SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 14
Baixar para ler offline
Mestrado em Ensino de Matemática no 3º Ciclo e no Secundário




               Raquel Cristina Sousa Camacho




Síntese Crítica ao livro de 
         Seymour Papert 

“A Máquina das Crianças 
 Repensando a escola na era da 
        informática” 



                             Funchal
                               2010
Raquel Cristina Sousa Camacho




Síntese Crítica ao livro de 
      Seymour Papert 

“A Máquina das Crianças 
 Repensando a escola na era da 
        informática” 

                             Trabalho académico apresentado
                             na disciplina de Ciências da
                             Educação IV da Universidade da
                             Madeira.

                             Orientador: Professor Carlos Fino




                   Funchal
                    2010


                                                            2
Sumário




1. Resumo                                  4
2. Síntese Crítica                         5
3. Reflexão Pessoal                       13
4. Referências Bibliográficas             14




                                           3
Resumo


       O presente trabalho é uma síntese crítica ao livro do pedagogo Seymour Papert,
a “Máquina das Crianças – repensando a escola na era da informática”, onde
procurámos incidir sobre as ideias chave do autor, reflectindo sobre as suas propostas e
explorando novas possibilidades.
       A implementação de novas tecnologias na sala de aula, o papel do professor e do
aluno no processo educativo e a mudança de mentalidade na educação serão alguns dos
temas enfoque nesta síntese crítica.




                                                                                      4
Síntese Crítica


       Papert viveu o período em que os computadores foram inventados e evoluíram
nos E.U.A.. E esta era influenciou o autor de tal maneira que foi ele um dos
responsáveis pela implementação da linguagem de programação Logo no ensino.
Através da programação Logo, os alunos ganharam a autonomia que era, normalmente,
reservada aos adultos, pois programavam um computador e sentiam que estavam a
comandar a máquina, algo que, até então, estava destinado apenas aos adultos.
       Os educadores de hoje enfrentam um grande desafio, já que lidam com a
implementação massiva de novas tecnologias na escola. Observamos que no meio
escolar e académico é cada vez mais frequente utilizarmos as novas tecnologias e há
inúmeros benefícios em relação a essas novas ferramentas de trabalho, mas também há
uma componente negativa. Nas escolas e universidades há agora a tendência de “copiar
da internet, colar, enfeitar e imprimir trabalhos escolares”, não respeitando o autor do
trabalho e tomando como seu o trabalho alheio. Mas aprender é muito mais do que
copiar, é através do esforço e persistência que podemos realmente aprender.
       O papel da escola já não passa apenas por treinar pessoas que vão desempenhar
uma determinada função para o resto da vida, porque o “emprego para a vida” já não
existe. A escola deverá ter o papel de facultar ao indivíduo a “capacidade de aprender
novas habilidades, assimilar novos conceitos, avaliar novas situações, lidar com o
inesperado”. Assim, teremos indivíduos competentes e capazes de se adaptar a qualquer
situação e, consequentemente, capaz de desempenhar qualquer tarefa que a sociedade
lhes confie.
       Reparamos que não são apenas as mudanças tecnológicas a ocorrer no nosso
mundo que têm reflexos na educação. Também a própria necessidade do Homem em
alterar o seu comportamento, devido às mudanças ambientais e climatéricas, tem tido
um impacto profundo na educação, pois será através da educação que poderemos mudar
esse comportamento nocivo e destrutivo que o Homem tem para com o seu planeta.
       As novas tecnologias abrem um portal para uma nova era, a era da informação.
E as novas tecnologias conduzem-nos para um ambiente propício para a aprendizagem
e, consequentemente, para o ensino por excelência.
       Assim, o objectivo do autor será tentar perceber o relacionamento entre as
crianças e os computadores e de que forma esta relação influencia a aprendizagem.


                                                                                      5
Papert inicia o seu livro com uma parábola (termo utilizado pelo autor) onde
descreve qual seria a reacção de um grupo de viajantes do tempo oriundos do final do
século XIX e que teriam a oportunidade de visitar o mundo no final do século XX. Este
grupo era composto por médicos e professores do ensino básico.
        Papert refere que o grupo de médicos ficaria espantadíssimo com os avanços da
medicina e dificilmente conseguiria exercer a sua profissão nesta época com os
conhecimentos que tinha. Já o grupo de professores entraria na sala de aula e,
desconhecendo apenas uns quantos materiais novos, não teria dificuldade em assumir a
aula.
        Com esta parábola, o autor questiona porque é que as mudanças que se
verificaram em tantas áreas da actividade humana, não se verificaram também na escola
e rotula as pessoas conforme a resposta que dão à sua pergunta em Yearners e
Schoolers. Estes neologismos de Papert tornam-se difíceis de traduzir sem perder um
pouco do seu sentido na língua original. Paulo Cysneiros atribui ao termo Yearner o
significado de uma pessoa que “deseja fortemente algo difícil de tornar-se realidade”.
Schoolers, por seu turno, serão os “defensores da instituição escolar na sua estrutura
actual”.
        Assim, de um lado temos os Schoolers que reconhecem que a escola actual tem
problemas e mostram-se interessados em resolvê-los, mas não acreditam numa
“megamudança”. Por outro lado, os Yearners querem mudanças, mas respondem que
uma megamudança na instituição escolar teria custos muito superiores aos aceitáveis.
        Os Yearners caracterizam-se por serem pessoas alternativas, mas não têm a
intenção de inovar a escola, procuram sim um ensino alternativo. Nos E.U.A. é
frequente os pais manterem os filhos em casa a estudar e estes jovens acabam por não
ter qualquer contacto com o ambiente escolar. Também é recorrente os pais procurarem
escolas alternativas para os filhos.
        No entanto, existe outra categoria de Yearners que mantém uma relação com a
escola, digamos, tradicional. Estes Yearners são, habitualmente, professores que
conseguem criar programas alternativos dentro do Sistema Escolar.
        A megamudança proposta por Papert passa necessariamente pela introdução de
novas tecnologias na sala de aula e o reconhecimento da importância desta nova
realidade na formação das crianças. O autor refere, por exemplo, a importância que os
vídeo jogos têm no desenvolvimento intelectual das crianças e como uma ferramenta
pode ser, ao mesmo tempo, útil à aprendizagem e divertida. No entanto, esse amor das

                                                                                       6
crianças pelo computador é visto, muitas vezes, como um vício, ignorando-se os
conhecimentos que as crianças adquirem através das actividades proporcionadas por
essa ferramenta.
       Papert fala na “Máquina do Conhecimento” (uma ideia utópica do autor) que
teria por objectivo “tornar todo o conhecimento disponível”. Podemos ver no
computador uma espécie de “Máquina do Conhecimento”, pois é uma ferramenta que
não só proporciona o divertimento e a motivação necessária ao jovem/criança para
aprender, como também ajuda a responder às perguntas dessas crianças, sem a
supervisão de um adulto. Ou seja, proporciona a autonomia necessária para que a
criança aprenda sem estar dependente das respostas de um adulto.
       São muitos os esforços feitos para compreender de que forma ocorrem os
fenómenos de aprendizagem, no entanto, segundo Papert, os investigadores na área da
Educação abordam o tema de uma forma fria. Papert afirma que há um excessivo
distanciamento entre os investigadores da educação e o objecto de estudo, neste caso as
crianças.
       Noutras áreas científicas esse distanciamento é necessário, pois a compreensão
de um fenómeno envolve a objectividade do observador/pesquisador. No entanto, na
educação tem de haver um reconhecimento da “individualidade do estudante”, algo que
os professores, a Escola e os investigadores da educação tendem a ignorar.
       Esta individualidade assume a importância de que a escola veja as crianças como
seres individuais, com pensamento próprio e com reacções diferentes a um mesmo
estímulo. Portanto, a escola não pode simplesmente ver os alunos como um grupo de
indivíduos cujos comportamentos podem ser comandados.
       Se fossem proporcionadas as ferramentas necessárias para que as crianças
pudessem tomar as rédeas do seu próprio desenvolvimento, poderíamos ter no futuro
uma sociedade formada por cidadãos competentes, livres, com capacidade de agir por
juízo próprio e capaz de tomar as rédeas da sua aprendizagem.
       Para Papert a ferramenta que poderá proporcionar esta mudança na educação é o
computador, pois o computador proporciona às crianças a capacidade de descobrirem e
pesquisarem segundo os seus próprios interesses.
       O autor é ainda apologista da ideia de que as tentativas falhadas são uma fonte
de desenvolvimento inegável e faz uma abordagem às várias tentativas e erros que a
Humanidade cometeu aquando da sua ânsia por voar. Papert faz uma transição desta
ideia para a Educação: porque não incentivar a exploração, mesmo que isso signifique

                                                                                     7
errar e tentar de novo? Não é a partir dos erros que se aprende? E o que dizer da
satisfação que se sente quando finalmente se atinge o que nos tínhamos proposto? Não
se passará o mesmo com as crianças?
       E o que Papert propõe é isso mesmo, é o incentivo à exploração e à criatividade,
já que “entender é inventar”. Neste caminho rumo à exploração, o autor sugere que a
tecnologia poderá ser a ponte que ligará a escola ao futuro.
       Nesta fase do livro, Papert fala em mais pormenor sobre a linguagem Logo e
sobre a sua implementação na sala de aula. Para tal, relata várias experiências vividas
com alunos que frequentavam o 4º e 5º anos de escolaridade.
       Num primeiro relato, o autor refere que dois alunos que nunca tinham falado um
com o outro, viram-se na situação de poderem colaborar num projecto que interessava a
ambos. Este projecto estava a ser levado a cabo no computador e utilizando a linguagem
Logo. Houve, portanto, um incentivo à colaboração e a uma interacção social entre estes
jovens, contrariando a ideia actual de que o computador isola as pessoas e que as
incentiva a uma vida com pouca interacção social. Uma ideia, na minha opinião, errónea
e temos as redes sociais na internet que podem comprovar que o computador
proporciona uma grande interacção social, incentivando até a troca de ideias com
pessoas de culturas diferentes. Portanto, neste contexto, podemos perceber que o
computador ajuda a ultrapassar as diferenças.
       Os alunos referidos neste relato não só interagiram um com o outro, como
também, através da linguagem Logo e do uso do computador, conseguiram
compreender várias matérias, entre as quais geometria e física. Conseguiram ainda,
através dos movimentos que observavam e dominavam através da linguagem Logo no
ecrã do computador, aplicar a Matemática a algo que eles conseguiam realmente
compreender.
       Um dos grandes problemas do ensino actual é a falta de motivação dos
estudantes que, em parte, é determinada pelo facto de os jovens não perceberem a
utilidade do que estão a aprender. E os professores tendem a não tentar mudar essa
perspectiva.
       Aqui podemos referir o segundo relato de Papert que faz referência a esse
comportamento dos professores. Uma professora, quando questionada sobre o facto de
um dos seus alunos não estar a trabalhar com a linguagem Logo, respondeu que o aluno
já dominava a linguagem, logo tinha sugerido que ele fizesse outras actividades que não
estivessem relacionadas com essa linguagem. Portanto, os alunos não têm, segundo a

                                                                                     8
perspectiva de muitos professores, de utilizar os conhecimentos adquiridos, têm apenas
de saber. Este é o tipo de “modelo bancário” da educação (metáfora de Paulo Freire) em
que “o conhecimento é tratado como dinheiro, para ser guardado num banco para o
futuro”.
          No entanto, Papert reconhece a existência de outro tipo de professores,
professores criativos e que têm vontade de melhorar a educação. A linguagem Logo
permitiu a muitos professores criarem modelos de ensino personalizados.
          Na minha opinião, o autor entra um pouco em contradição neste excerto do livro.
Papert refere um dos seus professores preferidos e como este professor teve influência
na sua visão do mundo. Segundo Papert, teria sido a linguagem Logo a proporcionar
uma visão mais criativa aos professores que a utilizavam nas suas aulas, mas o professor
de Papert não tinha um computador e, mesmo assim, era criativo e conseguia cativar os
alunos.
          Um professor que tenha os meios físicos para incentivar as crianças, mas sendo
ele um professor sem criatividade, de pouco lhe valem esses meios. Não quero com isto
dizer que a linguagem Logo não tenha ajudado a emergir a criatividade dos professores
que a utilizaram, apenas entendo que não é uma condição necessária (a utilização da
linguagem Logo) para que isso acontecesse.
          Embora Papert admita que, no passado, tinha uma especial aversão aos
professores, confessa que as suas experiências nas salas de aula permitiram-lhe ver uma
outra faceta dos professores. Para Papert é a escola, com a sua estrutura hierarquizada e
natureza superficial, que transforma os professores em seres abomináveis.
          A natureza institucional da escola reflecte-se na hierarquia vigente no meio
escolar. A política em vigor controla a directoria que, por sua vez, controla os
professores. Estes têm o papel de controlar os alunos e treiná-los, pois, segundo a
escola, os professores são técnicos.
          O autor incentiva uma exaltação por parte dos professores para que rejeitem o
controlo da escola e que dêem azo à sua criatividade e ainda que sejam co-aprendizes na
sala de aula. Ou seja, que os professores não tenham receio em mostrar que não
dominam um determinado assunto e que aprendam com os alunos, tal como os alunos
aprendem com o professor.
          Mas, afinal, o que é aprender? Porque não existe uma palavra que defina a arte
de aprender? Papert propõe uma palavra para uma disciplina sobre a arte de aprender –
a Matética.

                                                                                       9
Esta necessidade de encontrar um termo que pudesse colmatar essa lacuna no
nosso vocabulário surge do facto de, como dissemos anteriormente, Papert enfatizar a
hierarquia na escola e atribuir a essa disposição hierárquica a importância que se dá ao
ensino e à arte de ensinar (pedagogia) e a pouca ênfase à aprendizagem. Isto porque o
professor é quem ensina à criança, ou seja, é o sujeito activo, é ele quem está “no
comando e é quem precisa de competência”.
       O autor defende que deveríamos dar mais ênfase à aprendizagem e é neste
contexto que surge a palavra Matética. Papert faz questão de relacionar a heurística com
a matética, mas define claramente que a heurística é a “arte da descoberta intelectual” e,
nos dias actuais, é aplicada à resolução de problemas. Enquanto a matética envolve
pensar sobre o problema e é isso que “promove a aprendizagem” e não o saber as regras
para resolver um problema.
       Na matética é, portanto, fundamental “dar-se tempo a si mesmo” para poder
observar e reflectir sobre o problema e promover a discussão, pois a comunicação
promove a aprendizagem. Essa comunicação deve ser livre de qualquer repressão e
encorajada pelos professores nas suas aulas, já que será através dessa reflexão e
discussão que os alunos vão começar a fazer conexões com outros temas e até com
outros problemas que ajudarão no seu desenvolvimento intelectual.
       No entanto, na escola actual não é dado tempo suficiente aos alunos para
reflectirem sobre os problemas que lhes são propostos, quanto mais para discutirem
sobre as possíveis estratégias a seguir. Desta forma, não conseguirão passar por todo o
processo, de uma beleza e complexidade raras, que permite fazer conexões e abrir novos
horizontes na aprendizagem. Essa é uma das duras críticas de Papert à escola.
       Numa fase posterior do livro, mas que interpreto que tenha relação com a
hierarquia da escola, Papert procura explicar a diferença entre o Instrucionismo e
Construcionismo. Segundo Santanchè e Teixeira (s.d.), o “Instrucionismo fundamenta-
se no princípio de que a acção de ensinar é fortemente relacionada com a transmissão de
informação”. O Construcionismo, por seu lado, segundo os mesmo autores,
fundamenta-se pela “atitude activa” do aluno que adquire a capacidade de construir “o
seu próprio conhecimento”.
       Seguindo o raciocínio de Papert, o Instrucionismo é a ideologia presente na
escola actual, já que o papel principal no processo de ensino-aprendizagem é do
professor, pois é ele o transmissor de conhecimento. Ao aluno cabe apenas assimilar e
assumir como verdade o que o professor transmite. Esta atitude faz do aluno um agente

                                                                                       10
passivo no processo ensino-aprendizagem e dá ênfase à ideia de hierarquia analisada
anteriormente.
       Para explicar a ideia construcionista, Papert refere um provérbio africano: “se
um homem tem fome, poderás dar-lhe um peixe, mas no dia seguinte ele terá fome
novamente. Se lhe deres uma cana de pesca e lhe ensinares a pescar, ele nunca mais terá
fome”. Podemos dizer que a atitude de dar o “peixe” assemelha-se à atitude
instrucionista de “dar conhecimento”. No entanto, essa será uma solução a curto prazo.
O construcionismo propõe que sejam fornecidas as ferramentas necessárias para que as
crianças possam descobrir e explorar o conhecimento. Essas ferramentas, segundo
Papert, são os computadores. Mas para pescar não são suficientes o conhecimento e as
ferramentas, é também necessário que pescamos em águas férteis. Isso leva-nos a
perceber o conceito de “micromundos” proposto por Papert, como a “Matelândia”, ou
seja, as “águas férteis” para “pescar” o conhecimento matemático.
       Papert propõe, ainda, a criação de uma nova disciplina, a “Cibernética para as
crianças” que pode ser caracterizada como o “grão de conhecimento necessário para
uma criança inventar e construir”, sendo que esta disciplina teria conexões com outras
áreas intelectuais. Assim, com a Cibernética os conhecimentos adquiridos seriam
realmente utilizados e não apenas aprendidos. Esta disciplina permitiria às crianças
terem um feedback sobre o que aprenderam e não, como acontece na escola actual,
absorver o que lhes é transmitido e fechar numa gaveta. Tem de haver uma aplicação
daquilo que se aprende e todas as áreas intelectuais têm de estar interligadas para
cumprirem o propósito da educação: formar um ser humano na sua totalidade.
       Podemos dizer que o computador parece ser o meio mais apropriado para se
atingir essa ideia, já que permite à criança a liberdade de descobrir novas realidades e,
nos dias de hoje, permite uma ligação com o resto do mundo como nunca antes foi
possível.
       No fundo, temos nas nossas mãos a capacidade de conhecer novas culturas,
novas maneiras de pensar e essa interacção permite-nos alargar os nossos próprios
horizontes, não ficando presos às ideias “preconcebidas” dos nossos antepassados.
       A megamudança proposta por Papert é comparada à Perestroika (slogan de
Gorbachev que significa “reconstruir”). Portanto, Papert não defende apenas uma
mudança no sistema educacional, mas uma reconstrução do mesmo.
       O autor é muito crítico em relação à avaliação da escola actual e sobre o que é
considerado sucesso educacional. Papert faz uma analogia entre os testes (forma de

                                                                                      11
avaliação mais comum) e a história dos pregos da fábrica Ilyanova. O objectivo era
produzir 100 toneladas de pregos. O director teve a ideia de produzir pregos maiores e
conseguiu uma produção de 150 toneladas. O director foi recompensado com um bónus,
no entanto, os pregos produzidos eram grandes demais para serem utilizados.
       “Definir sucesso educacional por resultados em exames não é muito diferente de
contar pregos fabricados em vez de pregos utilizados”. Portanto, a escola não incentiva
a utilização dos conhecimentos adquiridos, apenas mede a quantidade de conhecimento
dos alunos nos testes, que sabemos nem sempre corresponder ao real esforço e trabalho
dos alunos.
       Papert propõe que a “única opção racional é investir no encorajamento da
diversidade educacional com um comprometimento dedicado não apenas a expandir os
seus benefícios para todos os que o desejam, mas também assegurar que os que optam
por não tê-los estejam a fazer uma escolha informada”. Neste contexto, o autor fala das
vantagens das pequenas escolas na Dinamarca que correspondem a escolas alternativas.
Estas escolas podem proporcionar essa diversidade de que fala Papert e produzir
ambientes intelectuais férteis onde a verdadeira “cultura matética” poderia surgir.




                                                                                      12
Reflexão Pessoal


       Após a leitura do livro “A Máquina das Crianças”, de Seymour Papert, é
impossível não fazer um balanço sobre a nossa educação e apontar algumas críticas ao
nosso sistema educativo. Papert faz mais do que isso: propõe soluções.
       A grande solução de Papert é fazer uma megamudança na educação que permita
acabar com a natureza hierárquica da escola. Assim, os professores poderiam dar azo à
sua criatividade e serem co-aprendizes na sala de aula. Haveria, portanto, uma partilha
de informação entre professor e alunos.
       Partilho da opinião do autor quando menciona que a verdadeira aprendizagem
surge das tentativas falhadas. Se dermos aos alunos as ferramentas necessárias, eles
terão a autonomia para comandar o seu próprio desenvolvimento intelectual, mesmo que
isso signifique errar e tentar de novo.
       Para Papert, a grande ferramenta que poderá proporcionar esta mudança de
mentalidade na educação é o computador, já que é, ao mesmo tempo, uma ferramenta
que traz conhecimento e divertimento às crianças.
       Concordo, em parte, com esta ideia, mas acrescento que é necessário
proporcionar outras ferramentas que facultem aos alunos outro tipo de experiência. Por
exemplo, no estudo da geometria poderíamos utilizar a linguagem Logo para abordar o
tema, incentivando os alunos a desenvolverem um determinado projecto. E porque não
incluir nesse projecto uma saída ao exterior da sala e olhar para a geometria na natureza,
observando, por exemplo, as plantas?
       Podemos conciliar o uso das novas tecnologias com as ferramentas que já temos.
       Penso que o grande desafio nesta ideia de Papert não é implementar os
computadores na sala de aula, pois isso já acontece nos nossos dias. O grande desafio é
mudar a mentalidade dos intervenientes de todo o processo educativo, desde o
ministério, passando pelas direcções das escolas e professores, até chegar aos alunos.
Por isso, Papert fala numa reconstrução total da Escola.
       Mudar mentalidades nunca é fácil, mas a persistência é uma arma poderosa dos
lutadores. Felizmente, no mundo da educação temos muitos lutadores que tudo farão
para tornar a arte de aprender numa exploração permanente.




                                                                                       13
Referências Bibliográficas


PAPERT, Seymour (1993). A Máquina das Crianças: Repensando a Escola na Era da
Informática. Porto Alegre: Artmed Editora



Sítios da Internet:


       SANTACHÈ, André ,TEIXEIRA, César (s.d.). Integrando Instrucionismo e
        Construcionismo em Aplicações Educacionais através do Casa Mágica.
        Consultado a (2010-05-28) em:
        http://www.nuppead.unifacs.br/artigos/IntegrandoInstrucionismo.pdf



       CYSNEIROS, Paulo Gileno (1999). Resenha Crítica. Consultado a (2010-05-
        29) em:
        http://www.google.pt/url?sa=t&source=web&ct=res&cd=1&ved=0CBcQFjAA
        &url=http%3A%2F%2Fwww.sbc.org.br%2Fbibliotecadigital%2Fdownload.php
        %3Fpaper%3D896&ei=CnwFTLj-Nozb-QbL3vikCg&usg=AFQjCNGV-
        4K2bJVqppL3-bRT7MFQz7pFEw&sig2=xm7djTBHhnad4wUkc7i8nA
         




                                                                             14

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Trabalhando Ciências da Natureza nos Anos Iniciais
Trabalhando Ciências da Natureza nos Anos IniciaisTrabalhando Ciências da Natureza nos Anos Iniciais
Trabalhando Ciências da Natureza nos Anos Iniciaisluciany-nascimento
 
Diário de bordo do projeto uso das tecnologias na escola
Diário de bordo do projeto  uso das tecnologias na escolaDiário de bordo do projeto  uso das tecnologias na escola
Diário de bordo do projeto uso das tecnologias na escolatelmamedeiros2010
 
Relatório de observação
Relatório de observaçãoRelatório de observação
Relatório de observaçãoArte Tecnologia
 
Relatorio Projetos de Vida - Ensino Medio
Relatorio Projetos de Vida - Ensino MedioRelatorio Projetos de Vida - Ensino Medio
Relatorio Projetos de Vida - Ensino Mediouliarau
 
Projeto Conhecendo nossa história, valorizando nossas raízes
Projeto Conhecendo nossa história, valorizando nossas raízesProjeto Conhecendo nossa história, valorizando nossas raízes
Projeto Conhecendo nossa história, valorizando nossas raízesRafael Costa
 
Lados Negativos da Tecnologia.
Lados Negativos da Tecnologia.Lados Negativos da Tecnologia.
Lados Negativos da Tecnologia.Nicole Gouveia
 
01 estudos orientados eo 2022
01 estudos orientados   eo 202201 estudos orientados   eo 2022
01 estudos orientados eo 2022LEODINEIAGAMA
 
RELATÓRIO DA EJA- DORALICE DOURADO
RELATÓRIO DA EJA- DORALICE DOURADORELATÓRIO DA EJA- DORALICE DOURADO
RELATÓRIO DA EJA- DORALICE DOURADOUFMA e UEMA
 
Alfabetização e letramento (slide)
Alfabetização e letramento (slide)Alfabetização e letramento (slide)
Alfabetização e letramento (slide)PamelaAschoff
 
Projeto recuperação semestral reforço escolar
Projeto recuperação semestral reforço escolarProjeto recuperação semestral reforço escolar
Projeto recuperação semestral reforço escolaralvinarocha
 
Relatorio pronto
Relatorio prontoRelatorio pronto
Relatorio prontoDiego Moura
 
Programa-de-Acao-PEI 2022_MARIA EUGENIA_atualizado.docx
Programa-de-Acao-PEI 2022_MARIA EUGENIA_atualizado.docxPrograma-de-Acao-PEI 2022_MARIA EUGENIA_atualizado.docx
Programa-de-Acao-PEI 2022_MARIA EUGENIA_atualizado.docxMaxLuisEspinosa
 
Dinâmicas para a sala de aula
Dinâmicas para a sala de aulaDinâmicas para a sala de aula
Dinâmicas para a sala de aulaTeones Arch
 
Livro "O Jovem e Seu Projeto de Vida"
Livro "O Jovem e Seu Projeto de Vida"Livro "O Jovem e Seu Projeto de Vida"
Livro "O Jovem e Seu Projeto de Vida"Vocação
 
Projeto Direitos Humanos: da Sala de Aula à Convivência em Comunidade
Projeto Direitos Humanos: da Sala de Aula à Convivência em ComunidadeProjeto Direitos Humanos: da Sala de Aula à Convivência em Comunidade
Projeto Direitos Humanos: da Sala de Aula à Convivência em ComunidadeVania Brasileiro
 
Mapa de competências ensino integral (1) (1)
Mapa de competências ensino integral (1) (1)Mapa de competências ensino integral (1) (1)
Mapa de competências ensino integral (1) (1)Roseli Basellotto
 

Mais procurados (20)

Portfólio pronto
Portfólio prontoPortfólio pronto
Portfólio pronto
 
Trabalhando Ciências da Natureza nos Anos Iniciais
Trabalhando Ciências da Natureza nos Anos IniciaisTrabalhando Ciências da Natureza nos Anos Iniciais
Trabalhando Ciências da Natureza nos Anos Iniciais
 
Diário de bordo do projeto uso das tecnologias na escola
Diário de bordo do projeto  uso das tecnologias na escolaDiário de bordo do projeto  uso das tecnologias na escola
Diário de bordo do projeto uso das tecnologias na escola
 
Relatório de observação
Relatório de observaçãoRelatório de observação
Relatório de observação
 
Relatorio Projetos de Vida - Ensino Medio
Relatorio Projetos de Vida - Ensino MedioRelatorio Projetos de Vida - Ensino Medio
Relatorio Projetos de Vida - Ensino Medio
 
Projeto Conhecendo nossa história, valorizando nossas raízes
Projeto Conhecendo nossa história, valorizando nossas raízesProjeto Conhecendo nossa história, valorizando nossas raízes
Projeto Conhecendo nossa história, valorizando nossas raízes
 
Lados Negativos da Tecnologia.
Lados Negativos da Tecnologia.Lados Negativos da Tecnologia.
Lados Negativos da Tecnologia.
 
01 estudos orientados eo 2022
01 estudos orientados   eo 202201 estudos orientados   eo 2022
01 estudos orientados eo 2022
 
Plano de aula.
Plano de aula.Plano de aula.
Plano de aula.
 
Introdução A Geografia
Introdução A GeografiaIntrodução A Geografia
Introdução A Geografia
 
RELATÓRIO DA EJA- DORALICE DOURADO
RELATÓRIO DA EJA- DORALICE DOURADORELATÓRIO DA EJA- DORALICE DOURADO
RELATÓRIO DA EJA- DORALICE DOURADO
 
Alfabetização e letramento (slide)
Alfabetização e letramento (slide)Alfabetização e letramento (slide)
Alfabetização e letramento (slide)
 
Projeto recuperação semestral reforço escolar
Projeto recuperação semestral reforço escolarProjeto recuperação semestral reforço escolar
Projeto recuperação semestral reforço escolar
 
Relatorio pronto
Relatorio prontoRelatorio pronto
Relatorio pronto
 
Programa-de-Acao-PEI 2022_MARIA EUGENIA_atualizado.docx
Programa-de-Acao-PEI 2022_MARIA EUGENIA_atualizado.docxPrograma-de-Acao-PEI 2022_MARIA EUGENIA_atualizado.docx
Programa-de-Acao-PEI 2022_MARIA EUGENIA_atualizado.docx
 
Dinâmicas para a sala de aula
Dinâmicas para a sala de aulaDinâmicas para a sala de aula
Dinâmicas para a sala de aula
 
Livro "O Jovem e Seu Projeto de Vida"
Livro "O Jovem e Seu Projeto de Vida"Livro "O Jovem e Seu Projeto de Vida"
Livro "O Jovem e Seu Projeto de Vida"
 
Projeto Direitos Humanos: da Sala de Aula à Convivência em Comunidade
Projeto Direitos Humanos: da Sala de Aula à Convivência em ComunidadeProjeto Direitos Humanos: da Sala de Aula à Convivência em Comunidade
Projeto Direitos Humanos: da Sala de Aula à Convivência em Comunidade
 
Mapa de competências ensino integral (1) (1)
Mapa de competências ensino integral (1) (1)Mapa de competências ensino integral (1) (1)
Mapa de competências ensino integral (1) (1)
 
Conceitos Da Geografia
Conceitos Da GeografiaConceitos Da Geografia
Conceitos Da Geografia
 

Destaque

Pensamento Computacional
Pensamento ComputacionalPensamento Computacional
Pensamento ComputacionalLuiz Rocha
 
Linguagem logo
Linguagem logoLinguagem logo
Linguagem logowanluli
 
Pensamento Computacional - ANPRI no Topas Lx
Pensamento Computacional - ANPRI no Topas LxPensamento Computacional - ANPRI no Topas Lx
Pensamento Computacional - ANPRI no Topas LxFernanda Ledesma
 
Ensinando computacao sem_computador
Ensinando computacao sem_computadorEnsinando computacao sem_computador
Ensinando computacao sem_computadorHudson Augusto
 
Computação desplugada na prática escolar
Computação desplugada na prática escolarComputação desplugada na prática escolar
Computação desplugada na prática escolarJessica Pontes
 
Tutorial kturtle iniciante
Tutorial kturtle inicianteTutorial kturtle iniciante
Tutorial kturtle inicianteRodrigo Costa
 
Apresentação do Ambiente de Aprendizagem Super Logo
Apresentação do Ambiente de Aprendizagem Super LogoApresentação do Ambiente de Aprendizagem Super Logo
Apresentação do Ambiente de Aprendizagem Super LogoVictor Martins
 
Introdução a linguagem LOGO
Introdução a linguagem LOGOIntrodução a linguagem LOGO
Introdução a linguagem LOGORaiza Medeiros
 
Slides teoriadainformacao
Slides teoriadainformacaoSlides teoriadainformacao
Slides teoriadainformacaoLuiz Henrique
 
Pensamento computacional aplicado ao jornalismo
Pensamento computacional aplicado ao jornalismoPensamento computacional aplicado ao jornalismo
Pensamento computacional aplicado ao jornalismoTracto Content Marketing
 
Workshop - Atividades para desenvolver o pensamento computacional sem comput...
Workshop -  Atividades para desenvolver o pensamento computacional sem comput...Workshop -  Atividades para desenvolver o pensamento computacional sem comput...
Workshop - Atividades para desenvolver o pensamento computacional sem comput...Milena Jorge
 
Frações no dia a dia
Frações no dia a diaFrações no dia a dia
Frações no dia a diaVivimatematica
 
Construcionismo seymour papert
Construcionismo seymour papertConstrucionismo seymour papert
Construcionismo seymour papertAmorim Albert
 
Explorando Games para o Ensino do Pensamento Computacional
Explorando Games para o Ensino do Pensamento ComputacionalExplorando Games para o Ensino do Pensamento Computacional
Explorando Games para o Ensino do Pensamento ComputacionalSérgio Souza Costa
 
Planejamento em saúde
Planejamento em saúdePlanejamento em saúde
Planejamento em saúdeLaíz Coutinho
 
Didática e metodologia do ensino religioso
Didática e metodologia do ensino religiosoDidática e metodologia do ensino religioso
Didática e metodologia do ensino religiosoWerkson Azeredo
 
O Centro - n.º 31 – 11.07.2007
O Centro - n.º 31 – 11.07.2007O Centro - n.º 31 – 11.07.2007
O Centro - n.º 31 – 11.07.2007MANCHETE
 

Destaque (20)

Pensamento Computacional
Pensamento ComputacionalPensamento Computacional
Pensamento Computacional
 
Linguagem logo
Linguagem logoLinguagem logo
Linguagem logo
 
Pensamento Computacional - ANPRI no Topas Lx
Pensamento Computacional - ANPRI no Topas LxPensamento Computacional - ANPRI no Topas Lx
Pensamento Computacional - ANPRI no Topas Lx
 
Ensinando computacao sem_computador
Ensinando computacao sem_computadorEnsinando computacao sem_computador
Ensinando computacao sem_computador
 
Computação desplugada na prática escolar
Computação desplugada na prática escolarComputação desplugada na prática escolar
Computação desplugada na prática escolar
 
Tutorial kturtle iniciante
Tutorial kturtle inicianteTutorial kturtle iniciante
Tutorial kturtle iniciante
 
Apresentação do Ambiente de Aprendizagem Super Logo
Apresentação do Ambiente de Aprendizagem Super LogoApresentação do Ambiente de Aprendizagem Super Logo
Apresentação do Ambiente de Aprendizagem Super Logo
 
Introdução a linguagem LOGO
Introdução a linguagem LOGOIntrodução a linguagem LOGO
Introdução a linguagem LOGO
 
Slides teoriadainformacao
Slides teoriadainformacaoSlides teoriadainformacao
Slides teoriadainformacao
 
Olha quem está programando!
Olha quem está programando!Olha quem está programando!
Olha quem está programando!
 
Pensamento computacional aplicado ao jornalismo
Pensamento computacional aplicado ao jornalismoPensamento computacional aplicado ao jornalismo
Pensamento computacional aplicado ao jornalismo
 
Workshop - Atividades para desenvolver o pensamento computacional sem comput...
Workshop -  Atividades para desenvolver o pensamento computacional sem comput...Workshop -  Atividades para desenvolver o pensamento computacional sem comput...
Workshop - Atividades para desenvolver o pensamento computacional sem comput...
 
Frações no dia a dia
Frações no dia a diaFrações no dia a dia
Frações no dia a dia
 
Construcionismo seymour papert
Construcionismo seymour papertConstrucionismo seymour papert
Construcionismo seymour papert
 
Sistemas operacionais
Sistemas operacionaisSistemas operacionais
Sistemas operacionais
 
Explorando Games para o Ensino do Pensamento Computacional
Explorando Games para o Ensino do Pensamento ComputacionalExplorando Games para o Ensino do Pensamento Computacional
Explorando Games para o Ensino do Pensamento Computacional
 
PPLS/ PES
PPLS/ PESPPLS/ PES
PPLS/ PES
 
Planejamento em saúde
Planejamento em saúdePlanejamento em saúde
Planejamento em saúde
 
Didática e metodologia do ensino religioso
Didática e metodologia do ensino religiosoDidática e metodologia do ensino religioso
Didática e metodologia do ensino religioso
 
O Centro - n.º 31 – 11.07.2007
O Centro - n.º 31 – 11.07.2007O Centro - n.º 31 – 11.07.2007
O Centro - n.º 31 – 11.07.2007
 

Semelhante a Síntese Crítica ao livro 'A Máquina das Crianças' de Seymour Papert

Seminário Mídias na Educação
Seminário Mídias na EducaçãoSeminário Mídias na Educação
Seminário Mídias na EducaçãoAdriana Moura
 
Web 2.0 com os recursos do Google Drive no desenvolvimento da leitura e escri...
Web 2.0 com os recursos do Google Drive no desenvolvimento da leitura e escri...Web 2.0 com os recursos do Google Drive no desenvolvimento da leitura e escri...
Web 2.0 com os recursos do Google Drive no desenvolvimento da leitura e escri...Antonio Donizete Souza
 
Revista Educatrix - Ed.05
Revista Educatrix - Ed.05Revista Educatrix - Ed.05
Revista Educatrix - Ed.05Editora Moderna
 
Revista Educatrix - Ed.05
Revista Educatrix - Ed.05Revista Educatrix - Ed.05
Revista Educatrix - Ed.05Editora Moderna
 
Actividade Blogue Final
Actividade Blogue FinalActividade Blogue Final
Actividade Blogue Finalascotas
 
ReflexãO Final Ilda Para Lp Tic
ReflexãO Final Ilda Para Lp TicReflexãO Final Ilda Para Lp Tic
ReflexãO Final Ilda Para Lp Ticascotas
 
Os conceitos e os caminhos da Educação
Os conceitos e os caminhos da EducaçãoOs conceitos e os caminhos da Educação
Os conceitos e os caminhos da EducaçãoPriscila Pettine
 
A importância do computador na educação
A importância do computador na educaçãoA importância do computador na educação
A importância do computador na educaçãoAdanildo Fio
 
RecensãO Critica
RecensãO CriticaRecensãO Critica
RecensãO CriticaAnaSAnaO
 
Desafio profissional 2º bimestre (1)
Desafio profissional   2º bimestre (1)Desafio profissional   2º bimestre (1)
Desafio profissional 2º bimestre (1)Camila Possari
 
Comunicação mediada pela tecnologia
Comunicação mediada pela tecnologiaComunicação mediada pela tecnologia
Comunicação mediada pela tecnologiaVanessa Bartoski
 
Apresentação slidshare
Apresentação slidshareApresentação slidshare
Apresentação slidshareMaraci Fontana
 
Marcos davi and gabriel araujo
Marcos davi and gabriel araujoMarcos davi and gabriel araujo
Marcos davi and gabriel araujotesteeee0111
 
Santina todendi
Santina todendiSantina todendi
Santina todendiequipetics
 
Autoria como estrategia pedagogica
Autoria como estrategia pedagogicaAutoria como estrategia pedagogica
Autoria como estrategia pedagogicaMyrian Laste
 
INCLUSAO ESCOLAR.pdf
INCLUSAO ESCOLAR.pdfINCLUSAO ESCOLAR.pdf
INCLUSAO ESCOLAR.pdfcrisfismat
 

Semelhante a Síntese Crítica ao livro 'A Máquina das Crianças' de Seymour Papert (20)

Seminário Mídias na Educação
Seminário Mídias na EducaçãoSeminário Mídias na Educação
Seminário Mídias na Educação
 
Web 2.0 com os recursos do Google Drive no desenvolvimento da leitura e escri...
Web 2.0 com os recursos do Google Drive no desenvolvimento da leitura e escri...Web 2.0 com os recursos do Google Drive no desenvolvimento da leitura e escri...
Web 2.0 com os recursos do Google Drive no desenvolvimento da leitura e escri...
 
Revista Educatrix - Ed.05
Revista Educatrix - Ed.05Revista Educatrix - Ed.05
Revista Educatrix - Ed.05
 
Revista Educatrix - Ed.05
Revista Educatrix - Ed.05Revista Educatrix - Ed.05
Revista Educatrix - Ed.05
 
Actividade Blogue Final
Actividade Blogue FinalActividade Blogue Final
Actividade Blogue Final
 
ReflexãO Final Ilda Para Lp Tic
ReflexãO Final Ilda Para Lp TicReflexãO Final Ilda Para Lp Tic
ReflexãO Final Ilda Para Lp Tic
 
Os conceitos e os caminhos da Educação
Os conceitos e os caminhos da EducaçãoOs conceitos e os caminhos da Educação
Os conceitos e os caminhos da Educação
 
A importância do computador na educação
A importância do computador na educaçãoA importância do computador na educação
A importância do computador na educação
 
RecensãO Critica
RecensãO CriticaRecensãO Critica
RecensãO Critica
 
Um Novo Paradigma Em EducaçãO
Um Novo Paradigma Em EducaçãOUm Novo Paradigma Em EducaçãO
Um Novo Paradigma Em EducaçãO
 
Desafio profissional 2º bimestre (1)
Desafio profissional   2º bimestre (1)Desafio profissional   2º bimestre (1)
Desafio profissional 2º bimestre (1)
 
Comunicação mediada pela tecnologia
Comunicação mediada pela tecnologiaComunicação mediada pela tecnologia
Comunicação mediada pela tecnologia
 
Apresentação slidshare
Apresentação slidshareApresentação slidshare
Apresentação slidshare
 
Ativ01
Ativ01Ativ01
Ativ01
 
Marcos davi and gabriel araujo
Marcos davi and gabriel araujoMarcos davi and gabriel araujo
Marcos davi and gabriel araujo
 
Relato do evento do pibid
Relato do evento do pibidRelato do evento do pibid
Relato do evento do pibid
 
Cursos rea internacionais
Cursos rea internacionaisCursos rea internacionais
Cursos rea internacionais
 
Santina todendi
Santina todendiSantina todendi
Santina todendi
 
Autoria como estrategia pedagogica
Autoria como estrategia pedagogicaAutoria como estrategia pedagogica
Autoria como estrategia pedagogica
 
INCLUSAO ESCOLAR.pdf
INCLUSAO ESCOLAR.pdfINCLUSAO ESCOLAR.pdf
INCLUSAO ESCOLAR.pdf
 

Mais de Raquel Camacho

Resolução do agente x max 3
Resolução do agente x max 3Resolução do agente x max 3
Resolução do agente x max 3Raquel Camacho
 
Terceiro enunciado Agente X Mini
Terceiro enunciado Agente X MiniTerceiro enunciado Agente X Mini
Terceiro enunciado Agente X MiniRaquel Camacho
 
Soluções categoria A
Soluções categoria ASoluções categoria A
Soluções categoria ARaquel Camacho
 
Enunciado da prova pré olímpica
Enunciado da prova pré olímpicaEnunciado da prova pré olímpica
Enunciado da prova pré olímpicaRaquel Camacho
 
Enunciado da prova da categoria júnior
Enunciado da prova da categoria júniorEnunciado da prova da categoria júnior
Enunciado da prova da categoria júniorRaquel Camacho
 
Enunciado da prova da categoria a
Enunciado da prova da categoria aEnunciado da prova da categoria a
Enunciado da prova da categoria aRaquel Camacho
 
Será que a integração de alunos imigrantes nas escolas portuguesas é bem suce...
Será que a integração de alunos imigrantes nas escolas portuguesas é bem suce...Será que a integração de alunos imigrantes nas escolas portuguesas é bem suce...
Será que a integração de alunos imigrantes nas escolas portuguesas é bem suce...Raquel Camacho
 
Como organizar o encarceramento de animais no Zoo
Como organizar o encarceramento de animais no ZooComo organizar o encarceramento de animais no Zoo
Como organizar o encarceramento de animais no ZooRaquel Camacho
 
As Repercussões do Currículo Oculto na Sociedade
As Repercussões do Currículo Oculto na SociedadeAs Repercussões do Currículo Oculto na Sociedade
As Repercussões do Currículo Oculto na SociedadeRaquel Camacho
 
Indisciplina na Sala de Aula
Indisciplina na Sala de AulaIndisciplina na Sala de Aula
Indisciplina na Sala de AulaRaquel Camacho
 
Relatório final de estágio: Educação Matemática Crítica
Relatório final de estágio: Educação Matemática CríticaRelatório final de estágio: Educação Matemática Crítica
Relatório final de estágio: Educação Matemática CríticaRaquel Camacho
 
Trabalho insucesso escolar
Trabalho insucesso escolar Trabalho insucesso escolar
Trabalho insucesso escolar Raquel Camacho
 

Mais de Raquel Camacho (15)

Resolução do agente x max 3
Resolução do agente x max 3Resolução do agente x max 3
Resolução do agente x max 3
 
Terceiro enunciado Agente X Mini
Terceiro enunciado Agente X MiniTerceiro enunciado Agente X Mini
Terceiro enunciado Agente X Mini
 
Soluções pré
Soluções préSoluções pré
Soluções pré
 
Soluções júnior
Soluções júniorSoluções júnior
Soluções júnior
 
Soluções categoria A
Soluções categoria ASoluções categoria A
Soluções categoria A
 
Enunciado da prova pré olímpica
Enunciado da prova pré olímpicaEnunciado da prova pré olímpica
Enunciado da prova pré olímpica
 
Enunciado da prova da categoria júnior
Enunciado da prova da categoria júniorEnunciado da prova da categoria júnior
Enunciado da prova da categoria júnior
 
Enunciado da prova da categoria a
Enunciado da prova da categoria aEnunciado da prova da categoria a
Enunciado da prova da categoria a
 
Será que a integração de alunos imigrantes nas escolas portuguesas é bem suce...
Será que a integração de alunos imigrantes nas escolas portuguesas é bem suce...Será que a integração de alunos imigrantes nas escolas portuguesas é bem suce...
Será que a integração de alunos imigrantes nas escolas portuguesas é bem suce...
 
Como organizar o encarceramento de animais no Zoo
Como organizar o encarceramento de animais no ZooComo organizar o encarceramento de animais no Zoo
Como organizar o encarceramento de animais no Zoo
 
Números de Euler
Números de EulerNúmeros de Euler
Números de Euler
 
As Repercussões do Currículo Oculto na Sociedade
As Repercussões do Currículo Oculto na SociedadeAs Repercussões do Currículo Oculto na Sociedade
As Repercussões do Currículo Oculto na Sociedade
 
Indisciplina na Sala de Aula
Indisciplina na Sala de AulaIndisciplina na Sala de Aula
Indisciplina na Sala de Aula
 
Relatório final de estágio: Educação Matemática Crítica
Relatório final de estágio: Educação Matemática CríticaRelatório final de estágio: Educação Matemática Crítica
Relatório final de estágio: Educação Matemática Crítica
 
Trabalho insucesso escolar
Trabalho insucesso escolar Trabalho insucesso escolar
Trabalho insucesso escolar
 

Último

Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS MemoriaLibras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memorialgrecchi
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfCamillaBrito19
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptMaiteFerreira4
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Ilda Bicacro
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....LuizHenriquedeAlmeid6
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)ElliotFerreira
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavrasMary Alvarenga
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...licinioBorges
 
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfAula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfFernandaMota99
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdfFicha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdfFtimaMoreira35
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteVanessaCavalcante37
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?AnabelaGuerreiro7
 

Último (20)

Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
 
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS MemoriaLibras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavras
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
 
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfAula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdfFicha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
 

Síntese Crítica ao livro 'A Máquina das Crianças' de Seymour Papert

  • 1. Mestrado em Ensino de Matemática no 3º Ciclo e no Secundário Raquel Cristina Sousa Camacho Síntese Crítica ao livro de  Seymour Papert  “A Máquina das Crianças  Repensando a escola na era da  informática”  Funchal 2010
  • 2. Raquel Cristina Sousa Camacho Síntese Crítica ao livro de  Seymour Papert  “A Máquina das Crianças  Repensando a escola na era da  informática”  Trabalho académico apresentado na disciplina de Ciências da Educação IV da Universidade da Madeira. Orientador: Professor Carlos Fino Funchal 2010 2
  • 3. Sumário 1. Resumo 4 2. Síntese Crítica 5 3. Reflexão Pessoal 13 4. Referências Bibliográficas 14 3
  • 4. Resumo O presente trabalho é uma síntese crítica ao livro do pedagogo Seymour Papert, a “Máquina das Crianças – repensando a escola na era da informática”, onde procurámos incidir sobre as ideias chave do autor, reflectindo sobre as suas propostas e explorando novas possibilidades. A implementação de novas tecnologias na sala de aula, o papel do professor e do aluno no processo educativo e a mudança de mentalidade na educação serão alguns dos temas enfoque nesta síntese crítica. 4
  • 5. Síntese Crítica Papert viveu o período em que os computadores foram inventados e evoluíram nos E.U.A.. E esta era influenciou o autor de tal maneira que foi ele um dos responsáveis pela implementação da linguagem de programação Logo no ensino. Através da programação Logo, os alunos ganharam a autonomia que era, normalmente, reservada aos adultos, pois programavam um computador e sentiam que estavam a comandar a máquina, algo que, até então, estava destinado apenas aos adultos. Os educadores de hoje enfrentam um grande desafio, já que lidam com a implementação massiva de novas tecnologias na escola. Observamos que no meio escolar e académico é cada vez mais frequente utilizarmos as novas tecnologias e há inúmeros benefícios em relação a essas novas ferramentas de trabalho, mas também há uma componente negativa. Nas escolas e universidades há agora a tendência de “copiar da internet, colar, enfeitar e imprimir trabalhos escolares”, não respeitando o autor do trabalho e tomando como seu o trabalho alheio. Mas aprender é muito mais do que copiar, é através do esforço e persistência que podemos realmente aprender. O papel da escola já não passa apenas por treinar pessoas que vão desempenhar uma determinada função para o resto da vida, porque o “emprego para a vida” já não existe. A escola deverá ter o papel de facultar ao indivíduo a “capacidade de aprender novas habilidades, assimilar novos conceitos, avaliar novas situações, lidar com o inesperado”. Assim, teremos indivíduos competentes e capazes de se adaptar a qualquer situação e, consequentemente, capaz de desempenhar qualquer tarefa que a sociedade lhes confie. Reparamos que não são apenas as mudanças tecnológicas a ocorrer no nosso mundo que têm reflexos na educação. Também a própria necessidade do Homem em alterar o seu comportamento, devido às mudanças ambientais e climatéricas, tem tido um impacto profundo na educação, pois será através da educação que poderemos mudar esse comportamento nocivo e destrutivo que o Homem tem para com o seu planeta. As novas tecnologias abrem um portal para uma nova era, a era da informação. E as novas tecnologias conduzem-nos para um ambiente propício para a aprendizagem e, consequentemente, para o ensino por excelência. Assim, o objectivo do autor será tentar perceber o relacionamento entre as crianças e os computadores e de que forma esta relação influencia a aprendizagem. 5
  • 6. Papert inicia o seu livro com uma parábola (termo utilizado pelo autor) onde descreve qual seria a reacção de um grupo de viajantes do tempo oriundos do final do século XIX e que teriam a oportunidade de visitar o mundo no final do século XX. Este grupo era composto por médicos e professores do ensino básico. Papert refere que o grupo de médicos ficaria espantadíssimo com os avanços da medicina e dificilmente conseguiria exercer a sua profissão nesta época com os conhecimentos que tinha. Já o grupo de professores entraria na sala de aula e, desconhecendo apenas uns quantos materiais novos, não teria dificuldade em assumir a aula. Com esta parábola, o autor questiona porque é que as mudanças que se verificaram em tantas áreas da actividade humana, não se verificaram também na escola e rotula as pessoas conforme a resposta que dão à sua pergunta em Yearners e Schoolers. Estes neologismos de Papert tornam-se difíceis de traduzir sem perder um pouco do seu sentido na língua original. Paulo Cysneiros atribui ao termo Yearner o significado de uma pessoa que “deseja fortemente algo difícil de tornar-se realidade”. Schoolers, por seu turno, serão os “defensores da instituição escolar na sua estrutura actual”. Assim, de um lado temos os Schoolers que reconhecem que a escola actual tem problemas e mostram-se interessados em resolvê-los, mas não acreditam numa “megamudança”. Por outro lado, os Yearners querem mudanças, mas respondem que uma megamudança na instituição escolar teria custos muito superiores aos aceitáveis. Os Yearners caracterizam-se por serem pessoas alternativas, mas não têm a intenção de inovar a escola, procuram sim um ensino alternativo. Nos E.U.A. é frequente os pais manterem os filhos em casa a estudar e estes jovens acabam por não ter qualquer contacto com o ambiente escolar. Também é recorrente os pais procurarem escolas alternativas para os filhos. No entanto, existe outra categoria de Yearners que mantém uma relação com a escola, digamos, tradicional. Estes Yearners são, habitualmente, professores que conseguem criar programas alternativos dentro do Sistema Escolar. A megamudança proposta por Papert passa necessariamente pela introdução de novas tecnologias na sala de aula e o reconhecimento da importância desta nova realidade na formação das crianças. O autor refere, por exemplo, a importância que os vídeo jogos têm no desenvolvimento intelectual das crianças e como uma ferramenta pode ser, ao mesmo tempo, útil à aprendizagem e divertida. No entanto, esse amor das 6
  • 7. crianças pelo computador é visto, muitas vezes, como um vício, ignorando-se os conhecimentos que as crianças adquirem através das actividades proporcionadas por essa ferramenta. Papert fala na “Máquina do Conhecimento” (uma ideia utópica do autor) que teria por objectivo “tornar todo o conhecimento disponível”. Podemos ver no computador uma espécie de “Máquina do Conhecimento”, pois é uma ferramenta que não só proporciona o divertimento e a motivação necessária ao jovem/criança para aprender, como também ajuda a responder às perguntas dessas crianças, sem a supervisão de um adulto. Ou seja, proporciona a autonomia necessária para que a criança aprenda sem estar dependente das respostas de um adulto. São muitos os esforços feitos para compreender de que forma ocorrem os fenómenos de aprendizagem, no entanto, segundo Papert, os investigadores na área da Educação abordam o tema de uma forma fria. Papert afirma que há um excessivo distanciamento entre os investigadores da educação e o objecto de estudo, neste caso as crianças. Noutras áreas científicas esse distanciamento é necessário, pois a compreensão de um fenómeno envolve a objectividade do observador/pesquisador. No entanto, na educação tem de haver um reconhecimento da “individualidade do estudante”, algo que os professores, a Escola e os investigadores da educação tendem a ignorar. Esta individualidade assume a importância de que a escola veja as crianças como seres individuais, com pensamento próprio e com reacções diferentes a um mesmo estímulo. Portanto, a escola não pode simplesmente ver os alunos como um grupo de indivíduos cujos comportamentos podem ser comandados. Se fossem proporcionadas as ferramentas necessárias para que as crianças pudessem tomar as rédeas do seu próprio desenvolvimento, poderíamos ter no futuro uma sociedade formada por cidadãos competentes, livres, com capacidade de agir por juízo próprio e capaz de tomar as rédeas da sua aprendizagem. Para Papert a ferramenta que poderá proporcionar esta mudança na educação é o computador, pois o computador proporciona às crianças a capacidade de descobrirem e pesquisarem segundo os seus próprios interesses. O autor é ainda apologista da ideia de que as tentativas falhadas são uma fonte de desenvolvimento inegável e faz uma abordagem às várias tentativas e erros que a Humanidade cometeu aquando da sua ânsia por voar. Papert faz uma transição desta ideia para a Educação: porque não incentivar a exploração, mesmo que isso signifique 7
  • 8. errar e tentar de novo? Não é a partir dos erros que se aprende? E o que dizer da satisfação que se sente quando finalmente se atinge o que nos tínhamos proposto? Não se passará o mesmo com as crianças? E o que Papert propõe é isso mesmo, é o incentivo à exploração e à criatividade, já que “entender é inventar”. Neste caminho rumo à exploração, o autor sugere que a tecnologia poderá ser a ponte que ligará a escola ao futuro. Nesta fase do livro, Papert fala em mais pormenor sobre a linguagem Logo e sobre a sua implementação na sala de aula. Para tal, relata várias experiências vividas com alunos que frequentavam o 4º e 5º anos de escolaridade. Num primeiro relato, o autor refere que dois alunos que nunca tinham falado um com o outro, viram-se na situação de poderem colaborar num projecto que interessava a ambos. Este projecto estava a ser levado a cabo no computador e utilizando a linguagem Logo. Houve, portanto, um incentivo à colaboração e a uma interacção social entre estes jovens, contrariando a ideia actual de que o computador isola as pessoas e que as incentiva a uma vida com pouca interacção social. Uma ideia, na minha opinião, errónea e temos as redes sociais na internet que podem comprovar que o computador proporciona uma grande interacção social, incentivando até a troca de ideias com pessoas de culturas diferentes. Portanto, neste contexto, podemos perceber que o computador ajuda a ultrapassar as diferenças. Os alunos referidos neste relato não só interagiram um com o outro, como também, através da linguagem Logo e do uso do computador, conseguiram compreender várias matérias, entre as quais geometria e física. Conseguiram ainda, através dos movimentos que observavam e dominavam através da linguagem Logo no ecrã do computador, aplicar a Matemática a algo que eles conseguiam realmente compreender. Um dos grandes problemas do ensino actual é a falta de motivação dos estudantes que, em parte, é determinada pelo facto de os jovens não perceberem a utilidade do que estão a aprender. E os professores tendem a não tentar mudar essa perspectiva. Aqui podemos referir o segundo relato de Papert que faz referência a esse comportamento dos professores. Uma professora, quando questionada sobre o facto de um dos seus alunos não estar a trabalhar com a linguagem Logo, respondeu que o aluno já dominava a linguagem, logo tinha sugerido que ele fizesse outras actividades que não estivessem relacionadas com essa linguagem. Portanto, os alunos não têm, segundo a 8
  • 9. perspectiva de muitos professores, de utilizar os conhecimentos adquiridos, têm apenas de saber. Este é o tipo de “modelo bancário” da educação (metáfora de Paulo Freire) em que “o conhecimento é tratado como dinheiro, para ser guardado num banco para o futuro”. No entanto, Papert reconhece a existência de outro tipo de professores, professores criativos e que têm vontade de melhorar a educação. A linguagem Logo permitiu a muitos professores criarem modelos de ensino personalizados. Na minha opinião, o autor entra um pouco em contradição neste excerto do livro. Papert refere um dos seus professores preferidos e como este professor teve influência na sua visão do mundo. Segundo Papert, teria sido a linguagem Logo a proporcionar uma visão mais criativa aos professores que a utilizavam nas suas aulas, mas o professor de Papert não tinha um computador e, mesmo assim, era criativo e conseguia cativar os alunos. Um professor que tenha os meios físicos para incentivar as crianças, mas sendo ele um professor sem criatividade, de pouco lhe valem esses meios. Não quero com isto dizer que a linguagem Logo não tenha ajudado a emergir a criatividade dos professores que a utilizaram, apenas entendo que não é uma condição necessária (a utilização da linguagem Logo) para que isso acontecesse. Embora Papert admita que, no passado, tinha uma especial aversão aos professores, confessa que as suas experiências nas salas de aula permitiram-lhe ver uma outra faceta dos professores. Para Papert é a escola, com a sua estrutura hierarquizada e natureza superficial, que transforma os professores em seres abomináveis. A natureza institucional da escola reflecte-se na hierarquia vigente no meio escolar. A política em vigor controla a directoria que, por sua vez, controla os professores. Estes têm o papel de controlar os alunos e treiná-los, pois, segundo a escola, os professores são técnicos. O autor incentiva uma exaltação por parte dos professores para que rejeitem o controlo da escola e que dêem azo à sua criatividade e ainda que sejam co-aprendizes na sala de aula. Ou seja, que os professores não tenham receio em mostrar que não dominam um determinado assunto e que aprendam com os alunos, tal como os alunos aprendem com o professor. Mas, afinal, o que é aprender? Porque não existe uma palavra que defina a arte de aprender? Papert propõe uma palavra para uma disciplina sobre a arte de aprender – a Matética. 9
  • 10. Esta necessidade de encontrar um termo que pudesse colmatar essa lacuna no nosso vocabulário surge do facto de, como dissemos anteriormente, Papert enfatizar a hierarquia na escola e atribuir a essa disposição hierárquica a importância que se dá ao ensino e à arte de ensinar (pedagogia) e a pouca ênfase à aprendizagem. Isto porque o professor é quem ensina à criança, ou seja, é o sujeito activo, é ele quem está “no comando e é quem precisa de competência”. O autor defende que deveríamos dar mais ênfase à aprendizagem e é neste contexto que surge a palavra Matética. Papert faz questão de relacionar a heurística com a matética, mas define claramente que a heurística é a “arte da descoberta intelectual” e, nos dias actuais, é aplicada à resolução de problemas. Enquanto a matética envolve pensar sobre o problema e é isso que “promove a aprendizagem” e não o saber as regras para resolver um problema. Na matética é, portanto, fundamental “dar-se tempo a si mesmo” para poder observar e reflectir sobre o problema e promover a discussão, pois a comunicação promove a aprendizagem. Essa comunicação deve ser livre de qualquer repressão e encorajada pelos professores nas suas aulas, já que será através dessa reflexão e discussão que os alunos vão começar a fazer conexões com outros temas e até com outros problemas que ajudarão no seu desenvolvimento intelectual. No entanto, na escola actual não é dado tempo suficiente aos alunos para reflectirem sobre os problemas que lhes são propostos, quanto mais para discutirem sobre as possíveis estratégias a seguir. Desta forma, não conseguirão passar por todo o processo, de uma beleza e complexidade raras, que permite fazer conexões e abrir novos horizontes na aprendizagem. Essa é uma das duras críticas de Papert à escola. Numa fase posterior do livro, mas que interpreto que tenha relação com a hierarquia da escola, Papert procura explicar a diferença entre o Instrucionismo e Construcionismo. Segundo Santanchè e Teixeira (s.d.), o “Instrucionismo fundamenta- se no princípio de que a acção de ensinar é fortemente relacionada com a transmissão de informação”. O Construcionismo, por seu lado, segundo os mesmo autores, fundamenta-se pela “atitude activa” do aluno que adquire a capacidade de construir “o seu próprio conhecimento”. Seguindo o raciocínio de Papert, o Instrucionismo é a ideologia presente na escola actual, já que o papel principal no processo de ensino-aprendizagem é do professor, pois é ele o transmissor de conhecimento. Ao aluno cabe apenas assimilar e assumir como verdade o que o professor transmite. Esta atitude faz do aluno um agente 10
  • 11. passivo no processo ensino-aprendizagem e dá ênfase à ideia de hierarquia analisada anteriormente. Para explicar a ideia construcionista, Papert refere um provérbio africano: “se um homem tem fome, poderás dar-lhe um peixe, mas no dia seguinte ele terá fome novamente. Se lhe deres uma cana de pesca e lhe ensinares a pescar, ele nunca mais terá fome”. Podemos dizer que a atitude de dar o “peixe” assemelha-se à atitude instrucionista de “dar conhecimento”. No entanto, essa será uma solução a curto prazo. O construcionismo propõe que sejam fornecidas as ferramentas necessárias para que as crianças possam descobrir e explorar o conhecimento. Essas ferramentas, segundo Papert, são os computadores. Mas para pescar não são suficientes o conhecimento e as ferramentas, é também necessário que pescamos em águas férteis. Isso leva-nos a perceber o conceito de “micromundos” proposto por Papert, como a “Matelândia”, ou seja, as “águas férteis” para “pescar” o conhecimento matemático. Papert propõe, ainda, a criação de uma nova disciplina, a “Cibernética para as crianças” que pode ser caracterizada como o “grão de conhecimento necessário para uma criança inventar e construir”, sendo que esta disciplina teria conexões com outras áreas intelectuais. Assim, com a Cibernética os conhecimentos adquiridos seriam realmente utilizados e não apenas aprendidos. Esta disciplina permitiria às crianças terem um feedback sobre o que aprenderam e não, como acontece na escola actual, absorver o que lhes é transmitido e fechar numa gaveta. Tem de haver uma aplicação daquilo que se aprende e todas as áreas intelectuais têm de estar interligadas para cumprirem o propósito da educação: formar um ser humano na sua totalidade. Podemos dizer que o computador parece ser o meio mais apropriado para se atingir essa ideia, já que permite à criança a liberdade de descobrir novas realidades e, nos dias de hoje, permite uma ligação com o resto do mundo como nunca antes foi possível. No fundo, temos nas nossas mãos a capacidade de conhecer novas culturas, novas maneiras de pensar e essa interacção permite-nos alargar os nossos próprios horizontes, não ficando presos às ideias “preconcebidas” dos nossos antepassados. A megamudança proposta por Papert é comparada à Perestroika (slogan de Gorbachev que significa “reconstruir”). Portanto, Papert não defende apenas uma mudança no sistema educacional, mas uma reconstrução do mesmo. O autor é muito crítico em relação à avaliação da escola actual e sobre o que é considerado sucesso educacional. Papert faz uma analogia entre os testes (forma de 11
  • 12. avaliação mais comum) e a história dos pregos da fábrica Ilyanova. O objectivo era produzir 100 toneladas de pregos. O director teve a ideia de produzir pregos maiores e conseguiu uma produção de 150 toneladas. O director foi recompensado com um bónus, no entanto, os pregos produzidos eram grandes demais para serem utilizados. “Definir sucesso educacional por resultados em exames não é muito diferente de contar pregos fabricados em vez de pregos utilizados”. Portanto, a escola não incentiva a utilização dos conhecimentos adquiridos, apenas mede a quantidade de conhecimento dos alunos nos testes, que sabemos nem sempre corresponder ao real esforço e trabalho dos alunos. Papert propõe que a “única opção racional é investir no encorajamento da diversidade educacional com um comprometimento dedicado não apenas a expandir os seus benefícios para todos os que o desejam, mas também assegurar que os que optam por não tê-los estejam a fazer uma escolha informada”. Neste contexto, o autor fala das vantagens das pequenas escolas na Dinamarca que correspondem a escolas alternativas. Estas escolas podem proporcionar essa diversidade de que fala Papert e produzir ambientes intelectuais férteis onde a verdadeira “cultura matética” poderia surgir. 12
  • 13. Reflexão Pessoal Após a leitura do livro “A Máquina das Crianças”, de Seymour Papert, é impossível não fazer um balanço sobre a nossa educação e apontar algumas críticas ao nosso sistema educativo. Papert faz mais do que isso: propõe soluções. A grande solução de Papert é fazer uma megamudança na educação que permita acabar com a natureza hierárquica da escola. Assim, os professores poderiam dar azo à sua criatividade e serem co-aprendizes na sala de aula. Haveria, portanto, uma partilha de informação entre professor e alunos. Partilho da opinião do autor quando menciona que a verdadeira aprendizagem surge das tentativas falhadas. Se dermos aos alunos as ferramentas necessárias, eles terão a autonomia para comandar o seu próprio desenvolvimento intelectual, mesmo que isso signifique errar e tentar de novo. Para Papert, a grande ferramenta que poderá proporcionar esta mudança de mentalidade na educação é o computador, já que é, ao mesmo tempo, uma ferramenta que traz conhecimento e divertimento às crianças. Concordo, em parte, com esta ideia, mas acrescento que é necessário proporcionar outras ferramentas que facultem aos alunos outro tipo de experiência. Por exemplo, no estudo da geometria poderíamos utilizar a linguagem Logo para abordar o tema, incentivando os alunos a desenvolverem um determinado projecto. E porque não incluir nesse projecto uma saída ao exterior da sala e olhar para a geometria na natureza, observando, por exemplo, as plantas? Podemos conciliar o uso das novas tecnologias com as ferramentas que já temos. Penso que o grande desafio nesta ideia de Papert não é implementar os computadores na sala de aula, pois isso já acontece nos nossos dias. O grande desafio é mudar a mentalidade dos intervenientes de todo o processo educativo, desde o ministério, passando pelas direcções das escolas e professores, até chegar aos alunos. Por isso, Papert fala numa reconstrução total da Escola. Mudar mentalidades nunca é fácil, mas a persistência é uma arma poderosa dos lutadores. Felizmente, no mundo da educação temos muitos lutadores que tudo farão para tornar a arte de aprender numa exploração permanente. 13
  • 14. Referências Bibliográficas PAPERT, Seymour (1993). A Máquina das Crianças: Repensando a Escola na Era da Informática. Porto Alegre: Artmed Editora Sítios da Internet:  SANTACHÈ, André ,TEIXEIRA, César (s.d.). Integrando Instrucionismo e Construcionismo em Aplicações Educacionais através do Casa Mágica. Consultado a (2010-05-28) em: http://www.nuppead.unifacs.br/artigos/IntegrandoInstrucionismo.pdf  CYSNEIROS, Paulo Gileno (1999). Resenha Crítica. Consultado a (2010-05- 29) em: http://www.google.pt/url?sa=t&source=web&ct=res&cd=1&ved=0CBcQFjAA &url=http%3A%2F%2Fwww.sbc.org.br%2Fbibliotecadigital%2Fdownload.php %3Fpaper%3D896&ei=CnwFTLj-Nozb-QbL3vikCg&usg=AFQjCNGV- 4K2bJVqppL3-bRT7MFQz7pFEw&sig2=xm7djTBHhnad4wUkc7i8nA   14