O documento descreve várias passagens do Evangelho em que Jesus se refere ou está presente no Templo de Jerusalém. Ele costumava ensinar no pátio externo do Templo, onde o povo se reunia. Uma vez, expulsou os vendilhões que perturbavam o ambiente espiritual do local. Seus ensinamentos no Templo enfatizavam a importância do espírito sobre a matéria.
2. Adorando a Deus, "em espírito e em
verdade", Jesus amava a Deus e ao
próximo, cumprindo, em tudo e
sempre, a vontade de Deus, onde,
quando, como e com quem estivesse.
3. Para essa adoração, não
dependia do majestoso
edifício do Templo nem de
seus
cerimoniais, rituais, prescriçõ
es ou autoridade de seus
sacerdotes.
Não quer dizer que não
respeitasse a atividade do
Templo, que a considerasse
inútil, nem que a
combatesse.
4. Durante sua vida
terrena, Jesus muitas vezes
esteve no Templo de
Jerusalém.
Na infância, levado por seus
pais; na idade adulta,
comparecendo pessoal e
voluntariamente.
5. Natural o fizesse, pois tinha de dar orientação espiritual ao
povo e, para os israelitas, o Templo era o necessário e
importante ponto de encontro para o trato das coisas
espirituais.
6. Seus pais o levaram (vs. 22/24): sendo Jesus
um filho primogênito, mandava a lei dos
israelitas que fosse apresentado ao Senhor, no
Templo, e sua mãe levasse uma oferenda.
Os pais de Jesus cumpriram essa lei, levando-
o (com apenas um mês de nascido); como
eram pobres, ofereceram somente 2
pombinhos.
7. Simeão o identifica (vs.
25/35): homem justo e
piedoso, Simeão morava
em Jerusalém e "o Espírito
Santo estava nele" (era
médium dos bons
Fora avisado
(mediunicamente) que não
morreria antes de ver o
Cristo.
8. No dia em que os pais de Jesus o
levaram ao Templo, inspirado
espiritualmente Simeão também foi
lá e, ao ver Jesus, o tomou nos
braços e louvou a Deus, dizendo:
-"Agora, Senhor, despede em paz o
teu servo, segundo a tua
palavra, porque os meus olhos já
viram a tua salvação (...)".
9. Ante a admiração de
Maria e José por esse
louvor e profecia
sobre Jesus, Simeão
esclareceu:
-"Eis que este menino
está destinado tanto
para ruína como para
levantamento de
muitos em Israel, e
para ser alvo de
contradição, para que
se manifestem os
pensamentos de
muitos corações".
10. Anunciou, também, que Maria teria sua alma
transpassada por uma espada (= sofreria uma grande
dor).
Ana, a profetisa (Vs. 26/38): também médium, era uma
mulher de idade avançada (84 anos). Apenas 7 anos
estivera casada, enviuvando bem moça.
Desde então, não se apartava do Templo, servindo a
Deus noite e dia, em jejuns e oração. — Chegou ao
Templo na mesma hora da apresentação de Jesus e
"louvava a Deus e falava de Jesus a todos aqueles que
esperavam a redenção de Jerusalém".
11. Como vimos na aula
"Nascimento e Infância de
Jesus", quando tinha 12
anos Jesus acompanhou os
pais a Jerusalém, para as
festividades religiosas da
Páscoa e lá dialogou com os
doutores da lei, a todos
admirando com a sabedoria
de suas
respostas, argumentando
depois com Maria que devia
tratar dos "assuntos do seu
Pai".
No pináculo do Templo, para
ser tentado. (Mt. 4 vs. 1/11,
Mc. 1 vs. 12/13 e Lc. 4 vs.
1/13)
12. A tentação de Jesus provavelmente não foi um
fato real.
A tentação teria começado no "deserto" (=
isolamento, soledade); de fato é sozinho e no
íntimo que cada um experimenta os apelos da
inferioridade, a que deve resistir, como Jesus fez.
Parece mais um simbolismo de como a criatura é
experimentada, antes de poder realizar sua
missão espiritual.
13. Abrangeu 3 pontos fundamentais, em que toda criatura
precisa ser experimentada, testada:
1- Quando Jesus, no deserto, teve fome, o tentador se
aproximou:
-"Se és o Filho de Deus, ordena que estas pedras se tornem
pães".
É a tentação do materialismo, o apelo para colocarmos o
espírito a serviço da matéria, quando a matéria é que serve
ao espírito; é a sugestão inferior para cuidar mais do corpo e
da satisfação dos sentidos que da vida espiritual, até
desviando para isso faculdades espirituais.
14. -"Não só de pão vive o
homem, mas de toda a
palavra que vem da boca
de Deus", respondeu
Jesus, citando Deut. 8 v.3.
De fato, o espírito se
alimenta de muitos
recursos invisíveis com que
Deus lhe sustenta a vida
(ex.:
15. 2- O demônio, então, o transportou à cidade santa
(Jerusalém) e o colocou sobre o ponto mais alto do
Templo (pináculo), dizendo-lhe:
"Se és o Filho de Deus, lança-te abaixo, pois está escrito:
Ele deu a seus anjos ordens a teu respeito; proteger-te-ão
com as mãos, com cuidado, para não machucares o teu
pé nalguma pedra" (Salmo 90 vs. 11/12).
16. É a tentação do orgulho, o
apelo a julgar-se muito
importante, merecendo
tratamento
especial, privilegiado.
Jesus respondeu, citando o
Deut. 6:16: — "Não tentarás
o Senhor teu Deus".
Significa que devemos respeitar as
leis divinas, que visam ao bem geral,
sem a pretensão de recebermos
condições especiais em nosso favor,
nem mesmo por servirmos na área
religiosa, espiritual.
17. 3- Então, o
"demônio o
transportou uma
vez mais a um
monte muito
alto, e lhe
mostrou todos
os reinos do
mundo e a sua
glória, dizendo-
lhe:
-"Dar-te-ei tudo
isto se,
prostrando-te
diante de mim,
me adorares".
É a tentação da
ambição, o apelo
ao desejo de
poder e de posse
(mando pessoal
e domínio sobre
seres e coisas).
18. Como não era sacerdote, Jesus, quando
ia ao Templo, não podia entrar no Santo
dos Santos e nem sequer no pátio mais
interno. Mas no pátio dos israelitas ele
podia entrar, pois também era um deles.
19. Geralmente, porém,
Jesus ficava no pátio
dos gentios (o mais
externo deles e onde
qualquer pessoa podia
entrar).
Ali é que fazia sua
pregação, conversando
tanto com o povo
(gentios ou não) como
com os sacerdotes,
escribas, fariseus,
saduceus, doutores da
lei.
20. Formulava perguntas
ou a elas respondia,
discursava ou
contava parábolas.
Uma das passagens em
que a presença de Jesus
no Templo mais repercutiu
e ensejou, em seguida,
muitos ensinamentos, foi a
da expulsão dos
vendilhões.
21. (MI. 21 V. 12/13, MC. 11 V. 15/18, LC. 19 V. 45/46 E JO. 2 VS. 14/17.)
No pátio dos gentios havia comércio (de
animais e objetos de culto), câmbio de
moedas (para visitantes e forasteiros) e
coleta de esmolas ou donativos.
Tudo isso causava muito movimento,
ruído, vozerio, agitação, num jogo de
interesses, disputas e ambição que:
22. -desviava a finalidade do Templo;
-perturbava o seu ambiente espiritual.
Certo dia, quando entrou no Templo, Jesus fez
azorrague dos cordéis e começou a expulsar a todos
que compravam e vendiam, bem como as ovelhas e
bois; derramou pelo chão o dinheiro dos
cambistas, virou as mesas deles e as cadeiras dos
que vendiam pombos; e não deixava que ninguém
conduzisse qualquer utensílio pelo Templo.
24. O que procurava
era:
-corrigir o desvio
da finalidade
superior do
Templo;
-defender a pureza
da atividade
espiritual dentro
dele.
Estaria
transtornado pela
cólera, quando
agiu assim?
Verificamos que não, porque não feriu nenhum
ser vivente (nem mesmo os pombos, cujas
gaiolas mandou retirar para que eles não se
ferissem); apenas afugentou animais e
pessoas, derramou dinheiro e virou mesas e
cadeiras.
25. Por que
agiu desta
forma
espetacula
r?
A fim de
atrair a
atenção de
todos para
o que
queria
ensinar:
-"Não está
escrito: 'A
minha casa
será
chamada
casa de
oração?
Vós,
porém, a
tendes
feito covil
de
salteadore
s".
26. Graças à preparação
psicológica que Jesus fizera
nos assistentes, pelo
impacto emocional que
causou, o ensino ficou
gravado em seus espíritos,
de modo indelével:
-os discípulos
lembraram do salmo
"O zelo de tua casa
me consumiu"
(Salmos, 69 v.9);
-o povo todo
comentou o
fato, passando o
ensino adiante;
-nenhum dos 4
evangelistas deixou
de registrar o
acontecimento.
27. O acontecimento provocou muitas perguntas
e comentários que Jesus aproveitou, para
ministrar outros ensinamentos.
Vamos citar apenas dois deles, que têm
relação mais direta com o Templo.
28. Com que
autoridade fazes
estas coisas?
Quem te deu essa
autoridade?
Indagação dos principais dos
sacerdotes e anciãos do
povo a Jesus, no Templo, no
dia seguinte ao da expulsão
dos vendilhões.
-Eu também vos farei
uma pergunta; se me
responderdes, também
eu vos direi com que
autoridade faço estas
coisas.
29. Donde
era o
batismo
de João:
do céu
ou dos
homens?
Confabulara
m entre si:
Se
dissermos:
Do céu, ele
nos dirá:
Então, por
que não
acreditastes
nele?
E se
dissermos:
Dos
homens, é
de temer o
povo,
porque
todos
consideram
João como
profeta.
31. -Nem eu vos digo
com que autoridade
faço estas coisas.
Ensino: ao enfrentar
adversários, não se
indignar nem acusar,
usar a inteligência.
32. Em três dias o
reerguerei
(Jo. 2 vs. 18/22.)
Perguntaram-lhe os
judeus:
Que sinal nos
apresentas tu, para
proceder deste modo?
Destruí este templo, e eu
o reerguerei em três
dias.
" Em 46 anos foi edificado este
templo, e tu hás de levantá- lo em 3
dias?"
33. "Mas ele falava
do templo do seu
corpo. Depois que
ressurgiu dos
mortos, os seus
discípulos
lembraram-se
destas palavras, e
creram na
Escritura e na
palavra de
Jesus".
Jesus, por sua
grande evolução,
em apenas 3 dias
estava em plenas
condições de
equilíbrio e ação no
mundo espiritual,
após a
desencarnação,
assim
reaparecendo aos
seus discípulos,
fazendo, tanto do
seu corpo fluídico
como o fizera com
o físico, um templo
Feio ou
bonito, saudável
ou
enfermo, íntegro
ou
deficiente, nosso
corpo foi
planejado para
ser também um
templo
divino, onde
devemos fazer o
culto do eterno
bem. Como e
para quê o
estamos usando?
34. A saída do
templo, os
discípulos
disseram a
Jesus:
-Olha que
pedras e que
monumentos!
-Não ficará
pedra sobre
pedra que não
seja
derrubada, resp
35. E, em seguida, o Mestre
profere o sermão profético.
Assim Jesus ensinava mais
uma vez aos discípulos que
o espírito é que é de
importância fundamental,
sendo a matéria uma
construção temporária.
36. Referências de Jesus
ao Templo em seus
ensinos e feitos
Vai mostrar-te ao
sacerdote
Ao leproso que curou, na
descida do monte, após o
sermão das bem-
aventuranças, Jesus
recomendou:
-Nada digas a ninguém
mas vai, mostra-te ao
sacerdote (por certo no
Templo) e apresenta a
oferta que Moisés
determinou, para lhes
servir de testemunho.
37. Dois homens no
Templo (Lc. 18 v. 10)
Contando a parábola do
fariseu e do publicano,
que subiram ao templo
para orar, Jesus ensina a
necessidade de
contrição, humildade e
desejo do bem para a
prece alcançar
38. Maior que o
Templo é a
criatura (Mt.
12 v. 6)
Passando os
discípulos de
Jesus por
uma
seara, tiveram
fome, colhera
m espigas e
as comeram.
Mas era
sábado, dia
em que o
trabalho era
proibido, e
colher
espigas
considerado
trabalho.
Fariseus:
"Não é lícito".
E
recriminavam
a Jesus,
porque como
mestre era o
responsável
pela
orientação da
conduta de
seus
discípulos.
39. Jesus relembra então, quando Davi e seus homens,
perseguidos e famintos, entraram no Templo e
comeram os pães reservados para culto e oferenda
a Deus e ninguém os condenava por isso.
Lembrou também Jesus que os sacerdotes no
templo violavam o sábado (trabalhavam nas
funções religiosas) e não havia culpa nisso.
40. A essa altura da comparação, já dava para entender que os
discípulos de Jesus estavam plenamente justificados de
haverem colhido espigas mesmo num dia de sábado, porque o
haviam feito:
-para saciar a fome e sobreviver (como Davi).
-e enquanto estavam em função espiritual, socorrendo e
orientando o povo (como os sacerdotes no Templo).
41. -Pois aqui está quem é maior do que o templo.
A criatura é mais importante que o templo, pois o
templo existe para ela e não ela para o templo.
Muitas outras passagens esclarecedoras e
edificantes existem nos Evangelhos sobre Jesus no
Templo. Algumas ainda serão abordadas em aulas
futuras.
42. Do que já
aprendemos, fica
claro que, como
Jesus, devemos
zelar e cuidar do
nosso templo, a
casa espírita,
fazendo dela um
lugar onde se ensina
a verdade espiritual
e se vive o amor a
Deus e ao próximo.
Se
possível, procuremo
s atrair para o
templo espírita as
demais criaturas, a
fim de que nele se
beneficiem
também, como o
fomos nós no
passado e o
estamos sendo no
presente.
43. Estudos Espíritas do Evangelho
Coleção: Estudos e cursos -
Therezinha Oliveira
Grupo Espírita Allan Kardec
www.luzdoespiritismo.com