1. Haemonchus contortus é um parasita gastrintestinal que acomete ovinos e caprinos, causando anemia e perda de peso nos animais.
2. O controle da haemoncose requer medidas de manejo, controle biológico, genética, nutrição e uso estratégico de anti-helmínticos para evitar a resistência.
3. Fitoterápicos como Azadirachta indica e Solanum paniculatum podem auxiliar no controle da infecção, mas é necessário um programa integrado para seu manejo.
1. Universidade Federal da Bahia
Escola de Medicina Veterinária
Grupo de Estudos em Caprino e Ovino – GECO
Orientador: Prof. Adelmo Santana
HAEMONCOSE
Acadêmico em Medicina Veterinária
Alessandro Bitencourt
2013
2. Classificação e Morfologia
• Filo Nemathelminthes,
• Classe Nematoda,
• Ordem Strongylida,
• Superfamília Trichostrongyloidea,
• FamíliaTrichostrongylidae,
• Gênero Haemonchus
• Espécie principal Haemonchus contortus
(VIEIRA, 1989 apude CLIMENI, B. S. O. C. & MONTEIRO, M. V. & CICOTI, C. A., 2008)
3. Classificação e Morfologia
• Adultos têm 2 a 3 cm de comprimento (
• Hematófagos – possuem lanceta no interior da
cápsula bucal (URQUHART, G. M., 1998)
4. Epidemiologia
• Acomete ovinos, caprinos e bovinos
• Localização: Abomaso
• Distribuição mundial
• Alta capacidade de multiplicação em função do tempo,
oviposição diária entre 5.000 e 10.000 ovos.
(ZACHARIAS, 2004)
• No Semiárido, a sobrevivência das larvas no meio
ambiente varia de 30 a 90 dias (Vieira 1997& Hoste 2008 apud
VALÉRIA, M.M. C.; SARA, V.D. S.; FRANKLIN, R. C., 2011)
5. • Maior susceptibilidade em caprinos ou ovinos de
raças importadas (VALÉRIA, M.M. C.; SARA, V.D. S.; FRANKLIN, R. C., 2011)
• Animais jovens, matrizes prenhes e lactantes são
mais susceptíveis.(COSTA ,R. L. D., 2009)
• Transmissão estação chuvosa. 50mm.
(VALÉRIA, M.M. C. ; SARA, V.D. S. ; FRANKLIN, R. C., 2011)
6. • Nas águas- parasitas na pastagem
• Na seca- parasitas no hospedeiro
(VIEIRA, L. S., 2005)
7. Ciclo evolutivo
HIPOBIOSE
L4, L5 e adulto
Parasitária
2a3
semanas
----------------------------------------------------------------------------------------------------
7 dias
Duas fases: a fase parasitária e a de vida livre. (ZACHARIAS, 2004)
8. Patogenia
• A L4 e os adultos além de lesarem a mucosa para
ingerir o sangue, produzem substâncias
anticoagulantes. Estima-se que um ovino possa perder
cerca de 140 ml de sangue/dia, 0,08 ml/verme dia.
(GUEDES, M. T. B., 2008)
• As L3 e L4 penetram nas glândulas gástricas
(FREITAS, M. G., 1976)
• Causam gastrites, hemorragias (GUEDES, M. T. B., 2008)
9. Sinais clínicos
• PPP 2 a 3 semanas (URQUHART, G. M., 1988)
• Edema submandibular
• Severa anemia ou moderada, perda de peso e
apetite ( FREITAS, M. G., 1976)
10. - Quadro Agudo:
• Gastroenterite catarral.
• Pêlos arrepiados e sem brilho.
- Quadro Crônico:
• Edema submandibular,
• Diminuição significativa na produção de leite e carne.
11. Diagnóstico
• Anamnese e sinais clínicos;
• Hemograma, Famacha;
• OPG e Cultura de larvas;
• Necropsia;
• Resistentes e resilientes
13. Tratamento e Profilaxia
• O anti-helmíntico ideal, injetável ou oral, é aquele
que for eficaz contra todas as formas de
desenvolvimento, seja larval ou adulto.
• Albendazol (10 mg/kg VO);
• Doramectina (0,2 mg/kg IM ou SC);
• Eprinomectina (0,5 mg/kg pour-on);
• Ivermectina (0,2 mg/kg SC);
• Levamisol (5 a 8mg/kg VO)
(MALAN & VAN WYK,1992; MOLENTO e VERíSSIMO, 2003 apud CLIMENI, B. S. O. C.;
MONTEIRO, M. V. ; CICOTI, C. A., 2008)
14. Formas de tratamento com anti-helmínticos
• Tratamento preventivo;
• Tratamento curativo;
• Tratamento tático;
• Tratamento supressivo;
• Tratamento seletivo;
• Tratamento não intencional.
(VALÉRIA, M.M. C. & SARA, V.D. S. & FRANKLIN, R. C., 2011)
16. Tratamento e Profilaxia
• A resistência anti-helmíntica (RA) é definida como
a capacidade de uma população de parasitas em
sobreviver a doses de anti-helmínticos que
poderiam ser letais para populações susceptíveis
(Vieira 2008, Torres-Acosta &Hoste 2008 apud VALÉRIA, et al., 2011)
• “A droga não cria organismos resistentes, apenas
seleciona os indivíduos que carreiam um alelo do
gene ou genes que reduz a susceptibilidade a uma
droga.” (MELO, A.C.; BEVILAQUA, C.M. 2005)
17. Tratamento e Profilaxia
• É necessário Controle integrado de parasitas
para um bom resultado, principalmente quando
já existe cepas resistentes.
• Selecionar animais resistentes
• Manejo (pastagem e medicamentos)
18. Tratamento e Profilaxia
1. Manejo do rebanho e das pastagens
1.1. Pastejo rotacionado
1.2. Descontaminação prévia das pastagens
1.3. Pastejo com alternância de categorias (faixas
etárias) e/ou espécies de hospedeiros
(CEZAR et al., 2008)
19. Tratamento e Profilaxia
2. Controle biológico
2.1. Fungos nematófagos
2.2. Besouros coprófagos
(CEZAR et al., 2008)
20. Tratamento e Profilaxia
3. Resposta imune do hospedeiro
3.1. Seleção genética
3.2. Nutrição
3.3. Vacinas*
Proteases e estrutura de fixação
(CEZAR et al., 2008)
21. Tratamento e Profilaxia
4. Fitoterapia
• A Azadirachta indica( neem), extrato de suas sementes
pode reduzir 40,2% nos níveis de OPG em ovinos
parasitados por nematódeos gastrintestinais
(IQBAL et al.,2010 apude NUNES, G. D. L., 2012)
• Foi observardo redução de 63,9% e 87,31% no OPG de
caprinos tratados com farelo de batata de purga
(Operculina hamiltonii) e semente de jerimum (Curcubita
pepo), respectivamente; (ALMEIDA et al. 2007. apude NUNES, G. D. L., 2012)
22. • O extrato alcoólico de capim santo diminuiu o OPG de
ovinos em 74 a 95% (SILVA et al., 2005 apude NUNES, G. D. L., 2012)
• O farelo da raiz de jurubeba (Solanum paniculatum)
obteve eficácia de 31 a 72% em ovelhas
(VILELA, 2009 apude NUNES, G. D. L., 2012)
• A dose de 10 mg/kg do extrato Poincianella pyramidalis
em caprinos infectados com haemonchus foi capaz de
reduzir 60% do OPG após 30 dias. (NUNES, G. D. L., 2012)
23. Tratamento e Profilaxia
5. Anti-helmínticos
• 5.1 Fazer rotação anual dos vermífugos;
• 5.2 Determinar corretamente o peso dos animais
a serem dosados;
• 5.3 Aplicar com animais em jejum.
• 5.4 Os caprinos necessitam de doses maiores
que os ovinos. (Torres-Acosta & Hoste 2008, Costa et al. 2009 apud VALÉRIA,
M.M. C. ; SARA, V.D. S.; FRANKLIN, R. C., 2011);
• 5.5 Utilizar o Famacha, OPG (CEZAR et al., 2008 & VALÉRIA, M.M.
C. ; SARA, V.D. S.; FRANKLIN, R. C., 2011)
24. Referências
• CEZAR et al. Controle alternativo de nematódeos gastrintestinais dos ruminantes: atualidade e perspectivas. Ciência rural, v.38, n.7, 2008. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/cr/v38n7/a48v38n7.pdf>. Acesso em: 11 fev. 2013.
• CHAGAS, A. C. S., et al. Ovinocultura: controle da verminose, Mineralização, reprodução e cruzamentos na embrapa pecuária sudeste. In embrapa pecuária
sudeste. Documentos 65 . São carlos/sp, p. 9-23. 2007. Disponível em: <http://people.ufpr.br/~freitasjaf/artigosovinos/apostilaovinos.pdf.>. Acesso em: 13 fev. 2013.
• COSTA, r. L. D. Efeito do estado fisiológico sobre a infecção gastrintestinal por haemonchus contortus em ovelhas santa inês. 6º feira internacional de
caprinos e ovinos. 2009. São paulo/sp. Disponível em: < http://www.sheepembryo.com.br/files/artigos/155.pdf>. Acesso em: 14 fev. 2013.
• FREITAS, M. G. Helmintologia veterinária. Belo horizonte/ mg: rabelo & brasil, 1976. P 396
• GUEDES, M. T. B. Cinética da resposta imune-humoral em caprinos Naturalmente infectados por haemonchus contortus. 2008. 65p. Tese (mestrado)-
universidade federal da bahia, salvador. Disponível em: < http://www.mevtropical.ufba.br/guedesmt/>. Acesso em 10 fev. 2013
• MELO, A.C.; BEVILAQUA, C.M. Abordagem genética da resistência anti-helmíntica em Haemonchus contortus. RPCV.100 (555-556) 141-146. 2005. Disponível
em: < http://www.fmv.utl.pt/spcv/PDF/pdf6_2005/100_141-146.pdf>. Acesso em: 20 fev. 2013.
• NEVES, M. F. Hemoncose ovina. Revista científica eletrônica de medicina veterinária .Ano v,n 11,2008. Disponível em:
<http://www.revista.inf.br/veterinaria11/revisao/edic-vi-n11-RL52.pdf>. Acesso em: 10 fev. 2013.
• NUNES, G. D. L. Investigação das atividades biológicas extrato aquoso de poincianella pyramidalis no controle da hemoncose caprina. 2012. 91p. Tese
(mestrado)- universidade federal da bahia, salvador. Disponível em: <http://www.mevtropical.ufba.br/arquivos/dissertacoes/2010/nunesgdl.pdf>. Acesso em 18 fev.
2013.
• URQUHART, G. M. Et al. Parasitologia veterinária. Rio de janeiro/rj: guanabara koogan, 1998. P 273.
• VALÉRIA, m.m. c.; sara, v.d. s.; franklin, r. C. Controle das parasitoses gastrintestinais em ovinos e caprinos na região semiárida do nordeste do brasil. Pesq. Vet.
Bras. 31(1):65-71, 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100- 736X2011000100010>. Acesso em: 08 fev. 2013.
• ZACHARIAS, F. Controle alternativo da infecção por haemomchus contortus em ovinos: avaliação do tratamento homeopático. 2004. 108p. Tese
(mestrado)- universidade federal da bahia, salvador. Disponível em: < http://www.mevtropical.ufba.br/arquivos/dissertacoes/2003/farouk.pdf>. Acesso em: 15
fev. 2013.