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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
                    DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
                    ALAGOINHAS BAHIA

    ESTÁGIO                  LICENCIATURA EM BIOLOGIA.
SUPERVISIONADO II




                                       Por:

                      RONDINELLE DE OLIVEIRA BATISTA.




                                  Orientadora:

                    CLÁUDIA REGINA TEIXEIRA DE SOUZA




                                   Alagoinhas,

                                 fevereiro de 2011

                                                                 1
APRESENTAÇÃO



    Inerente a formação profissional de todo professor existe uma
natureza pedagógica, isto é, a acumulação de um conjunto de
experiências e teorias que objetiva o domínio de processos educativos
de formação humana e metodologias que permitem a apropriação e a
transmissão de conhecimentos.
    Etapa insubstituível na formação para a docência, o estágio é o
momento de transição entre o docente em formação e o profissional da
educação. O estágio é na verdade a versão prática do curso de
licenciatura onde o aluno/professor está em transição e ao mesmo
tempo em interação com o ambiente escolar. É uma oportunidade para
conhecer as responsabilidades e as exigências da carreira, mas
também    é   o   momento   de   se   descobrir   em   todas   as   suas
potencialidades, de trilhar metas a serem alcançadas e de iniciar uma
longa jornada pedagógica.
     Assim, este portfólio é fruto das atividades desenvolvidas no
Componente Curricular Estágio Supervisionado II, do Curso de
Licenciatura em Ciências Biológicas, da Universidade do Estado da
Bahia.




                                                                     2
MENSAGEM AO LEITOR




            "Quem ensina aprende ao
            ensinar, e quem aprende
            ensina ao aprender".
                       Paulo Freire.




                                       3
SUMÁRIO




Apresentação
Mensagem ao leitor
Sumário
O Estágio       5
A Escola        8
A Turma         9
A Professora    10
Recursos Didáticos     11
Experimentando a Docência         12
Percepção dos Alunos        23
Reflexão sobre o papel e os significados do estágio   25
Referências     27




                                                           4
O ESTÁGIO


     O estágio é o campo de conhecimento e eixo curricular central
nos cursos de formação de professores, pois possibilita que sejam
trabalhados aspectos indispensáveis à construção da identidade, dos
saberes e das posturas específicas ao exercício profissional docente
(PIMENTA & LIMA, 2006).
     Pode ser compreendido também como o lócus onde a identidade
profissional é gerada, construída e referida; voltando-se para o
desenvolvimento    de    uma    ação   vivenciada,   reflexiva   e   crítica
(BURIOLLA, 1999 apud PIMENTA & LIMA, 2006).
     A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e a Resolução
CNE/CP    nº   1   e    2,   regulamentam   os     Estágios   Curriculares
Supervisionados, instituindo a duração e a carga horária do curso de
Licenciatura em nível Superior para atuar na Educação Básica.
     O estágio ocorreu entre os meses de setembro a dezembro de
2010 na turma de 1° ano 1TEV 2 do curso Técnico em Enfermagem, na
modalidade Ensino Médio Integrado à Educação Profissional.
     Durante este período o estágio foi dividido em duas etapas
consecutivas: a primeira de observação e a segunda de regência.

     A    etapa    de    observação    consistiu     em   acompanhar        o
desenvolvimento das aulas ministradas pela professora regente da
turma, Carmem Gonçalves, além de conhecer e descrever o ambiente
escolar quanto a sua estrutura física e disponibilidade de recursos a
serem utilizados nas aulas, como livros, atlas, maquetes, vídeo e TV,
entre outros. O período de regência consistiu em assumir todas as
atividades inerentes à rotina do professor, sendo responsável pela




                                                                        5
elaboração e desenvolvimento das aulas, aplicação de testes, provas e
controle da turma com a caderneta de sala.

     Assim, este estágio consistiu na integração do estagiário ao
ambiente escolar, bem como, a apropriação de conhecimentos e
experiências educacionais que vão ser úteis na vida profissional como
professor de ciências e biologia. Destacando-se os seguintes objetivos
específicos: 1) Criar, planejar, realizar e gerir situações didáticas
voltadas para a aprendizagem e desenvolvimento dos alunos,
utilizando o conhecimento das áreas a serem ensinadas;                 2)
Experimentar novas maneiras de interagir em sala de aula; 3) Decidir
com coerência sobre quais orientações metodológicas utilizar em sala
de   aula   considerando    seus   pressupostos   metodológicos;       4)
Experimentar uma situação de gestão de sala de aula buscando
compreender a importância de: a) Estabelecer uma relação de
autoridade e confiança com os alunos; Considerar e respeitar suas
características pessoais; b) Agrupar os alunos como forma de
potencializar sua aprendizagem; c) Analisar diferentes materiais e
recursos para a utilização didática; d) Afirmar a minha opção
profissional; e) Construir ou tomar consciência do meu estilo pessoal
como professor.

     Na etapa de regência, foi adotada como estratégia metodológica
a elaboração de planos semanais contendo seqüências didáticas que
buscassem potencializar as relações interativas em sala de aula,
acompanhadas, ainda, de proposta de avaliação que fosse viável a
realidade dos estudantes.

     Para mim, o estágio supervisionado II foi um momento de
reflexão sobre o papel do professor enquanto agente transformador da
sociedade; um ser que consciente da missão que tem a cumprir –



                                                                   6
educar – reconhece a necessidade constante que tem de aprender.
Afinal, antes de disseminar conhecimentos, o professor precisa
aprendê-los.
      Nesta etapa percebi também que quando o professor torna-se
acomodado demais e se esquece de aprender, ele também se torna
incapaz de promover uma educação de qualidade.
      Enquanto permaneci na escola pude estar em contato com vários
professores de diversas áreas, aprendi a ouvi-los e compreendi a
importância de se relacionar com outros professores, compartilhando
dificuldades, expectativas, experiências e sonhos.
      É certo que a educação é um dos maiores desafios na atual
conjuntura da sociedade brasileira, por tanto, não está na competência
de uma única pessoa resolvê-lo. Sendo uma questão social, a sua
solução exige que todos estejam unidos em torno de um objetivo
comum: superar as barreiras das desigualdades de acesso a uma
educação formadora de cidadãos aptos à vida em sociedade.




                                                                  7
A ESCOLA



      O estágio foi realizado no colégio Centro Territorial de Educação
Profissional do Agreste de Alagoinhas/Litoral Norte (CETEP), criado
pela portaria 8.677 de 17 de abril de 2009 e ocupa as instalações do
antigo Colégio Estadual Luiz Navarro de Brito, no município de
Alagoinhas, Bahia. Nesta instituição são oferecidos os cursos de
Técnico em Informática (modalidades Proeja e Ensino Médio
Integrado à Educação Profissional); Técnico em Enfermagem, Técnico
em Meio Ambiente e Técnico em Segurança do Trabalho (modalidades
subseqüente e Ensino Médio Integrado à Educação Profissional) e o
curso de Técnico em Comércio (modalidade Proeja).

      O colégio possui bastante espaço, conta com 35 salas de aula de
tamanho suficiente para a quantidade de alunos recebidos (35 em
média por turma), são bem ventiladas; possui ainda uma espaçosa
biblioteca, uma quadra poliesportiva, uma sala de professores e uma
secretaria.

      Na      minha   percepção,   a   escola    enquanto    ambiente
privilegiadamente voltado ao desenvolvimento da educação, deve
articular alunos, professores e diretores com o mesmo objetivo:
promover as condições reais e necessárias ao processo de ensino
aprendizagem.

      Entretanto, ao contrário disso, muitos alunos não se sentem bem
na escola, isso explica as faltas constantes, a desistência e a pressa
que os alunos demonstram para terminar logo as aulas e irem pra
casa. É papel dos professores e diretores desfazerem essa imagem que
a escola ocupa na mente dos nossos jovens. Os alunos precisam se


                                                                   8
sentir a vontade no ambiente escolar; devem, ainda, buscar a escola
conscientes de que estão, ao mesmo tempo, buscando a sua cidadania,
o seu futuro.

      Uma escola com esta aparência é atrativa e motiva os alunos,
professores, diretores, enfim, todos os atores envolvidos no processo de
ensino aprendizagem. A escola é o primeiro caminho a percorrer na
busca pela realização dos nossos sonhos e projetos de vida.




                              A TURMA
      A turma 1TEV 2 era composta de 18 alunos, sendo 14 do sexo
feminino e apenas quatro do sexo masculino; a faixa etária da turma
era variada, com alunos de 14 a 37 anos de idade (FIGURA 1).




       Figura 1: Turma 1 TEV 2 do curso de Enfermagem.



                                                                    9
Nesta turma os alunos mim receberam muito bem desde o
primeiro momento, isto foi fundamental para a forma como desenvolvi
o estágio com eles, afinal, como diz o ditado: a primeira impressão é a
que fica.

      A primeira impressão foi ótima, mas o melhor foi poder
confirmar, ao longo do período do estágio, que não foi só impressão. Os
alunos me     respeitavam sempre, estavam abertos ao diálogo,
mostraram interesse e participação nas aulas, embora as dificuldades
também tenham ocorrido – e sempre haverá alguma.

      Considero a experiência de lecionar para esta turma muito
proveitosa pra mim e para os alunos, com os quais mantenho contato,
respeito e carinho até hoje.




                           A PROFESSORA




      Carmem Gonçalves é graduada em Licenciatura Plena em
Ciências Biológicas pela Universidade do Estado da Bahia, atuando a
mais de 10 anos no ensino público. É uma professora pontual, com boa
freqüência na escola e bom relacionamento com o restante do corpo
docente.




                                                                  10
No momento das aulas se preocupa em saber o que os alunos
conhecem sobre o assunto do qual iram estudar – as aulas começam
sempre com uma pergunta problematizadora sobre o tema; além disso,
ela demonstra um bom relacionamento com a classe.

     Essa postura da professora Carmem, para mim, é fundamental,
pois o tratamento contextualizado do conhecimento é o recurso que o
professor tem para retirar o aluno da condição de espectador passivo.
Se bem trabalhado permite que, ao longo da prática educativa, o
conteúdo do ensino provoque aprendizagens significativas, mobilize o
aluno e estabeleça entre ele e o objeto do conhecimento uma relação de
reciprocidade.

     A contextualização evoca, por isso, áreas, âmbitos ou dimensões
presentes na vida pessoal, social e cultural, e mobiliza competências
cognitivas já adquiridas (PCN, 2000).




                      RECURSOS DIDÁTICOS




     O    livro   didático   é   um   instrumento   indispensável    ao
direcionamento do processo de ensino-aprendizagem entre professores
e alunos (TOFFLER, 1980; TAVARES, 1993). Porém, o livro didático
por si só não basta às finalidades desse processo, é necessário a
criatividade, a capacidade de inovar na busca constante por novos
recursos didático-pedagógicos (FREITAG, 1989).

     Sendo assim, durante as aulas, busquei diversificar ao máximo
os conteúdos a serem trabalhados, pesquisando também na internet e
em outros livros didáticos que não estavam disponíveis na escola.
Além disso, sempre que possível implementei o conteúdo abordado no


                                                                    11
livro da turma mediante a apresentação de slides em TV pen drive,
cuja aceitação por parte da turma foi muito boa.

     Para a turma de 1º ano o livro didático adotado pela escola foi:
PAULINO, W. R. Biologia: citologia/ histologia. Vol. 1 – 1 ed. – São
Paulo - Editora Ática, 2005. (FIGURA 2)




          Figura 2: Livro de biologia da turma 1TEV2.


     Com relação ao livro didático adotado pela escola para a turma,
pude notar que o mesmo deixou a desejar quanto à profundidade com
que trata os assuntos. Temas complexos como histologia animal e
vegetal são tratados em poucas páginas que não exploram as inúmeras
possibilidades que esses temas abarcam. Da forma como são tratados,
tornam-se pouco atraentes aos alunos, sobretudo pela grande
quantidade de termos técnicos.
     Senti falta também de uma layout mais prazeroso, com figuras,
sugestão de sites, ou textos de acontecimentos recentes que
motivassem uma discussão e a curiosidade dos alunos. Por todos estes
fatos, busquei outros livros e recursos para implementar as minhas
aulas. Além de que, sempre disponibilizava os Slides das aulas por um
e-mail criado especialmente para a turma. Cabe ressaltar que os


                                                                 12
próprios alunos pediam que eu fizesse isso, pois achavam melhor
estudar pelas minhas apresentações do que pelo livro.


                  EXPERIMENTANDO A DOCÊNCIA


      A partir deste ponto serão narrados alguns momentos referentes
às aulas que foram ministradas para a turma 1 TVE 2, referente ao
componente curricular de Biologia.
      Segundo Zabala (1998), a prática pedagógica do professor passa
a   ser     construída   e   reconstruída   concomitantemente   com    as
necessidades que se fazem presentes nos processos de ensino-
aprendizagem, pois educar quer dizer formar cidadãos e cidadãs, que
não estão parcelados em compartimentos estanques, em capacidades
isoladas.
      Com base nesta perspectiva, as aulas tiveram como pressuposto
a interação e o diálogo com a turma, buscando compreender as suas
necessidades, dificuldades e expectativas, pois acredito que só é
possível ensinar, quando há alguém interessado em aprender.
      Esses momentos foram essenciais para traçar o perfil da turma,
conhecer melhor cada aluno e planejar a melhor forma de se adaptar
pedagogicamente a esta realidade, permitindo que eu lecionasse,
executasse atividades e administra-se o conteúdo com o apoio da
turma.
      Desta forma, o ponto chave para a realização de todas as
atividades do estágio foi a necessidade de se estabelecer uma relação
harmônica, respeitosa e de confiança com os alunos (ANTÚNEZ apud
BINI & PABIS, 2008), criando assim, as condições propícias para o
diálogo, a criatividade e a construção de conhecimentos.




                                                                      13
1° SEMANA

   Neste plano foram explorados os temas "A diversidade Biológica"
     e "Histologia Animal".

   Os recursos utilizados foram Slides, TV pen drive e quadro para
     pilot.

     Poucos alunos estavam presentes nestas aulas (11 alunos).
Estes, entretanto mantiveram-se atentos e bastante participativos. A
relação que se estabeleceu em sala demonstrou confiança, respeito
mútuo e aprendizagem que superaram as minhas expectativas para o
primeiro contato com a turma.
     Nesta primeira aula me senti a vontade com a turma, a qual foi
muito receptiva e contribui bastante para que eu me sentisse dessa
forma. Neste momento, ao conversar com os alunos esqueci um pouco
a ansiedade que sentia antes de entrar na sala.

     Senti que os alunos gostaram bastante dessas primeiras aulas,
pois participaram bastante com perguntas e curiosidades. Acredito
que o fato de eu ter utilizado a TV pen drive e a forma dialógica como
conduzi as aulas expliquem bem este comportamento da turma.




2° SEMANA

   Neste     plano   foram   explorados    os    temas   “Epitélios    de
     revestimentos; Epitélios glandulares e A pele humana".

     Os assuntos foram introduzidos buscando sempre uma ligação
  com o conhecimento prévio da turma. Essa postura revela a
  preocupação    em   promover    uma      educação   significativa    aos



                                                                       14
educando, não-mecânica e obrigatória (MOREIRA & MASINI,
   2006).

     Os alunos mantiveram-se participativos e envolvidos com a aula
e o plano pode ser concluído como planejado. Como nas aulas
anteriores, manteve-se um clima ameno e respeitoso entre professor e
alunos.

     Em uma conversa após a aula procurei sondar o que os alunos
estavam achando das aulas, ocasião em que foi relatada a dificuldade
que eles tiveram em compreender este último assunto. Senti que esta
dificuldade pode realmente existir, porém, percebi também uma falta
de empenho dos alunos em querer aprender, uma vez que nenhum
deles teve a curiosidade de ler o assunto com antecedência, mesmo
com a grande quantidade de conteúdo com termos novos para eles.

     Todavia, espera-se que essas dificuldades sejam sanadas pela
produção do álbum seriado, uma atividade extraclasse e paralela ás
aulas em que os alunos devem apresentar uma considerável
capacidade de leitura e síntese desses conteúdos.




3° SEMANA

    Neste plano foram explorados os temas “Características
      estruturais e funcionais dos tecidos conjuntivos; e Os diferentes
      tipos de tecidos conjuntivos dos animais".

    Foi solicitada à turma a elaboração de um Álbum Seriado com o
      tema Histologia Animal.

     Segundo Hady (1997), o álbum seriado é um recurso didático
utilizado para auxiliar em aulas, palestras, demonstrações, reuniões,



                                                                  15
etc. Pode conter fotografias, mapas, gráficos, organogramas, cartazes,
letreiros   ou   qualquer    material     útil    na   exposição   de   um
tema e é organizado por páginas em seqüência lógica.

      As dificuldades na execução deste plano se deram em função do
recesso no dia 01.11.2010 nos colégios que participaram das eleições
presidenciais, de modo que este plano foi aplicado no dia 26.10.2010 e
03.11.2010. Além disso, foram necessárias três aulas para concluir
este plano, ao contrário das duas aulas que haviam sido planejadas
inicialmente, isso devido à dificuldade da turma em compreender os
termos novos o que me obrigou a diminuir o ritmo das aulas e a propor
a elaboração de um glossário para a turma.

      Dessa forma, uma das maiores dificuldades que tive na
realização deste estágio foi com o tempo. Precisei agendar aulas em
horários vagos visando sanar as que foram perdidas e minimizar o
prejuízo para a turma.




4° SEMANA

    Neste plano foram explorados os temas “Características
      estruturais e funcionais dos tecidos vegetais; e os diferentes
      tipos de tecidos vegetais".

    Os recursos didáticos utilizados nestas aulas foram os slides,
      Notebook e quadro para pilot.

      De acordo com Sampaio e Leite apud Leite (2003), os recursos
didáticos, enquanto tecnologias da educação "Servem de instrumento
aos   profissionais   e   pesquisadores    para    realizar   um   trabalho
pedagógico de construção do conhecimento e de interpretação e
aplicação das tecnologias presentes na sociedade".


                                                                        16
Nestas aulas os alunos se mostraram bastante envolvidos e
participativos, embora, muitas vezes a conversa paralela entre grupos
tenha dificultado o andamento da aula, já que neste dia a sala acabou
não estando organizada em fila, pois foi necessário agrupá-los ao redor
de um notebook para acompanharem a apresentação dos slides, já que
a TV pen drive apresentou mal funcionamento neste dia.

     A entrega das atividades sobre sistemática e histologia animal,
também foi outro fator a ser considerado, já que causou bastante
algazarra por boa parte da turma, os quais não trouxeram as
atividades conforme combinado. Neste momento foi necessário
estabelecer os limites e os deveres/compromissos que os alunos devem
ter para o bom andamento da disciplina por meio de uma conversa
com os mesmos. Por fim, ficou estabelecido um novo prazo para
entrega dos álbuns seriados sobre histologia animal para aqueles
alunos que por algum motivo não concluíram a atividade ou, ainda,
para aqueles que desejassem melhorar o trabalho.

     Este acontecimento reforçou a postura desinteressada da turma
já verificada ao longo das aulas. Pois, embora, os alunos sejam
comportados, assistam às aulas participando com perguntas e achem
interessante os assuntos, poucos se preocupam em realizar as
atividades propostas, segundo os próprios alunos “porque já é fim de
ano e já estamos passados ou perdidos”.



5° SEMANA

    Neste plano foram explorados os temas "Tecidos vegetais
      permanentes; e estrutura e função dos tecidos permanentes".




                                                                  17
 Após a exposição oral participativa teve início a resolução e
      discussão das atividades do livro didático.

      Segundo Moysés apud Garcia (2005), as atividades voltadas
para que os estudantes apresentem sua compreensão acerca dos
conceitos científicos estudados podem potencializar a internalização
dos mesmos.

      Nestas aulas os alunos mantiveram o mesmo comportamento
das   aulas   anteriores,   participando   da   aula,     questionando    e
contextualizando as informações com o conhecimento prévio que
tinham. Além disso, a turma teve a visita da professora orientadora
Cláudia Regina Teixeira de Souza, mas isso não trouxe implicações ao
andamento da aula, pois tanto pra mim quanto para os alunos a aula
seguiu tranquilamente.

      Ao contrário do que pensei não me senti nervoso com a presença
da professora Cláudia, provavelmente por que sempre procuro estar
bem seguro quanto aos assuntos e atividades a serem desenvolvidas
em sala; além de que mim preparo sempre com atividades extras e
estou ciente de que imprevistos acontecem.

      Assim, nesta aula a TV pen drive não funcionou, porém agrupei
os alunos em torno de um Notebook onde foram apresentados os
slides, alternado com exposições no quadro.




6° SEMANA

   Movimento em prol do Dia da Consciência Negra.

   O     evento   consistiu   em   um     projeto   de    valorização    e
      reconhecimento da cultura afro brasileira que envolveu toda a



                                                                     18
escola na produção de apresentações, desfiles e palestras (Figura
     3).




   Figura 3: Movimento em prol da Consciência Negra realizada no
                           CETEPA/LN.




     O plano semanal que eu havia elaborado, pois neste dia o colégio
estava mobilizado em torno de um evento em comemoração ao Dia da
Consciência Negra.




                                                                  19
Como não fui informado com antecedência não pude programar
nada para utilizar com a turma e tive que improvisar ao na hora.
Decidi então entrevistar alguns professores e organizadores do evento.

      Segundo Rege, vice-diretor e um dos organizadores do evento
com quem conversei, o evento consiste em um projeto de valorização e
reconhecimento da cultura afro brasileira. Parte do projeto foi
executada junto à comemoração de 07 setembro, com os desfiles na
rua, para hoje estava organizada na escola uma exposição de cartazes
preparados    pelos   alunos,   um   desfile   com   alunas   da   escola
caracterizadas com vestimentas da cultura africana, além de recitais
de poemas por professores e alunos, todos com tema centrado na
cultura afro brasileira.

      O evento ocorreu num dos pátios da escola, local bastante
ventilado e claro, onde se reuniram professores e alunos. Foi muito
prazeroso observar como ambos se mostraram bastante envolvidos,
aplaudindo cada professor e colega nas apresentações e desfile. O
clima foi o mais descontraído possível, não perdendo, todavia, o
caráter educativo.

      Entretanto, um ponto que merece ser destacado é que neste
evento estavam envolvidos apenas professores de história, sociologia e
outros ligados á área das Ciências Humanas, desconsiderando, assim,
não havia, por exemplo, um professor de biologia envolvido.

      Essa postura revela o despreparo do corpo docente desta
instituição para trabalhar de forma interdisciplinar. No caso de
biologia poderia ser explorada uma abordagem mais ampla e
significativa enfocando aspectos tais como a origem e evolução
biológica do homem, que remonta ao próprio continente africano, ou
uma discussão embasada pela genética capaz de questionar o conceito


                                                                     20
de raças humanas, culminando na compreensão de que a humanidade
guarda entre si mais semelhanças do que diferenças.




7° SEMANA

    Verificação de aprendizagem.

     Para Luckesi (1995), o ato de avaliar implica na coleta, análise e
síntese de dados que configuram o objeto da avaliação acrescido de
uma atribuição de valor ou qualidade, que se processa a partir da
comparação da configuração do objeto avaliado com um determinado
padrão de qualidade previamente estabelecido para aquele tipo de
objeto. O valor ou qualidade atribuído ao objeto conduzem a uma
tomada de posição a seu valor ou contra ele.

     Quanto       à   aplicação   da   avaliação,   não   houve   nenhum
acontecimento que mereça destaque quanto a irregularidades no
comportamento dos alunos, como “pescas” ou conversas com outros
alunos. Entretanto, me chamou atenção o fato de que todos os alunos
reclamarem porque metade da prova era composta de questões
abertas. Estes alegaram não estar acostumados com esse tipo de
avaliação e, de fato, boa parte da turma se quer respondeu a estas
questões da prova. Isso revela o despreparo da turma quando se trata
de questões subjetivas que envolvem relacionar os conhecimentos
aprendidos com a realidade vivencial e transmitir essas idéias em
forma de texto.

     Todavia, mesmo nas questões objetivas houve muitos erros,
demonstrando que boa parte da turma não se preparou para a
avaliação. Mais uma vez, a principal justificativa dos alunos foi a de
que já estavam passados ou perdidos de ano, embora houvesse aqueles


                                                                     21
que admitiram estar passando por momentos difíceis, retomando um
discurso difundido entre os educadores, de que a vida pessoal não está
dissociada da escola e deve ser levada em consideração nos métodos
avaliativos.

      Para mim, a avaliação estava ocorrendo o tempo todo, não
somente na hora da prova, visto que vários fatores podem interferir no
desempenho do aluno frente a uma avaliação. O fato é que o simples
ato de se anunciar em sala que a turma passará por uma avaliação em
determinada data, já causa apreensão à maioria dos alunos,
dificultando a sua concentração e aprendizado.

      É certo que a avaliação tradicional tem o seu papel, mas não
acho que seja o de reprovar um aluno caso ele não se saia bem. Não
podemos questionar o conhecimento dos alunos com base no
desempenho deles em um único momento, a prova. Todo professor têm
um perfil mental dos seus alunos e sabe que quando um aluno que ele
considera bom não se sai bem numa prova, isso não é critério pra dizer
que ele não sabe nada, e muito menos que merece repetir de ano.

      Além disso, outro ponto que nós professores devemos ter em
mente é que se um aluno é reprovado, isso também reprova o
professor. Ou seja, fica subentendido que o professor não foi capaz de
perceber que os seus alunos não estavam indo bem, e/ou que não foi
capaz de prover os meios adequados para o desenvolvimento dos
educandos.




                                                                  22
PERCEPÇÃO DOS EDUCANDOS




     Um questionário de sondagem com os alunos foi aplicado ao fim
do período de estágio para permitir-lhes um espaço para expressar
suas percepções sobre esta etapa. Confira os resultados!




   1. Qual a avaliação que você faz do estagiário?

   2. Qual    a    auto-avaliação     que      você      faz   do   seu
      comportamento frente ao estagiário?




  100%
    90%                                        20%
    80%
                   53,33%
    70%
    60%                                                         Excelente
    50%                                        60%              Bom
    40%
                                                                Regular
    30%
                     40%                                        Ruim
    20%
    10%                                        20%
                    6,67%
     0%
                  Pergunta 1                Pergunta 2




                                                                    23
3. Como você avalia o período em que esteve sob a regência
     do estagiário? Justifique?

  4. O que você achou das aulas ministradas pelo estagiário, e
     quais as suas sugestões ou críticas?

  5. Como você avalia o seu desempenho nesta unidade e a
     que você atribui este resultado?




   Resposta do Aluno A pergunta 3 – foi bom, pois aprendi bastante
     com as aulas dele, ele ensina muito bem”.

   Resposta do Aluno B à pergunta 4 – Foram muito boas, ele
     sempre usa a TV pen drive e explica com muita calma. Continue
     assim.

   Resposta do Aluno C à pergunta 5 – Acho que melhorei bastante
     e minha nota poderia ter sido melhor se não tivesse perdido
     algumas aulas.

     Ao examinar todas as repostas dos alunos a este questionário
confesso que me senti muito satisfeito, com a sensação de trabalho
cumprido. Sei que meu rendimento no estágio poderia ter sido muito
maior do que o obtido, se tivesse tido mais tempo e se não houvesse
outros assuntos de ordem pessoal exigindo muito a minha atenção.

     Porém, me esforcei ao máximo dentro das minhas limitações
para oferecer o melhor à turma, à professora regente e a minha
orientadora.




                                                                   24
Por isso, observar a percepção dos alunos e ver que todos
estiveram satisfeitos com o período do estágio e reconheceram o meu
esforço, foi o momento mais gratificante para mim.

    REFLEXÃO SOBRE O PAPEL E OS SIGNIFICADOS DO
                               ESTÁGIO



     Durante o período do estágio pude observar e compreender a
dinâmica que permeia a atividade docente no ensino médio,
dificuldades e fragilidades, mas também suas perspectivas. A
possibilidade de estar contribuindo para a formação do outro é sem
dúvida a melhor das perspectivas, um dos momentos de máxima
expressão da cidadania.
     A integração ao ambiente escolar foi outro aprendizado valioso,
pois agora pude ver a sala de aula não como aluno, mas em uma
posição mais próxima da visão do educador.
     Por outro lado, pode-se afirmar que o período do estágio foi
muito proveitoso para a turma. Em um questionário de sondagem
aplicado ao final do estágio os alunos expressarão sua satisfação em
relação ao período em que estiveram sobre a minha regência,
apontando uma melhora nas suas notas e desempenho em relação à
unidade anterior, o que pode ser reflexo, segundo eles, da relação
harmônica que mantive com a turma, da diversidade de atividades
avaliativas e da utilização da TV pen drive como recurso didático.
     Todos    esses   pontos   refletem-se   diretamente   no   processo
educacional, aliado ainda à prática pedagógica que exerci, segundo a
qual o professor é entendido como responsável por fazer a mediação
das relações educativas, e, desta forma, está habilitado a transformar
a realidade escolar e/ou social do ambiente em que esta inserido.
Nesta perspectiva, Freire (2007) destaca que ensinar não é transferir


                                                                     25
conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a
sua construção, e nas condições de verdadeira aprendizagem os
educando vão se transformando em reais sujeitos da construção e da
reconstrução do saber ensinado, ao lado do educador, igualmente
sujeito do processo.
      Por fim, considero os conhecimentos e experiências vivenciadas
junto com as professoras Cláudia Regina Teixeira de Souza, Carmem
Gonçalves, bem como, os alunos e demais profissionais da educação, de
extrema relevância para a minha futura atuação como educador.




                                                                 26
REFERÊNCIAS



BINI, L.R & PABIS, N. Motivação ou interesse do aluno em sala de
aula e a relação com atitudes consideradas indisciplinares. Revista
Eletrônica Lato, 2008. Disponível em [http://www. unice ntro.
Br].Acesso em 17.12.2010.


FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 45. ed. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 2007.


FREITAG, B. et. all. O Livro didático em questão. São Paulo:
Cortez: Autores Associados, 1989.


GARCIA, D. E. S. 2005. A importância do diálogo e da escrita no
processo de compreensão dos conteúdos escolares: um estudo com base
na psicologia Histórico-Cultural. Artigo (Psicologia da Educação.
Universidade de Pelotas – UFPel).


HAYDT, Regina Célia C.Curso de didática geral. São Paulo:
Ática,1997.


LEITE, Lígia Silva. Tecnologia Educacional: descubra suas
possibilidades na sala de aula. Petrópolis: Vozes, 2003.


LUCKESI. C. C. Avaliação da Aprendizagem. 2 ed. São Paulo:
Cortez, 1995.


MOREIRA, M. A & MASINI, E.F.S. Aprendizagem significativa: a
teoria de David Ausubel. 2 ed.São Paulo:Centauro,2006.



                                                               27
PAULINO, W. R. Biologia: citologia/ histologia. Vol. 1 – 1 ed. – São
Paulo - Editora Ática, 2005.


PARÂMETROS             CURRICULARES      NACIONAIS        (ENSINO
MÉDIO) 2000. Disponível em: portal.mec.gov.br ; acesso em:
15/02/2011


PIMENTA, S. G. & LIMA. M. S. L. Estágio e Docência. 4 ed. São
Paulo: Cortez, 2006.


TAVARES, M. C. & FIORI, J. L. Desajuste global e modernização
conservadora. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993.


TOFFLER, A. A Terceira Onda: a morte do industrialismo e o
nascimento de uma nova civilização. 15 ed. Rio de Janeiro:
Record, 1980.


ZABALA, A. A Prática Educativa: como ensinar. Porto Alegre:
Artmed, 1998.




                                                                28

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Plano de aula adriana fernandes vii (prova)
 
Plano de aula adriana fernandes vii (prova)
Plano de aula adriana fernandes vii (prova)Plano de aula adriana fernandes vii (prova)
Plano de aula adriana fernandes vii (prova)
 
Plano de aula adriana fernandes vi ( estudo dirigido)
Plano de aula adriana fernandes vi ( estudo dirigido)Plano de aula adriana fernandes vi ( estudo dirigido)
Plano de aula adriana fernandes vi ( estudo dirigido)
 
Plano de aula adriana fernandes v (teste)
Plano de aula adriana fernandes v (teste)Plano de aula adriana fernandes v (teste)
Plano de aula adriana fernandes v (teste)
 
Plano aula adriana fernandes iv
Plano aula adriana fernandes ivPlano aula adriana fernandes iv
Plano aula adriana fernandes iv
 
Plano de aula adriana fernandes iii
Plano de aula adriana fernandes iiiPlano de aula adriana fernandes iii
Plano de aula adriana fernandes iii
 
Plano de aula adriana fernandes ii
Plano de aula adriana fernandes iiPlano de aula adriana fernandes ii
Plano de aula adriana fernandes ii
 

Portifólio rondinelle

  • 1. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA ALAGOINHAS BAHIA ESTÁGIO LICENCIATURA EM BIOLOGIA. SUPERVISIONADO II Por: RONDINELLE DE OLIVEIRA BATISTA. Orientadora: CLÁUDIA REGINA TEIXEIRA DE SOUZA Alagoinhas, fevereiro de 2011 1
  • 2. APRESENTAÇÃO Inerente a formação profissional de todo professor existe uma natureza pedagógica, isto é, a acumulação de um conjunto de experiências e teorias que objetiva o domínio de processos educativos de formação humana e metodologias que permitem a apropriação e a transmissão de conhecimentos. Etapa insubstituível na formação para a docência, o estágio é o momento de transição entre o docente em formação e o profissional da educação. O estágio é na verdade a versão prática do curso de licenciatura onde o aluno/professor está em transição e ao mesmo tempo em interação com o ambiente escolar. É uma oportunidade para conhecer as responsabilidades e as exigências da carreira, mas também é o momento de se descobrir em todas as suas potencialidades, de trilhar metas a serem alcançadas e de iniciar uma longa jornada pedagógica. Assim, este portfólio é fruto das atividades desenvolvidas no Componente Curricular Estágio Supervisionado II, do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, da Universidade do Estado da Bahia. 2
  • 3. MENSAGEM AO LEITOR "Quem ensina aprende ao ensinar, e quem aprende ensina ao aprender". Paulo Freire. 3
  • 4. SUMÁRIO Apresentação Mensagem ao leitor Sumário O Estágio 5 A Escola 8 A Turma 9 A Professora 10 Recursos Didáticos 11 Experimentando a Docência 12 Percepção dos Alunos 23 Reflexão sobre o papel e os significados do estágio 25 Referências 27 4
  • 5. O ESTÁGIO O estágio é o campo de conhecimento e eixo curricular central nos cursos de formação de professores, pois possibilita que sejam trabalhados aspectos indispensáveis à construção da identidade, dos saberes e das posturas específicas ao exercício profissional docente (PIMENTA & LIMA, 2006). Pode ser compreendido também como o lócus onde a identidade profissional é gerada, construída e referida; voltando-se para o desenvolvimento de uma ação vivenciada, reflexiva e crítica (BURIOLLA, 1999 apud PIMENTA & LIMA, 2006). A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e a Resolução CNE/CP nº 1 e 2, regulamentam os Estágios Curriculares Supervisionados, instituindo a duração e a carga horária do curso de Licenciatura em nível Superior para atuar na Educação Básica. O estágio ocorreu entre os meses de setembro a dezembro de 2010 na turma de 1° ano 1TEV 2 do curso Técnico em Enfermagem, na modalidade Ensino Médio Integrado à Educação Profissional. Durante este período o estágio foi dividido em duas etapas consecutivas: a primeira de observação e a segunda de regência. A etapa de observação consistiu em acompanhar o desenvolvimento das aulas ministradas pela professora regente da turma, Carmem Gonçalves, além de conhecer e descrever o ambiente escolar quanto a sua estrutura física e disponibilidade de recursos a serem utilizados nas aulas, como livros, atlas, maquetes, vídeo e TV, entre outros. O período de regência consistiu em assumir todas as atividades inerentes à rotina do professor, sendo responsável pela 5
  • 6. elaboração e desenvolvimento das aulas, aplicação de testes, provas e controle da turma com a caderneta de sala. Assim, este estágio consistiu na integração do estagiário ao ambiente escolar, bem como, a apropriação de conhecimentos e experiências educacionais que vão ser úteis na vida profissional como professor de ciências e biologia. Destacando-se os seguintes objetivos específicos: 1) Criar, planejar, realizar e gerir situações didáticas voltadas para a aprendizagem e desenvolvimento dos alunos, utilizando o conhecimento das áreas a serem ensinadas; 2) Experimentar novas maneiras de interagir em sala de aula; 3) Decidir com coerência sobre quais orientações metodológicas utilizar em sala de aula considerando seus pressupostos metodológicos; 4) Experimentar uma situação de gestão de sala de aula buscando compreender a importância de: a) Estabelecer uma relação de autoridade e confiança com os alunos; Considerar e respeitar suas características pessoais; b) Agrupar os alunos como forma de potencializar sua aprendizagem; c) Analisar diferentes materiais e recursos para a utilização didática; d) Afirmar a minha opção profissional; e) Construir ou tomar consciência do meu estilo pessoal como professor. Na etapa de regência, foi adotada como estratégia metodológica a elaboração de planos semanais contendo seqüências didáticas que buscassem potencializar as relações interativas em sala de aula, acompanhadas, ainda, de proposta de avaliação que fosse viável a realidade dos estudantes. Para mim, o estágio supervisionado II foi um momento de reflexão sobre o papel do professor enquanto agente transformador da sociedade; um ser que consciente da missão que tem a cumprir – 6
  • 7. educar – reconhece a necessidade constante que tem de aprender. Afinal, antes de disseminar conhecimentos, o professor precisa aprendê-los. Nesta etapa percebi também que quando o professor torna-se acomodado demais e se esquece de aprender, ele também se torna incapaz de promover uma educação de qualidade. Enquanto permaneci na escola pude estar em contato com vários professores de diversas áreas, aprendi a ouvi-los e compreendi a importância de se relacionar com outros professores, compartilhando dificuldades, expectativas, experiências e sonhos. É certo que a educação é um dos maiores desafios na atual conjuntura da sociedade brasileira, por tanto, não está na competência de uma única pessoa resolvê-lo. Sendo uma questão social, a sua solução exige que todos estejam unidos em torno de um objetivo comum: superar as barreiras das desigualdades de acesso a uma educação formadora de cidadãos aptos à vida em sociedade. 7
  • 8. A ESCOLA O estágio foi realizado no colégio Centro Territorial de Educação Profissional do Agreste de Alagoinhas/Litoral Norte (CETEP), criado pela portaria 8.677 de 17 de abril de 2009 e ocupa as instalações do antigo Colégio Estadual Luiz Navarro de Brito, no município de Alagoinhas, Bahia. Nesta instituição são oferecidos os cursos de Técnico em Informática (modalidades Proeja e Ensino Médio Integrado à Educação Profissional); Técnico em Enfermagem, Técnico em Meio Ambiente e Técnico em Segurança do Trabalho (modalidades subseqüente e Ensino Médio Integrado à Educação Profissional) e o curso de Técnico em Comércio (modalidade Proeja). O colégio possui bastante espaço, conta com 35 salas de aula de tamanho suficiente para a quantidade de alunos recebidos (35 em média por turma), são bem ventiladas; possui ainda uma espaçosa biblioteca, uma quadra poliesportiva, uma sala de professores e uma secretaria. Na minha percepção, a escola enquanto ambiente privilegiadamente voltado ao desenvolvimento da educação, deve articular alunos, professores e diretores com o mesmo objetivo: promover as condições reais e necessárias ao processo de ensino aprendizagem. Entretanto, ao contrário disso, muitos alunos não se sentem bem na escola, isso explica as faltas constantes, a desistência e a pressa que os alunos demonstram para terminar logo as aulas e irem pra casa. É papel dos professores e diretores desfazerem essa imagem que a escola ocupa na mente dos nossos jovens. Os alunos precisam se 8
  • 9. sentir a vontade no ambiente escolar; devem, ainda, buscar a escola conscientes de que estão, ao mesmo tempo, buscando a sua cidadania, o seu futuro. Uma escola com esta aparência é atrativa e motiva os alunos, professores, diretores, enfim, todos os atores envolvidos no processo de ensino aprendizagem. A escola é o primeiro caminho a percorrer na busca pela realização dos nossos sonhos e projetos de vida. A TURMA A turma 1TEV 2 era composta de 18 alunos, sendo 14 do sexo feminino e apenas quatro do sexo masculino; a faixa etária da turma era variada, com alunos de 14 a 37 anos de idade (FIGURA 1). Figura 1: Turma 1 TEV 2 do curso de Enfermagem. 9
  • 10. Nesta turma os alunos mim receberam muito bem desde o primeiro momento, isto foi fundamental para a forma como desenvolvi o estágio com eles, afinal, como diz o ditado: a primeira impressão é a que fica. A primeira impressão foi ótima, mas o melhor foi poder confirmar, ao longo do período do estágio, que não foi só impressão. Os alunos me respeitavam sempre, estavam abertos ao diálogo, mostraram interesse e participação nas aulas, embora as dificuldades também tenham ocorrido – e sempre haverá alguma. Considero a experiência de lecionar para esta turma muito proveitosa pra mim e para os alunos, com os quais mantenho contato, respeito e carinho até hoje. A PROFESSORA Carmem Gonçalves é graduada em Licenciatura Plena em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado da Bahia, atuando a mais de 10 anos no ensino público. É uma professora pontual, com boa freqüência na escola e bom relacionamento com o restante do corpo docente. 10
  • 11. No momento das aulas se preocupa em saber o que os alunos conhecem sobre o assunto do qual iram estudar – as aulas começam sempre com uma pergunta problematizadora sobre o tema; além disso, ela demonstra um bom relacionamento com a classe. Essa postura da professora Carmem, para mim, é fundamental, pois o tratamento contextualizado do conhecimento é o recurso que o professor tem para retirar o aluno da condição de espectador passivo. Se bem trabalhado permite que, ao longo da prática educativa, o conteúdo do ensino provoque aprendizagens significativas, mobilize o aluno e estabeleça entre ele e o objeto do conhecimento uma relação de reciprocidade. A contextualização evoca, por isso, áreas, âmbitos ou dimensões presentes na vida pessoal, social e cultural, e mobiliza competências cognitivas já adquiridas (PCN, 2000). RECURSOS DIDÁTICOS O livro didático é um instrumento indispensável ao direcionamento do processo de ensino-aprendizagem entre professores e alunos (TOFFLER, 1980; TAVARES, 1993). Porém, o livro didático por si só não basta às finalidades desse processo, é necessário a criatividade, a capacidade de inovar na busca constante por novos recursos didático-pedagógicos (FREITAG, 1989). Sendo assim, durante as aulas, busquei diversificar ao máximo os conteúdos a serem trabalhados, pesquisando também na internet e em outros livros didáticos que não estavam disponíveis na escola. Além disso, sempre que possível implementei o conteúdo abordado no 11
  • 12. livro da turma mediante a apresentação de slides em TV pen drive, cuja aceitação por parte da turma foi muito boa. Para a turma de 1º ano o livro didático adotado pela escola foi: PAULINO, W. R. Biologia: citologia/ histologia. Vol. 1 – 1 ed. – São Paulo - Editora Ática, 2005. (FIGURA 2) Figura 2: Livro de biologia da turma 1TEV2. Com relação ao livro didático adotado pela escola para a turma, pude notar que o mesmo deixou a desejar quanto à profundidade com que trata os assuntos. Temas complexos como histologia animal e vegetal são tratados em poucas páginas que não exploram as inúmeras possibilidades que esses temas abarcam. Da forma como são tratados, tornam-se pouco atraentes aos alunos, sobretudo pela grande quantidade de termos técnicos. Senti falta também de uma layout mais prazeroso, com figuras, sugestão de sites, ou textos de acontecimentos recentes que motivassem uma discussão e a curiosidade dos alunos. Por todos estes fatos, busquei outros livros e recursos para implementar as minhas aulas. Além de que, sempre disponibilizava os Slides das aulas por um e-mail criado especialmente para a turma. Cabe ressaltar que os 12
  • 13. próprios alunos pediam que eu fizesse isso, pois achavam melhor estudar pelas minhas apresentações do que pelo livro. EXPERIMENTANDO A DOCÊNCIA A partir deste ponto serão narrados alguns momentos referentes às aulas que foram ministradas para a turma 1 TVE 2, referente ao componente curricular de Biologia. Segundo Zabala (1998), a prática pedagógica do professor passa a ser construída e reconstruída concomitantemente com as necessidades que se fazem presentes nos processos de ensino- aprendizagem, pois educar quer dizer formar cidadãos e cidadãs, que não estão parcelados em compartimentos estanques, em capacidades isoladas. Com base nesta perspectiva, as aulas tiveram como pressuposto a interação e o diálogo com a turma, buscando compreender as suas necessidades, dificuldades e expectativas, pois acredito que só é possível ensinar, quando há alguém interessado em aprender. Esses momentos foram essenciais para traçar o perfil da turma, conhecer melhor cada aluno e planejar a melhor forma de se adaptar pedagogicamente a esta realidade, permitindo que eu lecionasse, executasse atividades e administra-se o conteúdo com o apoio da turma. Desta forma, o ponto chave para a realização de todas as atividades do estágio foi a necessidade de se estabelecer uma relação harmônica, respeitosa e de confiança com os alunos (ANTÚNEZ apud BINI & PABIS, 2008), criando assim, as condições propícias para o diálogo, a criatividade e a construção de conhecimentos. 13
  • 14. 1° SEMANA  Neste plano foram explorados os temas "A diversidade Biológica" e "Histologia Animal".  Os recursos utilizados foram Slides, TV pen drive e quadro para pilot. Poucos alunos estavam presentes nestas aulas (11 alunos). Estes, entretanto mantiveram-se atentos e bastante participativos. A relação que se estabeleceu em sala demonstrou confiança, respeito mútuo e aprendizagem que superaram as minhas expectativas para o primeiro contato com a turma. Nesta primeira aula me senti a vontade com a turma, a qual foi muito receptiva e contribui bastante para que eu me sentisse dessa forma. Neste momento, ao conversar com os alunos esqueci um pouco a ansiedade que sentia antes de entrar na sala. Senti que os alunos gostaram bastante dessas primeiras aulas, pois participaram bastante com perguntas e curiosidades. Acredito que o fato de eu ter utilizado a TV pen drive e a forma dialógica como conduzi as aulas expliquem bem este comportamento da turma. 2° SEMANA  Neste plano foram explorados os temas “Epitélios de revestimentos; Epitélios glandulares e A pele humana". Os assuntos foram introduzidos buscando sempre uma ligação com o conhecimento prévio da turma. Essa postura revela a preocupação em promover uma educação significativa aos 14
  • 15. educando, não-mecânica e obrigatória (MOREIRA & MASINI, 2006). Os alunos mantiveram-se participativos e envolvidos com a aula e o plano pode ser concluído como planejado. Como nas aulas anteriores, manteve-se um clima ameno e respeitoso entre professor e alunos. Em uma conversa após a aula procurei sondar o que os alunos estavam achando das aulas, ocasião em que foi relatada a dificuldade que eles tiveram em compreender este último assunto. Senti que esta dificuldade pode realmente existir, porém, percebi também uma falta de empenho dos alunos em querer aprender, uma vez que nenhum deles teve a curiosidade de ler o assunto com antecedência, mesmo com a grande quantidade de conteúdo com termos novos para eles. Todavia, espera-se que essas dificuldades sejam sanadas pela produção do álbum seriado, uma atividade extraclasse e paralela ás aulas em que os alunos devem apresentar uma considerável capacidade de leitura e síntese desses conteúdos. 3° SEMANA  Neste plano foram explorados os temas “Características estruturais e funcionais dos tecidos conjuntivos; e Os diferentes tipos de tecidos conjuntivos dos animais".  Foi solicitada à turma a elaboração de um Álbum Seriado com o tema Histologia Animal. Segundo Hady (1997), o álbum seriado é um recurso didático utilizado para auxiliar em aulas, palestras, demonstrações, reuniões, 15
  • 16. etc. Pode conter fotografias, mapas, gráficos, organogramas, cartazes, letreiros ou qualquer material útil na exposição de um tema e é organizado por páginas em seqüência lógica. As dificuldades na execução deste plano se deram em função do recesso no dia 01.11.2010 nos colégios que participaram das eleições presidenciais, de modo que este plano foi aplicado no dia 26.10.2010 e 03.11.2010. Além disso, foram necessárias três aulas para concluir este plano, ao contrário das duas aulas que haviam sido planejadas inicialmente, isso devido à dificuldade da turma em compreender os termos novos o que me obrigou a diminuir o ritmo das aulas e a propor a elaboração de um glossário para a turma. Dessa forma, uma das maiores dificuldades que tive na realização deste estágio foi com o tempo. Precisei agendar aulas em horários vagos visando sanar as que foram perdidas e minimizar o prejuízo para a turma. 4° SEMANA  Neste plano foram explorados os temas “Características estruturais e funcionais dos tecidos vegetais; e os diferentes tipos de tecidos vegetais".  Os recursos didáticos utilizados nestas aulas foram os slides, Notebook e quadro para pilot. De acordo com Sampaio e Leite apud Leite (2003), os recursos didáticos, enquanto tecnologias da educação "Servem de instrumento aos profissionais e pesquisadores para realizar um trabalho pedagógico de construção do conhecimento e de interpretação e aplicação das tecnologias presentes na sociedade". 16
  • 17. Nestas aulas os alunos se mostraram bastante envolvidos e participativos, embora, muitas vezes a conversa paralela entre grupos tenha dificultado o andamento da aula, já que neste dia a sala acabou não estando organizada em fila, pois foi necessário agrupá-los ao redor de um notebook para acompanharem a apresentação dos slides, já que a TV pen drive apresentou mal funcionamento neste dia. A entrega das atividades sobre sistemática e histologia animal, também foi outro fator a ser considerado, já que causou bastante algazarra por boa parte da turma, os quais não trouxeram as atividades conforme combinado. Neste momento foi necessário estabelecer os limites e os deveres/compromissos que os alunos devem ter para o bom andamento da disciplina por meio de uma conversa com os mesmos. Por fim, ficou estabelecido um novo prazo para entrega dos álbuns seriados sobre histologia animal para aqueles alunos que por algum motivo não concluíram a atividade ou, ainda, para aqueles que desejassem melhorar o trabalho. Este acontecimento reforçou a postura desinteressada da turma já verificada ao longo das aulas. Pois, embora, os alunos sejam comportados, assistam às aulas participando com perguntas e achem interessante os assuntos, poucos se preocupam em realizar as atividades propostas, segundo os próprios alunos “porque já é fim de ano e já estamos passados ou perdidos”. 5° SEMANA  Neste plano foram explorados os temas "Tecidos vegetais permanentes; e estrutura e função dos tecidos permanentes". 17
  • 18.  Após a exposição oral participativa teve início a resolução e discussão das atividades do livro didático. Segundo Moysés apud Garcia (2005), as atividades voltadas para que os estudantes apresentem sua compreensão acerca dos conceitos científicos estudados podem potencializar a internalização dos mesmos. Nestas aulas os alunos mantiveram o mesmo comportamento das aulas anteriores, participando da aula, questionando e contextualizando as informações com o conhecimento prévio que tinham. Além disso, a turma teve a visita da professora orientadora Cláudia Regina Teixeira de Souza, mas isso não trouxe implicações ao andamento da aula, pois tanto pra mim quanto para os alunos a aula seguiu tranquilamente. Ao contrário do que pensei não me senti nervoso com a presença da professora Cláudia, provavelmente por que sempre procuro estar bem seguro quanto aos assuntos e atividades a serem desenvolvidas em sala; além de que mim preparo sempre com atividades extras e estou ciente de que imprevistos acontecem. Assim, nesta aula a TV pen drive não funcionou, porém agrupei os alunos em torno de um Notebook onde foram apresentados os slides, alternado com exposições no quadro. 6° SEMANA  Movimento em prol do Dia da Consciência Negra.  O evento consistiu em um projeto de valorização e reconhecimento da cultura afro brasileira que envolveu toda a 18
  • 19. escola na produção de apresentações, desfiles e palestras (Figura 3). Figura 3: Movimento em prol da Consciência Negra realizada no CETEPA/LN. O plano semanal que eu havia elaborado, pois neste dia o colégio estava mobilizado em torno de um evento em comemoração ao Dia da Consciência Negra. 19
  • 20. Como não fui informado com antecedência não pude programar nada para utilizar com a turma e tive que improvisar ao na hora. Decidi então entrevistar alguns professores e organizadores do evento. Segundo Rege, vice-diretor e um dos organizadores do evento com quem conversei, o evento consiste em um projeto de valorização e reconhecimento da cultura afro brasileira. Parte do projeto foi executada junto à comemoração de 07 setembro, com os desfiles na rua, para hoje estava organizada na escola uma exposição de cartazes preparados pelos alunos, um desfile com alunas da escola caracterizadas com vestimentas da cultura africana, além de recitais de poemas por professores e alunos, todos com tema centrado na cultura afro brasileira. O evento ocorreu num dos pátios da escola, local bastante ventilado e claro, onde se reuniram professores e alunos. Foi muito prazeroso observar como ambos se mostraram bastante envolvidos, aplaudindo cada professor e colega nas apresentações e desfile. O clima foi o mais descontraído possível, não perdendo, todavia, o caráter educativo. Entretanto, um ponto que merece ser destacado é que neste evento estavam envolvidos apenas professores de história, sociologia e outros ligados á área das Ciências Humanas, desconsiderando, assim, não havia, por exemplo, um professor de biologia envolvido. Essa postura revela o despreparo do corpo docente desta instituição para trabalhar de forma interdisciplinar. No caso de biologia poderia ser explorada uma abordagem mais ampla e significativa enfocando aspectos tais como a origem e evolução biológica do homem, que remonta ao próprio continente africano, ou uma discussão embasada pela genética capaz de questionar o conceito 20
  • 21. de raças humanas, culminando na compreensão de que a humanidade guarda entre si mais semelhanças do que diferenças. 7° SEMANA  Verificação de aprendizagem. Para Luckesi (1995), o ato de avaliar implica na coleta, análise e síntese de dados que configuram o objeto da avaliação acrescido de uma atribuição de valor ou qualidade, que se processa a partir da comparação da configuração do objeto avaliado com um determinado padrão de qualidade previamente estabelecido para aquele tipo de objeto. O valor ou qualidade atribuído ao objeto conduzem a uma tomada de posição a seu valor ou contra ele. Quanto à aplicação da avaliação, não houve nenhum acontecimento que mereça destaque quanto a irregularidades no comportamento dos alunos, como “pescas” ou conversas com outros alunos. Entretanto, me chamou atenção o fato de que todos os alunos reclamarem porque metade da prova era composta de questões abertas. Estes alegaram não estar acostumados com esse tipo de avaliação e, de fato, boa parte da turma se quer respondeu a estas questões da prova. Isso revela o despreparo da turma quando se trata de questões subjetivas que envolvem relacionar os conhecimentos aprendidos com a realidade vivencial e transmitir essas idéias em forma de texto. Todavia, mesmo nas questões objetivas houve muitos erros, demonstrando que boa parte da turma não se preparou para a avaliação. Mais uma vez, a principal justificativa dos alunos foi a de que já estavam passados ou perdidos de ano, embora houvesse aqueles 21
  • 22. que admitiram estar passando por momentos difíceis, retomando um discurso difundido entre os educadores, de que a vida pessoal não está dissociada da escola e deve ser levada em consideração nos métodos avaliativos. Para mim, a avaliação estava ocorrendo o tempo todo, não somente na hora da prova, visto que vários fatores podem interferir no desempenho do aluno frente a uma avaliação. O fato é que o simples ato de se anunciar em sala que a turma passará por uma avaliação em determinada data, já causa apreensão à maioria dos alunos, dificultando a sua concentração e aprendizado. É certo que a avaliação tradicional tem o seu papel, mas não acho que seja o de reprovar um aluno caso ele não se saia bem. Não podemos questionar o conhecimento dos alunos com base no desempenho deles em um único momento, a prova. Todo professor têm um perfil mental dos seus alunos e sabe que quando um aluno que ele considera bom não se sai bem numa prova, isso não é critério pra dizer que ele não sabe nada, e muito menos que merece repetir de ano. Além disso, outro ponto que nós professores devemos ter em mente é que se um aluno é reprovado, isso também reprova o professor. Ou seja, fica subentendido que o professor não foi capaz de perceber que os seus alunos não estavam indo bem, e/ou que não foi capaz de prover os meios adequados para o desenvolvimento dos educandos. 22
  • 23. PERCEPÇÃO DOS EDUCANDOS Um questionário de sondagem com os alunos foi aplicado ao fim do período de estágio para permitir-lhes um espaço para expressar suas percepções sobre esta etapa. Confira os resultados! 1. Qual a avaliação que você faz do estagiário? 2. Qual a auto-avaliação que você faz do seu comportamento frente ao estagiário? 100% 90% 20% 80% 53,33% 70% 60% Excelente 50% 60% Bom 40% Regular 30% 40% Ruim 20% 10% 20% 6,67% 0% Pergunta 1 Pergunta 2 23
  • 24. 3. Como você avalia o período em que esteve sob a regência do estagiário? Justifique? 4. O que você achou das aulas ministradas pelo estagiário, e quais as suas sugestões ou críticas? 5. Como você avalia o seu desempenho nesta unidade e a que você atribui este resultado?  Resposta do Aluno A pergunta 3 – foi bom, pois aprendi bastante com as aulas dele, ele ensina muito bem”.  Resposta do Aluno B à pergunta 4 – Foram muito boas, ele sempre usa a TV pen drive e explica com muita calma. Continue assim.  Resposta do Aluno C à pergunta 5 – Acho que melhorei bastante e minha nota poderia ter sido melhor se não tivesse perdido algumas aulas. Ao examinar todas as repostas dos alunos a este questionário confesso que me senti muito satisfeito, com a sensação de trabalho cumprido. Sei que meu rendimento no estágio poderia ter sido muito maior do que o obtido, se tivesse tido mais tempo e se não houvesse outros assuntos de ordem pessoal exigindo muito a minha atenção. Porém, me esforcei ao máximo dentro das minhas limitações para oferecer o melhor à turma, à professora regente e a minha orientadora. 24
  • 25. Por isso, observar a percepção dos alunos e ver que todos estiveram satisfeitos com o período do estágio e reconheceram o meu esforço, foi o momento mais gratificante para mim. REFLEXÃO SOBRE O PAPEL E OS SIGNIFICADOS DO ESTÁGIO Durante o período do estágio pude observar e compreender a dinâmica que permeia a atividade docente no ensino médio, dificuldades e fragilidades, mas também suas perspectivas. A possibilidade de estar contribuindo para a formação do outro é sem dúvida a melhor das perspectivas, um dos momentos de máxima expressão da cidadania. A integração ao ambiente escolar foi outro aprendizado valioso, pois agora pude ver a sala de aula não como aluno, mas em uma posição mais próxima da visão do educador. Por outro lado, pode-se afirmar que o período do estágio foi muito proveitoso para a turma. Em um questionário de sondagem aplicado ao final do estágio os alunos expressarão sua satisfação em relação ao período em que estiveram sobre a minha regência, apontando uma melhora nas suas notas e desempenho em relação à unidade anterior, o que pode ser reflexo, segundo eles, da relação harmônica que mantive com a turma, da diversidade de atividades avaliativas e da utilização da TV pen drive como recurso didático. Todos esses pontos refletem-se diretamente no processo educacional, aliado ainda à prática pedagógica que exerci, segundo a qual o professor é entendido como responsável por fazer a mediação das relações educativas, e, desta forma, está habilitado a transformar a realidade escolar e/ou social do ambiente em que esta inserido. Nesta perspectiva, Freire (2007) destaca que ensinar não é transferir 25
  • 26. conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção, e nas condições de verdadeira aprendizagem os educando vão se transformando em reais sujeitos da construção e da reconstrução do saber ensinado, ao lado do educador, igualmente sujeito do processo. Por fim, considero os conhecimentos e experiências vivenciadas junto com as professoras Cláudia Regina Teixeira de Souza, Carmem Gonçalves, bem como, os alunos e demais profissionais da educação, de extrema relevância para a minha futura atuação como educador. 26
  • 27. REFERÊNCIAS BINI, L.R & PABIS, N. Motivação ou interesse do aluno em sala de aula e a relação com atitudes consideradas indisciplinares. Revista Eletrônica Lato, 2008. Disponível em [http://www. unice ntro. Br].Acesso em 17.12.2010. FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 45. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2007. FREITAG, B. et. all. O Livro didático em questão. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1989. GARCIA, D. E. S. 2005. A importância do diálogo e da escrita no processo de compreensão dos conteúdos escolares: um estudo com base na psicologia Histórico-Cultural. Artigo (Psicologia da Educação. Universidade de Pelotas – UFPel). HAYDT, Regina Célia C.Curso de didática geral. São Paulo: Ática,1997. LEITE, Lígia Silva. Tecnologia Educacional: descubra suas possibilidades na sala de aula. Petrópolis: Vozes, 2003. LUCKESI. C. C. Avaliação da Aprendizagem. 2 ed. São Paulo: Cortez, 1995. MOREIRA, M. A & MASINI, E.F.S. Aprendizagem significativa: a teoria de David Ausubel. 2 ed.São Paulo:Centauro,2006. 27
  • 28. PAULINO, W. R. Biologia: citologia/ histologia. Vol. 1 – 1 ed. – São Paulo - Editora Ática, 2005. PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS (ENSINO MÉDIO) 2000. Disponível em: portal.mec.gov.br ; acesso em: 15/02/2011 PIMENTA, S. G. & LIMA. M. S. L. Estágio e Docência. 4 ed. São Paulo: Cortez, 2006. TAVARES, M. C. & FIORI, J. L. Desajuste global e modernização conservadora. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993. TOFFLER, A. A Terceira Onda: a morte do industrialismo e o nascimento de uma nova civilização. 15 ed. Rio de Janeiro: Record, 1980. ZABALA, A. A Prática Educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998. 28