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O Designer valorizado
Nigel Whiteley
TEORIA
do design
PRÁTICA
do design
DESIGNER
FORMALIZADO
Funcionalidade
utilitária
Estudo
acadêmico
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Design
Origem:
Modernismo /
Bauhaus
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teoria e prática
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• natureza não apenas cultural mas também
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"...disposto a defender ideias sociais e culturais
mais elevados do que o consumismo a curto
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degradação ambiental."
 atuação do designer posto em questão;
 novo modelo de fusão teoria e prática;
 encorajar um design mais atuante;
 amplia e potencializa o designer e as
consequências de seu papel na sociedade.
• O modelo de designers que estamos formando hoje é
velho e ultrapassado, e não responde às necessidades
que se impõem atualmente.
• Esse modelo é resultado de algumas abordagens de
ensino adotadas pelas faculdades de design. Alguns
cursos focam demais no designer prático (formalista),
deixando a teoria de lado por achar que ela é perda de
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pesquisas acadêmicas, deixando a prática de lado,
imaginando que se a teoria por si só vai dar conta dos
detalhes práticos.
• Outros cursos focam no design politizado, imaginando que o papel do designer é salvar o mundo e que somos o
centro de tudo. O que nós fazemos tem impacto global e cabe a nós defender a humanidade do mal e da
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designers, atendendo às exigências de um tal de “mercado”, afinal isso é bom e ajuda o país.
• Por último, quando não estão concentradas em salvar o mundo ou destruir o mundo, alguns cursos deixam de
lado essa discussão e focam no modo de fazer as coisas, pensando que a tecnologia é a solução dos problemas e
atende todas as necessidades. Qual desses modelos é o melhor? Que tipo de designers precisamos formar para
responder aos desafios que surgem na sociedade, principalmente agora que o design está chamando cada vez
mais a atenção?
• Na verdade aí está o problema: não temos que escolher um modelo ou outro. É justamente essa atitude que
desequilibra a formação dos designers.
• Todos esses modelos que eu citei tem pontos fracos e pontos fortes, e adotar apenas um deles não dá conta das
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• O que nós precisamos não é designers teóricos, designers práticos, designers politizados, designers consumistas
ou designers tecnológicos.
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• As escolas devem satisfação a toda a sociedade, e não apenas às
empresas que empregam designers.
• Os estudantes de design não deveriam apenas fazer projetos, com
coleta de dados, pesquisas e relatórios, para resolver um problema
prático ou teórico. Deveriam também fazer uma reflexão sobre o
problema, em termos dos seus princípios e valores implícitos, e do
significado disso para o design e para a sociedade.
• O objetivo dos conteúdos ensinados nas faculdades deveria ser o de
oferecer uma visão clara sobre a atuação do designer, ajudando-o a
situar seu trabalho nos devidos contextos intelectuais, conceituais e
históricos.
• A consciência sobre os valores, tanto explícitos, quanto implícitos é
o elemento essencial com o qual as matérias da faculdade podem
contribuir para o ensino do design.
• O designer deve pensar no impacto positivo do design para garantir a
sustentabilidade ambiental, mas também deve refletir sobre o papel negativo do
design como estímulo do consumo.
• Devemos evitar professores de faculdades que nunca fizeram design na vida, que
não tem a menor noção de como os designers pensam e criam, e que encaram a
prática como nada mais do que uma demonstração de teorias.
• Mas também devemos evitar professores que não tem nenhum respeito pelo
estudo acadêmico, que acham que o design não passa de uma atividade empírica,
que se aprende fazendo.
• As faculdades devem formar designers que sejam conscientes sobre o impacto da
prosperidade, do consumismo e do estilo de vida como forças sociais e culturais
num sentido mais amplo.
• Essa compreensão torna o aluno menos propenso a gerar soluções aleatórias com
base em suposições erradas ou incompletas, e esteja melhor posicionado para
gerar soluções informadas, abrangentes e completas com base em uma
compreensão profunda dos valores que dão origem ao projeto de design.
"Os designers devem ter consciência de quanto
custam, assim como de quanto valem!"
Conclusão
• Longe de ser um mero sonhador, um teórico distante ou um técnico sem
imaginação, o designer valorizado é, em resumo:
– Aquele que possui uma compreensão crítica dos valores que fundamentam o
design;
– É corajoso, disposto a defender ideais sociais e culturais mais elevados do que
o consumo a curto prazo que leva à destruição do meio-ambiente;
– Enxerga no design o potencial para contribuir para uma qualidade de vida
melhor e mais sustentável;
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• Portanto, nota-se a necessidade de se desenvolver um modelo para um
novo tipo de designer, munido de uma compreensão mais aprofundada e
bem mais complexa da questão de valores, e da sua responsabilidade com
o mercado, com a sociedade e com o meio-ambiente.

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  • 3. DESIGNER FORMALIZADO Funcionalidade utilitária Estudo acadêmico antagônico ao Design Origem: Modernismo / Bauhaus DESIGNER TEORIZADO Teoria informa Teoria explica discursos Fusão total entre teoria e prática DESIGNER POLITIZADO Ideias construtivistas Produtivismo russo de 1917 Victor Papanek Surge o design ético/verde Papel social construtivo Designer responsável DESIGNER CONSUMISTA Realidades do mercado Manutenção do status quo Designer problema não solução DESIGNER TECNOLÓGICO Tecnófilos Falta de questionamento do sistema Tecnologia solução para o maior, mais rápido e mais possante
  • 4. Designer valorizado • prática informada pela teoria e a teorização como prática; • designer-cidadão (posicionado / atuante); • não cidadão-designer (conformista / obediente); • natureza não apenas cultural mas também ambiental, social e política.
  • 5. "...disposto a defender ideias sociais e culturais mais elevados do que o consumismo a curto prazo, com a sua bagagem obrigatória de degradação ambiental."
  • 6.  atuação do designer posto em questão;  novo modelo de fusão teoria e prática;  encorajar um design mais atuante;  amplia e potencializa o designer e as consequências de seu papel na sociedade.
  • 7. • O modelo de designers que estamos formando hoje é velho e ultrapassado, e não responde às necessidades que se impõem atualmente. • Esse modelo é resultado de algumas abordagens de ensino adotadas pelas faculdades de design. Alguns cursos focam demais no designer prático (formalista), deixando a teoria de lado por achar que ela é perda de tempo. Ou se concentram no design teórico, em pesquisas acadêmicas, deixando a prática de lado, imaginando que se a teoria por si só vai dar conta dos detalhes práticos.
  • 8. • Outros cursos focam no design politizado, imaginando que o papel do designer é salvar o mundo e que somos o centro de tudo. O que nós fazemos tem impacto global e cabe a nós defender a humanidade do mal e da devastação da natureza. Já outras faculdades não querem salvar o mundo, querem salvar o bolso e o emprego dos designers, atendendo às exigências de um tal de “mercado”, afinal isso é bom e ajuda o país. • Por último, quando não estão concentradas em salvar o mundo ou destruir o mundo, alguns cursos deixam de lado essa discussão e focam no modo de fazer as coisas, pensando que a tecnologia é a solução dos problemas e atende todas as necessidades. Qual desses modelos é o melhor? Que tipo de designers precisamos formar para responder aos desafios que surgem na sociedade, principalmente agora que o design está chamando cada vez mais a atenção? • Na verdade aí está o problema: não temos que escolher um modelo ou outro. É justamente essa atitude que desequilibra a formação dos designers. • Todos esses modelos que eu citei tem pontos fracos e pontos fortes, e adotar apenas um deles não dá conta das necessidades de formação dos designers. • O que nós precisamos não é designers teóricos, designers práticos, designers politizados, designers consumistas ou designers tecnológicos. • Precisamos é de designers de valor. Eles devem ser criativos, construtivos, de visão independente, que não sejam escravos do sistema capitalista, nem heróis da humanidade com suas idéias pró-sustentabilidade, nem geninhos tecnológicos. • Precisamos de profissionais capazes de desempenhar seu trabalho com conhecimento, inovação, sensibilidade e consciência. • O papel das escolas de design é fomentar essas qualidades nos alunos e não apenas atender as normas de um sistema consumista que se preocupa só com lucros a curto prazo.
  • 9. • As escolas devem satisfação a toda a sociedade, e não apenas às empresas que empregam designers. • Os estudantes de design não deveriam apenas fazer projetos, com coleta de dados, pesquisas e relatórios, para resolver um problema prático ou teórico. Deveriam também fazer uma reflexão sobre o problema, em termos dos seus princípios e valores implícitos, e do significado disso para o design e para a sociedade. • O objetivo dos conteúdos ensinados nas faculdades deveria ser o de oferecer uma visão clara sobre a atuação do designer, ajudando-o a situar seu trabalho nos devidos contextos intelectuais, conceituais e históricos. • A consciência sobre os valores, tanto explícitos, quanto implícitos é o elemento essencial com o qual as matérias da faculdade podem contribuir para o ensino do design.
  • 10. • O designer deve pensar no impacto positivo do design para garantir a sustentabilidade ambiental, mas também deve refletir sobre o papel negativo do design como estímulo do consumo. • Devemos evitar professores de faculdades que nunca fizeram design na vida, que não tem a menor noção de como os designers pensam e criam, e que encaram a prática como nada mais do que uma demonstração de teorias. • Mas também devemos evitar professores que não tem nenhum respeito pelo estudo acadêmico, que acham que o design não passa de uma atividade empírica, que se aprende fazendo. • As faculdades devem formar designers que sejam conscientes sobre o impacto da prosperidade, do consumismo e do estilo de vida como forças sociais e culturais num sentido mais amplo. • Essa compreensão torna o aluno menos propenso a gerar soluções aleatórias com base em suposições erradas ou incompletas, e esteja melhor posicionado para gerar soluções informadas, abrangentes e completas com base em uma compreensão profunda dos valores que dão origem ao projeto de design.
  • 11. "Os designers devem ter consciência de quanto custam, assim como de quanto valem!"
  • 12. Conclusão • Longe de ser um mero sonhador, um teórico distante ou um técnico sem imaginação, o designer valorizado é, em resumo: – Aquele que possui uma compreensão crítica dos valores que fundamentam o design; – É corajoso, disposto a defender ideais sociais e culturais mais elevados do que o consumo a curto prazo que leva à destruição do meio-ambiente; – Enxerga no design o potencial para contribuir para uma qualidade de vida melhor e mais sustentável; – Tem consciência do seu próprio valor. • Portanto, nota-se a necessidade de se desenvolver um modelo para um novo tipo de designer, munido de uma compreensão mais aprofundada e bem mais complexa da questão de valores, e da sua responsabilidade com o mercado, com a sociedade e com o meio-ambiente.