SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 13
Faculdade Atual da Amazônia
Professor André Augusto da Fonseca
 “Foi Aristóteles que constituiu a lógica como
 disciplina. Queria encontrar um método que servisse
 para construir raciocínios sólidos que nos ajudassem a
 descobrir a verdade deste mundo e a distinguir a todo
 momento o verdadeiro do falso. Ele mesmo começou a
 analisar como as pessoas falavam e foi aperfeiçoando a
 linguagem a partir de determinadas regras que
 ajudaram a construir raciocínios verdadeiros”
 (LEGUIZAMÓN, Héctor. Atlas Básico de Filosofia. São
 Paulo: Escala, 2007).
 “É lógico que eu vou!”, “É lógico que ela disse isso!”. Quando
  dizemos frases como essas, a expressão “é lógico que ”
  indica, para nós e para a pessoa com quem estamos falando,
  que se trata de alguma coisa evidente. A expressão aparece
  como se fosse a conclusão de um raciocínio implícito,
  compartilhado pelos interlocutores do discurso.
 Ao dizer “É lógico que eu vou!”, estou supondo que quem
  me ouve sabe, sem que isso seja dito explicitamente, que
  também estou afirmando: “Você me conhece, sabe o que
  penso, gosto ou quero, sabe o que vai acontecer no lugar x e
  na hora y e, portanto, não há dúvida de que irei até lá”
  (CHAUÍ, 2001).
 Em certas ocasiões, ouvimos, lemos, vemos alguma
    coisa e nossa reação é dizer:
   “Não. Não pode ser assim. Isso não tem lógica!”.
   Ou, então:
   “Isso não é lógico!”.
   Essas duas expressões indicam uma situação oposta às
    anteriores, ou seja, agora uma conclusão foi tirada por
    alguém, mas o que já sabemos (de uma pessoa, de um
    fato, de uma idéia, de um livro) nos faz julgar que a
    conclusão é indevida, está errada, deveria ser outra.
 Nesses vários exemplos, podemos perceber que as palavras
    lógica e lógico são usadas por nós para significar:
   1. ou uma inferência: visto que conheço x, disso posso
    concluir y como conseqüência;
   2. ou a exigência de coerência: visto que x é assim, então é
    preciso que y seja assim.
   Inferência, coerência, conclusão sem contradições,
    conclusão a partir de
   conhecimentos suficientes são algumas noções
    implicitamente pressupostas por nós toda vez que
    afirmamos que algo é lógico ou ilógico.
 Ao usarmos as palavras lógica e lógico estamos
 participando de uma tradição de pensamento que se
 origina da Filosofia grega, quando a palavra logos –
 significando linguagem-discurso e pensamento-
 conhecimento – conduziu os filósofos a indagar se o
 logos obedecia ou não a regras, possuía ou não
 normas, princípios e critérios para seu uso e
 funcionamento. A disciplina filosófica que se ocupa
 com essas questões chama-se lógica.
 Os primeiros filósofos se preocupavam com a origem, a
  transformação e o desaparecimento de todos os seres.
  Preocupavam-se com o devir.
 Duas grandes tendências adotaram posições opostas a esse
  respeito, na época do surgimento da Filosofia: a do filósofo
  Heráclito de Éfeso e a do filósofo Parmênides de Eléia.
 Heráclito afirmava que somente o devir ou a mudança é real. O
  dia se torna noite, o inverno se torna primavera, esta se torna
  verão, o úmido seca, o seco umedece, o frio esquenta, o quente
  esfria, o grande diminui, o pequeno cresce, o doente ganha
  saúde, a treva se faz luz, esta se transforma naquela, a vida cede
  lugar à morte, esta dá origem àquela.
 O mundo, dizia Heráclito, é um fluxo perpétuo onde nada
  permanece idêntico a si mesmo, mas tudo se transforma no
  seu contrário. O logos é mudança, é contradição.
 Parmênides, porém, afirmava que o devir, o fluxo dos
  contrários, é uma aparência, mera opinião que
  formamos porque confundimos a realidade com as
  nossas sensações, percepções e lembranças. O devir dos
  contrários é uma linguagem ilusória, não existe, é irreal,
  não é. É o Não-Ser, o nada, impensável e indizível.
 O que existe real e verdadeiramente é o que não muda
  nunca, o que não se torna oposto a si mesmo, mas
  permanece sempre idêntico a si mesmo, sem
  contrariedades internas. É o Ser.
 Pensar e dizer só são possíveis se as coisas que pensamos e
  dizemos guardarem a identidade, forem permanentes. Só
  podemos dizer e pensar aquilo que é sempre idêntico a si
  mesmo. Por isso somente o Ser pode ser pensado e dito.
 “Não se caminha sem um pé firme no chão, isto é,
 precisamos de certezas, mesmo que provisórias. Não
 podemos ignorar os conhecimentos já acumulados.
 Isso nos ensina a lógica formal. De outra parte, porém,
 avançar supõe um pé no ar, em desequilíbrio, e nisso
 consiste o contraditório, a oposição, a mudança que o
 raciocínio dialétio é capaz de desvelar” (GASHO).
 Qual das duas             A sociedade é boa ou
  perspectivas serve         má?
  melhor aos interesses     A tecnologia é boa ou
  conservadores?             má?
 A realidade se            Juquinha nenê é o
  transforma ou              mesmo Juca adulto?
  permanece?
 A lógica formal de
  Parmênides é totalmente
  descartada ou totalmente
  suficiente para
  apreendermos o real?

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Lógica aristotélica
Lógica aristotélicaLógica aristotélica
Lógica aristotélicaIarley Brito
 
John Locke - Empirismo
John Locke - EmpirismoJohn Locke - Empirismo
John Locke - EmpirismoElisama Lopes
 
Immanuel Kant Historia 11º Ano
Immanuel Kant Historia 11º Ano Immanuel Kant Historia 11º Ano
Immanuel Kant Historia 11º Ano Miguel Marques
 
Método indutivo vs hipotetico dedutivo
Método indutivo vs hipotetico dedutivoMétodo indutivo vs hipotetico dedutivo
Método indutivo vs hipotetico dedutivoj_sdias
 
1 introdução à reflexão filosofica
1 introdução à reflexão filosofica1 introdução à reflexão filosofica
1 introdução à reflexão filosoficaDaniele Rubim
 
Lógica Aristotélica
Lógica AristotélicaLógica Aristotélica
Lógica AristotélicaJorge Barbosa
 
Objetividade e racionalidade na filosofia da ciência de Thomas Kuhn
Objetividade e racionalidade na filosofia da ciência de Thomas KuhnObjetividade e racionalidade na filosofia da ciência de Thomas Kuhn
Objetividade e racionalidade na filosofia da ciência de Thomas KuhnCarlos Alberto Monteiro
 
Redação nota 1000 analisada: Crise carcerária
Redação nota 1000 analisada: Crise carceráriaRedação nota 1000 analisada: Crise carcerária
Redação nota 1000 analisada: Crise carceráriama.no.el.ne.ves
 
2 teoria do conhecimento
2 teoria do conhecimento 2 teoria do conhecimento
2 teoria do conhecimento Erica Frau
 
A atitude filosófica
A atitude filosóficaA atitude filosófica
A atitude filosóficaRaquel Reino
 

Mais procurados (20)

Lógica aristotélica
Lógica aristotélicaLógica aristotélica
Lógica aristotélica
 
John Locke - Empirismo
John Locke - EmpirismoJohn Locke - Empirismo
John Locke - Empirismo
 
Sócrates
SócratesSócrates
Sócrates
 
Immanuel Kant Historia 11º Ano
Immanuel Kant Historia 11º Ano Immanuel Kant Historia 11º Ano
Immanuel Kant Historia 11º Ano
 
Método indutivo vs hipotetico dedutivo
Método indutivo vs hipotetico dedutivoMétodo indutivo vs hipotetico dedutivo
Método indutivo vs hipotetico dedutivo
 
1 introdução à reflexão filosofica
1 introdução à reflexão filosofica1 introdução à reflexão filosofica
1 introdução à reflexão filosofica
 
Lógica filosófica
Lógica filosóficaLógica filosófica
Lógica filosófica
 
Lógica Aristotélica
Lógica AristotélicaLógica Aristotélica
Lógica Aristotélica
 
Objetividade e racionalidade na filosofia da ciência de Thomas Kuhn
Objetividade e racionalidade na filosofia da ciência de Thomas KuhnObjetividade e racionalidade na filosofia da ciência de Thomas Kuhn
Objetividade e racionalidade na filosofia da ciência de Thomas Kuhn
 
Plano de aula 6 ano filosofia
Plano de aula 6 ano   filosofiaPlano de aula 6 ano   filosofia
Plano de aula 6 ano filosofia
 
Redação nota 1000 analisada: Crise carcerária
Redação nota 1000 analisada: Crise carceráriaRedação nota 1000 analisada: Crise carcerária
Redação nota 1000 analisada: Crise carcerária
 
Teorias do conhecimento
Teorias do conhecimentoTeorias do conhecimento
Teorias do conhecimento
 
Aula 08 - O Empirismo
Aula 08 - O EmpirismoAula 08 - O Empirismo
Aula 08 - O Empirismo
 
Hegel
HegelHegel
Hegel
 
2 teoria do conhecimento
2 teoria do conhecimento 2 teoria do conhecimento
2 teoria do conhecimento
 
Seminários de filosofia: Sete dicas para uma boa apresentação
Seminários de filosofia: Sete dicas para uma boa apresentaçãoSeminários de filosofia: Sete dicas para uma boa apresentação
Seminários de filosofia: Sete dicas para uma boa apresentação
 
Atitudes filosóficas
Atitudes filosóficasAtitudes filosóficas
Atitudes filosóficas
 
Aula 05 - Aristóteles e o Mundo Sensível
Aula 05 - Aristóteles e o Mundo SensívelAula 05 - Aristóteles e o Mundo Sensível
Aula 05 - Aristóteles e o Mundo Sensível
 
Arthur Schopenhauer
Arthur Schopenhauer Arthur Schopenhauer
Arthur Schopenhauer
 
A atitude filosófica
A atitude filosóficaA atitude filosófica
A atitude filosófica
 

Destaque

Lógica clássica e suas aplicações em sistema de recomendação
Lógica clássica e suas aplicações em sistema de recomendaçãoLógica clássica e suas aplicações em sistema de recomendação
Lógica clássica e suas aplicações em sistema de recomendaçãoIsvaldo Souza
 
Atividades lógica aristotélica
Atividades   lógica aristotélicaAtividades   lógica aristotélica
Atividades lógica aristotélicaDoug Caesar
 
Slides sexualidade na adolescência (palestra infanto)
Slides sexualidade na adolescência (palestra infanto)Slides sexualidade na adolescência (palestra infanto)
Slides sexualidade na adolescência (palestra infanto)Alinebrauna Brauna
 

Destaque (6)

Lógica clássica e suas aplicações em sistema de recomendação
Lógica clássica e suas aplicações em sistema de recomendaçãoLógica clássica e suas aplicações em sistema de recomendação
Lógica clássica e suas aplicações em sistema de recomendação
 
Atividades lógica aristotélica
Atividades   lógica aristotélicaAtividades   lógica aristotélica
Atividades lógica aristotélica
 
Lógica
LógicaLógica
Lógica
 
Sócrates platão e aristóteles
Sócrates platão e aristótelesSócrates platão e aristóteles
Sócrates platão e aristóteles
 
Aula 12 - Lógica
Aula 12 - LógicaAula 12 - Lógica
Aula 12 - Lógica
 
Slides sexualidade na adolescência (palestra infanto)
Slides sexualidade na adolescência (palestra infanto)Slides sexualidade na adolescência (palestra infanto)
Slides sexualidade na adolescência (palestra infanto)
 

Semelhante a A origem da lógica na filosofia grega de Aristóteles e Parmênides

Para que filosofia capítulo 1 resenha chauí - atualizado
Para que filosofia   capítulo 1 resenha  chauí -  atualizadoPara que filosofia   capítulo 1 resenha  chauí -  atualizado
Para que filosofia capítulo 1 resenha chauí - atualizadoRita Gonçalves
 
o que é arché
o que é archéo que é arché
o que é archépuenzo
 
Slides de filo 25 manu
Slides de filo 25 manuSlides de filo 25 manu
Slides de filo 25 manualemisturini
 
A centralidade politica da classe trabalhadora2
A centralidade politica da classe trabalhadora2A centralidade politica da classe trabalhadora2
A centralidade politica da classe trabalhadora2Gecira Di Fiori
 
A centralidade politica da classe trabalhadora2
A centralidade politica da classe trabalhadora2A centralidade politica da classe trabalhadora2
A centralidade politica da classe trabalhadora2gedfiori
 
Carla geanfrancisco filosofia para iniciantes - resumo
Carla geanfrancisco   filosofia para iniciantes - resumoCarla geanfrancisco   filosofia para iniciantes - resumo
Carla geanfrancisco filosofia para iniciantes - resumoCarla Geanfrancisco Falasca
 
O conhecimento slides
O conhecimento   slidesO conhecimento   slides
O conhecimento slidesUFMS
 
Introdução disciplina Teoria do Conhecimento
Introdução disciplina Teoria do ConhecimentoIntrodução disciplina Teoria do Conhecimento
Introdução disciplina Teoria do ConhecimentoLucianoEnes1
 
INTRODUÇÃO À LÓGICA.pptx
INTRODUÇÃO À LÓGICA.pptxINTRODUÇÃO À LÓGICA.pptx
INTRODUÇÃO À LÓGICA.pptxIuri Ribeiro
 
ATIVIDADE DE FILOSOFIA 2.docx
ATIVIDADE DE FILOSOFIA  2.docxATIVIDADE DE FILOSOFIA  2.docx
ATIVIDADE DE FILOSOFIA 2.docxElieidw
 
Atitude filosofica e abordagem do direito (aula prática)
Atitude filosofica e abordagem do direito (aula prática)Atitude filosofica e abordagem do direito (aula prática)
Atitude filosofica e abordagem do direito (aula prática)Joao Carlos
 
Para que filosofia do direito
Para que filosofia do direitoPara que filosofia do direito
Para que filosofia do direitoJoao Carlos
 

Semelhante a A origem da lógica na filosofia grega de Aristóteles e Parmênides (20)

Logica
LogicaLogica
Logica
 
Filósofos Pré socráticos
Filósofos Pré socráticosFilósofos Pré socráticos
Filósofos Pré socráticos
 
Os traços que fundam a lógica
Os traços que fundam a lógicaOs traços que fundam a lógica
Os traços que fundam a lógica
 
Epistemologia
Epistemologia Epistemologia
Epistemologia
 
Para que filosofia capítulo 1 resenha chauí - atualizado
Para que filosofia   capítulo 1 resenha  chauí -  atualizadoPara que filosofia   capítulo 1 resenha  chauí -  atualizado
Para que filosofia capítulo 1 resenha chauí - atualizado
 
o que é arché
o que é archéo que é arché
o que é arché
 
Slides de filo 25 manu
Slides de filo 25 manuSlides de filo 25 manu
Slides de filo 25 manu
 
Doxa e episteme
Doxa e epistemeDoxa e episteme
Doxa e episteme
 
A centralidade politica da classe trabalhadora2
A centralidade politica da classe trabalhadora2A centralidade politica da classe trabalhadora2
A centralidade politica da classe trabalhadora2
 
A centralidade politica da classe trabalhadora2
A centralidade politica da classe trabalhadora2A centralidade politica da classe trabalhadora2
A centralidade politica da classe trabalhadora2
 
Carla geanfrancisco filosofia para iniciantes - resumo
Carla geanfrancisco   filosofia para iniciantes - resumoCarla geanfrancisco   filosofia para iniciantes - resumo
Carla geanfrancisco filosofia para iniciantes - resumo
 
O conhecimento slides
O conhecimento   slidesO conhecimento   slides
O conhecimento slides
 
Introdução disciplina Teoria do Conhecimento
Introdução disciplina Teoria do ConhecimentoIntrodução disciplina Teoria do Conhecimento
Introdução disciplina Teoria do Conhecimento
 
INTRODUÇÃO À LÓGICA.pptx
INTRODUÇÃO À LÓGICA.pptxINTRODUÇÃO À LÓGICA.pptx
INTRODUÇÃO À LÓGICA.pptx
 
ATIVIDADE DE FILOSOFIA 2.docx
ATIVIDADE DE FILOSOFIA  2.docxATIVIDADE DE FILOSOFIA  2.docx
ATIVIDADE DE FILOSOFIA 2.docx
 
Epicurismo 25
Epicurismo 25Epicurismo 25
Epicurismo 25
 
Slide filosofia
Slide filosofiaSlide filosofia
Slide filosofia
 
Atitude filosofica e abordagem do direito (aula prática)
Atitude filosofica e abordagem do direito (aula prática)Atitude filosofica e abordagem do direito (aula prática)
Atitude filosofica e abordagem do direito (aula prática)
 
Para que Filosofia do Direito?
Para que Filosofia do Direito?Para que Filosofia do Direito?
Para que Filosofia do Direito?
 
Para que filosofia do direito
Para que filosofia do direitoPara que filosofia do direito
Para que filosofia do direito
 

Mais de André Augusto da Fonseca

Um tutorial sobre como planejar suas aulas de História (Ens. Fundamental e Mé...
Um tutorial sobre como planejar suas aulas de História (Ens. Fundamental e Mé...Um tutorial sobre como planejar suas aulas de História (Ens. Fundamental e Mé...
Um tutorial sobre como planejar suas aulas de História (Ens. Fundamental e Mé...André Augusto da Fonseca
 
Como estudar um texto científico ou filosófico
Como estudar um texto científico ou filosóficoComo estudar um texto científico ou filosófico
Como estudar um texto científico ou filosóficoAndré Augusto da Fonseca
 

Mais de André Augusto da Fonseca (20)

Debate corrupção
Debate   corrupçãoDebate   corrupção
Debate corrupção
 
Qual é a função dos historiadores
Qual é a função dos historiadoresQual é a função dos historiadores
Qual é a função dos historiadores
 
Etnia
EtniaEtnia
Etnia
 
Conceitos básicos do ensino de história
Conceitos básicos do ensino de históriaConceitos básicos do ensino de história
Conceitos básicos do ensino de história
 
Ensino aprendizagem de história
Ensino aprendizagem de históriaEnsino aprendizagem de história
Ensino aprendizagem de história
 
Um tutorial sobre como planejar suas aulas de História (Ens. Fundamental e Mé...
Um tutorial sobre como planejar suas aulas de História (Ens. Fundamental e Mé...Um tutorial sobre como planejar suas aulas de História (Ens. Fundamental e Mé...
Um tutorial sobre como planejar suas aulas de História (Ens. Fundamental e Mé...
 
Nova história cultural
Nova história culturalNova história cultural
Nova história cultural
 
Fredrik Barth
Fredrik BarthFredrik Barth
Fredrik Barth
 
Karl polany
Karl polanyKarl polany
Karl polany
 
O estado moderno
O estado modernoO estado moderno
O estado moderno
 
Prosopografia
ProsopografiaProsopografia
Prosopografia
 
Estilos artísticos contextualizados
Estilos artísticos contextualizadosEstilos artísticos contextualizados
Estilos artísticos contextualizados
 
A acumulação primitiva de capital
A acumulação primitiva de capitalA acumulação primitiva de capital
A acumulação primitiva de capital
 
Nova história cultural
Nova história culturalNova história cultural
Nova história cultural
 
Como estudar um texto científico ou filosófico
Como estudar um texto científico ou filosóficoComo estudar um texto científico ou filosófico
Como estudar um texto científico ou filosófico
 
Vigotski
VigotskiVigotski
Vigotski
 
Métodos e técnicas do ensino de história
Métodos e técnicas do ensino de históriaMétodos e técnicas do ensino de história
Métodos e técnicas do ensino de história
 
História de roraima 2
História de roraima 2História de roraima 2
História de roraima 2
 
Projeto de pesquisa história
Projeto de pesquisa históriaProjeto de pesquisa história
Projeto de pesquisa história
 
Projeto de pesquisa história
Projeto de pesquisa históriaProjeto de pesquisa história
Projeto de pesquisa história
 

Último

LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOColégio Santa Teresinha
 
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptxLinoReisLino
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManuais Formação
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -Aline Santana
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBAline Santana
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Mary Alvarenga
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasCassio Meira Jr.
 
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?Rosalina Simão Nunes
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduraAdryan Luiz
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Centro Jacques Delors
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavrasMary Alvarenga
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptMaiteFerreira4
 
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.MrPitobaldo
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxBeatrizLittig1
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 

Último (20)

LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
 
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
 
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
 
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditadura
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavras
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
 
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 

A origem da lógica na filosofia grega de Aristóteles e Parmênides

  • 1. Faculdade Atual da Amazônia Professor André Augusto da Fonseca
  • 2.  “Foi Aristóteles que constituiu a lógica como disciplina. Queria encontrar um método que servisse para construir raciocínios sólidos que nos ajudassem a descobrir a verdade deste mundo e a distinguir a todo momento o verdadeiro do falso. Ele mesmo começou a analisar como as pessoas falavam e foi aperfeiçoando a linguagem a partir de determinadas regras que ajudaram a construir raciocínios verdadeiros” (LEGUIZAMÓN, Héctor. Atlas Básico de Filosofia. São Paulo: Escala, 2007).
  • 3.  “É lógico que eu vou!”, “É lógico que ela disse isso!”. Quando dizemos frases como essas, a expressão “é lógico que ” indica, para nós e para a pessoa com quem estamos falando, que se trata de alguma coisa evidente. A expressão aparece como se fosse a conclusão de um raciocínio implícito, compartilhado pelos interlocutores do discurso.  Ao dizer “É lógico que eu vou!”, estou supondo que quem me ouve sabe, sem que isso seja dito explicitamente, que também estou afirmando: “Você me conhece, sabe o que penso, gosto ou quero, sabe o que vai acontecer no lugar x e na hora y e, portanto, não há dúvida de que irei até lá” (CHAUÍ, 2001).
  • 4.  Em certas ocasiões, ouvimos, lemos, vemos alguma coisa e nossa reação é dizer:  “Não. Não pode ser assim. Isso não tem lógica!”.  Ou, então:  “Isso não é lógico!”.  Essas duas expressões indicam uma situação oposta às anteriores, ou seja, agora uma conclusão foi tirada por alguém, mas o que já sabemos (de uma pessoa, de um fato, de uma idéia, de um livro) nos faz julgar que a conclusão é indevida, está errada, deveria ser outra.
  • 5.  Nesses vários exemplos, podemos perceber que as palavras lógica e lógico são usadas por nós para significar:  1. ou uma inferência: visto que conheço x, disso posso concluir y como conseqüência;  2. ou a exigência de coerência: visto que x é assim, então é preciso que y seja assim.  Inferência, coerência, conclusão sem contradições, conclusão a partir de  conhecimentos suficientes são algumas noções implicitamente pressupostas por nós toda vez que afirmamos que algo é lógico ou ilógico.
  • 6.  Ao usarmos as palavras lógica e lógico estamos participando de uma tradição de pensamento que se origina da Filosofia grega, quando a palavra logos – significando linguagem-discurso e pensamento- conhecimento – conduziu os filósofos a indagar se o logos obedecia ou não a regras, possuía ou não normas, princípios e critérios para seu uso e funcionamento. A disciplina filosófica que se ocupa com essas questões chama-se lógica.
  • 7.  Os primeiros filósofos se preocupavam com a origem, a transformação e o desaparecimento de todos os seres. Preocupavam-se com o devir.  Duas grandes tendências adotaram posições opostas a esse respeito, na época do surgimento da Filosofia: a do filósofo Heráclito de Éfeso e a do filósofo Parmênides de Eléia.  Heráclito afirmava que somente o devir ou a mudança é real. O dia se torna noite, o inverno se torna primavera, esta se torna verão, o úmido seca, o seco umedece, o frio esquenta, o quente esfria, o grande diminui, o pequeno cresce, o doente ganha saúde, a treva se faz luz, esta se transforma naquela, a vida cede lugar à morte, esta dá origem àquela.  O mundo, dizia Heráclito, é um fluxo perpétuo onde nada permanece idêntico a si mesmo, mas tudo se transforma no seu contrário. O logos é mudança, é contradição.
  • 8.
  • 9.
  • 10.
  • 11.  Parmênides, porém, afirmava que o devir, o fluxo dos contrários, é uma aparência, mera opinião que formamos porque confundimos a realidade com as nossas sensações, percepções e lembranças. O devir dos contrários é uma linguagem ilusória, não existe, é irreal, não é. É o Não-Ser, o nada, impensável e indizível.  O que existe real e verdadeiramente é o que não muda nunca, o que não se torna oposto a si mesmo, mas permanece sempre idêntico a si mesmo, sem contrariedades internas. É o Ser.  Pensar e dizer só são possíveis se as coisas que pensamos e dizemos guardarem a identidade, forem permanentes. Só podemos dizer e pensar aquilo que é sempre idêntico a si mesmo. Por isso somente o Ser pode ser pensado e dito.
  • 12.  “Não se caminha sem um pé firme no chão, isto é, precisamos de certezas, mesmo que provisórias. Não podemos ignorar os conhecimentos já acumulados. Isso nos ensina a lógica formal. De outra parte, porém, avançar supõe um pé no ar, em desequilíbrio, e nisso consiste o contraditório, a oposição, a mudança que o raciocínio dialétio é capaz de desvelar” (GASHO).
  • 13.  Qual das duas  A sociedade é boa ou perspectivas serve má? melhor aos interesses  A tecnologia é boa ou conservadores? má?  A realidade se  Juquinha nenê é o transforma ou mesmo Juca adulto? permanece?  A lógica formal de Parmênides é totalmente descartada ou totalmente suficiente para apreendermos o real?