O documento discute a tendência da maledicência e suas razões. Muitas pessoas sentem a necessidade de diminuir os outros para se sentirem superiores, já que medem seu próprio valor pelo desvalor dos outros. A maledicência começa com palavras de recriminação inoportunas e deve ser evitada, já que enfraquece o caráter.
5. Diminuir o valor dos
outros dá-nos a grata
ilusão de aumentar o
nosso valor próprio.
6. A imensa maioria dos homens não está em
condições de medir o seu valor por si mesmo.
Necessita medir o seu próprio valor pelo desvalor
dos outros.
7. Esses Seres julgam necessário apagar as
luzes alheias a fim de fazerem brilhar mais
intensamente a sua própria luz.
8. São como vagalumes que não podem luzir
senão por entre as trevas da noite, porque a
luz das suas lanternas fosfóreas é muito
fraca.
9. Quem tem bastante luz própria não necessita
apagar ou diminuir as luzes dos outros para poder
brilhar.
10. Quem tem valor real em si mesmo não
necessita medir o seu valor pelo dos
outros.
11. Quem tem vigorosa saúde
espiritual não necessita chamar
de doentes os outros para gozar
a consciência da saúde própria.
12. As reuniões sociais, as conversas de
critica são, em geral, academias de
maledicência.
13. Falar mal das misérias alheias é um prazer tão sutil e
fascinante – algo parecido com whisky, gin ou cocaína
que uma pessoa de saúde moral precária facilmente
sucumbe a essa epidemia.
14. A palavra é instrumento valioso para o
intercâmbio entre os homens. Ela, porém,
nem sempre tem sido utilizada
devidamente.
15. Poucos são os homens
que se valem deste
precioso recurso para
construir esperanças,
balsamizar dores e
traçar rotas seguras.
16. Fala-se muito por falar, para "matar tempo".
A palavra, não poucas vezes, converte-se em
estilete da impiedade, em lâmina da maledicência e
em bisturi da revolta.
17. Falando, espíritos missionários reformularam os
alicerces do pensamento humano.
Semelhantes a gotas de luz, as boas palavras
dirigem conflitos e resolvem dificuldades.
18. Falando, não há muito, Hitler hipnotizou
multidões, enceguecidas, que se atiraram sobre
outras nações, transformando-as em ruínas.
19. Guerras e planos de paz sofrem a poderosa
influência da palavra.
20. Há quem pronuncie palavras doces, com lábios
encharcados pelo fel.
Há aqueles que falam meigamente, cheios de ira
e ódio. São enfermos em demorado processo de
reajuste.
21. Pense nisso!
Desculpemos a fragilidade alheia, lembrando-
nos das nossas próprias fraquezas.
Evitemos a censura.
Portanto, cabe às pessoas lúcidas e de bom
senso, não dar ensejo para que o veneno da
maledicência se alastre, infelicitando e
destruindo vidas.
22. Toda a palavra imoral, como qualquer censura teimosa, faz-
se hábito negativo que culmina por humilhar o caráter de
quem com isso se saboreia.
A maledicência começa na palavra do recriminação
inoportuna. Se desejarmos educar, reparar erros, não os
abordemos estando o responsável ausente.
23. Enriqueçamos o coração de amor e banhemos a
mente com as luzes da misericórdia divina.
Porque, de acordo com o Evangelho de Lucas,
"a boca fala do que está cheio o coração".