Este documento apresenta um resumo de dois teorias sobre a definição de arte - a teoria da forma significante de Clive Bell e a teoria institucional de George Dickie. A teoria da forma significante defende que a qualidade essencial da arte é a "forma significante", enquanto a teoria institucional afirma que um objeto é arte se for reconhecido como tal pela instituição do "mundo da arte". O documento também resume as principais críticas a essas teorias, como a acusação de circularidade e irrefutabilidade.
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O que é a arte?
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Ficha de leitura
Filosofia. 10.ºAno
Escola Secundária Vitorino Nemésio
2017/2018
João Pedro Costa. 10.ºH
Bibliografia
Nigel Warburton, Elementos Básicos de Filosofia, Gradiva, 1998, pp. 218-230.
Carmo d’Orey, O que é a arte? – A perspectiva analítica, Dinalivro, 2007, pp. 9-44, 101-114.
Este trabalho incide sobre o problema “Pode a arte ser definida?”, e tem
como objetivo a discussão de duas teorias, a teoria da forma significante e a
teoria institucional. A questão acerca da natureza da arte é antiga, e não
tem deixado de inquietar os filósofos. Cada vez mais esta questão se impõe
como inadiável, em grande parte devido às surpreendentes e perturbantes
mutações que acontecem na prática artística.
1. Teoria da forma significante
Clive Bell
Século XX
Clive Bell representa uma das últimas e mais notáveis tentativas de captar a
essência da arte. Como todas as teorias essencialistas, a sua assenta em dois
pressupostos: existe uma essência inerente ou natureza última das coisas e
conhecer uma coisa é conhecer essa essência. Uma definição essencialista da
arte é então um enunciado que designa as propriedades essenciais das obras
de arte e fixa o sentido da palavra “arte”.
O ponto de partida de todos os sistemas de estética tem de ser a experiência
pessoal de uma emoção peculiar. Aos objetos que provocam esta emoção
chamamos “obras de arte”. Todas as pessoas sensíveis concordam em
afirmar que as obras de arte provocam uma emoção peculiar. Esta emoção,
provocada por todos os géneros de arte visual (pinturas, esculturas, edifícios,
vasos, gravuras, têxteis, etc.), chama-se “emoção estética” e, se pudermos
descobrir alguma qualidade comum e peculiar de todos os objetos que a
provocam, teremos descoberto a qualidade essencial da obra de arte, a
qualidade que distingue as obras de arte de todas as outras classes de
objetos. Para Clive Bell há uma única resposta possível: a forma significante,
uma particular combinação de linhas e cores, a única qualidade comum a
todas as obras de arte visual.
1.1. Crítica da Circularidade
É um argumento circular porque o que se pretendia explicar é usado
na explicação. Está apenas a dizer que a emoção estética é produzida
por uma propriedade que produz emoção estética, propriedade
acerca da qual nada mais pode dizer-se. Contudo é um argumento
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informativo, ou seja, não sé viciosamente circular, uma vez que permite
compreender por que razão algumas pessoas são melhores críticos do
que outras, nomeadamente porque têm mais capacidade para
detetar a forma significante.
1.2. Crítica de Irrefutabilidade
É uma teoria que não pode ser refutada. A teoria da forma significante
pressupõe que todas as pessoas que genuinamente desfrutam da arte
sentem um único tipo de emoção quando apreciam verdadeiras obras
de arte. Contudo, isto extremamente difícil, se não impossível, de
demonstrar.
2. Teoria institucional
George Dickie
Século XX
A tese central da teoria é a de que tal como as pessoas e os objetos podem
adquirir determinados estatutos, por exemplo, professor jubilado ou
monumento nacional, apenas porque existem instituições capazes de os
outorgar, também os objetos podem adquirir o estatuto de obra de arte, no
âmbito da instituição mundo-da-arte. A ser assim, nada separaria as obras de
arte das outras coisas a não ser esse estatuto. A base que suporta o
argumento é, como se torna evidente, a existência do mundo-da-arte no
sentido de instituição análoga às de outras práticas sociais. Ousadamente
simples, a tese central de que qualquer coisa pode ser arte assenta
efetivamente em duas condições que se mostraram dificilmente exequíveis.
Primeiro, a exigência de a essa coisa ter de ser “artefacto”; segundo, a
exigência de esse estatuto ter de ser conferido “por alguém que atua em
nome do mundo-da-arte”.
2.1. Crítica da Distinção Valorativa
É sem dúvida verdade que a teoria institucional permite que quase tudo
possa tornar-se uma obra de arte. Batizar uma coisa como obra de
arte não significa que se trate de uma boa obra de arte, nem, na
verdade, de uma má obra de arte. A teoria institucional não tem nada
a dizer acerca de qualquer destes casos de uso valorativo da palavra
“arte”. É uma teoria acerca do que todas as obras de arte – boas, más
e indiferentes – têm em comum. É apenas acerca do sentido
classificativo da palavra “arte”. É extremamente aberta acerca do que
pode contar como arte.
2.2. Crítica da Circularidade
A teoria institucional é circular. Afirma que a arte é o que um certo
grupo de privilegiados escolhe chamar arte, seja lá o que for.
2.3. Crítica dos Critérios
Mesmo que concordemos que os membros do mundo da arte têm o
poder de transformar quaisquer artefactos em obras de arte,
continuamos a querer saber porque escolhem eles alguns objetos, e
não outros. A teoria não os identifica.
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Plano de trabalho
Filosofia. 10.ºAno
Escola Secundária Vitorino Nemésio
2017/2018
João Pedro Costa. 10.ºH
Título do trabalho
“O que é a arte?”
Organização do trabalho
Introdução...............................................................................................................................................................
Argumentação....................................................................................................................................................
Teoria da forma significante
Crítica da circularidade
Crítica da irrefutabilidade
Teoria institucional
Crítica da distinção valorativa
Crítica da circularidade
Crítica dos critérios
Conclusão................................................................................................................................................................
Bibliografia...............................................................................................................................