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Nesta edição:
Pesquisas – Arquivos e artigos próprios e de colaboradores e da Internet
– Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e
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Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste
informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores.
Saudações, Prezado Irmão!
Índice do JB News nr. 2.066 – Melbourne (Vic) - domingo, 29 de maio de 2016
Bloco 1 -Almanaque
Bloco 2 -IrNewton Agrella – “Homens que de sua terra não saem são navios que não saem do estaleiro”
Bloco 3 -IrJoão Ivo Girardi - Os Autores mais criativos da História – 1ª. parte (Coluna do Ir João Gira)
Bloco 4 -IrJosé Ronaldo Viega Alves – A Alquimia foi incorporada à Maçonaria por Maçons .....
Bloco 5 -IrHercule Spoladore – Francisco de Assis Carvalho (Xico Trolha)
Bloco 6 -IrJoão Anatalino Rodrigues – Pitagorismo e Maçonaria
Bloco 7 - Destaques JB – hoje com versos do Irmão e Poeta Sinval Santos da Silveira
JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 2/36
Banquete Maçônico - Origens, Preparação & Ritualística
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Autor: Helio P. Leite
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Banquete Maçônico II - Simbolismo, Rituais & Gastronomia
(Livro Com 282 páginas, medindo 15x21cm)
Autor:Helio P. Leite
Valor de Venda:R$ 50,00
COMO COMPRAR:
banquetemaconico@gmail.com
livro@banquetemaconico.com.br
www.banquetemaconico.com.br
Autor: Irmão Hélio Leite,
contato: telefones (61) 8163-4605 e (85) 8662-2821
1 – ALMANAQUE
Hoje é o 150º dia do Calendário Gregoriano do ano de 2016– (Lua Quarto Minguante às 9h12)
Faltam 216 para terminar este ano bissexto
Dia do Geógrafo e dia do Estatístico
Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço eletrônico,
POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebeu a presente mensagem, para evitar
atropelos em nossas remesssas diárias. Obrigado.
Colabore conosco para evitar problemas na emissão de nossas mala direta diária.
LIVROS
JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 3/36

29 de maio de 1453 a queda de Constantinopla
 1385 — A batalha de Trancoso entre forças Portuguesas e Castelhanas é primeiro sinal da vitória dos
portugueses durante oInterregno que é a Crise de 1383-1385.
 1453 — Queda de Constantinopla; o sultão otomano Mehmed II conquista Constantinopla depois de
um cerco de seis semanas, pondo fim ao Império Bizantino, um evento que muitos consideram marcar o
fim da Idade Média e o início da Idade Moderna.
 1652 — A Batalha de Goodwin Sands dá início a Primeira Guerra Anglo-Holandesa
 1765 — Na assembleia de Virgínia, Patrick Henry contesta o direito da Inglaterra lançar contribuições
sobre as colónias.
 1790 — Rhode Island torna-se o 13º estado norte-americano, após ter ratificado a Constituição americana.
 1848 — Wisconsin torna-se o 30º estado norte-americano.
 1853 — Fundação da cidade de Natividade da Serra pelo Coronel José Lopes Figueira de Toledo.
 1854 — A Cidade de Santo Amaro da Imperatriz é fundada.
 1913 — O balé de Igor Stravinski A Sagração da Primavera estréia com escândalo em Paris.
 1919 — Observação de variações na posição de estrelas durante o eclipse solar total confirma a teoria da
relatividade de Albert Einstein.
 1925 — O explorador inglês Percy Harrison Fawcett parte para a missão na qual ocorreria seu
desaparecimento na Serra do Roncador, estado de Mato Grosso, Brasil.
 1953 — O Sherpa Tenzing Norgay e Sir Edmund Hillary são os primeiros a atingir o cume do Monte
Everest.
 1969 — Estoura em Córdova (Argentina) um movimento de trabalhadores e estudantes, conhecido como o
Cordobazo, que causou a morte de 14 pessoas.
 1987 — Inauguração da Casa e do Parque de Serralves
 1988 — Começa em Moscou a reunião de cúpula Reagan-Gorbachov em que se foi acertado um acordo
sobre a notificação prévia do lançamento de mísseis intercontinentais e outro sobre a verificação
conjunta de provas atômicas.
 1998 — A FEPASA (Ferrovia Paulista S.A.) é extinta ao ser incorporada a RFFSA (Rede Ferroviária
Federal), iniciando-se assim o processo de privatização da malha ferroviária brasileira.
 1999 — Olusegun Obasanjo é eleito presidente da Nigéria, na primeira eleição civil após 16 anos de
governo militar.
 2005 — A população francesa rejeita a Constituição Europeia.
EVENTOS HISTÓRICOS (fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki)
Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas
JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 4/36
1926 A cidade de Blumenau, nesta data, recebe a visita do presidente eleito da República, Washington
Luiz Pereira de Souza.
1945 Morre, no Rio de Janeiro, Henrique Carlos Boiteux, Fez carreira na Marinha onde chegou ao
posto de almirante. Autor do projeto das Armas e Bandeira de Santa Catarina, símbolos
estabelecidos pela Lei nº 126, de 15 de agosto de 1895. Foi constituinte estadual, Historiador,
dedicou-se assuntos catarinenses, destacando-se “Santa Catarina na Marinha” e “Santa Catarina
no Exército”. Pertenceu à Academia Catarinense de Letras, ocupando a cadeira nr. 21.
1798 Fundação do Grande Capítulo dos Maçons do Real Arco da Carolina do Sul – USA.
1914 Fundação do Grande Capítulo dos Maçons do Real Arco de Alberta, Canadá.
1937 Nasce em Araraquara SP José Castellani, um dos maiores e mais fecundos
escritores maçônicos brasileiros.
Fatos maçônicos do dia
Fonte: O Livro dos Dias 20ª edição (Ir João Guilherme) e acervo pessoal
históricos de santa catarina
Extraído de “Datas Históricas de Santa Catarina” do Jornalista Jali Meirinho e acervo pessoal
JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 5/36
Ir Newton Agrella - Cim 199172
M I Gr 33
membro ativo da Loja Luiz Gama Nr. 0464
e Loja Estrela do Brasil nr. 3214
REAA - GOSP - GOB
newagrella@gmail.com
"HOMENS QUE DE SUA TERRA NÃO SAEM
SÃO NAVIOS QUE NÃO SAEM DO ESTALEIRO"
O patriarca da Independência e um dos expoentes da Maçonaria Brasileira - grande
estadista José Bonifácio de Andrada e Silva - dizia do alto de sua sabedoria que
"Homens que da sua terra não saem são navios que não saem do estaleiro".
O significado e o simbolismo contidos nessa afirmação dão conta do caráter mais
que verdadeiro da necessidade que o Homem tem de ganhar o mundo para travar
novos conhecimentos e ampliar sua capacidade de reflexão e comparação com tudo
que o cerca.
Errando pelo mundo, seja profissionalmente ou a passeio, é a forma mais
contundente de interagir com culturas diferentes.
Ao tirarmos a nossa nau do estaleiro e singrarmos os mares em busca daquilo que
nunca vimos, isso nos transforma em cidadãos do mundo, que aos poucos nos faz
reconhecer que os nossos valores podem se ampliar e ganhar dimensões até então
inimagináveis.
Viajar nos transporta exterior e interiormente em todos os sentidos.
Não apenas a ação física de nossa locomoção, mas principalmente de nossa
consciência e arbítrio que nos mostram que os limites de nossas idéias e de nossos
conceitos sobre o "modo de viver" de outros povos - nos fazem capazes de
entender e respeitar as diferenças.
Lugares despertam curiosidade e abrem-se como novos cenários para as nossas
empreitadas.
Os lugares tem cheiros, cores, sabores, clima e vida próprios.
Ao desembarcarmos em outras paragens começamos a perceber que as nuances e
opções que a Vida nos oferece são múltiplas e inesgotáveis.
2 – Editorial de domingo – “Homens que de sua terra não saem são
navios que não saem do estaleiro” - Newton Agrella
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A maneira de se vestir, a jeito de caminhar, a formalidade ou informalidade de cada
povo, o modo de se abordar um ao outro, a solenidade ou a irreverência que
caracterizam as pessoas de cada lugar, são tênues exemplos da riqueza que
envolve a cultura de cada País.
Mesmo dentro do próprio Brasil, que se constitui num verdadeiro continente,
observamos com muita clareza as sutis diferenças que marcam o nosso povo. Seja
no sotaque, no ritmo de vida, na saudação e na própria geografia que são
elementos distintos e que se revelam fatores de adaptação e de entendimento
quando se confluem.
Viajar é sempre levar e deixar um pouco de si mesmo para cada lugar que se vai. É
a experiência de conviver com o inusitado e trazer na bagagem do pensamento e
do coração aquilo que pudemos abstrair como forma de acumular Conhecimento.
Ao viajarmos passamos a enxergar o Mundo com outros olhos, posto que
começamos a entender e a respeitar inclusive como os outros nos vêem, passamos
a ser objeto de observação e de consideração por parte dos
estrangeiros. Assimilamos o papel de forasteiros, cuja identidade se constrói a
partir de nossa postura, nosso comportamento e de como conseguimos traduzir o
nosso conteúdo.
O poder de observação e de percepção se acentuam substancialmente quando
empreendemos jornadas, uma vez que nossa atitude perante aquilo que nos é
novidade, sempre nos coloca em sinal de alerta e de cuidado para que possamos
minimamente nos fazer integrar e compartilhar com gente que cultiva hábitos e
tradições diferentes das nossas.
Especialmente quando viajamos para o exterior, o idioma também se revela outro
fator preponderante para a nossa interação no que concerne a nossa capacidade de
nos comunicarmos, negociarmos e nos fazermos entendidos.
Nada mais prosaico e tradicional, quando por exemplo ao viajarmos para o Extremo
Oriente, trocarmos pequenos presentes (sobretudo para as culturas como a
chinesa, a japonesa e a coreana) ao iniciarmos tratativas de negócios.
Isso faz parte da própria atividade de interação cultural.
Assim como "arrotar" ao término de uma refeição como sinal de reconhecimento
pela comida saborosa que foi servida e forma de agradecer pelo compartilhamento
daquele instante especialmente entre povos orientais.
Inúmeros exemplos a perderem-se de vista podemos elencar nesse processo, e que
se tornam cada vez mais nítidos e naturais quando viajamos e acumulamos novas
experiências que fazem do Homem um agente universal de sua trajetória.
Boa Viagem e até breve !
Fraternalmente
Newton Agrella
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O Ir. João Ivo Girardi joaogira@terra.com.br da Loja
“Obreiros de Salomão” nr. 39 de Blumenau é autor do
“Vade-Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite”
Premiado com a Comenda do Mérito Cultural Maçônico
“Aquiles Garcia” 2016 da GLSC.
Escreve dominicalmente neste 3º. Bloco.
Os Autores Mais Criativos da História
1ª Parte
Texto extraído e condensado do livro:
Gênio, de Harold Bloom. Editora: Objetiva. Ed. 2002.
Introdução do autor: A genialidade literária, difícil de ser definida, para ser constatada,
depende de uma leitura profunda. O leitor aprende a se identificar com aquilo que lhe parece
uma grandeza que pode ser somada ao eu, sem com isso violar a integridade do ser. A noção de
‘grandeza’ está fora de moda, assim como a ideia de transcendência, mas é difícil continuar
vivendo sem alguma esperança de se deparar com o extraordinário. Encontrar o extraordinário
em outra pessoa é experiência cujas propensões são enganosas ou ilusórias. A isso chamamos
‘apaixonar-se’; deparar-se com o extraordinário em um livro - seja a Bíblia, ou as obras de
Platão, Dante, Proust - é benefício, praticamente sem custo. Os escritos dos gênios constituem o
melhor caminho em direção à sabedoria, que é, creio eu, a verdadeira utilidade da literatura
para a vida. O historiador vitoriano Froude observou que gênio é uma fonte cujo conteúdo é
sempre mais caudaloso do que o líquido que jorra.
Sobre a Organização do Livro: O autor dividiu a centena de gênios da linguagem em conjuntos,
denominados Lustros, nesse sentido, refere-se ao brilho decorrente da luz refletida, o lustre, o
esplendor de um gênio refletido em outro.
Lustro 1
William Shakespeare: (1564-1616): É duvidoso que, no leito de morte, Shakespeare, com apenas
52 anos, pudesse se consolar por ter criado Hamlet, Fasltaff, Rei Lear, Iago, Cleópatra,
Rosalinda, MacBeth, Otelo, Romeu e Julieta, A Megera Domada, A Tempestade, O Mercador de
Veneza, Sonho de Uma Noite de Verão: homens e mulheres cuja realidade, supostamente
ficcional, transcende a nossa. A linguagem de Shakespeare é fundamental à arte por ele
praticada, e é uma linguagem exuberante. O poeta demonstra imensa propensão a cunhar novos
termos, e sempre me estarrece o fato dele ter empregado mais de 21 mil palavras diferentes.
Dentro desse léxico, ele inventou, aproximadamente, uma em cada 12 palavras: cerca de 1.800
neologismos, muitos dos quais de uso corrente.
3 – Os Autores Mais Criativos da História (1ª. parte)
João Ivo Girardi
JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 8/36
Miguel de Cervantes: (1547-1616): A vida de Cervantes foi tão repleta de incidentes e infortúnios
que, em grande parte, parece exemplificar os relatos ficcionais desse que foi o maior escritor em
língua espanhola, eminência, para todo o sempre, comparável a Dante, Shakespeare, Montaigne,
Goethe e Tolstoi. Dom Quixote é obra de tamanha originalidade que, cerca de quatro séculos após
ter sido escrita, continua sendo o trabalho de ficção em prosa mais avançado que existe. Conta as
aventuras e desventuras de um fidalgo, o personagem-título, e de seu criado Sancho Pança.
Dividido entre a ilusão e a realidade, Dom Quixote é considerado o símbolo do espírito idealista
e aventureiro do ser humano. Já Sancho Pança é o arquétipo do lado realista e do bom senso.
Frase de Cervantes: A verdade alivia mais que machuca. E estará sempre acima de qualquer
falsidade como o óleo sobre a água.
Michel Montaigne: (1533-1592): O primeiro dos ensaístas continua sendo o melhor. Montaigne
criou o termo ensaio, um experimento, um teste ao seu raciocínio, fundamentado na autoanálise.
Os Ensaios de Montaigne foram um sucesso imediato, e continuam sendo, para leitores sérios em
quase todas as nações.
John Milton: (1608-1674): Se considerarmos que nos seus últimos anos Milton esteve totalmente
cego, temos, em Paraíso Perdido, um oráculo de vida interior. Esse poema é um esplendor do
barroco: presta-se à reflexão infinita; lido em voz alta, é assombroso, e constituiu um eterno
desafio, até aos admiradores mais ardorosos. A um leitor novato, leigo e carente de conhecimento
de Literatura Clássica, convém ler Paraíso Perdido como uma espetacular obra de ficção
científica. Os rivais de Milton em língua inglesa são poucos: Shakespeare, Pope, James Joyce.
Leon Tolstoi: (1828-1910): A obra do escritor Leon Tolstoi é dividida pelos críticos em duas
partes a primeira reúne obras como Guerra e Paz, romance que exaltava a coragem e as virtudes
do povo russo e Anna Karenina, que acabou não agradando a crítica da época. Já nesta primeira
fase, o autor já manifestava interesse por assuntos de ordem espiritual. A segunda fase literária de
Tolstoi é marcada pelo interesse em propaganda política, por um arrefecimento do seu potencial
criativo e um crescente isolamento do mundo secular para abraçar de vez a religião. Segundo os
biógrafos, desde muito cedo, Tolstoi manifestaria seu interesse pelas motivações e
comportamentos do homem. Os escritos da última fase fizeram com que o autor passasse a ser
lido no Ocidente. Foi das obras de Tolstoi que Gandhi extraiu o conceito de resistência passiva
pela não-violência.
Lustro 2
Lucrécio: (99-55 a.C.): Tito Lucrécio Caro, o mais eloquente defensor do ateísmo e do
materialismo metafísico em nossa tradição, tem sido, constantemente, lido de maneira equivocada,
fato, com toda certeza, inevitável, de vez que a filosofia epicurista de Lucrécio é inaceitável ao
Cristianismo, ao Islamismo, ao Judaísmo e a toda religião ocidental. São Jerônimo descartou
Lucrécio, difamando-o com tamanha eficácia que o poeta desapareceu durante mais de mil anos,
sendo resgatado somente no século XV. Sua maior obra é o esplêndido poema didático Sobre a
Natureza das Coisas.
Virgílio: (70-19 a.C.): Poeta, psicólogo-teólogo e poeta dos poetas. Virgílio morreu sem ter
concluído o épico Eneida, e, claramente, desejava a destruição do manuscrito. O herói épico,
protagonista, é baseado em Otávio César, o Imperador Augusto (sobrinho e herdeiro de Júlio
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César), que derrotou Antônio e Cleópatra e, indiscutivelmente, fundou o Império Romano.
Augusto era protetor de Virgílio; foi Augusto que recebeu e preservou a Eneida, contrariando a
vontade do autor no leito de morte.
Santo Agostinho: (354-430): Agostinho foi um escritor extraordinário e intelectual formidável.
Defendia a dispersão dos judeus, e não o seu extermínio, mas foi também o primeiro teórico da
Inquisição. Atualmente, muitos leitores das duas obras mais célebres - Confissões e A Cidade de
Deus - pendem a uma reação ambivalente, a não ser os crentes dogmáticos. Como narrador das
Confissões, Agostinho torna-se um Enéas cristão, ao mesmo tempo, perturbando-nos e nos
impressionando tanto quanto Enéas de Virgílio. A fiel concubina de Agostinho, mãe de seu filho,
foi, duramente, abandonada, à semelhança de Dido. Se Enéas pode parecer um puritano
hipócrita, Agostinho pode parecer algo pior, um santarrão presunçoso. Vale lembrar, porém,
que grandes gênios nem sempre têm personalidade capaz de espalhar alegria à sua volta. Os
estudos da consciência, Agostinho, com efeito, iniciou com Plotino, mas rompeu, decisivamente,
com o neoplatonismo ao entender o autoconhecimento como resultado da memória, e não da
intuição. Agostinho, ao lado de Ambrósio e Jerônimo se tornou um dos fundadores da Idade
Média.
Dante Alighieri: (1265-1321): Apesar de ser casado, Beatriz, dama florentina, é o seu amor
platônico e a personagem central da sua maior obra Divina Comédia, grandioso poema alegórico,
filosófico e moral que resume a cultura cristã medieval. A sua estrutura reproduz concepções
cosmológicas e teológicas da época. É uma obra de rica simbologia mística: Beatriz, convertida
em ideia espiritual após a sua morte, personifica a teologia ou sabedoria divina, com a qual a alma
percorre as vias da razão até alcançar a graça e a união com Deus. Mas tudo isso está impregnado
das ideias e crenças de Dante, das suas recordações e esperanças, dos seus amores e ódios, da
poderosa inspiração e da personalidade deste formidável escritor.
Geoffrey Chaucer: (1340? -1400): Quando estava com cerca de 46 anos, Chaucer começou a
escrever os Contos de Canterbury, tarefa da qual se ocuparia até o fim da vida. Foi o autor mais
marcante da língua inglesa, excluindo-se Shakespeare.
Lustro 3
O Javista: (980?-900 a.C.): O maior escritor da língua hebraica, conhecido pelos estudiosos como
J, ou Javista, escreveu os textos cruciais que hoje chamamos Gênese, Êxodo e Números, entre os
anos 950 e 900. O Livro de J encontra-se inserido no vasto arcabouço que se estende desde
Gênese até Reis, criado por um autor -editor - o chamado Redator -, exilado na Babilônia, por
volta de 550 A.C. O personagem mais surpreendente de J não é Abraão, nem Jacó, nem
Moisés; é misteriosamente, o próprio Javé, Deus, não apenas como personagem literário, mas,
de modo memorável, como Deus. Mais uma vez, não incorro em qualquer ultraje: há quase três
mil anos o Javé bíblico é um escândalo, porque é humano, humano demais. Os estudiosos do AT
observam: Na verdade, na concepção de Israel, até o próprio Javé tinha forma humana. Mas o
nosso modo costumeiro de expressar tal condição vai exatamente de encontro às ideias do AT,
pois, segundo o javismo, não se pode dizer que Israel considerava Deus antropomórfico, mas o
contrário, que considerava a o homem teomórfico. O texto do Javista é absolutamente fabuloso. J
foi absolutamente original, um gênio jamais inteiramente assimilado pela tradição bíblica e que
ele na verdade, não imaginava iniciar, mas que dela se escandalizaria, caso se conscientizasse da
totalidade das implicações do texto em questão.
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Sócrates: (469-399 a.C.) e Platão: (429-347 a.C.): A ironia socrática se apresenta na forma da
ignorância, e, com espirituosidade, pega a pessoa por meio da sabedoria. Diz Montaigne, Foi
Sócrates que fez a sabedoria humana descer, novamente, do céu, onde desperdiçava seu tempo, e
ser restituída ao homem, ao qual ela desempenha as tarefas mais típicas, árduas e úteis. Vem de
Platão tudo o que ainda hoje é escrito e debatido entre os pensadores. Um grande dano é o que ele
causa à nossa originalidade. Nele chegamos à montanha da qual rolaram as pedras.
São Paulo: (? -67): Poucos seriam os leitores que não teriam dificuldade em aceitar a expressão o
gênio de Jesus. Paulo não foi o segundo Fundador do Cristianismo, foi o primeiro. Embora,
evidentemente, letrado, Jesus nada escreveu, assim como Sócrates e (provavelmente) Confúcio
nada escreveram. Os três dirigiam-se, no mais das vezes, a discípulos, e sabiam que a sua
sapiência seria transmitida, oralmente e por escrito. Não temos como avaliar a acuidade dos
respectivos meios de transmissão, em nenhum dos três casos. A ironia, que afirma uma coisa e
quer dizer outra; é necessariamente, um meio indireto de comunicação, e tanto Jesus quanto
Sócrates falavam como ironistas. O mesmo se aplica a Confúcio. Mas a ironia de Jesus é mais
problemática, pois, desses três mestres da sabedoria, ele foi o único a ser divinizado... Conquanto
Jesus houvesse acendido um fogo na terra, foi Paulo que o fez resplendecer... Sem Paulo, o que
chamamos hoje de Cristianismo não teria triunfado.
Maomé: (570? -632): Os muçulmanos achariam um tanto estranho a menção ao gênio do Profeta,
mas o gênio de natureza religiosa ou espiritual não pode ser descartado. Profetas são pessoas
dotadas de muitos talentos, mestres de linguagem. De acordo com a tradição muçulmana, Maomé
não sabia ler ou escrever, e recitava Alcorão (a palavra significa recitação) seguindo a voz de
Deus, possivelmente através da mediação do Anjo Gabriel. Sendo, antes da revelação profética,
um mercador bem sucedido, supõe-se, não seria o que chamamos de analfabeto, mas a tradição
muçulmana parece subentender que o Profeta não havia lido a Bíblia Hebraica e o NT grego.
Embora Maomé, necessariamente tenha uma dívida literária com textos judaicos e cristãos já
desaparecidos, a arrasadora originalidade espiritual e criativa do Profeta não pode ser questionada.
Nenhuma outra figura da História religiosa da humanidade legou-nos um texto em que a única voz
presente é a de Deus. A audácia, característica precípua de Maomé, empresta um efeito literário ao
Alcorão absolutamente singular. É impossível relaxar durante a leitura do Alcorão, ou ao recitá-
lo, seja a sós ou com outras pessoas.
Lustro 4
Samuel Johnson: (1709-1784): Escritor e lexicógrafo britânico. O maior monumento relacionado
à Johnson não é sua obra, mas sim a famosa biografia que dele escreveu seu discípulo James
Boswell, intitulado Vida de Samuel Johnson. Relato da Vida do Sr. Richard Savage é considerado
o melhor tratado em língua inglesa sobre as virtudes e defeitos da natureza humana.
James Boswell: (1740-1795): Aqui está a invenção da biografia. Antes da publicação de Vida de
Johnson, em 1791, havia uma infinidade de Vidas, mas nenhuma delas com a exatidão e a
insolência que nos era lícito esperar do biógrafo investigador.
John Wolfgang von Goethe: (1749-1784): Goethe é o ultimo sábio da literatura secular ocidental,
que pode ser denominada Humanismo. Uma das qualidades mais revigorantes de Goethe é a
irreverência: Fausto é obra que contém uma ousadia maravilhosa, cujo principal objetivo é
manifestar a totalidade e a complexidade do gênio de Goethe. Desde o início da sua carreira,
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Goethe foi um escritor inteiramente secularizado, pouco tendo a ver com Deus ou Cristo. A
missão por ele perseguida foi a de livrar do Cristianismo a poesia.
Sigmund Freud: (1856-1939): Freud é um esplêndido escritor discursivo, certamente o maior
ensaísta do século XX. O leitor deve ler Freud sem presumir que ele tudo sabe. Não há gnose ou
sabedoria secreta em Freud, mas há uma visão extremamente aberta e muito conhecimento
pragmático. Seus livros mais lidos são: Totem e Tabu, O Problema da Ansiedade e Psicopatologia
da Vida Cotidiana.
Thomas Mann: (1875-1955): A Montanha Mágica e Doutor Fausto são obras esplêndidas. Nos
dias de hoje, Mann é submetido a irônico renascimento como escritor homossexual, recentemente
exposto. Seria de se esperar que os tangíveis méritos estéticos de seus romances e contos
bastassem para garantir-lhe a sobrevivência literária no terceiro milênio, mas Mann, tanto quanto
o seu heróico Goethe, era um grande ironista, e a ironia é algo difícil de ser resguardado no
momento atual. Thomas Mann tinha uma mãe brasileira e a ascendência tropical da família
influenciou o Prêmio Nobel de Literatura.
Lustro 5
Friederich Nietzsche: (1844-1900): Nietzsche proclamou o Cristianismo a religião do niilismo e,
portanto, decadente. O título O Anticristo induz uma interpretação equivocada, pois Nietzsche não
se opõe a Jesus, mas ao Cristianismo histórico e institucional, à sua moralidade e teologia. O
Novo Testamento, e especialmente Paulo, é rejeitado por Nietzsche, mas, em última instância, o
filósofo identifica-se com o Nazareno crucificado. O argumento mais potente em O Anticristo
apresenta o Cristianismo como a religião do ressentimento e da vingança, e não do amor e do
perdão. Seu gênio brilha em Genealogia do Mal.
Sören Kierkegaard: (1813-1855): Kierkegaard sempre desejou, ardentemente, ser apóstolo de
Cristo, e não apenas um gênio solitário. Não poderia ter apreciado a ironia terrível de que, para a
maioria de nós ele é um gênio literário, a despeito de suas intenções espirituais. Nós pensamos em
Kierkegaard como o autor de Repetição, Um ou Outro, A Enfermidade Mortal e O Conceito de
Angústia, obras extraordinárias em que predominam a ironia, a inventividade e a acuidade
psicológica, e em que as noções religiosas tendem a ser secundárias.
Franz Kafka: (1883-1924): Escritor tcheco que morreu antes de completar 41 anos. Kafka, nas
condições de indivíduo e de escritor, foi uma sequência de imensos paradoxos. As suas maiores
obras de ficção são: O Processo e O Castelo. Inteiramente alienado com relação a si mesmo e ao
resto do mundo, esquivou-se do amor, até o relacionamento com Dora Dymant, quando já se
encontrava na fase terminal da tuberculose. Os dicionários contêm atualmente o vocábulo
kafkiano. Segundo a definição que consta no Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa: que, de
forma semelhante à obra de Kafka, evoca uma atmosfera de pesadelo, de absurdo, em um contexto
burocrático que escapa a qualquer lógica ou racionalidade.
Marcel Proust: (1871-1922): Quem deseja ler uma das maiores obras da literatura francesa – Em
Busca do Tempo Perdido, de Proust – precisa ter em mente que a paciência é um fator primordial
para a execução da tarefa. Primeiro, por sua extensão – são aproximadamente três mil páginas;
segundo, porque Proust constrói sua obra de modo muito peculiar, descrevendo lugares,
personagens, pensamentos e ações exaustivamente, e introduzindo períodos muito longos às suas
JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 12/36
frases. Um lado brilhante da obra é o lado psicológico. Os dramas, as dúvidas, as inseguranças e
satisfações das personagens são apresentadas com inteligência, na linguagem culta do francês.
Assim, tem-se não só retrato da sociedade, mas questões inerentes ao ser humano, que têm a
vantagem de ser atemporais e encontrar eco em todos nós.
Samuel Beckett: (1906-1989) Muito tempo se passou (foi escrita em 1949) e mesmo assim Godot
ainda não chegou. Porém, a obra seminal do célebre dramaturgo irlandês continua a lotar teatros
em todo o mundo. A trama de Esperando Godot é praticamente inexistente: dois vagabundos
passam a peça inteira sentados debaixo de uma árvore num local ermo, esperando Godot, cuja
identidade em nenhum momento é revelada. Trata dos temas da desesperança, religião e morte e
foi influenciada pelos horrores da 2o
Guerra mundial.
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Continua no próximo domingo: O livro Gênio, com 832 páginas, tem um total de 20 lustros,
onde apresentarei 5 lustros por domingo.
Finalizando: A informação está cada vez mais ao nosso alcance. Mas a sabedoria, que é o tipo
mais precioso de conhecimento, essa só pode ser encontrada nos grandes autores da literatura.
Esse é o primeiro motivo por que devemos ler. O segundo motivo é que todo bom pensamento,
como já diziam os filósofos e os psicólogos, depende da memória. Não é possível pensar sem
lembrar – e são os livros que ainda preservam a maior parte de nossa herança cultural.
Finalmente, e este motivo está relacionado ao anterior, eu diria que uma democracia depende de
pessoas capazes de pensar por si próprias. E ninguém faz isso sem ler.
A GLSC na escada do aprendizado do Simbolismo fornece aos seus membros 65 livrinhos,
entre Instruções Clássicas, Complementos e Fascículos Isolados, quem os leu na sua
totalidade? Dizem que o maçom não lê, eu não acredito, a prova é que você está lendo este
texto.
JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 13/36
O Ir.·. José Ronaldo Viega Alves*
escreve aos domingos.
A ALQUIMIA FOI INCORPORADA À MAÇONARIA POR MAÇONS
“ACEITOS” E ROSA-CRUZES. SE A ALQUIMIA ERA FANTASIOSA E
DE CERTA FORMA UTÓPICA EM SEUS PROPÓSITOS, DE QUAL
PARTE DELA A MAÇONARIA SE SERVIU PARA RETIRAR
ENSINAMENTOS?
*Irmão José Ronaldo Viega Alves
ronaldoviega@hotmail.com
Loja Saldanha Marinho, “A Fraterna”
Oriente de S. do Livramento – RS.
“A verdade é que as fantasiosas concepções de hermetistas, mágicos e
‘alquimistas mágicos’ já estavam de todo arrasadas. Descartes já lhes havia
dado o golpe mortal. Tentava-se, pois, uma conciliação. Daí, os velhos símbolos
passaram a ser interpretados de maneira diferente e, em alguns casos, de modo
contrário ao da já arcaica doutrina original. Essa foi uma das primordiais
preocupações dos Rosacruzes, principais e preponderantes fundadores da
Maçonaria Especulativa, ou não operativa. Nada de admirar, por conseguinte,
que os rituais espalhados depois da fundação da Grande Loja Inglesa (24 de
junho de 1717), primeiro na Inglaterra, depois na França, e depois nos demais
países europeus, ficassem impregnados de símbolos dos alquimistas,
cabalistas, mágicos e teosofistas.” (Trecho retirado do livro “Curso de Maçonaria
Simbólica – Companheiro - II Tomo”, de autoria do Irmão Theobaldo Varoli Filho)
INTRODUÇÃO
Considerando que muitos símbolos utilizados na Maçonaria tem sua origem na Alquimia,
que os Rosa-cruzes possuem raízes profundas na Alquimia e que a Maçonaria Especulativa recebeu
em seu início muitas influências trazidas pelos “Aceitos”, dos quais muitos eram também rosa-cruzes,
buscaremos durante o decorrer deste trabalho as informações necessárias que e que melhor possam
explicar sobre o fato da Alquimia, ou melhor dos símbolos alquímicos, os quais se manifestam com
maior evidência na Sala de Reflexão em nossa Iniciação, são influências diretas dos Rosa-Cruzes e
Maçons Aceitos, numa fase de transição, esta da Maçonaria Operativa para Especulativa, mas, que
depois, foram sendo retrabalhadas no que tange aos seus significados originais.
Em outras ocasiões escrevi sobre o Rosacrucianismo e as suas relações com a
Maçonaria, sobre os Maçons que obtiveram destaque na história da nossa Ordem e que foram
admitidos como Aceitos e que eram também Rosa-Cruzes. Creio que faltava, ainda, mostrar melhor o
papel da Alquimia, que é sempre relacionada à busca da pedra filosofal (capaz de transformar os
metais comuns em ouro) e à busca do elixir da Longa Vida, ou Elixir da Juventude (elixir esse, que
continha o segredo da eterna juventude).
4 – A ALQUIMIA FOI INCORPORADA À MAÇONARIA POR MAÇONS “ACEITOS”
E ROSA-CRUZES. SE A ALQUIMIA ERA FANTASIOSA E DE CERTA FORMA
UTÓPICA EM SEUS PROPÓSITOS, DE QUAL PARTE DELA A MAÇONARIA SE
SERVIU PARA RETIRAR ENSINAMENTOS?
José Ronaldo Viega Alves
JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 14/36
A verdade é que com base nesses objetivos mais utópicos ou românticos é que
acabamos formando a nossa opinião sobre a Alquimia, opinião que vem de antes de termos começado
a fazer parte da Maçonaria, e que foi se moldando com os temas, exatamente esses que foram citados,
que o Cinema explorou com exaustão, assim como a literatura e as histórias em quadrinhos.
A pergunta que não quer calar é: Qual a parte da Alquimia que a Maçonaria absorveu, e
quais os conhecimentos oriundos da mesma que foram introduzidos na Maçonaria e aí permanecem?
Se a Alquimia tinha vários ramos, e como pudemos ver, após a leitura do trecho logo
acima, um pelo menos pode ser classificado como mágico. No entanto, há outros desdobramentos, há
um filosófico, um esotérico, um simbólico, enfim, é mister que saibamos, então, por intermédio das
pesquisas que foram efetivadas, qual deles é o que acabou sendo absorvido pela Maçonaria.
A PALAVRA ALQUIMIA NO DICIONÁRIO:
“ALQUIMIA s.f. (ar. al-kímia ‘pedra filosofal’). Ciência oculta fundada na busca de um remédio universal
(elixir, panacéia) para todos os males do corpo e do espírito, e da pedra filosofal, capaz de operar
transformações na matéria (esp. a transmutação dos metais comuns em ouro e prata).”
BREVES DESCRIÇÕES A RESPEITO DOS ROSA-CRUZES E SUAS LIGAÇÕES COM A
MAÇONARIA
“Escola esotérica iniciática fundada no século XV pelo alemão Christian Rosenkreutz. Esse
pensamento é baseado na doutrina ocultista, ou seja, seus ensinamentos são ministrados a círculos
restritos e fechados de ouvintes. As Ciências Ocultas tratam de conhecimentos e fenômenos
sobrenaturais, que estão além dos sentidos mundanos e que de início parecem ser proibidos e
incompreensíveis às pessoas comuns. Esses ensinos somente são transmitidos dentro da ordem e em
seus templos ao discípulo que atinge maturidade suficiente e mostra-se totalmente preparado para
angariar um degrau a mais em sua evolução, quando começa para ele a iniciação.” (Compêndio de
Religiões e Espiritualidades”, pág.519)
“A introdução de símbolos herméticos, cabalistas e alquimistas na Maçonaria começou na Inglaterra,
com a ‘Aceitação’, isto é, durante o século XVII. Nessa época as agremiações e fraternidades de
maçons já estavam muito reduzidas em número e prestes a desaparecer. As que existiam ainda se
mantinham por espírito de conservação e tradição. A decadência dos antigos Pedreiros-Livres e
Canteiros era um fato consumado, quer porque os ‘segredos da arte de construir’ já vinham sendo
divulgados desde depois que Gutenberg (1397-1498), associado a Füst e Schöfer, aperfeiçoara o
antigo prelo, e principalmente, desde que a arquitetura gótica perdera o seu prestígio em favor dos
renovados estilos clássicos impostos pela Renascença.
Os ‘aceitos’, ou maçons não profissionais, ou não operativos, chegaram a constituir a
maioria nas lojas ou fraternidades, principalmente no período de 1620 a 1678.
A ‘aceitação’ chegou a ser moda para nobres, burgueses e intelectuais e as lojas, assim,
converteram-se em centros conhecidos, embora um tanto ocultos, de políticos, religiosos, naturalistas,
teósofos, alquimistas, ‘Adeptos’ (com ‘A’ maiúsculo, como se exigia), amantes da magia e do
hermetismo e, principalmente, rosacrucianos.” (“Curso de Maçonaria Simbólica – Companheiro – II
Tomo”, pág. 11)
“Foram rosa-cruzes os maçons aceitos que ilustraram a Maçonaria Especulativa e, finalmente, a
fundaram. Basta revelar que James Anderson e João Teófilo Desaguliers, principais fundadores da
Loja Inglêsa de 1717, eram rosicrucianos, além de protestantes. (...) Releva ponderar que os rosa-
cruzes já pertenciam à Maçonaria desde muito antes da fundação da Grande Loja Inglêsa. O antiquário
Elias Ashmole, iniciado numa Loja de Warrington, Lancashire, era, ao que se afirma, rosicruciano, e
além disso, egiptólogo e alquimista.” (“Curso de Maçonaria Simbólica – 1º Tomo – Aprendiz”, pág. 14)
“Com o tempo, a ‘aceitação’ passou a impor-se como uma novidade, uma imitação ou moda de
gentishomens. Depois as lojas ou confrarias (‘brotherhoods’) passaram a admitir sábios filósofos,
naturalistas, antiquários (Elias Ashmole foi um deles). Porém, os que mais contribuíram para a filosofia
maçônica foram os rosa-cruzes. “ (Idem livro anterior, pág. 222)
“A partir da metade do século XVIII e, principalmente, depois de José II, com a maciça entrada dos
rosa-cruzes nas lojas maçônicas, tornava-se difícil, de uma maneira geral, separar Maçonaria e
rosacrucianismo, tendo, a instituição maçônica, incorporado, aos seus vários ritos, o símbolo máximo
dos rosa-cruzes: ao 18º Grau do Rito Escocês Antigo e Aceito, ao 7º Grau do Rito Moderno, ao 12º
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Grau do Rito Adonhiramita, etc. O Cavaleiro Rosa-Cruz é, como o próprio nome diz, um grau
cavaleiresco e se constitui no 18º Grau do Rito Escocês Antigo e Aceito.” (Revista Universo
Maçônico,nº 4, pág. 50)
BREVES DESCRIÇÕES SOBRE A ALQUIMIA E A SUA PRÁTICA POR ROSA-CRUZES. COMO A
MAÇONARIA RECEBEU ESSAS INFLUÊNCIAS?
“Hoje, a Alquimia não passa de uma referência histórica de grande valia, pois a inteligência humana fez
daqueles grupos de abnegados idealistas, precursores da ciência. Na França, a Maçonaria
Especulativa, inspirada na trilogia Hermetismo, Alquimia e Cabala, evoluiu de tal forma que
estabeleceu no R.E.A.A. regras e princípios que se estabilizaram até nossos dias, mantendo viva a
filosofia dos Altos Graus. A origem da Alquimia, tudo faz crer, foi nos mistérios Egípcios. A Alquimia
tem origem remota: já no século VI a.C. era praticada na China pelo sacerdotes; os árabes, após
conquistarem o Egito, a introduziram na Europa atingindo seu clímax na Idade Média. A grande parte
dos filósofos da época, como Roger Bacon, Robert Flood e Elias Ashmole, buscavam na Alquimia as
suas dúvidas filosóficas. Ashmole, organizador do R.E.A.A., não era propriamente um filósofo de
destaque, porém sua contribuição maçônica o fez um personagem respeitado. Os Rosa-Cruzes tinham
suas raízes na Alquimia; daí terem influenciado na Maçonaria, transformando a materialidade de suas
concepções em conteúdo filosófico.” (“Vade-Mécum Maçônico”, pág. 24)
Há versões contraditórias, no entanto, no que tange às origens da Rosa-Cruz, e que é
objeto de discussão até hoje. Vejamos o seguinte excerto:
“O que há de realmente histórico é que, em 1614 (e não 1604), foi lançado na cidade de Cassel, na
Alemanha, um livro no qual se falava pela primeira vez na história dos Rosa-Cruzes. A ‘Reforma geral
do mundo inteiro, acompanhada da Fama Fraternitatis da honrada Ordem dos Rosa-Cruzes”,
causou verdadeira revolução entre os teólogose os livres-pnesadores e obteve enorme sucesso, tendo
edições sucessivas.
O autor Johann Valentin Andreae, teólogo wurtemburguês, afirmou em sua autobiografia
que pretendera ridicularizar os alquimistas, os fazedores de ouro e os teósofos imaginários. Assim, não
teria existido nenhuma ordem de Rosa-Cruzes e o próprio Andreae, mais tarde, a chamou de ’indigna
mistificação’, tendo-se deixado envolver, pessoalmente, pelo movimento que ele mesmo tinha
desencadeado.” (“Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia”, pág. 1203)
“Sublimando os conceitos dos antigos alquimistas, ocultistas, mágicos e cabalistas, os rosacrucianos
legaram à Maçonaria mística a conciliação do altruísmo, ou caridade ampla, com o individualismo
inteligente e relativo. O homem é um ser social e é criatura do G.’.A.’.D.’.U.’., de Quem ele vem e para
Quem voltará. Daí, quem se desprende em proveito de outros terá de receber (‘dai e recebereis’),
principalmente se o desprendimento não se fundar no interesse ou na expectativa de contraprestações.
Por isso, e como a afirmar uma lei, dissemos ‘terá de receber’ e não ‘espera receber’. É no século XV,
principalmente, que se opera e completa a aliança da Alquimia com a Cabala, a magia e o Hermetismo.
Surgem então, agrupamentos secretos, seitas de iluminados, ‘adeptos’ e outros tantos que, dois
séculos mais tarde, se uniriam, como ‘aceitos’, às lojas de Pedreiros livres e Fraternidades Maçônicas.
Daí a confusão de muitos ‘historiadores’ da Maçonaria, ao pretenderem uma origem
‘milenar’ da Instituição. A verdade é que as ideias de alquimistas, hermetistas, cabalistas, mágicos e
iluministas vieram a introduzir-se na maçonaria como verdadeiros enxertos na contextura de uma velha
organização profissional e fraternal, de tradição principalmente católica. Impõe-se reconhecer que,
realmente, no século XVII as restantes organizações de Pedreiros-Livres apenas absorveram
elementos de outros agrupamentos ocultos, embora os ‘aceitos’ viessem a constituir a maioria
esmagadora, nas Lojas. Eis que, fundamentalmente, a Maçonaria Especulativa conservou muito mais
os usos, as práticas e os regulamentos dos antigos Pedreiros-Livres, do que as muitas variadas regras
de outras seitas. Além disso, as agremiações sectárias a que nos referimos continuaram suas
atividades ou desapareceram, ao passo que a Maçonaria sobreviveu, passando de operativa à
Especulativa. A abonar essa afirmação, basta examinar os textos e apêndices da Constituição atribuída
a Anderson, as Regras Gerais e os velhos documentos como o Poema Régio.” (“Curso de maçonaria
Simbólica – Companheiro II Tomo”, págs. 31/32)
“Entre os adeptos da Alquimia, em diferentes períodos, estiveram Rogério Bacon, Robert Fludd e Elias
Ashmole . Pelos fins do século XVI, a Alquimia, misturada com a Cabala, espalhou-se por toda a
Europa ocidental e fez parte da doutrina dos Rosa-Cruzes. Entretanto, pelos meados do século XVIII,
o vocábulo tornou-se sinônimo de impostura e fraude. Os alquimistas trabalhavam individualmente;
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não existe evidência de qualquer sociedade organizada neste país (a Inglaterra). E, a despeito do
interesse de Ashmole pela arte, é mais do que insignificante a evidência dela ter influenciado o
desenvolvimento da Ordem Maçônica Especulativa.” (Citado por Nicola Aslan, págs.84/85 em seu
“Grande Dicionário Enciclopédico...”).
THEOBALDO VAROLI FILHO: “ARTE REAL” DOS CONSTRUTORES E “ARTE REAL” DOS
ALQUIMISTAS
O grande estudioso e Irmão Theobaldo Varoli Filho faz a distinção de “Arte Real” no que
se refere aos maçons e no que se refere aos alquimistas:
“Maçons da superada corente ocultista insistem na afirmação de que ‘Arte Real ou Maçonaria’ deriva
dos Alquimistas, para os quais a ‘Magna Arte’ era a preocupação da Pedra Filosofal, da Grande e da
pequena obra e da busca do Elixir da Longa Vida. Fato é que a ‘Arte Real’ nunca foi designação
privilegiada de um só ofício. Os poetas, por exemplo, consideravam a Métrica um arte magna, régia ,
real e divina. Seguindo o exemplo de construtores , escultores e artistas, os adeptos da Alquimia deram
os nomes de ‘arte real’, ‘régia arte’ e ‘arte magna’ aos seus propósitos de transmutar metais baixos em
ouro e prata (Grande obra ou Obra Solar, para o ouro, e Pequena Obra ou Obra Lunar, para a prata, ou
seja, respectivamente, crisopéia e argiropéia). Os profissionais de arte e atividades ‘nobres’ procediam
de maneira semelhante para enaltecer o próprio ofício,como ocorreu principalmente na Idade Média, na
época das corporações. Porém, a verdadeira Arte Real foi sempre a de construir, edificar e esculpir,
isto é, a arte que os romanos passaram a chamar de Arquitetura. Arte real, por ser a mais difícil e ser
aquele que servia aos reis, nobres e poderosos. A Maçonaria Especulativa conservou o seu atributo de
Arte Real, pois o atual ofício dos Maçons é a Arquitetura Social da Humanidade.”
COMPLEMENTAÇÕES À HISTÓRIA E AOS PROPÓSITOS DA ALQUIMIA
Independente de suas raízes verdadeiras estarem no Egito, na China, ou outro lugar
qualquer, o fato é que a Alquimia era vista como ciência secreta e esotérica, o que era o mesmo que
dizer que ela não estava acessível ao público em geral. Isso, de certa forma já remete àquelas
corporações medievais, as quais eram secretas e esotéricas. Existem relatos, a exemplo daquele do
alquimista Denis Zacharias (1510-1556), sobre os alquimistas se organizarem nos moldes de uma
corporação de oficio, sendo que seus membros se encontravam regularmente na Catedral de Notre-
Dame.
O conhecimento esotérico era mantido em segredo propositalmente, sendo que as obras
referentes aos conhecimentos alquímicos eram escritas em linguagem secreta. Ao estudo da Alquimia,
somente tinha acesso àquele que havia sido iniciado na “linguagem arcana” utilizada, depois de ter
passado por algumas provas e ter sido aceito no círculo dos iniciados.
Para auferir esse conhecimento era preciso muito saber e muita prática. Com o passar do
tempo o próprio termo “esoterismo” ganhou um significado bem maior, englobando os ensinamentos
religiosos e filosóficos, além de especulações de caráter mágico. Com relação a este último aspecto, a
Alquimia para muitos era simplesmente, a arte de fazer ouro.
Quem ainda não viu aquela imagem clássica, uma pintura medieval, onde aparece um
alquimista trabalhando em um laboratório repleto de objetos estranhos, até mesmo com animais
exóticos, assim como, alguns objetos que soam familiares, pois lembram um laboratório químico?
E agora uma curiosidade: Muitos desses quadros com esse tipo de representação
remontam ao pintor David Teniers, o Jovem (1610-1690) que de um total de 900 quadros pintados
aproximadamente, 22 deles continham figuras de alquimistas.
A Alquimia era um sistema que também visava explicar a natureza, mas, de forma
totalmente diferente dos métodos utilizados por aquilo que conhecemos como ciências naturais. Era
bastante abrangente e compreendia arte, medicina, religião e ciência. Previa ainda explicações de
ordem ética-morais, e também estéticas. Aí um motivo pelo qual os alquimistas podem ter denominado
a sua ciência de arte.
Nessa ligação com a natureza, o termo natureza adquire um significado bem mais amplo.
Em 1758, Antoine-Joseph Pernety (1716-1800/01) fez a seguinte descrição:
“Onde está a diferença entre a química vulgar e a química hermética (alquimia)? Nisto: a primeira é
realmente a arte de destruir as ligações criadas pela natureza; a segunda, a arte de trabalhar com a
natureza e aperfeiçoá-la.”
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No tocante à estreita ligação do Rosacrucianismo com a Alquimia, podemos dizer que
todos aqueles Rosa-Cruzes que tiveram participação nos manifestos eram muito próximos da
Alquimia, tanto que Von Brotoffer defende a ideia de que os três escritos são em sua essência obras
alquímicas.
Na verdade, os Rosa-Cruzes distinguiam dois tipos de conhecimentos relacionados à
Alquimia: os que estão direcionados ao abandono do velho homem e o da regeneração espiritual.
A Alquimia tinha como meta conhecer os segredos da Potência criadora da natureza, e lá
nas suas origens estavam três aspectos modeladores da sua estrutura: prática industrial, misticismo
oriental e explicação racional e filosófica. (Aslan, pág. 86, 2012)i
AS EVIDÊNCIAS SOBRE A INFLUÊNCIA DA ALQUIMIA NA MAÇONARIA
Conforme já exposto no título, com a chegada dos Aceitos na Maçonaria Operativa, ou
seja, aqueles que não eram ligados à arte de construir, e na medida em que iam sendo incorporados
na nascente Maçonaria Especulativa, eles iam tirando das suas “bagagens” seus conhecimentos que
abarcavam a Alquimia, a Astrologia, a Cabala, etc.
Não poderíamos deixar de frisar que a Maçonaria em sua vertente inglesa não sofreu
influência tão marcante, se comparada à Maçonaria em sua vertente francesa, e cuja influência teria,
inclusive, tido repercussão significativa nos Altos Graus do REAA.
Aliás, diga-se de passagem, que durante o século XVIII, a Alquimia encontrou um lugar
altamente favorável que era dentro da Maçonaria francesa, e particularmente nos Altos Graus. O Irmão
e estudioso, Nicola Aslan, cita que durante os reinados de Luís XV e Luís XVI particularmente todos os
alquimistas seriam também Maçons. E qual finalidade teriam estes Maçons e concomitantemente
alquimistas? Possuir os princípios de todas as ciências, para assim, explicar a natureza, assim como,
a razão de ser de tudo que existe.
Um exemplo de onde podemos perceber essas influências, com maior nitidez, é a
Câmara de Reflexões, através de elementos alquímicos como o sal, o enxofre e a água, além da
expressão V.I.T.R.I.O.L., que possui o seguinte significado: “Visita o interior da terra, e retificando ,
acharás a lápide oculta.”
Na realidade, todo o simbolismo presente contido na Câmara de Reflexões está em
ligação com o Hermetismo, o que significa dizer mais detalhadamente que, trata-se da primeira fase da
Grande obra, a que é chamada de Putrefação, onde, “ela é realizada não apenas no ovo filosófico
artificialmente criado pelo homem, mas pela Natureza operante, no casulo da crisálida adormecida, de
onde sairá a maravilhosa borboleta.”
Ainda sobre o Hermetismo e seus princípios presentes na Câmara de Reflexões,
complemento alguns trechos do Mestre Jules Boucher, em seu clássico “A Simbólica Maçônica”:
Os três princípios herméticos figuram no Gabinete de reflexão. O Enxofre, símbolo do Espírito, e o Sal,
símbolo da Sabedoria e da Ciência, cada um numa taça; o Mercúrio, sob a forma do Galo, atributo de
Hermes. (...) Entre os antigos era comum o pensamento de eu o Galo não temia cois alguma, nem
mesmo o Leão. Ora, no simbolismo, o leão e o Sol são constantemente relacionados com o Ouro.
‘Essa ave, diz Fulcanelli’, que anuncia o nascer do dia e da luz, a aurora, exprime uma das qualidades
do azougue secreto. Este é o motivo pelo qual o Galo, arauto do Sol, era consagrado ao deus Mercúrio
e aparece na torre das igrejas.”
Vejamos este outro trecho, proveniente do “Vade-Mécum Maçônico” que fala das
influências que todos nós vivenciamos quando da nossa Iniciação:
“Outras influências alquímicas, ligadas à Iniciação, são as provas – da Terra, do Ar, da Água e do Fogo
– que representam os quatro elementos fundamentais dos ensinamentos de Aristóteles. Todos os
esforços da Alquimia ocultista são dirigidos à transmutação do quaternário inferior no terciário divino,
superior ao homem; esses, quando finalmente, se unem, formam um só. Os quatro elementos
materiais da terra: o fogo, ar, água e terra – compara-se, na alquimia mística, aos planos: espiritual,
mental, psíquico e físico da existência humana, sendo que cada um possui uma tríplice composição -
fixa, instável e volátil.”
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IRMÃO THEOBALDO VAROLI FILHO: A VISÃO LÚCIDA
Como entre os objetivos do presente trabalho, queremos e buscamos a verdade,
ouçamos algumas das opiniões do Irmão Theobaldo Varoli Filho, esse que foi um grande estudioso da
maçonaria:
“Fato indiscutível é que na época da ‘aceitação’, os mitos maçônicos, de acentuado caráter
profissional, seriam envolvidos com as fantasias de alquimistas, hermetistas e todos os mais que viriam
a exercer influência no ritualismo maçônico. A cultura da época não estava tão difundida a ponto de
todos os maçons entenderem Descartes, Newton, Leibnitz, Locke, Francis Bacon e outros que
fulminaram de morte as crenças da alquimia mística. As mentalidades andavam ainda seduzidas pelas
descobertas admiráveis ocorridas nos laboratórios alquímicos, quando a verdadeira Ciência
despontava para o mundo.Essas descobertas continuavam a sugerir misticismo e fantasias. Por sua
vez, as frustrações tendiam ao apelo a invocações e fórmulas mágicas.
(...) Não se pense, porém, que essa ignorância tenha desaparecido neste século da
técnica e da astronáutica. Na Maçonaria, escola de verdade, ainda existem obreiros que escrevem e
pregam as bobagens de Papus (1865-1916) e interpretam os rituais à maneira alquimista. Um exemplo
é o que dizem das colunas ‘J’ e ‘B’, que na Maçonaria significam, ao certo. Estabilidade ou Firmeza
(‘J’), e Força ou Poder (‘B’). Os maçons que ignoram esta interpretação baseada no discurso de
Salomão ao povo, buscam livros profanos e insistem em afirmar que a coluna ‘J’ é masculina e
representa o falo, a inteligência, o vigor e a glória; que é vermelha e que representa também o Sol, ao
passo que a coluna ‘B’, branca ou negra, representa a Lua, a sabedoria e a vitória; que é feminina,
representa o útero e tantas outras coisas que os mistificadores dizem ‘entender’, mas que apenas
confirmam o aforismo de Boileau: ‘uu sot trouve toujours un plus sot qui l’admire’.”
CONCLUSÃO
Diante do panorama que foi apresentado, e das evidências de uma Alquimia na sua
ligação com os Rosa-Cruzes e estes nas suas ligações com a Maçonaria, não teria como negarmos as
influências decorrentes, ainda que, para uns não pareçam tão enraizadas como outros autores querem
fazer crer.
Indiscutivelmente, o que há em comum entre ambas, na Maçonaria e na Ordem Rosa-
Cruz é o sincretismo, são as influências de várias correntes filosóficas, religiosas e das ciências
herméticas.
No caso da Alquimia, objeto deste estudo, isso já fica bem explícito (além de gravado em
nossas memórias), desde o momento em que atravessamos o umbral, aquele que separa o mundo
profano da Maçonaria por ocasião da nossa Iniciação, pois, momentos após , no interior da Câmara de
Reflexões, já manteremos contato com símbolos que são oriundos da Alquimia.
Na verdade é quase um paradoxo dizer que a Alquimia que tinha entre seus objetivos
principais, a transformação, a metamorfose, e aqui nos referimos unicamente aos metais, também foi
alvo de transformações com o tempo, o que faz então que a Alquimia nos seus antigos moldes tenha
virado somente uma referência.
Carl Gustav Jung deu-lhe uma interpretação diferente, ligada ao processo de
transformação interior do indivíduo, e a ideia em si, aqui apresentada de forma reducionista, serve para
justificar aquilo que está muito próximo dos reais objetivos da Maçonaria Especulativa, ou seja, de que
em determinado momento a Maçonaria modificou parte desse simbolismo que os rosa-cruzes
trouxeram, dando-lhe novas interpretações e distanciando-o um pouco daquele da Alquimia primordial.
A Alquimia que faz com que o homem se despoje, se purifique, a Alquimia que representa
uma libertação dos desejos mundanos, e que permite a elevação do homem, é a que deverá
simbolicamente iluminar a busca interior do maçom.
Os Maçons Especulativos receberam essas influências, e com o tempo, então,
aprenderam a transformar a materialidade que envolvia aquelas primeiras concepções alquímicas em
conteúdo eminentemente filosófico. Sim, porque há vários aspectos na Alquimia e outros tantos
significados: simbólico, psíquico e espiritual.
O Maçom em seu constante evoluir saberá ir diferenciando o joio do trigo, o que implicará
em sua própria transformação, metamorfose, crescimento, regeneração, palavras que tem suas
conotações profundas com a Alquimia.
JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 19/36
***Nota: Durante as leituras e pesquisas, visando este trabalho, entre muitos dos nomes que
estão ligados aos Rosa-Cruzes e à Alquimia, e que foram surgindo, deparei-me no “Dicionário
dos Rosa-Cruzes”, à pág. 249, ou melhor dito, reencontrei um nome que me remeteu de imediato
a um trabalho que fiz há um tempo atrás sobre o Rito Schröder. Na época, quando das muitas
leituras sobre o fundador do Rito, ficou claro que alguns autores faziam confusão entre o
criador do Rito Schröder, Friedrich Joseph Ludwig Schröder e outro personagem que acabou
entrando para a história, tido como alquimista e ocultista chamado Friedrich Joseph Wilhelm
Schröder, nascido dez anos antes do criado Rito. O trecho do livro citado acima é o seguinte:
“Um novo partidário escolhido foi Friedrich Joseph Wilhelm Schröder (1733-1778), que era
professor de Medicina na Universidade de Marburgo e apaixonado por Cabala e Alquimia.”
Então, para reforçar: o nome do fundador do Rito Schröder era Friedrich Ludwig
Schröder, que também aparece de sua forma mais completa em algumas publicações como
Friedrich Ulrich Ludwig Schröder, e nunca poderia ser chamado de “Cagliostro Alemão”, como
a ele assim se referiram alguns autores, já que ele não era adepto da Magia, Teosofia e
Alquimia, pelo contrário, o criador do seu Rito tomou como missão entre outras, durante a sua
criação, de extirpar os simbolismos místicos, onde se inclui os provenientes da Alquimia, da
Astrologia, etc.
Consultas Bibliográficas:
Revistas:
UNIVERSO MAÇÔNICO, nº 4, 2008: “A Ordem RosaCruz e a Maçonaria”
Livros:
ASLAN, Nicola. “Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia” Volume 1 – Editora
Maçônica “A Trolha” Ltda. 3ª Edição – 2012
DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO ILUSTRADO VEJA LAROUSSE – VOLUME 1 – Editora Abril S/A – 1ª
Edição – 2006
GEBELEIN, Helmut. “ALQUIMIA” – Editora Francis Ltda. – 1ª Edição - 2007
GIRARDI, João Ivo. “Do Meio-Dia à Meia-Noite Vade-Mécum Maçônico” – Nova Letra Gráfica e
Editora Ltda. 2ª Edição - 2008
MARQUES, Leonardo Arantes & COUTINHO, Emilia Aparecida dos Santos. “Compêndio de Religiões
e Espiritualidades” - Ícone Editora Ltda. 1ª Edição - 2010
SABLÈ, Erik. “Dicionário dos Rosa-Cruzes” – Madras Editora Ltda. – 2006
SOUZA FILHO, Ubyrajara de. “Vade-Mécum do Aprendiz – Rito Schröder” – Editora Maçônica “A
Trolha” Ltda. 2011
VAROLI FILHO, Theobaldo. “C urso de Maçonaria Simbólica – 1º Tomo – Aprendiz” – Editora A Gazeta
Maçônica S.A. - 1977
VAROLI FILHO, Theobaldo. “Curso de Maçonaria Simbólica - Companheiro- II Tomo“ – Editora “A
Gazeta Maçônica” – 1ª Edição - 1976
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O Ir Hercule Spoladore –
Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil”-
Londrina – PR – escreve aos domingos
hercule_spolad@sercomtel.com.br
Seu Nome, FRANCISCO DE ASSIS CARVALHO, Nobre Cavalheiro, Paladino da Cultura Maçônica do
Brasil. Evidentemente, um Maçom bem adiante de seu tempo.
Nasceu no dia 04.10.1934 no interior, na Fazenda do Banco, na Água do Macuco, situada no Município
de Cândido Mota, próximo com a divisa do Município de Assis – Estado de São Paulo –Seu Pai,
Antônio de Amador Bueno de Carvalho e sua Mãe Maria Aparecida de Jesus.
Nascido dentro de uma família simples teve uma infância semelhante à todo brasileiro que vive na
roça, morando em “casas cobertas de sapé, piso de chão batido e paredes de pau a pique as vezes
barreadas, as vezes não”.
Cursou o primeiro ano do curso primário em 1943 em Pântano, que seria depois Florínea, cidade
localizada próxima a Assis e também do Rio Paranapanema. Refere que como era tempo de guerra,
neste ano só aprendeu marchar e cantar Hinos.
Em Abril de 1944 sua família mudou-se para o Norte do Paraná Indo morar em Jaguapitã. Ficaram
neste local por um ano. Em 1945 seu pai comprou uma posse de um mineiro, que não se adaptara no
Paraná e quis voltar para a sua Minas Gerais. Ainda menino, XICO trabalhou de Sol a Sol, ajudando o
pai a abrir as suas terras derrubando as matas, capinando o mato e plantando as sementes de cereais
e mudas de café. Quando houve o corte das terras pelos Agrônomos do Governo, coube legalmente à
Família, trinta e três alqueires de chão da melhor qualidade das Terras paranaenses.
5 – Francisco de Assis Carvalho (Xico Trolha)
Hercule Spoladore
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Mesmo trabalhando na lavoura, ele tentou estudar, mas depois de seis meses de aula, a sua
professorinha mudou-se do local e XICO involuntariamente ficou afastado da escola, que ele haveria
sempre de sonhar com ela, pois sempre foi curioso, e pautava nas dúvidas a alavanca do saber e por
isso sempre desejou Se instruir a estudar, a desvendar os mistérios e as alegrias do conhecimento
Humano, e os “porquês” das coisas como ele mesmo dizia.
Seu progenitor adoecera em 1950, mudando-se com a família novamente para Jaguapitã. O sitio foi
vendido a preço baixo, para que se pudesse conseguir dinheiro para realizar um tratamento decente
para seu velho pai.
XICO aprendeu o ofício e foi trabalhar como oficial de alfaiate, já que esta profissão não exigia um grau
de escolaridade maior. E lá se passaram 15 anos neste trabalho. Em 1961, casou-se em Rolândia com
a Sra. Maria Aparecida Bianco. Teve duas Filhas Evelise (Trolhinha) e Maria da Glória (adotiva).
Em 1964 fez o curso de Admissão, conseguindo entrar no curso ginasial. Neste mesmo ano foi preso
em Rolândia, onde morava por participar de comando de uma greve de estudantes. Sempre se
confessou esquerdista, dizia sempre até com certo orgulho, que era Ateu e que tinha uma inclinação
muito grande para o comunismo.
Entretanto, eu, que o conhecia bem, acho que comunista que lê a Bíblia Sagrada, está mais para
“padre frustrado” ou “pastor evangélico enrustido”, que propriamente para adepto de Marx, Engels e
Lenin. Ele era possivelmente um deísta, que procurava obstinadamente as explicações para si, através
das dúvidas existenciais que todos nós livres pensadores temos.
Talvez apenas se julgasse comunista como protesto contra esta humanidade cheia de desigualdade
social, de egoísmo, de infâmia, de inveja, de ganância do poder, e de corrupção. Mas tenho certeza de
que ele tinha o seu Deus dentro de sua consciência, bem dentro de seu coração. Ele era de qualquer
forma irreligioso, mas respeitava as religiões.
Na cadeia conheceu um Maçom, José Barreto dos Santos que como ele também era da esquerda e
que começou ali mesmo atrás das grades, a lhe falar Sobre Maçonaria, sendo convidado para entrar
na Ordem. XICO ficou impressionado e ao mesmo tempo entusiasmado. Iria pensar no assunto.
Acabou sendo iniciado em 1965 tendo como Padrinho, o companheiro de prisão.Em 1965 muda-se
com a esposa e as filhas para Jandaia do Sul.
Sempre foi um pai que adorava suas filhas e um marido carinhoso. Sua esposa o chamava
carinhosamente de “Fran” e ele a chamava de ‘Doca” e “Minha Cida”. E quanto à Evelise, a chamava
de “Preta” ou “Bagulho”.
Esta forma irreverente de tratar as pessoas que ele mais amava era a sua maneira de mostrar o quanto
ele as queria. Mesmo apelidando, brincando ele o fazia com carinho e amor e ternura. E ninguém
achava ruim…Esse era o nosso Xico.
Em 1968 ele recomeçou a estudar, agora já com 34 anos de idade. Fez o Miniginásio, o Minicientífico e
por fim a Faculdade de Ciências e Letras de Jandaia Do Sul. Formou-se em Dezembro de 1973 como
Professor de Português-Inglês. Em Jandaia do Sul começou a explodir o seu gênio literário. Muito
embora, teve uma vida difícil nesta cidade, trabalhando na SANBRA, Companhia ligada a compra e
venda de café, trabalhou numa lotérica, montou uma fábrica de baterias, que não deu certo.
Entretanto, em meio a estas dificuldades foi aí que começou a despertar o seu lado cultural maçônico,
sempre apoiado por verdadeiros Irmãos os quais sempre os agradeceu. Fundou em 1971, juntamente
como Irmão Luciano Caetano de Souza, o Centro de “Estudos Maçônicos Alécio José Gomes”.
Em 1976 mudou-se de cidade, foi trabalhar numa Usina de Cana de Açúcar em São Pedro do Ivaí nos
Recursos Humanos da firma. Fez concurso para professor e foi aprovado. Dava aulas em João Pedro
do Ivai e na cidade vizinha de São João do Ivaí. Ficou pouco tempo nesta cidade.
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Em 1984 muda-se para Londrina, e cheio de sonhos, pretende levar avante a agora, Revista “A
Trolha” em substituição a outonal “A Trolha” que era ainda mais um jornal que ao lê-lo, suas folhas
caiam tal qual no outono caem às folhas das arvores. Expressão inventada pelo maçom e escritor José
Castellani que viria a ser um dos seus maiores Amigos. A “Trolha” teve seu primeiro número editado
em 10.04.1971. ainda em Jandaia do Sul. Em 04.10.1984 é fundada em Londrina a Editora “A Trolha”,
juntamente com mais dois sócios.
Logo que chegou a Londrina, foi convidado por mim para pertencer à Loja de Pesquisas Maçônica
“Brasil”, aceitou e chegou a ser seu Venerável por duas gestões. Ele foi o criador e grande estimulador
dos 08 Encontros de Membros correspondentes da Loja, sendo estes encontros, o ponto inicial da
união e identificação cultural de todos os escritores maçônicos do Brasil, nas duas últimas décadas.
Em Londrina, continuou com magistério, mas os afazeres com a Editora e a revista, lhe tomavam todo
o tempo e em 1986, deixa de dar aulas. Sua vida maçônica foi frondosa e abrangente e podemos dizer
que ele foi um verdadeiro Benfeitor da Maçonaria brasileira. Um dos maiores maçons da segunda
metade do século XX e parte do XXI. Sem sombra de duvidas, o maior divulgador da cultura maçônica
no Brasil até a presente data.
Era dotado de um fino humor crítico para as situações erradas que existem na Maçonaria atual. E não
perdoava em suas palestras estes erros. Desmistificava lendas, procedimentos, invenções, “achismos”
e costumes errados da Ordem. Não mandava dizer, dizia.
Usou uma editora e uma revista maçônicas, como meio de comunicação para unir todos os escritores e
pensadores maçônicos das últimas décadas e os publicou. A Editora “A Trolha” conta atualmente com
mais de 50 escritores publicados.
Iniciado em Rolândia no dia 27.11.1965 na Loja “Ciência e Trabalho” na cidade de Rolândia. Foi
elevado ao grau 2 em 04.04.1966 na Loja “Estrela do Norte II” de Mandaguarí e a o grau 3 na mesma
Loja em 25.11.1966. Tinha o grau 33 nos ritos REAA e Brasileiro.
Pertenceu a 36 Entidades Maçônicas, incluindo 14 Lojas como membro efetivo e 07 Academias
Maçônicas de Letras. Ocupou 20 cargos em Lojas e Corpos Filosóficos. Ajudou a fundar 18 Entidades
Maçônicas. Participou em cerca de 160 vezes de Congressos Seminários, Encontros, Medalhas,
Diplomas, lançamento de seus livros. Incontáveis números de palestras foram proferidas em todo o
Brasil. Não temos estatísticas a respeito de quantas palestras proferiu.
Foi Padrinho de 65 Irmãos na Maçonaria. Participou de 12 Comissões de Instalação de Mestre, e
também de 12 Comissões de Sagração de Templos. Foi membro de 21 Entidades culturais, entre
maçônicas e não maçônicas sendo a que ele mais se orgulhava era ser Membro Correspondente da
Loja Quatuor Coronati de Londres, n° 2076.
Publicou em vida 30 livros sobre Maçonaria e existe material que ele deixou pronto para mais 23 livros,
que sua filha Evelise (Trouxinha), também iniciada na Maçonaria Mista está organizando e editando
aos poucos. Já foram vendidos 185.000 livros de sua autoria.
Existem três Bibliotecas Maçônicas com seu nome. A mais antiga é a do Grande Oriente Independente
de Pernambuco, nome que foi dado pelo seu Grande Amigo e Irmão Antônio do Carmo Ferreira.
Existe uma Loja em Ponta-Porã com o nome Loja Maçônica “Francisco de Assis Carvalho”. Pertenceu
ao Rotary Club de Jandaia do Sul e ao Rotary Club de Londrina Sudeste. Referiu em uma entrevista ao
redator do Boletim do Rotary de Londrina, que em 1968 a 1971 foi redator do Boletim do Rotary de
Jandaia do Sul e que começou a escrever e desde então não conseguiu mais parar.
Era um tremendo crítico dos costumes e hipocrisias mundanas, da política, enfim da sociedade de um
modo geral. Citava especialmente a todo o momento, para os seus Amigos mais íntimos os conceitos
cínicos de deboche nada convencionais de Pitigrilli (Dino Segre, escritor e jornalista italiano) aplicados
à estas situações relacionadas com nossa sociedade supérflua. E ria gostosamente. Era um grande
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contador de piadas. Espírito alegre, brincalhão, e “gozador”. Conservou seu jeito brejeiro de intelectual
fortemente apegado às raízes.
Xico gostava muito das crianças. Nos últimos anos, seu aniversário que era no dia 04 de Outubro sem
que as crianças do imenso condomínio onde morava soubessem que ele estava aniversariando, ele
comemorava o Dia das Crianças patrocinando uma linda festa reunindo 80 a 100 crianças, neste dia
ele dizia ser um dos seus dias mais felizes da sua vida.
Sua grande paixão literária foi a poesia de um modo geral, mas em especial a de Castro Alves.
Possuía em sua biblioteca profana cerca de 130 títulos de livros de diferentes autores, a respeito do
grande vate patrício. Conhecia a fundo a vida e obra de um dos nossos maiores poetas. Declamava
muitas das suas poesias com vibração, com perfeição, e com a alma. Xico, apesar de amar a poesia,
nunca foi flagrado cometendo versos.
Grande declamador, tinha até o seu lado de ator quando declamava especialmente a pedidos de
Irmãos, a “Sob a Luz do Lampião” poesia gaúchesca” de autoria do Irmão José Paim Brites que faz
alusão simbólica a uma sessão maçônica transcorrendo num templo. Entretanto, onde ele colocava o
maior sentimento chegando mesmo a ser teatral era quando fazia a saudação à Bandeira Nacional,
aliás, o lindo texto era de sua autoria.
Vinha há algum tempo, decorando por sugestão minha, outra poesia “ A última rinha” escrita por um
poeta riograndense que contava a história de um “galo prateado que peleou na rinha contra um galo
colorado”. Ele a declamou em várias Lojas.
Sua Biblioteca entre livros sobre a Maçonaria e sobre cultura geral chegava aos 3.000 títulos em sua
casa, e mais 1.000 livros maçônicos na Editora ”A Trolha”. Gostava muito de criar passarinhos
chegando a ter 28 gaiolas em seu apartamento. As aves preferidas eram periquitos, jandaias e
calapsitas.
Aconteceu que sua Biblioteca foi aumentando de tal forma que começou a faltar espaço no
apartamento onde morava. Quando teve que decidir entre os pássaros e os livros, prevaleceu o pendor
para os livros, pois ele era o maior Amigo dos livros que Londrina conheceu. Deu de presente, com o
coração partido, todas as pequenas aves.
Gostava de música caipira, e ia verdadeiramente até as raízes. Conhecia tudo a respeito. Sabia como
foram compostas as mais famosas músicas deste gênero e as suas motivações. Fazia palestras sobre
o assunto.
Sua curiosidade e devoção na área era tal que foi até a cidade de Coromandel em Minas Gerais onde
está enterrado o compositor Goiá, para visitar o seu túmulo. Esteve em Coxim no Mato Grosso do Sul
para visitar a campa de Zacarias Mourão, debaixo de um pé de cedro. E esteve também em Itápolis-SP
para ter o prazer de caminhar na Avenida José Fortuna. Estes foram compositores de músicas caipiras
famosas.
Possuía em sua discoteca, 1500 CDs,1000 discos de vinil, e cerca de 300 fitas gravadas das músicas
que mais gostava. Quem viajasse de carro com ele por este Brasil afora, onde ia proferir suas
palestras, estava intimado a ouvir música caipira durante todo o trajeto da viagem. O Moura que era
seu anjo da guarda nas viagens que o diga.
Foi Presidente da Confraria da Viola de Londrina, que se reúne todas segundasfeiras, sem jamais ter
sido músico. Mas adorava a Música. A mais preciosa homenagem que esta Confraria lhe prestou foi ao
invés de orações e rezas, sem pastores, sem padres, sem crucifixos quando seu corpo estava sendo
velado no templo da Loja “Regeneração 3ª” de Londrina, cerca de 20 violeiros tocando suas violas,
cantaram com o maior sentimento, tristeza e respeito a “Cabocla Teresa” e “Porta do Tempo”, como
despedida.
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Os jovens De Molay, nos quais sempre acreditou e incentivou, lhe prestaram também uma
homenagem. Foi linda e triste.
Na sua doença, sabedor desde 1991 ano da sua cirurgia cardíaca, pois não lhe foi omitido nada a
respeito, que não lhe restavam muitos anos de vida, ainda viveu mais 10 anos, tomou uma decisão
heróica, própria de sua grandeza como Homem e como Maçom. Viveria maçonicamente cada minuto
como se fosse uma hora inteira. E assim se suplantando, teve a fase mais prolífera de sua vida como
escritor e palestrante. Modelo e parâmetro de vontade, dignidade e de auto-superação a ser seguido
pelas gerações vindouras e também por nós.
Este é o exemplo que um Grande Maçom deixa para a posteridade, para todos os Irmãos,
especialmente para os jovens que são a esperança da Maçonaria. Ele acreditava nesta verdade.
Tchau XICO, até qualquer dia, AMIGÃO.
Autor: Hercule Spoladore
Vida Maçônica
1964 – Convite para ingressar na Maçonaria, pelo lrmão José Barreto dos Santos (falecido).
GRAUS SIMBÓLICOS
1965 – Iniciação em 27 de novembro – Loja “Ciência e Trabalho” – Oriente de Rolândia – PR.
1966 – Elevação ao Grau de Companheiro – em 4 de abril – Loja “Estrela do Norte II” – Oriente de Mandaguari –
PR.
1966 – Exaltação a Mestre em 25 de novembro – Loja “Estrela do Norte II” – Oriente de Mandaguari – PR.
GRAUS FILOSÓFICOS
1968 – Grau 4 em 4 de maio – Cap. Regeneração III – Oriente de Londrina – PR.
1968 – Grau 9 em 5 de outubro – Cap. Regeneração III – Oriente de Londrina – PR.
1969 – Grau 14 em 3 de maio – Cap. Regeneração III – Oriente de Londrina – PR.
1969 – Grau 15 em 2 de outubro – Cap. Regeneração III – Oriente de Londrina – PR.
1970 – Grau 18 em 22 de novembro – Cap. Estrela de Arapongas – PR
1973 – Grau 19 em 26 de abril – Ilustre Cons. Kadosh – nº 13 – Londrina – PR.
1973 – Grau 22 em 26 de abril – Ilustre Cons. Kadosh – nº 13 – Londrina – PR.
1973 – Grau 25 em 11 de dezembro – Ilustre Cons. Kadosh Norte do Paraná – Filiado ao Supremo Cons. do Rio
Grande do Sul – RS.
1973 – Grau 30 em 11 de dezembro – Ilustre Cons. Kadosh – Norte do Paraná – Oriente de Arapongas – PR.
1977 – Grau 31 em 2 de abril – Supremo Cons. Rio Grande do Sul – RS.
1979 – Grau 32 em 20 de abril – Supremo Cons. Rio Grande do Sul – RS.
1979 – Grau 33 em 20 de abril – Supremo Cons. Rio Grande do Sul – RS.
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O Irmão João Anatalino Rodrigues
escreve aos domingos
jjnatal@gmail.com -
www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br
PITAGORISMO E MAÇONARIA
A figura que vemos ao lado é o chamado Teorema de Pitágoras, uma das
mais interessantes contribuições desse filósofo ao estudo da matemática.
Pitágoras (570 – 461 a. C) acreditava que o universo era regido por números.
Dessa forma, toda a filosofia estudada em sua Academia tinha como meta
descobrir as propriedades dos números, pois para ele a matemática era o elemento responsável
pela harmonia do universo. Assim, os números pares e ímpares e suas somas expressavam as
relações do universo que se encontram em permanente processo de mutação. Por isso o número
era considerado como a essência das coisas, o símbolo mais representativo do processo criativo do
mundo.
Para os adeptos do pitagorismo o cosmo é regido por relações matemáticas. É um pressuposto
que lhes foi sugerido a partir da observação dos astros. Dessa observação eles intuíram a
existência de uma ordem na estrutura do universo e que ela seria demonstrável em termos
matemáticos e geométricos. A alternância entre dia e noite, as estações do ano, o movimento
circular e perfeito das estrelas eram uma clara evidência desse pressuposto. Com isso eles
cunharam o termo cosmos, para mostrar que o universo era regido por uma ordem
numérica/geométrica que determinava a sua criação e desenvolvimento. Cosmos, portanto, é um
termo pitagórico que integra as ideias de ordem, harmonia e beleza.
Uma das conclusões extraídas dessas especulações foi que a matéria universal era granular. Em
consequência, a sua forma também seria esférica. Dessa maneira, todos os corpos celestes também
seriam esféricos. A partir dessa cosmovisão os pitagóricos também concluíram que a Terra
também era esférica e que ela girava ao redor de um centro. Alguns pitagóricos chegaram até a
intuir a rotação da Terra em volta de um eixo, mas o caráter esotérico que se atribuía ao
pitagorismo impediu que suas conclusões sobre astrologia fossem levadas a sério pelos defensores
da doutrina cristã. Assim, o pensamento pitagórico foi relegado à vala comum das heresias e
codificado como pernicioso ao espírito humano.
Porém, com a abertura proporcionada pelo Renascimento, o pitagorismo, junto com outros
sistemas filosóficos censurados pela Igreja, ressurgiu. Os intelectuais renas-centistas
redescobriram-no e perceberam quem nem tudo, como afirmavam os teólogos da Igreja, eram
heresias ou superstições inspiradas por pensadores influenciados pelo demônio. A maior
6 – Pitagorismo e Maçonaria
João Anatalino Rodrigues
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influência da escola pitagórica deu-se no domínio da geometria e foi aplicada no estudo da
astrologia e da astronomia, sendo também muito útil na arquitetura e nas ciências matemáticas.
Pitágoras afirmava que o número é o princípio fundamental que demonstra a essência do
universo. Ele não distingue forma, lei e substância nos elementos, como realidades em si
mesmas. Considera ser o número o elo que liga todas as coisas existentes no universo, quer dizer,
é o valor numeral do elemento que lhe dá identidade. A essa mesma conclusão chegaram os
cientistas ao determinar a existência do chamado número atômico, termo usado em física e
química para designar o número de prótons encontrados no núcleo de um átomo. Essa descoberta
foi associada ao físico britânico Henry Moseley e é hoje uma das principais ferramentas no estudo
das propriedades químicas e físicas dos materiais.
Os mestres cabalistas também tiveram a mesma inspiração ao intuir a existência de um valor
numérico no nome das pessoas. Esse nome, segundo a Cabala, é o “nome original” que a nossa
alma recebe quando sai do Centro Irradiante (o Criador), o qual é determinado segundo a
quantidade de luz nela existente.
Para os pitagóricos existiam quatro elementos na natureza: terra, água, ar e fogo, todos com
suas correspondências numéricas. O símbolo da escola pitagórica era o pentagrama. Essa figura
geométrica era um algoritmo importante na geometria porque ele possuia algumas propriedades
fundamentais que se projetavam em outras formas. Um pentagrama é obtido traçando-se as
diagonais de um pentágono regular; usando as intersecções dos segmentos dessas diagonais é
obtido um novo pentágono regular, que é proporcional ao original pela aplicação da chamada
razão áurea, que se expressa pela equação a+ b= a = √5.
Essa equação mostra a relação entre o número e a forma. Diziam os pitagóricos que o
pentagrama áureo tinha como principal propriedade o poder de decompor-se
infinitamente em uma sucessão de quadrados e retângulos sucessivos, todos
apresentando características singulares de individualidade, e ao mesmo tempo
conservando as propriedades do todo em que foram recortados. Por isso ele era
representativo do universo em todas as suas formas.
O TETRACTYS
Apesar da exatidão com que os pitagóricos trataram a matemática e a geometria, sua filosofia
sempre foi colocada na categoria de misticismo. Isso provocou a rejeição da Igreja e prejudicou
sua aceitação nos círculos científicos cristãos. A concepção pitagórica de que todas as coisas são
números, e que o processo de libertação da alma seria resultante de um esforço feito
basicamente pelo indivíduo nunca agradou aos teólogos do cristianismo. Os pitagóricos
afirmavam também que a purificação da alma era resultado de um trabalho intelectual, que
se dava através do estudo da estrutura numérica das coisas. Esse conhecimento faria da alma uma
unidade harmônica com os demais padrões energéticos do universo, porque punha a descoberto os
verdadeiros valores que se deve cultivar para a obtenção da chamada iluminação. Era um processo
de salvação da alma que estava nas mãos do próprio homem, excluindo a Igreja como
intermediária dessa relação. Essa foi a principal razão do pitagorismo acabar sendo colocado no
rol das heresias, embora Aristóteles, o filósofo mais respeitado pela Igreja, tivesse incorporado em
suas teses muitas concepções inspiradas pelos pitagóricos.
Os pitagóricos gostavam de demonstrar as várias propriedades dos números em figuras
geométricas. Um dos números mais importante na cosmogonia pitagórica era o 10, que eles
consideravam triangular. Esse número era chamado por eles de Tetraktys, ou, em português, a
tétrada. O Tetractys era uma espécie de pirâmide, ou triângulo onde se inscreviam os primeiros
numerais, base de toda numeração ordinal, dando como resultado um número místico,
representativo dos quatro elementos-base da natureza: fogo, água, ar e terra: ou numericamente:
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10=1 + 2 + 3 + 4, série que servia de representação para a totalidade do universo. Assim, a série
1,2,3,4, representaria individualmente a mônada, a dualidade, a trindade e o sólido, que
equivalem, de per si, ás quatro fases de manifestações de Deus no mundo. Essa ideia também foi
desenvolvida na tradição da Cabala, na doutrina dos quatro mundos. 1
Assim, a tétrada, que sempre era desenhada com um alfa em cima, dois alfas abaixo deste,
depois três alfas e por fim quatro alfas na base da pirâmide era o principal símbolo do
conhecimento, segundo a filosofia pitagórica.
ɚ
ɚɚ
ɚɚɚ
ɚɚɚɚ
O Tetractys era também uma representação do sistema solar. A partir desse símbolo Pitágoras
deduziu conhecimentos astrológicos extremamente exatos, só comprovados pela astronomia
moderna, embora no seu tempo apenas sete corpos celestes fossem conhecidos: saturno, júpiter,
marte, sol, vênus, mercúrio e lua.
O TETRACTYS E A CABALA
Para Pitágoras, todos o números tinham propriedades e identidades próprias que se
relacionavam, não só à forças da natureza, mas principalmente a valores morais. Numa escala de 1
a 12, que seria a escala própria do universo, partindo do princípio de que haveria 12 regiões
cósmicas (os 12 signos do zodíaco), os pitagóricos chegaram a interessantes concepções, muito
semelhantes àquelas deduzidas pelos cultores da Cabala.
Assim, o Tetractys simboliza os quatro elementos — terra, ar, fogo e água ─ e a sequência
1,2,3,4 a harmonia das esferas cósmicas. A soma dos números perfaz 10, que é o número perfeito
da mais alta ordem cabalista. Dez é também o número das Séfiras que compõem a Árvore da
Vida..
Na Árvore da Vida, o primeiro alfa, da primeira linha é Kether, a coroa da Criação, primeira
dimensão da Criação. A segunda linha, com dois pontos, representa a segunda dimensão. Na
Árvore Sefirótica ela representa Hokmah, a manifestação masculina da divindade. Numericamente
ela é o 2 e geometricamente aparece como dois pontos, ligados por uma linha paralela. A Terceira
linha, com três pontos, representa a terceira dimensão, que numericamente é o 3, a Séfira Binah,
formando um plano definido por um triângulo de três pontos. A quarta linha representa a
dimensão do universo físico (as demais séfiras) manifestado a partir da trindade acima
mencionada. Numericamente ela é o 4 e geometricamente um tetraedro, ou um cubo.2
Para os pitagóricos o Tetractys era um símbolo divino. Os iniciados nessa doutrina
desenvolveram até uma oração para introdução do culto á ela.
"Abençoa-nos, divino número, tu que dás geração aos homens e aos deuses! Ó divina, divina
Tectractys, tu que conténs as raízes da vida e mantém a criação fluindo eternamente! Tu começas
com a profunda e pura unidade e chegas ao sagrado quaternário. Então tu te tornas a mãe de
tudo, o que comporta, que engrandece, o primeiro nascido, o que nunca desaparece, o
fundamental e sagrado número dez, que tudo integra."
As escolas pitagóricas eram uma espécie de sociedade secreta. Assim, os iniciados deviam
fazer um juramento ao Tetractys. Depois disso serviam como aprendizes, em silêncio, durante três
anos. Eles acreditavam na existência de 2 quaternários de números, sendo o primeiro obtido por
adição e o segundo por multiplicação. Esses quaternários integrariam a música, a geometria e a
1
Ou seja, os mundos de Atziloth, Briah, Yetzirah e Assiah.
2
Na imagem o Tetractys, adaptado á tradição da Cabala, mostrando a sua relação com o Tetragrammaton.
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aritmética, disciplinas segundo as quais a harmonia do universo estava
estabelecida. O primeiro quaternário era formado pela sequência 1,2,3,4. No total
o universo comportaria 11 quaternários. E o mundo que deles resultava era
geométrica e harmoniosamente estruturado.
O símbolo acima foi criado por Jacob Boehme, filósofo místico do século
XVI. Ele representa o Tetractys com as iniciais do Tetragramaton, as quatro letras
do nome de Deus. Aqui temos uma perfeita interação simbólica entre o pitagorismo e a Cabala.
Isso porque pitagorismo e Cabala tem muitas coisas em comum. A Árvore Sefirótica da
Cabala, embora não tenha forma triangular, não obstante, é semelhante ao Tetractys em sua
conformação filosófica. Da mesma forma que as dez séfiras da Árvore da Vida da Cabala, os dez
números da Tetractys também se referem às fases de emanação da essência divina no mundo real,
e cada fase do quaternário corresponde a cada um dos mundos de emanação da Cabala. As dez
séfiras da Árvore da Vida correspondem, cada uma a um alfa do Tetractys.
O TETRACTYS E O TARÔ.
A tradição do jogo do Tarô tem muita influência vinda da Cabala e do pitagorismo. Na leitura
do Tarô, as combinações feitas com as cartas correspondem às diversas combinações dos números
da Tectratys, as quais são representações de futuros eventos, relacionados com a pessoa que as
consulta.
A primeira posição, marcada por um alfa, representa a capacidade de leitura das cartas, que dão
ao operador a habilidade de entender as outras. A segunda posição, marcada por dois alfas,
representa o cosmo e o indivíduo, e as relações entre ambos. A terceira fila, marcada por três
alfas, representa três tipos de decisão que um indivíduo deve tomar. A quarta fila, marcada por
quatro alfas, representa os quatro elementos. Eles estão conectados às forças dinâmicas da criação
e suas combinações estão relacionadas aos pensamentos, objetivos, emoções, oportunidades, e
todas as realidades físicas e psicológicas do indivíduo que as consulta. São relações que se
estabelecem á nível de inconsciente, pois como mostrou Jung em seus estudos sobre a Cabala, as
cartas do Taro representam arquétipos hospedados no Inconsciente Coletivo da Humanidade, que
são comuns a todas as pessoas em todos os tempos e lugares.
A INFLUÊNCIA NA MAÇONARIA
A Maçonaria, como sabemos, incorpora em seus ensinamentos uma boa dose de influência
cabalista e principalmente de pitagorismo. Grande parte da simbologia ligada à geometria,
trabalhada nos rituais maçônicos são de origem pitagórica. Ela está ligada não só a
visão cosmológica que a Arte Real tem acerca das propriedades do universo, como também em
relação às consequências morais que estão embutidas nessas relações geométricas e matemáticas,
já que elas são, ao mesmo tempo, materiais e espirituais. Destarte, como a Maçonaria sustenta que
o espírito do homem está ligado á Alma Mundi (a Alma do Mundo, o Espírito Criador, o GADU)
toda essa estrutura estaria representada na planta do Templo maçônico, que por sua vez, é uma
representação do próprio edifício cósmico.
Essa ideia, como vimos, está patente nas relações demonstradas no Tetractys. Assim, esse
símbolo também seria uma representação do próprio edifício cósmico, sendo o homem um reflexo
dessas relações.
Como todos os maçons sabem, o pitagorismo é uma das colunas mestras do ensinamento
maçônico, da mesma forma que a tradição da Cabala. Por isso vale a pena conhecer mais a fundo
essa extraordinária manifestação do pensamento humano para entender melhor os fundamentos da
Maçonaria.
JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 29/36
(as letras em vermelho significam que a Loja completou
ou está completando aniversário)
GOB/SC –
http://www.gob-sc.org.br/gobsc
Data Loja Oriente
04.05.1956 Acácia do Continente - 2014 Florianópolis
04.05.1956 Lauro Müller - 1694 Florianópolis
05.05.2001 Luz do Vale - 3370 (30/06/2010) Gaspar
06.05.1997 Comte. Lara Ribas - 3055 Florianópolis
08.05.1996 Zohar - 2948 Florianópolis
10.05.1995 Orvalho do Hermon - 2859 Brusque
13.05.1999 Libertação - 3228 São José
13.05.2000 União e Prosperidade - 3316 Florianópolis
15.05.2000 Fraternidade Barravelhense - 3314 Barra Velha
19.05.2001 União da Ilha - 3372 Florianópolis
19.05.2004 Costa Esmeralda - 3595 Itapema
20.05.1951 Acácia do Sul - 1346 Videira
20.05.2011 Harmonia e Fidelidade - 4129 Itapema
21.05.1998 Perfeição Biguaçu - 3156 Florianópolis
22.05.1998 Acad. Bruno Carlini - 3176 Baln. Camboriú
25.05.1902 Ordem e Trabalho - 0787 Florianópolis
28.05.1998 Obreiros de Trento - 3161 Rio dos Cedros
28.05.2008 A Caminho da Luz - 3925 Joinville
30.05.1997 Hiram - 3059 Mafra
30.05.2005 Phoenix - 3662 Baln. Camboriú
30.05.2008 Estrela Mística - 3929 Itajaí
31.05.2004 Luiz Alberto Pacenko - 3621 Florianópolis
Lojas Aniversariantes de Santa Catarina
Mês de maio
7 – Destaques (Resenha Final)
JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 30/36
GLSC -
http://www.mrglsc.org.br
Data Nome Oriente
04.05.1956 Lauro Muller nr. 07 Florianópolis
04.05.1992 Arte Real Palhocence nr. 51 Palhoça
07.05.1967 Obreiros de São João nr. 13 São Bento do Sul
08.05.1987 Phoenix nr. 46 Lages
09.05.1994 Acácia Pomerana nr. 60 Pomerode
09.05.2006 João Cândido Moreira nr. 87 São Francisco do Sul
10.05.2001 Eduardo Teixeira II nr. 80 Camboriú
11.05.1886 Luz Serrana nr. 12 Lages
12.05.1977 Fraternidade Timboense nr. 19 Timbó
23.05.2000 Luz do Planalto nr. 76 São Bento do Sul
27.05.1998 Luz, Paz e Fraternidade nr. 71 Indaial
27.05.1983 União Indaialense nr. 36 Indaial
GOSC
https://www.gosc.org.br
Data Loja Oriente
03/05/1982 Templários do Vale Indaial
07/05/2001 Artífices da Sabedoria Pomerode
09/05/2011 Luz e Verdade Blumenau
11/05/1982 Acácia do Sul Tubarão
13/05/1979 Milênio da Paz Chapecó
13/05/1999 Fraternidade Universal Florianópolis
15/05/1979 Justiça e Trabalho Balneário Camboriú
16/05/2008 Cavaleiros do Oriente Biguaçu
20/05/1996 Manoel Galdino Vieira Florianópolis
23/05/2013 Triângulo União Fraterna Florianópolis
25/05/1902 Ordem e Trabalho Florianópolis
26/05/2002 Colunas do Vinhedo Urussanga
30/05/1990 Obreiros da Luz Lages
30/05/2000 Lázaro Gonçalves de Lima São José
30/05/2012 Luz e Sabedoria Joinville
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Maçonaria na Austrália:
Maçons Australianos Famosos:
Irmão Alan Mansfield
Grão-Mestre da Grande Loja de Queensland
O Irmão Alan Mansfield nasceu em Brisbane Queensland, em 30 de setembro de
1902. Seu pai faleceu quando ele tinha dois anos. Começou seus estudos e foi
educado na Escola de Gramática da Igreja Anglicana, em Brisbane e depois foi
estudar em Sydney, na Faculdade de St. Paul, Universidade de Sydney, graduando-se
em Direito, no ano de 1924. Em 22 de julho desse mesmo ano, foi admitido como
advogado do Supremo Tribunal de Queensland e deu início a 15 anos de
prática. Casou com Beryl Susan Barnes Dor em 16 de Dezembro de 1933.
Tiveramdois filhos e uma filha.
Em 17 de maio de 1940, o Ir Mansfield foi nomeado um juiz do Supremo Tribunal
de Queensland. Para o final da Segunda Guerra Mundial, foi nomeado para a
Comissão Australiana de Investigação sobre Crimes de Guerra e Crimes de Guerra ao
Comissariado das Nações Unidas em Londres (1945).
Ele se tornou o promotor-chefe da Austrália nos julgamentos de crimes de guerra
perante o Tribunal Militar Internacional para o Extremo Oriente em Tóquio (1946-
1947). Mansfield tornou-se juiz puisne sênior do tribunal em 20 de março de 1947,
tendo sido nomeado Chefe de Justiça de Queensland em 9 de Fevereiro de 1956, e um
Cavaleiro Comandante da Ordem de São Miguel e São Jorge em 1958.
Mansfield demitiu-se do tribunal em 21 de fevereiro de 1966, para assumir sua
nomeação como governador de Queensland (1966-1972). Ele se tornou um Cavaleiro
Comandante da Real Ordem Vitoriana em 1970. Também foi reitor da Universidade
de Queensland (1966-1976) e recebeu o título de Doutor em Leis em 1970. Mansfield
morreu em 17 de Julho de 1980.
Durante o seu mandato como Governador, também foi Grão-Mestre da Grande Loja
de Queensland.
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JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 33/36
Loja Mount Moriah nr. 3327 – GOB/SP - (Fotos JB News)
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Os vídeos são pesquisados ou repassados, em sua maioria, por irmãos colaboradores do JB News.
1 –
Essas Poderosas Palavras Mostram Toda a
Beleza da Vida!
2 –
Guia Completo: Tudo que Você Precisa Saber
Sobre a Anemia
3 –
Esses Animais Exóticos Trazem Mais Cor e
Beleza ao Mundo!
4 –
Arte Na Confeitaria: Beleza e Sabor de Bolos
Espelhados
5 –
Você Já Ouviu Esta? O Político No Céu
6
Emocione-Se Com Este Lindo Tributo a Elvis
Presley!
7 – Filme do dia: “O Vale da Vingança” – Faroeste – dublado
https://www.youtube.com/watch?v=d8FdIxMcREo
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O Irmão e poeta Sinval Santos
da Silveira *
escreve aos domingos no
“Fechando a Cortina”
Era linda, aquela alma !
Cantava, gemia e até parecia me amar.
Meu coração, dia e noite, da sua formosura
se lembrava.
Era o meu orgulho, minha sina, minha vida !
No campanário, quando os sinos dobravam,
seu nome pronunciavam e com ciúme eu
ficava.
JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 36/36
Foi o mais lindo presente que Deus me
ofertou !
Mas, pouco tempo durou.
Explodiu, tal qual um cristal batido ao chão.
Tentei, em vão, reunir os fragmentos, mas
impossível se tornou.
Nenhum caco, como antes, se ajustou.
Transformou-se numa arma de guerra, para
mim apontada, sempre pronta a ser disparada, ameaçando o meu
coração.
Que decepção !
Devolvi a Deus o presente, pedindo perdão.
Aquela alma de cristal, era a residência do bem mas, também, do
mal.
Veja mais poemas do autor, Clicando no seu BLOG:
http://poesiasinval.blogspot.com
* Sinval Santos da Silveira -
MI da Loja Alferes Tiradentes nr. 20 – Florianópolis

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Jb news informativo nr. 2066

  • 1. Nesta edição: Pesquisas – Arquivos e artigos próprios e de colaboradores e da Internet – Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e www.google.com.br Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores. Saudações, Prezado Irmão! Índice do JB News nr. 2.066 – Melbourne (Vic) - domingo, 29 de maio de 2016 Bloco 1 -Almanaque Bloco 2 -IrNewton Agrella – “Homens que de sua terra não saem são navios que não saem do estaleiro” Bloco 3 -IrJoão Ivo Girardi - Os Autores mais criativos da História – 1ª. parte (Coluna do Ir João Gira) Bloco 4 -IrJosé Ronaldo Viega Alves – A Alquimia foi incorporada à Maçonaria por Maçons ..... Bloco 5 -IrHercule Spoladore – Francisco de Assis Carvalho (Xico Trolha) Bloco 6 -IrJoão Anatalino Rodrigues – Pitagorismo e Maçonaria Bloco 7 - Destaques JB – hoje com versos do Irmão e Poeta Sinval Santos da Silveira
  • 2. JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 2/36 Banquete Maçônico - Origens, Preparação & Ritualística (Livro com 408 páginas, medindo 15 x 21cm) Autor: Helio P. Leite VALOR DE VENDA: R$ 59,99 Banquete Maçônico II - Simbolismo, Rituais & Gastronomia (Livro Com 282 páginas, medindo 15x21cm) Autor:Helio P. Leite Valor de Venda:R$ 50,00 COMO COMPRAR: banquetemaconico@gmail.com livro@banquetemaconico.com.br www.banquetemaconico.com.br Autor: Irmão Hélio Leite, contato: telefones (61) 8163-4605 e (85) 8662-2821 1 – ALMANAQUE Hoje é o 150º dia do Calendário Gregoriano do ano de 2016– (Lua Quarto Minguante às 9h12) Faltam 216 para terminar este ano bissexto Dia do Geógrafo e dia do Estatístico Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço eletrônico, POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebeu a presente mensagem, para evitar atropelos em nossas remesssas diárias. Obrigado. Colabore conosco para evitar problemas na emissão de nossas mala direta diária. LIVROS
  • 3. JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 3/36  29 de maio de 1453 a queda de Constantinopla  1385 — A batalha de Trancoso entre forças Portuguesas e Castelhanas é primeiro sinal da vitória dos portugueses durante oInterregno que é a Crise de 1383-1385.  1453 — Queda de Constantinopla; o sultão otomano Mehmed II conquista Constantinopla depois de um cerco de seis semanas, pondo fim ao Império Bizantino, um evento que muitos consideram marcar o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna.  1652 — A Batalha de Goodwin Sands dá início a Primeira Guerra Anglo-Holandesa  1765 — Na assembleia de Virgínia, Patrick Henry contesta o direito da Inglaterra lançar contribuições sobre as colónias.  1790 — Rhode Island torna-se o 13º estado norte-americano, após ter ratificado a Constituição americana.  1848 — Wisconsin torna-se o 30º estado norte-americano.  1853 — Fundação da cidade de Natividade da Serra pelo Coronel José Lopes Figueira de Toledo.  1854 — A Cidade de Santo Amaro da Imperatriz é fundada.  1913 — O balé de Igor Stravinski A Sagração da Primavera estréia com escândalo em Paris.  1919 — Observação de variações na posição de estrelas durante o eclipse solar total confirma a teoria da relatividade de Albert Einstein.  1925 — O explorador inglês Percy Harrison Fawcett parte para a missão na qual ocorreria seu desaparecimento na Serra do Roncador, estado de Mato Grosso, Brasil.  1953 — O Sherpa Tenzing Norgay e Sir Edmund Hillary são os primeiros a atingir o cume do Monte Everest.  1969 — Estoura em Córdova (Argentina) um movimento de trabalhadores e estudantes, conhecido como o Cordobazo, que causou a morte de 14 pessoas.  1987 — Inauguração da Casa e do Parque de Serralves  1988 — Começa em Moscou a reunião de cúpula Reagan-Gorbachov em que se foi acertado um acordo sobre a notificação prévia do lançamento de mísseis intercontinentais e outro sobre a verificação conjunta de provas atômicas.  1998 — A FEPASA (Ferrovia Paulista S.A.) é extinta ao ser incorporada a RFFSA (Rede Ferroviária Federal), iniciando-se assim o processo de privatização da malha ferroviária brasileira.  1999 — Olusegun Obasanjo é eleito presidente da Nigéria, na primeira eleição civil após 16 anos de governo militar.  2005 — A população francesa rejeita a Constituição Europeia. EVENTOS HISTÓRICOS (fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki) Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas
  • 4. JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 4/36 1926 A cidade de Blumenau, nesta data, recebe a visita do presidente eleito da República, Washington Luiz Pereira de Souza. 1945 Morre, no Rio de Janeiro, Henrique Carlos Boiteux, Fez carreira na Marinha onde chegou ao posto de almirante. Autor do projeto das Armas e Bandeira de Santa Catarina, símbolos estabelecidos pela Lei nº 126, de 15 de agosto de 1895. Foi constituinte estadual, Historiador, dedicou-se assuntos catarinenses, destacando-se “Santa Catarina na Marinha” e “Santa Catarina no Exército”. Pertenceu à Academia Catarinense de Letras, ocupando a cadeira nr. 21. 1798 Fundação do Grande Capítulo dos Maçons do Real Arco da Carolina do Sul – USA. 1914 Fundação do Grande Capítulo dos Maçons do Real Arco de Alberta, Canadá. 1937 Nasce em Araraquara SP José Castellani, um dos maiores e mais fecundos escritores maçônicos brasileiros. Fatos maçônicos do dia Fonte: O Livro dos Dias 20ª edição (Ir João Guilherme) e acervo pessoal históricos de santa catarina Extraído de “Datas Históricas de Santa Catarina” do Jornalista Jali Meirinho e acervo pessoal
  • 5. JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 5/36 Ir Newton Agrella - Cim 199172 M I Gr 33 membro ativo da Loja Luiz Gama Nr. 0464 e Loja Estrela do Brasil nr. 3214 REAA - GOSP - GOB newagrella@gmail.com "HOMENS QUE DE SUA TERRA NÃO SAEM SÃO NAVIOS QUE NÃO SAEM DO ESTALEIRO" O patriarca da Independência e um dos expoentes da Maçonaria Brasileira - grande estadista José Bonifácio de Andrada e Silva - dizia do alto de sua sabedoria que "Homens que da sua terra não saem são navios que não saem do estaleiro". O significado e o simbolismo contidos nessa afirmação dão conta do caráter mais que verdadeiro da necessidade que o Homem tem de ganhar o mundo para travar novos conhecimentos e ampliar sua capacidade de reflexão e comparação com tudo que o cerca. Errando pelo mundo, seja profissionalmente ou a passeio, é a forma mais contundente de interagir com culturas diferentes. Ao tirarmos a nossa nau do estaleiro e singrarmos os mares em busca daquilo que nunca vimos, isso nos transforma em cidadãos do mundo, que aos poucos nos faz reconhecer que os nossos valores podem se ampliar e ganhar dimensões até então inimagináveis. Viajar nos transporta exterior e interiormente em todos os sentidos. Não apenas a ação física de nossa locomoção, mas principalmente de nossa consciência e arbítrio que nos mostram que os limites de nossas idéias e de nossos conceitos sobre o "modo de viver" de outros povos - nos fazem capazes de entender e respeitar as diferenças. Lugares despertam curiosidade e abrem-se como novos cenários para as nossas empreitadas. Os lugares tem cheiros, cores, sabores, clima e vida próprios. Ao desembarcarmos em outras paragens começamos a perceber que as nuances e opções que a Vida nos oferece são múltiplas e inesgotáveis. 2 – Editorial de domingo – “Homens que de sua terra não saem são navios que não saem do estaleiro” - Newton Agrella
  • 6. JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 6/36 A maneira de se vestir, a jeito de caminhar, a formalidade ou informalidade de cada povo, o modo de se abordar um ao outro, a solenidade ou a irreverência que caracterizam as pessoas de cada lugar, são tênues exemplos da riqueza que envolve a cultura de cada País. Mesmo dentro do próprio Brasil, que se constitui num verdadeiro continente, observamos com muita clareza as sutis diferenças que marcam o nosso povo. Seja no sotaque, no ritmo de vida, na saudação e na própria geografia que são elementos distintos e que se revelam fatores de adaptação e de entendimento quando se confluem. Viajar é sempre levar e deixar um pouco de si mesmo para cada lugar que se vai. É a experiência de conviver com o inusitado e trazer na bagagem do pensamento e do coração aquilo que pudemos abstrair como forma de acumular Conhecimento. Ao viajarmos passamos a enxergar o Mundo com outros olhos, posto que começamos a entender e a respeitar inclusive como os outros nos vêem, passamos a ser objeto de observação e de consideração por parte dos estrangeiros. Assimilamos o papel de forasteiros, cuja identidade se constrói a partir de nossa postura, nosso comportamento e de como conseguimos traduzir o nosso conteúdo. O poder de observação e de percepção se acentuam substancialmente quando empreendemos jornadas, uma vez que nossa atitude perante aquilo que nos é novidade, sempre nos coloca em sinal de alerta e de cuidado para que possamos minimamente nos fazer integrar e compartilhar com gente que cultiva hábitos e tradições diferentes das nossas. Especialmente quando viajamos para o exterior, o idioma também se revela outro fator preponderante para a nossa interação no que concerne a nossa capacidade de nos comunicarmos, negociarmos e nos fazermos entendidos. Nada mais prosaico e tradicional, quando por exemplo ao viajarmos para o Extremo Oriente, trocarmos pequenos presentes (sobretudo para as culturas como a chinesa, a japonesa e a coreana) ao iniciarmos tratativas de negócios. Isso faz parte da própria atividade de interação cultural. Assim como "arrotar" ao término de uma refeição como sinal de reconhecimento pela comida saborosa que foi servida e forma de agradecer pelo compartilhamento daquele instante especialmente entre povos orientais. Inúmeros exemplos a perderem-se de vista podemos elencar nesse processo, e que se tornam cada vez mais nítidos e naturais quando viajamos e acumulamos novas experiências que fazem do Homem um agente universal de sua trajetória. Boa Viagem e até breve ! Fraternalmente Newton Agrella
  • 7. JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 7/36 O Ir. João Ivo Girardi joaogira@terra.com.br da Loja “Obreiros de Salomão” nr. 39 de Blumenau é autor do “Vade-Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite” Premiado com a Comenda do Mérito Cultural Maçônico “Aquiles Garcia” 2016 da GLSC. Escreve dominicalmente neste 3º. Bloco. Os Autores Mais Criativos da História 1ª Parte Texto extraído e condensado do livro: Gênio, de Harold Bloom. Editora: Objetiva. Ed. 2002. Introdução do autor: A genialidade literária, difícil de ser definida, para ser constatada, depende de uma leitura profunda. O leitor aprende a se identificar com aquilo que lhe parece uma grandeza que pode ser somada ao eu, sem com isso violar a integridade do ser. A noção de ‘grandeza’ está fora de moda, assim como a ideia de transcendência, mas é difícil continuar vivendo sem alguma esperança de se deparar com o extraordinário. Encontrar o extraordinário em outra pessoa é experiência cujas propensões são enganosas ou ilusórias. A isso chamamos ‘apaixonar-se’; deparar-se com o extraordinário em um livro - seja a Bíblia, ou as obras de Platão, Dante, Proust - é benefício, praticamente sem custo. Os escritos dos gênios constituem o melhor caminho em direção à sabedoria, que é, creio eu, a verdadeira utilidade da literatura para a vida. O historiador vitoriano Froude observou que gênio é uma fonte cujo conteúdo é sempre mais caudaloso do que o líquido que jorra. Sobre a Organização do Livro: O autor dividiu a centena de gênios da linguagem em conjuntos, denominados Lustros, nesse sentido, refere-se ao brilho decorrente da luz refletida, o lustre, o esplendor de um gênio refletido em outro. Lustro 1 William Shakespeare: (1564-1616): É duvidoso que, no leito de morte, Shakespeare, com apenas 52 anos, pudesse se consolar por ter criado Hamlet, Fasltaff, Rei Lear, Iago, Cleópatra, Rosalinda, MacBeth, Otelo, Romeu e Julieta, A Megera Domada, A Tempestade, O Mercador de Veneza, Sonho de Uma Noite de Verão: homens e mulheres cuja realidade, supostamente ficcional, transcende a nossa. A linguagem de Shakespeare é fundamental à arte por ele praticada, e é uma linguagem exuberante. O poeta demonstra imensa propensão a cunhar novos termos, e sempre me estarrece o fato dele ter empregado mais de 21 mil palavras diferentes. Dentro desse léxico, ele inventou, aproximadamente, uma em cada 12 palavras: cerca de 1.800 neologismos, muitos dos quais de uso corrente. 3 – Os Autores Mais Criativos da História (1ª. parte) João Ivo Girardi
  • 8. JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 8/36 Miguel de Cervantes: (1547-1616): A vida de Cervantes foi tão repleta de incidentes e infortúnios que, em grande parte, parece exemplificar os relatos ficcionais desse que foi o maior escritor em língua espanhola, eminência, para todo o sempre, comparável a Dante, Shakespeare, Montaigne, Goethe e Tolstoi. Dom Quixote é obra de tamanha originalidade que, cerca de quatro séculos após ter sido escrita, continua sendo o trabalho de ficção em prosa mais avançado que existe. Conta as aventuras e desventuras de um fidalgo, o personagem-título, e de seu criado Sancho Pança. Dividido entre a ilusão e a realidade, Dom Quixote é considerado o símbolo do espírito idealista e aventureiro do ser humano. Já Sancho Pança é o arquétipo do lado realista e do bom senso. Frase de Cervantes: A verdade alivia mais que machuca. E estará sempre acima de qualquer falsidade como o óleo sobre a água. Michel Montaigne: (1533-1592): O primeiro dos ensaístas continua sendo o melhor. Montaigne criou o termo ensaio, um experimento, um teste ao seu raciocínio, fundamentado na autoanálise. Os Ensaios de Montaigne foram um sucesso imediato, e continuam sendo, para leitores sérios em quase todas as nações. John Milton: (1608-1674): Se considerarmos que nos seus últimos anos Milton esteve totalmente cego, temos, em Paraíso Perdido, um oráculo de vida interior. Esse poema é um esplendor do barroco: presta-se à reflexão infinita; lido em voz alta, é assombroso, e constituiu um eterno desafio, até aos admiradores mais ardorosos. A um leitor novato, leigo e carente de conhecimento de Literatura Clássica, convém ler Paraíso Perdido como uma espetacular obra de ficção científica. Os rivais de Milton em língua inglesa são poucos: Shakespeare, Pope, James Joyce. Leon Tolstoi: (1828-1910): A obra do escritor Leon Tolstoi é dividida pelos críticos em duas partes a primeira reúne obras como Guerra e Paz, romance que exaltava a coragem e as virtudes do povo russo e Anna Karenina, que acabou não agradando a crítica da época. Já nesta primeira fase, o autor já manifestava interesse por assuntos de ordem espiritual. A segunda fase literária de Tolstoi é marcada pelo interesse em propaganda política, por um arrefecimento do seu potencial criativo e um crescente isolamento do mundo secular para abraçar de vez a religião. Segundo os biógrafos, desde muito cedo, Tolstoi manifestaria seu interesse pelas motivações e comportamentos do homem. Os escritos da última fase fizeram com que o autor passasse a ser lido no Ocidente. Foi das obras de Tolstoi que Gandhi extraiu o conceito de resistência passiva pela não-violência. Lustro 2 Lucrécio: (99-55 a.C.): Tito Lucrécio Caro, o mais eloquente defensor do ateísmo e do materialismo metafísico em nossa tradição, tem sido, constantemente, lido de maneira equivocada, fato, com toda certeza, inevitável, de vez que a filosofia epicurista de Lucrécio é inaceitável ao Cristianismo, ao Islamismo, ao Judaísmo e a toda religião ocidental. São Jerônimo descartou Lucrécio, difamando-o com tamanha eficácia que o poeta desapareceu durante mais de mil anos, sendo resgatado somente no século XV. Sua maior obra é o esplêndido poema didático Sobre a Natureza das Coisas. Virgílio: (70-19 a.C.): Poeta, psicólogo-teólogo e poeta dos poetas. Virgílio morreu sem ter concluído o épico Eneida, e, claramente, desejava a destruição do manuscrito. O herói épico, protagonista, é baseado em Otávio César, o Imperador Augusto (sobrinho e herdeiro de Júlio
  • 9. JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 9/36 César), que derrotou Antônio e Cleópatra e, indiscutivelmente, fundou o Império Romano. Augusto era protetor de Virgílio; foi Augusto que recebeu e preservou a Eneida, contrariando a vontade do autor no leito de morte. Santo Agostinho: (354-430): Agostinho foi um escritor extraordinário e intelectual formidável. Defendia a dispersão dos judeus, e não o seu extermínio, mas foi também o primeiro teórico da Inquisição. Atualmente, muitos leitores das duas obras mais célebres - Confissões e A Cidade de Deus - pendem a uma reação ambivalente, a não ser os crentes dogmáticos. Como narrador das Confissões, Agostinho torna-se um Enéas cristão, ao mesmo tempo, perturbando-nos e nos impressionando tanto quanto Enéas de Virgílio. A fiel concubina de Agostinho, mãe de seu filho, foi, duramente, abandonada, à semelhança de Dido. Se Enéas pode parecer um puritano hipócrita, Agostinho pode parecer algo pior, um santarrão presunçoso. Vale lembrar, porém, que grandes gênios nem sempre têm personalidade capaz de espalhar alegria à sua volta. Os estudos da consciência, Agostinho, com efeito, iniciou com Plotino, mas rompeu, decisivamente, com o neoplatonismo ao entender o autoconhecimento como resultado da memória, e não da intuição. Agostinho, ao lado de Ambrósio e Jerônimo se tornou um dos fundadores da Idade Média. Dante Alighieri: (1265-1321): Apesar de ser casado, Beatriz, dama florentina, é o seu amor platônico e a personagem central da sua maior obra Divina Comédia, grandioso poema alegórico, filosófico e moral que resume a cultura cristã medieval. A sua estrutura reproduz concepções cosmológicas e teológicas da época. É uma obra de rica simbologia mística: Beatriz, convertida em ideia espiritual após a sua morte, personifica a teologia ou sabedoria divina, com a qual a alma percorre as vias da razão até alcançar a graça e a união com Deus. Mas tudo isso está impregnado das ideias e crenças de Dante, das suas recordações e esperanças, dos seus amores e ódios, da poderosa inspiração e da personalidade deste formidável escritor. Geoffrey Chaucer: (1340? -1400): Quando estava com cerca de 46 anos, Chaucer começou a escrever os Contos de Canterbury, tarefa da qual se ocuparia até o fim da vida. Foi o autor mais marcante da língua inglesa, excluindo-se Shakespeare. Lustro 3 O Javista: (980?-900 a.C.): O maior escritor da língua hebraica, conhecido pelos estudiosos como J, ou Javista, escreveu os textos cruciais que hoje chamamos Gênese, Êxodo e Números, entre os anos 950 e 900. O Livro de J encontra-se inserido no vasto arcabouço que se estende desde Gênese até Reis, criado por um autor -editor - o chamado Redator -, exilado na Babilônia, por volta de 550 A.C. O personagem mais surpreendente de J não é Abraão, nem Jacó, nem Moisés; é misteriosamente, o próprio Javé, Deus, não apenas como personagem literário, mas, de modo memorável, como Deus. Mais uma vez, não incorro em qualquer ultraje: há quase três mil anos o Javé bíblico é um escândalo, porque é humano, humano demais. Os estudiosos do AT observam: Na verdade, na concepção de Israel, até o próprio Javé tinha forma humana. Mas o nosso modo costumeiro de expressar tal condição vai exatamente de encontro às ideias do AT, pois, segundo o javismo, não se pode dizer que Israel considerava Deus antropomórfico, mas o contrário, que considerava a o homem teomórfico. O texto do Javista é absolutamente fabuloso. J foi absolutamente original, um gênio jamais inteiramente assimilado pela tradição bíblica e que ele na verdade, não imaginava iniciar, mas que dela se escandalizaria, caso se conscientizasse da totalidade das implicações do texto em questão.
  • 10. JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 10/36 Sócrates: (469-399 a.C.) e Platão: (429-347 a.C.): A ironia socrática se apresenta na forma da ignorância, e, com espirituosidade, pega a pessoa por meio da sabedoria. Diz Montaigne, Foi Sócrates que fez a sabedoria humana descer, novamente, do céu, onde desperdiçava seu tempo, e ser restituída ao homem, ao qual ela desempenha as tarefas mais típicas, árduas e úteis. Vem de Platão tudo o que ainda hoje é escrito e debatido entre os pensadores. Um grande dano é o que ele causa à nossa originalidade. Nele chegamos à montanha da qual rolaram as pedras. São Paulo: (? -67): Poucos seriam os leitores que não teriam dificuldade em aceitar a expressão o gênio de Jesus. Paulo não foi o segundo Fundador do Cristianismo, foi o primeiro. Embora, evidentemente, letrado, Jesus nada escreveu, assim como Sócrates e (provavelmente) Confúcio nada escreveram. Os três dirigiam-se, no mais das vezes, a discípulos, e sabiam que a sua sapiência seria transmitida, oralmente e por escrito. Não temos como avaliar a acuidade dos respectivos meios de transmissão, em nenhum dos três casos. A ironia, que afirma uma coisa e quer dizer outra; é necessariamente, um meio indireto de comunicação, e tanto Jesus quanto Sócrates falavam como ironistas. O mesmo se aplica a Confúcio. Mas a ironia de Jesus é mais problemática, pois, desses três mestres da sabedoria, ele foi o único a ser divinizado... Conquanto Jesus houvesse acendido um fogo na terra, foi Paulo que o fez resplendecer... Sem Paulo, o que chamamos hoje de Cristianismo não teria triunfado. Maomé: (570? -632): Os muçulmanos achariam um tanto estranho a menção ao gênio do Profeta, mas o gênio de natureza religiosa ou espiritual não pode ser descartado. Profetas são pessoas dotadas de muitos talentos, mestres de linguagem. De acordo com a tradição muçulmana, Maomé não sabia ler ou escrever, e recitava Alcorão (a palavra significa recitação) seguindo a voz de Deus, possivelmente através da mediação do Anjo Gabriel. Sendo, antes da revelação profética, um mercador bem sucedido, supõe-se, não seria o que chamamos de analfabeto, mas a tradição muçulmana parece subentender que o Profeta não havia lido a Bíblia Hebraica e o NT grego. Embora Maomé, necessariamente tenha uma dívida literária com textos judaicos e cristãos já desaparecidos, a arrasadora originalidade espiritual e criativa do Profeta não pode ser questionada. Nenhuma outra figura da História religiosa da humanidade legou-nos um texto em que a única voz presente é a de Deus. A audácia, característica precípua de Maomé, empresta um efeito literário ao Alcorão absolutamente singular. É impossível relaxar durante a leitura do Alcorão, ou ao recitá- lo, seja a sós ou com outras pessoas. Lustro 4 Samuel Johnson: (1709-1784): Escritor e lexicógrafo britânico. O maior monumento relacionado à Johnson não é sua obra, mas sim a famosa biografia que dele escreveu seu discípulo James Boswell, intitulado Vida de Samuel Johnson. Relato da Vida do Sr. Richard Savage é considerado o melhor tratado em língua inglesa sobre as virtudes e defeitos da natureza humana. James Boswell: (1740-1795): Aqui está a invenção da biografia. Antes da publicação de Vida de Johnson, em 1791, havia uma infinidade de Vidas, mas nenhuma delas com a exatidão e a insolência que nos era lícito esperar do biógrafo investigador. John Wolfgang von Goethe: (1749-1784): Goethe é o ultimo sábio da literatura secular ocidental, que pode ser denominada Humanismo. Uma das qualidades mais revigorantes de Goethe é a irreverência: Fausto é obra que contém uma ousadia maravilhosa, cujo principal objetivo é manifestar a totalidade e a complexidade do gênio de Goethe. Desde o início da sua carreira,
  • 11. JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 11/36 Goethe foi um escritor inteiramente secularizado, pouco tendo a ver com Deus ou Cristo. A missão por ele perseguida foi a de livrar do Cristianismo a poesia. Sigmund Freud: (1856-1939): Freud é um esplêndido escritor discursivo, certamente o maior ensaísta do século XX. O leitor deve ler Freud sem presumir que ele tudo sabe. Não há gnose ou sabedoria secreta em Freud, mas há uma visão extremamente aberta e muito conhecimento pragmático. Seus livros mais lidos são: Totem e Tabu, O Problema da Ansiedade e Psicopatologia da Vida Cotidiana. Thomas Mann: (1875-1955): A Montanha Mágica e Doutor Fausto são obras esplêndidas. Nos dias de hoje, Mann é submetido a irônico renascimento como escritor homossexual, recentemente exposto. Seria de se esperar que os tangíveis méritos estéticos de seus romances e contos bastassem para garantir-lhe a sobrevivência literária no terceiro milênio, mas Mann, tanto quanto o seu heróico Goethe, era um grande ironista, e a ironia é algo difícil de ser resguardado no momento atual. Thomas Mann tinha uma mãe brasileira e a ascendência tropical da família influenciou o Prêmio Nobel de Literatura. Lustro 5 Friederich Nietzsche: (1844-1900): Nietzsche proclamou o Cristianismo a religião do niilismo e, portanto, decadente. O título O Anticristo induz uma interpretação equivocada, pois Nietzsche não se opõe a Jesus, mas ao Cristianismo histórico e institucional, à sua moralidade e teologia. O Novo Testamento, e especialmente Paulo, é rejeitado por Nietzsche, mas, em última instância, o filósofo identifica-se com o Nazareno crucificado. O argumento mais potente em O Anticristo apresenta o Cristianismo como a religião do ressentimento e da vingança, e não do amor e do perdão. Seu gênio brilha em Genealogia do Mal. Sören Kierkegaard: (1813-1855): Kierkegaard sempre desejou, ardentemente, ser apóstolo de Cristo, e não apenas um gênio solitário. Não poderia ter apreciado a ironia terrível de que, para a maioria de nós ele é um gênio literário, a despeito de suas intenções espirituais. Nós pensamos em Kierkegaard como o autor de Repetição, Um ou Outro, A Enfermidade Mortal e O Conceito de Angústia, obras extraordinárias em que predominam a ironia, a inventividade e a acuidade psicológica, e em que as noções religiosas tendem a ser secundárias. Franz Kafka: (1883-1924): Escritor tcheco que morreu antes de completar 41 anos. Kafka, nas condições de indivíduo e de escritor, foi uma sequência de imensos paradoxos. As suas maiores obras de ficção são: O Processo e O Castelo. Inteiramente alienado com relação a si mesmo e ao resto do mundo, esquivou-se do amor, até o relacionamento com Dora Dymant, quando já se encontrava na fase terminal da tuberculose. Os dicionários contêm atualmente o vocábulo kafkiano. Segundo a definição que consta no Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa: que, de forma semelhante à obra de Kafka, evoca uma atmosfera de pesadelo, de absurdo, em um contexto burocrático que escapa a qualquer lógica ou racionalidade. Marcel Proust: (1871-1922): Quem deseja ler uma das maiores obras da literatura francesa – Em Busca do Tempo Perdido, de Proust – precisa ter em mente que a paciência é um fator primordial para a execução da tarefa. Primeiro, por sua extensão – são aproximadamente três mil páginas; segundo, porque Proust constrói sua obra de modo muito peculiar, descrevendo lugares, personagens, pensamentos e ações exaustivamente, e introduzindo períodos muito longos às suas
  • 12. JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 12/36 frases. Um lado brilhante da obra é o lado psicológico. Os dramas, as dúvidas, as inseguranças e satisfações das personagens são apresentadas com inteligência, na linguagem culta do francês. Assim, tem-se não só retrato da sociedade, mas questões inerentes ao ser humano, que têm a vantagem de ser atemporais e encontrar eco em todos nós. Samuel Beckett: (1906-1989) Muito tempo se passou (foi escrita em 1949) e mesmo assim Godot ainda não chegou. Porém, a obra seminal do célebre dramaturgo irlandês continua a lotar teatros em todo o mundo. A trama de Esperando Godot é praticamente inexistente: dois vagabundos passam a peça inteira sentados debaixo de uma árvore num local ermo, esperando Godot, cuja identidade em nenhum momento é revelada. Trata dos temas da desesperança, religião e morte e foi influenciada pelos horrores da 2o Guerra mundial. ----------------------------------- Continua no próximo domingo: O livro Gênio, com 832 páginas, tem um total de 20 lustros, onde apresentarei 5 lustros por domingo. Finalizando: A informação está cada vez mais ao nosso alcance. Mas a sabedoria, que é o tipo mais precioso de conhecimento, essa só pode ser encontrada nos grandes autores da literatura. Esse é o primeiro motivo por que devemos ler. O segundo motivo é que todo bom pensamento, como já diziam os filósofos e os psicólogos, depende da memória. Não é possível pensar sem lembrar – e são os livros que ainda preservam a maior parte de nossa herança cultural. Finalmente, e este motivo está relacionado ao anterior, eu diria que uma democracia depende de pessoas capazes de pensar por si próprias. E ninguém faz isso sem ler. A GLSC na escada do aprendizado do Simbolismo fornece aos seus membros 65 livrinhos, entre Instruções Clássicas, Complementos e Fascículos Isolados, quem os leu na sua totalidade? Dizem que o maçom não lê, eu não acredito, a prova é que você está lendo este texto.
  • 13. JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 13/36 O Ir.·. José Ronaldo Viega Alves* escreve aos domingos. A ALQUIMIA FOI INCORPORADA À MAÇONARIA POR MAÇONS “ACEITOS” E ROSA-CRUZES. SE A ALQUIMIA ERA FANTASIOSA E DE CERTA FORMA UTÓPICA EM SEUS PROPÓSITOS, DE QUAL PARTE DELA A MAÇONARIA SE SERVIU PARA RETIRAR ENSINAMENTOS? *Irmão José Ronaldo Viega Alves ronaldoviega@hotmail.com Loja Saldanha Marinho, “A Fraterna” Oriente de S. do Livramento – RS. “A verdade é que as fantasiosas concepções de hermetistas, mágicos e ‘alquimistas mágicos’ já estavam de todo arrasadas. Descartes já lhes havia dado o golpe mortal. Tentava-se, pois, uma conciliação. Daí, os velhos símbolos passaram a ser interpretados de maneira diferente e, em alguns casos, de modo contrário ao da já arcaica doutrina original. Essa foi uma das primordiais preocupações dos Rosacruzes, principais e preponderantes fundadores da Maçonaria Especulativa, ou não operativa. Nada de admirar, por conseguinte, que os rituais espalhados depois da fundação da Grande Loja Inglesa (24 de junho de 1717), primeiro na Inglaterra, depois na França, e depois nos demais países europeus, ficassem impregnados de símbolos dos alquimistas, cabalistas, mágicos e teosofistas.” (Trecho retirado do livro “Curso de Maçonaria Simbólica – Companheiro - II Tomo”, de autoria do Irmão Theobaldo Varoli Filho) INTRODUÇÃO Considerando que muitos símbolos utilizados na Maçonaria tem sua origem na Alquimia, que os Rosa-cruzes possuem raízes profundas na Alquimia e que a Maçonaria Especulativa recebeu em seu início muitas influências trazidas pelos “Aceitos”, dos quais muitos eram também rosa-cruzes, buscaremos durante o decorrer deste trabalho as informações necessárias que e que melhor possam explicar sobre o fato da Alquimia, ou melhor dos símbolos alquímicos, os quais se manifestam com maior evidência na Sala de Reflexão em nossa Iniciação, são influências diretas dos Rosa-Cruzes e Maçons Aceitos, numa fase de transição, esta da Maçonaria Operativa para Especulativa, mas, que depois, foram sendo retrabalhadas no que tange aos seus significados originais. Em outras ocasiões escrevi sobre o Rosacrucianismo e as suas relações com a Maçonaria, sobre os Maçons que obtiveram destaque na história da nossa Ordem e que foram admitidos como Aceitos e que eram também Rosa-Cruzes. Creio que faltava, ainda, mostrar melhor o papel da Alquimia, que é sempre relacionada à busca da pedra filosofal (capaz de transformar os metais comuns em ouro) e à busca do elixir da Longa Vida, ou Elixir da Juventude (elixir esse, que continha o segredo da eterna juventude). 4 – A ALQUIMIA FOI INCORPORADA À MAÇONARIA POR MAÇONS “ACEITOS” E ROSA-CRUZES. SE A ALQUIMIA ERA FANTASIOSA E DE CERTA FORMA UTÓPICA EM SEUS PROPÓSITOS, DE QUAL PARTE DELA A MAÇONARIA SE SERVIU PARA RETIRAR ENSINAMENTOS? José Ronaldo Viega Alves
  • 14. JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 14/36 A verdade é que com base nesses objetivos mais utópicos ou românticos é que acabamos formando a nossa opinião sobre a Alquimia, opinião que vem de antes de termos começado a fazer parte da Maçonaria, e que foi se moldando com os temas, exatamente esses que foram citados, que o Cinema explorou com exaustão, assim como a literatura e as histórias em quadrinhos. A pergunta que não quer calar é: Qual a parte da Alquimia que a Maçonaria absorveu, e quais os conhecimentos oriundos da mesma que foram introduzidos na Maçonaria e aí permanecem? Se a Alquimia tinha vários ramos, e como pudemos ver, após a leitura do trecho logo acima, um pelo menos pode ser classificado como mágico. No entanto, há outros desdobramentos, há um filosófico, um esotérico, um simbólico, enfim, é mister que saibamos, então, por intermédio das pesquisas que foram efetivadas, qual deles é o que acabou sendo absorvido pela Maçonaria. A PALAVRA ALQUIMIA NO DICIONÁRIO: “ALQUIMIA s.f. (ar. al-kímia ‘pedra filosofal’). Ciência oculta fundada na busca de um remédio universal (elixir, panacéia) para todos os males do corpo e do espírito, e da pedra filosofal, capaz de operar transformações na matéria (esp. a transmutação dos metais comuns em ouro e prata).” BREVES DESCRIÇÕES A RESPEITO DOS ROSA-CRUZES E SUAS LIGAÇÕES COM A MAÇONARIA “Escola esotérica iniciática fundada no século XV pelo alemão Christian Rosenkreutz. Esse pensamento é baseado na doutrina ocultista, ou seja, seus ensinamentos são ministrados a círculos restritos e fechados de ouvintes. As Ciências Ocultas tratam de conhecimentos e fenômenos sobrenaturais, que estão além dos sentidos mundanos e que de início parecem ser proibidos e incompreensíveis às pessoas comuns. Esses ensinos somente são transmitidos dentro da ordem e em seus templos ao discípulo que atinge maturidade suficiente e mostra-se totalmente preparado para angariar um degrau a mais em sua evolução, quando começa para ele a iniciação.” (Compêndio de Religiões e Espiritualidades”, pág.519) “A introdução de símbolos herméticos, cabalistas e alquimistas na Maçonaria começou na Inglaterra, com a ‘Aceitação’, isto é, durante o século XVII. Nessa época as agremiações e fraternidades de maçons já estavam muito reduzidas em número e prestes a desaparecer. As que existiam ainda se mantinham por espírito de conservação e tradição. A decadência dos antigos Pedreiros-Livres e Canteiros era um fato consumado, quer porque os ‘segredos da arte de construir’ já vinham sendo divulgados desde depois que Gutenberg (1397-1498), associado a Füst e Schöfer, aperfeiçoara o antigo prelo, e principalmente, desde que a arquitetura gótica perdera o seu prestígio em favor dos renovados estilos clássicos impostos pela Renascença. Os ‘aceitos’, ou maçons não profissionais, ou não operativos, chegaram a constituir a maioria nas lojas ou fraternidades, principalmente no período de 1620 a 1678. A ‘aceitação’ chegou a ser moda para nobres, burgueses e intelectuais e as lojas, assim, converteram-se em centros conhecidos, embora um tanto ocultos, de políticos, religiosos, naturalistas, teósofos, alquimistas, ‘Adeptos’ (com ‘A’ maiúsculo, como se exigia), amantes da magia e do hermetismo e, principalmente, rosacrucianos.” (“Curso de Maçonaria Simbólica – Companheiro – II Tomo”, pág. 11) “Foram rosa-cruzes os maçons aceitos que ilustraram a Maçonaria Especulativa e, finalmente, a fundaram. Basta revelar que James Anderson e João Teófilo Desaguliers, principais fundadores da Loja Inglêsa de 1717, eram rosicrucianos, além de protestantes. (...) Releva ponderar que os rosa- cruzes já pertenciam à Maçonaria desde muito antes da fundação da Grande Loja Inglêsa. O antiquário Elias Ashmole, iniciado numa Loja de Warrington, Lancashire, era, ao que se afirma, rosicruciano, e além disso, egiptólogo e alquimista.” (“Curso de Maçonaria Simbólica – 1º Tomo – Aprendiz”, pág. 14) “Com o tempo, a ‘aceitação’ passou a impor-se como uma novidade, uma imitação ou moda de gentishomens. Depois as lojas ou confrarias (‘brotherhoods’) passaram a admitir sábios filósofos, naturalistas, antiquários (Elias Ashmole foi um deles). Porém, os que mais contribuíram para a filosofia maçônica foram os rosa-cruzes. “ (Idem livro anterior, pág. 222) “A partir da metade do século XVIII e, principalmente, depois de José II, com a maciça entrada dos rosa-cruzes nas lojas maçônicas, tornava-se difícil, de uma maneira geral, separar Maçonaria e rosacrucianismo, tendo, a instituição maçônica, incorporado, aos seus vários ritos, o símbolo máximo dos rosa-cruzes: ao 18º Grau do Rito Escocês Antigo e Aceito, ao 7º Grau do Rito Moderno, ao 12º
  • 15. JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 15/36 Grau do Rito Adonhiramita, etc. O Cavaleiro Rosa-Cruz é, como o próprio nome diz, um grau cavaleiresco e se constitui no 18º Grau do Rito Escocês Antigo e Aceito.” (Revista Universo Maçônico,nº 4, pág. 50) BREVES DESCRIÇÕES SOBRE A ALQUIMIA E A SUA PRÁTICA POR ROSA-CRUZES. COMO A MAÇONARIA RECEBEU ESSAS INFLUÊNCIAS? “Hoje, a Alquimia não passa de uma referência histórica de grande valia, pois a inteligência humana fez daqueles grupos de abnegados idealistas, precursores da ciência. Na França, a Maçonaria Especulativa, inspirada na trilogia Hermetismo, Alquimia e Cabala, evoluiu de tal forma que estabeleceu no R.E.A.A. regras e princípios que se estabilizaram até nossos dias, mantendo viva a filosofia dos Altos Graus. A origem da Alquimia, tudo faz crer, foi nos mistérios Egípcios. A Alquimia tem origem remota: já no século VI a.C. era praticada na China pelo sacerdotes; os árabes, após conquistarem o Egito, a introduziram na Europa atingindo seu clímax na Idade Média. A grande parte dos filósofos da época, como Roger Bacon, Robert Flood e Elias Ashmole, buscavam na Alquimia as suas dúvidas filosóficas. Ashmole, organizador do R.E.A.A., não era propriamente um filósofo de destaque, porém sua contribuição maçônica o fez um personagem respeitado. Os Rosa-Cruzes tinham suas raízes na Alquimia; daí terem influenciado na Maçonaria, transformando a materialidade de suas concepções em conteúdo filosófico.” (“Vade-Mécum Maçônico”, pág. 24) Há versões contraditórias, no entanto, no que tange às origens da Rosa-Cruz, e que é objeto de discussão até hoje. Vejamos o seguinte excerto: “O que há de realmente histórico é que, em 1614 (e não 1604), foi lançado na cidade de Cassel, na Alemanha, um livro no qual se falava pela primeira vez na história dos Rosa-Cruzes. A ‘Reforma geral do mundo inteiro, acompanhada da Fama Fraternitatis da honrada Ordem dos Rosa-Cruzes”, causou verdadeira revolução entre os teólogose os livres-pnesadores e obteve enorme sucesso, tendo edições sucessivas. O autor Johann Valentin Andreae, teólogo wurtemburguês, afirmou em sua autobiografia que pretendera ridicularizar os alquimistas, os fazedores de ouro e os teósofos imaginários. Assim, não teria existido nenhuma ordem de Rosa-Cruzes e o próprio Andreae, mais tarde, a chamou de ’indigna mistificação’, tendo-se deixado envolver, pessoalmente, pelo movimento que ele mesmo tinha desencadeado.” (“Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia”, pág. 1203) “Sublimando os conceitos dos antigos alquimistas, ocultistas, mágicos e cabalistas, os rosacrucianos legaram à Maçonaria mística a conciliação do altruísmo, ou caridade ampla, com o individualismo inteligente e relativo. O homem é um ser social e é criatura do G.’.A.’.D.’.U.’., de Quem ele vem e para Quem voltará. Daí, quem se desprende em proveito de outros terá de receber (‘dai e recebereis’), principalmente se o desprendimento não se fundar no interesse ou na expectativa de contraprestações. Por isso, e como a afirmar uma lei, dissemos ‘terá de receber’ e não ‘espera receber’. É no século XV, principalmente, que se opera e completa a aliança da Alquimia com a Cabala, a magia e o Hermetismo. Surgem então, agrupamentos secretos, seitas de iluminados, ‘adeptos’ e outros tantos que, dois séculos mais tarde, se uniriam, como ‘aceitos’, às lojas de Pedreiros livres e Fraternidades Maçônicas. Daí a confusão de muitos ‘historiadores’ da Maçonaria, ao pretenderem uma origem ‘milenar’ da Instituição. A verdade é que as ideias de alquimistas, hermetistas, cabalistas, mágicos e iluministas vieram a introduzir-se na maçonaria como verdadeiros enxertos na contextura de uma velha organização profissional e fraternal, de tradição principalmente católica. Impõe-se reconhecer que, realmente, no século XVII as restantes organizações de Pedreiros-Livres apenas absorveram elementos de outros agrupamentos ocultos, embora os ‘aceitos’ viessem a constituir a maioria esmagadora, nas Lojas. Eis que, fundamentalmente, a Maçonaria Especulativa conservou muito mais os usos, as práticas e os regulamentos dos antigos Pedreiros-Livres, do que as muitas variadas regras de outras seitas. Além disso, as agremiações sectárias a que nos referimos continuaram suas atividades ou desapareceram, ao passo que a Maçonaria sobreviveu, passando de operativa à Especulativa. A abonar essa afirmação, basta examinar os textos e apêndices da Constituição atribuída a Anderson, as Regras Gerais e os velhos documentos como o Poema Régio.” (“Curso de maçonaria Simbólica – Companheiro II Tomo”, págs. 31/32) “Entre os adeptos da Alquimia, em diferentes períodos, estiveram Rogério Bacon, Robert Fludd e Elias Ashmole . Pelos fins do século XVI, a Alquimia, misturada com a Cabala, espalhou-se por toda a Europa ocidental e fez parte da doutrina dos Rosa-Cruzes. Entretanto, pelos meados do século XVIII, o vocábulo tornou-se sinônimo de impostura e fraude. Os alquimistas trabalhavam individualmente;
  • 16. JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 16/36 não existe evidência de qualquer sociedade organizada neste país (a Inglaterra). E, a despeito do interesse de Ashmole pela arte, é mais do que insignificante a evidência dela ter influenciado o desenvolvimento da Ordem Maçônica Especulativa.” (Citado por Nicola Aslan, págs.84/85 em seu “Grande Dicionário Enciclopédico...”). THEOBALDO VAROLI FILHO: “ARTE REAL” DOS CONSTRUTORES E “ARTE REAL” DOS ALQUIMISTAS O grande estudioso e Irmão Theobaldo Varoli Filho faz a distinção de “Arte Real” no que se refere aos maçons e no que se refere aos alquimistas: “Maçons da superada corente ocultista insistem na afirmação de que ‘Arte Real ou Maçonaria’ deriva dos Alquimistas, para os quais a ‘Magna Arte’ era a preocupação da Pedra Filosofal, da Grande e da pequena obra e da busca do Elixir da Longa Vida. Fato é que a ‘Arte Real’ nunca foi designação privilegiada de um só ofício. Os poetas, por exemplo, consideravam a Métrica um arte magna, régia , real e divina. Seguindo o exemplo de construtores , escultores e artistas, os adeptos da Alquimia deram os nomes de ‘arte real’, ‘régia arte’ e ‘arte magna’ aos seus propósitos de transmutar metais baixos em ouro e prata (Grande obra ou Obra Solar, para o ouro, e Pequena Obra ou Obra Lunar, para a prata, ou seja, respectivamente, crisopéia e argiropéia). Os profissionais de arte e atividades ‘nobres’ procediam de maneira semelhante para enaltecer o próprio ofício,como ocorreu principalmente na Idade Média, na época das corporações. Porém, a verdadeira Arte Real foi sempre a de construir, edificar e esculpir, isto é, a arte que os romanos passaram a chamar de Arquitetura. Arte real, por ser a mais difícil e ser aquele que servia aos reis, nobres e poderosos. A Maçonaria Especulativa conservou o seu atributo de Arte Real, pois o atual ofício dos Maçons é a Arquitetura Social da Humanidade.” COMPLEMENTAÇÕES À HISTÓRIA E AOS PROPÓSITOS DA ALQUIMIA Independente de suas raízes verdadeiras estarem no Egito, na China, ou outro lugar qualquer, o fato é que a Alquimia era vista como ciência secreta e esotérica, o que era o mesmo que dizer que ela não estava acessível ao público em geral. Isso, de certa forma já remete àquelas corporações medievais, as quais eram secretas e esotéricas. Existem relatos, a exemplo daquele do alquimista Denis Zacharias (1510-1556), sobre os alquimistas se organizarem nos moldes de uma corporação de oficio, sendo que seus membros se encontravam regularmente na Catedral de Notre- Dame. O conhecimento esotérico era mantido em segredo propositalmente, sendo que as obras referentes aos conhecimentos alquímicos eram escritas em linguagem secreta. Ao estudo da Alquimia, somente tinha acesso àquele que havia sido iniciado na “linguagem arcana” utilizada, depois de ter passado por algumas provas e ter sido aceito no círculo dos iniciados. Para auferir esse conhecimento era preciso muito saber e muita prática. Com o passar do tempo o próprio termo “esoterismo” ganhou um significado bem maior, englobando os ensinamentos religiosos e filosóficos, além de especulações de caráter mágico. Com relação a este último aspecto, a Alquimia para muitos era simplesmente, a arte de fazer ouro. Quem ainda não viu aquela imagem clássica, uma pintura medieval, onde aparece um alquimista trabalhando em um laboratório repleto de objetos estranhos, até mesmo com animais exóticos, assim como, alguns objetos que soam familiares, pois lembram um laboratório químico? E agora uma curiosidade: Muitos desses quadros com esse tipo de representação remontam ao pintor David Teniers, o Jovem (1610-1690) que de um total de 900 quadros pintados aproximadamente, 22 deles continham figuras de alquimistas. A Alquimia era um sistema que também visava explicar a natureza, mas, de forma totalmente diferente dos métodos utilizados por aquilo que conhecemos como ciências naturais. Era bastante abrangente e compreendia arte, medicina, religião e ciência. Previa ainda explicações de ordem ética-morais, e também estéticas. Aí um motivo pelo qual os alquimistas podem ter denominado a sua ciência de arte. Nessa ligação com a natureza, o termo natureza adquire um significado bem mais amplo. Em 1758, Antoine-Joseph Pernety (1716-1800/01) fez a seguinte descrição: “Onde está a diferença entre a química vulgar e a química hermética (alquimia)? Nisto: a primeira é realmente a arte de destruir as ligações criadas pela natureza; a segunda, a arte de trabalhar com a natureza e aperfeiçoá-la.”
  • 17. JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 17/36 No tocante à estreita ligação do Rosacrucianismo com a Alquimia, podemos dizer que todos aqueles Rosa-Cruzes que tiveram participação nos manifestos eram muito próximos da Alquimia, tanto que Von Brotoffer defende a ideia de que os três escritos são em sua essência obras alquímicas. Na verdade, os Rosa-Cruzes distinguiam dois tipos de conhecimentos relacionados à Alquimia: os que estão direcionados ao abandono do velho homem e o da regeneração espiritual. A Alquimia tinha como meta conhecer os segredos da Potência criadora da natureza, e lá nas suas origens estavam três aspectos modeladores da sua estrutura: prática industrial, misticismo oriental e explicação racional e filosófica. (Aslan, pág. 86, 2012)i AS EVIDÊNCIAS SOBRE A INFLUÊNCIA DA ALQUIMIA NA MAÇONARIA Conforme já exposto no título, com a chegada dos Aceitos na Maçonaria Operativa, ou seja, aqueles que não eram ligados à arte de construir, e na medida em que iam sendo incorporados na nascente Maçonaria Especulativa, eles iam tirando das suas “bagagens” seus conhecimentos que abarcavam a Alquimia, a Astrologia, a Cabala, etc. Não poderíamos deixar de frisar que a Maçonaria em sua vertente inglesa não sofreu influência tão marcante, se comparada à Maçonaria em sua vertente francesa, e cuja influência teria, inclusive, tido repercussão significativa nos Altos Graus do REAA. Aliás, diga-se de passagem, que durante o século XVIII, a Alquimia encontrou um lugar altamente favorável que era dentro da Maçonaria francesa, e particularmente nos Altos Graus. O Irmão e estudioso, Nicola Aslan, cita que durante os reinados de Luís XV e Luís XVI particularmente todos os alquimistas seriam também Maçons. E qual finalidade teriam estes Maçons e concomitantemente alquimistas? Possuir os princípios de todas as ciências, para assim, explicar a natureza, assim como, a razão de ser de tudo que existe. Um exemplo de onde podemos perceber essas influências, com maior nitidez, é a Câmara de Reflexões, através de elementos alquímicos como o sal, o enxofre e a água, além da expressão V.I.T.R.I.O.L., que possui o seguinte significado: “Visita o interior da terra, e retificando , acharás a lápide oculta.” Na realidade, todo o simbolismo presente contido na Câmara de Reflexões está em ligação com o Hermetismo, o que significa dizer mais detalhadamente que, trata-se da primeira fase da Grande obra, a que é chamada de Putrefação, onde, “ela é realizada não apenas no ovo filosófico artificialmente criado pelo homem, mas pela Natureza operante, no casulo da crisálida adormecida, de onde sairá a maravilhosa borboleta.” Ainda sobre o Hermetismo e seus princípios presentes na Câmara de Reflexões, complemento alguns trechos do Mestre Jules Boucher, em seu clássico “A Simbólica Maçônica”: Os três princípios herméticos figuram no Gabinete de reflexão. O Enxofre, símbolo do Espírito, e o Sal, símbolo da Sabedoria e da Ciência, cada um numa taça; o Mercúrio, sob a forma do Galo, atributo de Hermes. (...) Entre os antigos era comum o pensamento de eu o Galo não temia cois alguma, nem mesmo o Leão. Ora, no simbolismo, o leão e o Sol são constantemente relacionados com o Ouro. ‘Essa ave, diz Fulcanelli’, que anuncia o nascer do dia e da luz, a aurora, exprime uma das qualidades do azougue secreto. Este é o motivo pelo qual o Galo, arauto do Sol, era consagrado ao deus Mercúrio e aparece na torre das igrejas.” Vejamos este outro trecho, proveniente do “Vade-Mécum Maçônico” que fala das influências que todos nós vivenciamos quando da nossa Iniciação: “Outras influências alquímicas, ligadas à Iniciação, são as provas – da Terra, do Ar, da Água e do Fogo – que representam os quatro elementos fundamentais dos ensinamentos de Aristóteles. Todos os esforços da Alquimia ocultista são dirigidos à transmutação do quaternário inferior no terciário divino, superior ao homem; esses, quando finalmente, se unem, formam um só. Os quatro elementos materiais da terra: o fogo, ar, água e terra – compara-se, na alquimia mística, aos planos: espiritual, mental, psíquico e físico da existência humana, sendo que cada um possui uma tríplice composição - fixa, instável e volátil.”
  • 18. JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 18/36 IRMÃO THEOBALDO VAROLI FILHO: A VISÃO LÚCIDA Como entre os objetivos do presente trabalho, queremos e buscamos a verdade, ouçamos algumas das opiniões do Irmão Theobaldo Varoli Filho, esse que foi um grande estudioso da maçonaria: “Fato indiscutível é que na época da ‘aceitação’, os mitos maçônicos, de acentuado caráter profissional, seriam envolvidos com as fantasias de alquimistas, hermetistas e todos os mais que viriam a exercer influência no ritualismo maçônico. A cultura da época não estava tão difundida a ponto de todos os maçons entenderem Descartes, Newton, Leibnitz, Locke, Francis Bacon e outros que fulminaram de morte as crenças da alquimia mística. As mentalidades andavam ainda seduzidas pelas descobertas admiráveis ocorridas nos laboratórios alquímicos, quando a verdadeira Ciência despontava para o mundo.Essas descobertas continuavam a sugerir misticismo e fantasias. Por sua vez, as frustrações tendiam ao apelo a invocações e fórmulas mágicas. (...) Não se pense, porém, que essa ignorância tenha desaparecido neste século da técnica e da astronáutica. Na Maçonaria, escola de verdade, ainda existem obreiros que escrevem e pregam as bobagens de Papus (1865-1916) e interpretam os rituais à maneira alquimista. Um exemplo é o que dizem das colunas ‘J’ e ‘B’, que na Maçonaria significam, ao certo. Estabilidade ou Firmeza (‘J’), e Força ou Poder (‘B’). Os maçons que ignoram esta interpretação baseada no discurso de Salomão ao povo, buscam livros profanos e insistem em afirmar que a coluna ‘J’ é masculina e representa o falo, a inteligência, o vigor e a glória; que é vermelha e que representa também o Sol, ao passo que a coluna ‘B’, branca ou negra, representa a Lua, a sabedoria e a vitória; que é feminina, representa o útero e tantas outras coisas que os mistificadores dizem ‘entender’, mas que apenas confirmam o aforismo de Boileau: ‘uu sot trouve toujours un plus sot qui l’admire’.” CONCLUSÃO Diante do panorama que foi apresentado, e das evidências de uma Alquimia na sua ligação com os Rosa-Cruzes e estes nas suas ligações com a Maçonaria, não teria como negarmos as influências decorrentes, ainda que, para uns não pareçam tão enraizadas como outros autores querem fazer crer. Indiscutivelmente, o que há em comum entre ambas, na Maçonaria e na Ordem Rosa- Cruz é o sincretismo, são as influências de várias correntes filosóficas, religiosas e das ciências herméticas. No caso da Alquimia, objeto deste estudo, isso já fica bem explícito (além de gravado em nossas memórias), desde o momento em que atravessamos o umbral, aquele que separa o mundo profano da Maçonaria por ocasião da nossa Iniciação, pois, momentos após , no interior da Câmara de Reflexões, já manteremos contato com símbolos que são oriundos da Alquimia. Na verdade é quase um paradoxo dizer que a Alquimia que tinha entre seus objetivos principais, a transformação, a metamorfose, e aqui nos referimos unicamente aos metais, também foi alvo de transformações com o tempo, o que faz então que a Alquimia nos seus antigos moldes tenha virado somente uma referência. Carl Gustav Jung deu-lhe uma interpretação diferente, ligada ao processo de transformação interior do indivíduo, e a ideia em si, aqui apresentada de forma reducionista, serve para justificar aquilo que está muito próximo dos reais objetivos da Maçonaria Especulativa, ou seja, de que em determinado momento a Maçonaria modificou parte desse simbolismo que os rosa-cruzes trouxeram, dando-lhe novas interpretações e distanciando-o um pouco daquele da Alquimia primordial. A Alquimia que faz com que o homem se despoje, se purifique, a Alquimia que representa uma libertação dos desejos mundanos, e que permite a elevação do homem, é a que deverá simbolicamente iluminar a busca interior do maçom. Os Maçons Especulativos receberam essas influências, e com o tempo, então, aprenderam a transformar a materialidade que envolvia aquelas primeiras concepções alquímicas em conteúdo eminentemente filosófico. Sim, porque há vários aspectos na Alquimia e outros tantos significados: simbólico, psíquico e espiritual. O Maçom em seu constante evoluir saberá ir diferenciando o joio do trigo, o que implicará em sua própria transformação, metamorfose, crescimento, regeneração, palavras que tem suas conotações profundas com a Alquimia.
  • 19. JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 19/36 ***Nota: Durante as leituras e pesquisas, visando este trabalho, entre muitos dos nomes que estão ligados aos Rosa-Cruzes e à Alquimia, e que foram surgindo, deparei-me no “Dicionário dos Rosa-Cruzes”, à pág. 249, ou melhor dito, reencontrei um nome que me remeteu de imediato a um trabalho que fiz há um tempo atrás sobre o Rito Schröder. Na época, quando das muitas leituras sobre o fundador do Rito, ficou claro que alguns autores faziam confusão entre o criador do Rito Schröder, Friedrich Joseph Ludwig Schröder e outro personagem que acabou entrando para a história, tido como alquimista e ocultista chamado Friedrich Joseph Wilhelm Schröder, nascido dez anos antes do criado Rito. O trecho do livro citado acima é o seguinte: “Um novo partidário escolhido foi Friedrich Joseph Wilhelm Schröder (1733-1778), que era professor de Medicina na Universidade de Marburgo e apaixonado por Cabala e Alquimia.” Então, para reforçar: o nome do fundador do Rito Schröder era Friedrich Ludwig Schröder, que também aparece de sua forma mais completa em algumas publicações como Friedrich Ulrich Ludwig Schröder, e nunca poderia ser chamado de “Cagliostro Alemão”, como a ele assim se referiram alguns autores, já que ele não era adepto da Magia, Teosofia e Alquimia, pelo contrário, o criador do seu Rito tomou como missão entre outras, durante a sua criação, de extirpar os simbolismos místicos, onde se inclui os provenientes da Alquimia, da Astrologia, etc. Consultas Bibliográficas: Revistas: UNIVERSO MAÇÔNICO, nº 4, 2008: “A Ordem RosaCruz e a Maçonaria” Livros: ASLAN, Nicola. “Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia” Volume 1 – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. 3ª Edição – 2012 DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO ILUSTRADO VEJA LAROUSSE – VOLUME 1 – Editora Abril S/A – 1ª Edição – 2006 GEBELEIN, Helmut. “ALQUIMIA” – Editora Francis Ltda. – 1ª Edição - 2007 GIRARDI, João Ivo. “Do Meio-Dia à Meia-Noite Vade-Mécum Maçônico” – Nova Letra Gráfica e Editora Ltda. 2ª Edição - 2008 MARQUES, Leonardo Arantes & COUTINHO, Emilia Aparecida dos Santos. “Compêndio de Religiões e Espiritualidades” - Ícone Editora Ltda. 1ª Edição - 2010 SABLÈ, Erik. “Dicionário dos Rosa-Cruzes” – Madras Editora Ltda. – 2006 SOUZA FILHO, Ubyrajara de. “Vade-Mécum do Aprendiz – Rito Schröder” – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. 2011 VAROLI FILHO, Theobaldo. “C urso de Maçonaria Simbólica – 1º Tomo – Aprendiz” – Editora A Gazeta Maçônica S.A. - 1977 VAROLI FILHO, Theobaldo. “Curso de Maçonaria Simbólica - Companheiro- II Tomo“ – Editora “A Gazeta Maçônica” – 1ª Edição - 1976
  • 20. JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 20/36 O Ir Hercule Spoladore – Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil”- Londrina – PR – escreve aos domingos hercule_spolad@sercomtel.com.br Seu Nome, FRANCISCO DE ASSIS CARVALHO, Nobre Cavalheiro, Paladino da Cultura Maçônica do Brasil. Evidentemente, um Maçom bem adiante de seu tempo. Nasceu no dia 04.10.1934 no interior, na Fazenda do Banco, na Água do Macuco, situada no Município de Cândido Mota, próximo com a divisa do Município de Assis – Estado de São Paulo –Seu Pai, Antônio de Amador Bueno de Carvalho e sua Mãe Maria Aparecida de Jesus. Nascido dentro de uma família simples teve uma infância semelhante à todo brasileiro que vive na roça, morando em “casas cobertas de sapé, piso de chão batido e paredes de pau a pique as vezes barreadas, as vezes não”. Cursou o primeiro ano do curso primário em 1943 em Pântano, que seria depois Florínea, cidade localizada próxima a Assis e também do Rio Paranapanema. Refere que como era tempo de guerra, neste ano só aprendeu marchar e cantar Hinos. Em Abril de 1944 sua família mudou-se para o Norte do Paraná Indo morar em Jaguapitã. Ficaram neste local por um ano. Em 1945 seu pai comprou uma posse de um mineiro, que não se adaptara no Paraná e quis voltar para a sua Minas Gerais. Ainda menino, XICO trabalhou de Sol a Sol, ajudando o pai a abrir as suas terras derrubando as matas, capinando o mato e plantando as sementes de cereais e mudas de café. Quando houve o corte das terras pelos Agrônomos do Governo, coube legalmente à Família, trinta e três alqueires de chão da melhor qualidade das Terras paranaenses. 5 – Francisco de Assis Carvalho (Xico Trolha) Hercule Spoladore
  • 21. JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 21/36 Mesmo trabalhando na lavoura, ele tentou estudar, mas depois de seis meses de aula, a sua professorinha mudou-se do local e XICO involuntariamente ficou afastado da escola, que ele haveria sempre de sonhar com ela, pois sempre foi curioso, e pautava nas dúvidas a alavanca do saber e por isso sempre desejou Se instruir a estudar, a desvendar os mistérios e as alegrias do conhecimento Humano, e os “porquês” das coisas como ele mesmo dizia. Seu progenitor adoecera em 1950, mudando-se com a família novamente para Jaguapitã. O sitio foi vendido a preço baixo, para que se pudesse conseguir dinheiro para realizar um tratamento decente para seu velho pai. XICO aprendeu o ofício e foi trabalhar como oficial de alfaiate, já que esta profissão não exigia um grau de escolaridade maior. E lá se passaram 15 anos neste trabalho. Em 1961, casou-se em Rolândia com a Sra. Maria Aparecida Bianco. Teve duas Filhas Evelise (Trolhinha) e Maria da Glória (adotiva). Em 1964 fez o curso de Admissão, conseguindo entrar no curso ginasial. Neste mesmo ano foi preso em Rolândia, onde morava por participar de comando de uma greve de estudantes. Sempre se confessou esquerdista, dizia sempre até com certo orgulho, que era Ateu e que tinha uma inclinação muito grande para o comunismo. Entretanto, eu, que o conhecia bem, acho que comunista que lê a Bíblia Sagrada, está mais para “padre frustrado” ou “pastor evangélico enrustido”, que propriamente para adepto de Marx, Engels e Lenin. Ele era possivelmente um deísta, que procurava obstinadamente as explicações para si, através das dúvidas existenciais que todos nós livres pensadores temos. Talvez apenas se julgasse comunista como protesto contra esta humanidade cheia de desigualdade social, de egoísmo, de infâmia, de inveja, de ganância do poder, e de corrupção. Mas tenho certeza de que ele tinha o seu Deus dentro de sua consciência, bem dentro de seu coração. Ele era de qualquer forma irreligioso, mas respeitava as religiões. Na cadeia conheceu um Maçom, José Barreto dos Santos que como ele também era da esquerda e que começou ali mesmo atrás das grades, a lhe falar Sobre Maçonaria, sendo convidado para entrar na Ordem. XICO ficou impressionado e ao mesmo tempo entusiasmado. Iria pensar no assunto. Acabou sendo iniciado em 1965 tendo como Padrinho, o companheiro de prisão.Em 1965 muda-se com a esposa e as filhas para Jandaia do Sul. Sempre foi um pai que adorava suas filhas e um marido carinhoso. Sua esposa o chamava carinhosamente de “Fran” e ele a chamava de ‘Doca” e “Minha Cida”. E quanto à Evelise, a chamava de “Preta” ou “Bagulho”. Esta forma irreverente de tratar as pessoas que ele mais amava era a sua maneira de mostrar o quanto ele as queria. Mesmo apelidando, brincando ele o fazia com carinho e amor e ternura. E ninguém achava ruim…Esse era o nosso Xico. Em 1968 ele recomeçou a estudar, agora já com 34 anos de idade. Fez o Miniginásio, o Minicientífico e por fim a Faculdade de Ciências e Letras de Jandaia Do Sul. Formou-se em Dezembro de 1973 como Professor de Português-Inglês. Em Jandaia do Sul começou a explodir o seu gênio literário. Muito embora, teve uma vida difícil nesta cidade, trabalhando na SANBRA, Companhia ligada a compra e venda de café, trabalhou numa lotérica, montou uma fábrica de baterias, que não deu certo. Entretanto, em meio a estas dificuldades foi aí que começou a despertar o seu lado cultural maçônico, sempre apoiado por verdadeiros Irmãos os quais sempre os agradeceu. Fundou em 1971, juntamente como Irmão Luciano Caetano de Souza, o Centro de “Estudos Maçônicos Alécio José Gomes”. Em 1976 mudou-se de cidade, foi trabalhar numa Usina de Cana de Açúcar em São Pedro do Ivaí nos Recursos Humanos da firma. Fez concurso para professor e foi aprovado. Dava aulas em João Pedro do Ivai e na cidade vizinha de São João do Ivaí. Ficou pouco tempo nesta cidade.
  • 22. JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 22/36 Em 1984 muda-se para Londrina, e cheio de sonhos, pretende levar avante a agora, Revista “A Trolha” em substituição a outonal “A Trolha” que era ainda mais um jornal que ao lê-lo, suas folhas caiam tal qual no outono caem às folhas das arvores. Expressão inventada pelo maçom e escritor José Castellani que viria a ser um dos seus maiores Amigos. A “Trolha” teve seu primeiro número editado em 10.04.1971. ainda em Jandaia do Sul. Em 04.10.1984 é fundada em Londrina a Editora “A Trolha”, juntamente com mais dois sócios. Logo que chegou a Londrina, foi convidado por mim para pertencer à Loja de Pesquisas Maçônica “Brasil”, aceitou e chegou a ser seu Venerável por duas gestões. Ele foi o criador e grande estimulador dos 08 Encontros de Membros correspondentes da Loja, sendo estes encontros, o ponto inicial da união e identificação cultural de todos os escritores maçônicos do Brasil, nas duas últimas décadas. Em Londrina, continuou com magistério, mas os afazeres com a Editora e a revista, lhe tomavam todo o tempo e em 1986, deixa de dar aulas. Sua vida maçônica foi frondosa e abrangente e podemos dizer que ele foi um verdadeiro Benfeitor da Maçonaria brasileira. Um dos maiores maçons da segunda metade do século XX e parte do XXI. Sem sombra de duvidas, o maior divulgador da cultura maçônica no Brasil até a presente data. Era dotado de um fino humor crítico para as situações erradas que existem na Maçonaria atual. E não perdoava em suas palestras estes erros. Desmistificava lendas, procedimentos, invenções, “achismos” e costumes errados da Ordem. Não mandava dizer, dizia. Usou uma editora e uma revista maçônicas, como meio de comunicação para unir todos os escritores e pensadores maçônicos das últimas décadas e os publicou. A Editora “A Trolha” conta atualmente com mais de 50 escritores publicados. Iniciado em Rolândia no dia 27.11.1965 na Loja “Ciência e Trabalho” na cidade de Rolândia. Foi elevado ao grau 2 em 04.04.1966 na Loja “Estrela do Norte II” de Mandaguarí e a o grau 3 na mesma Loja em 25.11.1966. Tinha o grau 33 nos ritos REAA e Brasileiro. Pertenceu a 36 Entidades Maçônicas, incluindo 14 Lojas como membro efetivo e 07 Academias Maçônicas de Letras. Ocupou 20 cargos em Lojas e Corpos Filosóficos. Ajudou a fundar 18 Entidades Maçônicas. Participou em cerca de 160 vezes de Congressos Seminários, Encontros, Medalhas, Diplomas, lançamento de seus livros. Incontáveis números de palestras foram proferidas em todo o Brasil. Não temos estatísticas a respeito de quantas palestras proferiu. Foi Padrinho de 65 Irmãos na Maçonaria. Participou de 12 Comissões de Instalação de Mestre, e também de 12 Comissões de Sagração de Templos. Foi membro de 21 Entidades culturais, entre maçônicas e não maçônicas sendo a que ele mais se orgulhava era ser Membro Correspondente da Loja Quatuor Coronati de Londres, n° 2076. Publicou em vida 30 livros sobre Maçonaria e existe material que ele deixou pronto para mais 23 livros, que sua filha Evelise (Trouxinha), também iniciada na Maçonaria Mista está organizando e editando aos poucos. Já foram vendidos 185.000 livros de sua autoria. Existem três Bibliotecas Maçônicas com seu nome. A mais antiga é a do Grande Oriente Independente de Pernambuco, nome que foi dado pelo seu Grande Amigo e Irmão Antônio do Carmo Ferreira. Existe uma Loja em Ponta-Porã com o nome Loja Maçônica “Francisco de Assis Carvalho”. Pertenceu ao Rotary Club de Jandaia do Sul e ao Rotary Club de Londrina Sudeste. Referiu em uma entrevista ao redator do Boletim do Rotary de Londrina, que em 1968 a 1971 foi redator do Boletim do Rotary de Jandaia do Sul e que começou a escrever e desde então não conseguiu mais parar. Era um tremendo crítico dos costumes e hipocrisias mundanas, da política, enfim da sociedade de um modo geral. Citava especialmente a todo o momento, para os seus Amigos mais íntimos os conceitos cínicos de deboche nada convencionais de Pitigrilli (Dino Segre, escritor e jornalista italiano) aplicados à estas situações relacionadas com nossa sociedade supérflua. E ria gostosamente. Era um grande
  • 23. JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 23/36 contador de piadas. Espírito alegre, brincalhão, e “gozador”. Conservou seu jeito brejeiro de intelectual fortemente apegado às raízes. Xico gostava muito das crianças. Nos últimos anos, seu aniversário que era no dia 04 de Outubro sem que as crianças do imenso condomínio onde morava soubessem que ele estava aniversariando, ele comemorava o Dia das Crianças patrocinando uma linda festa reunindo 80 a 100 crianças, neste dia ele dizia ser um dos seus dias mais felizes da sua vida. Sua grande paixão literária foi a poesia de um modo geral, mas em especial a de Castro Alves. Possuía em sua biblioteca profana cerca de 130 títulos de livros de diferentes autores, a respeito do grande vate patrício. Conhecia a fundo a vida e obra de um dos nossos maiores poetas. Declamava muitas das suas poesias com vibração, com perfeição, e com a alma. Xico, apesar de amar a poesia, nunca foi flagrado cometendo versos. Grande declamador, tinha até o seu lado de ator quando declamava especialmente a pedidos de Irmãos, a “Sob a Luz do Lampião” poesia gaúchesca” de autoria do Irmão José Paim Brites que faz alusão simbólica a uma sessão maçônica transcorrendo num templo. Entretanto, onde ele colocava o maior sentimento chegando mesmo a ser teatral era quando fazia a saudação à Bandeira Nacional, aliás, o lindo texto era de sua autoria. Vinha há algum tempo, decorando por sugestão minha, outra poesia “ A última rinha” escrita por um poeta riograndense que contava a história de um “galo prateado que peleou na rinha contra um galo colorado”. Ele a declamou em várias Lojas. Sua Biblioteca entre livros sobre a Maçonaria e sobre cultura geral chegava aos 3.000 títulos em sua casa, e mais 1.000 livros maçônicos na Editora ”A Trolha”. Gostava muito de criar passarinhos chegando a ter 28 gaiolas em seu apartamento. As aves preferidas eram periquitos, jandaias e calapsitas. Aconteceu que sua Biblioteca foi aumentando de tal forma que começou a faltar espaço no apartamento onde morava. Quando teve que decidir entre os pássaros e os livros, prevaleceu o pendor para os livros, pois ele era o maior Amigo dos livros que Londrina conheceu. Deu de presente, com o coração partido, todas as pequenas aves. Gostava de música caipira, e ia verdadeiramente até as raízes. Conhecia tudo a respeito. Sabia como foram compostas as mais famosas músicas deste gênero e as suas motivações. Fazia palestras sobre o assunto. Sua curiosidade e devoção na área era tal que foi até a cidade de Coromandel em Minas Gerais onde está enterrado o compositor Goiá, para visitar o seu túmulo. Esteve em Coxim no Mato Grosso do Sul para visitar a campa de Zacarias Mourão, debaixo de um pé de cedro. E esteve também em Itápolis-SP para ter o prazer de caminhar na Avenida José Fortuna. Estes foram compositores de músicas caipiras famosas. Possuía em sua discoteca, 1500 CDs,1000 discos de vinil, e cerca de 300 fitas gravadas das músicas que mais gostava. Quem viajasse de carro com ele por este Brasil afora, onde ia proferir suas palestras, estava intimado a ouvir música caipira durante todo o trajeto da viagem. O Moura que era seu anjo da guarda nas viagens que o diga. Foi Presidente da Confraria da Viola de Londrina, que se reúne todas segundasfeiras, sem jamais ter sido músico. Mas adorava a Música. A mais preciosa homenagem que esta Confraria lhe prestou foi ao invés de orações e rezas, sem pastores, sem padres, sem crucifixos quando seu corpo estava sendo velado no templo da Loja “Regeneração 3ª” de Londrina, cerca de 20 violeiros tocando suas violas, cantaram com o maior sentimento, tristeza e respeito a “Cabocla Teresa” e “Porta do Tempo”, como despedida.
  • 24. JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 24/36 Os jovens De Molay, nos quais sempre acreditou e incentivou, lhe prestaram também uma homenagem. Foi linda e triste. Na sua doença, sabedor desde 1991 ano da sua cirurgia cardíaca, pois não lhe foi omitido nada a respeito, que não lhe restavam muitos anos de vida, ainda viveu mais 10 anos, tomou uma decisão heróica, própria de sua grandeza como Homem e como Maçom. Viveria maçonicamente cada minuto como se fosse uma hora inteira. E assim se suplantando, teve a fase mais prolífera de sua vida como escritor e palestrante. Modelo e parâmetro de vontade, dignidade e de auto-superação a ser seguido pelas gerações vindouras e também por nós. Este é o exemplo que um Grande Maçom deixa para a posteridade, para todos os Irmãos, especialmente para os jovens que são a esperança da Maçonaria. Ele acreditava nesta verdade. Tchau XICO, até qualquer dia, AMIGÃO. Autor: Hercule Spoladore Vida Maçônica 1964 – Convite para ingressar na Maçonaria, pelo lrmão José Barreto dos Santos (falecido). GRAUS SIMBÓLICOS 1965 – Iniciação em 27 de novembro – Loja “Ciência e Trabalho” – Oriente de Rolândia – PR. 1966 – Elevação ao Grau de Companheiro – em 4 de abril – Loja “Estrela do Norte II” – Oriente de Mandaguari – PR. 1966 – Exaltação a Mestre em 25 de novembro – Loja “Estrela do Norte II” – Oriente de Mandaguari – PR. GRAUS FILOSÓFICOS 1968 – Grau 4 em 4 de maio – Cap. Regeneração III – Oriente de Londrina – PR. 1968 – Grau 9 em 5 de outubro – Cap. Regeneração III – Oriente de Londrina – PR. 1969 – Grau 14 em 3 de maio – Cap. Regeneração III – Oriente de Londrina – PR. 1969 – Grau 15 em 2 de outubro – Cap. Regeneração III – Oriente de Londrina – PR. 1970 – Grau 18 em 22 de novembro – Cap. Estrela de Arapongas – PR 1973 – Grau 19 em 26 de abril – Ilustre Cons. Kadosh – nº 13 – Londrina – PR. 1973 – Grau 22 em 26 de abril – Ilustre Cons. Kadosh – nº 13 – Londrina – PR. 1973 – Grau 25 em 11 de dezembro – Ilustre Cons. Kadosh Norte do Paraná – Filiado ao Supremo Cons. do Rio Grande do Sul – RS. 1973 – Grau 30 em 11 de dezembro – Ilustre Cons. Kadosh – Norte do Paraná – Oriente de Arapongas – PR. 1977 – Grau 31 em 2 de abril – Supremo Cons. Rio Grande do Sul – RS. 1979 – Grau 32 em 20 de abril – Supremo Cons. Rio Grande do Sul – RS. 1979 – Grau 33 em 20 de abril – Supremo Cons. Rio Grande do Sul – RS.
  • 25. JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 25/36 O Irmão João Anatalino Rodrigues escreve aos domingos jjnatal@gmail.com - www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br PITAGORISMO E MAÇONARIA A figura que vemos ao lado é o chamado Teorema de Pitágoras, uma das mais interessantes contribuições desse filósofo ao estudo da matemática. Pitágoras (570 – 461 a. C) acreditava que o universo era regido por números. Dessa forma, toda a filosofia estudada em sua Academia tinha como meta descobrir as propriedades dos números, pois para ele a matemática era o elemento responsável pela harmonia do universo. Assim, os números pares e ímpares e suas somas expressavam as relações do universo que se encontram em permanente processo de mutação. Por isso o número era considerado como a essência das coisas, o símbolo mais representativo do processo criativo do mundo. Para os adeptos do pitagorismo o cosmo é regido por relações matemáticas. É um pressuposto que lhes foi sugerido a partir da observação dos astros. Dessa observação eles intuíram a existência de uma ordem na estrutura do universo e que ela seria demonstrável em termos matemáticos e geométricos. A alternância entre dia e noite, as estações do ano, o movimento circular e perfeito das estrelas eram uma clara evidência desse pressuposto. Com isso eles cunharam o termo cosmos, para mostrar que o universo era regido por uma ordem numérica/geométrica que determinava a sua criação e desenvolvimento. Cosmos, portanto, é um termo pitagórico que integra as ideias de ordem, harmonia e beleza. Uma das conclusões extraídas dessas especulações foi que a matéria universal era granular. Em consequência, a sua forma também seria esférica. Dessa maneira, todos os corpos celestes também seriam esféricos. A partir dessa cosmovisão os pitagóricos também concluíram que a Terra também era esférica e que ela girava ao redor de um centro. Alguns pitagóricos chegaram até a intuir a rotação da Terra em volta de um eixo, mas o caráter esotérico que se atribuía ao pitagorismo impediu que suas conclusões sobre astrologia fossem levadas a sério pelos defensores da doutrina cristã. Assim, o pensamento pitagórico foi relegado à vala comum das heresias e codificado como pernicioso ao espírito humano. Porém, com a abertura proporcionada pelo Renascimento, o pitagorismo, junto com outros sistemas filosóficos censurados pela Igreja, ressurgiu. Os intelectuais renas-centistas redescobriram-no e perceberam quem nem tudo, como afirmavam os teólogos da Igreja, eram heresias ou superstições inspiradas por pensadores influenciados pelo demônio. A maior 6 – Pitagorismo e Maçonaria João Anatalino Rodrigues
  • 26. JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 26/36 influência da escola pitagórica deu-se no domínio da geometria e foi aplicada no estudo da astrologia e da astronomia, sendo também muito útil na arquitetura e nas ciências matemáticas. Pitágoras afirmava que o número é o princípio fundamental que demonstra a essência do universo. Ele não distingue forma, lei e substância nos elementos, como realidades em si mesmas. Considera ser o número o elo que liga todas as coisas existentes no universo, quer dizer, é o valor numeral do elemento que lhe dá identidade. A essa mesma conclusão chegaram os cientistas ao determinar a existência do chamado número atômico, termo usado em física e química para designar o número de prótons encontrados no núcleo de um átomo. Essa descoberta foi associada ao físico britânico Henry Moseley e é hoje uma das principais ferramentas no estudo das propriedades químicas e físicas dos materiais. Os mestres cabalistas também tiveram a mesma inspiração ao intuir a existência de um valor numérico no nome das pessoas. Esse nome, segundo a Cabala, é o “nome original” que a nossa alma recebe quando sai do Centro Irradiante (o Criador), o qual é determinado segundo a quantidade de luz nela existente. Para os pitagóricos existiam quatro elementos na natureza: terra, água, ar e fogo, todos com suas correspondências numéricas. O símbolo da escola pitagórica era o pentagrama. Essa figura geométrica era um algoritmo importante na geometria porque ele possuia algumas propriedades fundamentais que se projetavam em outras formas. Um pentagrama é obtido traçando-se as diagonais de um pentágono regular; usando as intersecções dos segmentos dessas diagonais é obtido um novo pentágono regular, que é proporcional ao original pela aplicação da chamada razão áurea, que se expressa pela equação a+ b= a = √5. Essa equação mostra a relação entre o número e a forma. Diziam os pitagóricos que o pentagrama áureo tinha como principal propriedade o poder de decompor-se infinitamente em uma sucessão de quadrados e retângulos sucessivos, todos apresentando características singulares de individualidade, e ao mesmo tempo conservando as propriedades do todo em que foram recortados. Por isso ele era representativo do universo em todas as suas formas. O TETRACTYS Apesar da exatidão com que os pitagóricos trataram a matemática e a geometria, sua filosofia sempre foi colocada na categoria de misticismo. Isso provocou a rejeição da Igreja e prejudicou sua aceitação nos círculos científicos cristãos. A concepção pitagórica de que todas as coisas são números, e que o processo de libertação da alma seria resultante de um esforço feito basicamente pelo indivíduo nunca agradou aos teólogos do cristianismo. Os pitagóricos afirmavam também que a purificação da alma era resultado de um trabalho intelectual, que se dava através do estudo da estrutura numérica das coisas. Esse conhecimento faria da alma uma unidade harmônica com os demais padrões energéticos do universo, porque punha a descoberto os verdadeiros valores que se deve cultivar para a obtenção da chamada iluminação. Era um processo de salvação da alma que estava nas mãos do próprio homem, excluindo a Igreja como intermediária dessa relação. Essa foi a principal razão do pitagorismo acabar sendo colocado no rol das heresias, embora Aristóteles, o filósofo mais respeitado pela Igreja, tivesse incorporado em suas teses muitas concepções inspiradas pelos pitagóricos. Os pitagóricos gostavam de demonstrar as várias propriedades dos números em figuras geométricas. Um dos números mais importante na cosmogonia pitagórica era o 10, que eles consideravam triangular. Esse número era chamado por eles de Tetraktys, ou, em português, a tétrada. O Tetractys era uma espécie de pirâmide, ou triângulo onde se inscreviam os primeiros numerais, base de toda numeração ordinal, dando como resultado um número místico, representativo dos quatro elementos-base da natureza: fogo, água, ar e terra: ou numericamente:
  • 27. JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 27/36 10=1 + 2 + 3 + 4, série que servia de representação para a totalidade do universo. Assim, a série 1,2,3,4, representaria individualmente a mônada, a dualidade, a trindade e o sólido, que equivalem, de per si, ás quatro fases de manifestações de Deus no mundo. Essa ideia também foi desenvolvida na tradição da Cabala, na doutrina dos quatro mundos. 1 Assim, a tétrada, que sempre era desenhada com um alfa em cima, dois alfas abaixo deste, depois três alfas e por fim quatro alfas na base da pirâmide era o principal símbolo do conhecimento, segundo a filosofia pitagórica. ɚ ɚɚ ɚɚɚ ɚɚɚɚ O Tetractys era também uma representação do sistema solar. A partir desse símbolo Pitágoras deduziu conhecimentos astrológicos extremamente exatos, só comprovados pela astronomia moderna, embora no seu tempo apenas sete corpos celestes fossem conhecidos: saturno, júpiter, marte, sol, vênus, mercúrio e lua. O TETRACTYS E A CABALA Para Pitágoras, todos o números tinham propriedades e identidades próprias que se relacionavam, não só à forças da natureza, mas principalmente a valores morais. Numa escala de 1 a 12, que seria a escala própria do universo, partindo do princípio de que haveria 12 regiões cósmicas (os 12 signos do zodíaco), os pitagóricos chegaram a interessantes concepções, muito semelhantes àquelas deduzidas pelos cultores da Cabala. Assim, o Tetractys simboliza os quatro elementos — terra, ar, fogo e água ─ e a sequência 1,2,3,4 a harmonia das esferas cósmicas. A soma dos números perfaz 10, que é o número perfeito da mais alta ordem cabalista. Dez é também o número das Séfiras que compõem a Árvore da Vida.. Na Árvore da Vida, o primeiro alfa, da primeira linha é Kether, a coroa da Criação, primeira dimensão da Criação. A segunda linha, com dois pontos, representa a segunda dimensão. Na Árvore Sefirótica ela representa Hokmah, a manifestação masculina da divindade. Numericamente ela é o 2 e geometricamente aparece como dois pontos, ligados por uma linha paralela. A Terceira linha, com três pontos, representa a terceira dimensão, que numericamente é o 3, a Séfira Binah, formando um plano definido por um triângulo de três pontos. A quarta linha representa a dimensão do universo físico (as demais séfiras) manifestado a partir da trindade acima mencionada. Numericamente ela é o 4 e geometricamente um tetraedro, ou um cubo.2 Para os pitagóricos o Tetractys era um símbolo divino. Os iniciados nessa doutrina desenvolveram até uma oração para introdução do culto á ela. "Abençoa-nos, divino número, tu que dás geração aos homens e aos deuses! Ó divina, divina Tectractys, tu que conténs as raízes da vida e mantém a criação fluindo eternamente! Tu começas com a profunda e pura unidade e chegas ao sagrado quaternário. Então tu te tornas a mãe de tudo, o que comporta, que engrandece, o primeiro nascido, o que nunca desaparece, o fundamental e sagrado número dez, que tudo integra." As escolas pitagóricas eram uma espécie de sociedade secreta. Assim, os iniciados deviam fazer um juramento ao Tetractys. Depois disso serviam como aprendizes, em silêncio, durante três anos. Eles acreditavam na existência de 2 quaternários de números, sendo o primeiro obtido por adição e o segundo por multiplicação. Esses quaternários integrariam a música, a geometria e a 1 Ou seja, os mundos de Atziloth, Briah, Yetzirah e Assiah. 2 Na imagem o Tetractys, adaptado á tradição da Cabala, mostrando a sua relação com o Tetragrammaton.
  • 28. JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 28/36 aritmética, disciplinas segundo as quais a harmonia do universo estava estabelecida. O primeiro quaternário era formado pela sequência 1,2,3,4. No total o universo comportaria 11 quaternários. E o mundo que deles resultava era geométrica e harmoniosamente estruturado. O símbolo acima foi criado por Jacob Boehme, filósofo místico do século XVI. Ele representa o Tetractys com as iniciais do Tetragramaton, as quatro letras do nome de Deus. Aqui temos uma perfeita interação simbólica entre o pitagorismo e a Cabala. Isso porque pitagorismo e Cabala tem muitas coisas em comum. A Árvore Sefirótica da Cabala, embora não tenha forma triangular, não obstante, é semelhante ao Tetractys em sua conformação filosófica. Da mesma forma que as dez séfiras da Árvore da Vida da Cabala, os dez números da Tetractys também se referem às fases de emanação da essência divina no mundo real, e cada fase do quaternário corresponde a cada um dos mundos de emanação da Cabala. As dez séfiras da Árvore da Vida correspondem, cada uma a um alfa do Tetractys. O TETRACTYS E O TARÔ. A tradição do jogo do Tarô tem muita influência vinda da Cabala e do pitagorismo. Na leitura do Tarô, as combinações feitas com as cartas correspondem às diversas combinações dos números da Tectratys, as quais são representações de futuros eventos, relacionados com a pessoa que as consulta. A primeira posição, marcada por um alfa, representa a capacidade de leitura das cartas, que dão ao operador a habilidade de entender as outras. A segunda posição, marcada por dois alfas, representa o cosmo e o indivíduo, e as relações entre ambos. A terceira fila, marcada por três alfas, representa três tipos de decisão que um indivíduo deve tomar. A quarta fila, marcada por quatro alfas, representa os quatro elementos. Eles estão conectados às forças dinâmicas da criação e suas combinações estão relacionadas aos pensamentos, objetivos, emoções, oportunidades, e todas as realidades físicas e psicológicas do indivíduo que as consulta. São relações que se estabelecem á nível de inconsciente, pois como mostrou Jung em seus estudos sobre a Cabala, as cartas do Taro representam arquétipos hospedados no Inconsciente Coletivo da Humanidade, que são comuns a todas as pessoas em todos os tempos e lugares. A INFLUÊNCIA NA MAÇONARIA A Maçonaria, como sabemos, incorpora em seus ensinamentos uma boa dose de influência cabalista e principalmente de pitagorismo. Grande parte da simbologia ligada à geometria, trabalhada nos rituais maçônicos são de origem pitagórica. Ela está ligada não só a visão cosmológica que a Arte Real tem acerca das propriedades do universo, como também em relação às consequências morais que estão embutidas nessas relações geométricas e matemáticas, já que elas são, ao mesmo tempo, materiais e espirituais. Destarte, como a Maçonaria sustenta que o espírito do homem está ligado á Alma Mundi (a Alma do Mundo, o Espírito Criador, o GADU) toda essa estrutura estaria representada na planta do Templo maçônico, que por sua vez, é uma representação do próprio edifício cósmico. Essa ideia, como vimos, está patente nas relações demonstradas no Tetractys. Assim, esse símbolo também seria uma representação do próprio edifício cósmico, sendo o homem um reflexo dessas relações. Como todos os maçons sabem, o pitagorismo é uma das colunas mestras do ensinamento maçônico, da mesma forma que a tradição da Cabala. Por isso vale a pena conhecer mais a fundo essa extraordinária manifestação do pensamento humano para entender melhor os fundamentos da Maçonaria.
  • 29. JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 29/36 (as letras em vermelho significam que a Loja completou ou está completando aniversário) GOB/SC – http://www.gob-sc.org.br/gobsc Data Loja Oriente 04.05.1956 Acácia do Continente - 2014 Florianópolis 04.05.1956 Lauro Müller - 1694 Florianópolis 05.05.2001 Luz do Vale - 3370 (30/06/2010) Gaspar 06.05.1997 Comte. Lara Ribas - 3055 Florianópolis 08.05.1996 Zohar - 2948 Florianópolis 10.05.1995 Orvalho do Hermon - 2859 Brusque 13.05.1999 Libertação - 3228 São José 13.05.2000 União e Prosperidade - 3316 Florianópolis 15.05.2000 Fraternidade Barravelhense - 3314 Barra Velha 19.05.2001 União da Ilha - 3372 Florianópolis 19.05.2004 Costa Esmeralda - 3595 Itapema 20.05.1951 Acácia do Sul - 1346 Videira 20.05.2011 Harmonia e Fidelidade - 4129 Itapema 21.05.1998 Perfeição Biguaçu - 3156 Florianópolis 22.05.1998 Acad. Bruno Carlini - 3176 Baln. Camboriú 25.05.1902 Ordem e Trabalho - 0787 Florianópolis 28.05.1998 Obreiros de Trento - 3161 Rio dos Cedros 28.05.2008 A Caminho da Luz - 3925 Joinville 30.05.1997 Hiram - 3059 Mafra 30.05.2005 Phoenix - 3662 Baln. Camboriú 30.05.2008 Estrela Mística - 3929 Itajaí 31.05.2004 Luiz Alberto Pacenko - 3621 Florianópolis Lojas Aniversariantes de Santa Catarina Mês de maio 7 – Destaques (Resenha Final)
  • 30. JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 30/36 GLSC - http://www.mrglsc.org.br Data Nome Oriente 04.05.1956 Lauro Muller nr. 07 Florianópolis 04.05.1992 Arte Real Palhocence nr. 51 Palhoça 07.05.1967 Obreiros de São João nr. 13 São Bento do Sul 08.05.1987 Phoenix nr. 46 Lages 09.05.1994 Acácia Pomerana nr. 60 Pomerode 09.05.2006 João Cândido Moreira nr. 87 São Francisco do Sul 10.05.2001 Eduardo Teixeira II nr. 80 Camboriú 11.05.1886 Luz Serrana nr. 12 Lages 12.05.1977 Fraternidade Timboense nr. 19 Timbó 23.05.2000 Luz do Planalto nr. 76 São Bento do Sul 27.05.1998 Luz, Paz e Fraternidade nr. 71 Indaial 27.05.1983 União Indaialense nr. 36 Indaial GOSC https://www.gosc.org.br Data Loja Oriente 03/05/1982 Templários do Vale Indaial 07/05/2001 Artífices da Sabedoria Pomerode 09/05/2011 Luz e Verdade Blumenau 11/05/1982 Acácia do Sul Tubarão 13/05/1979 Milênio da Paz Chapecó 13/05/1999 Fraternidade Universal Florianópolis 15/05/1979 Justiça e Trabalho Balneário Camboriú 16/05/2008 Cavaleiros do Oriente Biguaçu 20/05/1996 Manoel Galdino Vieira Florianópolis 23/05/2013 Triângulo União Fraterna Florianópolis 25/05/1902 Ordem e Trabalho Florianópolis 26/05/2002 Colunas do Vinhedo Urussanga 30/05/1990 Obreiros da Luz Lages 30/05/2000 Lázaro Gonçalves de Lima São José 30/05/2012 Luz e Sabedoria Joinville
  • 31. JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 31/36 Maçonaria na Austrália: Maçons Australianos Famosos: Irmão Alan Mansfield Grão-Mestre da Grande Loja de Queensland O Irmão Alan Mansfield nasceu em Brisbane Queensland, em 30 de setembro de 1902. Seu pai faleceu quando ele tinha dois anos. Começou seus estudos e foi educado na Escola de Gramática da Igreja Anglicana, em Brisbane e depois foi estudar em Sydney, na Faculdade de St. Paul, Universidade de Sydney, graduando-se em Direito, no ano de 1924. Em 22 de julho desse mesmo ano, foi admitido como advogado do Supremo Tribunal de Queensland e deu início a 15 anos de prática. Casou com Beryl Susan Barnes Dor em 16 de Dezembro de 1933. Tiveramdois filhos e uma filha. Em 17 de maio de 1940, o Ir Mansfield foi nomeado um juiz do Supremo Tribunal de Queensland. Para o final da Segunda Guerra Mundial, foi nomeado para a Comissão Australiana de Investigação sobre Crimes de Guerra e Crimes de Guerra ao Comissariado das Nações Unidas em Londres (1945). Ele se tornou o promotor-chefe da Austrália nos julgamentos de crimes de guerra perante o Tribunal Militar Internacional para o Extremo Oriente em Tóquio (1946- 1947). Mansfield tornou-se juiz puisne sênior do tribunal em 20 de março de 1947, tendo sido nomeado Chefe de Justiça de Queensland em 9 de Fevereiro de 1956, e um Cavaleiro Comandante da Ordem de São Miguel e São Jorge em 1958. Mansfield demitiu-se do tribunal em 21 de fevereiro de 1966, para assumir sua nomeação como governador de Queensland (1966-1972). Ele se tornou um Cavaleiro Comandante da Real Ordem Vitoriana em 1970. Também foi reitor da Universidade de Queensland (1966-1976) e recebeu o título de Doutor em Leis em 1970. Mansfield morreu em 17 de Julho de 1980. Durante o seu mandato como Governador, também foi Grão-Mestre da Grande Loja de Queensland.
  • 32. JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 32/36
  • 33. JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 33/36 Loja Mount Moriah nr. 3327 – GOB/SP - (Fotos JB News)
  • 34. JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 34/36 Os vídeos são pesquisados ou repassados, em sua maioria, por irmãos colaboradores do JB News. 1 – Essas Poderosas Palavras Mostram Toda a Beleza da Vida! 2 – Guia Completo: Tudo que Você Precisa Saber Sobre a Anemia 3 – Esses Animais Exóticos Trazem Mais Cor e Beleza ao Mundo! 4 – Arte Na Confeitaria: Beleza e Sabor de Bolos Espelhados 5 – Você Já Ouviu Esta? O Político No Céu 6 Emocione-Se Com Este Lindo Tributo a Elvis Presley! 7 – Filme do dia: “O Vale da Vingança” – Faroeste – dublado https://www.youtube.com/watch?v=d8FdIxMcREo
  • 35. JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 35/36 O Irmão e poeta Sinval Santos da Silveira * escreve aos domingos no “Fechando a Cortina” Era linda, aquela alma ! Cantava, gemia e até parecia me amar. Meu coração, dia e noite, da sua formosura se lembrava. Era o meu orgulho, minha sina, minha vida ! No campanário, quando os sinos dobravam, seu nome pronunciavam e com ciúme eu ficava.
  • 36. JB News – Informativo nr. 2.066 – Melbourne (Vic.) domingo, 29 de maio de 2016 Pág. 36/36 Foi o mais lindo presente que Deus me ofertou ! Mas, pouco tempo durou. Explodiu, tal qual um cristal batido ao chão. Tentei, em vão, reunir os fragmentos, mas impossível se tornou. Nenhum caco, como antes, se ajustou. Transformou-se numa arma de guerra, para mim apontada, sempre pronta a ser disparada, ameaçando o meu coração. Que decepção ! Devolvi a Deus o presente, pedindo perdão. Aquela alma de cristal, era a residência do bem mas, também, do mal. Veja mais poemas do autor, Clicando no seu BLOG: http://poesiasinval.blogspot.com * Sinval Santos da Silveira - MI da Loja Alferes Tiradentes nr. 20 – Florianópolis