo em seguida a área financeira. Hoje, segundo o autor, vive-se
um momento de transição chamada de era da informação, onde computadores e recursos
tecnológicos estão aliados.
Dessa maneira Gabriel (2014) enfatiza que a revolução digital originou uma nova
era, a era digital, que tem causado impactos tecnológicos digitais sem precedentes na história
da humanidade. Gómez (2015) destaca que essa era provocou mudanças radicais na nossa
forma de comunicar, agir, pensar e expressar. Esse novo panorama é possível devido ao fato
de que a tecnologia da informação se converteu em um meio de participação, onde a
informação é produzida, consumida, atualizada e alterada constantemente, causando novas
práticas de leitura, aprendizagem e pensamento. Abrusio (2015) defende que a sociedade
baseada na escrita está rapidamente se transformando em uma sociedade informática, e com
isso a escola se vê forçada a mudar. Assim, “a educação digital é o uso de tecnologias
educacionais para preparar para a vida na sociedade de informação, ou seja, de proporcionar a
inclusão social no mundo cibernético, resultando a sociabilidade, a cultura e a aprendizagem”.
(ABRUSIO, 2015, p.186)
Gabriel (2014) ressalta que essa explosão de conteúdos tem como consequência
um fenômeno chamado economia da atenção4
. Devido à grande exposição de informações, o
indivíduo tende a prestar menos atenção em tudo. “Uma incrível falta de concentração é
gerada pela avalanche de informações desconexas a que somos bombardeados a todo
momento, em um mundo cada vez mais on-line” (ABRUSIO, 2015, p. 17). Gabriel (2014)
4
Economia da atenção: fenômeno observado por Thomas H. Davenport e John C. Beck.
6
destaca que as pessoas tendem a prestar atenção naquilo que é interessante para elas. Assim,
quanto maior a riqueza da informação, maior a pobreza da atenção. A atenção das pessoas
está se tornando cada vez mais escassa e disputada, e isso é particularmente importante na
aprendizagem. Para Gómez (2014), os jovens de hoje estão acostumados a fazer inúmeras
tarefas ao mesmo tempo, o que acaba minando a sua paciência e aumentando a sua ansiedade
diante da carência do hábito de esperar ou da demora.
Corroborando com o citado acima:
Quando a menina e o menino contemporâneo têm acesso ilimitado a uma
enorme quantidade de informações fragmentadas que vão além da sua
capacidade de organização em esquemas compreensivos, dispersam a sua
atenção e saturam a sua memória, o mosaico de dados não produz formação,
e sim, perplexidade e desorientação. A saturação de informação gera dois
efeitos aparentemente paradoxais, mas na verdade convergentes: a
superinformação e a desinformação. Parece claro que o exagero de
informações fragmentárias causa indigestão e dificilmente provoca o
conhecimento estruturado e útil. (GÓMEZ, 2015, p.70)
Como consequência disso, temos mudanças no contexto da educação. Sancho e
Hernández (2006) apontam que a escola deve se reinventar se deseja sobreviver como
instituição escolar, e para isso o professor deve se apropriar de saberes advindos das
tecnologias digitais da informação e comunicação, com o objetivo de estruturar esses
elementos em sua prática pedagógica. Com concordância, Sousa, Moita e Carvalho (2011)
afirmam que a escola conseguirá cumprir sua responsabilidade social de educar e formar
novos cidadãos, quando contar com professores que sejam capazes de utilizar e compreender
as novas linguagens dos meios de comunicação, em sua metodologia pedagógica.
Paiva Jr (2014) defende que além de saber utilizar a tecnologia, o professor deve
envolver e guiar os alunos de forma efetiva e eficiente, priorizando a qualidade da
informação. Assim, isso depende do “processo de transformação e de como ele se sente em
relação a isso, se ele vê todo esse processo como algo benéfico, que pode ser favorável ao seu
trabalho, ou se ele se sente ameaçado e acuado por essas mudanças” (SANCHO e
HERNÁNDEZ, 2006, p. 20). Neste sentido se argumenta que “os professores de hoje foram
educados por uma geração de educadores que não vivenciaram essa explosão tecnológica. Por
esse motivo, é muito difícil, para eles, reproduzir algo diferente daquilo que vivenciaram”.
(PAIVA JR, 2014, p. 84). As tecnologias digitais podem apresentar um papel fundamental na
inovação das funções docentes. “Mais do que nunca, como educadores, precisamos
desenvolver, monitorar, transformar, inovar, substituir nossos modelos mentais, arquétipos,
7
hábitos, cultura, buscar o desconforto do produtivo, flexibilizar, aceitar, adaptar, e ajudar a
transformar” (FAVA, 2014, p.69).
Porém, Gabriel (2014) afirma que esse fenômeno altera os modelos da educação,
pois nenhum professor consegue competir em quantidade de dados com a internet, ao mesmo
tempo em que o aluno tem um acesso ilimitado a informações que estão disponíveis. Sendo
assim, os estudantes se dispersam em seu meio e perdem atenção, e consecutivamente têm
acesso a qualquer conteúdo em sala de aula, quando possuem um smartphone nas mãos. Antes
disso, o professor era a única fonte de informações.
Paiva Jr (2014) ressalta que a tecnologia auxilia o sistema educacional na
produção de materiais educacionais, respeitando as diferenças e tempos de aprendizagem do
aluno. Seus instrumentos são utilizados para unir conteúdos dispersos e direcionar a
aprendizagem, na preparação de jovens para o hoje e amanhã. Sem embargo, Hernández
(2006) defende que a tecnologia é vista como qualidade educativa, devido a sua capacidade de
gerar novos ambientes de aprendizagem, adaptados às características e aos níveis dos alunos
em formação.
As tecnologias da informação e comunicação permitem novas possibilidades
e formatos educativos, pois rompem as barreiras limitadoras das disciplinas
limitadoras das disciplinas curriculares ao permitir aprender de forma
interdisciplinar e aberta. Também possibilitam aprender na
multiculturalidade e ampliam e multiplicam os referentes formativos. O
professor não é mais a única fonte do saber, pois compartilha estas
capacidades com hipertextos, equipes de especialistas, que inclusive podem
ser consultados à distancia, bases documentais etc. (SANCHO e
HERNÁNDEZ, 2006, p.80)
Não obstante se enfatiza:
A proliferação de computadores e de outros artefatos tecnológicos utilizados
permanentemente fora e dentro das escolas mudou e vai mudar a definição
da sala de aula como um espaço pedagógico, o conceito de currículo e o
sentido dos processos de interação do aprendiz com o conhecimento e com
os docentes. O ensino frontal, simultâneo e homogêneo é incompatível com
esta nova estrutura e exigirá dos professores o desenvolvimento de uma
metodologia muito mais flexível e plural, bem como uma atenção mais
personalizada aos estudantes. (FAVA, 2014, p.28)
Por outro lado, para a implementação dessa mudança, é preciso desenvolver uma
cultura e educar os professores. Paiva Jr (2014) defende a importância do planejamento dessa
implantação, por meio de elaborações de metas e objetivos a longo prazo, desde a
8
coordenação, passando por docentes, chegando ao aluno, e por fim à sociedade. Em
conformidade com, “a utilização de novos meios na escola deve ser resultado não de uma
imposição administrativa, mas de um sistema de ajudas que responda às iniciativas dos
professores, segundo o enfoque construtivista da gestão” (SANCHO e HERNANDÉZ, 2006,
p.29). “Cabe à instituição escolar ou em conjunto com outras instituições, promover a
educação tecnológica e sobre o uso da internet, bem como definir e orientar o que será
considerado “boas práticas de uso de internet”. (ABRUSIO, 2015, p. 96)
Assim, as instituições que continuarem utilizando as práticas convencionais
tendem a se tornar irrelevantes. “Pedagogia obsoleta, escolas segregadas, classes lotadas,
alunos entediados e desinteressados e professores esgotados são características que definem a
vida da maioria das escolas contemporâneas” (GÓMEZ, 2015, p.33). Segundo o mesmo
autor, já é comprovado em experiências que a escola tem dificuldades para desenvolver o
conhecimento aplicado e crítico, as capacidades criativas em especial o conhecimento que
organiza o modo de sentir, o pensar e atuar dos cidadãos, assim como ajudar na gestão das
atitudes, valores e emoções. Em conformidade, Sousa, Moita e Carvalho (2011) destacam que
a escola deveria ser um ambiente de troca de saberes, práticas transformadoras e construção
de reflexões. Por outro lado, muitas vezes o aluno não encontra uma estrutura em que possa
discutir suas ideias e participar do ato de aprender mutuamente. Muitas vezes o conteúdo
aprendido na escola não faz sentido para esses alunos, que muitas vezes idealizam um futuro
que não está relacionado com o que encontram na sala de aula. Assim, para os autores, o
professor deve entender e utilizar “novas linguagens dos meios de informação e comunicação
a serviço de sua prática pedagógica que deve ser compreendida como uma forma específica
de práxis, portanto, prática social que envolve teoria e prática, própria da prática educativa”.
(SOUSA, MOITA E CARVALHO, 2011, p. 26)
Sem embargo, Lévy (1999) defende que os alunos toleram cada vez menos, cursos
uniformes com conteúdos que não correspondem com as necessidades reais. “A vida real
exige abordar problemas complexos, utilizando conteúdos e habilidades em contextos reais e
motivados por metas ou propósitos relevantes”. (GÓMEZ, 2015, p.42). Ainda segundo o
autor, impor um modelo único para todos na escola, provoca a exclusão daqueles que não
conseguem se adaptar o padrão, além de formar alunos sem desenvolver seus talentos e
capacidades singulares. O indivíduo memoriza datas e nomes, o que não significa
necessariamente que compreendeu o conteúdo. Na escola convencional se dedica muito pouco
tempo para pensar, investir e recriar. Os resultados são consequências de exames, quando se
deveria priorizar a qualidade do ensino. Netto (2011) acredita que não estamos fornecendo
9
aos alunos os conhecimentos que necessitam, e nem as motivações para um estudo árduo.
Sem embargo, Sousa, Moita e Carvalho (2011) preceituam a importância de levar em
consideração a experiência que os alunos já trazem consigo, com o objetivo de estimular a
discussão sobre o que eles aprendem na TV, na rua, internet e em casa. Noutro vértice,
Abrusio (2015) ressalta a importância de fornecer um aprendizado individual, levando em
consideração as dificuldades de cada aluno:
O contato mais próximo e pessoal resta mitigado, mas esta ainda é
necessário, não só para expor o conteúdo para o corpo discente, mas também
para conduzir o andamento das aulas. Todavia, este professor provavelmente
não foi treinado para adaptar todo conteúdo das suas aulas para as
necessidades individuais de cada aluno, e pode enfrentar dificuldades ao
tentar compatibilizar suas habilidades talhadas em conceitos tradicionais de
ensino a um ambiente personalizado e individual, principalmente num
cenário em que o conteúdo preparado é pasteurizado e idêntico para todos,
sem levar em consideração as dificuldades de cada um. (ABRUSIO, 2015,
p.247)
Em conformidade com o citado acima,
Além disso, a preocupação com as diferenças individuais existentes entre os
estudantes se reflete em recentes empenhos bem-sucedidos de proporcionar
ensino individualizado ou personalizado, no qual uma vasta gama de meios e
materiais de ensino-aprendizagem se mescla com concepções mais abertas e
avançadas de currículos e programas, de novos tipos de experiência para
aprender e desenvolver habilidades intelectuais (pensar de modo crítico,
resolver problemas, tomar decisões, ser criativo e outros) e novas
concepções a respeito de avaliação do aluno e do ensino. Assinale-se ainda,
nas últimas décadas, a expansão de projetos voltados para o estudo parcial
ou totalmente independente, com mínimo de assistência do professor, mais
concentrados na assistência ao planejamento e à programação sob a
responsabilidade do próprio estudante. (NETTO, 2011, p.49)
Por conseguinte, se acredita na importância de um trabalho em grupo, nesse novo
panorama da educação. Gómez (2014) defende que a aprendizagem coletiva desenvolve as
capacidades humanas de críticas, visando capacitar o aluno para participar de forma
responsável das sociedades democráticas, além de promover a habilidade de compartilhar as
perspectivas, saber ouvir os outros, lidar com pontos de vista diferentes, buscar conexões,
negociar conflitos pacificamente e buscar conexões. “A colaboração é o caminho do
crescimento, pois se separarmos as pessoas e as julgarmos separadamente, formaremos uma
10
disjunção entre elas e o seu ambiente natural de aprendizado. É necessário que os hábitos das
instituições se adaptem aos habitats que elas ocupam”. (GABRIEL, 2014, p.90).
Com base nisso, se torna viável e incluso o entendimento da inteligência coletiva,
termo criado por Pierre Lévy, o qual significa o compartilhamento da inteligência de diversos
indivíduos, que colaboram em busca da solução de um problema. Para o autor, o termo foi
tematizado pela primeira vez entre os séculos X e XII, por teósofos persas e judeus, que se
referiam à interpretação neoplatônica de Aristóteles. Assim, “é uma inteligência distribuída
por toda parte, incessantemente valorizada, coordenada em tempo real, que resulta em uma
mobilização efetiva das competências”. (LÉVY, 1998, p. 28)
Corroborando com o acima citado, Jenkins descreve:
A inteligência coletiva refere-se a essa capacidade das comunidades virtuais
de alavancar a expertise combinada de seus membros. O que não podemos
saber ou fazer sozinhos, agora podemos fazer coletivamente. A emergente
cultura do conhecimento jamais escapará completamente da influência da
cultura de massa, assim como a cultura de massa não pode funcionar
totalmente fora das restrições do Estado-nação. A inteligência coletiva irá,
gradualmente, alterar o modo como a cultura de massa opera. (JENKINS,
2006, p. 56)
Lévy (1998) afirma que a inteligência coletiva funciona como uma sociedade
anônima, onde cada elemento traz como capital os seus conhecimentos, e sua capacidade de
aprender e ensinar. O coletivo nesse caso não limita as inteligências individuais, pelo
contrário, abre-se para novas potências. Segundo o autor, a inteligência coletiva vem
acrescentar às inteligências pessoais, originando assim uma espécie de cérebro coletivo. “[...]
ela reside, ainda e sempre, nas experiências, aprendizagens e gestos mentais de seus membros
individuais. Reúne os percursos, negociações, contatos, decisões, ações efetivas das pessoas
envolvidas na criação contínua do mundo comum” (LÉVY, 1999, p.99).
Pierre Lévy esboça uma distinção entre conhecimento compartilhado;
informações tidas como verdadeiras e conhecidas pelo grupo inteiro; e
inteligência coletiva; a soma total de informações retidas individualmente
pelos membros do grupo e que podem ser acessadas em resposta a uma
pergunta especifica (FAVA, 2014, p.70).
Paiva Jr (2014) destaca que uma nova pedagogia baseada na produção coletiva
está surgindo e tomando conta dos principais centros educacionais do mundo. Para o autor,
essa nova pedagogia possui maior interatividade, maior autonomia, ausência de barreiras,
maior interação entre as disciplinas, em uma concepção de “aprender fazendo”, por meio do
11
uso da tecnologia. “Os cenários de cooperação, atenção pessoal e de apoio mútuo favorecem a
aprendizagem tanto por estimular o intercâmbio de informações como por permitir que os
aprendizes mergulhem, sem medo, no território incerto da busca, da investigação e da
inovação”. (GÓMEZ, 2015, p.121). Por outro lado, Lévy (1999) justifica que as tecnologias
da inteligência individual e coletiva mudam profundamente os dados do problema da
educação e da formação. Segundo ele, o que é preciso aprender não pode mais ser planejado
com antecedência. “Os educadores devem abandonar o conceito de que podem prever o que
terá aprendido um bom estudante como resultando de uma experiência educativa”. (SOUSA, MOITA
e CARVALHO, 2011, p.31)
Lévy (1999) também acredita que a tecnologia aumenta o compartilhamento de
informações por entre numerosos indivíduos, o que consecutivamente causa o aumento do
potencial da inteligência coletiva.
O ponto principal aqui é a mudança qualitativa nos processos de
aprendizagem. Procura-se menos transferir cursos clássicos para formatos
hipermídia interativos ou “abolir a distância” do que estabelecer novos
paradigmas de aquisição dos conhecimentos e de constituição dos sabres. A
direção mais promissora, que por sinal traduz a perspectiva da inteligência
coletiva no domínio educativo, é da aprendizagem coletiva”. (LÉVY, 1999,
p.170)
Não obstante, Fava (2014) comenta:
As declarações de Lévy são de ampla envergadura para a educação,
significando que as dificuldades de aprendizagem não podem ser resolvidas
individualmente por uma única disciplina, por um singular professor, por um
exclusivo pedagogo ou dirigente. Deve haver uma atitude de abertura não
preconceituosa de todos os educadores, em que o conjunto de conhecimento
individual anula-se mediante o saber universal, e que, com a ajuda da
tecnologia, pode-se realmente melhorar o processo de ensino-aprendizagem
por meio da utilização da interdisciplinaridade e da enorme inteligência
coletiva congregada nas escolas. [...] a criação de comunidade de
conhecimento, a utilização da inteligência coletiva, a convergência das
velhas e novas metodologias de ensino, das engelhadas e recentes
ferramentas digitais ou analógicas de sala de aula, exigem que as instituições
de ensino repensem antigas suposições sobre os processos de ensino e
aprendizagem. (FAVA, 2014, p.54)
Nesse sentido, cumpre ressaltar que a convergência mediática forçará uma
“transformação cultural à medida que os estudantes sejam incentivados a procurar novas
informações, fazer conexões para buscar conteúdos esparsos, soltos, dispersos. Estamos na era
12
da inteligência em rede, num sistema de colaboração e participação mútua” (FAVA, 2014,
p54).
Por conseguinte, esse novo panorama na educação também é influenciado pelas
mudanças presente nas novas gerações. Conforme Abrusio (2015), a chamada geração Z é
formada por jovens que nasceram entre os anos de 1995 e 2010, e que em sua maioria está
cursando o sistema básico da educação. Segundo a autora, esses jovens têm como
característica marcante, a presença e o uso da internet desde o seu nascimento, o que torna
comum esse elemento em suas vidas. “Não se pode utilizar, para essa geração, o termo “estar
conectado”, já que para eles, a internet não é um alvo a ser conquistado e é sim, um meio
consolidado para realizar diversas atividades, como estudar, comunicar-se, divertir-se e
relacionar-se com seus pares”. (ABRUSIO, 2015, p.15).
Segundo Paiva,
Essa nova geração caracteriza-se pela impaciência e pela familiarização com
a tecnologia (afinal, cresceram com ela); não aceitam o autoritarismo, têm
dificuldade de planejamento (geração do fazer, improvisar, da tentativa e
erro), não leem manuais, têm grande necessidade de se expressar. (PAIVA
JR, 2014, p. 83)
Assim sendo, Fava (2014) defende que os estudantes dessa geração são ativos,
imprevisíveis e migratórios, denotando uma deslealdade a qualquer tipo de processo
padronizado, além de conectados, barulhentos e públicos. O autor destaca que esses jovens
precisam ser mediados, mas também desejam ser ouvidos e respeitados. Para ele, essa geração
tem sonhos e paixões; desejam aprender usando ferramentas de seu tempo; querem se
conectar com os outros para expressar, dividir e compartilhar opiniões dentro e fora da escola;
preferem se relacionar e aprender em grupos, desejam cooperar, interagir, e competir uns com
os outros, além de idealizar uma educação que não seja apenas relevante, mas principalmente
real. O autor enfatiza que para essa juventude é normal começar uma coisa e terminar em
outra, o que transforma o professor como mediador na preparação desses alunos para pensar.
É preciso desafiar, aguçar, e estimular a capacidade investigadora desses estudantes, ao
desenvolver competências e habilidades mentais.
Abrusio (2015) ressalta a importância de compreender o universo dessa geração,
para conseguir conviver com o mesmo. A autora reforça a necessidade de se engajar ao
mundo das mídias sociais, e espaços com fronteiras e com diversidade, definidos como
ambiente dessa geração. É importante que pais e educadores conheçam de onde vêm esses
jovens, e criem estratégias para diminuir os conflitos geracionais.
13
Ao se analisar o mundo que cerca e cercará o futuro dessa geração, são
encontrados ambientes de tecnologia móvel, colaborativos e inteligentes.
Essa é a realidade que não pode ser ignorada, tão pouco subestimada pelos
educadores e formadores. Muito mais do que se apropriar das técnicas e
“usar” a internet, os jovens precisam entender que são parte integrante da
grande rede e que podem moldá-la como uma verdadeira escola de
conhecimento e ética. Essas competências nada têm a ver com as técnicas e
nem sempre fazem parte das habilidades de uma criança ou adolescente.
Esse letramento ético-digital só acontecerá mediante um esforço conjunto
entre pais, educadores e governantes, elementos com papéis decisivos nas
escolhas que os jovens fazem na internet. (ABRUSIO, 2015, p. 77)
Gabriel (2014) acredita que para conseguir captar a atenção desse novo aluno, é
preciso criar um engajamento. Não obstante Fava (2014) acredita que estratégias de
engajamento são capazes de motivar grupos dispersos. Dessa forma, uma das maneiras de
conseguir engajamento positivo é oferecer um conteúdo relevante para o aluno para o
momento presente, por meio do estimulo. “Quando o estimulo é uma premiação, chamamos
de “estimulo positivo”, e quando é uma “restrição”, chamamos de “estimulo negativo”.
Quanto mais relevante é a premiação, mas eficiente o estimulo se torna para incentivar a fazer
o proposto e se engajarem”. (GABRIEL, 2014, p.189)
As salas de aula estão mudando de uma estrutura centralizada de
comunicação e poder para uma estrutura distribuída, em que o poder e a
comunicação passam a ser de todos. Nesse cenário, para que professores
consigam liderar, a sua posição hierárquica não tem mais valor como
estímulo – eles precisam adquirir capital social com os estudantes, que é a
moeda que dá valor às pessoa dentro de uma rede social. No entanto, capital
social está mais ligado à conquista do que à imposição. Dessa forma, os
estímulos que funcionam melhor no ambiente educacional atual são
positivos. (GABRIEL, 2014, p.191)
Com base nisso, a educação digital também funciona como recurso para a
formação de indivíduos, que estejam mais preparados para as novas exigências do mercado de
trabalho. Para Fava (2014) cada vez mais se procura profissionais com conhecimentos
científicos, com habilidades de comunicação e tecnologia, os quais muitos graduados
simplesmente não possuem. Gómez (2015) justifica que a formação do cidadão
contemporâneo exige o desenvolvimento da capacidade de trabalhar em equipe de forma
criativa, ter a capacidade de criar contextos sociais de apoio, ter confiança e colaboração,
compreender e estimular as diferenças, explorar a liderança e iniciativa, além de saber lidar
com as discrepâncias, e com a interação social e cultural.
14
Fava (2014) preceitua que a era digital faz com que as pessoas pensem,
desenvolvam habilidades de buscar a essência, separar o que é importante e descartável, além
de demandar a capacidade de fornecer soluções alternativas para problemas nunca vistos, o
qual consecutivamente não pode ser resolvido com soluções padronizadas, impostas
atualmente pela educação convencional. Para o autor, o mercado requer habilidade
denominada acuidade mental. Por outro lado, Paiva Jr (2014) destaca que o sistema produtivo
e empresarial que até então utilizavam como base os modelos taylorista e fordista, estão sendo
substituídos por novo paradigma tecnológico, apoiado nas informações e nas ferramentas
eletrônicas.
Corroborando com o citado acima:
A antiga relação com a competência era substancial e territorial. Os
indivíduos eram reconhecidos por seus diplomas, que por sua vez eram
vinculados à disciplina. Os empregados eram identificados por postos de
trabalho, que declinavam profissões, as quais cumpriam funções. No futuro,
irá tratar-se muito mais de gerenciar processos: trajetos e cooperações.
(LÉVY, 1999, p.174)
Gabriel (2014) descreve que a criatividade e o pensamento crítico são habilidades
essenciais para a era digital, não apenas para os estudantes e jovens, mas principalmente para
os professores. “A proliferação de conteúdos em virtude das novas possibilidades
tecnológicas de produção, reutilização e distribuição que a web propicia tende a gerar um
ambiente mais rico de aprendizagem e criatividade do que em qualquer outra era”
(GABRIEL, 2014, p.44). Em conformidade, Sancho e Hernández (2006) sustentam que os
diferentes setores da sociedade valorizam a criatividade e a iniciativa, enquanto a escola
fomenta a homogeneidade, o que acaba proporcionando pouco espaço para desenvolver essas
habilidades. Não obstante, Sousa, Moita e Carvalho (2011) justificam que o professor,
estando aberto ao diálogo, consegue fazer com que o estudante produza conhecimento em
uma linguagem próxima a sua realidade, utilizando-se da criatividade e valorização do que
cada um sabe nessa ação coletiva.
Para Gabriel (2014), as características das gerações digitais afetam à sociedade, e
por isso conhecer tais elementos e suas consequências e se adaptar a elas é essencial para o
desenvolvimento educacional efetivo e adequado. Assim, a educação presencial é apenas uma
plataforma, enquanto o estudante está nas plataformas digitais. Para alcançar esse aluno é
preciso estar na sua plataforma digital como redes sociais, e-mails, e outros.
Com base nisso, a autora acrescenta o termo cibridismo na era digital:
15
Somos cíbridos, e vai se tornar cada vez mais difícil sermos apenas on-line
ou apenas off-line – nossa essência quer circular livremente, sem rótulos ou
limitações físicas, para obter uma experiência melhor, uma vida melhor, seja
ela on ou off-line. Não precisamos mais sair de onde estamos para acessar
uma máquina que nos leve para o on-line. Hoje, e cada vez mais, o on-line
está com as pessoas onde quer que estejam (por meio dos dispositivos
móveis que estão se incorporando cada vez mais ao nosso corpo) e, em
breve, estará conectado direto ao cérebro humano. (GABRIEL, 2014, p.54)
Outro elemento de extrema importância nesse contexto é o termo de transmídia.
Segundo Jenkins (2006) uma história de transmídia ocorre através de múltiplas plataformas de
mídia com nichos diferentes, onde possui um novo texto que contribui de maneira distinta
para o todo. Sendo assim, dentro do conceito da narrativa de transmídia cada meio fará o que
faz de melhor, “a fim de que uma história possa ser introduzida num filme, ser expandida pela
televisão, romance e quadrinhos; e seu universo possa ser explorado em games ou
experimentado como atração de um parque de diversões.” (JENKINS, 2006, p. 138).
Gabriel (2014) salienta que a transmídia pode gerar um processo educacional
muito mais eficiente, para estudantes e professores cíbridos. Por outro lado, esse processo
requer da instituição de ensino professores mais sofisticados, e que consigam se adequar no
ambiente tecnológico que se apresenta, articulando conteúdos adequados para cada plataforma
tecnológica, construindo assim uma mensagem educacional maior.
Neste ínterim também se enfatiza a importância do termo convergência. Jenkins
(2006) foi o responsável pela criação do termo da cultura de convergência. Segundo ele, aqui
velhas e novas mídias se encontram, mídia corporativa e alternativa se cruzam, e o poder do
produtor e consumidor interagem de maneiras imprevisíveis. Para o autor a cultura da
convergência é o futuro.
Gabriel (2014) enfoca que a convergência permite que a mesma mensagem seja
consumida em diversas plataformas diferentes de mídia, e tem como característica
fundamental a portabilidade.
Nesta senda, cumpre ressaltar que:
Transmídia é o termo usado para definir a utilização integrada das mídias de
forma que uma estória ou mensagem ultrapasse os limites de um único meio.
Enquanto a convergência ocorre quanto tecnologias que eram anteriormente
usadas de forma separada (como voz, vídeo, dados, etc.) passam a
compartilhar o mesmo meio e interagem umas com as outras de forma
sinergética, criando novas funcionalidades, a transmídia envolve o processo
contrário; ou seja; ela ocorre quando um conteúdo é distribuído por diversas
16
mídias de quaisquer naturezas (analógicas ou digitais, on ou off).
(GABRIEL, 2014, p.60)
No contexto da educação, “esses processos de recombinação já ocorriam como a
imagem, o texto mesmo com a música. No entanto, eram ainda limitados pelas restrições
tecnológicas, que, conforme vão desaparecendo, ampliam as possibilidades combinatórias”.
(GABRIEL, 2014, p.68).
Na educação a convergência e a transmídia transformam drasticamente o
cenário. A convergência possibilita a portabilidade de conteúdo na nuvem,
que garante que qualquer informação possa ser acessada de qualquer
dispositivo, tempo e lugar da forma conveniente – isso possibilita novas
formas de aquisição de conhecimento e reflexão, tornando as informações
disponíveis nos momentos em que podemos alavancar decisões. Além disso,
a convergência coloca à disposição dos usuários várias tecnologias juntas em
um mesmo dispositivo, permitindo inusitadas combinações que favorecem a
criatividade, associação e aprendizagem por experiência. (GABRIEL, 2014,
p.84)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O avanço da tecnologia tem provocado mudanças no comportamento das pessoas,
assim como na economia, política, cultura e sociedade. Na educação não foi diferente. As
técnicas educacionais usadas já não demonstram mais eficiência no aprendizado, enquanto o
docente se depara com um aluno disperso, desmotivado e sem interesse na escola. Esse novo
panorama é facilmente influenciado por uma grande exposição de informações, alinhado a
novas atitudes das novas gerações, o que consecutivamente gera a necessidade de desenvolver
meios para captar a atenção do aluno, assim como definir estratégias que visem integrar os
recursos tecnológicos com a prática pedagógica.
Essas mudanças também acabam sendo refletidas no mercado de trabalho, o qual
acaba buscando por profissionais capazes de alinhar a criatividade, liderança e trabalho em
equipe, com a familiaridade do uso da tecnologia. Características inclusive, que forçam a
utilização de novas ferramentas de ensino, para melhorar a capacitação desse novo aluno para
esse novo mercado de trabalho.
O docente ao se deparar com esse novo panorama, é pressionado com o desafio de
desenvolver novas habilidades, alinhado a utilização dos recursos didáticos digitais. Essas
17
ferramentas atendem a necessidade de respeitar o tempo de aprendizagem de cada estudante,
ao mesmo em que possibilitam o trabalho em equipe por meio da inteligência coletiva.
Por fim, a educação digital se torna uma ferramenta importante, que tem como
objetivo proporcionar uma educação melhor para estudante de hoje. Assim sendo, a
tecnologia é capaz de proporcionar conteúdos relevantes para esse aluno, melhorar seu
aprendizado, atrair sua atenção, proporcionar motivação, e ajudar a compreender que o ensino
individual e a contribuição coletiva, são os melhores meios para formar um estudante
capacitado, capaz de contribuir para sociedade e economia do país, gerando riqueza e
crescimento.
REFERÊNCIAS
ABRUSIO, Juliana. Educação digital. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015.
FAVA, Rui. Educação 3.0: aplicando o PDCA nas instituições de ensino. São Paulo: Saraiva,
2014.
GABRIEL, Martha. Educar: a revolução digital na educação. São Paulo: Saraiva, 2013.
GOMEZ, Angel I. Perez. Educação na era digital: a escola educativa. 1. ed. São Paulo:
PENSO, 2014.
JENKINS, Henry. Cultura de Convergência. São Paulo: Aleph, 2006.
LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.
LÉVY, Pierre. A inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço. 4. ed. São
Paulo: Loyola, 2003.
NETO, Samuel Pfromm. Telas que ensinam: mídia e aprendizagem: do cinema às
tecnologias digitais. 3. Ed. São Paulo: Alínea, 2011
PIVA, Dilermando Jr. Sala de aula digital: uma introdução a cultura digital para
educadores. Rio de Janeiro: Saraiva, 2013.
SANCHO, Juana Maria e HERNÁNDEZ, Fernando. Tecnologias para transformar a
educação. Porto Alegre: Artmed, 2006.
SOUSA, Robson Pequeno, MOITA, Filomena M.C da S.C e CARVALHO, Ana Beatriz
Gomes. Tecnologias Digitais na Educação. São Paulo: Eduepb, 2011.

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Proposta de uso da educação digital como ferramenta da educação

  • 1. PROPOSTA DE USO DA EDUCAÇÃO DIGITAL COMO FERRAMENTA DA EDUCAÇÃO1 Pricilla Abrantes2 Blanca Martin Salvago3 RESUMO O avanço da tecnologia tem resultado em diversas mudanças na sociedade, o que inclui a educação. Alinhado a isso, surgiu um novo aluno com um comportamento desmotivado a estudar e conectado constantemente a internet, ao mesmo tempo em que o mercado de trabalho exige uma melhor qualificação profissional. Como consequência, a educação se vê forçada a utilizar novas técnicas educacionais, visando reter a atenção desse estudante, assim como a preparação do docente e seu novo papel dentro desse panorama, por meio do uso da educação digital. O trabalho presente tem como objetivo apresentar a importância da educação digital, como ferramenta para atender as necessidades da educação, promovendo assim um melhor aprendizado para o aluno e futuro profissional. PALAVRAS-CHAVE: 1 Inteligência Coletiva. 2 Tecnologia Digital de Informação e Comunicação. 3 Educação Digital. 4 Educação. 5 Geração Z. _________________________ INTRODUÇÃO É inquestionável que a educação precisa ser modernizada, e isso se torna mais aceitável ainda, quando notamos a quantidade de alunos na sala de aula, que estão no celular, ao invés de prestar atenção no professor. A grande dificuldade é compreender como reter a atenção desse aluno, que acredita que os conteúdos padronizados não são relevantes para a 1 Trabalho de conclusão do curso de pós-graduação Lato Sensu em Docência no Ensino Superior da Universidade Católica Dom Bosco. Campo Grande, 2016. 2 Graduada em Publicidade e Propaganda e Administração, ambas pelo Centro Universitário UDC. Pós- graduação em Gestão e Marketing Digital pela Universidade Católica Dom Bosco. E-mail: pris.abrantes@hotmail.com 3 Professora Orientadora do Trabalho de Conclusão de Curso. Bacharel em Teologia pela Faculdade de Teologia de Granada (Espanha). Licenciada em Letras pela Universidade Católica Dom Bosco (Campo Grande – MS). Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália). Coordenadora Pedagógica da UCDB Virtual. Membro do GETED - Grupo de Estudos e Pesquisas de Tecnologia Educacional e Educação a Distância. E-mail: blanca@ucdb.br
  • 2. 2 sua formação, e que consecutivamente frequentam a escola mais por obrigação, do que por motivação. Por outro lado, a educação digital tem se tornado cada vez mais importante para a educação, devido às mudanças notáveis e causadas no comportamento dos alunos, por meio do uso da tecnologia. Com o advento da mesma e a exposição constante a grandes volumes de informações, o papel do professor tem passado por mudanças que exigem a utilização de novas ferramentas de aprendizagem, visando reter a participação desse novo estudante. Esse novo panorama da Era Digital transforma o professor em um meio para incentivar a educação, ao mesmo tempo em que tem a função de estimular o pensamento crítico, por meio da utilização de recursos digitais didáticos, com o objetivo de complementar o conteúdo apresentado, e que visam melhorar a qualificação e preparação desse aluno para o mercado de trabalho. Esses recursos além de estimular a interatividade dentro da sala de aula, incentivam a criatividade, por utilizar meios que estão cada vez mais presentes no cotidiano desses estudantes, além de continuarem a ser utilizados após a sua formação. Com base nisso, o presente trabalho irá abordar sobre a educação digital e sua importância no processo de ensino, com o objetivo de denotar a eficácia dessa ferramenta como recurso da educação, visando a formação de alunos mais preparados e qualificados para a sociedade. 1 HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO Para Netto (2011) basta nos conduzir às imagens pintadas das cavernas pré- históricas, que refletem ensinamentos de caça para os jovens, para compreender as remotas tradições da educação. De acordo com Fava (2014), desde os primórdios até o início das universidades, a educação tinha como objetivo o desenvolvimento do raciocínio, da linguagem e do pensar. Segundo ele, “foi essa a metodologia adotada por Aristóteles na educação de Alexandre, o Grande, e seus generais na escola de Mieza em 343 a.C., na escola peripatética do Liceu Aristotélico em 335 a.C., e na dialética, como a ciência da disputa nas escolas escolásticas no século XII.” (FAVA, 2014, p. 34) Noutro vértice, o sistema de ensino utilizado na Grécia Antiga era baseado na Paideia, onde os estudantes eram assim submetidos a um programa, que tinha como objetivo atender a todos os aspectos da vida do indivíduo. “A noção era que, além de formar o profissional, a educação devia formar o cidadão. Os encontros aconteciam nas praças, onde o
  • 3. 3 discípulo tinha contato com a teoria e a prática, e vivenciava a realidade do dia a dia”. (FAVA, 2014, p.113) Ainda segundo o autor, o início da educação no Brasil foi influenciado pela metodologia dos jesuítas, comandados pelo Padre Manoel de Nóbrega, os quais chegaram ao país em março de 1959, acompanhados pelo governador-geral Tomé de Souza. Quinze dias após a sua chegada em Salvador, foi construída a primeira escola brasileira, tendo como mestre o irmão Vicente Rodriguez, que se tornou o primeiro professor em terras brasileiras. Por mais de cinquenta anos, Vicente se dedicou ao ensino e à propagação da fé religiosa. Fava (2014) aponta que em 7 de setembro de 1920 foi fundada a primeira Universidade do Rio de Janeiro, que reunia faculdades profissionais preexistentes, como a Escola Politécnica, a Faculdade de Medicina e a Faculdade de Direito. Assim sendo, “foi na primeira metade do século XIX, que a educação foi adquirindo posição elevada nas discussões políticas e intelectuais nas diferentes províncias brasileiras, destacadamente no Rio de Janeiro, então capital do império e em São Paulo” (ABRUSIO, 2015, p. 63). A autora argumenta que a partir de 1984, foram criados os grupos escolares agrupados em um único edifício, e reunidos em salas conforme o seu grau de adiantamento. Era assim o surgimento da escola graduada com sua hierarquia e divisão do trabalho entre professores, diretores, alunos, entre outros. 2 A EDUCAÇÃO DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL No dizer de Gabriel (2013), as escolas de hoje são organizadas com o objetivo de atender as necessidades da Revolução Industrial, e por isso funcionam como uma linha de produção: disciplinas separadas, sinos sonoros para marcar o tempo, e instalações divididas. Os estudantes são assim educados em lotes e organizados por idade. Noutro vértice, a industrialização solidificou o capitalismo alterando assim as relações sociais, o qual influenciou na estruturação do trabalho. “A educação foi moldada para suprir a necessidade de profissionais técnicos onde a memorização, a padronização, a transmissão de conteúdo e o treinamento eram fatores determinantes para o bom desempenho profissional” (FAVA, 2014, p. 19) Todavia Gabriel (2013) acredita que atualmente o ambiente e as necessidades econômicas são diferentes daquelas encontradas na Revolução Industrial. A autora enfatiza
  • 4. 4 que com o advento da tecnologia, o jovem de hoje está exposto a todo tipo de estímulo, ficando assim entediados com as aulas tradicionais. Não obstante, Sancho e Hernández colocam que a escola atual é fruto da era industrial, a qual foi estruturada para preparar as pessoas para viver e trabalhar em sociedade, mas que agora está sendo convocada a aprender e enfrentar novas situações a cada dia, devido às exigências profissionais, que consequentemente são muito diferentes daquelas que eram necessárias na era industrial. À vista disso, Fava (2014) defende que o mercado de trabalho não pode abrir mão da engenharia, raciocínio lógico ou da matemática, mas sem a criatividade, desenvolvimento de liderança e capacidade de relacionamento entre as pessoas, não existe empregabilidade, afinal, o que era eficiente na era industrial, hoje não é mais. Assim sendo, Gabriel (2015) salienta que o modelo de educação no ensino, que vise soluções que poderiam ser replicadas na vida profissional futura do aluno será outro, e que por isso o modelo que funcionava bem na era industrial, hoje se tornou lento devido às mudanças tecnológicas e sociais. Desse modo, cumpre ressaltar que: A sociedade industrial não só fez que, para muitos, se tornasse inútil o uso do cérebro, como também acarretou que somente algumas partes do corpo fossem utilizadas. A transmissão, a memorização de conteúdos, a padronização, a especialização não são mais diferenciais, razão pela qual a Educação 2.0 tornou-se ineficiente e ineficaz. Isso só foi possível graças ao florescimento, alastramento e progresso tecnológico, que possibilitou ao homem inventar uma máquina inteligente que substituiu todo o trabalho repetitivo e exaustivo, deixando para si apenas o trabalho empático, criativo e o raciocínio lógico. Difunde-se cada vez mais consciência de que as atividades cerebrais predominem em relação às manuais, que as praxes virtuais prevaleçam sobre as práticas tangíveis. (FAVA, 2014, p. 23) Gómez (2015) descreve que a educação atual não só entedia os alunos, como também os prepara para trabalhos que não vão mais existir no futuro. A ideologia e metodologia da era industrial baseada na divisão do trabalho, e na hierarquia trabalhista e de relações sociais, se tornou obsoleto e ultrapassado. Nesse sentido, Lévy (1999) defende que pela primeira vez na história da humanidade, a maioria das competências e informações adquiridas no início do percurso profissional de uma pessoa, estarão obsoletas no fim da sua carreira. Em conformidade com o citado acima:
  • 5. 5 Estamos preparando estudantes para empregos que ainda não existem, usando tecnologias que não foram inventadas para resolver problemas que ainda não sabemos que serão problemas. Devemos habilitar os estudantes para um futuro que os próprios educadores não conseguem descrever. Os estudantes precisam cultivar uma série de atitudes focadas no pertencimento a um grupo, na adaptabilidade para se mover em ambientes lépidos, ativos, dinâmicos, nos quais um conhecimento se torna rapidamente obsoleto. A educação deve se valer das mais diversas mídias, como texto, som, imagens fixas, imagens em movimento, jogos e simulações. (FAVA, 2014, p.25) 3 EDUCAÇÃO DIGITAL Segundo Piva Jr (2014), a sociedade sempre possui um foco de atuação. No tempo das cavernas o foco era a construção de implementos de caça, depois passou para grande quantidade de terras e recursos naturais, e em tempos mais recentes, o foco de atuação tornou- se o processo industrial, e logo em seguida a área financeira. Hoje, segundo o autor, vive-se um momento de transição chamada de era da informação, onde computadores e recursos tecnológicos estão aliados. Dessa maneira Gabriel (2014) enfatiza que a revolução digital originou uma nova era, a era digital, que tem causado impactos tecnológicos digitais sem precedentes na história da humanidade. Gómez (2015) destaca que essa era provocou mudanças radicais na nossa forma de comunicar, agir, pensar e expressar. Esse novo panorama é possível devido ao fato de que a tecnologia da informação se converteu em um meio de participação, onde a informação é produzida, consumida, atualizada e alterada constantemente, causando novas práticas de leitura, aprendizagem e pensamento. Abrusio (2015) defende que a sociedade baseada na escrita está rapidamente se transformando em uma sociedade informática, e com isso a escola se vê forçada a mudar. Assim, “a educação digital é o uso de tecnologias educacionais para preparar para a vida na sociedade de informação, ou seja, de proporcionar a inclusão social no mundo cibernético, resultando a sociabilidade, a cultura e a aprendizagem”. (ABRUSIO, 2015, p.186) Gabriel (2014) ressalta que essa explosão de conteúdos tem como consequência um fenômeno chamado economia da atenção4 . Devido à grande exposição de informações, o indivíduo tende a prestar menos atenção em tudo. “Uma incrível falta de concentração é gerada pela avalanche de informações desconexas a que somos bombardeados a todo momento, em um mundo cada vez mais on-line” (ABRUSIO, 2015, p. 17). Gabriel (2014) 4 Economia da atenção: fenômeno observado por Thomas H. Davenport e John C. Beck.
  • 6. 6 destaca que as pessoas tendem a prestar atenção naquilo que é interessante para elas. Assim, quanto maior a riqueza da informação, maior a pobreza da atenção. A atenção das pessoas está se tornando cada vez mais escassa e disputada, e isso é particularmente importante na aprendizagem. Para Gómez (2014), os jovens de hoje estão acostumados a fazer inúmeras tarefas ao mesmo tempo, o que acaba minando a sua paciência e aumentando a sua ansiedade diante da carência do hábito de esperar ou da demora. Corroborando com o citado acima: Quando a menina e o menino contemporâneo têm acesso ilimitado a uma enorme quantidade de informações fragmentadas que vão além da sua capacidade de organização em esquemas compreensivos, dispersam a sua atenção e saturam a sua memória, o mosaico de dados não produz formação, e sim, perplexidade e desorientação. A saturação de informação gera dois efeitos aparentemente paradoxais, mas na verdade convergentes: a superinformação e a desinformação. Parece claro que o exagero de informações fragmentárias causa indigestão e dificilmente provoca o conhecimento estruturado e útil. (GÓMEZ, 2015, p.70) Como consequência disso, temos mudanças no contexto da educação. Sancho e Hernández (2006) apontam que a escola deve se reinventar se deseja sobreviver como instituição escolar, e para isso o professor deve se apropriar de saberes advindos das tecnologias digitais da informação e comunicação, com o objetivo de estruturar esses elementos em sua prática pedagógica. Com concordância, Sousa, Moita e Carvalho (2011) afirmam que a escola conseguirá cumprir sua responsabilidade social de educar e formar novos cidadãos, quando contar com professores que sejam capazes de utilizar e compreender as novas linguagens dos meios de comunicação, em sua metodologia pedagógica. Paiva Jr (2014) defende que além de saber utilizar a tecnologia, o professor deve envolver e guiar os alunos de forma efetiva e eficiente, priorizando a qualidade da informação. Assim, isso depende do “processo de transformação e de como ele se sente em relação a isso, se ele vê todo esse processo como algo benéfico, que pode ser favorável ao seu trabalho, ou se ele se sente ameaçado e acuado por essas mudanças” (SANCHO e HERNÁNDEZ, 2006, p. 20). Neste sentido se argumenta que “os professores de hoje foram educados por uma geração de educadores que não vivenciaram essa explosão tecnológica. Por esse motivo, é muito difícil, para eles, reproduzir algo diferente daquilo que vivenciaram”. (PAIVA JR, 2014, p. 84). As tecnologias digitais podem apresentar um papel fundamental na inovação das funções docentes. “Mais do que nunca, como educadores, precisamos desenvolver, monitorar, transformar, inovar, substituir nossos modelos mentais, arquétipos,
  • 7. 7 hábitos, cultura, buscar o desconforto do produtivo, flexibilizar, aceitar, adaptar, e ajudar a transformar” (FAVA, 2014, p.69). Porém, Gabriel (2014) afirma que esse fenômeno altera os modelos da educação, pois nenhum professor consegue competir em quantidade de dados com a internet, ao mesmo tempo em que o aluno tem um acesso ilimitado a informações que estão disponíveis. Sendo assim, os estudantes se dispersam em seu meio e perdem atenção, e consecutivamente têm acesso a qualquer conteúdo em sala de aula, quando possuem um smartphone nas mãos. Antes disso, o professor era a única fonte de informações. Paiva Jr (2014) ressalta que a tecnologia auxilia o sistema educacional na produção de materiais educacionais, respeitando as diferenças e tempos de aprendizagem do aluno. Seus instrumentos são utilizados para unir conteúdos dispersos e direcionar a aprendizagem, na preparação de jovens para o hoje e amanhã. Sem embargo, Hernández (2006) defende que a tecnologia é vista como qualidade educativa, devido a sua capacidade de gerar novos ambientes de aprendizagem, adaptados às características e aos níveis dos alunos em formação. As tecnologias da informação e comunicação permitem novas possibilidades e formatos educativos, pois rompem as barreiras limitadoras das disciplinas limitadoras das disciplinas curriculares ao permitir aprender de forma interdisciplinar e aberta. Também possibilitam aprender na multiculturalidade e ampliam e multiplicam os referentes formativos. O professor não é mais a única fonte do saber, pois compartilha estas capacidades com hipertextos, equipes de especialistas, que inclusive podem ser consultados à distancia, bases documentais etc. (SANCHO e HERNÁNDEZ, 2006, p.80) Não obstante se enfatiza: A proliferação de computadores e de outros artefatos tecnológicos utilizados permanentemente fora e dentro das escolas mudou e vai mudar a definição da sala de aula como um espaço pedagógico, o conceito de currículo e o sentido dos processos de interação do aprendiz com o conhecimento e com os docentes. O ensino frontal, simultâneo e homogêneo é incompatível com esta nova estrutura e exigirá dos professores o desenvolvimento de uma metodologia muito mais flexível e plural, bem como uma atenção mais personalizada aos estudantes. (FAVA, 2014, p.28) Por outro lado, para a implementação dessa mudança, é preciso desenvolver uma cultura e educar os professores. Paiva Jr (2014) defende a importância do planejamento dessa implantação, por meio de elaborações de metas e objetivos a longo prazo, desde a
  • 8. 8 coordenação, passando por docentes, chegando ao aluno, e por fim à sociedade. Em conformidade com, “a utilização de novos meios na escola deve ser resultado não de uma imposição administrativa, mas de um sistema de ajudas que responda às iniciativas dos professores, segundo o enfoque construtivista da gestão” (SANCHO e HERNANDÉZ, 2006, p.29). “Cabe à instituição escolar ou em conjunto com outras instituições, promover a educação tecnológica e sobre o uso da internet, bem como definir e orientar o que será considerado “boas práticas de uso de internet”. (ABRUSIO, 2015, p. 96) Assim, as instituições que continuarem utilizando as práticas convencionais tendem a se tornar irrelevantes. “Pedagogia obsoleta, escolas segregadas, classes lotadas, alunos entediados e desinteressados e professores esgotados são características que definem a vida da maioria das escolas contemporâneas” (GÓMEZ, 2015, p.33). Segundo o mesmo autor, já é comprovado em experiências que a escola tem dificuldades para desenvolver o conhecimento aplicado e crítico, as capacidades criativas em especial o conhecimento que organiza o modo de sentir, o pensar e atuar dos cidadãos, assim como ajudar na gestão das atitudes, valores e emoções. Em conformidade, Sousa, Moita e Carvalho (2011) destacam que a escola deveria ser um ambiente de troca de saberes, práticas transformadoras e construção de reflexões. Por outro lado, muitas vezes o aluno não encontra uma estrutura em que possa discutir suas ideias e participar do ato de aprender mutuamente. Muitas vezes o conteúdo aprendido na escola não faz sentido para esses alunos, que muitas vezes idealizam um futuro que não está relacionado com o que encontram na sala de aula. Assim, para os autores, o professor deve entender e utilizar “novas linguagens dos meios de informação e comunicação a serviço de sua prática pedagógica que deve ser compreendida como uma forma específica de práxis, portanto, prática social que envolve teoria e prática, própria da prática educativa”. (SOUSA, MOITA E CARVALHO, 2011, p. 26) Sem embargo, Lévy (1999) defende que os alunos toleram cada vez menos, cursos uniformes com conteúdos que não correspondem com as necessidades reais. “A vida real exige abordar problemas complexos, utilizando conteúdos e habilidades em contextos reais e motivados por metas ou propósitos relevantes”. (GÓMEZ, 2015, p.42). Ainda segundo o autor, impor um modelo único para todos na escola, provoca a exclusão daqueles que não conseguem se adaptar o padrão, além de formar alunos sem desenvolver seus talentos e capacidades singulares. O indivíduo memoriza datas e nomes, o que não significa necessariamente que compreendeu o conteúdo. Na escola convencional se dedica muito pouco tempo para pensar, investir e recriar. Os resultados são consequências de exames, quando se deveria priorizar a qualidade do ensino. Netto (2011) acredita que não estamos fornecendo
  • 9. 9 aos alunos os conhecimentos que necessitam, e nem as motivações para um estudo árduo. Sem embargo, Sousa, Moita e Carvalho (2011) preceituam a importância de levar em consideração a experiência que os alunos já trazem consigo, com o objetivo de estimular a discussão sobre o que eles aprendem na TV, na rua, internet e em casa. Noutro vértice, Abrusio (2015) ressalta a importância de fornecer um aprendizado individual, levando em consideração as dificuldades de cada aluno: O contato mais próximo e pessoal resta mitigado, mas esta ainda é necessário, não só para expor o conteúdo para o corpo discente, mas também para conduzir o andamento das aulas. Todavia, este professor provavelmente não foi treinado para adaptar todo conteúdo das suas aulas para as necessidades individuais de cada aluno, e pode enfrentar dificuldades ao tentar compatibilizar suas habilidades talhadas em conceitos tradicionais de ensino a um ambiente personalizado e individual, principalmente num cenário em que o conteúdo preparado é pasteurizado e idêntico para todos, sem levar em consideração as dificuldades de cada um. (ABRUSIO, 2015, p.247) Em conformidade com o citado acima, Além disso, a preocupação com as diferenças individuais existentes entre os estudantes se reflete em recentes empenhos bem-sucedidos de proporcionar ensino individualizado ou personalizado, no qual uma vasta gama de meios e materiais de ensino-aprendizagem se mescla com concepções mais abertas e avançadas de currículos e programas, de novos tipos de experiência para aprender e desenvolver habilidades intelectuais (pensar de modo crítico, resolver problemas, tomar decisões, ser criativo e outros) e novas concepções a respeito de avaliação do aluno e do ensino. Assinale-se ainda, nas últimas décadas, a expansão de projetos voltados para o estudo parcial ou totalmente independente, com mínimo de assistência do professor, mais concentrados na assistência ao planejamento e à programação sob a responsabilidade do próprio estudante. (NETTO, 2011, p.49) Por conseguinte, se acredita na importância de um trabalho em grupo, nesse novo panorama da educação. Gómez (2014) defende que a aprendizagem coletiva desenvolve as capacidades humanas de críticas, visando capacitar o aluno para participar de forma responsável das sociedades democráticas, além de promover a habilidade de compartilhar as perspectivas, saber ouvir os outros, lidar com pontos de vista diferentes, buscar conexões, negociar conflitos pacificamente e buscar conexões. “A colaboração é o caminho do crescimento, pois se separarmos as pessoas e as julgarmos separadamente, formaremos uma
  • 10. 10 disjunção entre elas e o seu ambiente natural de aprendizado. É necessário que os hábitos das instituições se adaptem aos habitats que elas ocupam”. (GABRIEL, 2014, p.90). Com base nisso, se torna viável e incluso o entendimento da inteligência coletiva, termo criado por Pierre Lévy, o qual significa o compartilhamento da inteligência de diversos indivíduos, que colaboram em busca da solução de um problema. Para o autor, o termo foi tematizado pela primeira vez entre os séculos X e XII, por teósofos persas e judeus, que se referiam à interpretação neoplatônica de Aristóteles. Assim, “é uma inteligência distribuída por toda parte, incessantemente valorizada, coordenada em tempo real, que resulta em uma mobilização efetiva das competências”. (LÉVY, 1998, p. 28) Corroborando com o acima citado, Jenkins descreve: A inteligência coletiva refere-se a essa capacidade das comunidades virtuais de alavancar a expertise combinada de seus membros. O que não podemos saber ou fazer sozinhos, agora podemos fazer coletivamente. A emergente cultura do conhecimento jamais escapará completamente da influência da cultura de massa, assim como a cultura de massa não pode funcionar totalmente fora das restrições do Estado-nação. A inteligência coletiva irá, gradualmente, alterar o modo como a cultura de massa opera. (JENKINS, 2006, p. 56) Lévy (1998) afirma que a inteligência coletiva funciona como uma sociedade anônima, onde cada elemento traz como capital os seus conhecimentos, e sua capacidade de aprender e ensinar. O coletivo nesse caso não limita as inteligências individuais, pelo contrário, abre-se para novas potências. Segundo o autor, a inteligência coletiva vem acrescentar às inteligências pessoais, originando assim uma espécie de cérebro coletivo. “[...] ela reside, ainda e sempre, nas experiências, aprendizagens e gestos mentais de seus membros individuais. Reúne os percursos, negociações, contatos, decisões, ações efetivas das pessoas envolvidas na criação contínua do mundo comum” (LÉVY, 1999, p.99). Pierre Lévy esboça uma distinção entre conhecimento compartilhado; informações tidas como verdadeiras e conhecidas pelo grupo inteiro; e inteligência coletiva; a soma total de informações retidas individualmente pelos membros do grupo e que podem ser acessadas em resposta a uma pergunta especifica (FAVA, 2014, p.70). Paiva Jr (2014) destaca que uma nova pedagogia baseada na produção coletiva está surgindo e tomando conta dos principais centros educacionais do mundo. Para o autor, essa nova pedagogia possui maior interatividade, maior autonomia, ausência de barreiras, maior interação entre as disciplinas, em uma concepção de “aprender fazendo”, por meio do
  • 11. 11 uso da tecnologia. “Os cenários de cooperação, atenção pessoal e de apoio mútuo favorecem a aprendizagem tanto por estimular o intercâmbio de informações como por permitir que os aprendizes mergulhem, sem medo, no território incerto da busca, da investigação e da inovação”. (GÓMEZ, 2015, p.121). Por outro lado, Lévy (1999) justifica que as tecnologias da inteligência individual e coletiva mudam profundamente os dados do problema da educação e da formação. Segundo ele, o que é preciso aprender não pode mais ser planejado com antecedência. “Os educadores devem abandonar o conceito de que podem prever o que terá aprendido um bom estudante como resultando de uma experiência educativa”. (SOUSA, MOITA e CARVALHO, 2011, p.31) Lévy (1999) também acredita que a tecnologia aumenta o compartilhamento de informações por entre numerosos indivíduos, o que consecutivamente causa o aumento do potencial da inteligência coletiva. O ponto principal aqui é a mudança qualitativa nos processos de aprendizagem. Procura-se menos transferir cursos clássicos para formatos hipermídia interativos ou “abolir a distância” do que estabelecer novos paradigmas de aquisição dos conhecimentos e de constituição dos sabres. A direção mais promissora, que por sinal traduz a perspectiva da inteligência coletiva no domínio educativo, é da aprendizagem coletiva”. (LÉVY, 1999, p.170) Não obstante, Fava (2014) comenta: As declarações de Lévy são de ampla envergadura para a educação, significando que as dificuldades de aprendizagem não podem ser resolvidas individualmente por uma única disciplina, por um singular professor, por um exclusivo pedagogo ou dirigente. Deve haver uma atitude de abertura não preconceituosa de todos os educadores, em que o conjunto de conhecimento individual anula-se mediante o saber universal, e que, com a ajuda da tecnologia, pode-se realmente melhorar o processo de ensino-aprendizagem por meio da utilização da interdisciplinaridade e da enorme inteligência coletiva congregada nas escolas. [...] a criação de comunidade de conhecimento, a utilização da inteligência coletiva, a convergência das velhas e novas metodologias de ensino, das engelhadas e recentes ferramentas digitais ou analógicas de sala de aula, exigem que as instituições de ensino repensem antigas suposições sobre os processos de ensino e aprendizagem. (FAVA, 2014, p.54) Nesse sentido, cumpre ressaltar que a convergência mediática forçará uma “transformação cultural à medida que os estudantes sejam incentivados a procurar novas informações, fazer conexões para buscar conteúdos esparsos, soltos, dispersos. Estamos na era
  • 12. 12 da inteligência em rede, num sistema de colaboração e participação mútua” (FAVA, 2014, p54). Por conseguinte, esse novo panorama na educação também é influenciado pelas mudanças presente nas novas gerações. Conforme Abrusio (2015), a chamada geração Z é formada por jovens que nasceram entre os anos de 1995 e 2010, e que em sua maioria está cursando o sistema básico da educação. Segundo a autora, esses jovens têm como característica marcante, a presença e o uso da internet desde o seu nascimento, o que torna comum esse elemento em suas vidas. “Não se pode utilizar, para essa geração, o termo “estar conectado”, já que para eles, a internet não é um alvo a ser conquistado e é sim, um meio consolidado para realizar diversas atividades, como estudar, comunicar-se, divertir-se e relacionar-se com seus pares”. (ABRUSIO, 2015, p.15). Segundo Paiva, Essa nova geração caracteriza-se pela impaciência e pela familiarização com a tecnologia (afinal, cresceram com ela); não aceitam o autoritarismo, têm dificuldade de planejamento (geração do fazer, improvisar, da tentativa e erro), não leem manuais, têm grande necessidade de se expressar. (PAIVA JR, 2014, p. 83) Assim sendo, Fava (2014) defende que os estudantes dessa geração são ativos, imprevisíveis e migratórios, denotando uma deslealdade a qualquer tipo de processo padronizado, além de conectados, barulhentos e públicos. O autor destaca que esses jovens precisam ser mediados, mas também desejam ser ouvidos e respeitados. Para ele, essa geração tem sonhos e paixões; desejam aprender usando ferramentas de seu tempo; querem se conectar com os outros para expressar, dividir e compartilhar opiniões dentro e fora da escola; preferem se relacionar e aprender em grupos, desejam cooperar, interagir, e competir uns com os outros, além de idealizar uma educação que não seja apenas relevante, mas principalmente real. O autor enfatiza que para essa juventude é normal começar uma coisa e terminar em outra, o que transforma o professor como mediador na preparação desses alunos para pensar. É preciso desafiar, aguçar, e estimular a capacidade investigadora desses estudantes, ao desenvolver competências e habilidades mentais. Abrusio (2015) ressalta a importância de compreender o universo dessa geração, para conseguir conviver com o mesmo. A autora reforça a necessidade de se engajar ao mundo das mídias sociais, e espaços com fronteiras e com diversidade, definidos como ambiente dessa geração. É importante que pais e educadores conheçam de onde vêm esses jovens, e criem estratégias para diminuir os conflitos geracionais.
  • 13. 13 Ao se analisar o mundo que cerca e cercará o futuro dessa geração, são encontrados ambientes de tecnologia móvel, colaborativos e inteligentes. Essa é a realidade que não pode ser ignorada, tão pouco subestimada pelos educadores e formadores. Muito mais do que se apropriar das técnicas e “usar” a internet, os jovens precisam entender que são parte integrante da grande rede e que podem moldá-la como uma verdadeira escola de conhecimento e ética. Essas competências nada têm a ver com as técnicas e nem sempre fazem parte das habilidades de uma criança ou adolescente. Esse letramento ético-digital só acontecerá mediante um esforço conjunto entre pais, educadores e governantes, elementos com papéis decisivos nas escolhas que os jovens fazem na internet. (ABRUSIO, 2015, p. 77) Gabriel (2014) acredita que para conseguir captar a atenção desse novo aluno, é preciso criar um engajamento. Não obstante Fava (2014) acredita que estratégias de engajamento são capazes de motivar grupos dispersos. Dessa forma, uma das maneiras de conseguir engajamento positivo é oferecer um conteúdo relevante para o aluno para o momento presente, por meio do estimulo. “Quando o estimulo é uma premiação, chamamos de “estimulo positivo”, e quando é uma “restrição”, chamamos de “estimulo negativo”. Quanto mais relevante é a premiação, mas eficiente o estimulo se torna para incentivar a fazer o proposto e se engajarem”. (GABRIEL, 2014, p.189) As salas de aula estão mudando de uma estrutura centralizada de comunicação e poder para uma estrutura distribuída, em que o poder e a comunicação passam a ser de todos. Nesse cenário, para que professores consigam liderar, a sua posição hierárquica não tem mais valor como estímulo – eles precisam adquirir capital social com os estudantes, que é a moeda que dá valor às pessoa dentro de uma rede social. No entanto, capital social está mais ligado à conquista do que à imposição. Dessa forma, os estímulos que funcionam melhor no ambiente educacional atual são positivos. (GABRIEL, 2014, p.191) Com base nisso, a educação digital também funciona como recurso para a formação de indivíduos, que estejam mais preparados para as novas exigências do mercado de trabalho. Para Fava (2014) cada vez mais se procura profissionais com conhecimentos científicos, com habilidades de comunicação e tecnologia, os quais muitos graduados simplesmente não possuem. Gómez (2015) justifica que a formação do cidadão contemporâneo exige o desenvolvimento da capacidade de trabalhar em equipe de forma criativa, ter a capacidade de criar contextos sociais de apoio, ter confiança e colaboração, compreender e estimular as diferenças, explorar a liderança e iniciativa, além de saber lidar com as discrepâncias, e com a interação social e cultural.
  • 14. 14 Fava (2014) preceitua que a era digital faz com que as pessoas pensem, desenvolvam habilidades de buscar a essência, separar o que é importante e descartável, além de demandar a capacidade de fornecer soluções alternativas para problemas nunca vistos, o qual consecutivamente não pode ser resolvido com soluções padronizadas, impostas atualmente pela educação convencional. Para o autor, o mercado requer habilidade denominada acuidade mental. Por outro lado, Paiva Jr (2014) destaca que o sistema produtivo e empresarial que até então utilizavam como base os modelos taylorista e fordista, estão sendo substituídos por novo paradigma tecnológico, apoiado nas informações e nas ferramentas eletrônicas. Corroborando com o citado acima: A antiga relação com a competência era substancial e territorial. Os indivíduos eram reconhecidos por seus diplomas, que por sua vez eram vinculados à disciplina. Os empregados eram identificados por postos de trabalho, que declinavam profissões, as quais cumpriam funções. No futuro, irá tratar-se muito mais de gerenciar processos: trajetos e cooperações. (LÉVY, 1999, p.174) Gabriel (2014) descreve que a criatividade e o pensamento crítico são habilidades essenciais para a era digital, não apenas para os estudantes e jovens, mas principalmente para os professores. “A proliferação de conteúdos em virtude das novas possibilidades tecnológicas de produção, reutilização e distribuição que a web propicia tende a gerar um ambiente mais rico de aprendizagem e criatividade do que em qualquer outra era” (GABRIEL, 2014, p.44). Em conformidade, Sancho e Hernández (2006) sustentam que os diferentes setores da sociedade valorizam a criatividade e a iniciativa, enquanto a escola fomenta a homogeneidade, o que acaba proporcionando pouco espaço para desenvolver essas habilidades. Não obstante, Sousa, Moita e Carvalho (2011) justificam que o professor, estando aberto ao diálogo, consegue fazer com que o estudante produza conhecimento em uma linguagem próxima a sua realidade, utilizando-se da criatividade e valorização do que cada um sabe nessa ação coletiva. Para Gabriel (2014), as características das gerações digitais afetam à sociedade, e por isso conhecer tais elementos e suas consequências e se adaptar a elas é essencial para o desenvolvimento educacional efetivo e adequado. Assim, a educação presencial é apenas uma plataforma, enquanto o estudante está nas plataformas digitais. Para alcançar esse aluno é preciso estar na sua plataforma digital como redes sociais, e-mails, e outros. Com base nisso, a autora acrescenta o termo cibridismo na era digital:
  • 15. 15 Somos cíbridos, e vai se tornar cada vez mais difícil sermos apenas on-line ou apenas off-line – nossa essência quer circular livremente, sem rótulos ou limitações físicas, para obter uma experiência melhor, uma vida melhor, seja ela on ou off-line. Não precisamos mais sair de onde estamos para acessar uma máquina que nos leve para o on-line. Hoje, e cada vez mais, o on-line está com as pessoas onde quer que estejam (por meio dos dispositivos móveis que estão se incorporando cada vez mais ao nosso corpo) e, em breve, estará conectado direto ao cérebro humano. (GABRIEL, 2014, p.54) Outro elemento de extrema importância nesse contexto é o termo de transmídia. Segundo Jenkins (2006) uma história de transmídia ocorre através de múltiplas plataformas de mídia com nichos diferentes, onde possui um novo texto que contribui de maneira distinta para o todo. Sendo assim, dentro do conceito da narrativa de transmídia cada meio fará o que faz de melhor, “a fim de que uma história possa ser introduzida num filme, ser expandida pela televisão, romance e quadrinhos; e seu universo possa ser explorado em games ou experimentado como atração de um parque de diversões.” (JENKINS, 2006, p. 138). Gabriel (2014) salienta que a transmídia pode gerar um processo educacional muito mais eficiente, para estudantes e professores cíbridos. Por outro lado, esse processo requer da instituição de ensino professores mais sofisticados, e que consigam se adequar no ambiente tecnológico que se apresenta, articulando conteúdos adequados para cada plataforma tecnológica, construindo assim uma mensagem educacional maior. Neste ínterim também se enfatiza a importância do termo convergência. Jenkins (2006) foi o responsável pela criação do termo da cultura de convergência. Segundo ele, aqui velhas e novas mídias se encontram, mídia corporativa e alternativa se cruzam, e o poder do produtor e consumidor interagem de maneiras imprevisíveis. Para o autor a cultura da convergência é o futuro. Gabriel (2014) enfoca que a convergência permite que a mesma mensagem seja consumida em diversas plataformas diferentes de mídia, e tem como característica fundamental a portabilidade. Nesta senda, cumpre ressaltar que: Transmídia é o termo usado para definir a utilização integrada das mídias de forma que uma estória ou mensagem ultrapasse os limites de um único meio. Enquanto a convergência ocorre quanto tecnologias que eram anteriormente usadas de forma separada (como voz, vídeo, dados, etc.) passam a compartilhar o mesmo meio e interagem umas com as outras de forma sinergética, criando novas funcionalidades, a transmídia envolve o processo contrário; ou seja; ela ocorre quando um conteúdo é distribuído por diversas
  • 16. 16 mídias de quaisquer naturezas (analógicas ou digitais, on ou off). (GABRIEL, 2014, p.60) No contexto da educação, “esses processos de recombinação já ocorriam como a imagem, o texto mesmo com a música. No entanto, eram ainda limitados pelas restrições tecnológicas, que, conforme vão desaparecendo, ampliam as possibilidades combinatórias”. (GABRIEL, 2014, p.68). Na educação a convergência e a transmídia transformam drasticamente o cenário. A convergência possibilita a portabilidade de conteúdo na nuvem, que garante que qualquer informação possa ser acessada de qualquer dispositivo, tempo e lugar da forma conveniente – isso possibilita novas formas de aquisição de conhecimento e reflexão, tornando as informações disponíveis nos momentos em que podemos alavancar decisões. Além disso, a convergência coloca à disposição dos usuários várias tecnologias juntas em um mesmo dispositivo, permitindo inusitadas combinações que favorecem a criatividade, associação e aprendizagem por experiência. (GABRIEL, 2014, p.84) CONSIDERAÇÕES FINAIS O avanço da tecnologia tem provocado mudanças no comportamento das pessoas, assim como na economia, política, cultura e sociedade. Na educação não foi diferente. As técnicas educacionais usadas já não demonstram mais eficiência no aprendizado, enquanto o docente se depara com um aluno disperso, desmotivado e sem interesse na escola. Esse novo panorama é facilmente influenciado por uma grande exposição de informações, alinhado a novas atitudes das novas gerações, o que consecutivamente gera a necessidade de desenvolver meios para captar a atenção do aluno, assim como definir estratégias que visem integrar os recursos tecnológicos com a prática pedagógica. Essas mudanças também acabam sendo refletidas no mercado de trabalho, o qual acaba buscando por profissionais capazes de alinhar a criatividade, liderança e trabalho em equipe, com a familiaridade do uso da tecnologia. Características inclusive, que forçam a utilização de novas ferramentas de ensino, para melhorar a capacitação desse novo aluno para esse novo mercado de trabalho. O docente ao se deparar com esse novo panorama, é pressionado com o desafio de desenvolver novas habilidades, alinhado a utilização dos recursos didáticos digitais. Essas
  • 17. 17 ferramentas atendem a necessidade de respeitar o tempo de aprendizagem de cada estudante, ao mesmo em que possibilitam o trabalho em equipe por meio da inteligência coletiva. Por fim, a educação digital se torna uma ferramenta importante, que tem como objetivo proporcionar uma educação melhor para estudante de hoje. Assim sendo, a tecnologia é capaz de proporcionar conteúdos relevantes para esse aluno, melhorar seu aprendizado, atrair sua atenção, proporcionar motivação, e ajudar a compreender que o ensino individual e a contribuição coletiva, são os melhores meios para formar um estudante capacitado, capaz de contribuir para sociedade e economia do país, gerando riqueza e crescimento. REFERÊNCIAS ABRUSIO, Juliana. Educação digital. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015. FAVA, Rui. Educação 3.0: aplicando o PDCA nas instituições de ensino. São Paulo: Saraiva, 2014. GABRIEL, Martha. Educar: a revolução digital na educação. São Paulo: Saraiva, 2013. GOMEZ, Angel I. Perez. Educação na era digital: a escola educativa. 1. ed. São Paulo: PENSO, 2014. JENKINS, Henry. Cultura de Convergência. São Paulo: Aleph, 2006. LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999. LÉVY, Pierre. A inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço. 4. ed. São Paulo: Loyola, 2003. NETO, Samuel Pfromm. Telas que ensinam: mídia e aprendizagem: do cinema às tecnologias digitais. 3. Ed. São Paulo: Alínea, 2011 PIVA, Dilermando Jr. Sala de aula digital: uma introdução a cultura digital para educadores. Rio de Janeiro: Saraiva, 2013. SANCHO, Juana Maria e HERNÁNDEZ, Fernando. Tecnologias para transformar a educação. Porto Alegre: Artmed, 2006. SOUSA, Robson Pequeno, MOITA, Filomena M.C da S.C e CARVALHO, Ana Beatriz Gomes. Tecnologias Digitais na Educação. São Paulo: Eduepb, 2011.