SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 10
Baixar para ler offline
FILOSOFIA 11.º ano
FILOSOFIA 11.º ano
Luís Rodrigues
O indutivismo
O indutivismo
Quando se trata de conhecer cientificamente a realidade, chega
sempre o momento em que o cientista tem de testar e submeter à
prova a hipótese que construiu para explicar ou compreender algo.
Uma hipótese é uma tentativa de resposta a um problema, a procura
de uma solução, uma tentativa de explicação ou de compreensão de
algo que acontece no mundo.
FILOSOFIA 11.º ano
Validade e verificabilidade das hipóteses
Como entender o teste das hipóteses?
O que fazem os cientistas?
Tentam provar que são verdadeiras ou procuram mostrar que são
falsas?
Verificar ou falsificar parece ser a questão.
FILOSOFIA 11.º ano
Validade e verificabilidade das hipóteses
O indutivismo
Como procedem os cientistas para conhecer a realidade, que caminho
percorrem para atingir essa meta?
A resposta mais frequente, partilhada pelas pessoas que não se dedicam
à ciência nem à reflexão sobre o método científico, é a de que a ciência
usa o método indutivo.
Esta perspetiva é também frequentemente aceite por vários cientistas.
Se a partir desta ideia julgarmos que o método indutivo é o método da
ciência e não um entre outros, estamos a ser indutivistas.
FILOSOFIA 11.º ano
Validade e verificabilidade das hipóteses
O indutivismo
O indutivismo: Uma descrição do método indutivo
1. Observação
Em primeiro lugar, recolhe-se o máximo possível de informação empírica
sobre o assunto que se estuda. Ainda que as observações fortuitas ou
ocasionais desencadeiem por vezes importantes descobertas científicas,
a observação científica deve ser rigorosa e orientada para a resolução
de problemas.
A objetividade das observações deve ser garantida pelo uso de
instrumentos e medidas rigorosas.
FILOSOFIA 11.º ano
Validade e verificabilidade das hipóteses
2. Formulação da hipótese
Organizam-se os dados recolhidos e registados, procurando-se descobrir
relações constantes entre eles – regularidades ou leis.
Generalizam-se os dados da observação: o que vale para os casos
observados é, a título de hipótese, extensível a todos os factos do tipo
dos que foram observados.
FILOSOFIA 11.º ano
Validade e verificabilidade das hipóteses
O indutivismo: Uma descrição do método indutivo
3. Teste da hipótese ou verificação da sua correspondência com os
factos
4. Conclusão
O sucesso das predições num número razoável de experiências atesta
a verdade da hipótese – pelo menos provisória –, que passa então a
designar-se lei científica.
FILOSOFIA 11.º ano
Validade e verificabilidade das hipóteses
O indutivismo: Uma descrição do método indutivo
O indutivismo: críticas à perspetiva indutivista do
método científico
1. É errado supor que começamos pela observação ou que há
observação pura.
Sem teorias prévias, a observação carece de qualquer orientação. As
conjeturas (hipóteses ou expetativas) são logicamente anteriores às
observações.
FILOSOFIA 11.º ano
Validade e verificabilidade das hipóteses
2. As hipóteses não são, de modo algum, extraídas dos factos
As hipóteses são produto da cooperação do raciocínio e da imaginação.
Têm de ser criadas, inventadas.
Neste aspeto, o trabalho do cientista é semelhante ao da criação
artística. Com uma diferença: o cientista é tão livre para criar hipóteses
como o artista, mas, ao contrário deste último, tem de submeter as suas
criações a testes empíricos.
FILOSOFIA 11.º ano
Validade e verificabilidade das hipóteses
O indutivismo: críticas à perspetiva indutivista do
método científico
Outro aspeto que de momento só brevemente será referido – porque
será retomado e desenvolvido a seguir – diz respeito ao facto de as
hipóteses, ao contrário do que pensa o indutivista, não serem
verificáveis.
FILOSOFIA 11.º ano
Validade e verificabilidade das hipóteses
O indutivismo: críticas à perspetiva indutivista do
método científico

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

O conhecimento do mundo a uniformidade da natureza
O conhecimento do mundo   a uniformidade da naturezaO conhecimento do mundo   a uniformidade da natureza
O conhecimento do mundo a uniformidade da naturezaLuis De Sousa Rodrigues
 
11º b final
11º b   final11º b   final
11º b finalj_sdias
 
Filosofia 11 - Descrição e Interpretação da Atividade Cognoscitiva
Filosofia 11 - Descrição e Interpretação da Atividade CognoscitivaFilosofia 11 - Descrição e Interpretação da Atividade Cognoscitiva
Filosofia 11 - Descrição e Interpretação da Atividade CognoscitivaRafael Cristino
 
Conhecimento como crença verdadeira justificada
Conhecimento como crença verdadeira justificada Conhecimento como crença verdadeira justificada
Conhecimento como crença verdadeira justificada Isabel Moura
 
Karl popper - Filosofia 11º ano
Karl popper - Filosofia 11º anoKarl popper - Filosofia 11º ano
Karl popper - Filosofia 11º anoFilipaFonseca
 
Problema de Gettier - Área:Filosofia - Sub-área:Epistemologia Analítica
Problema de Gettier - Área:Filosofia - Sub-área:Epistemologia AnalíticaProblema de Gettier - Área:Filosofia - Sub-área:Epistemologia Analítica
Problema de Gettier - Área:Filosofia - Sub-área:Epistemologia AnalíticaFellipe Ávila
 
A definição tradicional de conhecimento
A definição tradicional de conhecimentoA definição tradicional de conhecimento
A definição tradicional de conhecimentoLuis De Sousa Rodrigues
 
Provas da existência de Deus segundo Descartes
Provas da existência de Deus segundo DescartesProvas da existência de Deus segundo Descartes
Provas da existência de Deus segundo DescartesJoana Filipa Rodrigues
 

Mais procurados (20)

O ceticismo de hume
O ceticismo de humeO ceticismo de hume
O ceticismo de hume
 
O conhecimento do mundo a uniformidade da natureza
O conhecimento do mundo   a uniformidade da naturezaO conhecimento do mundo   a uniformidade da natureza
O conhecimento do mundo a uniformidade da natureza
 
David hume e o Empirismo
David hume e o EmpirismoDavid hume e o Empirismo
David hume e o Empirismo
 
11º b final
11º b   final11º b   final
11º b final
 
Descartes críticas
Descartes críticasDescartes críticas
Descartes críticas
 
Argumentos por analogia
Argumentos por analogiaArgumentos por analogia
Argumentos por analogia
 
Popper contra o indutivismo
Popper contra o indutivismoPopper contra o indutivismo
Popper contra o indutivismo
 
Filosofia 11 - Descrição e Interpretação da Atividade Cognoscitiva
Filosofia 11 - Descrição e Interpretação da Atividade CognoscitivaFilosofia 11 - Descrição e Interpretação da Atividade Cognoscitiva
Filosofia 11 - Descrição e Interpretação da Atividade Cognoscitiva
 
Conhecimento como crença verdadeira justificada
Conhecimento como crença verdadeira justificada Conhecimento como crença verdadeira justificada
Conhecimento como crença verdadeira justificada
 
Tipos de argumentos indutivos
Tipos de argumentos indutivosTipos de argumentos indutivos
Tipos de argumentos indutivos
 
Karl popper - Filosofia 11º ano
Karl popper - Filosofia 11º anoKarl popper - Filosofia 11º ano
Karl popper - Filosofia 11º ano
 
Problema de Gettier - Área:Filosofia - Sub-área:Epistemologia Analítica
Problema de Gettier - Área:Filosofia - Sub-área:Epistemologia AnalíticaProblema de Gettier - Área:Filosofia - Sub-área:Epistemologia Analítica
Problema de Gettier - Área:Filosofia - Sub-área:Epistemologia Analítica
 
Thomas kuhn
Thomas kuhnThomas kuhn
Thomas kuhn
 
A definição tradicional de conhecimento
A definição tradicional de conhecimentoA definição tradicional de conhecimento
A definição tradicional de conhecimento
 
Impressões e ideias
Impressões e ideiasImpressões e ideias
Impressões e ideias
 
O empirismo de david hume
O empirismo de david humeO empirismo de david hume
O empirismo de david hume
 
Hume
HumeHume
Hume
 
Provas da existência de Deus segundo Descartes
Provas da existência de Deus segundo DescartesProvas da existência de Deus segundo Descartes
Provas da existência de Deus segundo Descartes
 
Comparação entre popper e kuhn
Comparação entre popper e kuhnComparação entre popper e kuhn
Comparação entre popper e kuhn
 
Popper contra o indutivismo
Popper contra o indutivismoPopper contra o indutivismo
Popper contra o indutivismo
 

Destaque

O conhecimento do mundo a relação causal
O conhecimento do mundo   a relação causalO conhecimento do mundo   a relação causal
O conhecimento do mundo a relação causalLuis De Sousa Rodrigues
 

Destaque (19)

Conhecimento de factos
Conhecimento de factosConhecimento de factos
Conhecimento de factos
 
Comparação descartes hume
Comparação descartes   humeComparação descartes   hume
Comparação descartes hume
 
Aperfeiçoamento humano pró e contra
Aperfeiçoamento humano   pró e contraAperfeiçoamento humano   pró e contra
Aperfeiçoamento humano pró e contra
 
Popper – o problema da demarcação
Popper – o problema da demarcaçãoPopper – o problema da demarcação
Popper – o problema da demarcação
 
As teses centrais de teoria de kuhn
As teses centrais de teoria de kuhnAs teses centrais de teoria de kuhn
As teses centrais de teoria de kuhn
 
Aperfeiçoamento humano pró e contra
Aperfeiçoamento humano   pró e contraAperfeiçoamento humano   pró e contra
Aperfeiçoamento humano pró e contra
 
O conhecimento do mundo
O conhecimento do mundoO conhecimento do mundo
O conhecimento do mundo
 
O conhecimento do mundo a relação causal
O conhecimento do mundo   a relação causalO conhecimento do mundo   a relação causal
O conhecimento do mundo a relação causal
 
O problema da indução
O problema da induçãoO problema da indução
O problema da indução
 
As críticas a kuhn
As críticas a kuhnAs críticas a kuhn
As críticas a kuhn
 
Conhecimento de factos
Conhecimento de factosConhecimento de factos
Conhecimento de factos
 
O ceticismo de hume
O ceticismo de humeO ceticismo de hume
O ceticismo de hume
 
As críticas de sandel
As críticas de sandelAs críticas de sandel
As críticas de sandel
 
O problema da indução
O problema da induçãoO problema da indução
O problema da indução
 
O que somos e o que poderemos ser
O que somos e o que poderemos serO que somos e o que poderemos ser
O que somos e o que poderemos ser
 
As relações de ideias
As relações de ideiasAs relações de ideias
As relações de ideias
 
Impressões e ideias
Impressões e ideiasImpressões e ideias
Impressões e ideias
 
Comparação descartes hume
Comparação descartes   humeComparação descartes   hume
Comparação descartes hume
 
O essencial para os exames de filosofia
O essencial para os exames de filosofiaO essencial para os exames de filosofia
O essencial para os exames de filosofia
 

Semelhante a O indutivismo no método científico

aulamtodocientifico-130213204339-phpapp01.pptx
aulamtodocientifico-130213204339-phpapp01.pptxaulamtodocientifico-130213204339-phpapp01.pptx
aulamtodocientifico-130213204339-phpapp01.pptxClaudislaneLima
 
Aula método cientifico
Aula método cientificoAula método cientifico
Aula método cientificoAln2
 
eqt11_estatuto_conhecimento_cientifico.pptx
eqt11_estatuto_conhecimento_cientifico.pptxeqt11_estatuto_conhecimento_cientifico.pptx
eqt11_estatuto_conhecimento_cientifico.pptxMnicaMatos22
 
Os parametros da pesquisa
Os parametros da pesquisaOs parametros da pesquisa
Os parametros da pesquisaunesp
 
Metodo cientifico
Metodo cientificoMetodo cientifico
Metodo cientificoj_sdias
 
16 o método científico
16 o método científico16 o método científico
16 o método científicoJoao Balbi
 
MÉTODO CIENTÍFICO.pptx
MÉTODO CIENTÍFICO.pptxMÉTODO CIENTÍFICO.pptx
MÉTODO CIENTÍFICO.pptxTixaAlmeida
 
Trabalho método científico
Trabalho método científico Trabalho método científico
Trabalho método científico Vanderson lage
 
Método científico
Método científicoMétodo científico
Método científicoURCA
 
Curso de Epistemologia 5/6
Curso de Epistemologia 5/6Curso de Epistemologia 5/6
Curso de Epistemologia 5/6Luiz Miranda-Sá
 
O que e ciencia afinal
O que e ciencia afinalO que e ciencia afinal
O que e ciencia afinalIvo Mai
 
Conhecimento Científico - Popper
Conhecimento Científico - PopperConhecimento Científico - Popper
Conhecimento Científico - PopperJorge Barbosa
 
Exercícios Filsofia
Exercícios FilsofiaExercícios Filsofia
Exercícios FilsofiaJorge Barbosa
 
Exercícios Filsofia
Exercícios Filsofia Exercícios Filsofia
Exercícios Filsofia Jorge Barbosa
 
21 o método científico
21 o método científico21 o método científico
21 o método científicoJoao Balbi
 
objectividadecientficaeracionalidadecientfica-110301030123-phpapp01.ppt
objectividadecientficaeracionalidadecientfica-110301030123-phpapp01.pptobjectividadecientficaeracionalidadecientfica-110301030123-phpapp01.ppt
objectividadecientficaeracionalidadecientfica-110301030123-phpapp01.pptlgg2hb
 

Semelhante a O indutivismo no método científico (20)

aulamtodocientifico-130213204339-phpapp01.pptx
aulamtodocientifico-130213204339-phpapp01.pptxaulamtodocientifico-130213204339-phpapp01.pptx
aulamtodocientifico-130213204339-phpapp01.pptx
 
Construção da ciência
Construção da ciênciaConstrução da ciência
Construção da ciência
 
Aula método cientifico
Aula método cientificoAula método cientifico
Aula método cientifico
 
eqt11_estatuto_conhecimento_cientifico.pptx
eqt11_estatuto_conhecimento_cientifico.pptxeqt11_estatuto_conhecimento_cientifico.pptx
eqt11_estatuto_conhecimento_cientifico.pptx
 
Os parametros da pesquisa
Os parametros da pesquisaOs parametros da pesquisa
Os parametros da pesquisa
 
fc.pptx
fc.pptxfc.pptx
fc.pptx
 
Metodo cientifico
Metodo cientificoMetodo cientifico
Metodo cientifico
 
16 o método científico
16 o método científico16 o método científico
16 o método científico
 
MÉTODO CIENTÍFICO.pptx
MÉTODO CIENTÍFICO.pptxMÉTODO CIENTÍFICO.pptx
MÉTODO CIENTÍFICO.pptx
 
Trabalho método científico
Trabalho método científico Trabalho método científico
Trabalho método científico
 
Método científico
Método científicoMétodo científico
Método científico
 
Aula método científico
Aula método científicoAula método científico
Aula método científico
 
Curso de Epistemologia 5/6
Curso de Epistemologia 5/6Curso de Epistemologia 5/6
Curso de Epistemologia 5/6
 
O que e ciencia afinal
O que e ciencia afinalO que e ciencia afinal
O que e ciencia afinal
 
Conhecimento Científico - Popper
Conhecimento Científico - PopperConhecimento Científico - Popper
Conhecimento Científico - Popper
 
Exercícios Filsofia
Exercícios FilsofiaExercícios Filsofia
Exercícios Filsofia
 
Exercícios Filsofia
Exercícios Filsofia Exercícios Filsofia
Exercícios Filsofia
 
21 o método científico
21 o método científico21 o método científico
21 o método científico
 
Teoria - alguns tópicos
Teoria - alguns tópicosTeoria - alguns tópicos
Teoria - alguns tópicos
 
objectividadecientficaeracionalidadecientfica-110301030123-phpapp01.ppt
objectividadecientficaeracionalidadecientfica-110301030123-phpapp01.pptobjectividadecientficaeracionalidadecientfica-110301030123-phpapp01.ppt
objectividadecientficaeracionalidadecientfica-110301030123-phpapp01.ppt
 

Mais de Luis De Sousa Rodrigues (20)

Unidade funcional do cérebro
Unidade funcional do cérebroUnidade funcional do cérebro
Unidade funcional do cérebro
 
Tipos de vinculação
Tipos de vinculaçãoTipos de vinculação
Tipos de vinculação
 
Tipos de aprendizagem
Tipos de aprendizagemTipos de aprendizagem
Tipos de aprendizagem
 
Teorias sobre as emoções
Teorias sobre as emoçõesTeorias sobre as emoções
Teorias sobre as emoções
 
Relações precoces
Relações precocesRelações precoces
Relações precoces
 
Raízes da vinculação
Raízes da vinculaçãoRaízes da vinculação
Raízes da vinculação
 
Processos conativos
Processos conativosProcessos conativos
Processos conativos
 
Perturbações da vinculação
Perturbações da vinculaçãoPerturbações da vinculação
Perturbações da vinculação
 
Perceção e gestalt
Perceção e gestaltPerceção e gestalt
Perceção e gestalt
 
Os processos emocionais
Os processos emocionaisOs processos emocionais
Os processos emocionais
 
Os grupos
Os gruposOs grupos
Os grupos
 
O sistema nervoso
O sistema nervosoO sistema nervoso
O sistema nervoso
 
O que nos torna humanos
O que nos torna humanosO que nos torna humanos
O que nos torna humanos
 
Maslow e a motivação
Maslow e a motivaçãoMaslow e a motivação
Maslow e a motivação
 
Lateralidade cerebral
Lateralidade cerebralLateralidade cerebral
Lateralidade cerebral
 
Freud 9
Freud 9Freud 9
Freud 9
 
Freud 8
Freud 8Freud 8
Freud 8
 
Freud 7
Freud 7Freud 7
Freud 7
 
Freud 6
Freud 6Freud 6
Freud 6
 
Freud 5
Freud 5Freud 5
Freud 5
 

O indutivismo no método científico

  • 1. FILOSOFIA 11.º ano FILOSOFIA 11.º ano Luís Rodrigues O indutivismo
  • 2. O indutivismo Quando se trata de conhecer cientificamente a realidade, chega sempre o momento em que o cientista tem de testar e submeter à prova a hipótese que construiu para explicar ou compreender algo. Uma hipótese é uma tentativa de resposta a um problema, a procura de uma solução, uma tentativa de explicação ou de compreensão de algo que acontece no mundo. FILOSOFIA 11.º ano Validade e verificabilidade das hipóteses
  • 3. Como entender o teste das hipóteses? O que fazem os cientistas? Tentam provar que são verdadeiras ou procuram mostrar que são falsas? Verificar ou falsificar parece ser a questão. FILOSOFIA 11.º ano Validade e verificabilidade das hipóteses O indutivismo
  • 4. Como procedem os cientistas para conhecer a realidade, que caminho percorrem para atingir essa meta? A resposta mais frequente, partilhada pelas pessoas que não se dedicam à ciência nem à reflexão sobre o método científico, é a de que a ciência usa o método indutivo. Esta perspetiva é também frequentemente aceite por vários cientistas. Se a partir desta ideia julgarmos que o método indutivo é o método da ciência e não um entre outros, estamos a ser indutivistas. FILOSOFIA 11.º ano Validade e verificabilidade das hipóteses O indutivismo
  • 5. O indutivismo: Uma descrição do método indutivo 1. Observação Em primeiro lugar, recolhe-se o máximo possível de informação empírica sobre o assunto que se estuda. Ainda que as observações fortuitas ou ocasionais desencadeiem por vezes importantes descobertas científicas, a observação científica deve ser rigorosa e orientada para a resolução de problemas. A objetividade das observações deve ser garantida pelo uso de instrumentos e medidas rigorosas. FILOSOFIA 11.º ano Validade e verificabilidade das hipóteses
  • 6. 2. Formulação da hipótese Organizam-se os dados recolhidos e registados, procurando-se descobrir relações constantes entre eles – regularidades ou leis. Generalizam-se os dados da observação: o que vale para os casos observados é, a título de hipótese, extensível a todos os factos do tipo dos que foram observados. FILOSOFIA 11.º ano Validade e verificabilidade das hipóteses O indutivismo: Uma descrição do método indutivo
  • 7. 3. Teste da hipótese ou verificação da sua correspondência com os factos 4. Conclusão O sucesso das predições num número razoável de experiências atesta a verdade da hipótese – pelo menos provisória –, que passa então a designar-se lei científica. FILOSOFIA 11.º ano Validade e verificabilidade das hipóteses O indutivismo: Uma descrição do método indutivo
  • 8. O indutivismo: críticas à perspetiva indutivista do método científico 1. É errado supor que começamos pela observação ou que há observação pura. Sem teorias prévias, a observação carece de qualquer orientação. As conjeturas (hipóteses ou expetativas) são logicamente anteriores às observações. FILOSOFIA 11.º ano Validade e verificabilidade das hipóteses
  • 9. 2. As hipóteses não são, de modo algum, extraídas dos factos As hipóteses são produto da cooperação do raciocínio e da imaginação. Têm de ser criadas, inventadas. Neste aspeto, o trabalho do cientista é semelhante ao da criação artística. Com uma diferença: o cientista é tão livre para criar hipóteses como o artista, mas, ao contrário deste último, tem de submeter as suas criações a testes empíricos. FILOSOFIA 11.º ano Validade e verificabilidade das hipóteses O indutivismo: críticas à perspetiva indutivista do método científico
  • 10. Outro aspeto que de momento só brevemente será referido – porque será retomado e desenvolvido a seguir – diz respeito ao facto de as hipóteses, ao contrário do que pensa o indutivista, não serem verificáveis. FILOSOFIA 11.º ano Validade e verificabilidade das hipóteses O indutivismo: críticas à perspetiva indutivista do método científico