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PEDAGOGIA (MODULO II)
ÉTICA PROFISSIONAL DOCENTE
&
GESTÃO DE CONFLITOS NA SALA DE AULA.
Waldano Heler Natxari Wanga1
2021
1
Mestre em Gestão Publica e Governação Local pelo Centro de Excelência de Políticas Publicas e Governação Local da
Universidade Agostinho Neto; Licenciado em Ciências da Educação e Filosofia pelo Instituto Superior de Ciências da
Educação de Luanda; Vice-Presidente Para Assuntos Científicos do Instituto Superior de Angola.
i
INTRODUÇÃO..............................................................................................................................1
I- ÉTICA E DEONTOLOGIA PROFISSIONAL .......................................................................2
1.1. Ética e Deontologia...................................................................................................................2
1.2.Deontologia Profissional Docente. ............................................................................................2
1.3.Relação pedagógica....................................................................................................................5
1.4. Novo paradigma deontológico para a profissão docente ..........................................................6
II- CATEGORIAS OU CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA PEDAGOGIA........................7
2.1.As categorias/conceitos fundamentais da pedagogia docente (Professor).................................7
2.2.As categorias/conceitos fundamentais da pedagogia discente (Aluno). ....................................7
2.2.Relação entre as diferentes categorias fundamentais da pedagogia docente e discente. ...........8
2.3. As Competências Do Professor.................................................................................................8
III-GESTÃO DA DISCIPLINA NA SALA DE AULAS .............................................................9
3.1. Compromissos dos professores com os estudantes...................................................................9
3.2. Como manter a disciplina em sala de aula do ensino primário.................................................9
3.3. Como manter a disciplina em sala de aula do ensino fundamental. .......................................11
3.4.Como manter a disciplina em sala de aula do ensino médio. ..................................................12
3.5. Como manter a disciplina em sala de aula do Ensino Superior. .............................................13
3.6.Gestão de conflito em sala de aula...........................................................................................14
3.6.1. Gestão de alunos nervosos na sala de aula...........................................................................14
3.6.1. Precauções genéricas: ..........................................................................................................15
CONCLUSÃO..............................................................................................................................16
BIBLIOGRAFIA..........................................................................................................................16
AO LEITOR
O autor ficar-lhe-á muito agradecido se lhe der a conhecer a sua
opinião acerca da elaboração desta caderneta, assim como sua
apresentação e impressão. Agradece também qualquer sugestão.
O endereço é:
waldanoheler@gmail.com /waldeler@hotmail.com /
+244 931175111/91429727
1
INTRODUÇÃO
A Internet e as livrarias estão cheios de livros sobre ética e deontologia profissional, que
definem diversos conceitos filosóficos, religiosos e jurídicos sobre a ética e liderança, com
frases e citações que mexem com os nossos corações e inspiram professores a serem e
fazerem o melhor que podem com as condições existentes.
No entanto, quando o professor chega na escola e depara-se com a indisciplina na sala de
aula apercebe-se que leu bastantes objetivos, ideais e não recebeu nenhuma receita “o
Como?” para lidar com este fenómeno.
O principal objectivo desta caderneta é tornar-se um instrumento de trabalho que venha a
ser útil em função das necessidades do professor, nela se propõe técnicas concretas e
métodos para trabalhar de um modo diferente a gestão da disciplina na sala de aula e
prevenir conflitos nos diferentes níveis de ensino, a fim de fazer evoluir seu ensino em
harmonia com as necessidades dos alunos e as finalidades definidas pelo sistema
educacional.
Esperamos que esta caderneta possa fornecer uma contribuição enriquecedora para os
professores e para o maior proveito dos alunos. Sugerimos que o professor adopte a atitude
de experimentador as técnicas sem descurar com o que já funciona de sua própria
didáctica, que deve evoluir em função de sua reflexão e das aplicações efectuadas em
situação de sala de aula.
A introdução a Pedagogia, metodologia, didática de ensino, Planificação de aulas, o passo
a passo de uma aula e outras questões teóricas já foram abordados no Modulo I.
https://www.academia.edu/32698815/CURSO_DE_AGREGA%C3%87%C3%83O_PEDAG%C3%93GICA_MODULO_I_Ensinar_%C3%
A9_um_crit%C3%A9rio_LUANDA_2017_Waldano_Heler_Natxari_Wanga
O Modulo III- Tratará das técnicas para a melhoria do desempenho dos alunos; como
despertar o gosto pela Disciplina (Ciência) no aluno; como fazer os alunos participarem nas
aulas e como aumentar o rendimento dos alunos (Notas). Estará disponível em 2022.
2
I- ÉTICA E DEONTOLOGIA PROFISSIONAL
1.1. Ética e Deontologia.
Do grego “ethiké” ou do latim “ethica” (relativa aos costumes), ética é o domínio da filosofia
que tem por objectivo o juízo de apreciação que distingue o bem e o mal, o comportamento
correcto e o incorrecto. Os princípios éticos constituem-se enquanto directrizes, pelas quais
o homem rege o seu comportamento, tendo em vista uma filosofia moral dignificante. Os
códigos de ética são dificilmente separáveis da deontologia profissional, pelo que não é
pouco frequente os termos ética e deontologia serem utilizados indiferentemente.
O termo Deontologia surge das palavras gregas “déon, déontos” que significa dever e
“lógos” que se traduz por discurso ou tratado. Sendo assim, a deontologia seria o tratado
do dever ou o conjunto de deveres, princípios e normas adoptadas por um determinado
grupo profissional. A deontologia é uma disciplina da ética especial adaptada ao exercício
da uma profissão.
Existem inúmeros códigos de deontologia, sendo esta codificação da responsabilidade de
associações ou ordens profissionais. Regra geral, os códigos deontológicos têm por base
as grandes declarações universais e esforçam-se por traduzir o sentimento ético expresso
nestas, adaptando-o, no entanto, às particularidades de cada país e de cada grupo
profissional. Para além disso, estes códigos propõem sanções, segundo princípios e
procedimentos explícitos, para os infractores do mesmo. Alguns códigos não apresentam
funções normativas e vinculativas, oferecendo apenas uma função reguladora.
Embora os códigos pretendam oferecer uma reserva moral ou uma garantia de
conformidade com os Direitos Humanos, estes podem, por vezes, constituir um perigo de
monopolização de uma determinada área ou grupo de questões, relativas a toda a
sociedade, por um conjunto de profissionais.
Hoje em dia, muitas profissões estam sugeitas a ter um numero de ordem para serem
exercidas, o indivíduo pode até ter a formação e ainda é forçado a pagar quotas e
formações em ordens de “X” e “Y” Para poder exerce-la.
1.2.Deontologia Profissional Docente.
Na educação, e nomeadamente na profissão docente, pensar numa deontologia
subentende uma determinada identidade profissional. Implica o envolvimento de toda a
comunidade escolar (Educandos, Educadores, Estado e Sociedade).
Segundo (Cf. Fernández y Hortal, apud Reis e Fernandes, 2011: 196) uma profissão é uma
atividade ocupacional, ou um conjunto de tarefas, que se apoiam nas seguintes
características:
a) um serviço específico prestado à sociedade, de modo institucionalizado.
3
b) o serviço deve ser único, em que os profissionais exigem o direito de poder executar
à sociedade de forma exclusiva;
c) essa prestação deve estar bem definida, de modo a que os destinatários saibam, o
que esperam desse serviço e as exigências do desempenho dos profissionais que
o realizam; e
d) que seja uma tarefa indispensável (tipo de serviço) à sociedade.
A análise deontológica está associada ao conceito de direito, uma vez que o direito é
correlativo do dever. O direito é o suporte e a sustentabilidade da moral. As normas
deontológicas aparecem muitas vezes plasmadas em códigos normativos, muitos deles
com carácter legal. Segundo Patrício, a deontologia, é atualmente, entendida a partir de
quatro preceitos:
a) Um código de deveres e de direitos num âmbito concreto de ação;
b) Uma reflexão crítica sobre esse código;
c) Uma reflexão dinâmica sobre esse código;
d) O procedimento ético concreto num âmbito delimitado.
Um código deontológico é um código normativo que basicamente estabelece um conjunto
de direitos e deveres do profissional inerente à profissão e regras de ação moral concretas.
Um “sujeito deontológico” é definido pelas duas vertentes (direitos e deveres). A sua
obrigatoriedade ganha força jurídica quando a Deontologia é transformada em Direito
positivo, por via de Decreto.» (Monteiro, 2006: 3)
Na atividade docente predomina ainda um profissionalismo funcionalista, muito baseado e
fixado à didática dos programas. Para a opinião pública a função do professor é ensinar
alguma coisa, no âmbito escolar é aquele que ensina uma disciplina curricular. Contudo, a
função do professor vai muito para lá da perspetiva do senso comum, ou seja, vai muito
para lá do simples acto de ensinar uma determinada matéria.
O professor exerce sobre os alunos que estão ao seu cuidado uma influência geral e
permanente. Os professores são, em conjunto com os pais, uma referência marcante na
formação da personalidade dos jovens.
O professor não é um simples instrutor, é um educador, um pedagogo no sentido pleno do
conceito. O professor, ao ter por função a formação de jovens, exerce uma atividade que
congrega uma função humanizadora e uma função socializadora (é neste sentido que se
reporta à ética).
Participa na construção/modificação do ser humano, na obtenção de hábitos e costumes,
por parte dos alunos. Indiretamente, o professor também tem um papel ativo na
configuração da própria sociedade, na medida em que, ao estar incumbido da formação de
novos sujeitos, dos fundadores da nova sociedade, estão a intervir na edificação da
sociedade (cf. Silva, 1995: 32).
Na função docente está implícito quer a instrução, o ensino e quer a educação, sendo três
elementos indissociáveis. Assim, ressalta desta função do professor o primeiro critério de
uma deontologia do educador/professor: “A acção do educador tem, como matéria e como
4
fim, o desenvolvimento pessoal e social das crianças e jovens com quem trabalha” (Rosa,
1999: 22).
A docência, devido à sua natureza ética, não pode ter um modus operandi alicerçado na
arbitrariedade, pelo contrário, as decisões devem ser tomadas de forma ponderada e com
prudência. “Aética profissional e a deontologia (que definem, propriamente, o que é preciso,
o que convém, o que é necessário, o que é uma obrigação imperiosa, que define os
deveres) tratam justamente de refletir e exprimir o modo como convém que a profissão seja
exercida. Tornam público o compromisso de os profissionais promoverem o bem daqueles
a quem prestam o seu serviço” (Silva, 1995: 33).
Os professores têm deveres profissionais para com os educandos, os colegas, para com a
profissão e o seu órgão profissional, para com a entidade patronal e para com os pais ou
os seus substitutos.
Os professores têm direito profissional à formação, ao estatuto e remuneração decorrente
da sua atividade, condições materiais e dignas no exercício da sua função, direito à
autonomia e responsabilidade profissional, participação no governo da escola e ainda na
definição da política da educação.
Segundo Monteiro, uma deontologia profissional, com grande pendor ético e social (como
é o caso da profissão docente), deve ter como princípios normativos os seguintes desígnios:
 O respetivo estatuto profissional,
 O quadro legislativo nacional e a jurisprudência pertinente e
 As normas internacionais existentes sobre a profissão e a respetiva jurisprudência.
São fontes normativas internacionais os seguintes instrumentos jurídicos:
 Declaração universal dos direitos do homem;
 Convenção sobre a luta contra a discriminação no domínio do ensino;
 Convenção sobre os direitos da criança;
 Recomendação sobre a condição do pessoal docente;
 Recomendação sobre a condição do pessoal docente do ensino superior.
São fontes normativas nacionais os seguintes textos jurídicos:
 Constituição da República;
 Lei de bases do sistema educativo;
 Estatuto da carreira docente dos educadores de infância e dos professores dos
ensinos básico e secundário;
 Carta deontológica do serviço público;
 Carta ética da administração pública;
 Estatuto disciplinar dos funcionários e agentes da administração central, e local.
Estas normativas internacionais e nacionais estabelecem a base jurídica fundamental dos
princípios que devem nortear a profissão docente (cf. Monteiro, 2004: 81-89).
5
1.3.Relação pedagógica
Segundo (Cunha, 1996) as escolas precisam definir uma nova relação pedagógica,
alicerçada numa reforma educativa, que possibilite criar as bases e estruturas para formar
jovens autónomos – cognitiva e afetivamente – jovens com respeito pela autonomia dos
outros (preparados para o amor, o diálogo e a cooperação), ou seja, que contemple o
desenvolvimento pessoal e social assente na autonomia. A nova relação pedagógica seria,
desta forma, fundamentada com base na autonomia.
Uma formação baseada na autonomia é essencial para o indivíduo ver o outro como
autónomo. O indivíduo ao estar consciente de si e da sua autonomia, pode reconhecer os
mesmos atributos no outro e isso leva a que se entre “numa dinâmica infalível e dramática,
é levado a dar-se, a contribuir, a amar, a dedicar-se” (Cunha, 1996: 57).
Contudo, a relação pedagógica não tem de assumir necessariamente um dos lados
(autoritarismo ou permissividade), pode-se seguir uma terceira via, que possibilite o
desenvolvimento dos educandos sem cair nos extremos. A relação pedagógica pode ser
definida com base na autonomia que desemboque na “colaboração e no amor”.
(Cunha, 1996) estabelece os 10 princípios que devem caracterizar a relação pedagógica
baseada na autonomia:
1. O princípio da fascinação: O bom professor é o que faz com que os alunos gostem da
matéria a estudar, é o que expressa, de vários modos, entusiasmo por aquilo que faz, é o
que manifesta o fascínio pelos saberes que transmite e constrói.
2. O princípio da expectativa: “É claro que não basta apresentar bem a matéria para que
ela atraia e o aluno se ponha a caminho”. É preciso confiar e transmitir confiança nas
possibilidades de aprendizagem: “Se eu estou convencido que o aluno pode, ele poderá;
se eu espero que ele aprenda, ele aprenderá; se eu confio em que ele estude, ele estudará”.
Não teremos aqui a verdade universal, mas é, sem dúvida, um grande princípio que deveria
estar afixado em todas as salas de professores e ser exaustivamente discutido em todas
as reuniões do Conselho Pedagógico.
3. O princípio do respeito: A expectativa não pode ser indiscriminada e automática. Aquilo
que eu espero dos meus alunos tem de ser pautado pelo respeito das suas características,
pelo seu estádio de desenvolvimento, pelos seus interesses emergentes”. Evidentemente.
Porque se o não fosse seria uma ilusão e um defraudamento.
4. O princípio do encorajamento: “A criança pode estar fascinada pela matéria de ensino,
pode sentir o calor da relação com o professor, mas o caminho é sempre difícil; há muitas
vezes obstáculos a vencer e depressões a ultrapassar”. São assim necessários o olhar que
cuida e exige, a mão no ombro que conforta e a palmada nas costas que estimula.
5. O princípio da compreensão: “Diante de um conflito, um problema disciplinar ou uma
perturbação, é essencial que o professor se pergunte a si mesmo, antes de mais, de quem
é o problema, ou melhor, quem sofre com o problema. Assim, se quem está a sofrer é a
6
criança, esta precisa de compreensão, não de ralhete. Mas se quem sofre é o professor, ou
outros alunos, então a criança não precisa de compreensão, necessita de confrontação.”.
Esta é outra chave essencial que tem de ser sistematicamente convocada.
6. O princípio da confrontação: “Fazer ver aos alunos os efeitos nefastos das suas acções
e desafiá-los a agir de outro modo sem os humilhar”. Aqui também reside o princípio da
autoridade, o de fazer crescer o outro em autonomia e responsabilidade.
7. O princípio das consequências: “São as consequências das nossas acções que nos
vão dirigindo, ensinando-nos a caminhar por uma direcção e evitar outra. Assim, se a
criança se levanta tarde e perde o autocarro, não a castiguem nem a absolvam nem muito
menos esperem por ela: deixem-na ir a pé; há-de aprender que quem não se levanta a
tempo tem de ir à sua custa. Se perdeu um livro, não lhe dêem a bofetada nem lhe comprem
outro: obriguem-na a pagar do seu bolso”.
8. O princípio da negociação criativa: “A arte de educar na autonomia consiste no
contínuo esforço para promover não soluções de compromisso em que todos perdem um
pouco mas alternativas de superação em todos ganham tudo”.
9. O princípio do diálogo: “Nem todas as necessidades resultam em conflitos, nem todas
as opiniões têm de provocar desavenças, nem todos os sentimentos chocam ou desiludem
os outros. Pelo contrário, a partilha de ideias, opiniões e sentimentos é o processo normal
de aprofundar a amizade, construir a intimidade e desenvolver esse ingrediente essencial
da autonomia que é estar-se contente consigo próprio e com a sua maneira de ser”.
10. O princípio da exigência: “O bom professor não aceita trabalhos mal feitos, respostas
mal articuladas, projectos sem gosto nem cuidado”. Exige o máximo de cada um dos alunos
para que nenhum trabalhe abaixo das suas capacidades.
1.4. Novo paradigma deontológico para a profissão docente
Após estabelecida uma nova relação pedagógica, urge a necessidade de encontrar uma
deontologia que permita abarcar as contingências dessa nova relação.
Ao longo dos tempos a escola tem sido encarada de diversas formas. Desde o início do
século XX a escola começou a adquirir o modelo mais próximo daquele que hoje temos. Ao
longo desse século e até aos nossos dias ela foi sofrendo várias metamorfoses.
Inicialmente a escola era um local privilegiado apenas de determinadas classes, ou seja,
era uma escola de elites, posteriormente veio a escola de massas, a escola para todos,
hoje, apesar de prevalecer ainda o lema da escolas para todos, estamos a assistir a uma
prevalência do sistema privado em detrimento do sistema público, o que pode conduzir a
um retrocesso educativo, a um retorno à escola elitista.
Em termos deontológicos, a cada transformação que o sistema educativo ópera deve
acompanhar uma transformação ou adequação da deontologia e dos respetivos códigos
7
deontológicos. Qualquer que seja o paradigma – este - deve caracterizar-se pelas seguintes
atitudes:
1) Centrado sobre a pessoa humana do aluno;
2) Fascinado pela busca da verdade e do belo;
3)Dinamizado por uma nova consciência de profissionalismo e exigência de qualidade.
II- CATEGORIAS OU CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA PEDAGOGIA.
Segundo (Wanga, 2017) as categorias fundamentais da pedagogia variam para professores
e alunos:
 Para professores emergem a Educação, Ensino e Instrução.
 Para os alunos emergem a aprendizagem, auto-educação e reeducação.
2.1.As categorias/conceitos fundamentais da pedagogia docente (Professor)
Segundo (Wanga, 2017) as categorias fundamentais da pedagogia variam para professores
e alunos. Para professores emergem a Educação, Ensino e Instrução:
Educação: É a transmissão de Valores (conhecimentos, ideias, crenças, opiniões e
costumes das velhas gerações aos jovens e passa de geração em geração). Mediante a
educação se forma a conduta, a consciência dos homens de acordo com os princípios e
normas estabelecidas pela sociedade.
a) No sentido amplo: compreende a influencia de todo modo de vida do homem.
b) No sentido restrito: compreende o trabalho dos educadores para formar nos
educandos ideias, sentimentos, motivos, necessidades, hábitos ou formas de
conduta. Esta educação realiza-se na escola pelo professor.
Ensino: É o processo pedagógico de dotar o aluno, sob a direcção do professor com
conceitos, bem como com o desenvolvimento das capacidades intelectuais dos alunos.
Este processo manifesta-se de forma bilateral (professor-aluno).
Instrução: Ocupa-se da formação motora e intelectual do indivíduo. Ela é apenas uma
parte da educação. A instrução alcança-se mediante o ensino.
2.2.As categorias/conceitos fundamentais da pedagogia discente (Aluno).
Segundo (Wanga, 2017) as categorias fundamentais da pedagogia variam para professores
e alunos. Para os alunos emergem a auto-educação, reeducação e a aprendizagem:
a)Aprendizagem: é um processo de aquisição e assimilação mais ou menos
conscientes de novas formas de perceber, ser, pensar e agir e que modificam o
comportamento do individuo. Existem diferentes tipos de aprendizagem:
1.Cognitiva: simples informação sobre os factos ou suas interpretações com base
em conceitos, princípios e teorias.
2.Motora ou motriz: aprendizagem de hábitos que incluem desde simples
habilidade motora até habilidade verbais ou gráficas.
8
3. Afectiva ou emocional: diz respeito ao desenvolvimento de certos sentimentos
e emoções
b) Auto-educação: actividade sistemática e consciente que contribui a formar e
aperfeiçoar e modificar o comportamento.
c)Reeducação: é um processo que visa mudar ou substituir qualidades do carácter já
formados.
2.2.Relação entre as diferentes categorias fundamentais da pedagogia docente e
discente.
Professor Categoria Aluno
Educar Educação Valores Aprendizagem Afectiva
Ensinar Ensino Conceitos e análise Aprendizagem Cognitiva
Instruir Instrução Habilidade motora Aprendizagem Motora
Tabela 1 Relação entre as diferentes categorias fundamentais da pedagogia docente e discente.(Wanga,
Waldano 2017)
Os diferentes tipos de aprendizagem do aluno decorrem das diferentes categorias
fundamentais pedagógicas do professor:
 Quando o professor educa transmite valores que demanda uma aprendizagem afectiva.
 Quando o professor ensina expede conceitos que ecoa uma aprendizagem cognitiva.
 Quando o professor instruí orienta o “como fazer” que repercuti numa aprendizagem
motora.
2.3. As Competências Do Professor.
Todo o professor deve ser adoptado de competências:
a) Cientificas: permitem- Transmitir com segurança; Evitar a transmissão de erros
científicos; Inspirar credibilidade e confiança; Prestigio a actividade docente.
b) Psico-pedagógico: possibilitam- Transmitir o conhecimento de forma clara e
compreensiva; Maior facilidade no manuseamento de programas de outras
matérias didácticas, respeitando os requisitos peculiares de cada fase etária dos
discentes; A utilização de uma linguagem adaptada ao nível etário dos discentes;
Fazer o desenvolvimento dos conteúdos de forma lógica e gradativa.
c) Afectivas: permitem-Compreender as actividades dos seus alunos com muito
afecto; Resolver os problemas dos seus discentes com muito amor e carinho;
incentivar os discentes há participação; Evitar indisciplina; Incentivar a
assiduidade pontualidade dos discentes.
Segundo (Freire, 1996) não há docência sem decência, (ensinar exige: pesquisa, respeito
aos saberes dos e educandos, criatividade, estética e ética; reflexão crítica sobre a prática,
Riscos, Aceitação do novo; rejeição a qualquer forma de discriminação); Ensinar não é
transferir conhecimento, (exige: consciência do inacabamento, bom senso, alegria e
esperança; apreensão da realidade, Curiosidade e a convicção de que a mudança é possível);
e Ensinar é uma especificidade humana, (exige: segurança, competência profissional e
generosidade, comprometimento, liberdade e autoridade; reconhecer que a educação é um
9
instrumento ideológico do estado, e demanda acima de tudo honestidade intelectual; querer
bem os educandos e compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo).
Para (Beda & Cortela ) há 3 caminhos para o sucesso:
1. Generosidade mental: Ensinar o que se sabe;
2. Coerência ética: Praticar o que se ensina;
3. Humildade intelectual: Perguntar o que se ignora;
III-GESTÃO DA DISCIPLINA NA SALA DE AULAS
3.1. Compromissos dos professores com os estudantes
Os profissionais da educação devem:
1. Respeitar os direitos de todas as crianças, em particular dos estudantes, para que
possam beneficiar do disposto na Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos
das Crianças, particularmente no que diz respeito à educação;
2. Salvaguardar e promover os interesses e o bem-estar de todos os estudantes,
protegendo-os de intimidações e de abusos físicos e psicológicos;
3. Tomar todas as medidas para proteger os estudantes de abusos sexuais;
4. Atender aos problemas que afectam o bem-estar dos estudantes, tratando-os
cuidado, dedicação e discrição;
5. Ajudar os estudantes a desenvolver um conjunto de valores de acordo com os
padrões internacionais de direitos humanos;
6. Manter relações profissionais com os estudantes;
7. Reconhecer a individualidade e as necessidades específicas de cada aluno, e
estimulando-os para que possa desenvolver plenamente as suas potencialidades;
8. Proporcionar aos estudantes o sentimento de pertença a uma comunidade, baseada
em compromissos mútuos de comprometimento com a existência de um lugar para
todos;
9. Exercer a autoridade com justiça e solidariedade;
10. Garantir que a relação privilegiada entre professor e aluno não é utilizada para fins
de proselitismo ou controle ideológico.
3.2. Como manter a disciplina em sala de aula do ensino primário.
1. Decida as regras mais importantes para transformar a sala de aula em um ambiente
de aprendizado seguro e divertido. Essas regras serão diferentes dependendo da idade
dos alunos e da matéria que está ensinando. Esses são alguns exemplos:
 Trate os outros com respeito.
 Cuide de si mesmo.
 Cuide adequadamente da sala de aula.
 Levante a mão para falar ou para chamar a atenção de alguém.
10
2. Não defina mais do que cinco regras, pois isso facilitará a memorização delas pelos
alunos. Elas guiarão o comportamento em diversas circunstâncias para que não seja
necessário criar regras muito específicas.
3.Garanta que os alunos conheçam as regras perfeitamente. Separe uma hora no
primeiro dia de aula para explicá-las, utilizando exemplos do que deve ou não ser feito.
4. Defina consequências para os alunos que quebrarem as regras. Essas
consequências devem seguir uma progressão, que pode incluir: aviso, ficar até mais tarde,
detenção, visitar o diretor, etc.
 Você pode incluir uma pausa para turmas mais jovens, pois elas podem precisar
disso para que consigam prestar atenção na aula.
5.Crie uma folha com as regras e pendure-a no mural da sala. Fraseie-as de modo
positivo como, por exemplo, "Trate os outros com respeito" ao invés de "Não empurre os
outros".
6. Peça que os alunos se comprometam com as regras. Eles podem assinar um termo
ou apenas levantar as mãos como sinal de que prometem cumprir as regras da sala.
 Outro modo de fazer com que eles se comprometam é torná-los donos das regras.
Peça a opinião deles ao desenvolver as regras da sala.
 Converse sobre as regras e revise-as junto dos alunos de tempos em tempos.
7. Utilize comunicação não-verbal para chamar a atenção dos alunos. Você pode, por
exemplo, apagar as luzes quando estiver na hora de encerrar uma atividade.
 Os sinais de mão funcionam muito bem com as turmas mais novas. Alternar os sinais
não-verbais periodicamente evitará que os alunos se cansem deles.
8.Elogie os alunos que agirem de modo adequado e seguirem as regras,
transformando-os em exemplos positivos. Ao demonstrar os benefícios do bom
comportamento, todos saberão como se comportar.
 Evite elogiar sempre o mesmo aluno.
9. Envolva os pais logo no início. Caso haja problemas de disciplina na escola primária,
pode ser útil contactar os pais da criança antes que o problema se torne sério para evitar
complicações futuras.
10. Dê ferramentas para que os alunos interajam entre si. Reforce interações positivas
ensinando-os a lidar com desacordos e problemas de comunicação. Isso pode ajudá-lo a
difundir problemas disciplinares em potencial.
 Por exemplo, diga como os alunos devem pedir permissão para pegar algo
emprestado. Um aluno deve olhar para o outro, chamar a atenção dele e pedir
educadamente.
 Dê ferramentas para caso eles descordem. Por exemplo, peça que eles se olhem
calmamente e digam "Eu entendo como você se sente". O aluno pode então explicar
sua opinião.
11
3.3. Como manter a disciplina em sala de aula do ensino fundamental.
1. Defina os comportamentos esperados dos alunos na sala de aula. O modelo
CHAMPS (um acrônimo em inglês que significa "Campeões") funciona bem para diversos
estilos de aula e de metas de aprendizado. Utilize os seguintes pontos como guia para
estabelecer o modo com o qual os alunos completarão atividades com sucesso e com bons
comportamentos:
 Conversação: Os alunos podem falar durante a atividade? Com quem? Sobre o que?
 Ajuda: Como os alunos chamarão sua atenção se precisarem de ajuda?
 Atividade: Qual o objetivo da atividade?
 Movimento: Os alunos podem sair de seus assentos na realização da atividade?
 Participação: Como os alunos demonstrarão que estão participando?
 Sucesso: Caso os alunos completem as expectativas do método, eles devem ter
executado a atividade com sucesso e demonstrando um bom comportamento.
2. Mantenha uma rotina e uma estrutura na sala, pois os alunos precisam saber o que
esperar das aulas. Os alunos do ensino fundamental gostam de conhecer suas
expectativas e limites, portanto é importante seguir uma rotina. Mantenha a aula
relativamente estruturada para que eles saibam o que virá a seguir.
3. Chacoalhe as coisas de vez em quando, pois os alunos dessa idade tendem a se
distrair facilmente. É uma boa ideia mudar a rotina de vez em quando com atividades
espontâneas e inesperadas, pois os alunos gostam de experiências repentinas de
aprendizado.
4.Construa relacionamentos com os alunos, pois eles são curiosos e gostam de ouvir
histórias sobre sua vida. Não compartilhe tudo, é claro, mas contar histórias sobre você
de vez em quando pode fazer com que eles o vejam como um ser humano com quem
podem se identificar. O contrário também vale, então conheça seus alunos para fazer com
que eles o respeitem e se comportem adequadamente.
5.Mantenha uma atitude positiva. Trate cada dia como uma nova oportunidade de
sucesso na sala de aula. Os alunos do ensino fundamental passam por um turbilhão de
emoções e ter paciência e positividade tornará seu emprego mais agradável.
6. Fale com um tom de voz natural para que os alunos respondam do mesmo modo.
Caso a classe seja barulhenta, não levante a voz. Ao invés disso, comece a falar baixo para
que os alunos fiquem quietos e o ouçam. Você também pode não falar nada até que eles
fiquem em silêncio.
7.Reorganize os assentos uma vez por mês. Isso o ajuda a controlar quem senta próximo
de quem e a eliminar alguns problemas comportamentais. Coloque cartões com os nomes
dos alunos nas mesas para organizar os assentos.
8.Mantenha a sala de aula em ordem para que os alunos fiquem mais organizados.
Caso a sala seja bagunçada, os alunos podem não levá-lo tão a sério
12
9. Planeie lições cativantes. Um dos métodos mais fáceis de se causar problemas
disciplinares é entediar os alunos. Caso as lições sejam confusas, desorganizadas ou
pouco atraentes, os alunos podem se distrair. Mantenha-os animados e focados elaborando
atividades e trabalhos interessantes.
10. Circule pela sala ao ensinar ou durante atividades em grupo ou individuais. Os
alunos perceberão que você está interessado no progresso deles. Dê dicas durante a
resolução de problemas. No entanto, "Quando você quiser que eles obedeçam sua
orientação, fique parado. Se você estiver andando pela classe, distribuindo materiais,
parece que a orientação é menos importante do que todas as outras coisas que você está
fazendo. Mostre que a sua orientação é importante. Fique parado. Eles vão responder a
isso".
3.4.Como manter a disciplina em sala de aula do ensino médio.
1. Trate os alunos com respeito, não importa a idade deles. Isso fará com que eles o
respeitem também.
2. Conheça os alunos. Demonstre interesse neles e lembre-se de memorizar seus nomes
e outras informações.
 Lembre-se, entretanto, de que você não deve se tornar muito amigo deles. É
importante manter uma certa distância para preservar sua autoridade na sala de
aula. Caso contrário, um aluno pode pedir tratamento especial ou favores,
principalmente ao lidar com problemas disciplinares.
3. Mantenha os alunos animados e envolvidos. Quando eles estão envolvidos com o
material da aula, eles se responsabilizarão mais pela conduta em classe. Planeje atividades
interessantes e divertidas para manter o envolvimento da turma.
 Por exemplo, faça pesquisas simples para determinar como os alunos se sentem
quanto a um problema em particular.
4. Ajude-os com suas habilidades sociais e emocionais. Apesar deles serem
adolescentes, eles ainda podem precisar trabalhar essas habilidades. Ajude-os a solucionar
os problemas deles com relação a amigos e colegas de classe.
 Por exemplo, caso um aluno se comporte mal ou irrite um colega de classe, ajude-o
a criar um método de reparação que criará uma solução significativa.
5. Seja justo e consistente, tratando todos igualmente. Apesar de você ter seus
favoritos, não demonstre isso a eles. Aplique a disciplina igualmente em todos os alunos.
6. Tenha uma atitude positiva e trate todos os dias como novas oportunidades para
sucesso. Não presuma o pior dos alunos.
7.Circule pela sala ao ensinar ou durante atividades em grupo ou individuais. Os
alunos perceberão que você está interessado no progresso deles. Dê dicas durante a
resolução de problemas.
13
8.Não humilhe um aluno. Caso precise conversar sobre disciplina com alguém, faça-o de
modo que não humilhe a pessoa. Converse em partilhar com ele e não utilize o momento
para envergonhá-lo na frente dos colegas.
3.5. Como manter a disciplina em sala de aula do Ensino Superior.
1. Inclua regras no programa de estudos. Uma turma de faculdade é composta por
adultos que não deveriam ser ensinados a se comportar, mas é uma boa ideia ser claro
quanto às regras na sala de aula.
 Por exemplo, você pode incluir regras quanto a participação nas discussões em
classe. Elas podem incluir "Fale respeitosamente com os colegas" e "Evite ataques
pessoais."
 Considere incluir também políticas quanto à desonestidade académica, uso de
tecnologia, entrega de atividades, etc.
 Confira com a coordenação da instituição as políticas gerais da faculdade.
2. Fale sobre as regras no primeiro dia de aula e defina suas expectativas para a
conduta em sala. Dê exemplos de como as regras são colocadas em prática e como
implementará as consequências.
3. Aja profissionalmente para que os alunos o levem a sério. Ser casual demais pode
fazer com que duvidem de sua autoridade.
 Apesar de ser importante manter o profissionalismo, você não precisa ser
completamente inacessível. Revele coisas sobre você para criar uma dimensão mais
humanas e para que os alunos entendam suas origens.
4. Conheça os alunos pelo nome. As salas de faculdade muitas vezes são compostas por
um grande número de alunos sem nome, o que cria uma distância entre você e eles. Isso
pode deixá-los alienados, então conheça-os por nome e crie um ambiente onde eles sintam
que são considerados.
5. Explore o problema disciplinar antes de agir. Caso um aluno atrapalhe a aula
chegando atrasado com frequência, considere os motivos por trás disso. Converse com ele
após a aula para descobrir o que está acontecendo. Ele pode estar com problemas para
lidar com os horários do trabalho e das aulas e você pode abrir uma excepção ou sugerir
que ele assista uma aula que acomode sua agenda.
6. Mantenha um registo dos problemas disciplinares. Sempre que encontrá-los,
documente todos os passos que tomou. Converse com seu supervisor sobre os
procedimentos adequados para lidar com esses problemas.
14
3.6.Gestão de conflito em sala de aula.
A Associação Americana de Educação desenvolveu o sistema LEAST (um acrônimo em
inglês que significa "Menos") para servir como estratégia para os professores lidarem com
conflitos na sala de aula:
1. Comece com o primeiro passo e, se necessário, prossiga para os outros.
 Deixe para lá. Caso o problema seja pequeno e pareça que não se repetirá, ignore-o.
 Encerre a ação imediatamente. Quando um aluno atrapalha a aula, informe-o de que
está ciente das acções dele. Faça um sinal não-verbal, como erguer a sobrancelha,
acenar ou caminhar na direção dele.
 Interesse-se na questão. Peça que o aluno converse sobre o problema. Pergunte o
que está acontecendo e quem está envolvido.
 Instrua. Lembre o aluno das regras e das consequências. Siga em frente com as
consequências após avisar o aluno.
 Cuide do progresso dos alunos. Faça anotações sobre o problema disciplinar. Escreva
o que aconteceu, quem estava envolvido, quando aconteceu e qual foi sua resposta.
2. Mantenha a calma, pois isso é o melhor que você pode fazer durante um conflito.
Não demonstre emoções negativas ou raivosas. Permaneça calmo e fale com um tom de
voz normal.
 Respirar profundamente pode ajudá-lo a manter a calma.
3. Lide com o conflito longe dos outros alunos. Leve o aluno problemático para fora e
converse com ele a sós. Isso o retirará do problema físico imediato e da presença dos
colegas, que podem estar contribuindo para os problemas disciplinares.
 Não envolva outros alunos no conflito.
4. Não discuta com os alunos e permaneça neutro. Caso alguém queira que você
discuta, não morda a isca. Ao invés disso, permaneça calmo e firme em sua posição.
 Caso o aluno continue a discutir com você, diga "Falaremos sobre isso após a aula"
para encerrar o conflito momentaneamente.
5. Use o conflito como um momento de aprendizado. Caso uma discussão surja na sala,
converse sobre ela na próxima aula. Pergunte como os alunos teriam lidado com a
discussão e peça que eles pensem em modos de entender as perspectivas dos outros.
 Isso pode funcionar bem ao discutir assuntos sensíveis. Caso a discussão fique
acalorada, peça que os alunos reflitam sobre o problema em silêncio. Peça então
que eles reflitam no porquê da discussão ter escalado tanto.
3.6.1. Gestão de alunos nervosos na sala de aula.
1. Mantenha os outros alunos seguros. Caso um aluno se torne violento, sua prioridade
é manter os outros seguros.
 Na ocorrência de bullying em sua classe, pesquise modos de interrompê-lo.
 Você pode considerar liberar a turma mais cedo caso uma situação atinja proporções
maiores.
15
2. Mantenha-se calmo e neutro. Não se envolva até que o aluno se acalme e não assuma
um lado na discussão.
3. Não toque no aluno. Pode parecer natural colocar sua mão no ombro de uma pessoa
para acalmá-la, mas quando ela está nervosa, sua reação pode ser inesperada. Mantenha
distância do aluno.
4. Caso a situação aumente rapidamente, peça que outro aluno busque ajuda. Ter o
apoio de outro professor ou alguém com autoridade pode ajudá-lo a controlar a situação.
5. Documente o incidente. Caso ocorra um problema com um aluno violento, por exemplo,
mantenha um registro do ocorrido. Inclua detalhes sobre o que aconteceu, quando
aconteceu, os nomes dos envolvidos, etc.
 Forneça uma cópia disso para a administração. Mantenha uma cópia consigo para
caso algum pai queira vê-la.
6. Contacte os pais do aluno, principalmente se o problema foi sério. Conte os fatos
do que ocorreu e não inclua suas opiniões sobre o assunto.
7. Converse sobre o incidente com os alunos. Use o conflito como um momento de
aprendizado e para reafirmar que os alunos estão seguros dentro da classe.
3.6.1. Precauções genéricas:
 Conheça as diretrizes da escola para se certificar de que suas políticas e regras
sejam consistentes com elas. O mesmo também vale para as consequências no caso
das desobediências.
 Caso tenha problemas em manter a disciplina na sala, peça sugestões para os outros
professores ou para o diretor.
 Existem diversas palestras e workshops que você pode assistir para melhorar suas
técnicas disciplinares. Pergunte para a administração se a escola pode pagar sua
entrada nesses eventos.
16
CONCLUSÃO
O ideal de uma educação de qualidade não pode estar afastado de pressupostos morais e
éticos. Todos os envolvidos na relação pedagógica têm de adquirir uma consciência moral
inerente à sua função nessa relação. Os professores têm de formar uma identidade
profissional mais profunda, alicerçada a todas as contingências da função de educador.
Os professores têm de contribuir para a promoção do desenvolvimento socio-moral dos
alunos, e isto só será possível quando se verificar um paradigma deontológico adequado à
realidade do modelo e paradigma educativo vigente. A perspetiva ética e moral que os
professores possuem, determinam a forma como assumem a sua função de educadores
morais e éticos.
A actitude que vem dignificar o professor não é, certamente o hábito conformista de adesão
a normas éticas pré-estabelecidas. O que a sociedade angolana necessita, o que a reforma
educativa exige são professores que em todas as situações sirvam a causa da educação
e que neste compromisso básico se regem intransigentemente pela sua consciência ética,
subordinando os seus interesses ao bem comum dos seus alunos.
………………………
BIBLIOGRAFIA
 CAETANO, Ana, SILVA, Maria (2009), Ética profissional e Formação de professores,
Revista Ciências da Educação nº 8
 CUNHA, Pedro D’Orey (1996), Ética e Educação, Lisboa, Universidade Católica
Portuguesa
 FREIRE, Paulo (1996) Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática
educativa / Paulo Freire. – São Paulo: Paz e Terra, – (Coleção Leitura)
 MANSO, A., MARTINS, C., AFONSO, J., CASULO, J. (2011), Contributo para o Estudo
da Axiologia Educacional de Manuel Ferreira Patrício, Porto, Marânus
 MONTEIRO, A. Reis (2004), Educação e Deontologia, Lisboa, Escolar Editora
 MONTEIRO, A. Reis (2006), Para uma Deontologia Pedagógica, Lisboa, Faculdade de
Ciências da Universidade de Lisboa
 MONTEIRO, A. Reis (2008), Qualidade, Profissionalidade e Deontologia na Educação,
Porto, Porto Editora
 PENA-VEGA, A., ALMEIDA, C., PETRAGLIA, I. (org.) (2001), Edgar Morin: Ética, Cultura
e Educação, São Paulo, Cortez Editora.
 REIS, Carlos, NEVES, Fernando (2011), Livro de Atas do XI Congresso da Sociedade
Portuguesa de Ciências da Educação, Guarda, Instituto Politécnico da Guarda
 SILVA, Lurdes (1995), A Profissão Docente e a Deontologia dos Professores, Coimbra,
Ed. Sindicato dos Professores da Região Centro
 WANGA, Waldano Heler Natxari (2017), PEDAGOGIA (MODULO I): Ensinar é um
critério, Luanda, Academia.edu. Disponível em
https://www.academia.edu/32698815/CURSO_DE_AGREGA%C3%87%C3%83O_PEDAG%C3%93GICA_MODULO_I_Ensinar_%
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Pedagogia (modulo ii) Ética profissional docente e gestão de conflitos na sala de aula

  • 1. a PEDAGOGIA (MODULO II) ÉTICA PROFISSIONAL DOCENTE & GESTÃO DE CONFLITOS NA SALA DE AULA. Waldano Heler Natxari Wanga1 2021 1 Mestre em Gestão Publica e Governação Local pelo Centro de Excelência de Políticas Publicas e Governação Local da Universidade Agostinho Neto; Licenciado em Ciências da Educação e Filosofia pelo Instituto Superior de Ciências da Educação de Luanda; Vice-Presidente Para Assuntos Científicos do Instituto Superior de Angola.
  • 2. i INTRODUÇÃO..............................................................................................................................1 I- ÉTICA E DEONTOLOGIA PROFISSIONAL .......................................................................2 1.1. Ética e Deontologia...................................................................................................................2 1.2.Deontologia Profissional Docente. ............................................................................................2 1.3.Relação pedagógica....................................................................................................................5 1.4. Novo paradigma deontológico para a profissão docente ..........................................................6 II- CATEGORIAS OU CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA PEDAGOGIA........................7 2.1.As categorias/conceitos fundamentais da pedagogia docente (Professor).................................7 2.2.As categorias/conceitos fundamentais da pedagogia discente (Aluno). ....................................7 2.2.Relação entre as diferentes categorias fundamentais da pedagogia docente e discente. ...........8 2.3. As Competências Do Professor.................................................................................................8 III-GESTÃO DA DISCIPLINA NA SALA DE AULAS .............................................................9 3.1. Compromissos dos professores com os estudantes...................................................................9 3.2. Como manter a disciplina em sala de aula do ensino primário.................................................9 3.3. Como manter a disciplina em sala de aula do ensino fundamental. .......................................11 3.4.Como manter a disciplina em sala de aula do ensino médio. ..................................................12 3.5. Como manter a disciplina em sala de aula do Ensino Superior. .............................................13 3.6.Gestão de conflito em sala de aula...........................................................................................14 3.6.1. Gestão de alunos nervosos na sala de aula...........................................................................14 3.6.1. Precauções genéricas: ..........................................................................................................15 CONCLUSÃO..............................................................................................................................16 BIBLIOGRAFIA..........................................................................................................................16 AO LEITOR O autor ficar-lhe-á muito agradecido se lhe der a conhecer a sua opinião acerca da elaboração desta caderneta, assim como sua apresentação e impressão. Agradece também qualquer sugestão. O endereço é: waldanoheler@gmail.com /waldeler@hotmail.com / +244 931175111/91429727
  • 3. 1 INTRODUÇÃO A Internet e as livrarias estão cheios de livros sobre ética e deontologia profissional, que definem diversos conceitos filosóficos, religiosos e jurídicos sobre a ética e liderança, com frases e citações que mexem com os nossos corações e inspiram professores a serem e fazerem o melhor que podem com as condições existentes. No entanto, quando o professor chega na escola e depara-se com a indisciplina na sala de aula apercebe-se que leu bastantes objetivos, ideais e não recebeu nenhuma receita “o Como?” para lidar com este fenómeno. O principal objectivo desta caderneta é tornar-se um instrumento de trabalho que venha a ser útil em função das necessidades do professor, nela se propõe técnicas concretas e métodos para trabalhar de um modo diferente a gestão da disciplina na sala de aula e prevenir conflitos nos diferentes níveis de ensino, a fim de fazer evoluir seu ensino em harmonia com as necessidades dos alunos e as finalidades definidas pelo sistema educacional. Esperamos que esta caderneta possa fornecer uma contribuição enriquecedora para os professores e para o maior proveito dos alunos. Sugerimos que o professor adopte a atitude de experimentador as técnicas sem descurar com o que já funciona de sua própria didáctica, que deve evoluir em função de sua reflexão e das aplicações efectuadas em situação de sala de aula. A introdução a Pedagogia, metodologia, didática de ensino, Planificação de aulas, o passo a passo de uma aula e outras questões teóricas já foram abordados no Modulo I. https://www.academia.edu/32698815/CURSO_DE_AGREGA%C3%87%C3%83O_PEDAG%C3%93GICA_MODULO_I_Ensinar_%C3% A9_um_crit%C3%A9rio_LUANDA_2017_Waldano_Heler_Natxari_Wanga O Modulo III- Tratará das técnicas para a melhoria do desempenho dos alunos; como despertar o gosto pela Disciplina (Ciência) no aluno; como fazer os alunos participarem nas aulas e como aumentar o rendimento dos alunos (Notas). Estará disponível em 2022.
  • 4. 2 I- ÉTICA E DEONTOLOGIA PROFISSIONAL 1.1. Ética e Deontologia. Do grego “ethiké” ou do latim “ethica” (relativa aos costumes), ética é o domínio da filosofia que tem por objectivo o juízo de apreciação que distingue o bem e o mal, o comportamento correcto e o incorrecto. Os princípios éticos constituem-se enquanto directrizes, pelas quais o homem rege o seu comportamento, tendo em vista uma filosofia moral dignificante. Os códigos de ética são dificilmente separáveis da deontologia profissional, pelo que não é pouco frequente os termos ética e deontologia serem utilizados indiferentemente. O termo Deontologia surge das palavras gregas “déon, déontos” que significa dever e “lógos” que se traduz por discurso ou tratado. Sendo assim, a deontologia seria o tratado do dever ou o conjunto de deveres, princípios e normas adoptadas por um determinado grupo profissional. A deontologia é uma disciplina da ética especial adaptada ao exercício da uma profissão. Existem inúmeros códigos de deontologia, sendo esta codificação da responsabilidade de associações ou ordens profissionais. Regra geral, os códigos deontológicos têm por base as grandes declarações universais e esforçam-se por traduzir o sentimento ético expresso nestas, adaptando-o, no entanto, às particularidades de cada país e de cada grupo profissional. Para além disso, estes códigos propõem sanções, segundo princípios e procedimentos explícitos, para os infractores do mesmo. Alguns códigos não apresentam funções normativas e vinculativas, oferecendo apenas uma função reguladora. Embora os códigos pretendam oferecer uma reserva moral ou uma garantia de conformidade com os Direitos Humanos, estes podem, por vezes, constituir um perigo de monopolização de uma determinada área ou grupo de questões, relativas a toda a sociedade, por um conjunto de profissionais. Hoje em dia, muitas profissões estam sugeitas a ter um numero de ordem para serem exercidas, o indivíduo pode até ter a formação e ainda é forçado a pagar quotas e formações em ordens de “X” e “Y” Para poder exerce-la. 1.2.Deontologia Profissional Docente. Na educação, e nomeadamente na profissão docente, pensar numa deontologia subentende uma determinada identidade profissional. Implica o envolvimento de toda a comunidade escolar (Educandos, Educadores, Estado e Sociedade). Segundo (Cf. Fernández y Hortal, apud Reis e Fernandes, 2011: 196) uma profissão é uma atividade ocupacional, ou um conjunto de tarefas, que se apoiam nas seguintes características: a) um serviço específico prestado à sociedade, de modo institucionalizado.
  • 5. 3 b) o serviço deve ser único, em que os profissionais exigem o direito de poder executar à sociedade de forma exclusiva; c) essa prestação deve estar bem definida, de modo a que os destinatários saibam, o que esperam desse serviço e as exigências do desempenho dos profissionais que o realizam; e d) que seja uma tarefa indispensável (tipo de serviço) à sociedade. A análise deontológica está associada ao conceito de direito, uma vez que o direito é correlativo do dever. O direito é o suporte e a sustentabilidade da moral. As normas deontológicas aparecem muitas vezes plasmadas em códigos normativos, muitos deles com carácter legal. Segundo Patrício, a deontologia, é atualmente, entendida a partir de quatro preceitos: a) Um código de deveres e de direitos num âmbito concreto de ação; b) Uma reflexão crítica sobre esse código; c) Uma reflexão dinâmica sobre esse código; d) O procedimento ético concreto num âmbito delimitado. Um código deontológico é um código normativo que basicamente estabelece um conjunto de direitos e deveres do profissional inerente à profissão e regras de ação moral concretas. Um “sujeito deontológico” é definido pelas duas vertentes (direitos e deveres). A sua obrigatoriedade ganha força jurídica quando a Deontologia é transformada em Direito positivo, por via de Decreto.» (Monteiro, 2006: 3) Na atividade docente predomina ainda um profissionalismo funcionalista, muito baseado e fixado à didática dos programas. Para a opinião pública a função do professor é ensinar alguma coisa, no âmbito escolar é aquele que ensina uma disciplina curricular. Contudo, a função do professor vai muito para lá da perspetiva do senso comum, ou seja, vai muito para lá do simples acto de ensinar uma determinada matéria. O professor exerce sobre os alunos que estão ao seu cuidado uma influência geral e permanente. Os professores são, em conjunto com os pais, uma referência marcante na formação da personalidade dos jovens. O professor não é um simples instrutor, é um educador, um pedagogo no sentido pleno do conceito. O professor, ao ter por função a formação de jovens, exerce uma atividade que congrega uma função humanizadora e uma função socializadora (é neste sentido que se reporta à ética). Participa na construção/modificação do ser humano, na obtenção de hábitos e costumes, por parte dos alunos. Indiretamente, o professor também tem um papel ativo na configuração da própria sociedade, na medida em que, ao estar incumbido da formação de novos sujeitos, dos fundadores da nova sociedade, estão a intervir na edificação da sociedade (cf. Silva, 1995: 32). Na função docente está implícito quer a instrução, o ensino e quer a educação, sendo três elementos indissociáveis. Assim, ressalta desta função do professor o primeiro critério de uma deontologia do educador/professor: “A acção do educador tem, como matéria e como
  • 6. 4 fim, o desenvolvimento pessoal e social das crianças e jovens com quem trabalha” (Rosa, 1999: 22). A docência, devido à sua natureza ética, não pode ter um modus operandi alicerçado na arbitrariedade, pelo contrário, as decisões devem ser tomadas de forma ponderada e com prudência. “Aética profissional e a deontologia (que definem, propriamente, o que é preciso, o que convém, o que é necessário, o que é uma obrigação imperiosa, que define os deveres) tratam justamente de refletir e exprimir o modo como convém que a profissão seja exercida. Tornam público o compromisso de os profissionais promoverem o bem daqueles a quem prestam o seu serviço” (Silva, 1995: 33). Os professores têm deveres profissionais para com os educandos, os colegas, para com a profissão e o seu órgão profissional, para com a entidade patronal e para com os pais ou os seus substitutos. Os professores têm direito profissional à formação, ao estatuto e remuneração decorrente da sua atividade, condições materiais e dignas no exercício da sua função, direito à autonomia e responsabilidade profissional, participação no governo da escola e ainda na definição da política da educação. Segundo Monteiro, uma deontologia profissional, com grande pendor ético e social (como é o caso da profissão docente), deve ter como princípios normativos os seguintes desígnios:  O respetivo estatuto profissional,  O quadro legislativo nacional e a jurisprudência pertinente e  As normas internacionais existentes sobre a profissão e a respetiva jurisprudência. São fontes normativas internacionais os seguintes instrumentos jurídicos:  Declaração universal dos direitos do homem;  Convenção sobre a luta contra a discriminação no domínio do ensino;  Convenção sobre os direitos da criança;  Recomendação sobre a condição do pessoal docente;  Recomendação sobre a condição do pessoal docente do ensino superior. São fontes normativas nacionais os seguintes textos jurídicos:  Constituição da República;  Lei de bases do sistema educativo;  Estatuto da carreira docente dos educadores de infância e dos professores dos ensinos básico e secundário;  Carta deontológica do serviço público;  Carta ética da administração pública;  Estatuto disciplinar dos funcionários e agentes da administração central, e local. Estas normativas internacionais e nacionais estabelecem a base jurídica fundamental dos princípios que devem nortear a profissão docente (cf. Monteiro, 2004: 81-89).
  • 7. 5 1.3.Relação pedagógica Segundo (Cunha, 1996) as escolas precisam definir uma nova relação pedagógica, alicerçada numa reforma educativa, que possibilite criar as bases e estruturas para formar jovens autónomos – cognitiva e afetivamente – jovens com respeito pela autonomia dos outros (preparados para o amor, o diálogo e a cooperação), ou seja, que contemple o desenvolvimento pessoal e social assente na autonomia. A nova relação pedagógica seria, desta forma, fundamentada com base na autonomia. Uma formação baseada na autonomia é essencial para o indivíduo ver o outro como autónomo. O indivíduo ao estar consciente de si e da sua autonomia, pode reconhecer os mesmos atributos no outro e isso leva a que se entre “numa dinâmica infalível e dramática, é levado a dar-se, a contribuir, a amar, a dedicar-se” (Cunha, 1996: 57). Contudo, a relação pedagógica não tem de assumir necessariamente um dos lados (autoritarismo ou permissividade), pode-se seguir uma terceira via, que possibilite o desenvolvimento dos educandos sem cair nos extremos. A relação pedagógica pode ser definida com base na autonomia que desemboque na “colaboração e no amor”. (Cunha, 1996) estabelece os 10 princípios que devem caracterizar a relação pedagógica baseada na autonomia: 1. O princípio da fascinação: O bom professor é o que faz com que os alunos gostem da matéria a estudar, é o que expressa, de vários modos, entusiasmo por aquilo que faz, é o que manifesta o fascínio pelos saberes que transmite e constrói. 2. O princípio da expectativa: “É claro que não basta apresentar bem a matéria para que ela atraia e o aluno se ponha a caminho”. É preciso confiar e transmitir confiança nas possibilidades de aprendizagem: “Se eu estou convencido que o aluno pode, ele poderá; se eu espero que ele aprenda, ele aprenderá; se eu confio em que ele estude, ele estudará”. Não teremos aqui a verdade universal, mas é, sem dúvida, um grande princípio que deveria estar afixado em todas as salas de professores e ser exaustivamente discutido em todas as reuniões do Conselho Pedagógico. 3. O princípio do respeito: A expectativa não pode ser indiscriminada e automática. Aquilo que eu espero dos meus alunos tem de ser pautado pelo respeito das suas características, pelo seu estádio de desenvolvimento, pelos seus interesses emergentes”. Evidentemente. Porque se o não fosse seria uma ilusão e um defraudamento. 4. O princípio do encorajamento: “A criança pode estar fascinada pela matéria de ensino, pode sentir o calor da relação com o professor, mas o caminho é sempre difícil; há muitas vezes obstáculos a vencer e depressões a ultrapassar”. São assim necessários o olhar que cuida e exige, a mão no ombro que conforta e a palmada nas costas que estimula. 5. O princípio da compreensão: “Diante de um conflito, um problema disciplinar ou uma perturbação, é essencial que o professor se pergunte a si mesmo, antes de mais, de quem é o problema, ou melhor, quem sofre com o problema. Assim, se quem está a sofrer é a
  • 8. 6 criança, esta precisa de compreensão, não de ralhete. Mas se quem sofre é o professor, ou outros alunos, então a criança não precisa de compreensão, necessita de confrontação.”. Esta é outra chave essencial que tem de ser sistematicamente convocada. 6. O princípio da confrontação: “Fazer ver aos alunos os efeitos nefastos das suas acções e desafiá-los a agir de outro modo sem os humilhar”. Aqui também reside o princípio da autoridade, o de fazer crescer o outro em autonomia e responsabilidade. 7. O princípio das consequências: “São as consequências das nossas acções que nos vão dirigindo, ensinando-nos a caminhar por uma direcção e evitar outra. Assim, se a criança se levanta tarde e perde o autocarro, não a castiguem nem a absolvam nem muito menos esperem por ela: deixem-na ir a pé; há-de aprender que quem não se levanta a tempo tem de ir à sua custa. Se perdeu um livro, não lhe dêem a bofetada nem lhe comprem outro: obriguem-na a pagar do seu bolso”. 8. O princípio da negociação criativa: “A arte de educar na autonomia consiste no contínuo esforço para promover não soluções de compromisso em que todos perdem um pouco mas alternativas de superação em todos ganham tudo”. 9. O princípio do diálogo: “Nem todas as necessidades resultam em conflitos, nem todas as opiniões têm de provocar desavenças, nem todos os sentimentos chocam ou desiludem os outros. Pelo contrário, a partilha de ideias, opiniões e sentimentos é o processo normal de aprofundar a amizade, construir a intimidade e desenvolver esse ingrediente essencial da autonomia que é estar-se contente consigo próprio e com a sua maneira de ser”. 10. O princípio da exigência: “O bom professor não aceita trabalhos mal feitos, respostas mal articuladas, projectos sem gosto nem cuidado”. Exige o máximo de cada um dos alunos para que nenhum trabalhe abaixo das suas capacidades. 1.4. Novo paradigma deontológico para a profissão docente Após estabelecida uma nova relação pedagógica, urge a necessidade de encontrar uma deontologia que permita abarcar as contingências dessa nova relação. Ao longo dos tempos a escola tem sido encarada de diversas formas. Desde o início do século XX a escola começou a adquirir o modelo mais próximo daquele que hoje temos. Ao longo desse século e até aos nossos dias ela foi sofrendo várias metamorfoses. Inicialmente a escola era um local privilegiado apenas de determinadas classes, ou seja, era uma escola de elites, posteriormente veio a escola de massas, a escola para todos, hoje, apesar de prevalecer ainda o lema da escolas para todos, estamos a assistir a uma prevalência do sistema privado em detrimento do sistema público, o que pode conduzir a um retrocesso educativo, a um retorno à escola elitista. Em termos deontológicos, a cada transformação que o sistema educativo ópera deve acompanhar uma transformação ou adequação da deontologia e dos respetivos códigos
  • 9. 7 deontológicos. Qualquer que seja o paradigma – este - deve caracterizar-se pelas seguintes atitudes: 1) Centrado sobre a pessoa humana do aluno; 2) Fascinado pela busca da verdade e do belo; 3)Dinamizado por uma nova consciência de profissionalismo e exigência de qualidade. II- CATEGORIAS OU CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA PEDAGOGIA. Segundo (Wanga, 2017) as categorias fundamentais da pedagogia variam para professores e alunos:  Para professores emergem a Educação, Ensino e Instrução.  Para os alunos emergem a aprendizagem, auto-educação e reeducação. 2.1.As categorias/conceitos fundamentais da pedagogia docente (Professor) Segundo (Wanga, 2017) as categorias fundamentais da pedagogia variam para professores e alunos. Para professores emergem a Educação, Ensino e Instrução: Educação: É a transmissão de Valores (conhecimentos, ideias, crenças, opiniões e costumes das velhas gerações aos jovens e passa de geração em geração). Mediante a educação se forma a conduta, a consciência dos homens de acordo com os princípios e normas estabelecidas pela sociedade. a) No sentido amplo: compreende a influencia de todo modo de vida do homem. b) No sentido restrito: compreende o trabalho dos educadores para formar nos educandos ideias, sentimentos, motivos, necessidades, hábitos ou formas de conduta. Esta educação realiza-se na escola pelo professor. Ensino: É o processo pedagógico de dotar o aluno, sob a direcção do professor com conceitos, bem como com o desenvolvimento das capacidades intelectuais dos alunos. Este processo manifesta-se de forma bilateral (professor-aluno). Instrução: Ocupa-se da formação motora e intelectual do indivíduo. Ela é apenas uma parte da educação. A instrução alcança-se mediante o ensino. 2.2.As categorias/conceitos fundamentais da pedagogia discente (Aluno). Segundo (Wanga, 2017) as categorias fundamentais da pedagogia variam para professores e alunos. Para os alunos emergem a auto-educação, reeducação e a aprendizagem: a)Aprendizagem: é um processo de aquisição e assimilação mais ou menos conscientes de novas formas de perceber, ser, pensar e agir e que modificam o comportamento do individuo. Existem diferentes tipos de aprendizagem: 1.Cognitiva: simples informação sobre os factos ou suas interpretações com base em conceitos, princípios e teorias. 2.Motora ou motriz: aprendizagem de hábitos que incluem desde simples habilidade motora até habilidade verbais ou gráficas.
  • 10. 8 3. Afectiva ou emocional: diz respeito ao desenvolvimento de certos sentimentos e emoções b) Auto-educação: actividade sistemática e consciente que contribui a formar e aperfeiçoar e modificar o comportamento. c)Reeducação: é um processo que visa mudar ou substituir qualidades do carácter já formados. 2.2.Relação entre as diferentes categorias fundamentais da pedagogia docente e discente. Professor Categoria Aluno Educar Educação Valores Aprendizagem Afectiva Ensinar Ensino Conceitos e análise Aprendizagem Cognitiva Instruir Instrução Habilidade motora Aprendizagem Motora Tabela 1 Relação entre as diferentes categorias fundamentais da pedagogia docente e discente.(Wanga, Waldano 2017) Os diferentes tipos de aprendizagem do aluno decorrem das diferentes categorias fundamentais pedagógicas do professor:  Quando o professor educa transmite valores que demanda uma aprendizagem afectiva.  Quando o professor ensina expede conceitos que ecoa uma aprendizagem cognitiva.  Quando o professor instruí orienta o “como fazer” que repercuti numa aprendizagem motora. 2.3. As Competências Do Professor. Todo o professor deve ser adoptado de competências: a) Cientificas: permitem- Transmitir com segurança; Evitar a transmissão de erros científicos; Inspirar credibilidade e confiança; Prestigio a actividade docente. b) Psico-pedagógico: possibilitam- Transmitir o conhecimento de forma clara e compreensiva; Maior facilidade no manuseamento de programas de outras matérias didácticas, respeitando os requisitos peculiares de cada fase etária dos discentes; A utilização de uma linguagem adaptada ao nível etário dos discentes; Fazer o desenvolvimento dos conteúdos de forma lógica e gradativa. c) Afectivas: permitem-Compreender as actividades dos seus alunos com muito afecto; Resolver os problemas dos seus discentes com muito amor e carinho; incentivar os discentes há participação; Evitar indisciplina; Incentivar a assiduidade pontualidade dos discentes. Segundo (Freire, 1996) não há docência sem decência, (ensinar exige: pesquisa, respeito aos saberes dos e educandos, criatividade, estética e ética; reflexão crítica sobre a prática, Riscos, Aceitação do novo; rejeição a qualquer forma de discriminação); Ensinar não é transferir conhecimento, (exige: consciência do inacabamento, bom senso, alegria e esperança; apreensão da realidade, Curiosidade e a convicção de que a mudança é possível); e Ensinar é uma especificidade humana, (exige: segurança, competência profissional e generosidade, comprometimento, liberdade e autoridade; reconhecer que a educação é um
  • 11. 9 instrumento ideológico do estado, e demanda acima de tudo honestidade intelectual; querer bem os educandos e compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo). Para (Beda & Cortela ) há 3 caminhos para o sucesso: 1. Generosidade mental: Ensinar o que se sabe; 2. Coerência ética: Praticar o que se ensina; 3. Humildade intelectual: Perguntar o que se ignora; III-GESTÃO DA DISCIPLINA NA SALA DE AULAS 3.1. Compromissos dos professores com os estudantes Os profissionais da educação devem: 1. Respeitar os direitos de todas as crianças, em particular dos estudantes, para que possam beneficiar do disposto na Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Crianças, particularmente no que diz respeito à educação; 2. Salvaguardar e promover os interesses e o bem-estar de todos os estudantes, protegendo-os de intimidações e de abusos físicos e psicológicos; 3. Tomar todas as medidas para proteger os estudantes de abusos sexuais; 4. Atender aos problemas que afectam o bem-estar dos estudantes, tratando-os cuidado, dedicação e discrição; 5. Ajudar os estudantes a desenvolver um conjunto de valores de acordo com os padrões internacionais de direitos humanos; 6. Manter relações profissionais com os estudantes; 7. Reconhecer a individualidade e as necessidades específicas de cada aluno, e estimulando-os para que possa desenvolver plenamente as suas potencialidades; 8. Proporcionar aos estudantes o sentimento de pertença a uma comunidade, baseada em compromissos mútuos de comprometimento com a existência de um lugar para todos; 9. Exercer a autoridade com justiça e solidariedade; 10. Garantir que a relação privilegiada entre professor e aluno não é utilizada para fins de proselitismo ou controle ideológico. 3.2. Como manter a disciplina em sala de aula do ensino primário. 1. Decida as regras mais importantes para transformar a sala de aula em um ambiente de aprendizado seguro e divertido. Essas regras serão diferentes dependendo da idade dos alunos e da matéria que está ensinando. Esses são alguns exemplos:  Trate os outros com respeito.  Cuide de si mesmo.  Cuide adequadamente da sala de aula.  Levante a mão para falar ou para chamar a atenção de alguém.
  • 12. 10 2. Não defina mais do que cinco regras, pois isso facilitará a memorização delas pelos alunos. Elas guiarão o comportamento em diversas circunstâncias para que não seja necessário criar regras muito específicas. 3.Garanta que os alunos conheçam as regras perfeitamente. Separe uma hora no primeiro dia de aula para explicá-las, utilizando exemplos do que deve ou não ser feito. 4. Defina consequências para os alunos que quebrarem as regras. Essas consequências devem seguir uma progressão, que pode incluir: aviso, ficar até mais tarde, detenção, visitar o diretor, etc.  Você pode incluir uma pausa para turmas mais jovens, pois elas podem precisar disso para que consigam prestar atenção na aula. 5.Crie uma folha com as regras e pendure-a no mural da sala. Fraseie-as de modo positivo como, por exemplo, "Trate os outros com respeito" ao invés de "Não empurre os outros". 6. Peça que os alunos se comprometam com as regras. Eles podem assinar um termo ou apenas levantar as mãos como sinal de que prometem cumprir as regras da sala.  Outro modo de fazer com que eles se comprometam é torná-los donos das regras. Peça a opinião deles ao desenvolver as regras da sala.  Converse sobre as regras e revise-as junto dos alunos de tempos em tempos. 7. Utilize comunicação não-verbal para chamar a atenção dos alunos. Você pode, por exemplo, apagar as luzes quando estiver na hora de encerrar uma atividade.  Os sinais de mão funcionam muito bem com as turmas mais novas. Alternar os sinais não-verbais periodicamente evitará que os alunos se cansem deles. 8.Elogie os alunos que agirem de modo adequado e seguirem as regras, transformando-os em exemplos positivos. Ao demonstrar os benefícios do bom comportamento, todos saberão como se comportar.  Evite elogiar sempre o mesmo aluno. 9. Envolva os pais logo no início. Caso haja problemas de disciplina na escola primária, pode ser útil contactar os pais da criança antes que o problema se torne sério para evitar complicações futuras. 10. Dê ferramentas para que os alunos interajam entre si. Reforce interações positivas ensinando-os a lidar com desacordos e problemas de comunicação. Isso pode ajudá-lo a difundir problemas disciplinares em potencial.  Por exemplo, diga como os alunos devem pedir permissão para pegar algo emprestado. Um aluno deve olhar para o outro, chamar a atenção dele e pedir educadamente.  Dê ferramentas para caso eles descordem. Por exemplo, peça que eles se olhem calmamente e digam "Eu entendo como você se sente". O aluno pode então explicar sua opinião.
  • 13. 11 3.3. Como manter a disciplina em sala de aula do ensino fundamental. 1. Defina os comportamentos esperados dos alunos na sala de aula. O modelo CHAMPS (um acrônimo em inglês que significa "Campeões") funciona bem para diversos estilos de aula e de metas de aprendizado. Utilize os seguintes pontos como guia para estabelecer o modo com o qual os alunos completarão atividades com sucesso e com bons comportamentos:  Conversação: Os alunos podem falar durante a atividade? Com quem? Sobre o que?  Ajuda: Como os alunos chamarão sua atenção se precisarem de ajuda?  Atividade: Qual o objetivo da atividade?  Movimento: Os alunos podem sair de seus assentos na realização da atividade?  Participação: Como os alunos demonstrarão que estão participando?  Sucesso: Caso os alunos completem as expectativas do método, eles devem ter executado a atividade com sucesso e demonstrando um bom comportamento. 2. Mantenha uma rotina e uma estrutura na sala, pois os alunos precisam saber o que esperar das aulas. Os alunos do ensino fundamental gostam de conhecer suas expectativas e limites, portanto é importante seguir uma rotina. Mantenha a aula relativamente estruturada para que eles saibam o que virá a seguir. 3. Chacoalhe as coisas de vez em quando, pois os alunos dessa idade tendem a se distrair facilmente. É uma boa ideia mudar a rotina de vez em quando com atividades espontâneas e inesperadas, pois os alunos gostam de experiências repentinas de aprendizado. 4.Construa relacionamentos com os alunos, pois eles são curiosos e gostam de ouvir histórias sobre sua vida. Não compartilhe tudo, é claro, mas contar histórias sobre você de vez em quando pode fazer com que eles o vejam como um ser humano com quem podem se identificar. O contrário também vale, então conheça seus alunos para fazer com que eles o respeitem e se comportem adequadamente. 5.Mantenha uma atitude positiva. Trate cada dia como uma nova oportunidade de sucesso na sala de aula. Os alunos do ensino fundamental passam por um turbilhão de emoções e ter paciência e positividade tornará seu emprego mais agradável. 6. Fale com um tom de voz natural para que os alunos respondam do mesmo modo. Caso a classe seja barulhenta, não levante a voz. Ao invés disso, comece a falar baixo para que os alunos fiquem quietos e o ouçam. Você também pode não falar nada até que eles fiquem em silêncio. 7.Reorganize os assentos uma vez por mês. Isso o ajuda a controlar quem senta próximo de quem e a eliminar alguns problemas comportamentais. Coloque cartões com os nomes dos alunos nas mesas para organizar os assentos. 8.Mantenha a sala de aula em ordem para que os alunos fiquem mais organizados. Caso a sala seja bagunçada, os alunos podem não levá-lo tão a sério
  • 14. 12 9. Planeie lições cativantes. Um dos métodos mais fáceis de se causar problemas disciplinares é entediar os alunos. Caso as lições sejam confusas, desorganizadas ou pouco atraentes, os alunos podem se distrair. Mantenha-os animados e focados elaborando atividades e trabalhos interessantes. 10. Circule pela sala ao ensinar ou durante atividades em grupo ou individuais. Os alunos perceberão que você está interessado no progresso deles. Dê dicas durante a resolução de problemas. No entanto, "Quando você quiser que eles obedeçam sua orientação, fique parado. Se você estiver andando pela classe, distribuindo materiais, parece que a orientação é menos importante do que todas as outras coisas que você está fazendo. Mostre que a sua orientação é importante. Fique parado. Eles vão responder a isso". 3.4.Como manter a disciplina em sala de aula do ensino médio. 1. Trate os alunos com respeito, não importa a idade deles. Isso fará com que eles o respeitem também. 2. Conheça os alunos. Demonstre interesse neles e lembre-se de memorizar seus nomes e outras informações.  Lembre-se, entretanto, de que você não deve se tornar muito amigo deles. É importante manter uma certa distância para preservar sua autoridade na sala de aula. Caso contrário, um aluno pode pedir tratamento especial ou favores, principalmente ao lidar com problemas disciplinares. 3. Mantenha os alunos animados e envolvidos. Quando eles estão envolvidos com o material da aula, eles se responsabilizarão mais pela conduta em classe. Planeje atividades interessantes e divertidas para manter o envolvimento da turma.  Por exemplo, faça pesquisas simples para determinar como os alunos se sentem quanto a um problema em particular. 4. Ajude-os com suas habilidades sociais e emocionais. Apesar deles serem adolescentes, eles ainda podem precisar trabalhar essas habilidades. Ajude-os a solucionar os problemas deles com relação a amigos e colegas de classe.  Por exemplo, caso um aluno se comporte mal ou irrite um colega de classe, ajude-o a criar um método de reparação que criará uma solução significativa. 5. Seja justo e consistente, tratando todos igualmente. Apesar de você ter seus favoritos, não demonstre isso a eles. Aplique a disciplina igualmente em todos os alunos. 6. Tenha uma atitude positiva e trate todos os dias como novas oportunidades para sucesso. Não presuma o pior dos alunos. 7.Circule pela sala ao ensinar ou durante atividades em grupo ou individuais. Os alunos perceberão que você está interessado no progresso deles. Dê dicas durante a resolução de problemas.
  • 15. 13 8.Não humilhe um aluno. Caso precise conversar sobre disciplina com alguém, faça-o de modo que não humilhe a pessoa. Converse em partilhar com ele e não utilize o momento para envergonhá-lo na frente dos colegas. 3.5. Como manter a disciplina em sala de aula do Ensino Superior. 1. Inclua regras no programa de estudos. Uma turma de faculdade é composta por adultos que não deveriam ser ensinados a se comportar, mas é uma boa ideia ser claro quanto às regras na sala de aula.  Por exemplo, você pode incluir regras quanto a participação nas discussões em classe. Elas podem incluir "Fale respeitosamente com os colegas" e "Evite ataques pessoais."  Considere incluir também políticas quanto à desonestidade académica, uso de tecnologia, entrega de atividades, etc.  Confira com a coordenação da instituição as políticas gerais da faculdade. 2. Fale sobre as regras no primeiro dia de aula e defina suas expectativas para a conduta em sala. Dê exemplos de como as regras são colocadas em prática e como implementará as consequências. 3. Aja profissionalmente para que os alunos o levem a sério. Ser casual demais pode fazer com que duvidem de sua autoridade.  Apesar de ser importante manter o profissionalismo, você não precisa ser completamente inacessível. Revele coisas sobre você para criar uma dimensão mais humanas e para que os alunos entendam suas origens. 4. Conheça os alunos pelo nome. As salas de faculdade muitas vezes são compostas por um grande número de alunos sem nome, o que cria uma distância entre você e eles. Isso pode deixá-los alienados, então conheça-os por nome e crie um ambiente onde eles sintam que são considerados. 5. Explore o problema disciplinar antes de agir. Caso um aluno atrapalhe a aula chegando atrasado com frequência, considere os motivos por trás disso. Converse com ele após a aula para descobrir o que está acontecendo. Ele pode estar com problemas para lidar com os horários do trabalho e das aulas e você pode abrir uma excepção ou sugerir que ele assista uma aula que acomode sua agenda. 6. Mantenha um registo dos problemas disciplinares. Sempre que encontrá-los, documente todos os passos que tomou. Converse com seu supervisor sobre os procedimentos adequados para lidar com esses problemas.
  • 16. 14 3.6.Gestão de conflito em sala de aula. A Associação Americana de Educação desenvolveu o sistema LEAST (um acrônimo em inglês que significa "Menos") para servir como estratégia para os professores lidarem com conflitos na sala de aula: 1. Comece com o primeiro passo e, se necessário, prossiga para os outros.  Deixe para lá. Caso o problema seja pequeno e pareça que não se repetirá, ignore-o.  Encerre a ação imediatamente. Quando um aluno atrapalha a aula, informe-o de que está ciente das acções dele. Faça um sinal não-verbal, como erguer a sobrancelha, acenar ou caminhar na direção dele.  Interesse-se na questão. Peça que o aluno converse sobre o problema. Pergunte o que está acontecendo e quem está envolvido.  Instrua. Lembre o aluno das regras e das consequências. Siga em frente com as consequências após avisar o aluno.  Cuide do progresso dos alunos. Faça anotações sobre o problema disciplinar. Escreva o que aconteceu, quem estava envolvido, quando aconteceu e qual foi sua resposta. 2. Mantenha a calma, pois isso é o melhor que você pode fazer durante um conflito. Não demonstre emoções negativas ou raivosas. Permaneça calmo e fale com um tom de voz normal.  Respirar profundamente pode ajudá-lo a manter a calma. 3. Lide com o conflito longe dos outros alunos. Leve o aluno problemático para fora e converse com ele a sós. Isso o retirará do problema físico imediato e da presença dos colegas, que podem estar contribuindo para os problemas disciplinares.  Não envolva outros alunos no conflito. 4. Não discuta com os alunos e permaneça neutro. Caso alguém queira que você discuta, não morda a isca. Ao invés disso, permaneça calmo e firme em sua posição.  Caso o aluno continue a discutir com você, diga "Falaremos sobre isso após a aula" para encerrar o conflito momentaneamente. 5. Use o conflito como um momento de aprendizado. Caso uma discussão surja na sala, converse sobre ela na próxima aula. Pergunte como os alunos teriam lidado com a discussão e peça que eles pensem em modos de entender as perspectivas dos outros.  Isso pode funcionar bem ao discutir assuntos sensíveis. Caso a discussão fique acalorada, peça que os alunos reflitam sobre o problema em silêncio. Peça então que eles reflitam no porquê da discussão ter escalado tanto. 3.6.1. Gestão de alunos nervosos na sala de aula. 1. Mantenha os outros alunos seguros. Caso um aluno se torne violento, sua prioridade é manter os outros seguros.  Na ocorrência de bullying em sua classe, pesquise modos de interrompê-lo.  Você pode considerar liberar a turma mais cedo caso uma situação atinja proporções maiores.
  • 17. 15 2. Mantenha-se calmo e neutro. Não se envolva até que o aluno se acalme e não assuma um lado na discussão. 3. Não toque no aluno. Pode parecer natural colocar sua mão no ombro de uma pessoa para acalmá-la, mas quando ela está nervosa, sua reação pode ser inesperada. Mantenha distância do aluno. 4. Caso a situação aumente rapidamente, peça que outro aluno busque ajuda. Ter o apoio de outro professor ou alguém com autoridade pode ajudá-lo a controlar a situação. 5. Documente o incidente. Caso ocorra um problema com um aluno violento, por exemplo, mantenha um registro do ocorrido. Inclua detalhes sobre o que aconteceu, quando aconteceu, os nomes dos envolvidos, etc.  Forneça uma cópia disso para a administração. Mantenha uma cópia consigo para caso algum pai queira vê-la. 6. Contacte os pais do aluno, principalmente se o problema foi sério. Conte os fatos do que ocorreu e não inclua suas opiniões sobre o assunto. 7. Converse sobre o incidente com os alunos. Use o conflito como um momento de aprendizado e para reafirmar que os alunos estão seguros dentro da classe. 3.6.1. Precauções genéricas:  Conheça as diretrizes da escola para se certificar de que suas políticas e regras sejam consistentes com elas. O mesmo também vale para as consequências no caso das desobediências.  Caso tenha problemas em manter a disciplina na sala, peça sugestões para os outros professores ou para o diretor.  Existem diversas palestras e workshops que você pode assistir para melhorar suas técnicas disciplinares. Pergunte para a administração se a escola pode pagar sua entrada nesses eventos.
  • 18. 16 CONCLUSÃO O ideal de uma educação de qualidade não pode estar afastado de pressupostos morais e éticos. Todos os envolvidos na relação pedagógica têm de adquirir uma consciência moral inerente à sua função nessa relação. Os professores têm de formar uma identidade profissional mais profunda, alicerçada a todas as contingências da função de educador. Os professores têm de contribuir para a promoção do desenvolvimento socio-moral dos alunos, e isto só será possível quando se verificar um paradigma deontológico adequado à realidade do modelo e paradigma educativo vigente. A perspetiva ética e moral que os professores possuem, determinam a forma como assumem a sua função de educadores morais e éticos. A actitude que vem dignificar o professor não é, certamente o hábito conformista de adesão a normas éticas pré-estabelecidas. O que a sociedade angolana necessita, o que a reforma educativa exige são professores que em todas as situações sirvam a causa da educação e que neste compromisso básico se regem intransigentemente pela sua consciência ética, subordinando os seus interesses ao bem comum dos seus alunos. ……………………… BIBLIOGRAFIA  CAETANO, Ana, SILVA, Maria (2009), Ética profissional e Formação de professores, Revista Ciências da Educação nº 8  CUNHA, Pedro D’Orey (1996), Ética e Educação, Lisboa, Universidade Católica Portuguesa  FREIRE, Paulo (1996) Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa / Paulo Freire. – São Paulo: Paz e Terra, – (Coleção Leitura)  MANSO, A., MARTINS, C., AFONSO, J., CASULO, J. (2011), Contributo para o Estudo da Axiologia Educacional de Manuel Ferreira Patrício, Porto, Marânus  MONTEIRO, A. Reis (2004), Educação e Deontologia, Lisboa, Escolar Editora  MONTEIRO, A. Reis (2006), Para uma Deontologia Pedagógica, Lisboa, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa  MONTEIRO, A. Reis (2008), Qualidade, Profissionalidade e Deontologia na Educação, Porto, Porto Editora  PENA-VEGA, A., ALMEIDA, C., PETRAGLIA, I. (org.) (2001), Edgar Morin: Ética, Cultura e Educação, São Paulo, Cortez Editora.  REIS, Carlos, NEVES, Fernando (2011), Livro de Atas do XI Congresso da Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação, Guarda, Instituto Politécnico da Guarda  SILVA, Lurdes (1995), A Profissão Docente e a Deontologia dos Professores, Coimbra, Ed. Sindicato dos Professores da Região Centro  WANGA, Waldano Heler Natxari (2017), PEDAGOGIA (MODULO I): Ensinar é um critério, Luanda, Academia.edu. Disponível em https://www.academia.edu/32698815/CURSO_DE_AGREGA%C3%87%C3%83O_PEDAG%C3%93GICA_MODULO_I_Ensinar_% C3%A9_um_crit%C3%A9rio_LUANDA_2017_Waldano_Heler_Natxari_Wanga