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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
INSTITUTO DE BIOLOGIA
DEPARTAMENTO DE MORFOLOGIA
CURSO DE ZOOTECNIA
ANATOMIA DOS ANIMAIS DE
PRODUÇÃO I
Professoras:
Dra
Ana Luisa Valente (Regente)
Dra
Ana Cristina Pacheco de Araújo
Colaborador:
Professor Dr. Althen Teixeira Filho
PELOTAS, 2010
2
SUMÁRIO
1. Considerações gerais .............................................................................. 03
2. Osteologia geral ........................................................................................ 08
3. Artrologia geral ........................................................................................ 12
4. Miologia geral ........................................................................................... 14
5 Esqueleto axial........................................................................................... 18
6 Esqueleto apendicular............................................................................... 32
7 Anatomia comparada do sistema tegumentar........................................ 45
8. Estruturas músculo-esqueléticas das aves ............................................. 55
Bibliografia ................................................................................................... 60
3
2. CONSIDERAÇÕES GERAIS
A anatomia é um ramo do conhecimento que estuda a forma, a disposição e a estrutura
dos componentes dos seres vivos. O termo, de origem grega, significa “cortar fora”, por isso, a
dissecação do cadáver é o meio tradicional de estudá-la, além de primordial.
Anatomia Macroscópica é o estudo das estruturas que podem ser dissecadas e estudadas a olho
nu.
Divisão da anatomia: anatomia especial e anatomia comparada.
A anatomia especial: é aquela que compreende o estudo de uma única espécie.
A anatomia comparada: compara uns indivíduos com outros de espécies diferentes e descobre
as analogias e diferenças de organização existente entre eles.
A anatomia apresenta as seguintes subdivisões:
Osteologia
Sindesmologia
Miologia
Sistemática Neurologia
Angiologia
Descritiva Esplacnologia
Normal Estesiologia
ANATOMIA
Topográfica
ou Médico Cirúrgica
Regional
Artística ou
escultural
Microscópica
ou
Histológica
Patológica
Teratológica
Desenvolvimento
Filogenética
A Anatomia Normal estuda os indivíduos que gozavam de bom estado de saúde, antes
do abate ou sacrifício e está dividida em Descritiva e Microscópica ou Histológica.
Anatomia Descritiva: é a que estuda sucessivamente, os diferentes órgãos. Descrever um
órgão é informar o seu nome, sua situação, sua forma, peso, volume, cor, consistência, relações e
a disposição relativa de suas diferentes partes, quando subdividido.
Anatomia Microscópica ou Histológica (geral): estuda as estruturas e seus detalhes
invisíveis a olho nu com o uso da microscopia óptica e eletrônica.
Anatomia Descritiva: está dividida em sistemática e topográfica ou regional.
4
Anatomia Sistemática: estuda grupos de órgãos que estejam tão estreitamente
relacionados em suas atividades que constituem os sistemas corpóreos com função comum. Ex.
sistema muscular, nervoso e circulatório.
O estudo da anatomia sistemática está subdividido nas seguintes partes:
1) Osteologia: estuda os ossos que compõe o esqueleto.
2) Sindesmologia: estuda as articulações que são os meios de uniões entre osso.
3) Miologia: estuda os músculos que são elementos ativos do movimento.
4) Neurologia: é o estudo do sistema nervoso. Este sistema está subdividido em central e
periférico.
5) Angiologia: estuda o coração e vasos (artérias, veias e linfáticos) por onde circula o
sangue e a linfa encarregados de nutrir e drenar todos os tecidos do corpo.
6) Esplacnologia ou organologia: estuda as vísceras que compõe os sistemas localizados no
interior do corpo do animal. Ex.: sistemas respiratório, digestório, urinário, etc.
7) Estesiologia: estuda os órgãos que se destinam a captação das sensações, como o olho,
orelha, papilas gustativas, etc.
A pele e seus anexos são estudados no sistema tegumentar.
As glândulas de secreção interna são estudadas no sistema endócrino ou juntamente com
os sistemas que estão relacionados funcionalmente. Ex. a hipófise no sistema nervoso, o
testículo no sistema genital masculino, etc.
Anatomia Topográfica ou Regional: é a que está diretamente envolvida com a forma e
as relações de todos os órgãos presentes numa região especifica ou parte do corpo dos seres
vivos. Os conhecimentos da anatomia topográfica são empregados na clínica e cirurgia (médico
cirúrgica) e nas belas artes (artística ou escultural).
Anatomia Patológica: estuda as alterações do estado normal dos órgãos quando o animal
adoece ou seus componentes funcionam mal.
Anatomia Teratológica: é o que estuda o desenvolvimento anormal, vícios de
conformação compatíveis ou não com a vida. Ex: animal com duas cabeças.
Anatomia do Desenvolvimento: estuda as fases pelas quais os organismos passam desde
a concepção, o nascimento, a juventude, a maturidade até a idade avançada. A embriologia
estuda o desenvolvimento do indivíduo desde a fecundação do oócito até o nascimento.
Anatomia Filogenética: é o estudo das transformações da espécie no tempo. Por
exemplo, o ancestral do cavalo possuía cinco dedos e o atual, apenas um.
NOMENCLATURA ANATÔMICA
Como toda a ciência, a anatomia tem sua linguagem própria. O conjunto de termos
empregados para designação e descrição de um organismo ou suas partes denomina-se
nomenclatura anatômica. Foi realizado em Paris, em 1955, um Congresso de Anatomia visando
uma uniformização internacional da nomenclatura anatômica. Foi escrito em latim com a
permissão de cada nação traduzi-la para sua língua.
5
Em 1968 foi publicado em Viena, pela Comissão Internacional de Nomenclatura
Veterinária, sob responsabilidade da Associação Mundial de Anatomistas Veterinários, a
Nomina Anatômica Veterinária (NAV); essa nomina é periodicamente revista, sendo a quarta em
1994, e tentaremos usá-la de forma permanente neste trabalho. E escrita em latim e pode ser
traduzida para a língua do profissional que a emprega, por exemplo, o latim hepar torna-se
fígado em português, higado em espanhol, liver em inglês, foie em Frances e leber em alemão.
POSIÇÃO ANATÔMICA
Para evitar o uso de termos diferentes nas descrições anatômicas, considerando-se que a
posição pode variar, convencionou-se uma posição padrão (posição anatômica). Para os animais
quadrúpedes, a posição anatômica é aquela em que o animal está com os quatro membros em
estação (de pé) e alerta. Esta posição é diferente da posição anatômica humana. Quando
descrevemos um órgão, não interessando se o cadáver está sobre uma mesa, por exemplo,
sempre temos em mente a posição anatômica.
EIXOS DOS CORPOS DOS QUADRÚPEDES:
São linhas imaginárias traçadas no animal considerando sua inclusão no paralelepípedo.
Os principais são:
a) Eixo longitudinal – crânio-caudal – unindo o centro do plano cranial ao centro do
plano caudal.
b) Eixo vertical – dorso ventral – unindo o centro do plano dorsal ao centro do plano
ventral.
c) Eixo transversal – latero-lateral – unindo o centro do plano lateral direito com o
centro do plano lateral esquerdo.
PLANOS PARA O CORPO DOS ANIMAIS QUADRUPEDES:
Plano é uma superfície, real ou imaginária, ao longo da qual dois pontos quaisquer podem
ser unidos por uma linha reta. Na posição anatômica, o corpo pode ser delimitado por planos
tangentes à sua superfície, formando uma figura geométrica, um paralelepípedo. Assim, têm-se
os seguintes planos:
1) Plano Mediano: é o plano que divide o corpo em duas “metades”, direita e esquerda.
2) Planos Sagitais ou Paramedianos: são todas as secções do corpo feitas por planos
paralelos ao mediano (corte sagital).
3) Plano Transversal: é o plano de secção perpendicular ao plano mediano no sentido
dorso-ventral.
4) Plano Frontal ou Horizontal: é o plano de secção que divide o animal em dorsal e
ventral, sendo que nos membros fala-se proximal e distal.
Termos anatômicos gerais que indicam a posição (local) e direção das partes do
corpo dos animais:
 Cranial e Caudal – expressões usadas para indicar na direção ou maior
aproximação da cabeça ou da cauda.
 Dorsal e Ventral - na direção ou relativamente próximo ao dorso ou ao ventre
(abdome) do animal respectivamente. O termo ventral nunca deve ser usado para
membros.
6
 Lateral e Medial- estrutura distante ou afastada do plano mediano ena direção ou
relativamente próximo ao plano médio respectivamente.
 Rostral – na direção ou relativamente próximo ao focinho (rostro-nariz) do
animal, usado somente para cabeça.
 Proximal e Distal- proximal relativamente próximo a raiz ou origem principal e
distal afastado da raiz, utilizado para membros e cauda.
 Interno e Externo; superficial e profundo – tem o significado usual dos termos.
 Nos membros usamos para a mão – Dorsal e Palmar – e para o pé – Dorsal e
Plantar – para designar características localizadas em cima ou abaixo dos
membros.
CONSTITUIÇÃO GERAL
O corpo dos vertebrados tem como unidade anatomofuncional a célula. Um conjunto de
células da mesma natureza forma um tecido. A união de tecidos diferentes forma um órgão.
Diversos órgãos reunidos podem formar um sistema ou aparelho.
7
DIVISÃO DO CORPO DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS
O corpo divide-se em cabeça, pescoço, tronco e membros. O esquema seguinte apresenta
as principais partes do corpo:
Cabeça
Pescoço
Tórax
Tronco Abdome
Pelvis
Cintura Escapular
Braço
Divisão do Corpo Torácicos Antebraço
Mão (palma e dorso)
Membros
Pélvicos ou Cintura Pélvica
Pelvianos Coxa
Perna
Pé (planta e dorso)
8
2. OSTEOLOGIA GERAL
Em sentido restrito e etimologicamente, é o estudo dos ossos. Em sentido mais amplo,
inclui o estudo das formações intimamente ligadas ou relacionadas com os ossos, com eles
formando um todo, o esqueleto.
Podemos definir o esqueleto como o conjunto de ossos e cartilagens que se interligam
para formar o arcabouço do corpo do animal e desempenhar várias funções. Por sua vez, os
ossos são definidos como peças rijas, de número, coloração e forma variáveis e que, em
conjunto, constituem o esqueleto.
Funções do Esqueleto: O esqueleto desempenha várias funções vitais ao organismo do animal,
como proteção para órgãos moles: coração, pulmões, sistema nervoso central...; sustentação e
conformação do corpo; é um sistema de alavancas que movimentadas pelos músculos, permitem
o deslocamento do corpo, no todo ou em parte; local de armazenamento de íons cálcio e fósforo
(durante a gravidez, a calcificação é feita, em grande parte pela reabsorção destes elementos
armazenados no organismo materno) e, finalmente, local de produção de certas células do
sangue.
Composição Química dos Ossos: os ossos são constituídos de matéria orgânica e inorgânica na
proporção de 1:2 aproximadamente. A matéria orgânica proporciona ao tecido ósseo solidez e
elasticidade e a inorgânica, a dureza natural.
GELATINA.....................................................33,30%
FOSFATO DE CÁLCIO.................................57,35%
CARBONATO DE CÁLCIO.............................3,85%
FOSFATO DE MAGNÉSIO.............................2,05%
CARBONATO E CLORETO DE SÓDIO.........3,45%
Estrutura dos Ossos: os ossos constam principalmente de tecido ósseo, mas considerados como
órgãos, apresentam ainda periósteo, medula óssea, vasos e nervos.
O tecido ósseo está formado por substância compacta densa, dentro da qual se acha
disposta a substância esponjosa, menos densa, formando um emaranhado, que lembra até centro
ponto, uma esponja marinha e está localizada nas extremidades dos ossos.
O periósteo - é uma membrana fibrosa que reveste a superfície externa dos ossos, com
exceção dos pontos onde há atrito (articulações) bem como nos locais de inserção de ligamentos
e músculos. Mantém a capacidade osteogênica em adultos, sendo reativada no processo de
reparação de fraturas.
O endósteo - é uma fina membrana fibrosa que envolve internamente o canal medular
dos ossos longos.
A medula óssea – ocupa os interstícios dos ossos esponjosos e a cavidade medular dos
ossos longos. Existem duas variedades de medula nos adultos: a vermelha e amarela. Nos
animais jovens só existem a medula vermelha, mas após, ela é substituída na cavidade medular
pela medula amarela. A medula vermelha contém vários tipos de células características e é uma
substância formada de sangue, enquanto a amarela está constituída quase que totalmente de
tecido adiposo.
Vasos e nervos - os ossos de uma maneira geral são ricamente vascularizados e
inervados. Os ossos, devido à função hematopoiética, ou pelo fato de se apresentarem com
desenvolvimento lento e continuo, são altamente vascularizados. A artéria nutrícia penetra no
forame nutrício para o interior do osso, distribuindo-se em sentido proximal e distal. As artérias
9
do periósteo penetram no osso, irrigando-o e distribuindo-se na medula óssea. Por esta razão,
desprovido de seu periósteo, o osso deixa de ser nutrido e morre.
MORFOLOGIA DOS OSSOS
É uma classificação baseada na forma, tomando-se em consideração a predominância de
uma das dimensões (comprimento, largura e espessura) sobre as outras duas. Assim,
classificam-se em:
 Ossos longos: neste caso o comprimento apresenta-se consideravelmente maior que a
largura e a espessura e, apresentam sempre canal medular. Exemplos típicos são os ossos
do fêmur, tíbia, úmero, rádio, ulna, etc. Os ossos longos apresentam duas extremidades
(epífises), uma proximal e outra distal, bem como uma porção intermediária, o corpo
(diáfise).
 Ossos alongados: os ossos em que o comprimento é maior que a largura e espessura e
não apresentarem canal medular. Exemplo: costelas.
 Ossos planos: expandem-se em duas direções. São os que apresentam comprimento e
largura equivalente. Ossos do crânio, como parietal, frontal, nasal e outros como
escápula e o osso do quadril, são exemplos demonstrativos.
 Ossos curtos: são aqueles que apresentam equivalência das três dimensões. Ex. ossos do
carpo e tarso.
 Ossos irregulares: apresentam uma morfologia complexa, não apresentam foram
geométrica definida. Ex. as vértebras, esfenóide, temporais, etmóide, etc.
 Ossos pneumáticos: apresentam uma ou duas cavidades, de volume variável, revestidos
de mucosa e contendo ar. Estas cavidades recebem o nome de sinus ou seios. Os ossos
pneumáticos situam-se no crânio. Ex. frontal, maxilar e esfenóide.
10
 Ossos sesamóides: são encontrados dentro dos tendões, onde promovem uma mudança
de direção sobre proeminências que exerceriam pressão e fricção excessivas sobre os
tendões.
 Ossos esplâncnicos: desenvolvem-se em órgãos moles, não se articulando com os
demais ossos. Ex. ossos do pênis do cão e gato e osso cardíaco do coração dos
ruminantes.
Estrutura do osso plano
Periósteo
Substância
compacta
Substância
esponjosa
Substância
compacta
Periósteo
Estrutura do osso plano craniano - diploë
Periósteo
Substância
compacta
Substância
esponjosa
Substância compacta
muito densa
Dura-máter
meninge
Estrutura do osso plano
Periósteo
Substância
compacta
Substância
esponjosa
Substância
compacta
Periósteo
Estrutura do osso plano craniano - diploë
Periósteo
Substância
compacta
Substância
esponjosa
Substância compacta
muito densa
Dura-máter
meninge
Estrutura do osso longo
Periósteo-lâmina fibrosa
Cartilagem
hialina
Endósteo
Metáfise ou
Disco epifisário
Substância
esponjosaPeriósteo
Substância
compacta Endósteo
Cavidade medular com medula óssea
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DIVISÃO DO ESQUELETO
O esqueleto resulta da armação dos ossos entre si, dividindo-se em:
 Esqueleto Axial: é o eixo principal do corpo, formado pela cabeça, coluna vertebral,
costelas e esterno.
 Esqueleto Apendicular: está formado pelos membros torácicos e pélvicos.
 Esqueleto Visceral: constam de ossos, desenvolvidos no parênquima de alguma
víscera ou órgão, não se articulando com nenhum outro osso. Ex. o osso do coração
bovino, do pênis do canino.
O número de ossos em um esqueleto animal varia:
- segundo a idade deste animal devido à fusão que ocorre das partes ósseas desde a
origem até o nascimento e daí até a idade adulta. Os elementos ósseos que se originam separados
no feto vão se unindo à medida que o animal se desenvolve até a idade adulta.
- varia dentro de uma mesma espécie, principalmente no número de vértebras caudais.
- varia dentro do esqueleto de um mesmo animal entre os dois antímeros.
Ex: tarso do eqüino pode apresentar 6-7 ossos, e o carpo de 7-8 ossos.
ACIDENTES ÓSSEOS
As principais partes descritivas de um osso são as faces, bordas e ângulos. Definidas
estas três expressões, podemos notar que a superfície externa dos ossos apresenta uma grande
variedade de eminências, depressões e perfurações.
Tanto as saliências como as depressões podem ser articulares ou não articulares.
Saliências articulares
Cabeça: segmento de esfera. Ex. do fêmur, da costela, do úmero, etc.
Côndilo: segmento de cilindro. Ex. da mandíbula, do occipital, do temporal...
Tróclea: segmento de polia. Ex. do fêmur, do talus, etc.
Saliências não articulares
Processo ou apófise: é um termo para designar eminência. Ex. processo odontóide do axis,
processo espinhoso das vértebras.
Tuberosidade ou protuberância: saliências mais ou menos obtusas. Ex. tuberosidade coxal e
isquiática.
Cristas: saliências estreitas e alongadas. Ex. parietal, facial, etc.
Tubérculo: menos acentuado que a protuberância. Ex. do úmero.
Trocanter: menos acentuada que uma tuberosidade mas mais que um tubérculo. Ex. fêmur,
trocanter maior, menor e terceiro trocanter..
Espinhas: saliências mais ou menos pontudas. Ex. tibial, nasal, etc.
Linhas: espécie de cristas, pouco elevadas e pouco salientes. Ex. da tíbia.
Depressões articulares
Cavidade Cotilóide: forma esferóide, oca e profunda. Ex. das vértebras cervicais.
Cavidade Glenóide: forma ovóide, oca, rasa. Ex. da escápula.
Depressões não articulares
Hiato: abertura de contorno irregular. Ex: hiato rasgado na base do crânio.
Forame e Orifícios: abertura de contorno regular. Ex. forame magno do occipital.
Fossa: escavações extensas, largamente abertas. Ex. na escápula.
12
3. ARTROLOGIA GERAL
As articulações ocorrem entre ossos, entre cartilagens ou entre ossos e cartilagens.
Classificam-se em: articulação fibrosa (sinartrose), Articulação cartilaginosa (anfiartrose) e
Articulação sinovial (diartrose).
Articulação Fibrosa: o elemento de união é o tecido fibroso, são junturas fixas ou
imóveis, não apresentam cavidade articular e são temporárias. Podem ser:
- SUTURA: entre os ossos da face, sendo serrátil, plana ou escamosa.
- SINDESMOSE: entre os metacarpos, metatarsos e rádio e ulna.
- GONFOSE: entre os dentes e os alvéolos dentários.
Exemplos no eqüino: a cabeça do fêmur articula-
se no acetábulo (depressão articular – cotilóide)
13
Articulação Cartilaginosa: meio de união tecido cartilaginoso, tendo muito pouca
mobilidade. Pode ser:
- SINCONDROSE: meio de união é cartilagem hialina. Ex: esterno.
- SÍNFISE: meio de união é uma fibrocartilagem. Ex: sínfise pélvica ou entre os corpos
das vértebras.
Articulação Sinovial: são as junturas móveis ou verdadeiras. Apresentando elementos
constantes: superfície, cartilagem, cavidade e cápsula articulares; e elementos inconstantes:
ligamentos (podendo ser intra ou extra capsulares), discos e cartilagem marginal. As junturas
sinoviais podem ser classificadas conforme o movimento que realizam:
- GINGLIMO: articulação uniaxial, realizando movimentos de flexão e extensão. Ex:
articulação do cotovelo. B
- TROCÓIDE: também é uma articulação uniaxial, deslizamento de um pino sobre uma
superfície. Ex: articulação entre o áxis e atlas. C
- ESFERÓIDE: articulação multiaxial realiza todos os movimentos em todas as
direções. Ex: articulação entre cabeça do fêmur e o acetábulo. G
- PLANA: realizam pequenos movimentos de deslizamento. Ex: entre os ossos do
carpo ou tarso.
14
4. MIOLOGIA GERAL
É a parte da anatomia que estuda os músculos, e estes por sua vez são órgãos capazes de
contração devido a um estimulo do sistema nervoso central. Os músculos são elementos ativos
dos movimentos, pois os tornam possíveis e, além disso, unem a parte óssea e determinam a
postura do esqueleto. Nos organismos multicelulares, as células musculares possuem as
propriedades de condutividade e contratilidade.
Os músculos são classificados em: músculo liso, músculo estriado cardíaco e músculo
estriado esquelético, sendo que todos apresentam a mesma origem embrionária.
As células musculares são alongadas, apresentam uma grande quantidade de
mitocôndrias (estruturas responsáveis pela respiração celular) e de elementos contráteis, que são
os miofilamentos. Um conjunto de células musculares forma a fibra muscular. Histologicamente
existem termos usados exclusivamente para células musculares como: sarcolema (membrana
plasmática), sarcoplasma (citoplasma) e sarcossomos (mitocôndrias).
1) MUSCULO LISO
- Contratilidade lenta
- Coloração vermelha pálida
- Realizam movimentos involuntários
- Estão presentes em vísceras, vasos sanguíneos, folículos pilosos.
- Apresentam um núcleo central, que quando contraído fica com formato de saca rolha.
15
2) MUSCULO ESTRIADO CARDÍACO
uem ritmo coordenado pelas fibras de Purkinje (células musculares cardíacas
odificadas)
TRIADO ESQUELÉTICO
ápida
e transversais
to
Músculos motores
.1) Componentes do músculo estriado esquelético:
além de serem altamente resistentes e tem a função de prender o músculo ao
tecido conjuntivo.
o.
culares
ndomísio: tecido conjuntivo que envolve cada fibra muscular.
branas de tecido conjuntivo que separam os músculos uns dos outros e os firmam na
ropriamente Dita: podendo ser superficial (junto a pele) ou profunda (entre os
- Realiza movimento involuntário
- Células poss
m
3) MUSCULO ES
- Fibras estriadas
- Contratilidade r
- Avermelhados
- Estrias longas
- Voluntários
- Revestem o esquele
-
3
*Porção média VENTRE
Parte ativa - contrátil
*2 extremidades:
Cilíndricas ou fita TENDÃO
Lâminas APONEUROSES
Origem é fixa
Inserção é móvel
Nos membros a origem é proximal e a inserção distal
VENTRE: fibras musculares vermelhas
TENDÃO OU APONEUROSE: são compostos de tecido fibroso denso, são esbranquiçadas e
brilhantes,
esqueleto.
3.2) Considerações sobre o músculo esquelético:
- fibra muscular: é um composto de várias células musculares unidas por
- esse tecido conjuntivo é dividido em: epimísio, perimísio e endomísi
Epimísio: tecido conjuntivo que envolve todo o músculo esquelético
Perimísio: tecido conjuntivo que envolve um feixe de fibras mus
E
3.3) Fáscia muscular:
- São mem
posição.
- Tipos de fáscia:
1. Fáscia P
músculos).
16
2. Fáscia Muscular: tendão (formado de tecido colágeno) ou aponeurose de inserção
4. Inscrições Tendinosas: subdividem o mesmo músculo, aumentando a sua resistência.
músculos estriados esqueléticos:
- 500 músculos.
O: água 75%, proteínas 18%, carboidratos, gorduras, sais minerais e outros
– flexores:
3. Ligamentos Anulares ou Retináculos: prendem os tendões.
3.4) Outras considerações sobre os
- VOLUME: extremamente variável
- PESO: em torno de 50% do peso corporal
- NÚMERO: também variável, dependendo da espécie, eqüino com +
- SITUAÇÃO: quase todos pares, exceto: diafragma e esfíncter anal.
- CONSTITUIÇÃ
compostos 7%.
- ARQUITETURA DA FIBRA: fusifor
- AÇÃO MUSCULAR: 1 – adutor: aproxima do meio, 2 – abdutor: afasta do meio, 3
me,
unipenado, bipenado e pluripenado.
1 2
3 4
flexiona uma ou mais articulações, 4 – extensores: estende uma ou mais articulações.
17
** Músculos com fibras longas realizam muito movimento, mas tem pouca força e,
riais. Estes são fusos neuromusculares
N) e órgãos tendinosos de golgi (OTG). FN: informam ao córtex sobre o estiramento
vel a bre
ida
utânea movem a pele. Exemplo: músculo cutâneo (“espanta mosca”).
plo esfíncter e orbicular.
QUANTO AO NÚMERO DE TENDÕES DE ORIGEM: CABEÇAS, podendo ser bíceps (duas
abeças), tríceps (três cabeças) ou quadríceps (quatro cabeças).
músculos com fibras penadas realizam muita força, mas com movimentos limitados. Para
produzir movimento o músculo deverá cruzar pelo menos uma articulação.
- VASCULARIZAÇÃO E INERVAÇÃO: para o músculo executar trabalho precisa de energia, e
para isso deve apresentar um extenso leito vascular, sendo que músculos ativos são corados e os
músculos atrofiados são pálidos. Os nervos que se dirigem aos músculos podem originar-se de
várias partes da medula espinhal, sendo que uma vez destruído o suprimento nervoso o músculo
entra em atrofia. Os músculos recebem o comando do movimento através do corno ventral da
medula espinhal, e nos músculos existem receptores senso
(F
ocid de de alteração. OTG: informam ao córtex so
de de alteração.
(comprimento) da fibra muscular e sua
a tensão nos tendões e sobre essa veloc
** Novas fibras musculares não são
manho através do
pode aumentar pela
eposição de gordura.
. Exemplo: músculo tríceps
braquial, inervado pelo nervo radial e músculo
formadas após o nascimento.
** Aumento do ta
exercício.
** O peso corporal
d
** O reparo do músculo é por substituição
de tecido conjuntivo.
- QUANTO A FUNÇÃO MUSCULAR:
AGONISTA: músculos que produzem
determinado movimento e
ANTAGONISTAS: oposição ativa a
determinado movimento. Grupos de músculos
antagonistas são normalmente supridos por
nervos diferentes
bíceps braquial, inervado pelo nervo
musculocutâneo.
** Determinados músculos por associação com a fáscia superficial e com ancoragem
c
- QUANTO A DIREÇÃO DAS FIBRAS: retilíneo ou curvilíneo, exem
- QUANTO AO NÚMERO DE VENTRES: monogástrico (apenas um ventre), digástrico (com
dois ventres) e poligástricos (com mais de dois ventres).
-
c
18
ESQUELETO AXIAL (base do estudo: eqüino)
OSSO
TENDÃO
BOLSA SINOVIAL
- OUTRAS ESTRUTURAS:
Bolsa e bainha sinoviais tem a função de
facilitar a movimentação.
Linha Alba é um cordão fibroso, segue a linha
mediana, desde cartilagem xifóide até sínfise
púbica e é ponto de inserção para os músculos
abdominais.
Canal inguinal é uma passagem oblíqua da
parte caudal da parede abdominal que se inicia
no ânulo inguinal profundo e termina no ânulo
inguinal superficial.
Na fêmea:
TENDÃO BAINHA
SINOVIAL
BAINHA
FIBROSA
vasos pudendos externos,
ramos dos nervos ilioinguinal e genitofomoral e
ligamento redondo do útero (cadela). No macho:
cordão espermático, túnica vaginal, músculo
cremaster, artéria pudenda externa, vasos
linfáticos e ramos dos nervos ilioinguinal e
oral.genitofom
5
5.1 CABEÇA
OSTEOLOGIA
É a porção elevada e anterior das espécies domésticas, estando em posição normal. Está
dividida em crânio e face.
CRÂNIO: é a porção mais caudal, está dividido em porção basal e porção dorsal.
Porção basal: lembra a continuação da coluna vertebral, estando formado pelos seguintes ossos:
o
s ossos: parietais, interparietais, frontais e interparietais.
oral e restante da cabeça, é constituída pelos ossos: nasais, lacrimais,
axilares, vômer, pterigóides, hióide, zigomáticos, incisivos, cornetos, palatinos e mandíbula.
occipital, esfenóides, etmóide e temporais. Delimita a cavidade craniana.
Porção dorsal: forma o teto e parte das paredes laterais da cavidade craniana, compreendend
o
FACE: forma a porção
m
OSSOS DO CRÂNIO
1) OCCIPITAL
É o mais caudal dos ossos do crânio.
Côndilos do occipital – se articulam com o atlas (1ª vértebra cervical)
l.
Protuberância occipital externa – situada na linha média.
o em três partes: corpo, asas
rbitais. Apresenta um espaço revestido de mucosa, seio do esfenóide.
Forame magno – localizado entre os côndilos, serve de entrada para medula espinha
Crista nucal
Processos paracondilares ou jugulares ou paramastóides– ao lado dos côndilos.
2) ESFENÓIDE
Tem o formato semelhante a uma borboleta. Encontra-se dividid
temporais e asas o
19
Corpo amente liso. Internamente encontramos os seguintes acidentes ósseos: sela
ipofisária – onde se acomoda a glândula hipófise.
sas orbitais
e a face. Apresenta a crista gali e a lâmina crivosa.
o em:
e:
cesso temporal do zigomático e forma o arco
ca; - côndilos: articula-se com os côndilos da mandíbula.
) Porção petrosa – tem a forma de uma pirâmide. Acidentes:
terno e externo
rtes laterais do teto da cavidade craniana.
xternamente: crista parietal externa
ietal interna e impressões dos giros cerebrais.
.
AL
presenta a protuberância occipital externa. Seu tamanho e visualização são variáveis de
écie.
– é extrem
túrcica e fossa h
Asas temporais
A
3) ETMÓIDE
Está localizado no limite entre o crânio
4) TEMPORAIS
Localizados de cada lado da cavidade craniana. Está subdividid
a) Porção escamosa – externament
- processo zigomático do temporal: une-se ao pro
ou ponte zigomáti
b
meato acústico in
bolha ou bula timpânica – aloja a orelha interna
processo hióideo
5) PARIETAIS
Os parietais formam as pa
E
Internamente: crista par
Nos ruminantes: não entra na formação do teto da cavidade craniana, constitui a parte dorsal da
parede caudal do crânio
6) INTERPARIET
A
acordo com a esp
OSSOS DA FACE
1) FRONTAIS
Estão no limite entre o crânio e a face.
rocesso zigomático do frontal.
o teto da cavidade craniana e apresenta o processo cornual.
lateral da face. Apresenta:
cavidades ou alvéolos para dentes pré-molares e
olares superiores.
rocesso palatino: projeta-se medialmente formando a maior parte do palato duro. Seios do
axilar: são espaços entre duas lâminas ósseas, cobertas por mucosa, e preenchidos por ar.
os ruminantes: não apresenta crista facial.
Externamente: p
Internamente: seio do frontal.
Nos ruminantes: ocupa todo
2) MAXILAR
Situam-se na porção
Face Externa: crista facial.
Face nasal: forma a maior parte da parede lateral da cavidade nasal.
Alvéolos dentários: apresentam seis grandes
m
P
m
N
20
3) VÔMER
cavidade nasal. É constituído por uma lâmina que forma rostralmente uma
ralmente
como se fossem orelhas de gato se articulando com os ossos palatino, esfenóide e pterigóide.
) PTERIGÓIDE
seas encurvadas que se articulam com os ossos palatino,
São ossos mais rostrais da face. Articula-se com os ossos nasais, maxilares e vômer. Apresenta:
ofundos para os dentes incisivos superiores.
7) ZIGOMÁTICOS OU MALAR
ossos lacrimais dorsalmente, com os maxilares rostral e ventralmente, e com
da órbita e se estendem rostralmente sobre a face até o
maxilar. Articula-se com os ossos frontal e nasal, dorsalmente e com o zigomático e maxilar,
. Apresenta o tubérculo lacrimal e a fossa lacrimal.
Forma juntamente com o processo
asal do osso incisivo a chanfradura naso-incisiva – semelhante ao eqüino.
audal é pontiaguda.
ero de 2
has nasais dorsais estão
Meato nasal dorsal: é o espaço entre a concha nasal dorsal e o teto da cavidade nasal.
é o espaço entre as conchas nasais dorsal e ventral.
Está localizado na
canaleta, onde se encaixa a cartilagem do septo nasal. Caudalmente se expande late
4) PALATINOS
Estão situados em ambos os lados das coanas e formam a porção caudal do palato duro.
5
É o menor osso da face. São lâminas ós
esfenóide e vômer. Formam parte das paredes laterais das coanas. Nas demais espécies os
processos ganchosos são menores.
6) INCISIVOS OU PRÉ -MAXILAR
Alvéolos: apresentam três alvéolos pr
Processos palatinos: formam a porção rostral do palato duro.
Nos ruminantes: não apresentam os alvéolos para os dentes incisivos superiores.
Articula-se com os
o temporal caudalmente. Apresenta o processo temporal do zigomático e, na sua porção
ventral, a crista facial.
8) LACRIMAIS
Estão localizados na porção rostral
ventralmente
Nos ruminantes: não apresenta o tubérculo lacrimal. A fossa para o saco lacrimal é pequena e
bem próxima do contorno da órbita.
9) NASAIS
Formam a maior parte do teto da cavidade nasal. Articula-se com os ossos incisivo, maxilar,
lacrimal e frontal. Possui um contorno triangular alongado, com a extremidade caudal alargada e
a extremidade rostral pontiaguda.
Face externa: é lisa e convexa transversalmente.
Face interna (nasal): é lisa e côncava. Aproximadamente no seu centro apresenta a crista
etmoidal que serve de sustentação da concha nasal dorsal.
n
Nos ruminantes: é bem menor, extremidade c
Suínos: nesta espécie na extremidade rostral da cartilagem do septo nasal entre os ossos nasal e
incisivo apresenta o osso rostral (osso do focinho do porco).
10) CONCHAS NASAIS OU CORNETOS
São ossos em forma de cartuchos localizados no interior da cavidade nasal, são em núm
pares (ventral e dorsal) que estão separados pelo septo nasal. As conc
fixadas nas cristas etmoidais dos ossos nasais e as ventrais nas cristas conchais dos maxilares.
Meatos - são os espaços existentes entre os cornetos e são:
Meato nasal médio:
21
Meato nasal ventral: é o espaço entre a concha nasal ventral e o assoalho da cavidade nasal.
Meato comum: é o espaço entre as conchas e o septo nasal.
11) MANDIBULA
É o maior osso da face e é ímpar, pois as duas metades se fusionam quando o animal apresenta
ao redor de dois meses de idade. Consiste de um corpo e dois ramos verticais e dois ramos
horizontais.
Corpo: é a porção horizontal espessa e apresenta os dentes molares.
Ramos verticais: a face lateral é côncava e apresenta linhas rugosas para inserção do músculo
l por meio de um disco
na face medial o forame mandibular.
amos horizontais: apresenta os alvéolos dentários para os dentes molares e pré-molares e mais
ara os dentes incisivos inferiores e o forame mentoniano.
si. Dividido em
* Seios Paranasais: são cavidades dentro de alguns ossos da cabeça preenchidas por ar. Elas
ão revestidas internamente por uma membrana mucosa e se comunicam com cavidade nasal.
masseter. A extremidade articular é composta pelo processo coronóide rostralmente, e pelo
côndilo, caudalmente, que se articula com a porção escamosa do tempora
ou menisco articular. A união da (ramo horizontal) com o ramo vertical é espessa e denominada
de ângulo da mandíbula. Observa-se
R
rostralmente p
Nos ruminantes: as duas metades não se fundem completamente mesmo na idade avançada,
portanto, existe sínfise mandibular.
12) HIOIDE
É conhecido vulgarmente por osso da língua. Está situado entre os ramos da mandíbula
caudalmente. É constituído por diversas peças ósseas que se articulam entre
hastes maiores, menores, tireóideas e processo lingual. Nos ruminantes, entre as hastes maior
e menor, encontramos a haste intermediária. O processo lingual do eqüino é longo e pontiagudo,
sendo que no bovino tem formato de botão. O hióide se articula com o crânio através da haste
maior, a qual se conecta com o processo hióideo da porção petrosa do temporal.
*
s
Ruminantes – divertículo cornual: continuação direta do seio frontal para dentro do processo
cornual em ruminantes aspados. Estão presentes nos ossos frontal, esfenóide e maxilar.
22
23
ARTROLOGIA
A mais comum é a articulação fibrosa do tipo sutura, havendo uma articulação
cartilaginosa do tipo sincondrose entre os ossos esfenóide e occipital (articulação
esfenooccipital) e entre os ossos temporal e hióide (articulação temporohioidéia).
Na cabeça apenas uma articulação é classificada como sinovial, sendo a única articulação
móvel da cabeça, do tipo gínglimo, entre os ossos temporal e mandíbula (articulação
temporomandibular – ATM).
Desenho esquemático da
ATM do eqüino:
Superfícies articulares:
Côndilo da mandíbula (13)
Fossa mandibular
Côndilo do temporal (9)
Disco articular (13)
Ligamentos: lateral (8) e
caudal (10 e 11).
24
MIOLOGIA
Na cabeça há a musculatura mímica e a mastigatória, que são inervadas por nervos
provenientes do sistema nervoso central, chamados de nervos cranianos.
Músculos principais:
Musculatura Mímica e superficial:
- elevador nasolabial: dorsal e caudal as narinas. 1
- elevador do lábio superior. 2
- canino: dilata as narinas. 3
- orbicular do olho: ao redor dos olhos. 4
- bucinador: músculo das bochechas. 5
- orbicular da boca: ao redor dos lábios. 6
- zigomático: atravessa a face indo até a comissura labial. 7
Musculatura Mastigatória:
- masseter: maior de todos, tem a função de fechar a boca. 8
- temporal: função de fechar a boca. 9
- pterigóideo medial: fechar a boca.
- digástrico: abrir a boca.
- milioideo: fecha os ramos horizontais da mandíbula.
9
4
1
78 2
3
5
6
5.2 COLUNA VERTEBRAL
OSTEOLOGIA
Formada de ossos irregulares que se estendem desde a cabeça até a extremidade da cauda. A
coluna vertebral forma o eixo principal do corpo, dividido em região cervical, torácica, lombar,
sacra e caudal.
25
Vértebras: os caracteres gerais são os encontrados em todas as vértebras e servem como meio
de diferenciação destas com os demais ossos do esqueleto. Todas as vértebras apresentam
caracteres básicos, que são:
1. Corpo – colocado ventralmente a vértebra, é representado por um segmento cilíndrico,
apresentando na face cranial uma cabeça articular e na face caudal, uma cavidade cotilóide.
2. Forame – situado imediatamente por cima do corpo e limitado lateral e dorsalmente por um
arco ósseo, onde se encontram os outros elementos da vértebra.
3. Arco – constitui a porção dorsal da vértebra e formará o teto do canal vertebral.
4. Processo espinhoso – é a parte do arco ósseo que se situa medianamente sobre o arco, acima
do forame vertebral. Dirige-se para cima sob a forma de uma longa espinha.
5. Processo transverso – são dois prolongamentos laterais que se projetam transversalmente.
6. Processos articulares – divididos em craniais e caudais.
REGIÃO CERVICAL
Apresenta sete vértebras na maioria das espécies domésticas (exceto nas aves com 14
vértebras cervicais). As vértebras desta região não apresentam todos os elementos característicos.
As características desta região são o corpo, o arco e a cabeça articular desenvolvidas. A 1ª e a 2ª
são modificadas devido à função especial de suportar e movimentar a cabeça. Com exceção da
1ª são cubóides e maciças e mais longas que as vértebras das outras regiões.
- Atlas: é a primeira vértebra. É formado por um arco dorsal, um arco ventral e um par de asas.
As asas são expansões laterais que emergem de cada lado dos arcos. O atlas se articula
cranialmente com os côndilos do occipital (articulação da nuca, movimento de afirmação) e
caudalmente com o axis (movimento de negação). Apresenta 3 pares de orifícios: vertebral, alar
e transverso. No bovino o último está ausente.
- Axis: é a segunda vértebra. Cranialmente ao corpo encontra-se o processo odontóide e
dorsalmente o processo espinhoso dorsal, em forma de crista.
- a 3ª, 4ª e 5ª cervicais processo transverso com duas pontas (bicúspides) e uma crista ventral;
- a 6ª vértebra cervical processo transverso com três pontas (tricúspide);
- a 7ª vértebra cervical processo transverso com uma ponta (unicúspide), facetas articulares que
juntamente com as facetas articulares da extremidade cranial da 1ª vértebra torácica, formam
uma cavidade articular, destinada a cabeça do primeiro par de costelas.
REGIÃO TORÁCICA
A principal característica desta região é o comprimento do processo espinhoso,
apresentando ainda, na extremidade cranial e caudal do corpo, facetas articulares para a cabeça
das costelas. Na face ventral dos processos transversos apresenta facetas articulares para o
tubérculo das costelas.
REGIÃO LOMBAR
A principal característica desta região é o comprimento dos processos transversos. No
eqüino temos a articulação entre os processos transversos de L5 e L6, além de L6 com a região
sacral, nas demais espécies isso não ocorre.
REGIÃO SACRAL
Formada por vértebras falsas ou imóveis. Durante a vida fetal as vértebras da região
sacral são móveis. Logo após o nascimento, essas vértebras fusionam-se entre si formando o
osso sacro. O sacro cranialmente apresenta um par de asas, que serve para articular-se com o
osso do quadril (ílio). Projetando-se caudalmente as asas, temos o corpo. Encontramos
dorsalmente os forames sacrais dorsais e ventralmente, os ventrais, além de 5 processos
espinhosos . A junção da extremidade cranial do sacro com a face ventral forma um “lábio”,
26
denominado de promontório, sendo ele utilizado como ponto de referência em obstetrícia. Nos
bovinos o osso sacro é mais encurvado, os forames são maiores e os processos espinhosos são
unidos dorsalmente, formando uma crista dorsal.
REGIÃO CAUDAL
No inicio da série apresentam-se com todos os elementos perfeitamente evidenciados. A
partir da 3ª ou 4ª vértebra, vão desaparecendo as características gerais de vértebra típica, sendo
que do meio para o fim da série, apresentam somente corpo.
Fórmula Vertebral: é a maneira mais simplificada de se expressar graficamente o número de
vértebras das diversas regiões. O número é constante dentro de uma espécie, variando apenas a
região caudal. Toma-se a letra inicial da região seguida pelo número de vértebras desta.
Equino C 7 T 18 L 6 S 5 Ca 15-21
Bovino C 7 T 13 L 6 S 5 Ca 18-20
Ovino C 7 T 13 L 6 S 4 Ca 16-18
Suino C 7 T 14-15 L 6-7 S 4 Ca 20-23
cervical
torácica lombar sacral
caudal
Atlas
Axis
Eqüino
27
Região lombar eqüino Região lombar bovino
5.3 COSTELA E ESTERNO
OSTEOLOGIA
COSTELA
São ossos curvos, alongados, dispostos aos pares e que formam a parede lateral do tórax.
Cada costela articula-se entre duas vértebras, dorsalmente, e se continua ventralmente, pelas
cartilagens costais. O número de vértebras torácicas corresponde ao número de costelas.
Apresentam-se divididas em três grupos:
Costelas esternais ou verdadeiras: são aquelas que por sua extremidade ventral vão se articular
com o osso esterno por meio de suas cartilagens costais. Geralmente são os primeiros pares.
Costelas asternais ou falsas: são aquelas que por sua extremidade ventral são articuladas entre
si, por meio das suas cartilagens costais. Constituem o arco costal. São todas aquelas que não
são verdadeiras.
Costelas flutuantes: são as que sua extremidade ventral termina livremente, não aderida a uma
cartilagem adjacente. Encontrada no homem e suíno.
Espaço intercostal: é o intervalo entre as costelas.
Uma costela é constituída por um corpo e duas extremidades: figura A.
Corpo: é a porção média da costela que se apresenta de forma arqueada. 1
Extremidade dorsal ou vertebral: apresenta cabeça, colo e tubérculo:
- Cabeça: apresenta duas superfícies articulares que vão se articular com o corpo de duas
vértebras adjacentes. 2
- Colo: é a porção estreita logo após a cabeça que une esta ao corpo. 3
- Tubérculo: apresenta uma superfície articular que se articula com a apófise transversa da
vértebra de igual número de série. 4
Extremidade ventral: apresenta uma tira de cartilagem que dá continuação as costelas e
denomina-se cartilagem costal. Pode se articular com o esterno (costelas esternais) ou com
outra cartilagem adjacente por meio de tecido elástico para formar arco costal (costelas
asternais). 5
ESTERNO
É um osso segmentário situado na linha média que forma o assoalho da cavidade torácica
e articula-se lateralmente com as cartilagens das costelas esternais. Consta de 6-8 segmentos
ósseos (esternébras) unidas por cartilagens interpostas em animais jovens. É conhecido
vulgarmente como o osso do peito. Ventralmente apresenta a crista esternal que é palpável no
animal vivo.
28
- Manúbrio: extremidade mais cranial. A borda dorsal apresenta uma chanfradura que serve
para articulação do primeiro par de costelas. Encontramos a cartilagem do manúbrio ou
cariniforme (somente no cavalo). Serve de inserção para músculos do peito e pescoço.
- Apêndice Xifóide: é uma cartilagem que se projeta caudalmente e serve para inserção de
músculos.
** TORAX
O esqueleto do tórax está formado na região dorsal pelas vértebras torácicas, lateralmente
pelas costelas e cartilagens costais e, ventralmente pelo osso esterno. Apresenta uma forma de
cone achatado lateralmente com abertura nas duas extremidades. O ápice é a abertura cranial e a
base a abertura caudal. O tórax envolve e protege os órgãos torácicos. Entrada do tórax: é a
mais estreita e é formada pela primeira vértebra torácica, primeiro par de costelas e pelo
manúbrio. Saída do tórax: é a mais ampla e está formada pela última vértebra torácica, último
par de costelas, arco costal, última esternébra e cartilagem xifóide.
4
2
3
Eqüino
1
Esternos com cartilagens costais articuladas e parte do corpo da
costela cortado, vista lateral.
A
Bovino5
29
Legenda: 1- última vértebra cervical C7; 2 – segunda vértebra torácica; 3 – terceira
costela; 4 – cartilagem costal da quarta costela; 5 – corpo das vértebras torácicas; 6 –
processo espinhoso das vértebras torácicas; 7 – processo transverso das vértebras
torácicas; 8 – forame intervertebral (passagem do vasos e nervos); 9 – cabeça da
costela; 10 – tubérculo da costela; 11 – décima primeira costela; 12 – manúbrio,
cartilagem cariniforme; 13 – esternebra, osso esterno; 14 – cartilagem xifóide; 15 –
arco costal (formado pelas costelas asternais ou falsas); 16 – oitava vértebra torácica;
17 – espaços intercostais (quinto e décimo). Eqüino.
ARTROLOGIA
COLUNA VERTEBRAL
As vértebras formam dois conjuntos de articulações, sendo um cartilaginoso, envolvendo
a conexão direta dos corpos vertebrais (sínfise) e outra sinovial, entre as faces articulares dos
processos articulares craniais e caudais. Associados a estas articulações, há ligamentos que
unem os arcos e os processos. Os movimentos são de flexão dorsal, ventral e lateral e de rotação.
A gama de movimentos em uma única articulação é pequena, mas o somatório dos movimentos é
considerável. São mais livres na região cervical e caudal e limitado nas regiões torácica e
lombar.
Articulação atlanto-occipital: entre os côndilos do occipital e as duas cavidades articulares do
Atlas. Tipo sinovial gínglimo, realizando flexão e extensão, movimento de afirmação. Também
há a presença de ligamentos que reforça essa articulação.
Articulação atlanto-axial: entre a fossa odontóide do atlas (ou sela túrcica) e o processo
odontóide do Axis. A cápsula articular é frouxa e suficientemente ampla para permitir
movimentos extensos e existem ligamentos que reforçam essa articulação. Tipo sinovial
trocóide, realizando o movimento de negação e rotação.
30
1 2
Figura 1: vista ventral da articulação atlanto-occipital do eqüino,
mostrando a cápsula articular negativo com látex.
Figura 2: desenho esquemático da vista dorsal da articulação atlanto-
axial do eqüino mostrando os ligamentos que vão do axis ao atlas.
Articulação do corpo das vértebras: entre a cabeça de uma vértebra e a cavidade cotilóide de
outra na região cervical. Nas demais regiões essa articulação ocorre entre os corpos vertebrais.
Encontramos um disco articular intercalado entre as superfícies. É uma articulação do tipo
cartilaginosa – sínfise. Disco intervertebral: são fibrocartilagens e ocupam o espaço entre os
corpos de duas vértebras adjacentes. Cada disco consiste de um anel fibroso periférico e um
núcleo pulposo. Ligamentos também reforçam essas articulações.
** Ligamento da Nuca: inicia na protuberância occipital externa dirigindo-se caudalmente
sobre região cervical. Consiste de um ligamento elástico cuja função principal é auxiliar os
músculos extensores da cabeça e do pescoço. Nos grandes animais se divide em funículo da
nuca e lâmina da nuca.
** Ligamento supra-espinhal: é a continua do funículo da nuca sobre a região torácica até a
região sacral, unindo os processos espinhosos das vértebras.
COSTELA
Apresenta uma articulação entre a cabeça da costela e as superfícies articulares das
vértebras torácicas, sendo do tipo sinovial trocóide. E também uma articulação entre o tubérculo
da costela e o processo transverso da vértebra correspondente. Vários ligamentos reforçam essas
articulações.
31
MIOLOGIA DO PESCOÇO, TÓRAX E ABDOME
1 canino, 2 másseter, 4 esplênio, 5 trapézio cervical, 5’ trapézio torácico, 6 serrato ventral
cervical, 6’ serrato ventral torácico, 7 grande dorsal, 8 esternocefálico, 9 e 10
braquiocefálico, 21 intercostais externos, 22 intercostais internos, 22’ e 29 oblíquo
abdominal externo.
- braquiocefálico 1
- esternocefálico 2
- trapézio cervical 3
- trapézio torácico 4
- esplênio 5
- serrato ventral cervical 6
- esternohioideo 10
- grande dorsal 11
- peitorais 14
32
- Músculos Abdominais: formam as paredes laterais os músculos: oblíquo abdominal externo,
oblíquo abdominal interno e transverso abdominal; a parede ventral: músculo reto
abdominal; a parede dorsal: vértebras lombares e os músculos lombares como o longo lombar
(que é a continuação do longo torácico), que fica entre o processo espinhoso e transverso de cada
vértebra; além deste, que se localiza externamente, internamente encontramos os músculos
psoas, que correspondem ao corte comercial mais nobre que é o filé mignom (tem bastante
gordura entre as fibras e quase não se movimenta, sendo por isso a maciez).
6 ESQUELETO APENDICULAR
6.1 MEMBRO TORÁCICO
OSTEOLOGIA
Os animais domésticos não possuem uma cintura escapular completa, ou seja, não
apresentam os ossos clavícula e coracóide, apenas a escápula. Nas aves essa cintura escapular é
completa e nos felinos encontramos um vestígio de clavícula. Os membros torácicos se
- Diafragma: é um músculo ímpar que
separa a cavidade torácica da abdominal,
apresenta uma porção carnosa (6) e um
centro tendinoso (4). As aves não
apresentam esse músculo desenvolvido.
O diafragma é perfurado por três
aberturas: hiato aórtico (8), por onde
passa a artéria aorta, veia ázigus e ducto
torácico; hiato esofágico (9), por onde
passa o esôfago e os nervos vagais dorsal
e ventral; forame da veia cava caudal
(15), por onde passa a mesma.
- Músculo Cutâneo:
recobre a região do
abdome, tórax, braço,
pescoço e face. A e B
33
articulam com o tronco por meio de músculos, tipo de articulação, esta chamada de sisarcose. O
membro torácico é composto pelos seguintes ossos: escápula, úmero, rádio, ulna, carpo,
metacarpo, falanges e sesamóides.
ESCÁPULA
É um osso situado lateralmente na porção cranial da parede do tórax. A face lateral acha-se
dividida em duas fossas pela espinha da escápula. Na face medial apresenta uma fossa
chamada de subescapular. A extremidade distal apresenta a cavidade glenóide, e esta se articula
com a cabeça do úmero, formando a articulação do ombro. Na extremidade proximal
encontramos uma cartilagem.
Bovino: apresenta no final da espinha da escápula o acrômio.
ÚMERO (braço)
É um osso longo que se articula com a escápula proximalmente, formando a articulação do
ombro e com o rádio e ulna distalmente, formando a articulação do cotovelo. Compõe-se de um
corpo (diáfise) e duas extremidades (epífises). O corpo é irregular e tem a aparência de ter
sofrido uma torção e apresenta uma saliência lateral chamada de tuberosidade deltóide. Na
extremidade proximal temos caudalmente, uma cabeça articular e, craniolateralmente um
tubérculo maior, que no eqüino apresenta um sulco bicipital (para o músculo bíceps braquial)
dividido. A extremidade distal apresenta cranialmente, os côndilos (medial e lateral) e,
caudalmente a fossa do olecrano.
Bovino: apresenta na extremidade proximal um tubérculo maior mais desenvolvido e o sulco
bicipital é único.
34
RADIO E ULNA (antebraço)
RÁDIO: é o mais longo dos dois ossos do antebraço do eqüino. Articula-se proximalmente com
o úmero, distalmente com o carpo e caudalmente com a ulna. O corpo (diáfise) é encurvado em
toda a sua extensão. Entre os dois ossos existe o espaço interósseo. Extremidade proximal:
apresenta uma superfície articular para os côndilos do úmero. Extremidade distal: apresenta
facetas articulares para a fileira proximal do carpo.
ULNA: é um osso longo reduzido, situado caudalmente ao rádio, com o qual está parcialmente
fusionado no adulto, articulando-se também o úmero. Projeta-se proximalmente constituindo o
olecrano que é a maior parte do osso e fica na lateral do rádio. Na borda cranial do olecrano
encontramos uma projeção pontiaguda, denominada do processo ancôneo.
Bovino: são menores e a ulna vai até a parte distal do rádio, apresentando o processo estilóide da
ulna.
Suíno: olecrano muito desenvolvido e a ulna é mais maciça e pesada que o rádio.
CARPO (mão)
É formado por um conjunto de ossos ordenados em duas fileiras, uma proximal e outra distal. A
fileira proximal articula-se com o rádio no eqüino e, nas demais espécies com o rádio e ulna. A
fileira distal se articula com os ossos metacarpianos.
Fileira proximal: carpo radial, intermédio, ulnar e acessório (mais lateral e caudal).
Fileira distal: composta de 3 ou 4 ossos, sendo o primeiro carpiano inconstante no eqüino e o
terceiro o mais desenvolvido.
Bovino: são 6 ossos apresentando na fileira distal apenas 2 ossos, pois há uma fusão entre o
segundo e o terceiro carpiano.
Suíno: são 8 ossos, sendo que na fileira distal teremos desenvolvido do segundo ao quarto
carpiano.
METACARPO
No eqüino existem três ossos metacarpianos, sendo que somente um, o terceiro ou grande
metacarpiano, é completamente desenvolvido e suporta o dedo, os outros (segundo e quarto) são
muito reduzidos e são comumente chamados de pequenos metacarpianos. Apresenta dois
côndilos distais e a superfície articular proximal é de formato oval.
No bovino existem dois dedos desenvolvidos, terceiro e quarto, sendo o segundo e quinto
vestigiais (possuem somente a porção córnea) e estão situados na face palmar da falange
proximal, não se articulando com o restante do esqueleto.
35
No suíno existem quatro dedos desenvolvidos, mas apenas dois tocam o solo (terceiro e quarto
metacarpianos).
DEDO
Constituído por:
Falange proximal ou primeira falange: é o menor osso longo, na extremidade distal apresenta
côndilos que se articulam com falange média e na extremidade proximal articula-se, na face
palmar, com os ossos sesamóides proximais.
Falange média ou segunda falange: está situada entre as falanges proximal e distal. É achatada
no sentido dorso-palmar e sua largura é proporcional a altura.
Falange distal ou terceira falange: acha-se envolvida pelo casco, com o qual se assemelha.
Apresenta três faces: articular, parietal e solar.
Sesamóides proximais: são em número de dois para cada metacarpiano (no bovino são 4),
localizados na face palmar da articulação do grande metacarpiano com falange proximal.
Sesamóide distal ou osso navicular (particular do eqüino): é um osso único, localizado na
junção da falange média com a falange distal, articulando-se com ambas. É sempre um para cada
dedo desenvolvido, exemplo bovino apresenta 2 distais e o suíno também, pois apenas 2 dedos
encostam no solo.
ARTROLOGIA
SISSARCOSE: fixação da escápula na parede lateral do tórax por meio de músculo.
1) Articulação umeral ou do ombro: entre a cavidade glenóide da escápula com a cabeça
do úmero. A cápsula é reforçada por ligamentos, que são de difícil visualização. É do
tipo sinovial esferóide, realizando todos os movimentos possíveis. Reforçada pelo tendão
do músculo bíceps braquial.
2) Articulação úmero-rádio-ulnar ou do cotovelo: entre os côndilos do úmero +
cavidades glenóides do rádio+chanfradura semi-lunar da ulna. É do tipo sinovial
gínglimo, apresenta ligamentos fortes e faz flexão e extensão.
36
3) Articulação do carpo: extremidade distal do rádio, ossos do carpo e extremidade
proximal do metacarpo. Tipo sinovial gínglimo entre o radio e o carpo e entre o carpo e o
metacarpo. Entre os ossos do carpo é do tipo sinovial plana.
4) Articulações metacarpo falangeana ou BOLETO: extremidade distal do metacarpo e
extremidade proximal da falange proximal e sesamóides proximais. Os sesamóides
proximais articulam-se com a face palmar da extremidade distal do metacarpo. Tem
função de manter o dedo ereto, fazendo com que o animal sustente na extremidade distal
do dedo. Tipo sinovial gínglimo.
5) Articulação interfalangeana proximal ou QUARTELA: entre a extremidade distal da
falange proximal e a extremidade proximal da falange média. Sinovial do tipo gínglimo
movimentos angulares.
6) Articulação interfalangeana distal ou CASCO: extremidade distal da falange média e
superfície articular da falange distal e osso sesamóide distal (navicular no eqüino).
Sinovial gínglimo. 4, 5 e 6 articulação do DEDO.
** Aparelho de Sustentação ou apoio da mão: formado por vários ligamentos que
reforçam as articulações entre os metacarpianos, boleto, quartela e casco. Um dos mais
importantes é o ligamento suspensório ou tendão interósseo, que passa no espaço
interósseo dos metacarpianos (face palmar do dedo), nas laterias dos ossos sesamóides
proximais, chegando na face dorsal do dedo no processo do extensor da falange distal. Três
tendões também são importantes: tendão do músculo extensor digital, que passa na face
dorsal; tendão do músculo flexor digital superficial e tendão do músculo flexor digital
profundo, que passam na face palmar do dedo, sobre o ligamento suspensório.
** *
*
1
2
1 ombro
2 cotovelo
3 mão
4 4 dedo
3
Boleto Quartela Casco
37
MIOLOGIA
1) Músculos que fixam o membro torácico ao tórax e pescoço:
5 trapézio cervical, 5’ trapézio torácico, 6 serrato ventral cervical, 6’ serrato ventral
torácico, 7 grande dorsal, 9 e 10 braquiocefálico, 23 peitorais.
2) Músculos do braço: são músculos localizados na face lateral e medial da região da escápula e
úmero. São músculos que fixam o ombro e o braço.
3) Músculos do antebraço: os que se localizam crânio-lateralmente são chamados de extensores
e os que se localizam médio-caudalmente são chamados de flexores.
Vista lateral do membro torácico esquerdo do
eqüino:
1 cartilagem da escápula
2 espinha da escápula
4 músculo supraespinhal
5 músculo infraespinhal
6 músculo redondo menor
7 músculo deltóide
9 músculo tríceps braquial – cabeça longa
10 músculo tríceps braquial – cabeça lateral
11 músculo bíceps braquial
12 músculo braquial
13, 14 e 19 músculos extensores do antebraço
38
MTD
eqüino
MTD
eqüino
Vista medial do membro torácico direito do
scápula
maior
cabeça medial
fáscia antebraquial
-20 músculos flexores do antebraço
eqüino:
1 cartilagem da escápula
2 superfícies serratas da e
3 músculo subescapular
5 músculo supraespinhal
6 músculo redondo
7 músculo peitoral
8 músculo tríceps braquial – cabeça longa
9 músculo tríceps braquial –
10 músculo bíceps braquial
11 músculo coracobraquial
12 músculo tensor da
13 músculo braquial
17
.2 MEMBRO PÉLVICO6
STEOLOGIA
ides. Está ligado ao esqueleto axial através do osso coxal que se articula com o osso
acro.
a
rticula com a cabeça do fêmur.
te. No ângulo medial situa-se a tuberosidade
oposto. Apresenta em cada lado uma
apresenta diferenças notáveis entre
s dois sexos e entre as espécies quanto ao tamanho e forma.
O
É constituído dos ossos: coxal, fêmur, tíbia, fíbula, patela, tarso, metatarso, falanges e
sesamó
s
COXAL
Está unido ao longo da linha medi na ventral pela sínfise pélvica que por sua vez, é formada
pelas sínfises púbica e isquiática. Compõe-se de três partes: ílio, ísquio e púbis que se unem
para formar uma grande cavidade cotilóide, acetábulo, que se a
Esses ossos se fusionam ao redor de um ano de idade no eqüino.
Ílio – é a maior das três partes, situada dorsalmen
sacral e no ângulo lateral, a tuberosidade coxal.
Ísquio – forma a parte caudal da parede ventral ou assoalho da pelve óssea. A borda caudal é
espessa e forma o arco isquiático, juntamente com o lado
tuberosidade isquiática, que nos bovinos é tri facetada.
Púbis – é a menor das três partes do osso coxal. Forma a parte cranial do assoalho pélvico.
*** Pelve ou Cavidade Pélvica – a parede dorsal ou “teto” está formado pelo sacro e pelas
primeiras três vértebras caudais e a parede ventral ou “assoalho” pelo púbis e ísquio. As paredes
laterais são formadas pelos ílios e pelo ligamento sacrotuberal (sacrotuberal largo). A abertura
cranial ou entrada é constituída, ventralmente, pela borda cranial do púbis e, dorsalmente, pela
extremidade cranial do sacro (promontório). A pelve óssea
o
39
FÊMUR
É o maior e mais pesado dos ossos longos. Articula-se proximalmente com o acetábulo e
distalmente com a tíbia e patela. Epífise proximal: é larga e consiste de cabeça e trocanter
maior. A cabeça está colocada do lado medial e articula-se com o acetábulo, enquanto que o
trocanter maior situa-se lateralmente. Epífise distal: é larga e está constituída da troclea
cranialmente e dois côndilos caudalmente. A troclea consiste de duas cristas separadas por um
sulco a qual se articula com a patela. Os côndilos estão separados por uma fossa profunda e se
articulam com os côndilos da tíbia e meniscos da articulação do joelho. Na diáfise do fêmur
observamos, lateralmente o terceiro trocanter (não está presente nos bovinos)e medialmente o
trocanter menor.
** Patela – é um grande sesamóide largo que se articula com a troclea do fêmur.
40
TIBIA E FIBULA
TÍBIA – é um osso longo que se articula proximalmente com o fêmur, distalmente com o tarso e
lateralmente com a fíbula. O corpo é triangular proximalmente (apresentando a crista da tíbia,
que é voltada lateralmente) e estreita-se na extremidade distal. A borda lateral é côncava e forma
junto com a fíbula o espaço interósseo. Extremidade proximal apresenta dois côndilos que se
articulam com os côndilos do fêmur através dos meniscos. Extremidade distal apresenta uma
face articular que se adapta a tróclea do osso tarso-tibial e consiste de dois sulcos oblíquos
separados por uma crista. No bovino esses dois sulcos são retos e também separados por uma
crista.
FÍBULA – é um osso longo, reduzido, situado ao longo do bordo lateral da tíbia. O corpo é uma
haste delgada que forma o limite lateral do espaço interósseo. A extremidade proximal articula-
se com o côndilo lateral da tíbia. No bovino a fíbula é um osso bem reduzido na lateral da tíbia.
TARSO
Compõe-se de 6 ossos no eqüino. Assim como no carpo se divide em fileiras. Na fileira
proximal temos o tarso-tibial (talus, astrágalo), que se articula com a tíbia através de sua tróclea;
e tarso fibular (calcâneo), que é o maior dos ossos do tarso e sua extremidade livre forma a
tuberosidade calcanear (tuberosidade calcânea), onde se insere o tendão calcanear comum (de
Aquiles). Na fileira média encontramos o osso central o tarso e na fileira distal temos a fusão do
I + II tarsiano, medialmente; III tarsiano, maior e IV tarsiano, mais lateral. No bovino o tarso
tem 5 ossos com algumas diferenças: o tarso tibial apresenta dupla tróclea; na fileira média o
osso central fusionou-se com o IV tarsiano, formando o osso centro-quarto; e na fileira distal,
plantarmente temos o I tarsiano e dorsalmente a fusão do II + III tarsiano (medialmente).
41
METATARSO
É semelhante ao metacarpo, porém num mesmo animal são maiores e, o corpo do grande
matatarsiano apresenta o contorno circular. Nos ruminates, na face médio-plantar da
extremidade proximal, localiza-se um pequeno metatarsiano (vestígio do segundo dedo), e os
desenvolvidos também são o III e IV metatarsianos.
FALANGES E SESAMÓIDES
São semelhantes ao membro torácico, porém deve-se substituir o termo palmar por plantar na
descrição das características.
ARTROLOGIA
1) Articulação Sacroilíaca: união óssea entre a coluna e o membro pélvico. As asas do sacro
articulam com o osso ílio. Sinovial plana, com movimentos de deslizamento. Ligamento
sacrotuberal largo: é uma extensa lâmina quadrilátera que completa a parede pélvica lateral.
Bovino
Eqüino
A – metacarpo
B - metatarso
42
2) Sínfise Pélvica: é a união ventral dos ossos coxais. Essa sínfise é formada pela união da
sínfise isquiática e sínfise púbica. Nos machos ossifica-se precocemente. Normalmente a
superfície ventral é saliente. Na fêmea ossifica-se tardiamente devido a reprodução.
3) Articulação do Quadril: articulação entre a cabeça do fêmur e acetábulo (cavidade cotilóide
do quadril). Sinovial esferoidal, realizando todos os movimentos.
4) Articulação Fêmuro Tíbio Patelar ou JOELHO. É uma sinovial composta:
 Articulação fêmuro-tibial: sinovial gínglimo. Côndilos do fêmur com côndilos da tíbia,
entre eles, os meniscos articulares, sendo um medial e outro lateral. Apresenta dois
ligamentos
 Articulação fêmuro-patelar: tróclea do fêmur com a patela. Sinovial gínglimo.
 Articulação tíbio-fibular proximal: sinovial plana.
 Articulação tíbio fibular distal: cartilaginosa tipo sindesmose.
5) Articulação do Pé ou JARRETE: articulação tarso-crural: entre a tíbia distal e osso talus
(entre a tróclea do talus e a superfície correspondente da tíbia) e extremidade proximal do
metatarso. Sinovial do tipo gínglimo. Nesta articulação temos ainda a juntura entre as fileiras do
tarso, formando a articulação intertársica (tipo sinovial plana) e a articulação tarso-
metatársica.
6) Articulação do dedo: igual ao membro torácico (boleto, quartela e casco), apresentando
também o mesmo aparelho de sustentação.
Joelho, vista cranial Joelho, vista caudal Jarrete
EQUINO
MIOLOGIA
Músculos da região glútea (região da garupa), coxa e perna. Os cortes comerciais mais
apreciados estão no membro pélvico.
43
MPEMPE
Vista lateral do membro pélvico esquerdo do
eqüino:
2 glúteo médio
3 tensor da fáscia lata
4 glúteo superficial
5 bíceps femoral TENDÃO
6 semitendíneo CALCÂNEO
7 semimembranáceo
27 reto femoral
28 vasto lateral
9 flexor superficial dos dedos
quadríceps femoral
TENDÃO
10 gastrocnêmio
CALCÂNEO
15 sóleo
11-14 e 20 loja cranio-lateral EXTENSORES
Vista medial do membro pélvico direito do
eqüino:
8, 9 e 10: músculos pssoas
12 tensor da fáscia lata
13 reto femoral
14 vasto medial
15 sartório (cortado)
16 pectíneo
17 grácil (cortado)
18 adutor
19 semimembranáceo
20 semitendíneo
21 – 32 loja médio-caudal FLEXORES
MPD
44
7 ANATOMIA COMPARADA DO SISTEMA TEGUMENTAR
É a capa protetora do corpo que se continua nos orifícios naturais com as
mucosas dos tubos digestório, respiratório e urogenital. Sob o ponto de vista anatômico
é formado por dois planos, o mais superficial, denominado pele e o mais profundo o
tecido subcutâneo. É constituído da pele e seus anexos ou modificações da mesma, tais
como pêlos, aspas, penas, lã e unhas. Contém ramificações periféricas dos nervos
sensoriais e constitui, portanto um importante órgão sensorial. É o principal fator da
regulação da temperatura corporal, e por meio de suas glândulas desempenha um
importante papel secretório. Alguns de seus anexos córneos são utilizados como órgãos
de apreensão ou de defesa. A pele serve como barreira anatômica entre o corpo do
animal e seu meio, protege contra traumas microbiológicos, físicos e químicos e seus
componentes sensoriais capacitam o animal a sentir calor, frio, dor, toque e pressão.
Pele
Estrutura da pele:
A pele consta de duas camadas distintas, sendo uma mais superficial, epiderme e outra
mais profunda de tecido conjuntivo, córion ou derme.
EPIDERME:
É um epitélio escamoso estratificado, não vascular e de grossura variável. Apresenta
orifícios das glândulas cutâneas e dos folículos pilosos, e se divide em duas camadas,
estrato córneo (camada superficial, dura e seca) e estrato germinativo (camada
profunda, macia e úmida, que apresenta o pigmento chamado melanina). A epiderme é
constantemente renovada, ou seja, as células do estrato córneo saem em formato de
caspa, sendo essa perda compensada pelo estrato germinativo que se multiplica e vai
para a superfície. A melanina protege os animais da radiação ultravioleta, além de dar
cor aos mesmos. A falta de melanina é o albinismo, podendo ocorrer em animais e
homens. Além do albinismo temos a doença chamada vitiligo ou leucodermia, ou seja,
há o surgimento de manchas brancas na pele ou nos pêlos, não tem cura e está
relacionada com as defesas imunológicas do indivíduo. No estrato córneo temos a
queratina que dá origem às especializações epidérmicas como: unhas, cornos, cascos e
pêlos.
DERME OU CÓRION:
Tem como principal função suportar e nutrir a epiderme e seus apêndices. Consiste de
um arranjo de fibras colágenas e elásticas, sendo essas que puxam as bordas de uma
ferida, deixando-a aberta. Tornam a pele flexível, capaz de voltar à forma primitiva após
ser enrugada ou deformada. A derme é constituída de artérias, veias, capilares,
linfáticos, glândulas cutâneas (sebáceas e sudoríparas), folículos pilosos, nervos e fibras
musculares lisas. Nos animais domésticos é bastante espessa e constitui o couro.
Tecido subcutâneo (hipoderme):
Sua principal função é estocar gordura, atuar como isolamento térmico e suportar a
derme e epiderme dando o contorno corporal. É formado de tecido conjuntivo frouxo
que contém fibras elásticas, sendo que em cães e gatos a pele pode ser pinçada em
grandes dobras. Em boa parte do corpo, o tecido subcutâneo está aderido ao músculo
cutâneo ou platisma, que mexe a pele espantando parasitas como moscas.
Regulação Térmica: as artérias formam uma série de redes dentro da derme. A variação
no fluxo sanguíneo através da superfície dos vasos tem um importante papel na
46
regulação da temperatura. Quando a temperatura está elevada ocorre vasodilatação com
perda de calor por irradiação superficial e indiretamente, favorecendo a atividade
glandular com produção de suor. O suor produzido se espalha pela superfície cutânea e,
ao ser evaporado, absorve calor baixando a temperatura da superfície corpórea. Ao
contrario, quando a temperatura decresce, ocorre a vasoconstrição e diminuição nas
perdas de calor.
Órgão Imunitário: a pele é um órgão importante do sistema imunológico, pois ela
alberga diversos tipos de leucócitos. Há linfócitos que regulam a resposta imunitária e
desenvolvem respostas específicas como no caso de alergias ou parasitas.
Funções Metabólicas: as funções metabólicas da pele são importantes, pois é aí que é
produzida a vitamina D (reação dependente da luz solar) que é essencial para o
metabolismo do cálcio e portanto na formação/manutenção saudável dos ossos.
1) estrato córneo
Glândulas
Glândulas sebáceas:
As glândulas sebáceas situam-se na derme e os seus ductos geralmente desembocam na
porção terminal dos folículos pilosos. Existem locais em que as glândulas sebáceas se
abrem diretamente na pele como ânus, conduto auditivo, pálpebras (glândulas tarsais),
pênis, prepúcio e lábios vulvares. Secretam uma substância chamada sebo, que protege
contra a umidade e pode desempenhar importante papel na vida sexual dos animais. Na
ovelha o sebo presente no pelego se chama lanolina. Funções da secreção sebácea:
a) lubrifica e impermeabiliza a pele.
b) dissemina o suor e diminui a perda de água.
c) diminui a possível entrada de microorganismos
d) serve como marcador territorial
e) ferormônios, atrativos sexuais.
Glândulas sudoríparas:
São glândulas exócrinas tubulosas e enoveladas. Estão espalhadas por todo o corpo,
apesar de esparsamente nos carnívoros e suínos, sendo muito desenvolvidas no cavalo e
2) estrato germinativo
epiderme
3) derme
4) tecido subcutâneo
47
ausentes nas aves. São diferenciadas em glândulas sudoríparas apócrinas (perdem parte
do seu citoplasma como parte da sua secreção, presente em quase todo o corpo dos
animais e desembocam no folículo piloso) e glândulas sudoríparas merócrinas (apenas
os produtos da secreção são eliminados, desembocam diretamente na superfície da
epiderme, presente no homem e nos animais domésticos, encontra-se somente um
pequeno número e, sobretudo, em locais que apresentam pouco ou nenhum pêlo).
Existem as glândulas especiais, sendo, na maioria dos casos, uma mistura de sebáceas
com sudoríparas, ex: glândulas da bolsa inguinal dos ovinos, glândula do corno dos
caprinos, glândulas prepuciais no suíno e glândula da cauda de cães e gatos (chamada
cauda de garanhão).
Glândula
sudorípara
Anexos da pele:
1) Pêlos:
Os pêlos são uma modificação da epiderme e uma característica dos mamíferos, são
filamentos córneos elásticos, longos e finos oriundos da derme, apresentam-se como
delgadas estruturas queratinizadas. Sua cor, tamanho e disposição variam de acordo
com a raça e a região do corpo. Estão presentes em praticamente toda a superfície do
corpo, com exceção de algumas regiões bem delimitadas. Os pêlos são estruturas que
crescem descontinuamente, intercalando fases de repouso com fases de crescimento.
Observa-se na derme feixes de músculo liso, dispostos obliquamente, que se inserem de
um lado na bainha conjuntiva do folículo e de outro na camada papilar da derme. A
contração desses músculos promove o eriçamento do pêlo, advinda deste fato o seu
nome de músculo eretor do pêlo. A pigmentação do pêlo processa-se graças à presença
de melanócitos, que se dispõem entre a papila e o epitélio da raiz do pêlo e fornecem
melanina às células da raiz e córtex do pêlo, de maneira análoga à que ocorre na
epiderme. A parte visível do pêlo sobre a superfície da pele é a haste, a extremidade do
pêlo é denominada ápice do pêlo e a parte embutida dentro do folículo é a raiz. Tem
como função isolamento térmico, podem cair em grande quantidade caracterizando a
muda, ocorrendo mais na primavera e outono.
48
Tipos de pêlos:
*Comuns: dá a coloração e a
pelagem do animal, estando
presente em maior parte do corpo.
*Tácteis: são longos e grossos,
ficando mais na cabeça, ao redor
dos lábios, focinho e olhos.
*Cílios: nas pálpebras.
*Tragos: dentro das orelhas.
*Vibrissas: dentro das narinas.
*Cirros: são longos e grossos, nos
eqüinos, localizados na região
dorsal da cabeça, pescoço e cauda
(crinas).
*Cerdas: pelos espessos dos suínos.
*Lã: finos e ondulados dos ovinos.
Felino: pelos tácteis.
Ovino: lã
Canino: pelagem de proteção
2) Penas:
É o anexo epidérmico característico das aves, são constituídas principalmente por
queratina, cobrem o corpo das mesmas formando uma superfície contínua de
49
revestimento e que oferece alta resistência ao ar e impermeabilidade à água. As penas
que cobrem o corpo, exceto as asas e a cauda, denominam-se tectrizes. As penas
grandes das asas, com função propulsora, denominam-se remígea, e as penas grandes
da cauda, que orientam o vôo, denominam-se rectrizes. As plumas, penugem leve e
macia, cobrem quase todo o corpo da ave – inclusive debaixo das penas – servem para
protegê-la das mudanças de temperatura e do impacto com o ar e com objetos durante a
movimentação.
Função das penas: proteção da pele e do corpo da ave contra choques mecânicos,
físicos, agressões, chuva, raios solares e mudanças bruscas de temperatura. As penas
finas, achatadas e sobrepostas das asas e da cauda formam superfícies para sustentar a
ave durante o vôo. As aves aumentam o número de penas com a diminuição da
temperatura. As penas de algumas aves se modificam em cor e forma durante a corte e o
acasalamento, podendo produzir sons ao bater das asas sendo uma das formas de atrair
as fêmeas. Normalmente os machos apresentam cores mais vivas em suas penas para
atrair as fêmeas.
Partes das penas: O eixo das penas é formado por duas partes (cálamo e ráquis), que
juntas, formam o eixo da pena. O vexilo, que é a lâmina da pena, é a porção mais macia
e constituída de barba e bárbulas.
Tipos de penas:
* Penas de contorno: Cobrem o corpo e auxiliam o vôo.
50
* Plumas: curtas e abaixo das penas de contorno, bárbulas sem ganchos e raque e
conservam o calor.
* Semiplumas: intermediárias entre as plumas e as penas de contorno, bárbulas sem
ganchos, conservam o calor e dão flexibilidade para a movimentação das penas de
contorno e ainda aumentam a flutuabilidade das aves aquáticas.
* Filoplumas: barbas e bárbulas esparsas e na ponta da pena, associadas às penas
mecanicamente ativas, são sensoriais auxiliando no controle do movimento.
* Cerdas: penas de contorno modificadas não possuindo vexilos, localizam-se ao redor
do olho com função de proteção, das narinas com função de filtrar a poeira do ar e no
bico com função de captura de insetos.
* Plumas de pó: são as únicas que crescem continuamente e nunca sofrem muda, as
barbas da ponta se desintegram em um pó fino, é resistente à água e ajudam a preservar
as penas.
Crescimento das penas
* Ocorre conforme a idade, espécie, dieta, entre outros fatores.
* O crescimento de uma pena começa, com uma papila dérmica local, forçando para
cima a epiderme sobreposta. A base deste primórdio de pena aprofunda-se em uma
depressão circular, o futuro folículo, que manterá a pena na pele. As células epidérmicas
mais externas do primórdio formam uma bainha lisa cornificada, chamada periderme,
dentro da qual outras câmaras epidérmicas dispõem-se em costelas paralelas, uma maior
mediana formando a futura ráquis e as outras produzindo as barbas.
* O pigmento para a coloração é depositado nas células epidérmicas durante o
crescimento no folículo. Quando o crescimento termina, rompe-se a bainha e é retida
por alisamento com o bico, aí a pena distende-se em sua forma completa.
* A coloração variada das penas resulta principalmente de pigmentos depositados
durante o crescimento e características estruturais que causam reflexão e refração de
certos comprimentos de onda, cores estruturais. O conjunto de todas as penas de uma
ave é chamado de plumagem.
51
Mudas das penas
Ocorrem periodicamente sendo um processo gradual e ordenado. Substituem as penas
desgastadas, promovem a higiene da ave e fornecem plumagem para a corte.
Geralmente ocorrem duas mudas de pena por ano. O macho tem as penas mais
pigmentadas e geralmente maiores, pois são eles que normalmente fazem a corte. A
muda não pode prejudicar as funções normais das penas, no entanto ela requer alta
demanda de energia.
Periquitos: aves com penas. Pavão: aves com plumas, macho que é colorido.
Glândula uropigiana:
Com exceção da ema e do avestruz todas as aves apresentam uma glândula na região do
uropígeo, próxima a cauda chamada uropigiana ou glândula uropígea ou de óleo. Essa
glândula é mais desenvolvida nas aves aquáticas e, devido a ela, essas aves não
afundam. As aves usam o bico para espalhar o óleo sob as penas, criando assim uma
camada impermeabilizante, evitando que o animal se molhe. Por isso estão sempre com
as penas secas e brilhantes. Os anatomistas consideram esta como a única glândula
cutânea que as aves possuem. A glândula uropígea é comparada as glândulas sebáceas
dos mamíferos e seu óleo tem uma coloração branco-amarelada com composição
química variante entre cada espécie. Seu odor ”sui-generis” podendo ser considerado
como fétido. Durante o ciclo reprodutivo o odor se torna mais ativo o que levou alguns
zoólogos a estudar a influência dos hormônios gonadais sobre a glândula de óleo. Eles
concluíram que os esteróides ativam esta glândula, regulando seu funcionamento. Nos
gansos ela pode alcançar o máximo de desenvolvimento na época de procriação. A
glândula uropigiana é maior no macho que na fêmea e é mais desenvolvida nas aves
aquáticas, possivelmente pelo fato de que essas aves passam muito tempo sob a água
necessitando de maior proteção para sua plumagem. Alguns fisiologistas acreditam que
a secreção uropigiana é responsável pelo brilho e beleza da plumagem, e que a glândula
é um elemento de importância no metabolismo da vitamina D, participando no
aproveitamento dessa vitamina pelo organismo. A patologia da glândula uropígea é
ainda pouco estudada, sendo mais freqüente a uropigite ou inflamação do uropígeo que
ocorre principalmente nos pássaros e palmípedes (aves que apresentam os dedos dos pés
unidos por membrana). As ectoparasitoses também podem causar uropígite. Nas
grandes infestações por piolhos a ave pode ferir a glândula com o bico ao se coçar em
virtude do grande prurido que estes parasitas causam. A inflamação é, geralmente,
acompanhada da obstrução do ducto excretor.
52
Ema: sem glândula uropigiana. Pelicano: glândula bem desenvolvida
3) Cornos e chifres
Cornos
Os cornos são estruturas ósseas que se projetam anualmente dos ossos frontais do
crânio, ocorrendo somente no macho (exceto na rena). São encontrados mais facilmente
na família dos cervídeos. O crescimento dos cornos é regulado através de hormônios
(época de procriação) e também em certos casos através do comprimento do dia. Os
machos usam os cornos na estação de procriação em interações sociais de competição
pelas fêmeas. No inverno, o estimulo do hormônio pituitário de crescimento do corno
diminui, pelo fato do comprimento de dia encurtar resultando em uma perda de cálcio
no ponto de conexão do corno. Com isso o corno poderá cair. No início do crescimento,
os cornos são cobertos com pele e por um pêlo fino, que contêm vasos sanguíneos e
nervos. Na seqüência o osso esponjoso nas extremidades externas é substituído por um
osso compacto, enquanto os centros deles são preenchidos de tecido esponjoso e
lamelar, e medula óssea. Quando o pêlo “morre”, ele é em parte retirado pelos animais
ao esfregarem os cornos contra a vegetação, ficando então com aspecto manchado.
Chifres
Os chifres são estruturas não ramificadas, permanentes e que se projetam dos ossos
frontais. Ocorrem tanto no macho como na fêmea nos bovídeos, com exceção nas
fêmeas de espécies menores. Os chifres são freqüentemente usados por machos nas
lutas e as exposições durante temporada de reprodução. Em machos são mais grossos na
base e suportam mais força. Nas fêmeas são mais retos e finos. Os chifres são
compostos de um cório, coberto com uma envoltura de queratina, e em algumas
espécies nunca parando o seu crescimento. Os chifres no nascimento são como
pequenos caroços de cartilagem debaixo da pele, em cima do crânio, mas não se
prendem ao crânio; eles são conhecidos como ossicones. Chifres têm seus próprios
centros de ossificação e fusionam-se secundariamente nos ossos de crânio. Na família
dos bovinos, os chifres desenvolvem nos ossos frontais ou em cima deles.
53
Veados com cornos, só machos
Búfalos com chifres
Curiosidades:
Girafa: chifres permanentes, porém não ramificados.
Difere-se de outros chifres, pois não se projetam dos
ossos frontais, mas sim nas suturas entre os ossos
frontais e parietais. Os chifres estão presentes em
ambos os sexos até mesmo em recém-nascidos e são
cobertos de pele e pêlo.
Rinoceronte: os chifres são situados sobre os
ossos nasais e, em alguns casos, também sobre
os frontais (quando têm dois chifres). Difere-se
de verdadeiros chifres, pois não possuem
nenhum cório ou envoltório. São formados por
células epidérmicas e pacotes de papilas
dérmicas, que são extensões da derme.
4) Casco:
O casco ou úngula é a cobertura córnea da extremidade distal do dígito. Para facilitar o
entendimento, é comum dividi-la em três partes: parede, sola e ranilha.
Parede: é definida como a parte do casco que é visível quando o pé está posicionado no
chão. Dividida em três partes, a parede do casco, apresenta na sua face mais externa o
períoplo, na camada média tem-se a região mais densa do casco e a presença de
pigmento; e por fim, a camada laminar interna que consiste nas lamelas córneas.
Divisão da parede: pinça: porção mais cranial e distal do casco, quartos: porções
54
laterais, coroa: corresponde a borda coronal, talões: ponto de reflexão da parede
formando as barras.
Sola: constitui a superfície inferior do casco, com duas faces e duas bordas. É
ligeiramente côncava, de forma que somente a extremidade distal da parede e a ranilha
fazem contato com solo firme (sola não encosta no chão). A junção entre a sola e a
parede é conhecida como linha branca (Alba).
Ranilha: é uma massa cuneiforme que ocupa o ângulo limitado pelas barras e a sola e
se estende até a superfície basal do pé. Constituída por substância córnea relativamente
macia (epitélio queratinizado) com 50% de água, avascular e destituída de nervos. É a
parte do coxim que entra em contato com o solo. Está separada das barras e da sola por
sulcos profundos.
* A úngula é avascular e recebe sua nutrição através do cório, sendo que também é
destituída de nervos. O cório é a parte mais interna do casco e está dividido em 5 partes
que nutrem porções correspondentes do casco.
* Os cascos dos bovinos, ovinos e suínos são semelhantes aos cascos dos eqüinos,
exceto pela ausência de barras e cunha, portanto nestes animais temos somente parede e
sola.
* O casco é um invólucro de proteção para a extremidade dos membros contra a ação
mecânica, química e biológica do meio ambiente. Muito significativa é a proteção da
cápsula do casco contra agentes patogênicos biológicos e químicos sob condições de
estabulação intensiva, com qualidade desfavorável do solo e permanente ação de
substâncias agressivas. O casco também tem a função de atenuar o impacto ao pisar no
chão, funciona como amortecedor.
* O recorte dos cascos deve ser realizado a cada quatro a cinco semanas e devem-se
reposicionar as ferraduras dos animais que as utilizam também com a mesma
freqüência. O objetivo da aparação é tornar o formato, o ângulo do eixo e o nível da
pata tão próximos do normal quanto possível. No entanto uma aparação muito
entusiástica que objetiva criar um eixo da pata perfeita é desaconselhada, pois qualquer
alteração radical poder provocar alterações patológicas.
* A aparação e a ferração corretivas são considerações importantes no tratamento das
claudicações. Apesar de uma anormalidade no andar ou casco mal conformado podem
não ser a causa direta do problema, devem ser seriamente considerados como fatores
contribuintes; se não forem reconhecidos, pode não se obter o benefício do tratamento.
Apesar das práticas inadequadas de recorte e ferração poderem resultar em
anormalidades na andadura, a maioria destas anormalidades são provavelmente devido à
mal conformação do membro.
* Laminite: é uma inflamação das lâminas do casco, porém com uma seqüência
complicada de eventos inter-relacionados que resulta em graus variáveis de patologias.
Laminite é, na realidade, uma doença perivascular periférica que se manifesta por uma
diminuição na perfusão capilar no interior da pata, quantidades significativas de desvios
arteriovenosos, necrose isquêmica das lâminas e dor. Pode ser traduzida como uma
manifestação local de um distúrbio metabólico mais sistêmico que afeta os sistemas
cardiovascular, renal e endócrino, além da coagulação sangüínea e do equilíbrio ácido-
básico. Caracterizada por claudicação intermitente ou contínua e por padrões
divergentes de crescimento da parede do casco. Em bovinos, a laminite é mais
comumente observada logo após o parto, em novilhas gordas que estavam se
alimentando com excessivas quantidades de concentrados e que eram mantidas em
superfície de concreto.
55
Estruturas mais importantes:
1 bulbos dos talões
3 parede: talões que formam as barras
4 barras
5 parede: quarto, porção lateral
6 e 9 sola
8 linha branca
10 parede: pinça
11 e 13 ranilha
8 ESTRUTURAS MÚSCULO-ESQUELÉTICAS DAS AVES
OSTEOLOGIA
O esqueleto das aves como o dos mamíferos divide-se em duas partes: axial e
apendicular. O esqueleto axial é formado pelos ossos da cabeça, coluna vertebral,
esterno e costelas. O esqueleto apendicular compreende os ossos do membro torácico,
que nas aves acha-se modificado adapto ao vôo, constituindo a asa; e os ossos do
membro pélvico, cuja função principal está adaptada à locomoção terrestre.
Esqueleto axial
OSSOS DA CABEÇA:
56
Logo após a eclosão do ovo, com o nascimento do pinto, os ossos da cabeça fusionam-
se (a maioria). Os ossos da face apresentam-se cobertos por uma cobertura córnea que é
o bico. O osso occipital apresenta-se constituído de um único côndilo situado
ventralmente ao forame magno, que vai se articular com o atlas em forma de anel e
também com o áxis. Essa articulação permite as aves girarem a cabeça sobre a coluna
vertebral em um grau muito maior que o permitido aos mamíferos. Além dos ossos
normais encontrados nos mamíferos, vamos ter nas aves o osso quadrado que facilita a
articulação da mandíbula com os ossos do crânio.
COLUNA VERTEBRAL
A fórmula vertebral dos galináceos acha-se assim constituída: C14, T7, L-S14 , Ca6.
Vértebras cervicais: são em número de 14 e formam o esqueleto do pescoço. A região
cervical é longa e apresenta-se em forma de S. Aves pequenas podem ter apenas 8,
enquanto cisnes têm até 25.
Vértebras torácicas: apresentam processos espinhosos bem desenvolvidos. A primeira
e a sexta vértebras são livres; a segunda, terceira, quarta e quinta são fusionadas entre si,
constituindo um osso dorsal (notário); e a sétima está fusionada com massa
lombossacra. São em número de sete
Vértebras da região lombar e sacral: estão fusionadas em uma massa de 16 vértebras;
a última torácica, 14 lombossacras e a primeira coccigea. A última vértebra torácica, as
vértebras lombares, sacrais e a primeira caudal forma o sinsacro
Vértebras caudais: são em número de 6 (5-6) e constituem o esqueleto da cauda. As
apófises transversas estão bem desenvolvidas e as espinhas dorsais são bifurcadas. A
primeira vértebra coccígea está fusionada com a massa lombossacra e o último
segmento é uma pirâmide de três lados denominado de pigóstilo que possui uma forma
mais ou menos triangular. O pigóstilo consiste de vários rudimentos fundidos e dá
sustentação as penas do vôo da cauda. As vértebras se movimentam livremente com
exceção da primeira.
COSTELAS
Os sete pares de costelas formam o esqueleto da parede lateral do tórax. As costelas que
constituem os dois primeiros pares são incompletas e não alcançam o osso esterno e por
isso são chamadas de costelas flutuantes ou falsas. Nos mamíferos domésticos as
costelas flutuantes são as duas últimas. As cinco últimas costelas são constituídas de
duas porções articuladas por uma articulação cartilaginosa; uma porção dorsal, que se
articula com as vértebras (costela vertebral) e uma porção ventral que se articula com o
osso esterno (costela esternal). A porção dorsal corresponde a porção óssea enquanto a
ventral corresponde a porção cartilaginosa dos mamíferos. As costelas das aves
apresentam os processos uncinados, exceto a primeira e a última, que dão maior
rigidez à caixa torácica.
ESTERNO:
É o osso do peito, acha-se bastante desenvolvido e apresenta ventralmente uma crista
mediana que lembra a quilha de um navio. É um osso grande que forma o assoalho da
cavidade torácica e grande parte da cavidade abdominal. Articula-se com o osso
coracóide e costelas. Sua face interna é côncava. Cranialmente apresenta um processo
coracóide e laterocaudalmente os processos caudolaterais.
Esqueleto apendicular
57
MEMBRO TORÁCICO:
O membro torácico ou asa consta de um cinturão escapular, braço, antebraço e
mão. A mão se subdivide em carpo, metacarpo e dedos.
Cinturão escapular: consta de três ossos: escápula, coracóide e clavícula.
a) Escápula: é a lâmina do ombro, se encontram na parede dorsal do tórax, quase
paralela as vértebras e quase alcança o ílio. É um osso estreito e delgado,
ligeiramente mais grosso na sua extremidade anterior ou articular.
b) Coracóide: é o osso mais robusto do cinturão escapular. Osso alongado que põe
em conexão a asa com o osso esterno.
c) Clavícula: a clavícula direita se une a esquerda para formar um único osso em
forma de V que se articula com o osso coracóide, denominado de fúrcula. É um
osso delgado que ventralmente se une com o lado oposto para formar um
processo. Conhecido comumente como osso jogador ou osso da sorte.
Braço: é constituído pelo úmero que se apresenta de forma cilíndrica e paralelamente a
parede do tórax, exceto durante o vôo.
Antebraço: é formado pelo rádio que é mais delgado e pela ulna que é mais grossa.
Mão: apresenta-se constituída pelo carpo, metacarpo e dedos.
MEMBRO PÉLVICO:
Consta de quatro regiões principais: cintura pélvica, ossos da coxa, perna e pé.
Cintura pélvica: é formado pelos ossos coxais, que se unem dorsalmente com as
vértebras e que não chegam a encontrar-se ventralmente como nos mamíferos. Constam
dos ossos ilio, ísquio e púbis.
a) Ílio: é o maior dos três ossos e se fusiona no animal adulto com a última
vértebra torácica e as vértebras lombares e sacras. Coloca-se dorsalmente a
cintura pélvica.
b) Ísquio: apresenta contorno triangular e muito menor que o ílio. Coloca-se
lateralmente e ventralmente ao ílio. Ventralmente se une ao púbis.
c) Púbis: é uma lamina óssea delgada que se encontra ao longo do bordo ventral do
ísquio.
Coxa: formada pelo osso fêmur. Sua extremidade proximal articula-se com o acetábulo
e sua extremidade distal com a tíbia, fíbula e patela.
Perna: constituída pela tíbia e fíbula. A tíbia une-se com elementos do tarso formando
um tibiotarso, que é muito mais longo que o fêmur, e que apresenta lateralmente uma
fíbula debilmente desenvolvida.
Pé: formado pelo tarso, metatarso e dedos. O pé do galo possui quatro dedos, o primeiro
acha-se dirigido para trás e possui três falanges. O segundo dedo possui também três
falanges. O terceiro dedo, quatro falanges e o quarto, cinco falanges. O galo apresenta
vestígio do quinto dedo na face medial do tarso denominado de espora ou esporão.
58
MIOLOGIA
Os músculos do cíngulo peitoral e do membro torácico são os mais importantes e
desenvolvidos para o vôo. Esta musculatura está organizada em três grandes áreas:
musculatura do cíngulo e do braço, musculatura do antebraço e musculatura da mão.
Ainda poucos estudos têm sido feitos para demonstrar a aptidão da musculatura peitoral
durante o vôo, por isso as ações desta musculatura são descritas em conjunto e não de
maneira individual.
Músculos peitorais: é o mais volumoso dos músculos das aves, formando
grande parte da massa carnosa associada ao peito. É dividido em três partes: torácica
59
(maior e mais importante), propatagial e abdominal. O peitoral é o maior músculo do
vôo e o mais importante componente do movimento de descida, da potência do
movimento rítmico do bater de asas.
Músculo supracoracóideo: é um músculo penado, longo, que se encontra
abaixo da parte torácica do músculo peitoral e contribui também para a parte carnosa do
peito.
Os músculos do membro pélvico são divididos em musculatura do cíngulo
(inclui a musculatura da coxa) e a musculatura da perna. Os músculos mais importantes
são: músculos iliotibial lateral e cranial, que se localizam na face lateral da coxa e os
músculos gastrocnêmio e fibular longo, que se localizam na face caudal e lateral da
perna respectivamente.
Os músculos das aves que tem o vôo mais desenvolvido apresentam uma
coloração mais escura devido à ação da mioglobina (proteína que tem ferro e a função
de armazenar oxigênio na musculatura) e também nas aves que vivem por mais tempo,
ou seja, tem maior longevidade, não são de produção.
**** ATENÇÃO: como puderam observar, não existe a região da sobrecoxa. Isso é um
termo popular. A sobrecoxa corresponde à região da coxa e a coxa (no dito popular)
corresponde à região da perna.
1a e 1b peito
2a sobrecoxa – COXA
2b coxa – PERNA
3 asa
4 dorso
6 sambiqueira
60
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
1) ASHDOWN, R,R.; STANLEY, D. Atlas colorido de anatomia veterinária. Os
ruminantes. São Paulo: Manole, 1987.
2) BUDRAS, K.D.; SACK, W.O.; ROCK, S. Anatomy of the horse. An ilustrated
text. 2. ed. London: Mosby-wolfe, 1994. 135p.
3) DYCE, K.M.; SACK, W.O.; WENSING, C.J.G. Tratado de anatomia
veterinária. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. 813p.
4) FRANDSON, R.D.; WILKE, L.W.; FAILS, A.D. Anatomia e fisiologia dos
animais de fazenda. 6. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 454p.
5) KONIG, H.E.; LIEBICH, H.G. Anatomia dos animais domésticos. Texto e
atlas colorido. Aparelho locomotor. v. 1, Porto Alegre: Artmed, 2002. 291p.
6) KONIG, H.E.; LIEBICH, H.G. Anatomia dos animais domésticos. Texto e
atlas colorido. Órgãos e sistemas. v. 2, Porto Alegre: Artmed, 2004. 399p.
7) NICKEL, R.; SCHUMMER, A.; SEIFERLE, E. Anatomy of the domestic
birds. Berlin: Paul Parey, 1977. 202p.
8) NICKEL, R.; SCHUMMER, A.; SEIFERLE, E. The viscera of the domestic
mammals. Berlin: Paul Parey, 1979. 2. ed. 401p.
9) PASQUINI, C.; SPURGEON, T. Anatomy of domestic animals. Systemic and
regional approach. 5. ed. Dallas: Sudz, 1992. 651p.
10) POPESKO, P. Atlas de anatomia topográfica dos animais domésticos. São
Paulo: Manole, 1987. 3v.
11) SCHWARZE, E. Compendio de anatomia veterinária: anatomia das aves.
Espanha: Acribia, v. 5. 1970. 212p.
12) SISSON, S.; GROSSMAN, J. D. Anatomia de los animales domesticos.
Barcelona: Savat, 1977. 952p.
** Polígrafo da Anatomia dos Animais Domésticos do Departamento de
Morfologia, Curso de Zootecnia da Universidade Federal de Santa Maria,
2005.

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Anatomia dos animais de produção i

  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS INSTITUTO DE BIOLOGIA DEPARTAMENTO DE MORFOLOGIA CURSO DE ZOOTECNIA ANATOMIA DOS ANIMAIS DE PRODUÇÃO I Professoras: Dra Ana Luisa Valente (Regente) Dra Ana Cristina Pacheco de Araújo Colaborador: Professor Dr. Althen Teixeira Filho PELOTAS, 2010
  • 2. 2 SUMÁRIO 1. Considerações gerais .............................................................................. 03 2. Osteologia geral ........................................................................................ 08 3. Artrologia geral ........................................................................................ 12 4. Miologia geral ........................................................................................... 14 5 Esqueleto axial........................................................................................... 18 6 Esqueleto apendicular............................................................................... 32 7 Anatomia comparada do sistema tegumentar........................................ 45 8. Estruturas músculo-esqueléticas das aves ............................................. 55 Bibliografia ................................................................................................... 60
  • 3. 3 2. CONSIDERAÇÕES GERAIS A anatomia é um ramo do conhecimento que estuda a forma, a disposição e a estrutura dos componentes dos seres vivos. O termo, de origem grega, significa “cortar fora”, por isso, a dissecação do cadáver é o meio tradicional de estudá-la, além de primordial. Anatomia Macroscópica é o estudo das estruturas que podem ser dissecadas e estudadas a olho nu. Divisão da anatomia: anatomia especial e anatomia comparada. A anatomia especial: é aquela que compreende o estudo de uma única espécie. A anatomia comparada: compara uns indivíduos com outros de espécies diferentes e descobre as analogias e diferenças de organização existente entre eles. A anatomia apresenta as seguintes subdivisões: Osteologia Sindesmologia Miologia Sistemática Neurologia Angiologia Descritiva Esplacnologia Normal Estesiologia ANATOMIA Topográfica ou Médico Cirúrgica Regional Artística ou escultural Microscópica ou Histológica Patológica Teratológica Desenvolvimento Filogenética A Anatomia Normal estuda os indivíduos que gozavam de bom estado de saúde, antes do abate ou sacrifício e está dividida em Descritiva e Microscópica ou Histológica. Anatomia Descritiva: é a que estuda sucessivamente, os diferentes órgãos. Descrever um órgão é informar o seu nome, sua situação, sua forma, peso, volume, cor, consistência, relações e a disposição relativa de suas diferentes partes, quando subdividido. Anatomia Microscópica ou Histológica (geral): estuda as estruturas e seus detalhes invisíveis a olho nu com o uso da microscopia óptica e eletrônica. Anatomia Descritiva: está dividida em sistemática e topográfica ou regional.
  • 4. 4 Anatomia Sistemática: estuda grupos de órgãos que estejam tão estreitamente relacionados em suas atividades que constituem os sistemas corpóreos com função comum. Ex. sistema muscular, nervoso e circulatório. O estudo da anatomia sistemática está subdividido nas seguintes partes: 1) Osteologia: estuda os ossos que compõe o esqueleto. 2) Sindesmologia: estuda as articulações que são os meios de uniões entre osso. 3) Miologia: estuda os músculos que são elementos ativos do movimento. 4) Neurologia: é o estudo do sistema nervoso. Este sistema está subdividido em central e periférico. 5) Angiologia: estuda o coração e vasos (artérias, veias e linfáticos) por onde circula o sangue e a linfa encarregados de nutrir e drenar todos os tecidos do corpo. 6) Esplacnologia ou organologia: estuda as vísceras que compõe os sistemas localizados no interior do corpo do animal. Ex.: sistemas respiratório, digestório, urinário, etc. 7) Estesiologia: estuda os órgãos que se destinam a captação das sensações, como o olho, orelha, papilas gustativas, etc. A pele e seus anexos são estudados no sistema tegumentar. As glândulas de secreção interna são estudadas no sistema endócrino ou juntamente com os sistemas que estão relacionados funcionalmente. Ex. a hipófise no sistema nervoso, o testículo no sistema genital masculino, etc. Anatomia Topográfica ou Regional: é a que está diretamente envolvida com a forma e as relações de todos os órgãos presentes numa região especifica ou parte do corpo dos seres vivos. Os conhecimentos da anatomia topográfica são empregados na clínica e cirurgia (médico cirúrgica) e nas belas artes (artística ou escultural). Anatomia Patológica: estuda as alterações do estado normal dos órgãos quando o animal adoece ou seus componentes funcionam mal. Anatomia Teratológica: é o que estuda o desenvolvimento anormal, vícios de conformação compatíveis ou não com a vida. Ex: animal com duas cabeças. Anatomia do Desenvolvimento: estuda as fases pelas quais os organismos passam desde a concepção, o nascimento, a juventude, a maturidade até a idade avançada. A embriologia estuda o desenvolvimento do indivíduo desde a fecundação do oócito até o nascimento. Anatomia Filogenética: é o estudo das transformações da espécie no tempo. Por exemplo, o ancestral do cavalo possuía cinco dedos e o atual, apenas um. NOMENCLATURA ANATÔMICA Como toda a ciência, a anatomia tem sua linguagem própria. O conjunto de termos empregados para designação e descrição de um organismo ou suas partes denomina-se nomenclatura anatômica. Foi realizado em Paris, em 1955, um Congresso de Anatomia visando uma uniformização internacional da nomenclatura anatômica. Foi escrito em latim com a permissão de cada nação traduzi-la para sua língua.
  • 5. 5 Em 1968 foi publicado em Viena, pela Comissão Internacional de Nomenclatura Veterinária, sob responsabilidade da Associação Mundial de Anatomistas Veterinários, a Nomina Anatômica Veterinária (NAV); essa nomina é periodicamente revista, sendo a quarta em 1994, e tentaremos usá-la de forma permanente neste trabalho. E escrita em latim e pode ser traduzida para a língua do profissional que a emprega, por exemplo, o latim hepar torna-se fígado em português, higado em espanhol, liver em inglês, foie em Frances e leber em alemão. POSIÇÃO ANATÔMICA Para evitar o uso de termos diferentes nas descrições anatômicas, considerando-se que a posição pode variar, convencionou-se uma posição padrão (posição anatômica). Para os animais quadrúpedes, a posição anatômica é aquela em que o animal está com os quatro membros em estação (de pé) e alerta. Esta posição é diferente da posição anatômica humana. Quando descrevemos um órgão, não interessando se o cadáver está sobre uma mesa, por exemplo, sempre temos em mente a posição anatômica. EIXOS DOS CORPOS DOS QUADRÚPEDES: São linhas imaginárias traçadas no animal considerando sua inclusão no paralelepípedo. Os principais são: a) Eixo longitudinal – crânio-caudal – unindo o centro do plano cranial ao centro do plano caudal. b) Eixo vertical – dorso ventral – unindo o centro do plano dorsal ao centro do plano ventral. c) Eixo transversal – latero-lateral – unindo o centro do plano lateral direito com o centro do plano lateral esquerdo. PLANOS PARA O CORPO DOS ANIMAIS QUADRUPEDES: Plano é uma superfície, real ou imaginária, ao longo da qual dois pontos quaisquer podem ser unidos por uma linha reta. Na posição anatômica, o corpo pode ser delimitado por planos tangentes à sua superfície, formando uma figura geométrica, um paralelepípedo. Assim, têm-se os seguintes planos: 1) Plano Mediano: é o plano que divide o corpo em duas “metades”, direita e esquerda. 2) Planos Sagitais ou Paramedianos: são todas as secções do corpo feitas por planos paralelos ao mediano (corte sagital). 3) Plano Transversal: é o plano de secção perpendicular ao plano mediano no sentido dorso-ventral. 4) Plano Frontal ou Horizontal: é o plano de secção que divide o animal em dorsal e ventral, sendo que nos membros fala-se proximal e distal. Termos anatômicos gerais que indicam a posição (local) e direção das partes do corpo dos animais:  Cranial e Caudal – expressões usadas para indicar na direção ou maior aproximação da cabeça ou da cauda.  Dorsal e Ventral - na direção ou relativamente próximo ao dorso ou ao ventre (abdome) do animal respectivamente. O termo ventral nunca deve ser usado para membros.
  • 6. 6  Lateral e Medial- estrutura distante ou afastada do plano mediano ena direção ou relativamente próximo ao plano médio respectivamente.  Rostral – na direção ou relativamente próximo ao focinho (rostro-nariz) do animal, usado somente para cabeça.  Proximal e Distal- proximal relativamente próximo a raiz ou origem principal e distal afastado da raiz, utilizado para membros e cauda.  Interno e Externo; superficial e profundo – tem o significado usual dos termos.  Nos membros usamos para a mão – Dorsal e Palmar – e para o pé – Dorsal e Plantar – para designar características localizadas em cima ou abaixo dos membros. CONSTITUIÇÃO GERAL O corpo dos vertebrados tem como unidade anatomofuncional a célula. Um conjunto de células da mesma natureza forma um tecido. A união de tecidos diferentes forma um órgão. Diversos órgãos reunidos podem formar um sistema ou aparelho.
  • 7. 7 DIVISÃO DO CORPO DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS O corpo divide-se em cabeça, pescoço, tronco e membros. O esquema seguinte apresenta as principais partes do corpo: Cabeça Pescoço Tórax Tronco Abdome Pelvis Cintura Escapular Braço Divisão do Corpo Torácicos Antebraço Mão (palma e dorso) Membros Pélvicos ou Cintura Pélvica Pelvianos Coxa Perna Pé (planta e dorso)
  • 8. 8 2. OSTEOLOGIA GERAL Em sentido restrito e etimologicamente, é o estudo dos ossos. Em sentido mais amplo, inclui o estudo das formações intimamente ligadas ou relacionadas com os ossos, com eles formando um todo, o esqueleto. Podemos definir o esqueleto como o conjunto de ossos e cartilagens que se interligam para formar o arcabouço do corpo do animal e desempenhar várias funções. Por sua vez, os ossos são definidos como peças rijas, de número, coloração e forma variáveis e que, em conjunto, constituem o esqueleto. Funções do Esqueleto: O esqueleto desempenha várias funções vitais ao organismo do animal, como proteção para órgãos moles: coração, pulmões, sistema nervoso central...; sustentação e conformação do corpo; é um sistema de alavancas que movimentadas pelos músculos, permitem o deslocamento do corpo, no todo ou em parte; local de armazenamento de íons cálcio e fósforo (durante a gravidez, a calcificação é feita, em grande parte pela reabsorção destes elementos armazenados no organismo materno) e, finalmente, local de produção de certas células do sangue. Composição Química dos Ossos: os ossos são constituídos de matéria orgânica e inorgânica na proporção de 1:2 aproximadamente. A matéria orgânica proporciona ao tecido ósseo solidez e elasticidade e a inorgânica, a dureza natural. GELATINA.....................................................33,30% FOSFATO DE CÁLCIO.................................57,35% CARBONATO DE CÁLCIO.............................3,85% FOSFATO DE MAGNÉSIO.............................2,05% CARBONATO E CLORETO DE SÓDIO.........3,45% Estrutura dos Ossos: os ossos constam principalmente de tecido ósseo, mas considerados como órgãos, apresentam ainda periósteo, medula óssea, vasos e nervos. O tecido ósseo está formado por substância compacta densa, dentro da qual se acha disposta a substância esponjosa, menos densa, formando um emaranhado, que lembra até centro ponto, uma esponja marinha e está localizada nas extremidades dos ossos. O periósteo - é uma membrana fibrosa que reveste a superfície externa dos ossos, com exceção dos pontos onde há atrito (articulações) bem como nos locais de inserção de ligamentos e músculos. Mantém a capacidade osteogênica em adultos, sendo reativada no processo de reparação de fraturas. O endósteo - é uma fina membrana fibrosa que envolve internamente o canal medular dos ossos longos. A medula óssea – ocupa os interstícios dos ossos esponjosos e a cavidade medular dos ossos longos. Existem duas variedades de medula nos adultos: a vermelha e amarela. Nos animais jovens só existem a medula vermelha, mas após, ela é substituída na cavidade medular pela medula amarela. A medula vermelha contém vários tipos de células características e é uma substância formada de sangue, enquanto a amarela está constituída quase que totalmente de tecido adiposo. Vasos e nervos - os ossos de uma maneira geral são ricamente vascularizados e inervados. Os ossos, devido à função hematopoiética, ou pelo fato de se apresentarem com desenvolvimento lento e continuo, são altamente vascularizados. A artéria nutrícia penetra no forame nutrício para o interior do osso, distribuindo-se em sentido proximal e distal. As artérias
  • 9. 9 do periósteo penetram no osso, irrigando-o e distribuindo-se na medula óssea. Por esta razão, desprovido de seu periósteo, o osso deixa de ser nutrido e morre. MORFOLOGIA DOS OSSOS É uma classificação baseada na forma, tomando-se em consideração a predominância de uma das dimensões (comprimento, largura e espessura) sobre as outras duas. Assim, classificam-se em:  Ossos longos: neste caso o comprimento apresenta-se consideravelmente maior que a largura e a espessura e, apresentam sempre canal medular. Exemplos típicos são os ossos do fêmur, tíbia, úmero, rádio, ulna, etc. Os ossos longos apresentam duas extremidades (epífises), uma proximal e outra distal, bem como uma porção intermediária, o corpo (diáfise).  Ossos alongados: os ossos em que o comprimento é maior que a largura e espessura e não apresentarem canal medular. Exemplo: costelas.  Ossos planos: expandem-se em duas direções. São os que apresentam comprimento e largura equivalente. Ossos do crânio, como parietal, frontal, nasal e outros como escápula e o osso do quadril, são exemplos demonstrativos.  Ossos curtos: são aqueles que apresentam equivalência das três dimensões. Ex. ossos do carpo e tarso.  Ossos irregulares: apresentam uma morfologia complexa, não apresentam foram geométrica definida. Ex. as vértebras, esfenóide, temporais, etmóide, etc.  Ossos pneumáticos: apresentam uma ou duas cavidades, de volume variável, revestidos de mucosa e contendo ar. Estas cavidades recebem o nome de sinus ou seios. Os ossos pneumáticos situam-se no crânio. Ex. frontal, maxilar e esfenóide.
  • 10. 10  Ossos sesamóides: são encontrados dentro dos tendões, onde promovem uma mudança de direção sobre proeminências que exerceriam pressão e fricção excessivas sobre os tendões.  Ossos esplâncnicos: desenvolvem-se em órgãos moles, não se articulando com os demais ossos. Ex. ossos do pênis do cão e gato e osso cardíaco do coração dos ruminantes. Estrutura do osso plano Periósteo Substância compacta Substância esponjosa Substância compacta Periósteo Estrutura do osso plano craniano - diploë Periósteo Substância compacta Substância esponjosa Substância compacta muito densa Dura-máter meninge Estrutura do osso plano Periósteo Substância compacta Substância esponjosa Substância compacta Periósteo Estrutura do osso plano craniano - diploë Periósteo Substância compacta Substância esponjosa Substância compacta muito densa Dura-máter meninge Estrutura do osso longo Periósteo-lâmina fibrosa Cartilagem hialina Endósteo Metáfise ou Disco epifisário Substância esponjosaPeriósteo Substância compacta Endósteo Cavidade medular com medula óssea
  • 11. 11 DIVISÃO DO ESQUELETO O esqueleto resulta da armação dos ossos entre si, dividindo-se em:  Esqueleto Axial: é o eixo principal do corpo, formado pela cabeça, coluna vertebral, costelas e esterno.  Esqueleto Apendicular: está formado pelos membros torácicos e pélvicos.  Esqueleto Visceral: constam de ossos, desenvolvidos no parênquima de alguma víscera ou órgão, não se articulando com nenhum outro osso. Ex. o osso do coração bovino, do pênis do canino. O número de ossos em um esqueleto animal varia: - segundo a idade deste animal devido à fusão que ocorre das partes ósseas desde a origem até o nascimento e daí até a idade adulta. Os elementos ósseos que se originam separados no feto vão se unindo à medida que o animal se desenvolve até a idade adulta. - varia dentro de uma mesma espécie, principalmente no número de vértebras caudais. - varia dentro do esqueleto de um mesmo animal entre os dois antímeros. Ex: tarso do eqüino pode apresentar 6-7 ossos, e o carpo de 7-8 ossos. ACIDENTES ÓSSEOS As principais partes descritivas de um osso são as faces, bordas e ângulos. Definidas estas três expressões, podemos notar que a superfície externa dos ossos apresenta uma grande variedade de eminências, depressões e perfurações. Tanto as saliências como as depressões podem ser articulares ou não articulares. Saliências articulares Cabeça: segmento de esfera. Ex. do fêmur, da costela, do úmero, etc. Côndilo: segmento de cilindro. Ex. da mandíbula, do occipital, do temporal... Tróclea: segmento de polia. Ex. do fêmur, do talus, etc. Saliências não articulares Processo ou apófise: é um termo para designar eminência. Ex. processo odontóide do axis, processo espinhoso das vértebras. Tuberosidade ou protuberância: saliências mais ou menos obtusas. Ex. tuberosidade coxal e isquiática. Cristas: saliências estreitas e alongadas. Ex. parietal, facial, etc. Tubérculo: menos acentuado que a protuberância. Ex. do úmero. Trocanter: menos acentuada que uma tuberosidade mas mais que um tubérculo. Ex. fêmur, trocanter maior, menor e terceiro trocanter.. Espinhas: saliências mais ou menos pontudas. Ex. tibial, nasal, etc. Linhas: espécie de cristas, pouco elevadas e pouco salientes. Ex. da tíbia. Depressões articulares Cavidade Cotilóide: forma esferóide, oca e profunda. Ex. das vértebras cervicais. Cavidade Glenóide: forma ovóide, oca, rasa. Ex. da escápula. Depressões não articulares Hiato: abertura de contorno irregular. Ex: hiato rasgado na base do crânio. Forame e Orifícios: abertura de contorno regular. Ex. forame magno do occipital. Fossa: escavações extensas, largamente abertas. Ex. na escápula.
  • 12. 12 3. ARTROLOGIA GERAL As articulações ocorrem entre ossos, entre cartilagens ou entre ossos e cartilagens. Classificam-se em: articulação fibrosa (sinartrose), Articulação cartilaginosa (anfiartrose) e Articulação sinovial (diartrose). Articulação Fibrosa: o elemento de união é o tecido fibroso, são junturas fixas ou imóveis, não apresentam cavidade articular e são temporárias. Podem ser: - SUTURA: entre os ossos da face, sendo serrátil, plana ou escamosa. - SINDESMOSE: entre os metacarpos, metatarsos e rádio e ulna. - GONFOSE: entre os dentes e os alvéolos dentários. Exemplos no eqüino: a cabeça do fêmur articula- se no acetábulo (depressão articular – cotilóide)
  • 13. 13 Articulação Cartilaginosa: meio de união tecido cartilaginoso, tendo muito pouca mobilidade. Pode ser: - SINCONDROSE: meio de união é cartilagem hialina. Ex: esterno. - SÍNFISE: meio de união é uma fibrocartilagem. Ex: sínfise pélvica ou entre os corpos das vértebras. Articulação Sinovial: são as junturas móveis ou verdadeiras. Apresentando elementos constantes: superfície, cartilagem, cavidade e cápsula articulares; e elementos inconstantes: ligamentos (podendo ser intra ou extra capsulares), discos e cartilagem marginal. As junturas sinoviais podem ser classificadas conforme o movimento que realizam: - GINGLIMO: articulação uniaxial, realizando movimentos de flexão e extensão. Ex: articulação do cotovelo. B - TROCÓIDE: também é uma articulação uniaxial, deslizamento de um pino sobre uma superfície. Ex: articulação entre o áxis e atlas. C - ESFERÓIDE: articulação multiaxial realiza todos os movimentos em todas as direções. Ex: articulação entre cabeça do fêmur e o acetábulo. G - PLANA: realizam pequenos movimentos de deslizamento. Ex: entre os ossos do carpo ou tarso.
  • 14. 14 4. MIOLOGIA GERAL É a parte da anatomia que estuda os músculos, e estes por sua vez são órgãos capazes de contração devido a um estimulo do sistema nervoso central. Os músculos são elementos ativos dos movimentos, pois os tornam possíveis e, além disso, unem a parte óssea e determinam a postura do esqueleto. Nos organismos multicelulares, as células musculares possuem as propriedades de condutividade e contratilidade. Os músculos são classificados em: músculo liso, músculo estriado cardíaco e músculo estriado esquelético, sendo que todos apresentam a mesma origem embrionária. As células musculares são alongadas, apresentam uma grande quantidade de mitocôndrias (estruturas responsáveis pela respiração celular) e de elementos contráteis, que são os miofilamentos. Um conjunto de células musculares forma a fibra muscular. Histologicamente existem termos usados exclusivamente para células musculares como: sarcolema (membrana plasmática), sarcoplasma (citoplasma) e sarcossomos (mitocôndrias). 1) MUSCULO LISO - Contratilidade lenta - Coloração vermelha pálida - Realizam movimentos involuntários - Estão presentes em vísceras, vasos sanguíneos, folículos pilosos. - Apresentam um núcleo central, que quando contraído fica com formato de saca rolha.
  • 15. 15 2) MUSCULO ESTRIADO CARDÍACO uem ritmo coordenado pelas fibras de Purkinje (células musculares cardíacas odificadas) TRIADO ESQUELÉTICO ápida e transversais to Músculos motores .1) Componentes do músculo estriado esquelético: além de serem altamente resistentes e tem a função de prender o músculo ao tecido conjuntivo. o. culares ndomísio: tecido conjuntivo que envolve cada fibra muscular. branas de tecido conjuntivo que separam os músculos uns dos outros e os firmam na ropriamente Dita: podendo ser superficial (junto a pele) ou profunda (entre os - Realiza movimento involuntário - Células poss m 3) MUSCULO ES - Fibras estriadas - Contratilidade r - Avermelhados - Estrias longas - Voluntários - Revestem o esquele - 3 *Porção média VENTRE Parte ativa - contrátil *2 extremidades: Cilíndricas ou fita TENDÃO Lâminas APONEUROSES Origem é fixa Inserção é móvel Nos membros a origem é proximal e a inserção distal VENTRE: fibras musculares vermelhas TENDÃO OU APONEUROSE: são compostos de tecido fibroso denso, são esbranquiçadas e brilhantes, esqueleto. 3.2) Considerações sobre o músculo esquelético: - fibra muscular: é um composto de várias células musculares unidas por - esse tecido conjuntivo é dividido em: epimísio, perimísio e endomísi Epimísio: tecido conjuntivo que envolve todo o músculo esquelético Perimísio: tecido conjuntivo que envolve um feixe de fibras mus E 3.3) Fáscia muscular: - São mem posição. - Tipos de fáscia: 1. Fáscia P músculos).
  • 16. 16 2. Fáscia Muscular: tendão (formado de tecido colágeno) ou aponeurose de inserção 4. Inscrições Tendinosas: subdividem o mesmo músculo, aumentando a sua resistência. músculos estriados esqueléticos: - 500 músculos. O: água 75%, proteínas 18%, carboidratos, gorduras, sais minerais e outros – flexores: 3. Ligamentos Anulares ou Retináculos: prendem os tendões. 3.4) Outras considerações sobre os - VOLUME: extremamente variável - PESO: em torno de 50% do peso corporal - NÚMERO: também variável, dependendo da espécie, eqüino com + - SITUAÇÃO: quase todos pares, exceto: diafragma e esfíncter anal. - CONSTITUIÇÃ compostos 7%. - ARQUITETURA DA FIBRA: fusifor - AÇÃO MUSCULAR: 1 – adutor: aproxima do meio, 2 – abdutor: afasta do meio, 3 me, unipenado, bipenado e pluripenado. 1 2 3 4 flexiona uma ou mais articulações, 4 – extensores: estende uma ou mais articulações.
  • 17. 17 ** Músculos com fibras longas realizam muito movimento, mas tem pouca força e, riais. Estes são fusos neuromusculares N) e órgãos tendinosos de golgi (OTG). FN: informam ao córtex sobre o estiramento vel a bre ida utânea movem a pele. Exemplo: músculo cutâneo (“espanta mosca”). plo esfíncter e orbicular. QUANTO AO NÚMERO DE TENDÕES DE ORIGEM: CABEÇAS, podendo ser bíceps (duas abeças), tríceps (três cabeças) ou quadríceps (quatro cabeças). músculos com fibras penadas realizam muita força, mas com movimentos limitados. Para produzir movimento o músculo deverá cruzar pelo menos uma articulação. - VASCULARIZAÇÃO E INERVAÇÃO: para o músculo executar trabalho precisa de energia, e para isso deve apresentar um extenso leito vascular, sendo que músculos ativos são corados e os músculos atrofiados são pálidos. Os nervos que se dirigem aos músculos podem originar-se de várias partes da medula espinhal, sendo que uma vez destruído o suprimento nervoso o músculo entra em atrofia. Os músculos recebem o comando do movimento através do corno ventral da medula espinhal, e nos músculos existem receptores senso (F ocid de de alteração. OTG: informam ao córtex so de de alteração. (comprimento) da fibra muscular e sua a tensão nos tendões e sobre essa veloc ** Novas fibras musculares não são manho através do pode aumentar pela eposição de gordura. . Exemplo: músculo tríceps braquial, inervado pelo nervo radial e músculo formadas após o nascimento. ** Aumento do ta exercício. ** O peso corporal d ** O reparo do músculo é por substituição de tecido conjuntivo. - QUANTO A FUNÇÃO MUSCULAR: AGONISTA: músculos que produzem determinado movimento e ANTAGONISTAS: oposição ativa a determinado movimento. Grupos de músculos antagonistas são normalmente supridos por nervos diferentes bíceps braquial, inervado pelo nervo musculocutâneo. ** Determinados músculos por associação com a fáscia superficial e com ancoragem c - QUANTO A DIREÇÃO DAS FIBRAS: retilíneo ou curvilíneo, exem - QUANTO AO NÚMERO DE VENTRES: monogástrico (apenas um ventre), digástrico (com dois ventres) e poligástricos (com mais de dois ventres). - c
  • 18. 18 ESQUELETO AXIAL (base do estudo: eqüino) OSSO TENDÃO BOLSA SINOVIAL - OUTRAS ESTRUTURAS: Bolsa e bainha sinoviais tem a função de facilitar a movimentação. Linha Alba é um cordão fibroso, segue a linha mediana, desde cartilagem xifóide até sínfise púbica e é ponto de inserção para os músculos abdominais. Canal inguinal é uma passagem oblíqua da parte caudal da parede abdominal que se inicia no ânulo inguinal profundo e termina no ânulo inguinal superficial. Na fêmea: TENDÃO BAINHA SINOVIAL BAINHA FIBROSA vasos pudendos externos, ramos dos nervos ilioinguinal e genitofomoral e ligamento redondo do útero (cadela). No macho: cordão espermático, túnica vaginal, músculo cremaster, artéria pudenda externa, vasos linfáticos e ramos dos nervos ilioinguinal e oral.genitofom 5 5.1 CABEÇA OSTEOLOGIA É a porção elevada e anterior das espécies domésticas, estando em posição normal. Está dividida em crânio e face. CRÂNIO: é a porção mais caudal, está dividido em porção basal e porção dorsal. Porção basal: lembra a continuação da coluna vertebral, estando formado pelos seguintes ossos: o s ossos: parietais, interparietais, frontais e interparietais. oral e restante da cabeça, é constituída pelos ossos: nasais, lacrimais, axilares, vômer, pterigóides, hióide, zigomáticos, incisivos, cornetos, palatinos e mandíbula. occipital, esfenóides, etmóide e temporais. Delimita a cavidade craniana. Porção dorsal: forma o teto e parte das paredes laterais da cavidade craniana, compreendend o FACE: forma a porção m OSSOS DO CRÂNIO 1) OCCIPITAL É o mais caudal dos ossos do crânio. Côndilos do occipital – se articulam com o atlas (1ª vértebra cervical) l. Protuberância occipital externa – situada na linha média. o em três partes: corpo, asas rbitais. Apresenta um espaço revestido de mucosa, seio do esfenóide. Forame magno – localizado entre os côndilos, serve de entrada para medula espinha Crista nucal Processos paracondilares ou jugulares ou paramastóides– ao lado dos côndilos. 2) ESFENÓIDE Tem o formato semelhante a uma borboleta. Encontra-se dividid temporais e asas o
  • 19. 19 Corpo amente liso. Internamente encontramos os seguintes acidentes ósseos: sela ipofisária – onde se acomoda a glândula hipófise. sas orbitais e a face. Apresenta a crista gali e a lâmina crivosa. o em: e: cesso temporal do zigomático e forma o arco ca; - côndilos: articula-se com os côndilos da mandíbula. ) Porção petrosa – tem a forma de uma pirâmide. Acidentes: terno e externo rtes laterais do teto da cavidade craniana. xternamente: crista parietal externa ietal interna e impressões dos giros cerebrais. . AL presenta a protuberância occipital externa. Seu tamanho e visualização são variáveis de écie. – é extrem túrcica e fossa h Asas temporais A 3) ETMÓIDE Está localizado no limite entre o crânio 4) TEMPORAIS Localizados de cada lado da cavidade craniana. Está subdividid a) Porção escamosa – externament - processo zigomático do temporal: une-se ao pro ou ponte zigomáti b meato acústico in bolha ou bula timpânica – aloja a orelha interna processo hióideo 5) PARIETAIS Os parietais formam as pa E Internamente: crista par Nos ruminantes: não entra na formação do teto da cavidade craniana, constitui a parte dorsal da parede caudal do crânio 6) INTERPARIET A acordo com a esp OSSOS DA FACE 1) FRONTAIS Estão no limite entre o crânio e a face. rocesso zigomático do frontal. o teto da cavidade craniana e apresenta o processo cornual. lateral da face. Apresenta: cavidades ou alvéolos para dentes pré-molares e olares superiores. rocesso palatino: projeta-se medialmente formando a maior parte do palato duro. Seios do axilar: são espaços entre duas lâminas ósseas, cobertas por mucosa, e preenchidos por ar. os ruminantes: não apresenta crista facial. Externamente: p Internamente: seio do frontal. Nos ruminantes: ocupa todo 2) MAXILAR Situam-se na porção Face Externa: crista facial. Face nasal: forma a maior parte da parede lateral da cavidade nasal. Alvéolos dentários: apresentam seis grandes m P m N
  • 20. 20 3) VÔMER cavidade nasal. É constituído por uma lâmina que forma rostralmente uma ralmente como se fossem orelhas de gato se articulando com os ossos palatino, esfenóide e pterigóide. ) PTERIGÓIDE seas encurvadas que se articulam com os ossos palatino, São ossos mais rostrais da face. Articula-se com os ossos nasais, maxilares e vômer. Apresenta: ofundos para os dentes incisivos superiores. 7) ZIGOMÁTICOS OU MALAR ossos lacrimais dorsalmente, com os maxilares rostral e ventralmente, e com da órbita e se estendem rostralmente sobre a face até o maxilar. Articula-se com os ossos frontal e nasal, dorsalmente e com o zigomático e maxilar, . Apresenta o tubérculo lacrimal e a fossa lacrimal. Forma juntamente com o processo asal do osso incisivo a chanfradura naso-incisiva – semelhante ao eqüino. audal é pontiaguda. ero de 2 has nasais dorsais estão Meato nasal dorsal: é o espaço entre a concha nasal dorsal e o teto da cavidade nasal. é o espaço entre as conchas nasais dorsal e ventral. Está localizado na canaleta, onde se encaixa a cartilagem do septo nasal. Caudalmente se expande late 4) PALATINOS Estão situados em ambos os lados das coanas e formam a porção caudal do palato duro. 5 É o menor osso da face. São lâminas ós esfenóide e vômer. Formam parte das paredes laterais das coanas. Nas demais espécies os processos ganchosos são menores. 6) INCISIVOS OU PRÉ -MAXILAR Alvéolos: apresentam três alvéolos pr Processos palatinos: formam a porção rostral do palato duro. Nos ruminantes: não apresentam os alvéolos para os dentes incisivos superiores. Articula-se com os o temporal caudalmente. Apresenta o processo temporal do zigomático e, na sua porção ventral, a crista facial. 8) LACRIMAIS Estão localizados na porção rostral ventralmente Nos ruminantes: não apresenta o tubérculo lacrimal. A fossa para o saco lacrimal é pequena e bem próxima do contorno da órbita. 9) NASAIS Formam a maior parte do teto da cavidade nasal. Articula-se com os ossos incisivo, maxilar, lacrimal e frontal. Possui um contorno triangular alongado, com a extremidade caudal alargada e a extremidade rostral pontiaguda. Face externa: é lisa e convexa transversalmente. Face interna (nasal): é lisa e côncava. Aproximadamente no seu centro apresenta a crista etmoidal que serve de sustentação da concha nasal dorsal. n Nos ruminantes: é bem menor, extremidade c Suínos: nesta espécie na extremidade rostral da cartilagem do septo nasal entre os ossos nasal e incisivo apresenta o osso rostral (osso do focinho do porco). 10) CONCHAS NASAIS OU CORNETOS São ossos em forma de cartuchos localizados no interior da cavidade nasal, são em núm pares (ventral e dorsal) que estão separados pelo septo nasal. As conc fixadas nas cristas etmoidais dos ossos nasais e as ventrais nas cristas conchais dos maxilares. Meatos - são os espaços existentes entre os cornetos e são: Meato nasal médio:
  • 21. 21 Meato nasal ventral: é o espaço entre a concha nasal ventral e o assoalho da cavidade nasal. Meato comum: é o espaço entre as conchas e o septo nasal. 11) MANDIBULA É o maior osso da face e é ímpar, pois as duas metades se fusionam quando o animal apresenta ao redor de dois meses de idade. Consiste de um corpo e dois ramos verticais e dois ramos horizontais. Corpo: é a porção horizontal espessa e apresenta os dentes molares. Ramos verticais: a face lateral é côncava e apresenta linhas rugosas para inserção do músculo l por meio de um disco na face medial o forame mandibular. amos horizontais: apresenta os alvéolos dentários para os dentes molares e pré-molares e mais ara os dentes incisivos inferiores e o forame mentoniano. si. Dividido em * Seios Paranasais: são cavidades dentro de alguns ossos da cabeça preenchidas por ar. Elas ão revestidas internamente por uma membrana mucosa e se comunicam com cavidade nasal. masseter. A extremidade articular é composta pelo processo coronóide rostralmente, e pelo côndilo, caudalmente, que se articula com a porção escamosa do tempora ou menisco articular. A união da (ramo horizontal) com o ramo vertical é espessa e denominada de ângulo da mandíbula. Observa-se R rostralmente p Nos ruminantes: as duas metades não se fundem completamente mesmo na idade avançada, portanto, existe sínfise mandibular. 12) HIOIDE É conhecido vulgarmente por osso da língua. Está situado entre os ramos da mandíbula caudalmente. É constituído por diversas peças ósseas que se articulam entre hastes maiores, menores, tireóideas e processo lingual. Nos ruminantes, entre as hastes maior e menor, encontramos a haste intermediária. O processo lingual do eqüino é longo e pontiagudo, sendo que no bovino tem formato de botão. O hióide se articula com o crânio através da haste maior, a qual se conecta com o processo hióideo da porção petrosa do temporal. * s Ruminantes – divertículo cornual: continuação direta do seio frontal para dentro do processo cornual em ruminantes aspados. Estão presentes nos ossos frontal, esfenóide e maxilar.
  • 22. 22
  • 23. 23 ARTROLOGIA A mais comum é a articulação fibrosa do tipo sutura, havendo uma articulação cartilaginosa do tipo sincondrose entre os ossos esfenóide e occipital (articulação esfenooccipital) e entre os ossos temporal e hióide (articulação temporohioidéia). Na cabeça apenas uma articulação é classificada como sinovial, sendo a única articulação móvel da cabeça, do tipo gínglimo, entre os ossos temporal e mandíbula (articulação temporomandibular – ATM). Desenho esquemático da ATM do eqüino: Superfícies articulares: Côndilo da mandíbula (13) Fossa mandibular Côndilo do temporal (9) Disco articular (13) Ligamentos: lateral (8) e caudal (10 e 11).
  • 24. 24 MIOLOGIA Na cabeça há a musculatura mímica e a mastigatória, que são inervadas por nervos provenientes do sistema nervoso central, chamados de nervos cranianos. Músculos principais: Musculatura Mímica e superficial: - elevador nasolabial: dorsal e caudal as narinas. 1 - elevador do lábio superior. 2 - canino: dilata as narinas. 3 - orbicular do olho: ao redor dos olhos. 4 - bucinador: músculo das bochechas. 5 - orbicular da boca: ao redor dos lábios. 6 - zigomático: atravessa a face indo até a comissura labial. 7 Musculatura Mastigatória: - masseter: maior de todos, tem a função de fechar a boca. 8 - temporal: função de fechar a boca. 9 - pterigóideo medial: fechar a boca. - digástrico: abrir a boca. - milioideo: fecha os ramos horizontais da mandíbula. 9 4 1 78 2 3 5 6 5.2 COLUNA VERTEBRAL OSTEOLOGIA Formada de ossos irregulares que se estendem desde a cabeça até a extremidade da cauda. A coluna vertebral forma o eixo principal do corpo, dividido em região cervical, torácica, lombar, sacra e caudal.
  • 25. 25 Vértebras: os caracteres gerais são os encontrados em todas as vértebras e servem como meio de diferenciação destas com os demais ossos do esqueleto. Todas as vértebras apresentam caracteres básicos, que são: 1. Corpo – colocado ventralmente a vértebra, é representado por um segmento cilíndrico, apresentando na face cranial uma cabeça articular e na face caudal, uma cavidade cotilóide. 2. Forame – situado imediatamente por cima do corpo e limitado lateral e dorsalmente por um arco ósseo, onde se encontram os outros elementos da vértebra. 3. Arco – constitui a porção dorsal da vértebra e formará o teto do canal vertebral. 4. Processo espinhoso – é a parte do arco ósseo que se situa medianamente sobre o arco, acima do forame vertebral. Dirige-se para cima sob a forma de uma longa espinha. 5. Processo transverso – são dois prolongamentos laterais que se projetam transversalmente. 6. Processos articulares – divididos em craniais e caudais. REGIÃO CERVICAL Apresenta sete vértebras na maioria das espécies domésticas (exceto nas aves com 14 vértebras cervicais). As vértebras desta região não apresentam todos os elementos característicos. As características desta região são o corpo, o arco e a cabeça articular desenvolvidas. A 1ª e a 2ª são modificadas devido à função especial de suportar e movimentar a cabeça. Com exceção da 1ª são cubóides e maciças e mais longas que as vértebras das outras regiões. - Atlas: é a primeira vértebra. É formado por um arco dorsal, um arco ventral e um par de asas. As asas são expansões laterais que emergem de cada lado dos arcos. O atlas se articula cranialmente com os côndilos do occipital (articulação da nuca, movimento de afirmação) e caudalmente com o axis (movimento de negação). Apresenta 3 pares de orifícios: vertebral, alar e transverso. No bovino o último está ausente. - Axis: é a segunda vértebra. Cranialmente ao corpo encontra-se o processo odontóide e dorsalmente o processo espinhoso dorsal, em forma de crista. - a 3ª, 4ª e 5ª cervicais processo transverso com duas pontas (bicúspides) e uma crista ventral; - a 6ª vértebra cervical processo transverso com três pontas (tricúspide); - a 7ª vértebra cervical processo transverso com uma ponta (unicúspide), facetas articulares que juntamente com as facetas articulares da extremidade cranial da 1ª vértebra torácica, formam uma cavidade articular, destinada a cabeça do primeiro par de costelas. REGIÃO TORÁCICA A principal característica desta região é o comprimento do processo espinhoso, apresentando ainda, na extremidade cranial e caudal do corpo, facetas articulares para a cabeça das costelas. Na face ventral dos processos transversos apresenta facetas articulares para o tubérculo das costelas. REGIÃO LOMBAR A principal característica desta região é o comprimento dos processos transversos. No eqüino temos a articulação entre os processos transversos de L5 e L6, além de L6 com a região sacral, nas demais espécies isso não ocorre. REGIÃO SACRAL Formada por vértebras falsas ou imóveis. Durante a vida fetal as vértebras da região sacral são móveis. Logo após o nascimento, essas vértebras fusionam-se entre si formando o osso sacro. O sacro cranialmente apresenta um par de asas, que serve para articular-se com o osso do quadril (ílio). Projetando-se caudalmente as asas, temos o corpo. Encontramos dorsalmente os forames sacrais dorsais e ventralmente, os ventrais, além de 5 processos espinhosos . A junção da extremidade cranial do sacro com a face ventral forma um “lábio”,
  • 26. 26 denominado de promontório, sendo ele utilizado como ponto de referência em obstetrícia. Nos bovinos o osso sacro é mais encurvado, os forames são maiores e os processos espinhosos são unidos dorsalmente, formando uma crista dorsal. REGIÃO CAUDAL No inicio da série apresentam-se com todos os elementos perfeitamente evidenciados. A partir da 3ª ou 4ª vértebra, vão desaparecendo as características gerais de vértebra típica, sendo que do meio para o fim da série, apresentam somente corpo. Fórmula Vertebral: é a maneira mais simplificada de se expressar graficamente o número de vértebras das diversas regiões. O número é constante dentro de uma espécie, variando apenas a região caudal. Toma-se a letra inicial da região seguida pelo número de vértebras desta. Equino C 7 T 18 L 6 S 5 Ca 15-21 Bovino C 7 T 13 L 6 S 5 Ca 18-20 Ovino C 7 T 13 L 6 S 4 Ca 16-18 Suino C 7 T 14-15 L 6-7 S 4 Ca 20-23 cervical torácica lombar sacral caudal Atlas Axis Eqüino
  • 27. 27 Região lombar eqüino Região lombar bovino 5.3 COSTELA E ESTERNO OSTEOLOGIA COSTELA São ossos curvos, alongados, dispostos aos pares e que formam a parede lateral do tórax. Cada costela articula-se entre duas vértebras, dorsalmente, e se continua ventralmente, pelas cartilagens costais. O número de vértebras torácicas corresponde ao número de costelas. Apresentam-se divididas em três grupos: Costelas esternais ou verdadeiras: são aquelas que por sua extremidade ventral vão se articular com o osso esterno por meio de suas cartilagens costais. Geralmente são os primeiros pares. Costelas asternais ou falsas: são aquelas que por sua extremidade ventral são articuladas entre si, por meio das suas cartilagens costais. Constituem o arco costal. São todas aquelas que não são verdadeiras. Costelas flutuantes: são as que sua extremidade ventral termina livremente, não aderida a uma cartilagem adjacente. Encontrada no homem e suíno. Espaço intercostal: é o intervalo entre as costelas. Uma costela é constituída por um corpo e duas extremidades: figura A. Corpo: é a porção média da costela que se apresenta de forma arqueada. 1 Extremidade dorsal ou vertebral: apresenta cabeça, colo e tubérculo: - Cabeça: apresenta duas superfícies articulares que vão se articular com o corpo de duas vértebras adjacentes. 2 - Colo: é a porção estreita logo após a cabeça que une esta ao corpo. 3 - Tubérculo: apresenta uma superfície articular que se articula com a apófise transversa da vértebra de igual número de série. 4 Extremidade ventral: apresenta uma tira de cartilagem que dá continuação as costelas e denomina-se cartilagem costal. Pode se articular com o esterno (costelas esternais) ou com outra cartilagem adjacente por meio de tecido elástico para formar arco costal (costelas asternais). 5 ESTERNO É um osso segmentário situado na linha média que forma o assoalho da cavidade torácica e articula-se lateralmente com as cartilagens das costelas esternais. Consta de 6-8 segmentos ósseos (esternébras) unidas por cartilagens interpostas em animais jovens. É conhecido vulgarmente como o osso do peito. Ventralmente apresenta a crista esternal que é palpável no animal vivo.
  • 28. 28 - Manúbrio: extremidade mais cranial. A borda dorsal apresenta uma chanfradura que serve para articulação do primeiro par de costelas. Encontramos a cartilagem do manúbrio ou cariniforme (somente no cavalo). Serve de inserção para músculos do peito e pescoço. - Apêndice Xifóide: é uma cartilagem que se projeta caudalmente e serve para inserção de músculos. ** TORAX O esqueleto do tórax está formado na região dorsal pelas vértebras torácicas, lateralmente pelas costelas e cartilagens costais e, ventralmente pelo osso esterno. Apresenta uma forma de cone achatado lateralmente com abertura nas duas extremidades. O ápice é a abertura cranial e a base a abertura caudal. O tórax envolve e protege os órgãos torácicos. Entrada do tórax: é a mais estreita e é formada pela primeira vértebra torácica, primeiro par de costelas e pelo manúbrio. Saída do tórax: é a mais ampla e está formada pela última vértebra torácica, último par de costelas, arco costal, última esternébra e cartilagem xifóide. 4 2 3 Eqüino 1 Esternos com cartilagens costais articuladas e parte do corpo da costela cortado, vista lateral. A Bovino5
  • 29. 29 Legenda: 1- última vértebra cervical C7; 2 – segunda vértebra torácica; 3 – terceira costela; 4 – cartilagem costal da quarta costela; 5 – corpo das vértebras torácicas; 6 – processo espinhoso das vértebras torácicas; 7 – processo transverso das vértebras torácicas; 8 – forame intervertebral (passagem do vasos e nervos); 9 – cabeça da costela; 10 – tubérculo da costela; 11 – décima primeira costela; 12 – manúbrio, cartilagem cariniforme; 13 – esternebra, osso esterno; 14 – cartilagem xifóide; 15 – arco costal (formado pelas costelas asternais ou falsas); 16 – oitava vértebra torácica; 17 – espaços intercostais (quinto e décimo). Eqüino. ARTROLOGIA COLUNA VERTEBRAL As vértebras formam dois conjuntos de articulações, sendo um cartilaginoso, envolvendo a conexão direta dos corpos vertebrais (sínfise) e outra sinovial, entre as faces articulares dos processos articulares craniais e caudais. Associados a estas articulações, há ligamentos que unem os arcos e os processos. Os movimentos são de flexão dorsal, ventral e lateral e de rotação. A gama de movimentos em uma única articulação é pequena, mas o somatório dos movimentos é considerável. São mais livres na região cervical e caudal e limitado nas regiões torácica e lombar. Articulação atlanto-occipital: entre os côndilos do occipital e as duas cavidades articulares do Atlas. Tipo sinovial gínglimo, realizando flexão e extensão, movimento de afirmação. Também há a presença de ligamentos que reforça essa articulação. Articulação atlanto-axial: entre a fossa odontóide do atlas (ou sela túrcica) e o processo odontóide do Axis. A cápsula articular é frouxa e suficientemente ampla para permitir movimentos extensos e existem ligamentos que reforçam essa articulação. Tipo sinovial trocóide, realizando o movimento de negação e rotação.
  • 30. 30 1 2 Figura 1: vista ventral da articulação atlanto-occipital do eqüino, mostrando a cápsula articular negativo com látex. Figura 2: desenho esquemático da vista dorsal da articulação atlanto- axial do eqüino mostrando os ligamentos que vão do axis ao atlas. Articulação do corpo das vértebras: entre a cabeça de uma vértebra e a cavidade cotilóide de outra na região cervical. Nas demais regiões essa articulação ocorre entre os corpos vertebrais. Encontramos um disco articular intercalado entre as superfícies. É uma articulação do tipo cartilaginosa – sínfise. Disco intervertebral: são fibrocartilagens e ocupam o espaço entre os corpos de duas vértebras adjacentes. Cada disco consiste de um anel fibroso periférico e um núcleo pulposo. Ligamentos também reforçam essas articulações. ** Ligamento da Nuca: inicia na protuberância occipital externa dirigindo-se caudalmente sobre região cervical. Consiste de um ligamento elástico cuja função principal é auxiliar os músculos extensores da cabeça e do pescoço. Nos grandes animais se divide em funículo da nuca e lâmina da nuca. ** Ligamento supra-espinhal: é a continua do funículo da nuca sobre a região torácica até a região sacral, unindo os processos espinhosos das vértebras. COSTELA Apresenta uma articulação entre a cabeça da costela e as superfícies articulares das vértebras torácicas, sendo do tipo sinovial trocóide. E também uma articulação entre o tubérculo da costela e o processo transverso da vértebra correspondente. Vários ligamentos reforçam essas articulações.
  • 31. 31 MIOLOGIA DO PESCOÇO, TÓRAX E ABDOME 1 canino, 2 másseter, 4 esplênio, 5 trapézio cervical, 5’ trapézio torácico, 6 serrato ventral cervical, 6’ serrato ventral torácico, 7 grande dorsal, 8 esternocefálico, 9 e 10 braquiocefálico, 21 intercostais externos, 22 intercostais internos, 22’ e 29 oblíquo abdominal externo. - braquiocefálico 1 - esternocefálico 2 - trapézio cervical 3 - trapézio torácico 4 - esplênio 5 - serrato ventral cervical 6 - esternohioideo 10 - grande dorsal 11 - peitorais 14
  • 32. 32 - Músculos Abdominais: formam as paredes laterais os músculos: oblíquo abdominal externo, oblíquo abdominal interno e transverso abdominal; a parede ventral: músculo reto abdominal; a parede dorsal: vértebras lombares e os músculos lombares como o longo lombar (que é a continuação do longo torácico), que fica entre o processo espinhoso e transverso de cada vértebra; além deste, que se localiza externamente, internamente encontramos os músculos psoas, que correspondem ao corte comercial mais nobre que é o filé mignom (tem bastante gordura entre as fibras e quase não se movimenta, sendo por isso a maciez). 6 ESQUELETO APENDICULAR 6.1 MEMBRO TORÁCICO OSTEOLOGIA Os animais domésticos não possuem uma cintura escapular completa, ou seja, não apresentam os ossos clavícula e coracóide, apenas a escápula. Nas aves essa cintura escapular é completa e nos felinos encontramos um vestígio de clavícula. Os membros torácicos se - Diafragma: é um músculo ímpar que separa a cavidade torácica da abdominal, apresenta uma porção carnosa (6) e um centro tendinoso (4). As aves não apresentam esse músculo desenvolvido. O diafragma é perfurado por três aberturas: hiato aórtico (8), por onde passa a artéria aorta, veia ázigus e ducto torácico; hiato esofágico (9), por onde passa o esôfago e os nervos vagais dorsal e ventral; forame da veia cava caudal (15), por onde passa a mesma. - Músculo Cutâneo: recobre a região do abdome, tórax, braço, pescoço e face. A e B
  • 33. 33 articulam com o tronco por meio de músculos, tipo de articulação, esta chamada de sisarcose. O membro torácico é composto pelos seguintes ossos: escápula, úmero, rádio, ulna, carpo, metacarpo, falanges e sesamóides. ESCÁPULA É um osso situado lateralmente na porção cranial da parede do tórax. A face lateral acha-se dividida em duas fossas pela espinha da escápula. Na face medial apresenta uma fossa chamada de subescapular. A extremidade distal apresenta a cavidade glenóide, e esta se articula com a cabeça do úmero, formando a articulação do ombro. Na extremidade proximal encontramos uma cartilagem. Bovino: apresenta no final da espinha da escápula o acrômio. ÚMERO (braço) É um osso longo que se articula com a escápula proximalmente, formando a articulação do ombro e com o rádio e ulna distalmente, formando a articulação do cotovelo. Compõe-se de um corpo (diáfise) e duas extremidades (epífises). O corpo é irregular e tem a aparência de ter sofrido uma torção e apresenta uma saliência lateral chamada de tuberosidade deltóide. Na extremidade proximal temos caudalmente, uma cabeça articular e, craniolateralmente um tubérculo maior, que no eqüino apresenta um sulco bicipital (para o músculo bíceps braquial) dividido. A extremidade distal apresenta cranialmente, os côndilos (medial e lateral) e, caudalmente a fossa do olecrano. Bovino: apresenta na extremidade proximal um tubérculo maior mais desenvolvido e o sulco bicipital é único.
  • 34. 34 RADIO E ULNA (antebraço) RÁDIO: é o mais longo dos dois ossos do antebraço do eqüino. Articula-se proximalmente com o úmero, distalmente com o carpo e caudalmente com a ulna. O corpo (diáfise) é encurvado em toda a sua extensão. Entre os dois ossos existe o espaço interósseo. Extremidade proximal: apresenta uma superfície articular para os côndilos do úmero. Extremidade distal: apresenta facetas articulares para a fileira proximal do carpo. ULNA: é um osso longo reduzido, situado caudalmente ao rádio, com o qual está parcialmente fusionado no adulto, articulando-se também o úmero. Projeta-se proximalmente constituindo o olecrano que é a maior parte do osso e fica na lateral do rádio. Na borda cranial do olecrano encontramos uma projeção pontiaguda, denominada do processo ancôneo. Bovino: são menores e a ulna vai até a parte distal do rádio, apresentando o processo estilóide da ulna. Suíno: olecrano muito desenvolvido e a ulna é mais maciça e pesada que o rádio. CARPO (mão) É formado por um conjunto de ossos ordenados em duas fileiras, uma proximal e outra distal. A fileira proximal articula-se com o rádio no eqüino e, nas demais espécies com o rádio e ulna. A fileira distal se articula com os ossos metacarpianos. Fileira proximal: carpo radial, intermédio, ulnar e acessório (mais lateral e caudal). Fileira distal: composta de 3 ou 4 ossos, sendo o primeiro carpiano inconstante no eqüino e o terceiro o mais desenvolvido. Bovino: são 6 ossos apresentando na fileira distal apenas 2 ossos, pois há uma fusão entre o segundo e o terceiro carpiano. Suíno: são 8 ossos, sendo que na fileira distal teremos desenvolvido do segundo ao quarto carpiano. METACARPO No eqüino existem três ossos metacarpianos, sendo que somente um, o terceiro ou grande metacarpiano, é completamente desenvolvido e suporta o dedo, os outros (segundo e quarto) são muito reduzidos e são comumente chamados de pequenos metacarpianos. Apresenta dois côndilos distais e a superfície articular proximal é de formato oval. No bovino existem dois dedos desenvolvidos, terceiro e quarto, sendo o segundo e quinto vestigiais (possuem somente a porção córnea) e estão situados na face palmar da falange proximal, não se articulando com o restante do esqueleto.
  • 35. 35 No suíno existem quatro dedos desenvolvidos, mas apenas dois tocam o solo (terceiro e quarto metacarpianos). DEDO Constituído por: Falange proximal ou primeira falange: é o menor osso longo, na extremidade distal apresenta côndilos que se articulam com falange média e na extremidade proximal articula-se, na face palmar, com os ossos sesamóides proximais. Falange média ou segunda falange: está situada entre as falanges proximal e distal. É achatada no sentido dorso-palmar e sua largura é proporcional a altura. Falange distal ou terceira falange: acha-se envolvida pelo casco, com o qual se assemelha. Apresenta três faces: articular, parietal e solar. Sesamóides proximais: são em número de dois para cada metacarpiano (no bovino são 4), localizados na face palmar da articulação do grande metacarpiano com falange proximal. Sesamóide distal ou osso navicular (particular do eqüino): é um osso único, localizado na junção da falange média com a falange distal, articulando-se com ambas. É sempre um para cada dedo desenvolvido, exemplo bovino apresenta 2 distais e o suíno também, pois apenas 2 dedos encostam no solo. ARTROLOGIA SISSARCOSE: fixação da escápula na parede lateral do tórax por meio de músculo. 1) Articulação umeral ou do ombro: entre a cavidade glenóide da escápula com a cabeça do úmero. A cápsula é reforçada por ligamentos, que são de difícil visualização. É do tipo sinovial esferóide, realizando todos os movimentos possíveis. Reforçada pelo tendão do músculo bíceps braquial. 2) Articulação úmero-rádio-ulnar ou do cotovelo: entre os côndilos do úmero + cavidades glenóides do rádio+chanfradura semi-lunar da ulna. É do tipo sinovial gínglimo, apresenta ligamentos fortes e faz flexão e extensão.
  • 36. 36 3) Articulação do carpo: extremidade distal do rádio, ossos do carpo e extremidade proximal do metacarpo. Tipo sinovial gínglimo entre o radio e o carpo e entre o carpo e o metacarpo. Entre os ossos do carpo é do tipo sinovial plana. 4) Articulações metacarpo falangeana ou BOLETO: extremidade distal do metacarpo e extremidade proximal da falange proximal e sesamóides proximais. Os sesamóides proximais articulam-se com a face palmar da extremidade distal do metacarpo. Tem função de manter o dedo ereto, fazendo com que o animal sustente na extremidade distal do dedo. Tipo sinovial gínglimo. 5) Articulação interfalangeana proximal ou QUARTELA: entre a extremidade distal da falange proximal e a extremidade proximal da falange média. Sinovial do tipo gínglimo movimentos angulares. 6) Articulação interfalangeana distal ou CASCO: extremidade distal da falange média e superfície articular da falange distal e osso sesamóide distal (navicular no eqüino). Sinovial gínglimo. 4, 5 e 6 articulação do DEDO. ** Aparelho de Sustentação ou apoio da mão: formado por vários ligamentos que reforçam as articulações entre os metacarpianos, boleto, quartela e casco. Um dos mais importantes é o ligamento suspensório ou tendão interósseo, que passa no espaço interósseo dos metacarpianos (face palmar do dedo), nas laterias dos ossos sesamóides proximais, chegando na face dorsal do dedo no processo do extensor da falange distal. Três tendões também são importantes: tendão do músculo extensor digital, que passa na face dorsal; tendão do músculo flexor digital superficial e tendão do músculo flexor digital profundo, que passam na face palmar do dedo, sobre o ligamento suspensório. ** * * 1 2 1 ombro 2 cotovelo 3 mão 4 4 dedo 3 Boleto Quartela Casco
  • 37. 37 MIOLOGIA 1) Músculos que fixam o membro torácico ao tórax e pescoço: 5 trapézio cervical, 5’ trapézio torácico, 6 serrato ventral cervical, 6’ serrato ventral torácico, 7 grande dorsal, 9 e 10 braquiocefálico, 23 peitorais. 2) Músculos do braço: são músculos localizados na face lateral e medial da região da escápula e úmero. São músculos que fixam o ombro e o braço. 3) Músculos do antebraço: os que se localizam crânio-lateralmente são chamados de extensores e os que se localizam médio-caudalmente são chamados de flexores. Vista lateral do membro torácico esquerdo do eqüino: 1 cartilagem da escápula 2 espinha da escápula 4 músculo supraespinhal 5 músculo infraespinhal 6 músculo redondo menor 7 músculo deltóide 9 músculo tríceps braquial – cabeça longa 10 músculo tríceps braquial – cabeça lateral 11 músculo bíceps braquial 12 músculo braquial 13, 14 e 19 músculos extensores do antebraço
  • 38. 38 MTD eqüino MTD eqüino Vista medial do membro torácico direito do scápula maior cabeça medial fáscia antebraquial -20 músculos flexores do antebraço eqüino: 1 cartilagem da escápula 2 superfícies serratas da e 3 músculo subescapular 5 músculo supraespinhal 6 músculo redondo 7 músculo peitoral 8 músculo tríceps braquial – cabeça longa 9 músculo tríceps braquial – 10 músculo bíceps braquial 11 músculo coracobraquial 12 músculo tensor da 13 músculo braquial 17 .2 MEMBRO PÉLVICO6 STEOLOGIA ides. Está ligado ao esqueleto axial através do osso coxal que se articula com o osso acro. a rticula com a cabeça do fêmur. te. No ângulo medial situa-se a tuberosidade oposto. Apresenta em cada lado uma apresenta diferenças notáveis entre s dois sexos e entre as espécies quanto ao tamanho e forma. O É constituído dos ossos: coxal, fêmur, tíbia, fíbula, patela, tarso, metatarso, falanges e sesamó s COXAL Está unido ao longo da linha medi na ventral pela sínfise pélvica que por sua vez, é formada pelas sínfises púbica e isquiática. Compõe-se de três partes: ílio, ísquio e púbis que se unem para formar uma grande cavidade cotilóide, acetábulo, que se a Esses ossos se fusionam ao redor de um ano de idade no eqüino. Ílio – é a maior das três partes, situada dorsalmen sacral e no ângulo lateral, a tuberosidade coxal. Ísquio – forma a parte caudal da parede ventral ou assoalho da pelve óssea. A borda caudal é espessa e forma o arco isquiático, juntamente com o lado tuberosidade isquiática, que nos bovinos é tri facetada. Púbis – é a menor das três partes do osso coxal. Forma a parte cranial do assoalho pélvico. *** Pelve ou Cavidade Pélvica – a parede dorsal ou “teto” está formado pelo sacro e pelas primeiras três vértebras caudais e a parede ventral ou “assoalho” pelo púbis e ísquio. As paredes laterais são formadas pelos ílios e pelo ligamento sacrotuberal (sacrotuberal largo). A abertura cranial ou entrada é constituída, ventralmente, pela borda cranial do púbis e, dorsalmente, pela extremidade cranial do sacro (promontório). A pelve óssea o
  • 39. 39 FÊMUR É o maior e mais pesado dos ossos longos. Articula-se proximalmente com o acetábulo e distalmente com a tíbia e patela. Epífise proximal: é larga e consiste de cabeça e trocanter maior. A cabeça está colocada do lado medial e articula-se com o acetábulo, enquanto que o trocanter maior situa-se lateralmente. Epífise distal: é larga e está constituída da troclea cranialmente e dois côndilos caudalmente. A troclea consiste de duas cristas separadas por um sulco a qual se articula com a patela. Os côndilos estão separados por uma fossa profunda e se articulam com os côndilos da tíbia e meniscos da articulação do joelho. Na diáfise do fêmur observamos, lateralmente o terceiro trocanter (não está presente nos bovinos)e medialmente o trocanter menor. ** Patela – é um grande sesamóide largo que se articula com a troclea do fêmur.
  • 40. 40 TIBIA E FIBULA TÍBIA – é um osso longo que se articula proximalmente com o fêmur, distalmente com o tarso e lateralmente com a fíbula. O corpo é triangular proximalmente (apresentando a crista da tíbia, que é voltada lateralmente) e estreita-se na extremidade distal. A borda lateral é côncava e forma junto com a fíbula o espaço interósseo. Extremidade proximal apresenta dois côndilos que se articulam com os côndilos do fêmur através dos meniscos. Extremidade distal apresenta uma face articular que se adapta a tróclea do osso tarso-tibial e consiste de dois sulcos oblíquos separados por uma crista. No bovino esses dois sulcos são retos e também separados por uma crista. FÍBULA – é um osso longo, reduzido, situado ao longo do bordo lateral da tíbia. O corpo é uma haste delgada que forma o limite lateral do espaço interósseo. A extremidade proximal articula- se com o côndilo lateral da tíbia. No bovino a fíbula é um osso bem reduzido na lateral da tíbia. TARSO Compõe-se de 6 ossos no eqüino. Assim como no carpo se divide em fileiras. Na fileira proximal temos o tarso-tibial (talus, astrágalo), que se articula com a tíbia através de sua tróclea; e tarso fibular (calcâneo), que é o maior dos ossos do tarso e sua extremidade livre forma a tuberosidade calcanear (tuberosidade calcânea), onde se insere o tendão calcanear comum (de Aquiles). Na fileira média encontramos o osso central o tarso e na fileira distal temos a fusão do I + II tarsiano, medialmente; III tarsiano, maior e IV tarsiano, mais lateral. No bovino o tarso tem 5 ossos com algumas diferenças: o tarso tibial apresenta dupla tróclea; na fileira média o osso central fusionou-se com o IV tarsiano, formando o osso centro-quarto; e na fileira distal, plantarmente temos o I tarsiano e dorsalmente a fusão do II + III tarsiano (medialmente).
  • 41. 41 METATARSO É semelhante ao metacarpo, porém num mesmo animal são maiores e, o corpo do grande matatarsiano apresenta o contorno circular. Nos ruminates, na face médio-plantar da extremidade proximal, localiza-se um pequeno metatarsiano (vestígio do segundo dedo), e os desenvolvidos também são o III e IV metatarsianos. FALANGES E SESAMÓIDES São semelhantes ao membro torácico, porém deve-se substituir o termo palmar por plantar na descrição das características. ARTROLOGIA 1) Articulação Sacroilíaca: união óssea entre a coluna e o membro pélvico. As asas do sacro articulam com o osso ílio. Sinovial plana, com movimentos de deslizamento. Ligamento sacrotuberal largo: é uma extensa lâmina quadrilátera que completa a parede pélvica lateral. Bovino Eqüino A – metacarpo B - metatarso
  • 42. 42 2) Sínfise Pélvica: é a união ventral dos ossos coxais. Essa sínfise é formada pela união da sínfise isquiática e sínfise púbica. Nos machos ossifica-se precocemente. Normalmente a superfície ventral é saliente. Na fêmea ossifica-se tardiamente devido a reprodução. 3) Articulação do Quadril: articulação entre a cabeça do fêmur e acetábulo (cavidade cotilóide do quadril). Sinovial esferoidal, realizando todos os movimentos. 4) Articulação Fêmuro Tíbio Patelar ou JOELHO. É uma sinovial composta:  Articulação fêmuro-tibial: sinovial gínglimo. Côndilos do fêmur com côndilos da tíbia, entre eles, os meniscos articulares, sendo um medial e outro lateral. Apresenta dois ligamentos  Articulação fêmuro-patelar: tróclea do fêmur com a patela. Sinovial gínglimo.  Articulação tíbio-fibular proximal: sinovial plana.  Articulação tíbio fibular distal: cartilaginosa tipo sindesmose. 5) Articulação do Pé ou JARRETE: articulação tarso-crural: entre a tíbia distal e osso talus (entre a tróclea do talus e a superfície correspondente da tíbia) e extremidade proximal do metatarso. Sinovial do tipo gínglimo. Nesta articulação temos ainda a juntura entre as fileiras do tarso, formando a articulação intertársica (tipo sinovial plana) e a articulação tarso- metatársica. 6) Articulação do dedo: igual ao membro torácico (boleto, quartela e casco), apresentando também o mesmo aparelho de sustentação. Joelho, vista cranial Joelho, vista caudal Jarrete EQUINO MIOLOGIA Músculos da região glútea (região da garupa), coxa e perna. Os cortes comerciais mais apreciados estão no membro pélvico.
  • 43. 43 MPEMPE Vista lateral do membro pélvico esquerdo do eqüino: 2 glúteo médio 3 tensor da fáscia lata 4 glúteo superficial 5 bíceps femoral TENDÃO 6 semitendíneo CALCÂNEO 7 semimembranáceo 27 reto femoral 28 vasto lateral 9 flexor superficial dos dedos quadríceps femoral TENDÃO 10 gastrocnêmio CALCÂNEO 15 sóleo 11-14 e 20 loja cranio-lateral EXTENSORES Vista medial do membro pélvico direito do eqüino: 8, 9 e 10: músculos pssoas 12 tensor da fáscia lata 13 reto femoral 14 vasto medial 15 sartório (cortado) 16 pectíneo 17 grácil (cortado) 18 adutor 19 semimembranáceo 20 semitendíneo 21 – 32 loja médio-caudal FLEXORES MPD
  • 44. 44
  • 45. 7 ANATOMIA COMPARADA DO SISTEMA TEGUMENTAR É a capa protetora do corpo que se continua nos orifícios naturais com as mucosas dos tubos digestório, respiratório e urogenital. Sob o ponto de vista anatômico é formado por dois planos, o mais superficial, denominado pele e o mais profundo o tecido subcutâneo. É constituído da pele e seus anexos ou modificações da mesma, tais como pêlos, aspas, penas, lã e unhas. Contém ramificações periféricas dos nervos sensoriais e constitui, portanto um importante órgão sensorial. É o principal fator da regulação da temperatura corporal, e por meio de suas glândulas desempenha um importante papel secretório. Alguns de seus anexos córneos são utilizados como órgãos de apreensão ou de defesa. A pele serve como barreira anatômica entre o corpo do animal e seu meio, protege contra traumas microbiológicos, físicos e químicos e seus componentes sensoriais capacitam o animal a sentir calor, frio, dor, toque e pressão. Pele Estrutura da pele: A pele consta de duas camadas distintas, sendo uma mais superficial, epiderme e outra mais profunda de tecido conjuntivo, córion ou derme. EPIDERME: É um epitélio escamoso estratificado, não vascular e de grossura variável. Apresenta orifícios das glândulas cutâneas e dos folículos pilosos, e se divide em duas camadas, estrato córneo (camada superficial, dura e seca) e estrato germinativo (camada profunda, macia e úmida, que apresenta o pigmento chamado melanina). A epiderme é constantemente renovada, ou seja, as células do estrato córneo saem em formato de caspa, sendo essa perda compensada pelo estrato germinativo que se multiplica e vai para a superfície. A melanina protege os animais da radiação ultravioleta, além de dar cor aos mesmos. A falta de melanina é o albinismo, podendo ocorrer em animais e homens. Além do albinismo temos a doença chamada vitiligo ou leucodermia, ou seja, há o surgimento de manchas brancas na pele ou nos pêlos, não tem cura e está relacionada com as defesas imunológicas do indivíduo. No estrato córneo temos a queratina que dá origem às especializações epidérmicas como: unhas, cornos, cascos e pêlos. DERME OU CÓRION: Tem como principal função suportar e nutrir a epiderme e seus apêndices. Consiste de um arranjo de fibras colágenas e elásticas, sendo essas que puxam as bordas de uma ferida, deixando-a aberta. Tornam a pele flexível, capaz de voltar à forma primitiva após ser enrugada ou deformada. A derme é constituída de artérias, veias, capilares, linfáticos, glândulas cutâneas (sebáceas e sudoríparas), folículos pilosos, nervos e fibras musculares lisas. Nos animais domésticos é bastante espessa e constitui o couro. Tecido subcutâneo (hipoderme): Sua principal função é estocar gordura, atuar como isolamento térmico e suportar a derme e epiderme dando o contorno corporal. É formado de tecido conjuntivo frouxo que contém fibras elásticas, sendo que em cães e gatos a pele pode ser pinçada em grandes dobras. Em boa parte do corpo, o tecido subcutâneo está aderido ao músculo cutâneo ou platisma, que mexe a pele espantando parasitas como moscas. Regulação Térmica: as artérias formam uma série de redes dentro da derme. A variação no fluxo sanguíneo através da superfície dos vasos tem um importante papel na
  • 46. 46 regulação da temperatura. Quando a temperatura está elevada ocorre vasodilatação com perda de calor por irradiação superficial e indiretamente, favorecendo a atividade glandular com produção de suor. O suor produzido se espalha pela superfície cutânea e, ao ser evaporado, absorve calor baixando a temperatura da superfície corpórea. Ao contrario, quando a temperatura decresce, ocorre a vasoconstrição e diminuição nas perdas de calor. Órgão Imunitário: a pele é um órgão importante do sistema imunológico, pois ela alberga diversos tipos de leucócitos. Há linfócitos que regulam a resposta imunitária e desenvolvem respostas específicas como no caso de alergias ou parasitas. Funções Metabólicas: as funções metabólicas da pele são importantes, pois é aí que é produzida a vitamina D (reação dependente da luz solar) que é essencial para o metabolismo do cálcio e portanto na formação/manutenção saudável dos ossos. 1) estrato córneo Glândulas Glândulas sebáceas: As glândulas sebáceas situam-se na derme e os seus ductos geralmente desembocam na porção terminal dos folículos pilosos. Existem locais em que as glândulas sebáceas se abrem diretamente na pele como ânus, conduto auditivo, pálpebras (glândulas tarsais), pênis, prepúcio e lábios vulvares. Secretam uma substância chamada sebo, que protege contra a umidade e pode desempenhar importante papel na vida sexual dos animais. Na ovelha o sebo presente no pelego se chama lanolina. Funções da secreção sebácea: a) lubrifica e impermeabiliza a pele. b) dissemina o suor e diminui a perda de água. c) diminui a possível entrada de microorganismos d) serve como marcador territorial e) ferormônios, atrativos sexuais. Glândulas sudoríparas: São glândulas exócrinas tubulosas e enoveladas. Estão espalhadas por todo o corpo, apesar de esparsamente nos carnívoros e suínos, sendo muito desenvolvidas no cavalo e 2) estrato germinativo epiderme 3) derme 4) tecido subcutâneo
  • 47. 47 ausentes nas aves. São diferenciadas em glândulas sudoríparas apócrinas (perdem parte do seu citoplasma como parte da sua secreção, presente em quase todo o corpo dos animais e desembocam no folículo piloso) e glândulas sudoríparas merócrinas (apenas os produtos da secreção são eliminados, desembocam diretamente na superfície da epiderme, presente no homem e nos animais domésticos, encontra-se somente um pequeno número e, sobretudo, em locais que apresentam pouco ou nenhum pêlo). Existem as glândulas especiais, sendo, na maioria dos casos, uma mistura de sebáceas com sudoríparas, ex: glândulas da bolsa inguinal dos ovinos, glândula do corno dos caprinos, glândulas prepuciais no suíno e glândula da cauda de cães e gatos (chamada cauda de garanhão). Glândula sudorípara Anexos da pele: 1) Pêlos: Os pêlos são uma modificação da epiderme e uma característica dos mamíferos, são filamentos córneos elásticos, longos e finos oriundos da derme, apresentam-se como delgadas estruturas queratinizadas. Sua cor, tamanho e disposição variam de acordo com a raça e a região do corpo. Estão presentes em praticamente toda a superfície do corpo, com exceção de algumas regiões bem delimitadas. Os pêlos são estruturas que crescem descontinuamente, intercalando fases de repouso com fases de crescimento. Observa-se na derme feixes de músculo liso, dispostos obliquamente, que se inserem de um lado na bainha conjuntiva do folículo e de outro na camada papilar da derme. A contração desses músculos promove o eriçamento do pêlo, advinda deste fato o seu nome de músculo eretor do pêlo. A pigmentação do pêlo processa-se graças à presença de melanócitos, que se dispõem entre a papila e o epitélio da raiz do pêlo e fornecem melanina às células da raiz e córtex do pêlo, de maneira análoga à que ocorre na epiderme. A parte visível do pêlo sobre a superfície da pele é a haste, a extremidade do pêlo é denominada ápice do pêlo e a parte embutida dentro do folículo é a raiz. Tem como função isolamento térmico, podem cair em grande quantidade caracterizando a muda, ocorrendo mais na primavera e outono.
  • 48. 48 Tipos de pêlos: *Comuns: dá a coloração e a pelagem do animal, estando presente em maior parte do corpo. *Tácteis: são longos e grossos, ficando mais na cabeça, ao redor dos lábios, focinho e olhos. *Cílios: nas pálpebras. *Tragos: dentro das orelhas. *Vibrissas: dentro das narinas. *Cirros: são longos e grossos, nos eqüinos, localizados na região dorsal da cabeça, pescoço e cauda (crinas). *Cerdas: pelos espessos dos suínos. *Lã: finos e ondulados dos ovinos. Felino: pelos tácteis. Ovino: lã Canino: pelagem de proteção 2) Penas: É o anexo epidérmico característico das aves, são constituídas principalmente por queratina, cobrem o corpo das mesmas formando uma superfície contínua de
  • 49. 49 revestimento e que oferece alta resistência ao ar e impermeabilidade à água. As penas que cobrem o corpo, exceto as asas e a cauda, denominam-se tectrizes. As penas grandes das asas, com função propulsora, denominam-se remígea, e as penas grandes da cauda, que orientam o vôo, denominam-se rectrizes. As plumas, penugem leve e macia, cobrem quase todo o corpo da ave – inclusive debaixo das penas – servem para protegê-la das mudanças de temperatura e do impacto com o ar e com objetos durante a movimentação. Função das penas: proteção da pele e do corpo da ave contra choques mecânicos, físicos, agressões, chuva, raios solares e mudanças bruscas de temperatura. As penas finas, achatadas e sobrepostas das asas e da cauda formam superfícies para sustentar a ave durante o vôo. As aves aumentam o número de penas com a diminuição da temperatura. As penas de algumas aves se modificam em cor e forma durante a corte e o acasalamento, podendo produzir sons ao bater das asas sendo uma das formas de atrair as fêmeas. Normalmente os machos apresentam cores mais vivas em suas penas para atrair as fêmeas. Partes das penas: O eixo das penas é formado por duas partes (cálamo e ráquis), que juntas, formam o eixo da pena. O vexilo, que é a lâmina da pena, é a porção mais macia e constituída de barba e bárbulas. Tipos de penas: * Penas de contorno: Cobrem o corpo e auxiliam o vôo.
  • 50. 50 * Plumas: curtas e abaixo das penas de contorno, bárbulas sem ganchos e raque e conservam o calor. * Semiplumas: intermediárias entre as plumas e as penas de contorno, bárbulas sem ganchos, conservam o calor e dão flexibilidade para a movimentação das penas de contorno e ainda aumentam a flutuabilidade das aves aquáticas. * Filoplumas: barbas e bárbulas esparsas e na ponta da pena, associadas às penas mecanicamente ativas, são sensoriais auxiliando no controle do movimento. * Cerdas: penas de contorno modificadas não possuindo vexilos, localizam-se ao redor do olho com função de proteção, das narinas com função de filtrar a poeira do ar e no bico com função de captura de insetos. * Plumas de pó: são as únicas que crescem continuamente e nunca sofrem muda, as barbas da ponta se desintegram em um pó fino, é resistente à água e ajudam a preservar as penas. Crescimento das penas * Ocorre conforme a idade, espécie, dieta, entre outros fatores. * O crescimento de uma pena começa, com uma papila dérmica local, forçando para cima a epiderme sobreposta. A base deste primórdio de pena aprofunda-se em uma depressão circular, o futuro folículo, que manterá a pena na pele. As células epidérmicas mais externas do primórdio formam uma bainha lisa cornificada, chamada periderme, dentro da qual outras câmaras epidérmicas dispõem-se em costelas paralelas, uma maior mediana formando a futura ráquis e as outras produzindo as barbas. * O pigmento para a coloração é depositado nas células epidérmicas durante o crescimento no folículo. Quando o crescimento termina, rompe-se a bainha e é retida por alisamento com o bico, aí a pena distende-se em sua forma completa. * A coloração variada das penas resulta principalmente de pigmentos depositados durante o crescimento e características estruturais que causam reflexão e refração de certos comprimentos de onda, cores estruturais. O conjunto de todas as penas de uma ave é chamado de plumagem.
  • 51. 51 Mudas das penas Ocorrem periodicamente sendo um processo gradual e ordenado. Substituem as penas desgastadas, promovem a higiene da ave e fornecem plumagem para a corte. Geralmente ocorrem duas mudas de pena por ano. O macho tem as penas mais pigmentadas e geralmente maiores, pois são eles que normalmente fazem a corte. A muda não pode prejudicar as funções normais das penas, no entanto ela requer alta demanda de energia. Periquitos: aves com penas. Pavão: aves com plumas, macho que é colorido. Glândula uropigiana: Com exceção da ema e do avestruz todas as aves apresentam uma glândula na região do uropígeo, próxima a cauda chamada uropigiana ou glândula uropígea ou de óleo. Essa glândula é mais desenvolvida nas aves aquáticas e, devido a ela, essas aves não afundam. As aves usam o bico para espalhar o óleo sob as penas, criando assim uma camada impermeabilizante, evitando que o animal se molhe. Por isso estão sempre com as penas secas e brilhantes. Os anatomistas consideram esta como a única glândula cutânea que as aves possuem. A glândula uropígea é comparada as glândulas sebáceas dos mamíferos e seu óleo tem uma coloração branco-amarelada com composição química variante entre cada espécie. Seu odor ”sui-generis” podendo ser considerado como fétido. Durante o ciclo reprodutivo o odor se torna mais ativo o que levou alguns zoólogos a estudar a influência dos hormônios gonadais sobre a glândula de óleo. Eles concluíram que os esteróides ativam esta glândula, regulando seu funcionamento. Nos gansos ela pode alcançar o máximo de desenvolvimento na época de procriação. A glândula uropigiana é maior no macho que na fêmea e é mais desenvolvida nas aves aquáticas, possivelmente pelo fato de que essas aves passam muito tempo sob a água necessitando de maior proteção para sua plumagem. Alguns fisiologistas acreditam que a secreção uropigiana é responsável pelo brilho e beleza da plumagem, e que a glândula é um elemento de importância no metabolismo da vitamina D, participando no aproveitamento dessa vitamina pelo organismo. A patologia da glândula uropígea é ainda pouco estudada, sendo mais freqüente a uropigite ou inflamação do uropígeo que ocorre principalmente nos pássaros e palmípedes (aves que apresentam os dedos dos pés unidos por membrana). As ectoparasitoses também podem causar uropígite. Nas grandes infestações por piolhos a ave pode ferir a glândula com o bico ao se coçar em virtude do grande prurido que estes parasitas causam. A inflamação é, geralmente, acompanhada da obstrução do ducto excretor.
  • 52. 52 Ema: sem glândula uropigiana. Pelicano: glândula bem desenvolvida 3) Cornos e chifres Cornos Os cornos são estruturas ósseas que se projetam anualmente dos ossos frontais do crânio, ocorrendo somente no macho (exceto na rena). São encontrados mais facilmente na família dos cervídeos. O crescimento dos cornos é regulado através de hormônios (época de procriação) e também em certos casos através do comprimento do dia. Os machos usam os cornos na estação de procriação em interações sociais de competição pelas fêmeas. No inverno, o estimulo do hormônio pituitário de crescimento do corno diminui, pelo fato do comprimento de dia encurtar resultando em uma perda de cálcio no ponto de conexão do corno. Com isso o corno poderá cair. No início do crescimento, os cornos são cobertos com pele e por um pêlo fino, que contêm vasos sanguíneos e nervos. Na seqüência o osso esponjoso nas extremidades externas é substituído por um osso compacto, enquanto os centros deles são preenchidos de tecido esponjoso e lamelar, e medula óssea. Quando o pêlo “morre”, ele é em parte retirado pelos animais ao esfregarem os cornos contra a vegetação, ficando então com aspecto manchado. Chifres Os chifres são estruturas não ramificadas, permanentes e que se projetam dos ossos frontais. Ocorrem tanto no macho como na fêmea nos bovídeos, com exceção nas fêmeas de espécies menores. Os chifres são freqüentemente usados por machos nas lutas e as exposições durante temporada de reprodução. Em machos são mais grossos na base e suportam mais força. Nas fêmeas são mais retos e finos. Os chifres são compostos de um cório, coberto com uma envoltura de queratina, e em algumas espécies nunca parando o seu crescimento. Os chifres no nascimento são como pequenos caroços de cartilagem debaixo da pele, em cima do crânio, mas não se prendem ao crânio; eles são conhecidos como ossicones. Chifres têm seus próprios centros de ossificação e fusionam-se secundariamente nos ossos de crânio. Na família dos bovinos, os chifres desenvolvem nos ossos frontais ou em cima deles.
  • 53. 53 Veados com cornos, só machos Búfalos com chifres Curiosidades: Girafa: chifres permanentes, porém não ramificados. Difere-se de outros chifres, pois não se projetam dos ossos frontais, mas sim nas suturas entre os ossos frontais e parietais. Os chifres estão presentes em ambos os sexos até mesmo em recém-nascidos e são cobertos de pele e pêlo. Rinoceronte: os chifres são situados sobre os ossos nasais e, em alguns casos, também sobre os frontais (quando têm dois chifres). Difere-se de verdadeiros chifres, pois não possuem nenhum cório ou envoltório. São formados por células epidérmicas e pacotes de papilas dérmicas, que são extensões da derme. 4) Casco: O casco ou úngula é a cobertura córnea da extremidade distal do dígito. Para facilitar o entendimento, é comum dividi-la em três partes: parede, sola e ranilha. Parede: é definida como a parte do casco que é visível quando o pé está posicionado no chão. Dividida em três partes, a parede do casco, apresenta na sua face mais externa o períoplo, na camada média tem-se a região mais densa do casco e a presença de pigmento; e por fim, a camada laminar interna que consiste nas lamelas córneas. Divisão da parede: pinça: porção mais cranial e distal do casco, quartos: porções
  • 54. 54 laterais, coroa: corresponde a borda coronal, talões: ponto de reflexão da parede formando as barras. Sola: constitui a superfície inferior do casco, com duas faces e duas bordas. É ligeiramente côncava, de forma que somente a extremidade distal da parede e a ranilha fazem contato com solo firme (sola não encosta no chão). A junção entre a sola e a parede é conhecida como linha branca (Alba). Ranilha: é uma massa cuneiforme que ocupa o ângulo limitado pelas barras e a sola e se estende até a superfície basal do pé. Constituída por substância córnea relativamente macia (epitélio queratinizado) com 50% de água, avascular e destituída de nervos. É a parte do coxim que entra em contato com o solo. Está separada das barras e da sola por sulcos profundos. * A úngula é avascular e recebe sua nutrição através do cório, sendo que também é destituída de nervos. O cório é a parte mais interna do casco e está dividido em 5 partes que nutrem porções correspondentes do casco. * Os cascos dos bovinos, ovinos e suínos são semelhantes aos cascos dos eqüinos, exceto pela ausência de barras e cunha, portanto nestes animais temos somente parede e sola. * O casco é um invólucro de proteção para a extremidade dos membros contra a ação mecânica, química e biológica do meio ambiente. Muito significativa é a proteção da cápsula do casco contra agentes patogênicos biológicos e químicos sob condições de estabulação intensiva, com qualidade desfavorável do solo e permanente ação de substâncias agressivas. O casco também tem a função de atenuar o impacto ao pisar no chão, funciona como amortecedor. * O recorte dos cascos deve ser realizado a cada quatro a cinco semanas e devem-se reposicionar as ferraduras dos animais que as utilizam também com a mesma freqüência. O objetivo da aparação é tornar o formato, o ângulo do eixo e o nível da pata tão próximos do normal quanto possível. No entanto uma aparação muito entusiástica que objetiva criar um eixo da pata perfeita é desaconselhada, pois qualquer alteração radical poder provocar alterações patológicas. * A aparação e a ferração corretivas são considerações importantes no tratamento das claudicações. Apesar de uma anormalidade no andar ou casco mal conformado podem não ser a causa direta do problema, devem ser seriamente considerados como fatores contribuintes; se não forem reconhecidos, pode não se obter o benefício do tratamento. Apesar das práticas inadequadas de recorte e ferração poderem resultar em anormalidades na andadura, a maioria destas anormalidades são provavelmente devido à mal conformação do membro. * Laminite: é uma inflamação das lâminas do casco, porém com uma seqüência complicada de eventos inter-relacionados que resulta em graus variáveis de patologias. Laminite é, na realidade, uma doença perivascular periférica que se manifesta por uma diminuição na perfusão capilar no interior da pata, quantidades significativas de desvios arteriovenosos, necrose isquêmica das lâminas e dor. Pode ser traduzida como uma manifestação local de um distúrbio metabólico mais sistêmico que afeta os sistemas cardiovascular, renal e endócrino, além da coagulação sangüínea e do equilíbrio ácido- básico. Caracterizada por claudicação intermitente ou contínua e por padrões divergentes de crescimento da parede do casco. Em bovinos, a laminite é mais comumente observada logo após o parto, em novilhas gordas que estavam se alimentando com excessivas quantidades de concentrados e que eram mantidas em superfície de concreto.
  • 55. 55 Estruturas mais importantes: 1 bulbos dos talões 3 parede: talões que formam as barras 4 barras 5 parede: quarto, porção lateral 6 e 9 sola 8 linha branca 10 parede: pinça 11 e 13 ranilha 8 ESTRUTURAS MÚSCULO-ESQUELÉTICAS DAS AVES OSTEOLOGIA O esqueleto das aves como o dos mamíferos divide-se em duas partes: axial e apendicular. O esqueleto axial é formado pelos ossos da cabeça, coluna vertebral, esterno e costelas. O esqueleto apendicular compreende os ossos do membro torácico, que nas aves acha-se modificado adapto ao vôo, constituindo a asa; e os ossos do membro pélvico, cuja função principal está adaptada à locomoção terrestre. Esqueleto axial OSSOS DA CABEÇA:
  • 56. 56 Logo após a eclosão do ovo, com o nascimento do pinto, os ossos da cabeça fusionam- se (a maioria). Os ossos da face apresentam-se cobertos por uma cobertura córnea que é o bico. O osso occipital apresenta-se constituído de um único côndilo situado ventralmente ao forame magno, que vai se articular com o atlas em forma de anel e também com o áxis. Essa articulação permite as aves girarem a cabeça sobre a coluna vertebral em um grau muito maior que o permitido aos mamíferos. Além dos ossos normais encontrados nos mamíferos, vamos ter nas aves o osso quadrado que facilita a articulação da mandíbula com os ossos do crânio. COLUNA VERTEBRAL A fórmula vertebral dos galináceos acha-se assim constituída: C14, T7, L-S14 , Ca6. Vértebras cervicais: são em número de 14 e formam o esqueleto do pescoço. A região cervical é longa e apresenta-se em forma de S. Aves pequenas podem ter apenas 8, enquanto cisnes têm até 25. Vértebras torácicas: apresentam processos espinhosos bem desenvolvidos. A primeira e a sexta vértebras são livres; a segunda, terceira, quarta e quinta são fusionadas entre si, constituindo um osso dorsal (notário); e a sétima está fusionada com massa lombossacra. São em número de sete Vértebras da região lombar e sacral: estão fusionadas em uma massa de 16 vértebras; a última torácica, 14 lombossacras e a primeira coccigea. A última vértebra torácica, as vértebras lombares, sacrais e a primeira caudal forma o sinsacro Vértebras caudais: são em número de 6 (5-6) e constituem o esqueleto da cauda. As apófises transversas estão bem desenvolvidas e as espinhas dorsais são bifurcadas. A primeira vértebra coccígea está fusionada com a massa lombossacra e o último segmento é uma pirâmide de três lados denominado de pigóstilo que possui uma forma mais ou menos triangular. O pigóstilo consiste de vários rudimentos fundidos e dá sustentação as penas do vôo da cauda. As vértebras se movimentam livremente com exceção da primeira. COSTELAS Os sete pares de costelas formam o esqueleto da parede lateral do tórax. As costelas que constituem os dois primeiros pares são incompletas e não alcançam o osso esterno e por isso são chamadas de costelas flutuantes ou falsas. Nos mamíferos domésticos as costelas flutuantes são as duas últimas. As cinco últimas costelas são constituídas de duas porções articuladas por uma articulação cartilaginosa; uma porção dorsal, que se articula com as vértebras (costela vertebral) e uma porção ventral que se articula com o osso esterno (costela esternal). A porção dorsal corresponde a porção óssea enquanto a ventral corresponde a porção cartilaginosa dos mamíferos. As costelas das aves apresentam os processos uncinados, exceto a primeira e a última, que dão maior rigidez à caixa torácica. ESTERNO: É o osso do peito, acha-se bastante desenvolvido e apresenta ventralmente uma crista mediana que lembra a quilha de um navio. É um osso grande que forma o assoalho da cavidade torácica e grande parte da cavidade abdominal. Articula-se com o osso coracóide e costelas. Sua face interna é côncava. Cranialmente apresenta um processo coracóide e laterocaudalmente os processos caudolaterais. Esqueleto apendicular
  • 57. 57 MEMBRO TORÁCICO: O membro torácico ou asa consta de um cinturão escapular, braço, antebraço e mão. A mão se subdivide em carpo, metacarpo e dedos. Cinturão escapular: consta de três ossos: escápula, coracóide e clavícula. a) Escápula: é a lâmina do ombro, se encontram na parede dorsal do tórax, quase paralela as vértebras e quase alcança o ílio. É um osso estreito e delgado, ligeiramente mais grosso na sua extremidade anterior ou articular. b) Coracóide: é o osso mais robusto do cinturão escapular. Osso alongado que põe em conexão a asa com o osso esterno. c) Clavícula: a clavícula direita se une a esquerda para formar um único osso em forma de V que se articula com o osso coracóide, denominado de fúrcula. É um osso delgado que ventralmente se une com o lado oposto para formar um processo. Conhecido comumente como osso jogador ou osso da sorte. Braço: é constituído pelo úmero que se apresenta de forma cilíndrica e paralelamente a parede do tórax, exceto durante o vôo. Antebraço: é formado pelo rádio que é mais delgado e pela ulna que é mais grossa. Mão: apresenta-se constituída pelo carpo, metacarpo e dedos. MEMBRO PÉLVICO: Consta de quatro regiões principais: cintura pélvica, ossos da coxa, perna e pé. Cintura pélvica: é formado pelos ossos coxais, que se unem dorsalmente com as vértebras e que não chegam a encontrar-se ventralmente como nos mamíferos. Constam dos ossos ilio, ísquio e púbis. a) Ílio: é o maior dos três ossos e se fusiona no animal adulto com a última vértebra torácica e as vértebras lombares e sacras. Coloca-se dorsalmente a cintura pélvica. b) Ísquio: apresenta contorno triangular e muito menor que o ílio. Coloca-se lateralmente e ventralmente ao ílio. Ventralmente se une ao púbis. c) Púbis: é uma lamina óssea delgada que se encontra ao longo do bordo ventral do ísquio. Coxa: formada pelo osso fêmur. Sua extremidade proximal articula-se com o acetábulo e sua extremidade distal com a tíbia, fíbula e patela. Perna: constituída pela tíbia e fíbula. A tíbia une-se com elementos do tarso formando um tibiotarso, que é muito mais longo que o fêmur, e que apresenta lateralmente uma fíbula debilmente desenvolvida. Pé: formado pelo tarso, metatarso e dedos. O pé do galo possui quatro dedos, o primeiro acha-se dirigido para trás e possui três falanges. O segundo dedo possui também três falanges. O terceiro dedo, quatro falanges e o quarto, cinco falanges. O galo apresenta vestígio do quinto dedo na face medial do tarso denominado de espora ou esporão.
  • 58. 58 MIOLOGIA Os músculos do cíngulo peitoral e do membro torácico são os mais importantes e desenvolvidos para o vôo. Esta musculatura está organizada em três grandes áreas: musculatura do cíngulo e do braço, musculatura do antebraço e musculatura da mão. Ainda poucos estudos têm sido feitos para demonstrar a aptidão da musculatura peitoral durante o vôo, por isso as ações desta musculatura são descritas em conjunto e não de maneira individual. Músculos peitorais: é o mais volumoso dos músculos das aves, formando grande parte da massa carnosa associada ao peito. É dividido em três partes: torácica
  • 59. 59 (maior e mais importante), propatagial e abdominal. O peitoral é o maior músculo do vôo e o mais importante componente do movimento de descida, da potência do movimento rítmico do bater de asas. Músculo supracoracóideo: é um músculo penado, longo, que se encontra abaixo da parte torácica do músculo peitoral e contribui também para a parte carnosa do peito. Os músculos do membro pélvico são divididos em musculatura do cíngulo (inclui a musculatura da coxa) e a musculatura da perna. Os músculos mais importantes são: músculos iliotibial lateral e cranial, que se localizam na face lateral da coxa e os músculos gastrocnêmio e fibular longo, que se localizam na face caudal e lateral da perna respectivamente. Os músculos das aves que tem o vôo mais desenvolvido apresentam uma coloração mais escura devido à ação da mioglobina (proteína que tem ferro e a função de armazenar oxigênio na musculatura) e também nas aves que vivem por mais tempo, ou seja, tem maior longevidade, não são de produção. **** ATENÇÃO: como puderam observar, não existe a região da sobrecoxa. Isso é um termo popular. A sobrecoxa corresponde à região da coxa e a coxa (no dito popular) corresponde à região da perna. 1a e 1b peito 2a sobrecoxa – COXA 2b coxa – PERNA 3 asa 4 dorso 6 sambiqueira
  • 60. 60 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 1) ASHDOWN, R,R.; STANLEY, D. Atlas colorido de anatomia veterinária. Os ruminantes. São Paulo: Manole, 1987. 2) BUDRAS, K.D.; SACK, W.O.; ROCK, S. Anatomy of the horse. An ilustrated text. 2. ed. London: Mosby-wolfe, 1994. 135p. 3) DYCE, K.M.; SACK, W.O.; WENSING, C.J.G. Tratado de anatomia veterinária. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. 813p. 4) FRANDSON, R.D.; WILKE, L.W.; FAILS, A.D. Anatomia e fisiologia dos animais de fazenda. 6. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 454p. 5) KONIG, H.E.; LIEBICH, H.G. Anatomia dos animais domésticos. Texto e atlas colorido. Aparelho locomotor. v. 1, Porto Alegre: Artmed, 2002. 291p. 6) KONIG, H.E.; LIEBICH, H.G. Anatomia dos animais domésticos. Texto e atlas colorido. Órgãos e sistemas. v. 2, Porto Alegre: Artmed, 2004. 399p. 7) NICKEL, R.; SCHUMMER, A.; SEIFERLE, E. Anatomy of the domestic birds. Berlin: Paul Parey, 1977. 202p. 8) NICKEL, R.; SCHUMMER, A.; SEIFERLE, E. The viscera of the domestic mammals. Berlin: Paul Parey, 1979. 2. ed. 401p. 9) PASQUINI, C.; SPURGEON, T. Anatomy of domestic animals. Systemic and regional approach. 5. ed. Dallas: Sudz, 1992. 651p. 10) POPESKO, P. Atlas de anatomia topográfica dos animais domésticos. São Paulo: Manole, 1987. 3v. 11) SCHWARZE, E. Compendio de anatomia veterinária: anatomia das aves. Espanha: Acribia, v. 5. 1970. 212p. 12) SISSON, S.; GROSSMAN, J. D. Anatomia de los animales domesticos. Barcelona: Savat, 1977. 952p. ** Polígrafo da Anatomia dos Animais Domésticos do Departamento de Morfologia, Curso de Zootecnia da Universidade Federal de Santa Maria, 2005.