O documento apresenta e discute três teorias sobre a natureza da arte: 1) A arte como imitação, que define uma obra de arte como aquela que imita algo; 2) A arte como expressão, que define uma obra de arte como aquela que expressa sentimentos e emoções; 3) A arte como forma significante, que define uma obra de arte como aquela que provoca emoções estéticas nas pessoas. Cada teoria é analisada em termos de vantagens e objeções.
Componente Curricular: FILOSOFIA
Prof.: Jocilaine Moreira
Tema: A Universalidade do Gosto
️️Objetivos:
•Refletir sobre a cultura e suas repercussões no cotidiano, compreendendo cada ser como produtor e reprodutor das diversas linguagens culturais produzidas e acumuladas na história humana;
•Despertar nos alunos o interesse em conhecer o universo do filosofar, o universo das artes, política e cidadania, o mundo da comunicação, do trabalho e do consumo;
•Compreender o mundo das artes conceituando a arte como uma medida da visão espiritual, aproximando-o do universo filosófico.
Componente Curricular: FILOSOFIA
Prof.: Jocilaine Moreira
Tema: A Universalidade do Gosto
️️Objetivos:
•Refletir sobre a cultura e suas repercussões no cotidiano, compreendendo cada ser como produtor e reprodutor das diversas linguagens culturais produzidas e acumuladas na história humana;
•Despertar nos alunos o interesse em conhecer o universo do filosofar, o universo das artes, política e cidadania, o mundo da comunicação, do trabalho e do consumo;
•Compreender o mundo das artes conceituando a arte como uma medida da visão espiritual, aproximando-o do universo filosófico.
Introdução à estética, juízo estético, diferentes teorias da arte, etc.
Análises críticas de obras de arte com referência a teoria da arte.
Copy paste é na boa, nada foi plagiado. - fontes disponíveis
3. Uma obra é arte se, e só se, é produzida pelo
homem e imita algo.
Vantagens
Adequa-se ao facto incontestável de muitas pinturas,
esculturas e outras obras de arte.
Oferece um critério de classificação das obras de arte
bastante rigoroso, o que nos permite distinguir com alguma
facilidade uma obra de arte.
Oferece um critério de valoração das obras de arte .Uma
obra de arte seria tão boa quanto mais se conseguisse
aproximar do objecto imitado.
Um aspecto geral desta teoria mostra-nos que é uma teoria
centrada nos objectos imitados. Ela exprime-se
frequentemente através de frases como
«este filme é excelente, pois é um retrato fiel da sociedade
americana nos anos 60», ou como
«este quadro é tão bom que mal conseguimos distinguir
aquilo que o artista pintou do modelo utilizado».
5. Vantagens
Oferece um critério para distinguir a
boa da má arte.
Será boa a arte que imita na
perfeição o objecto representado ou
o modelo original, e má a que não
oferece esse efeito.
Permite catalogar e compreender
muitas obras de Arte, da pintura à
música.
6. Objecções à teoria da arte como
imitação:
O que imita esta
obra?
Ou uma obra de
John Cage que é só
silêncio?
Este conceito de
imitação deixa de
fora muitas obras
que os críticos e o
público consideram
arte.
7. Para contrariar esta objecção substitui-se imitação
por representação
Assim já podemos
dizer que na 9ª
sinfonia de
Beethoven os
primeiros acordes
representam as
pancadas da
morte.
Mas o que
representa este
quadro de Pollock?
8. Objecção 2: como saber se a
representação é boa?
Há certas obras
que surgem fruto
da imaginação e
que não podemos
saber se são fiéis
ao modelo porque
não conhecemos o
modelo.
Exemplo: O jardim
das delícias de
Bosh
10. 2ª Teoria: A Arte como Expressão
Insatisfeitos com a teoria da
arte como imitação (ou
representação), muitos
filósofos e artistas românticos
do século XIX propuseram
uma definição de arte que
procurava libertar-se das
limitações da teoria anterior,
ao mesmo tempo que
deslocava para o artista, ou
criador, a chave da
compreensão da arte. Trata-
se da teoria da arte como
expressão. Teoria que, ainda
hoje, uma enorme quantidade
de pessoas aceita sem
questionar. Segundo a teoria
da expressão
11. Tese: Uma obra só é Arte se
exprimir sentimentos e emoções
São muitos e
eloquentes os
testemunhos de
artistas que
reconhecem a
importância de
certas emoções
sem as quais as
suas obras não
teriam certamente
existido
12. 3 critérios de avaliação
Sinceridade e autenticidade
Individualidade do sentimento
Clareza com que o sentimento é
transmitido.
13. Tipos de juízos que identificam
esta forma de considerar a Arte:
Uma teoria como esta manifesta-se
frequentemente em juízos como
«Este é um livro exemplar em que o
autor nos transmite o seu desespero
perante uma vida sem sentido» ou
como
«O autor do filme filma
magistralmente os seus próprios
traumas e obsessões».
17. Vantagens:
Mais uma vez oferece um
critério valorativo: uma
obra é tanto melhor
quanto melhor conseguir
exprimir os sentimentos do
artista que a criou.
Se a obra exprime
sentimentos e emoções
autênticas
então é uma verdadeira
obra de arte.
Laura Knight, Ciganos
19. Objecções:
Podemos dizer que os
quadros de Yves Klein,
Mondrian ou de Vasarely?
Expressam as emoções do
autor?O grande compositor do
nosso século, Richard Strauss,
autor de vários poemas
sinfónicos, como o célebre
Assim Falava Zaratustra,
esclarecia que as suas obras
eram fruto de um trabalho
paciente e minucioso no
sentido de as aperfeiçoar,
eliminando desse modo os
defeitos inerentes a qualquer
produto emocional.
20. Objecção 2
Sobre o critério de valoração. Como
podemos nós saber se uma determinada
obra exprime correctamente as emoções
do artista que a criou, quando o artista já
morreu há séculos?
21. 3ª Teoria: A Arte como Forma
Significante:
Tese: Uma obra é Arte se provoca nas
pessoas emoções estéticas.
22. A Forma significante
Mas se essa emoção
peculiar chamada «emoção
estética» é provocada
pelas obras de arte, e só
por elas, então tem de
haver alguma propriedade
também ela peculiar a
todas as obras de arte,
que seja capaz de provocar
tal emoção nas pessoas.
Mas essa característica
existe mesmo? Clive Bell
responde que sim e diz
que é a forma
significante.
23. Juízos que identificam esta teoria:
“Este quadro é uma
verdadeira obra-prima
devido à excepcional
harmonia das cores e
ao equilíbrio da
composição”, ou como
“Aquele livro é
excelente porque está
muito bem escrito e
apresenta uma
história bem
construída apoiada em
personagens
convincentes”
24. Vantagens:
Vantagem: pode
incluir todo o tipo de
obras de arte. Desde
que provoque
emoções estéticas
qualquer objecto é
uma obra de arte,
ficando assim
ultrapassado o
carácter restritivo das
teorias anteriores.
Tracey Emin, my bed
25. Objecções:
Em primeiro lugar,
podemos mostrar que
algumas pessoas não
sentem qualquer tipo
de emoção perante
certas obras que são
consideradas arte.
Quer dizer que essas
obras podem ser arte
para uns e não o ser
para outros?
26. Objecção 2
Se a forma significante é a propriedade
que provoca em nós emoções estéticas,
depois de dizer que as emoções estéticas
são provocadas pela forma significante é
uma falácia de circularidade.
27. Teoria institucional
Dickie define a
obra de arte
como um
artefacto que
possui um
conjunto de
aspetos que lhe
conferem o status
de candidato à
apreciação das
pessoas da
instituição do
mundo da arte.
28. É arte quando um entendido
assim o diz
A importância desta frase pode ser ilustrada pela
obra de Alfred Wallis8. Wallis era um marinheiro
que nada entendia de arte e que aos 70 anos, após
a morte da esposa, decidiu pintar barcos na
madeira para afugentar a solidão. Casualmente,
dois pintores de passagem pelo lugar gostaram de
suas telas e o descobriram como artista. Como
resultado as obras de Wallis podem ser hoje vistas
em vários museus ingleses. Como disse um crítico,
Wallis tornou-se um artista sem sequer saber que
era.
32. Teoria histórica da arte
(I) X é uma obra de arte = df X é um objeto
acerca do qual uma pessoa ou pessoas,
possuindo a propriedade apropriada sobre X, têm
a intenção não-passageira de que este seja
perspetivado-como-uma-obra-de-arte, i.e.,
perspetivado de qualquer modo (ou modos) como
foram ou são perspetivadas corretamente (ou
padronizadamente) obras de arte anteriores.»
(Levinson, 1979, p. 236)
34. Outra perspetiva histórica: as
narrativas
À luz da sua perspetiva, o que as
une, às obras de arte, são
narrativas com poder explicativo que
traçam um percurso inteligível entre
obras de arte incontestáveis de um
passado mais ou menos remoto e
acontecimentos artísticos que lhe
sucedem no tempo.
39. O Valor da Obra de Arte
A fonte imediata da obra de arte é a capacidade humana de pensar, da mesma forma
que a «propensão para a troca e o comércio» é a fonte dos objetos de uso. Tratam-
se de capacidades do homem, e não de meros atributos do animal humano, como
sentimentos, desejos e necessidades, aos quais estão ligados e que muitas vezes
constituem o seu conteúdo.
Estes atributos humanos são tão alheios ao mundo que o homem cria como seu lugar
na terra, como os atributos correspondentes de outras espécies animais; se tivessem
de constituir um ambiente fabricado pelo homem para o animal humano, esse
ambiente seria um não mundo, resultado de emanação e não de criação. A
capacidade de pensar relaciona-se com o sentimento, transformando a sua dor muda
e inarticulada, do mesmo modo que a troca transforma a ganância crua do desejo e o
uso transforma o anseio desesperado da necessidade - até que todos se tornem
dignos de entrar no mundo transformados em coisas, reificados. Em cada caso, uma
capacidade humana que, por sua própria natureza, é comunicativa e voltada para o
mundo, transcende e transfere para o mundo algo muito intenso e veemente que
estava aprisionado no ser.
Hannah Arendt, in 'A Condição Humana'