1. JB NEWS
Filiado à ABIM sob nr. 007/JV
Editoria: Ir Jeronimo Borges
JB News nr. 2.091 –
Florianópolis(SC), quinta-feira, 23 de janeiro de 2016
Nesta edição:
Pesquisas – Arquivos e artigos próprios e de colaboradores e da Internet
– Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e
www.google.com.br
Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste
informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores.
Índice desta edição:
Bloco 1 -Almanaque
Bloco 2 -IrMarcos Coimbra – Pensando o Brasil do Futuro
Bloco 3 -IrWalter Celso de Lima – Rito e Ritual de Emulação
Bloco 4 -IrJosé Valdecir Souza Martins – A Força da Egrégora -
Bloco 5 -Ir Luiz Marcelo Viegas (Site O Ponto Dentro do Círculo) – O Mito de Tântalo
Bloco 6 -IrPedro Juk – Perguntas & Respostas – do IrRodrigo Coletti (Campo Mourão-PR)
Bloco 7 - Destaques JB – O Prumo de Hiram - Breviário Maçônico para o dia 23 de junho (A Idade) –
versos do Irmão e Poeta Raimundo Augusto Corado
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Primeira Guerra da Independência Escocesa
1314 - Primeira Guerra da Independência Escocesa:A Batalha de Bannockburn, ao sul de Stirling,
começa.
1483 - O Papa Sisto IV profere a excomunhão e o interdito à República de Veneza.
1532 - Henrique VIII de Inglaterra e Francisco I de França assinam um tratado secretamente contra o
Imperador Carlos I de Espanha.
1565 - Turgut Reis, comandante da marinha do Império Otomano, morre durante o Cerco de Malta.
1661 - Casamento entre Carlos II de Inglaterra e Catarina de Bragança.
1683 - William Penn assina um tratado de amizade com os indíos Lenapes, na Pensilvânia.
1794 - Catarina, a Grande da Rússia permite que os judeus possam morar em Kiev.
1812 - Guerras Napoleónicas: Napoleão Bonaparte invade a Rússia.
1828 - O rei Miguel I de Portugal usurpa a coroa da sua sobrinha, a rainha Maria II de Portugal, dando
início às Guerras Liberais.
1894 - Fundação do Comitê Olímpico Internacional na Sorbona, em Paris, por iniciativa do
barão Pierre de Coubertin.
1914 - Revolução Mexicana: Pancho Villa toma Zacatecas de Victoriano Huerta.
1940 - Inauguração da Exposição do Mundo Português, em Lisboa
1991 - A Moldávia declara sua independência da URSS.
1 – ALMANAQUE
Hoje é o 175º dia do Calendário Gregoriano do ano de 2016– (Lua Cheia)
Faltam 191 para terminar este ano bissexto
Dia Internacional das Aldeias SOS
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POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebeu a presente mensagem, para evitar
atropelos em nossas remesssas diárias. Obrigado.
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EVENTOS HISTÓRICOS (fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki)
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1992 - O presidente Fernando Collor de Mello vai à televisão desmentir que tivesse a intenção de
renunciar.
1995 - lançado o álbum Mamonas Assassinas (álbum) o único álbum oficial de estúdio da banda
brasileira Mamonas Assassinas.
1996 - Paulo César Farias, tesoureiro da campanha presidencial de Fernando Collor, é assassinado ao
lado de sua amante.
1736 Carta desta data, dirigida à Câmara de Laguna, pedem que se providenciem socorros à colônia
de Sacramento.
1862 Nasce, na Alemanha, Paulo Zimermann, vindo criança para para o Brasil e estabelecendo-se
com a família em Blumenau. Trabalhou como agrimensor na abertura de estradas no Vale do
Itajaí, inclusive na ligação de Ituporanga-Rio do Sul. Foi deputado estadual e prefeito de
Blumenau em três períodos. Morreu no exercício do mandato de prefeito em 9 de março de
1923..
1893 Republicanos revolucionários, na cidade de Desterro, intimam o governador interino, Eliseu
Guilherme da Silva, a deixar o seu cargo; ele, entretanto, resiste.
1920 Morre, em Florianópolis, o Cônego Arcângelo Ganarini. Era natural da Itália, onde nasceu a 1º
de fevereiro de 1844.
1947 Promulgada, nesta data, a sétima Constituição do Estado de Santa Catarina.
1822 Ata da 7ª. Sessão do Grande Oriente Brasileiro, presidida por Gonçalves Ledo. Aprovada a
iniciação de diversos candidatos e reprovada de um deles por improbidade.
1831 Fundação da Grande Loja do Peru
1840 Maioridade de D. Pedro II, resultado de movimento com forte participação Maçônica, visando
pacificar a nação e evitar que viesse a ser desmembrada.
1896 Reinstalada a Loja Concórdia II de Itaboraí (RJ) no Rito Moderno sendo Elevados ao Grau 7
desse Rito os IIr Jeremias José da Silva Mello, Raimundo Gomes de Souza, Honório Parentes,
José dos Santos e Silva, Coriolando de Castro Lima e João Raimundo Martins
1926 Fundação da Grande Loja de Rondônia
1933 Filiada ao Grande Oriente Estadual e ao Grande Oriente do Brasil, a Loja Maçônica
Fraternidade Norte Fluminense foi fundada em 18 de março de 1933 e regularizada no dia
23 de julho de 1933.
1951 Fundada a Ordem Islandesa de Franco-Maçons, a Grande Loja da Islândia, cujo primeiro Grão-
Mestre foi o próprio Presidente Islandês, Sveinn Björnsson
Fatos maçônicos do dia
Fonte: O Livro dos Dias 20ª edição (Ir João Guilherme) e acervo pessoal
históricos de santa Catarina
Extraído de “Datas Históricas de Santa Catarina” do Jornalista Jali Meirinho e acervo pessoal
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O Irmão Marcos Coimbra é Secretário de Educação e Cultura do SCRM – do GOB e MI
da Loja Maçônica União e Tranquilidade nr. 2 do GOB/RJ, Economista e Professor,
Membro do Conselho Diretor do CEBRES, Titular da Academia Brasileira de Defesa e
Autor do livro Brasil Soberano
“Na minha página www.brasilsoberano.com.br existem cerca de hum mil artigos de minha
lavra , publicados nos últimos quinze anos.”
Correio eletrônico: mcoimbra@antares.com.br
PENSANDO O BRASIL DO FUTURO
O Brasil necessita urgentemente de um Plano Nacional de Desenvolvimento capaz de
contemplar os aspectos econômicos e sociais com eficácia, sob pena de tornar-se
ingovernável em curto espaço de tempo, o qual tem de ser feito por especialistas brasileiros,
com base nos anseios, necessidades e desejos da população, alicerçados na filosofia,
doutrina, ideário e teoria adequados para seus formuladores, analisando-se a situação
internacional e nacional, levantando as necessidades básicas (carências que devem ser
atendidas), estudando-se os óbices existentes.
Para isto, necessita de Instituições que pensem o país, a médio e longo prazo. De um
modo geral, a maioria dos especialistas e técnicos está engajada no controle das variáveis de
curto prazo e poucos se preocupam com o futuro. Até o ministério do Planejamento, órgão
responsável pela missão, possui grande parte de seu trabalho absorvido pelos problemas
conjunturais. Poucas organizações preocupam-se com a tarefa de elaborar o Planejamento
Estratégico do Brasil. E uma delas é justamente a Escola Superior de Guerra (ESG) e seu
prolongamento, a Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).
A ESG foi criada pela Lei no. 785, de 20 de agosto de 1949, como “Instituto de altos
estudos, subordinado diretamente ao Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas e
destinado a desenvolver e consolidar os conhecimentos necessários para o exercício das
funções de direção e para planejamento da Segurança Nacional”, pelo Congresso Nacional e
sancionada pelo Presidente da República Eurico Gaspar Dutra. Em seu art. 2º
determina
ainda que “funcionará como Centro Permanente de Estudos e ministrará os cursos que, nos
termos do art. 4º
, forem instituídos pelo Poder Executivo”. Ao longo do tempo, incorporou
como objeto de seus estudos o Desenvolvimento Nacional, daí surgindo o binômio
“Segurança-Desenvolvimento”, destinado a promover “Ordem e Progresso”.
Seus estagiários possuem um alto nível (mais de 6.000 diplomados) que têm sido,
dentre os civis, Ministros do Poder Judiciário, Doutores, Professores, Desembargadores e
Juízes. Várias autoridades passaram pelos seus bancos, Presidentes da República, Ministros
de Estado, Presidentes de Tribunais, Governadores, Senadores e Deputados. Trata-se de
uma Instituição criada por brasileiros ilustres como o Marechal Cordeiro de Farias, o
General Juarez Távora, o General Idálio Sardenberg e tantos outros. Segundo Castelo
Branco: "Nesta casa estuda-se o destino do Brasil".
2 – Pensando o Brasil do Futuro
Marcos Coimbra
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A ADESG representa, em termos de multiplicação, a expansão natural do
pensamento da ESG. Presidida atualmente pelo Prof. Gustavo Heck, a ADESG já formou
mais de 60.000 diplomados em todos os rincões do país. A Associação executa aquilo que é
impossível para a Escola realizar, diante de suas limitações físicas, financeiras e
operacionais. Encarrega-se de disseminar as ideias elaboradas pela ESG a milhares de
brasileiros, em todos os estados do país, todos os anos, através de suas delegacias e
representações.
Muitos estudos foram encomendados por autoridades do primeiro escalão
governamental, como, por exemplo, o encomendado à ESG pelo então ministro-chefe do
EMFA, Tenente-Brigadeiro-do-Ar Waldir Vasconcelos, sobre planejamento familiar, o qual
mereceu o seguinte comentário de um dos principais jornais do país: "TUDO PRONTO: A
partir de estudos feitos pela ESG nos últimos três anos o Governo poderá definir até janeiro
uma nova política demográfica nacional, optando pela ocupação dos grandes espaços em
lugar de adotar um rígido programa de planejamento familiar. A mudança de tática traz
duas vantagens para sua implantação: não contraria a orientação da Igreja Católica e é de
execução infinitamente mais simples. O estudo já está pronto e repousa nas gavetas de
Brasília à espera de um momento mais propício para ser detonado. Mais do que tudo,
segundo os que já passaram os olhos sobre o estudo, a nova política demográfica consegue
atender a interesses políticos antagônicos, mantendo-se equidistante das propostas radicais
da direita e da esquerda."
Vários outros foram elaborados, mas são mantidos em sigilo, devido a seu caráter
reservado. E o mais importante é, sem dúvida, a singular oportunidade de trabalho em
equipe, sob a supervisão de um corpo permanente, realizado por dezenas de brasileiros de
alto gabarito, civis e militares, patriotas de formação interdisciplinar, que estudam de modo
apartidário e imparcial a problemática brasileira, propondo sugestões de solução,
consubstanciadas em Planos Nacionais, contendo políticas e estratégias, de excelente
qualidade.
Além disto, depois de diplomados, passam a utilizar em seu cotidiano profissional os
proveitosos ensinamentos recebidos e permanecem irmanados pelo mesmo ideário,
reunindo-se periodicamente as diversas turmas para troca de informações e aperfeiçoamento
dos conhecimentos.
Ainda existem no Brasil pessoas em busca do Bem Comum, pensando no futuro das
novas gerações, acima da mediocridade reinante e da corrupção endêmica, que assolam
nosso país.
Correio eletrônico : mcoimbra@antares.com.br
Página: www.brasilsoberano.com.br
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Ir Walter Celso de Lima, KT
Loja Alvorada da Sabedoria nr. 4987
Membro da Academia Catarinense Maçônica de Letras
Florianópolis (GOB/SC)
1. Rito:
A palavra “rito” tem sua origem na língua latina; ritus, -us que significa cerimônia. Rito é um
conjunto de rituais; é uma sucessão de palavras, gestos e atos que, de maneira repetitiva, compõe
uma cerimônia completa. O rito pode ser religioso ou não. O ritual, apesar de seguir um padrão ao
ser executado, não deve ser mecanizado, automatizado. Ritual é, então, a execução de uma
cerimônia, o experimentar de sensações, a motivação de intentos, de valores, a vivência de um
rito, a vivência de uma cerimônia. Um rito, por exemplo, o Rito Escocês Antigo e Aceito (REAA)
é composto por dezenas de rituais: 3 dos graus simbólicos, 30 dos altos graus, rituais de iniciação,
de elevação, de exaltação, de instalação e posse de Venerável, reassunção de Venerável, ritual de
banquete, ritual de bodas, ritual de pompa fúnebre, etc. O ritual é, pois, um conjunto de atividades
organizadas, no qual, as pessoas que o executam se expressam por meio de gestos, de símbolos,
de linguagem (também, do silêncio) e de comportamentos, que transmitem um sentido coerente
com um objetivo definido. O caráter comunicativo do rito é de extrema importância, pois não é
qualquer atividade organizada que constitui um rito.
Os ritos podem ser jurídicos, militares, morais, religiosos, diplomáticos, maçônicos, etc. São
empregados sempre que se pretende impor uma determinada ordem a ser seguida, uma
determinada regra, uma diretriz e, por força de lei, ou de costume ou, ainda, por consenso; deve
ser seguido, sob pena de infringir o sentido, o intrínseco, que ele pretende simbolizar.
A vida é repleta de ritos que são seguidos até sem se perceber, de tão arraigados que estão
no viver. Efetivamente, vive-se e respira-se ritos diuturnamente. Exemplos: ao se apertar a mão,
num cumprimento, está-se executando um rito que, no passado, simbolizava: “ao apertar sua mão
ocupo-a tal que me é impossível, também, desembainhar uma espada contra você”. Vale dizer:
“sou amigo, não sou agressivo”. Ninguém, hoje pensa em espadas, ao apertar uma mão. O beijo é
outro rito: demonstração de afeto, carinho. Simboliza: “ao pressionar meus lábios estou
transferindo e usufruindo um sopro de vida a você”. Quando você beija sua esposa não pensa em
transferir um sopro a ela. Não se pensa assim ao beijar.
3 – Rito e Ritual de Emulação
Walter Celso de Lima
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Liturgia (λειτουργία, "serviço público" ou "trabalho público") é composto de "laós" (povo)
e -urgía (trabalho, ofício). Modernamente, significa celebração de um ritual formal e elaborado. A
liturgia pode ser religiosa ou não.
Místico (μυστικός, "relativo aos mistérios"), significava, originalmente, a crença que admite
a comunicação do homem com Deus. Hoje, num sentido mais lato, místico é um iniciado que
alcançou (ou que detém) um segredo importante. Tem, também, o sentido de contemplação. Uma
pessoa mística é contemplativa. A palavra, entretanto, tem sido usada para todos os tipos de
conhecimento esotérico (religioso ou não), isto e’, conhecimento não susceptível de verificação,
destinado a uns poucos iniciados. Diferentemente do sentido de exotérico, que é o conhecimento
não susceptível de verificação, destinado à ampla divulgação. O esoterismo e o exoterismo podem
ser religiosos ou não. Conhecimento não susceptível de verificação não quer dizer,
necessariamente, que não seja racional.
Mítico (relativo a mito, do grego μύθος - mythos) é aquilo que pertence a um mito ou que é
originado de um mito. Mito é um relato fantástico, de tradição oral, que, geralmente, guarda um
fundo de verdade, heroico, narrado com objetivo de pregar um fundamento moral. É uma alegoria.
Os rituais maçônicos são místicos (porque esotérico destinado a uns poucos iniciados, em
cada grau), são míticos (porque alegórico com fundamento moral) e são não-religiosos.
Uma vez definido estes conceitos, é importante lembrar que, na maçonaria, num ritual, cada
palavra, cada gesto, cada ação (incluindo o silêncio), têm um significado simbólico. Nada é feito
no ritual sem uma razão, sem um sentido. Na maioria das vezes, não se sabe o significado de cada
uma das ações. Mas, certamente, há significados simbólicos que, aos poucos, se descobre, se
desvenda e se revela (isto é, retira-se os véus), em cada execução do ritual. Aí está uma das
riquezas do ritual: a descoberta incessante, contínua, de cada significado simbólico. No final
deste trabalho dar-se-á alguns exemplos simbólicos, desvendados no Rito Brasileiro.
Raramente, absorvem-se integralmente os textos dos rituais. Absorve-se, assimila-se,
sempre, imagens isoladas, símbolos isolados, frases e fragmentos, dependendo dos interesses
imediatos e do estado mental de cada um. Estes fragmentos passam como fluídos pelas mentes de
quem participa. Interessante e importante esta observação: absorve-se, sempre, de forma
fragmentária. Por isso, talvez, os rituais são tão repetitivos. A cada execução do ritual, a cada
repetição, seleciona-se, inconscientemente, aquilo que se absorve. A seleção é uma escolha de
textos benéficos, generosos, isto é, tem um viés polarizado pelos interesses imediatos e atuais de
cada indivíduo.
Por vezes, percebe-se que, a cada vivência do ritual, encontra-se pequenas coisas que antes
não se havia dado conta. E dá-se conta que estas pequenas coisas são importantes. É como se o
ritual se renovasse, embora permaneça o mesmo há muitos séculos. É como se o ritual se
reinterpretasse e se corrigisse a si mesmo. Isto é fantástico e depende só da mente, das sensações,
dos hábitos, da existência, do espírito de cada um.
Uma afirmação muito importante: toda corporação que usa rituais litúrgicos, religiosos ou
não, todo e qualquer ritual e toda ritualística é, apenas, um meio e, nunca, um fim. Coloca-se,
então, uma questão fundamental: meio para quê?
2. Origens do ritual:
O ritual maçônico é muito antigo. Originou-se, provavelmente, no século XIV. Nenhuma
pessoa o “compôs” ou o “inventou” --- não existiu um autor. Representava a perpetuação das
atividades e práticas dos maçons operativos (maçons de ofício, pedreiros e construtores), de seus
usos e aplicações de trabalho e de seus costumes. Não era nem mesmo um ritual; foi simplesmente
chamado de “trabalho” ou “work”. Desde o século XIV e até hoje, no Reino Unido, é chamado de
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“work” e não de ritual. Ritual e rito são palavras que apareceram, na maçonaria, em França, no
século XVIII. Foram adotadas pelos norte-americanos, brasileiros, alemães e demais países
continentais, mas não pelos britânicos.
Do que constava esse “work” dos maçons operativos ou maçons de ofício? Um exercício de
imaginação, baseado em evidências, pode-se visualizar um ritual (“work”). O que está abaixo são
conjecturas, suposições. Não existe nada escrito sobre isso. Todo novato que entrava para uma
guilda de maçons operativos tinha, certamente, que fazer um juramento, promessa ou
compromisso. Por quê? Juramento para não revelar os segredos de construção, pois não havia
plantas, planejamentos ou cálculos, somente segredos, conhecimento pragmático, conhecimento
que importa o êxito prático e desprovido de teorias. Acresce o fato que a grande maioria dos
maçons operativos era analfabeta. E as catedrais góticas levavam muitas gerações para serem
construídas. A catedral de Notre Dame, em Paris, por exemplo, demandou 182 anos de construção
(seis gerações, à época). Uma ideia de como trabalhavam e viviam os maçons operativos na
construção de catedrais, pode ser lida num romance de Ken Follet1
(Follet, 1992) --- “Os Pilares
da Terra”. Embora romance, as circunstâncias de acontecimentos e a conjuntura são bastante
verdadeiras. Todo conhecimento de construção era pragmático e esses segredos de como construir
eram transmitidos oralmente. Ao novato, fornecia-se instruções de como trabalhar; obviamente,
era provido de ferramentas e instruções de seu uso. Era ensinado, também, como manter as
ferramentas em boas condições de uso e instruído sobre as responsabilidades do novato. A guilda
era presidida e supervisionada por um Mestre e seus assistentes. A nomenclatura da época, no
Reino Unido, era Master of the Lodge (Mestre da Loja, posteriormente, nomeado Venerável
Mestre) e os assistentes eram warden (pessoa que cuida de um lugar determinado e assegura que
as regras são obedecidas, ou seja, zeladores, guardadores, posteriormente nomeados Vigilantes).
Havia, também, os “trabalhadores do chão” ou “oficiais do chão” (officials of the ground) que
transmitiam ordens do Mestre da Loja para os Zeladores; esses “trabalhadores do chão” deram
origem aos Diáconos, e nas lojas do continente europeu, especialmente as francesas, aos Expertos.
Um “comunicador” organizava o trabalho; este “comunicador” deu origem ao Diretor de
Cerimônias. O Mestre e seus assistentes, também, davam instruções aos novatos. Este grupo de
trabalhadores desenvolveu sua própria terminologia, denominou outros cargos de seus oficiais.
Forneceu, também, a cada membro do grupo, modos reservados de identificação --- senhas,
palavras sagradas --- para provar sua condição de membro do grupo no estrangeiro ou entre
estranhos. Cada guilda cuidava de seus próprios trajes, aventais de couro para proteger suas
roupas que os identificavam e se tornaram seu distintivo. Os pagamentos, salários e as
contribuições para uma caixa de previsão para o futuro, para acidentes (futura previdência), para
as viúvas em caso de morte do maçom (surgiu, então, o Tronco da Viúva), consequentemente,
precisaram de um tesoureiro. Analogamente, os registros de trabalhos, de horários, etc.
necessitaram a nomeação de um secretário. Estava formada a loja e, com a perpetuação de usos,
costumes e práticas, estava formado o ritual (“work”) de transmissão oral. Repete-se: tudo são
conjecturas, não há provas de que assim surgiu um ritual.
Toda guilda tinha suas próprias regras, também, de transmissão oral.
1
Kenneth Martin Follet, Ken Follet, filósofo, jornalista e escritor galês, nasceu em 1949, em Cardiff, País de Gales.
Formado em filosofia pela University College of London, tornou-se jornalista e escritor. Publicou 29 romances, todos
num contexto da história medieval, moderna ou contemporânea. “Os Pilares da Terra” (The Pillars of the Earth) foi
editado em 1989 e, em 2010, transformou-se em séries de TV. Follet é membro da Yr Academi Gymreig (Academia
Galesa) e membro da Royal Society of Arts.
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Eram listas de deveres e de direitos dos maçons, regras e regulamentos com os quais os
trabalhadores foram governados. Algumas dessas regras foram escritas e chegaram aos nossos
dias: as Old Charges ou Antigas Obrigações. Assim, o work (ritual) perpetuou-se, elaborado e
desenvolvido não por tradição, pelo estudo em livros ou desenvolvido teoricamente, mas a partir
do próprio trabalho diário na construção de catedrais e outros edifícios. Surgiram alegorias e
lendas cujo objetivo era (e é) evidenciar, simbolicamente, a preparação para o desenvolvimento de
virtudes, de valores e de bem viver.
Aqui está a resposta: todo ritual maçônico é, apenas, um meio e, nunca um fim. Meio para
quê? Meio para a preparação, para o desenvolvimento de virtudes, de valores e de bem viver.
Aos poucos, a partir do século XVI, houve um declínio das atividades das guildas. Por quê?
Pelo desenvolvimento científico e desenvolvimento da matemática, as construções tornaram-se
viáveis tecnologicamente, baseadas em cálculos estruturais, planejamentos e elaboração de plantas
e projetos. O pragmatismo dos maçons operativos das guildas tornou-se obsoleto e
economicamente dispendioso face ao desenvolvimento tecnológico. Acrescenta-se o aparecimento
de universidades formando arquitetos e construtores (Valsechi, 2014). Aos poucos, a maçonaria
operativa transforma-se em especulativa. Na Escócia, ainda no século XVI, aparecem os primeiros
maçons “aceitos”, isto é, maçons que não eram pedreiros ou construtores, mas filósofos,
aristocratas, cientistas, oriundos das universidades que substituíram a construções de catedrais
pela construção do seu ser interior, usando toda simbologia e filosofia expressa no work (ritual).
A data aceita como marco dessa mudança foi 1717, em Londres. Já, nesta época, a
maçonaria moderna, denominada de especulativa ou dos aceitos, já distanciada da influência da
Igreja Católica; tinha ainda grande influência da Igreja Anglicana e de calvinistas escoceses. O
ritual usado nessa época pela “Loja dos Modernos” era um ritual bastante simples e quase deísta.
Esse ritual, introduzido em França em torno de 1725, compôs o então chamado Rito Francês e
posteriormente denominado Rito Moderno. A partir de 1751, com a fundação da “Loja dos
Antigos”, foi usado um ritual de origem irlandesa, bastante teísta, de 3 graus, mais o Arco Real
(que não é o 4º grau). Este ritual deu origem ao Rito de York usado especialmente pelos norte-
americanos, chamado também de Rito Inglês Antigo.
O Trabalho de Emulação tem uma extensão do terceiro grau, que não chega a ser um novo
grau, chamado Arco Real. Não se trata de um grau superior, mas um grau adicional. E não mais
faz parte do Ritual de Emulação, mas forma um corpo (agregação de maçons) próprio. Não
confundir o Arco Real do sistema inglês com o Corpo de Graus Superiores do sistema americano
(Rito de York), conhecido como Real Arco.
A rivalidade entre “Antigos” e “Modernos” requereu novos regulamentos para o governo da
Ordem. Por consenso, procurou-se uma nova forma de ritual. No ritual dos “Modernos”, foram
retiradas em 1723, as orações, omitiram os dias santos e descristianizaram o ritual. Cortaram a
leitura dos Antigos Deveres e retiraram as espadas nas iniciações.
Essa rivalidade entre “Modernos” e “Antigos” perdurou até 1813, quando da unificação e
formação da Grande Loja Unida da Inglaterra. Procurou-se, então, adotar um ritual que fosse uma
fusão entre o ritual dos “Modernos” e o dos “Antigos”. Na unificação, decidiu-se pela perfeita
unidade no “trabalho”. Foi formada uma “Loja de Reconciliação”, composta de um número
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igualitário de maçons “Antigos” e “Modernos”, com a incumbência de definir a forma do ritual a
ser observada permanentemente.
3. Ritual de Emulação:
Só em 5 de junho de 1816 (30 meses depois), a Loja de Reconciliação
aprovou as Cerimônias do Trabalho (“work”) em sessão presidida pelo Grão Mestre da Grande
Loja Unida da Inglaterra, o duque de Sussex2
. A Loja de Reconciliação, havendo cumprido o
propósito específico para a qual foi constituída, deixou de existir em 1816 e a divulgação e estudo
do novo ritual recaiu nas Lojas de Instrução que nasceram neste ano. A mais importante dessas
Lojas de Instrução foi a Loja Unida de Perseverança, fundada em 26 de janeiro de 1818. Essa loja
contava com os maçons mais instruídos da época, dos quais, nove foram fundadores da Loja de
Emulação e Aperfeiçoamento (Emulation Lodge of Improvement), em 1823. O objetivo dessa
nova Loja era ensinar, de forma precisa, o ritual acordado pela Loja de Reconciliação. Tornou-se,
então, a curadora oficial em todo mundo do Ritual de Emulação. Curadora é a instituição que
cuida dos interesses e defende a pureza do Ritual de Emulação. Ao contrário de outros ritos que
são admitidos pelo GOB, o Ritual de Emulação é monitorado, interpretado e explicitado, para
todo mundo, exclusivamente, pela Emulation Lodge of Improvement. Dúvidas poderão ser
sanadas no site http://emulationloi.org/
através da comunicação com o secretário da Loja: secretary@emulationloi.org.
Daí, surgiu o termo Emulation (Emulação), ligado à Loja a “Emulation Lodge of
Improvement” (Loja de Emulação e Aperfeiçoamento), verdadeira escola de maçonaria onde são
dadas instruções por preceptores que ensinam o ritual aos Irmãos, a qual existe e funciona até
hoje.
O primeiro e mais importante preceptor da Loja de Emulação e Aperfeiçoamento foi Peter
William Gilkes, célebre instrutor maçônico, cujo nome está inseparavelmente unido ao Trabalho
de Emulação.
Peter William Gilkes, um humilde verdureiro de Carnaby Market (Soho District), em
Londres, nasceu em 1765, em local não sabido e faleceu em 1833, em Londres. Iniciou-se em
1786, na British Lodge, agora de nº 8. Foi membro da Loja de Perseverança e fundador da Loja de
Emulação e Aperfeiçoamento, onde foi escolhido Líder do Comitê de Emulação, em 1825,
posição que ocupou até sua morte em 1833. Foi sucedido por brilhantes Irmãos e até hoje existe
um Líder do Comitê de Emulação. Gilkes está enterrado num grande mausoléu maçônico no
corredor norte, de leste para oeste, da St. James Church, Picadilly, Londres, desde 1834.
2
O duque de Sussex, em 1816, foi o príncipe Augustus Frederick (nascido em 1773 e falecido em 1843), 6º filho do rei
George III do Reino Unido e Grão Mestre da Grande Loja Unida da Inglaterra de 1813, até sua morte em 1843. O Grão
Mestre da GLUI tem cargo vitalício e é o chefe do Estado Maçônico; o chefe do Governo Maçônico é o Pró-Grão
Mestre, eleito a cada 4 anos.
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Fig. 1 - Peter William Gilkes
O princípio básico de Emulação é que o ritual não pode ser alterado em nenhum
lugar do mundo, sem que a Grande Loja Unida da Inglaterra não sancione a alteração,
após estudos da Loja de Emulação e Aperfeiçoamento. Na verdade, houve, apenas,
duas alterações. A primeira, em 1964, 148 anos após a aprovação do Trabalho de
Emulação, quando foi aprovado uma forma alternativa de penalidade, explicitando
serem penalidades figurativas. Isso foi feito por proposta do bispo Herbert, Grão-
Mestre Provincial de Norfolk. Em 1986, 170 anos após a aprovação do Trabalho de
Emulação, as penalidades que envolvem juramentos de sangue (“blood oaths”) foram
removidas.
No Brasil, o Ritual de Emulação foi modificado. Primeiramente, no nome:
traduziram, erroneamente, em 1912 “Craft Masonry” (Ofício Maçônico) por Rito de
York. O Ritual de Emulação não é um Rito e nem de York. Esse erro perdura até hoje
e é reconhecido pelo GOB (GOB, 2009 – o reconhecimento do erro está nas pags. 17
e 21). Há erros de tradução, também, no Ritual de Emulação em português, publicado
pelo GOB. Há uma confusão entre os termos “templo” e “loja” que não têm o mesmo
significado. Há, também, a abreviação por três pontinhos: V.’.M.’., em lugar de V.M..
Não existe três pontinhos na maçonaria britânica. O triponto é de origem francesa.
Não existe, também, na maçonaria britânica, o tríplice e fraternal abraço.
Em verdade, não existe, no Reino Unido, o Rito de York. O Rito de York é um
rito de 13 graus sucessivos, que é também chamado de Rito Inglês Antigo, muito
utilizado nos EUA. No Reino Unido, o sistema inglês é chamado de Craft Masonry
(Arte Maçônica ou Ofício Maçônico). O Ritual de Emulação (ou Trabalho de
Emulação – Emulation Ritual ou Emulation Work) faz parte deste sistema de Arte
Maçônica.
O Ritual de Emulação é oral e no Reino Unido não se usa manuais, exceto o
P.M.I. (último ex-Venerável ou Past Master Imediato) que funciona como “ponto”
(auxiliar que, de maneira oculta ou discreta, recorda aos participantes da sessão as
suas falas, quando necessário). O P.M.I. pode corrigir até o Venerável Mestre em suas
falas. Esse “ponto” pode ser substituído por aparelhos de gravação eletrônica de
pequenas dimensões, usados por todos os participantes que devem usar falas de uma
sessão. Em lojas inglesas, é costume não entregar rituais impressos aos Aprendizes e
aos Companheiros. Isso contribui e estimula “emular” o ritual. Emular significa
esforçar-se para a realização de um mesmo objetivo; imitar; seguir o exemplo;
igualar; praticar apenas olhando. Ao se ler o ritual, está-se sujeitando contra a própria
ideia, ou seja, não se está emulando.
O Ritual de Emulação não teve influência de qualquer ocultismo, tais como
alquimia, rosacrucismo, martinismo, cabalá, etc. Não há, no Ritual de Emulação, a
bateria feita com palmas, mas apenas o bater dos malhetes do V.M., do 1º e 2º Vig..
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A partir de 1871 foi impresso um ritual “The Perfect Ceremonies of Craft
Masonry” (Cerimônias Exatas da Arte Maçônica), publicado pela Lewis Publishers3
de Londres. A publicação desse ritual teve severa oposição de oficiais superiores da
Grande Loja Unida da Inglaterra. O ritual foi impresso, também, na Nigéria, em torno
de 1920 e republicado em 1939, pela Lewis, com forte oposição da Grande Loja
Unida da Inglaterra. Esse ritual nigeriano distinguiu-se por mostrar comentários sem
restrições. Por isso, foi amplamente disseminado. O ritual “Cerimônias Exatas” foi
traduzido para o português em 1920, pelo Ir. Joseph Thomas Wilson Sadler membro da
“Lodge of Unity” de São Paulo. Ele usou corretamente a expressão “Cerimônias Exatas da Arte
Maçônica” e não mencionou a expressão “Rito de York”. Em 1976, foi reimpresso o Ritual de
1920, e aparecendo a expressão “Rito de York”, inserido por algum inventor que, aliás, já vinha
sendo usado há muito tempo, consagrando assim definitivamente no Brasil, um nome que não
existe no sistema inglês. Sabe-se que na Inglaterra esse Trabalho não tem essa denominação.
Como todos os rituais usados atualmente pelos brasileiros estão baseados nessa tradução, e como
foi mantido, em 1976, o termo Rito de York, ainda que de forma incorreta, tornar-se-á muito
difícil, após muitos anos, desfazer-se desse erro que já se tornou corriqueiro e de uso geral. Deve-
se repetir que o Ritual de Emulação nem é de York e muito menos é um Rito. A Grande Loja da
Inglaterra permitiu imprimir o Ritual de Emulação somente em 1969, com a chancela da
Emulation Lodge of Improvement.
O Ritual de Emulação não é de York, mas é de Londres e não é um rito, mas um ritual. Não
é um rito estruturado, como o REAA, mas um ritual, pois é composto apenas das cerimônias de
abertura e fechamento da Loja (incluindo o fechamento da loja no descanso), da iniciação, da
passagem (elevação a Companheiro) e da elevação (exaltação a Mestre) e da instalação do Mestre
da Loja. Todos os demais procedimentos não fazem parte do ritual: cortejos, meditação, leitura e
aprovação de atas, ordem do dia, os três levantamentos, o Tronco de Beneficência, etc. Todos
esses procedimentos não pertencentes ao Ritual de Emulação poderão ser feitos em loja fechada.
O Trabalho de Emulação é o ritual mais antigo na maçonaria britânica e predominante (cerca
de 85%). A Grande Loja Unida da Inglaterra, no entanto, reconhece outros tipos de Trabalhos
(todos derivados do Ritual de Emulação), a saber: Taylor Working, Bristol Working, Lewis
Working, West End Working, Stability Working, Universal Working, além de outros tipos de
Trabalhos menos divulgados. Todos esses tipos de Trabalhos são muito parecidos com o
Emulation Working. O mais diferenciado é o Bristol Working, no qual, o Venerável usa um tipo
de chapéu chamado “cocked hats” muito usado na marinha inglesa. Nesse Trabalho as cerimônias
também são um pouco diferentes.
A Loja de Emulação e Aperfeiçoamento manteve por quase 200 anos um padrão uniforme do
Ritual de Emulação, sem alterações. Há algumas observações que devem ser feitas:
- Não se esquadra o piso mosaico da Loja, exceto na iniciação, na passagem e na elevação.
(Esquadrar é um neologismo no sentido de fazer a esquadria (dispor em ângulo reto) nos três
cantos do piso mosaico durante perambulação; é impreciso usar o termo enquadrar para o sentido
explanado acima).
3
Lewis Publishers é uma editora maçônica britânica, fundada em 1801, portanto, a mais antiga editora maçônica do
mundo. Hoje, edita, oficialmente, os rituais para a Grande Loja Unida da Inglaterra e para os capítulos do Sagrado
Arco Real.
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- 0 ritual de banquete ritualístico, Festive Board Ritual, não é Ritual de Emulação, mas é um
ritual britânico, diferente dos rituais de banquete do REAA, por exemplo, que é baseado nas lojas
militares napoleônicas. O Festive Board Ritual é baseado na aristocracia britânica com influências
hebraicas e celtas.
- Os sinais e palavras sagradas dos três graus são próprios e características do Ritual de
Emulação.
- Os Cinco Pontos de Companheirismo do 3º grau é a característica do Ritual e é o sinal
composto do grau. O termo correto é Cinco Pontos de Companheirismo, tradução de FPOF – Five
Points of Fellowship. Embora, deve-se afirmar que há uma tradição nas línguas latinas de chamar
Cinco Pontos de Confraternização.
- Nenhum sinal, de qualquer grau, deve ser feito com o ritual (o manual); não se deve ter nada
nas mãos, exceto os Diáconos e Diretor de Cerimônias com seus bastões. Isso inclui o sinal
composto de 3º grau (os Cinco Pontos de Companheirismo) que não deve ser feito com o ritual na
mão.
- Em loja aberta, não pode haver discussões ou debates e, portanto, não podem ser tratados
assuntos administrativos. Os assuntos administrativos devem ser tratados em reunião
administrativa, fora do templo.
4. Algumas simbologias:
No Ritual de Emulação, há vários procedimentos que, aos poucos,
descobre-se seu significado e o porquê. Algumas questões: por que o uso do cortejo inicial e final
(que não pertence ao Ritual de Emulação)? Por que não existe um Oriente, ou seja, o Leste, mais
elevado como nos outros ritos? (O Rito de Schröder, alemão, também não tem Oriente (Leste)
mais elevado). Por que o Ritual de Emulação é, ritualisticamente, mais simples se comparado, por
exemplo, ao REAA? Por que se usa ternos escuros (dark suits) e não se usa balandrau? Por que há
três levantamentos? Por que no encerramento da loja, o capelão (ou o PMI) promete, por três
vezes, fidelidade e guardar nossos segredos em lugar seguro? Por que o sinal composto de 3º grau
são os Cinco Pontos de Companheirismo, falado? Os maçons cumprem os Cinco Pontos de
Companheirismo? Os maçons cumprem os juramentos dos 3 graus? Por que não se deve fazer
sinal de nenhum grau com o ritual na mão? Por que o Ritual de Emulação, tradicionalmente, há
quase 200 anos, é oral e não lido? Por quê? Por quê? Ao se procurar respostas estas questões, se
instrui, se aprende; o ritual se revela (retira seus véus). Na verdade, a resposta a cada uma destas
questões pode dar origem a um proveitoso trabalho.
Os significados dos símbolos, na Maçonaria, têm uma limitada flexibilidade, chegando a ter
interpretações quase pessoais. Exemplo: o esquadro: símbolo da retidão e que outros dizem
símbolo da moral; outros, ainda, símbolo da virtude, ou da justiça, ou do dever, ou da probidade,
etc. Há, portanto, certa flexibilidade, elasticidade, elegância de entendimento simbólico. Na
verdade, o significado de um símbolo depende da pessoa e da ocasião, do tempo, do momento. É
conveniente, sempre, o questionamento sobre o significado de cada símbolo.
Um exemplo de interpretação simbólica do Ritual de Emulação: ao abrir a loja, o 1º
Vigilante levanta sua coluna (coluna dórica, da força) e o 2º Vigilante abaixa sua coluna (coluna
coríntia, da beleza). O V.M. permanece, sempre, com sua coluna levantada (coluna jônica, da
sabedoria). Durante o chamado para o descanso e ao encerrar a sessão, o procedimento dos 1º e 2º
Vigilantes é o oposto da abertura da loja. Por quê? O 1º Vigilante, ao levantar a coluna da força,
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indica que, ao abrir a loja, “os trabalhos tomam força e vigor”. O 2º Vigilante, ao levantar a
coluna da beleza no fechamento da loja (ou quando do descanso), indica que os Irmãos apreciarão
a beleza da fraternidade no ágape ou na apreciação de algum trabalho a ser debatido.
É praxe, uma rotina antiga, após a fala de alguém, num dos três levantamentos: com a mão
direita, bate-se na coxa direita, todos ao mesmo tempo, comandados pelo V.M. ou pelo Diretor de
Cerimônias. Trata-se de um sinal de agradecimento britânico; não é um aplauso, como bater
palmas. Esse
costume tem origem, provavelmente, no Parlamento Britânico4
. Mas, há quem diga que esse
costume tem origem na maçonaria operativa ou maçonaria de ofício e foi, depois, introduzido no
Parlamento Britânico. Esse sinal de agradecimento não faz parte do Ritual de Emulação, mas é
costume em toda a maçonaria britânica.
5. Considerações finais:
Os rituais são muito ricos e extremamente eficientes quando se
questiona o porquê dos procedimentos. O Ritual de Emulação é, igualmente, rico e fértil em
emular valores e virtudes. Há que se questionar o porquê de cada ação, de cada símbolo e de cada
palavra. Muitas vezes, não é imediato e fácil descobrir as respostas. Há, também, aqueles que
teorizam tentando responder questionamentos, baseados no subjetivismo pessoal; são os que
praticam o “achismo”. Há que se estudar, ler, obter respostas confiáveis em boas fontes. Só assim,
os rituais tornam-se eficientes para o principal propósito: aprimorar o ser interior, praticar
virtudes, melhorar sua vida ou simbolicamente: construir seu templo interior. Por isso, existem
maçons.
Em seguida, adapta-se um texto de “Zohar, O Livro do Esplendor”. Zohar (ַרהֹ )ז em hebraico
significa esplendor, luminosidade intensa. Zohar foi escrito, provavelmente, por Moisés de León5
,
possivelmente em 1260 (Scholem, 1963). O texto de Zohar trata da leitura da Torá. Zohar pode
ser lido na internet: Manhar, 2005; Zohar. 2004.
“Pessoas sem entendimento veem os textos dos rituais apenas como vestimenta, a roupa. Os mais
argutos veem, também, o corpo. Mas os verdadeiros sábios, os que absorvem, mesmo, o ritual,
penetram todo o texto do ritual até o âmago, até a alma, até o verdadeiro objetivo original.”
Para terminar: como, depois deste texto, se vê o ritual? Uma roupa, um corpo ou seu
verdadeiro âmago?
4
O Parlamento do Reino Unido foi a assembleia legislativa do Reino da Inglaterra, fundado em 1066 quando William da
Normandia introduziu o sistema feudal e necessitou de um conselho de “inquilinos” (tenant ou holding, algo como
inquilinos de terra arrendada) e eclesiásticos antes de promulgar leis. Em 15 de junho de 1215, os “conselheiros”
garantiram a Magna Carta (Constituição) feita pelo rei João. Na época, o Parlamento era formado somente por Lords e
eclesiásticos. A Lei Básica da União (Act of Union) de 1707 fundiu o Parlamento da Inglaterra com o Parlamento da
Escócia, formando o Parlamento da Grã Bretanha. Em 1801, quando o Parlamento da Irlanda foi abolido e fundido, o
Parlamento da Grã-Bretanha passou a chamar Parliament of the United Kingdom of Great Britain and Northern
Ireland. Em 1999, reconstituiu-se o Parlamento da Escócia.
5
Moisés de León (Moshe ben Shem-Tov - יד–ןואיל םש–בוט ןב השמ ou Moisés de Guadalajara), filósofo e
rabino judeu sefardita, nasceu em 1240 e faleceu circa de 1290, autor de Zohar, livro central da Cabalá.
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Ir José Valdecir Souza Martins
MM da Loja Ordem e Progresso n° 25
G.·.L.·.E.·.M.'. S.'..·. - R.·.E.·.A.·.A.·.
Reuniões as 6ª feiras às 20:00 horas
Or.·. Campo Grande-MS.
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A FORÇA DA EGRÉGORA
Pesquisei o significado desta palavra "egrégora" no dicionário Aurélio e Michaelis e não a
encontrei.
Acredito que seja um conceito desconhecido do meio acadêmico, que também nasce de
uma palavra também pouco usual. Pelo conhecimento maçônico e Rosacruz, pela experiência já vivida
em ambos os Templos, “Egrégora” Egrégoras são energias que podem ser geradas e fortalecidas a
cada dia. Se elas serão positivas ou negativas, dependerá de quem as criará. Uma egrégora pode ser
criada com boas energias, e a medida que for crescendo e acrescentando adeptos, podem mudar o
direcionamento dessa energia. No caso a inversão pode ocorrer em todos os sentidos.
No entanto, podemos assim conceituar, que a egrégora pode ser perceptível ou
imperceptível, dependendo da sensibilidade de cada um. Forma-se pela participação de várias pessoas
num determinado ambiente. Modo geral é perceptível em cerimônias, quando "sentimos" o ambiente
psicológico presente, as energias emanadas de cada vibrando em torno de nós ou sobre nós. Referem-
se a elas religiões, seitas, associações, grupos de filosofia, reuniões de trabalho, etc.
Algumas sociedades se vêem incluídas no seguinte conceito: Por axioma, um ser humano
nunca vence a influência de uma egrégora caso se oponha frontalmente a ela. A razão é simples. Uma
pessoa, por mais forte que seja, permanece uma só. A egrégora acumula a energia de várias, incluindo
a dessa própria pessoa forte. Assim, quanto mais poderoso for o indivíduo, mais força estará
4 – A Força da Egrégora
José Valdecir Souza Martins
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emprestando à egrégora para que ela incorpore às dos demais e o domine. É a sociedade que querem
ser apenas servidas sem jamais servir.
Ainda dentro do conhecimento, acredito que existe uma força positiva que congrega toda a
força do homem e do universo e que estar ligado a esta força que nos faz mais feliz e mais humano.
Infelizmente muitas pessoas ao se prenderem na força do isolamento acabam criando uma força
negativa que não acaba congregando com está energia positiva e por isso é que existem tantas
discórdias e rancores. Se o homem saísse de seu isolamento e buscasse nos meio que nos agrega a
um complemento para se congregar a esta energia aí o mundo será mais humano, mais justo e mais
fraterno, mas o que vemos é que o homem busca nas agregações uma forma de se auto isolar e
buscar seu bem estar e social e não do homem como um todo e aí ignora sua própria egrégora.
Acredito que a Egrégora, não é parte de nenhuma entidade isoladamente, mas sim
formada na conformidade de sentimentos e pensamentos. Ora, se em um local, existem pessoa que,
com uma intenção e sentimento em comum, estão a trabalhar religiosamente, essas formarão uma
Egrégora positiva. Caso exista uma pessoa, que diferente das demais, esteja fora desse sentimento e
pensamento, irá somente perturbar, mas fará também parte, criando uma variação na mesma. Isso
gerará uma característica única daquele local.
A paz, o equilíbrio, a serenidade, o amor ao próximo, torna a egrégora benfazeja em
qualquer entidade. O importante compartilhar as visões esperando que cada ser humano tenha poder
pessoal para utilizar o conhecimento que dispõe em sua energia. Sempre preferi como cerne do
caminho a conexão direta com o espírito, como sempre ouvimos sem mitificar ou criar Deuses que
representam a fonte, desta forma, acredito que conseguiremos seguir adiante no nosso caminho.
Fazer parte de uma egrégora é um momento mágico e deslumbrante em nossas vidas.
Fazer parte de um grupo em que as pessoas estão sintonizadas com um mesmo objetivo e uma
mesma missão, é uma situação que nossos corações mais anseiam nesta vida. Poder contar com o
apoio, atenção, compreensão e zelo dos componentes dessa egrégora, com certeza, tornará nossa
vida mais repleta de bons sentimentos que nos levarão cada vez mais ao equilíbrio e à razão, pois
sabemos o que e quem nos está amparando. Pertencer a uma egrégora nos fortalece em vários
sentidos e nas mais diversas situações.
O importante é compartilharmos conhecimentos como este que nos faz unir em um mesmo
pensamento de caridade, humildade que faz de nossa Maçonaria um grande templo de benção e amor
e assim podemos dizer em alto e bom tom que vivemos na LIBERDADE, na IGUALDADE e na
FRATERNIDADE.
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O Ponto Dentro do Círculo
Seu espaço para estudos e pesquisas
O Mito de Tântalo
Publicado em 21 de junho de 2016por Luiz Marcelo Viegas
Vanitas vanitatum et omnia vanitas – Vaidade das vaidades, tudo é vaidade
Não é de hoje que o homem aspira a mais perfeita e elevada purificação. Como outrora, religiosos
ferrenhamente devotados empreendem uma luta interior buscando alcançar o Olimpo, atingir o nirvana
ou vivenciar o paraíso na terra.
O mito grego do rei Tântalo desvela a ambição de um mortal que, não satisfeito em ser notoriamente o
“predileto dos deuses”, almeja transmutar-se num “deus” propriamente, incorrendo num erro brutal.
Apontando a hýbris (desmedida) em Tântalo, na obra intitulada “O Simbolismo na Mitologia Grega”, o
renomado estudioso francês Paul Diel, afirma que: “Afoito por sua conquista e esquecido de sua
condição mortal e seus limites, Tântalo chega a se exaltar com tal intensidade que lhe sobrevém a
tentação de querer se tornar um igual entre as divindades, puros símbolos do espírito”.
A fim de obtermos maior clareza sobre esse latente desejo humano e de sua possível perversão,
descortinemos o mito legado pelo premiadíssimo tragediógrafo Ésquilo (524-456 a.C.). A desfrutar
néctar e ambrosia, Tântalo, o próspero e abençoado rei de Corinto, justo e bem quisto, torna-se o único
mortal admitido à mesa dos olímpicos. A consciência dessa distintiva predileção acaba por enredá-lo
numa vaidosa e desvairada grandiosidade imaginativa.
5 – O Mito de Tântalo
Do Site O Ponto Dentro do Círculo (Ir Luiz Marcelo Viegas)
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Presunçoso, no afã de confirmar seu estatuto de “igual” entre os deuses, Tântalo convida a todos do
Panteão para um banquete em seu palácio e, pondo em teste a onisciência divina, lhes oferece o
alimento terrestre sob sua forma mais abjeta: a carne de seu próprio filho, Pélops.
Servir essa funesta iguaria, fruto de sua obsessão doentia, simboliza a maior perversão empreendida por
um mortal. Eis que os deuses são mesmo oniscientes, reconhecem a blasfêmia e, horrorizados, repudiam
a ofensiva dádiva. Somente a deusa Deméter, da agricultura, perturbadíssima com o recente
desaparecimento da filha Perséfone (Prosérpina ou Kore para os romanos), desatentamente ingere um
pedacinho da carne.
Malsucedido, Tântalo nem se igualou aos deuses, nem os rebaixou a seu nível, pois Zeus, o soberano do
Olimpo, restaurador da ordem, ressuscita Pélops reconstituindo o pedaço faltante do ombro por
mármore (daí “hamartía“, a marca) e delibera sobre qual seria o pior castigo para o herege. O menino
fora poupado, mas a maldição lançada aos descendentes da Casa de Atreu (cujo expoente será o
ganancioso rei atrida Agamêmnon), como a “marca do pecado original” legado no mito de Adão e Eva,
trazemos todos até hoje: a eterna insatisfação.
A condenação pelo veredicto dos deuses, pela “lei psíquica”, ilustra a justiça inerente a todos nós. É na
perturbação oriunda do conflito interior da psyché (alma) humana que as divindades tornam-se
expressões simbólicas da legalidade essencial da vida e de sua necessidade de fazer justiça.
A santidade idealizada e perseguida em ciclos míticos como o hindu, o islâmico e o cristão, por exemplo,
é justa. Almejar, no entanto, a santidade absoluta, esquecendo-se da condição humana, é irrealizável.
Mais ainda, uma ambição dessa magnitude constitui evidente desmedida (hýbris), caso de Tântalo.
Paul Diel, afirma que: “Justamente em razão dos gregos não terem alcançado a visão clara e mais
elevada do ideal simbolicamente expresso pelo mito cristão, é que [neles] o desejo de purificação
perfeita só pôde ser visto sob seu aspecto negativo; o perigo de uma superexcitação doentia da esfera
espiritual”. A visão mítica dos gregos nos “adverte contra esse perigo exprimindo unicamente o medo de
ver rompida a harmonia das pulsões e perder a justa medida”.
Para outras formas de re-ligação (religião), o santo, o homem simbolicamente divinizado, “ungido” pelo
“deus”, venceu todos os desejos da matéria, tanto no nível das inquietações físicas quanto no nível da
imaginação exaltada e, tendo-os dissolvido, ele não é mais afetado por nenhuma tentação. Como Sidarta
Gautama, o Buda, transcende a tudo e a todos.
Ao que Tântalo almeja, tornar-se também um deus, o grego impõe interdito. O ideal de santidade
proposto pela doutrina cristã caracteriza um passo evolutivo que transpõe os marcos da cultura pagã. O
interdito é esse: a carne se fazer espírito, o homem tornar-se deus. A correção é essa: o Espírito faz-se
carne, Deus faz-se homem.
Desse modo, o indivíduo que busca a verdadeira santidade dispõe de toda energia de seus desejos,
subtraindo-se ao mundo em relação ao qual ele nada mais deseja e, precisamente por haver-se assim
libertado das múltiplas ligações afetivas, permanece unido ao mundo graças a vínculos mais intensos: o
amor (caritas), a bondade e a compaixão.
Autora: Luciene Felix ( professora de Filosofia e Mitologia Greco-Romana da ESDC)
20. JB News – Informativo nr. 2.091– Florianópolis(SC), quinta-feira, 23 de junho de 2016 Pág. 20/26
Este Bloco é produzido pelo Ir. Pedro Juk,
Loja Estrela de Morretes, 3159 - Morretes – PR
Substituto do venerável
Em 19/10/2015 o Respeitável Irmão Rodrigo Coletti, Loja Verdade e Justiça, 3.263, REAA, GOB-PR,
Oriente de Campo Mourão, Estado do Paraná, solicita o seguinte esclarecimento.
colettiecintra@colettiecintra.com.br
Caro irmão Pedro, cumprimentando-o mais uma vez e quiçá abusando de seus
conhecimentos gostaríamos de sanar uma dúvida. Em uma reunião em nossa Loja Simbólica
surgiu a seguinte indagação: Na falta do Venerável Mestre, quem é o seu substituto imediato?
Um irmão decano afirmou ser o 1º Experto, o que causou estranheza para alguns.
Aguardamos sua valorosa opinião.
Considerações:
Tradicionalmente o substituto imediato do Venerável Mestre de modo precário é o
Primeiro Vigilante. O termo “precário” aqui significa o mesmo que “eventual”, já que o
impedimento definitivo de um Venerável, por ser cargo eletivo, sua substituição carece de
procedimentos conforme aqueles emanados dos Diplomas Legais da Obediência – por exemplo,
até uma nova eleição.
No caso da ausência precária, nas Sessões Magnas de Iniciação, Elevação e
Exaltação, o substituto do Venerável será o Mestre Instalado mais recente da Loja, isso na
hipótese de que o Primeiro Vigilante não possua ainda o título distintivo de Mestre Instalado.
Atenção: Mestre Instalado não é Grau, senão uma distinção honorífica.
Quanto ao substituto imediato do Primeiro Vigilante de modo precário é o Segundo
Vigilante que, por sua vez, nessa situação, ou pela sua própria ausência, será substituído pelo
Segundo Experto e não pelo Primeiro como mencionado na questão.
Cabe lembrar que mesmo para os Vigilantes, em se tratando de ausência definitiva,
eles também se adequam às Leis da Obediência tal como o caso do Venerável (cargos eletivos).
T.F.A. PEDRO JUK –
jukirm@hotmail.com -
Dez/2015
Não esqueça: envie sua pergunta identificada pelo nome completo, Loja, Oriente, Rito e Potência.
6 – Perguntas & Respostas
Pedro Juk
21. JB News – Informativo nr. 2.091– Florianópolis(SC), quinta-feira, 23 de junho de 2016 Pág. 21/26
(as letras em vermelho significam que a Loja completou
ou está completando aniversário)
GOB/SC –
http://www.gob-sc.org.br/gobsc
Data Loja Oriente
01.06.1998 Fritz Alt - 3194 Joinville
01.06.1993 Acquarivs - 2768 Florianópolis
03.06.1996 Luz Esotérica - 3050 Porto União
05.06.2001 Vigilantes da Verdade - 3398 Tubarão
08.06.1984 União E Trab. do Iguaçu-2243 Porto União
08.06.1987 União Mística - 2440 Videira
10.06.1910 Aurora Joinvilense - 4043 Joinville
14.06.1909 Renascer do Vale - 4007 Penha
20.06.2005 Luz de Correia Pinto - 3687 Lages
21.06.2010 Cavaleiros da Paz - 3948 São José
23/06/1930 Luz e Verdade III- 1066 Joinville
24.06.1997 São João Batista - 3061 São João Batista
24.06.2004 Acácia do Oriente - 3596 Joaçaba
29.06.2010 Ouroboros - 4093 Florianópolis
30.06.2003 Acácia de Imbituba 3506 Imbituba
GLSC -
http://www.mrglsc.org.br
Data Nome Oriente
03.06.2009 Elimar Baumgarten nr. 101 Timbó
06.06.1984 Obreiros de Salomão nr. 39 Blumenau
06.06.1985 República Juliana nr. 40 Laguna
21.06.1994 Harmonia Brusquense nr. 61 Brusque
24.06.1911 Acácia Itajaiense nr. 01 Itajaí
24.06.1999 Luz nr. 72 Jaraguá do Sul
24.06.2002 Elos da Fraternidade nr. 84 Concórdia
24.06.2005 Amizade ao Cruzeiro do Sul II nr. 90 Joinville
24.06.2005 Cinzel nr. 89 Curitibanos
Lojas Aniversariantes de Santa Catarina
Mês de junho
7 – Destaques (Resenha Final)
22. JB News – Informativo nr. 2.091– Florianópolis(SC), quinta-feira, 23 de junho de 2016 Pág. 22/26
GOSC
https://www.gosc.org.br
Data Nome da Loja Oriente
03/06/1985 Obreiros da Luz Lages
06/06/2003 Livres Pensadores Joaquim José Rodrigues Lages
07/06/2010 Livres Telúricos Maravilha
09/06/1975 Ordem e Progresso Brusque
14/06/1993 Tordesilhas Laguna
20/06/1979 Luz do Oriente Itajaí
21/06/1999 João de Deus São Francisco Do Sul
26/06/2001 Jacques DeMolay Itajaí
23. JB News – Informativo nr. 2.091– Florianópolis(SC), quinta-feira, 23 de junho de 2016 Pág. 23/26
Capítulo Guardiões do Cruzeiro do Sul
promove YAKISSAMBA
(do Ir Glauber Santos Soares, correspondente em Vitória da Conquista)
O Yakissamba, evento organizado pelo Capítulo Guardiões do Cruzeiro do Sul da Ordem
DeMolay, foi realizado neste domingo, dia 19 de junho de 2016, no espaço de eventos da Loja
Maçônica Luz e Sabedoria.
A atividade propôs realizar um almoço com comidas típicas oriental, ao som de samba, unindo
traços culturais asiáticos e brasileiros. A confecção de alimentos ficou sob o comando do Chef
Alexandre Giacomini, proprietário do restaurante Pinhóli e a música pela banda Many Art.
A realização além de comida farta e saborosa, excelente sonoplastia e um ambiente
agradabilíssimo e decorado, contou com uma grande organização e ofertou a todos os presentes
uma tarde memorável. Cerca de 300 pessoas compareceram ao Yakissamba e o evento promete
ser continuado. O valor arrecadado pelo evento irá custear as obras sociais e filantrópicas do
Capítulo Guardiões do Cruzeiro do Sul da Ordem Demolay.
24. JB News – Informativo nr. 2.091– Florianópolis(SC), quinta-feira, 23 de junho de 2016 Pág. 24/26
O Prumo de Hiram:
História da Maçonaria
Crédito: lucianorodrigues@oprumodehiram.com.br
A batalha da Jutlândia –
Muitos maçons estavam lá
A batalha da Jutlândia foi a maior batalha naval da 1º Guerra Mundial e a maior
batalha naval da História.
A batalha da Jutlândia (ou Jutland) foi travada no largo da costa da Dinamarca no
Mar do Norte entre a frota inglesa e a frota alemã, entre 31 de Maio e 1 de Junho de
1916, a 100 anos atrás. Tratava-se de cerca de 250 navios e 100.000 homens e foi a
principal batalha naval da Primeira Guerra Mundial . Esta batalha crítica tiveram
baixas de 6.094 britânicos e 2.551 alemães que foram mortos. Dois anos depois, os
últimos meses da guerra, estariam entre os mais sangrento com 1,8 milhão de mortos
na “Ofensiva dos Cem Dias” de 1918, que pode obscurecer Jutland em nossas mentes
e corações.[...]
Leia o restante deste texto no link abaixo:
http://www.oprumodehiram.com.br/a-batalha-da-jutlandia-muitos-macons-estavam-la/
Vejam as outras seções em http://www.oprumodehiram.com.br
25. JB News – Informativo nr. 2.091– Florianópolis(SC), quinta-feira, 23 de junho de 2016 Pág. 25/26
Ir Marcelo Angelo de Macedo, 33∴
MI da Loja Razão e Lealdade nº 21
Or de Cuiabá/MT, GOEMT-COMAB-CMI
Tel: (65) 3052-6721
(O Irmão Marcelo Ângelo de Macedo, comparece diariamente no JB News
repassando o Breviário Maçônico, Obra de autoria do saudoso IrRIZZARDO DA
CAMINO, cuja referência bibliográfica é: Camino, Rizzardo da, 1918-2007
Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014.
ISBN 978-85.370.0292-6)
BREVIÁRIO MAÇÔNICO – 23 de junho
O IDEAL
Ideal é sinônimo de “objetivo”; todo homem tem um objetivo a realizar; é o seu
sonho, a sua esperança, a sua programação; alguns conseguem satisfazer o seu ideal; a
maioria, não.
Dentro de cada atividade humana cabe um ideal,e assim sucede com a Maçonaria; o
ideal maçônico, tantas vezes referido, objetiva a reunião dos homens de boa vontade
que passaram pela Iniciação; cultiva o amor fraterno por meio de atitudes tolerantes,
bondosas, justas e honradas.
O ideal é um objetivo programado; o idealismo é a ação para alcançar e realizar essa
programação.
Em todas as atividades humanas, o idealismo é execução das ações que conduzem à
realização de um ideal.
As religiões, o civismo, a filosofia e a Maçonaria planificam o seu programa por meio
do idealismo.
O maçom visualiza o seu ideal e o constrói, peça por peça e nesse trabalho ele vai
construindo a sua meta até alcançá-la para, então, objetivar um novo ideal.
O ideal conduz à esperança que, por sua vez, envolve a fé.
A vida deve ser programada, seja com a simplicidade do quotidiano, seja com o
aprimoramento universitário; nada se faz sem o planejamento, uma vez que o que se
constrói deve conter o material e o projeto arquitetônico.
Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014, p. 193.
26. JB News – Informativo nr. 2.091– Florianópolis(SC), quinta-feira, 23 de junho de 2016 Pág. 26/26
FORTES LIGAÇÕES
-uma questão de identificação pessoal-
Dedicado ao Pe. Manoel Aparecido
Autor: Raimundo A. Corado
Barreiras, 02 de fevereiro de 2016.
Santa Rita tem abertas suas portas;
Abrigando pessoas de outras plagas;
Enquanto filhos teus viram as costas;
Forasteiros como filhos se consagram.
Terra de gente prestativa e amável;
Terra de povo solidário e acolhedor;
Lembrar do Santarritense é inevitável;
É negar a si grande dose de amor.
A exemplo de alguns sacerdotes;
Tomara Deus, um dia eles voltem;
Pois os consideramos “amigo fiel”.
Entre eles, um em especial;
Sempre presente na rede social;
O inesquecível PADRE MANOEL.