Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Como laptops mudam a gestão de aulas
1. Laptops na sala de aula. E agora?
Estudos mostram o que muda na gestão das classes e dos
conteúdos
O uso de computadores portáteis e laptops educacionais nas salas já é uma
realidade em muitas escolas. Mas como professores e alunos estão se
adaptando a essas novas ferramentas? Para tirar a dúvida, pesquisadores do
Programa de Pós- Graduação em Educação: Currículo da Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) desenvolveram suas
dissertações de mestrado baseados na observação de vários ambientes
escolares.
Eles encontraram cenas distintas. Há, por exemplo, computadores com
sistemas convencionais e outros com programas específicos para o uso em
sala. Mas as pesquisas também mapearam mudanças e dificuldades comuns a
várias instituições (veja abaixo as principais constatações sobre o que muda no
dia a dia de estudantes e educadores que utilizam laptops em classe). "Agora,
planejar uma aula significa preparar os recursos que vão ser utilizados pelos
alunos, desde sites até equipamentos que se somam aos laptops", diz Mariza
Mendes, autora da dissertação Introdução do Laptop Educacional em Sala de
Aula: Indícios de Mudanças na Organização e Gestão da Aula.
Mariza acompanhou a implantação do programa Um Computador por Aluno
(UCA) numa escola da rede estadual de Palmas. Uma das primeiras alterações
verificadas foi a maior necessidade de movimentação da garotada para a troca
de informações. Além de mudanças ligadas ao uso do espaço, também foram
notadas as que se referem à gestão do tempo.
Já o estudo Uso do Computador Portátil na Escola: Perspectivas de Mudança
na Prática Pedagógica, realizado por Cláudia Mandaio em duas escolas
públicas do interior de São Paulo, mostrou que na maioria das vezes os
docentes usam os computadores para auxiliar aulas expositivas, propor
exercícios, interpretar textos, usar jogos educativos e explorar imagens, sons e
animações. A constatação se completou em uma pesquisa de Rubem Paulo
2. Torri Saldanha, Indicadores de Um Currículo Flexível no Uso de Computadores
Portáteis. Segundo ele, 89% dos professores de uma escola de Campinas, a
100 quilômetros de São Paulo, disponibilizam as máquinas para que os alunos
realizem apresentações de trabalhos e conteúdos.
Percebe-se que em muitos casos os recursos são usados para desenvolver
atividades que poderiam ser feitas sem a tecnologia. Uma das explicações para
o fato é a formação. Esse foi um dos aspectos observados no trabalho O
Impacto Inicial do Laptop Educacional no Olhar de Professores da Rede
Pública de Ensino, realizado por Renata Kelly da Silva. Segundo a maioria dos
profissionais que ela entrevistou em São Paulo, a falta de conhecimentos gera
inseguranças no manuseio dos computadores. No estudo de Claudia, os
educadores também apontaram o baixo acesso a materiais de apoio. Como
consequência, dependem do apoio de técnicos, sentem que falta tempo para
cumprir o conteúdo e têm dificuldade para preparar as aulas. Buscar o apoio da
gestão da escola é um dos caminhos indicados para vencer essas
adversidades e seguir em frente com as novidades.
Uso inovador Os alunos se empenham em buscar na internet informações que
melhorem seus argumentos para o debate de um conteúdo estudado. Isso não
significa que o computador deva ser usado como substituto do livro didático.
Escrita e leitura A melhora na leitura e na escrita é um dos destaques
apontados pelas pesquisas. Com as máquinas, os estudantes tiram dúvidas
sobre ortografia, corrigem a concordância de frases e têm uma maior
autonomia em relação à produção escrita.
Troca de ideias Os estudantes sentem a necessidade de reorganizar a
posição de sua mesa. Eles se unem em grupos para trocar conteúdos e
compartilhar informações sobre os usos dos programas e sobre as descobertas
das pesquisas realizadas na internet.
Presença do professor O acompanhamento da classe passa a ser mais
individualizado. O professor caminha, intervindo se necessário. Ele também
precisa se preparar para atender a mais interrupções feitas por alunos e abrir
espaço para que eles compartilhem ideias.
3. Planejamento Ao preparar as atividades, o docente precisa testar os
programas e prever o uso inovador dos equipamentos. É importante avisar aos
alunos, caso eles não fiquem sempre na classe, que as aulas com
computadores portáteis ocorrem em dias determinados.
Seleção cuidadosa O professor tem o papel de facilitar, mediar e orientar o
trabalho. Mas, por mais autonomia que as máquinas possam trazer aos alunos,
cabe a ele indicar dados confiáveis e endereços de páginas na internet que
realmente acrescentem ao aprendizado.
Gestão do tempo É possível alterar a duração das aulas para se adequar às
novas necessidades. O professor precisa pensar não só no tempo que será
utilizado em sala. Deve prever também quantas horas serão necessárias para
a correção e o acompanhamento dos trabalhos.
Fonte: Revista Nova Escola
Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/laptops-sala-aula-agora-
680526.shtml
Com apuração de Mariana Queen (novaescola@atleitor.com.br).
Editado por Ana Ligia Scachetti