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27 a 30 de Novembro de 2007
CLIMA URBANO E QUALIDADE AMBIENTAL NA CIDADE DE
SÃO PAULO: UM ESTUDO DE CASO ATRAVÉS DAS
CONDICIONANTES GEOECOLÓGICAS E MORFOLÓGICAS
Mônica Kofler Freitas1
Magda Adelaide Lombardo2
RESUMO
O clima urbano e o bem-estar humano estão fortemente ligados, dessa forma o
planejamento municipal deve considerar como um requisito a organização do espaço
urbano para as condições ambientais de conforto térmico. O presente trabalho foca-se
na análise qualitativa de como se dispõem o desenho da ilha de calor sob o aspecto da
distribuição espacial do ambiente construído, uma vez que os atributos adotados:
rugosidade, uso do solo, vegetação e hipsometria, traduzem uma indicação perceptível
do seu conteúdo. Esta percepção é mais claramente definida na forma de mapas
temáticos tendo como pano de fundo a análise interativa das condicionantes
geoecológicas e morfológicos observados nas imagens de satélite do sensor IKONOS II
(20/08/2002) dos distritos que fazem parte do núcleo central da cidade de São Paulo,
como um estudo de caso. As regulamentações municipais nesta área normalmente ainda
se remetem as exigências de projeto para as normas brasileiras, mas que não
contemplam estratégias de adequação climática nas áreas urbanas, por isso da
importância da avaliação da qualidade ambiental setorial como forma de propor
melhores condições ambientais de conforto térmico nas áreas urbanas.
Palavras-chave (5 no máx): Clima Urbano, Políticas Públicas, Sensoriamento Remoto,
Qualidade Ambiental.
INTRODUÇÃO
Atualmente a questão ambiental tornou-se uma temática que desperta todos os
setores de pesquisa de forma multi e inter-disciplinar, porém, como salienta
Chritofoletti (1999), a maioria dos problemas ambientais tornam-se questões inerentes à
análise geográfica devido a representatividade espacial do ambiente físico nos estudos
de impacto.
A Geografia nos possibilita estudar as organizações espaciais sob uma
abordagem sistêmica, buscando a compreensão da relação entre a natureza e
a organização espacial do meio, de forma mais integrada, através de novos
enfoques e conceitos que subsidiam as pesquisas ambientais
(CHRITOFOLETTI, 1999).
1
Arquiteta, Pós-Doutoranda (Bolsa FAPESP) no Programa de Pós-Graduação em Geografia UNESP –
Rio Claro. E-mail: mkofler@universia.com.br
2
Geógrafa, Supervisora da Pesquisa - Profa. Dra. no Programa de Pós-Gradução em Geografia UNESP –
Rio Claro. E-mail: lombardo@rc.unesp.br
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O emprego da cartografia e mapeamento das condicionantes geoecológicas e
morfológicas intra-urbanos para análise das condições ambientais de conforto ambiental
ainda não é convenientemente utilizado para dar suporte ao planejamento urbano. A
análise espacial do clima urbano pode envolver diferentes abordagens devido a
complexidade de informações referente aos aspectos geoecológicos e morfológicos
tanto em escalas regionais como locais.
O mapeamento de dados climáticos envolve tanto informações da
geomorfologia do sítio urbano: hipsometria, declividade e orientação de vertentes; como
informações meteorológicas: direção e velocidade de ventos predominantes,
temperatura, pluviometria, e até mesmo informações morfológicas representativas do
ambiente urbano, como: formas de uso e ocupação do solo, verticalidade
(MENDONÇA, 1994). À partir da análise da representação cartográfica do clima
urbano pode-se identificar setores homogêneos que apresentam variações meso e
topoclimáticas, de acordo com os insumos provenientes da radiação solar e da
circulação da atmosfera modificados pelo ambiente urbano (LOMBARDO, 1995).
Em países da Europa e EUA a atuação do desenho urbano e dos espaços
públicos com vegetação são bastante explorados e efetivos tanto no nível governamental
como na esfera da participação privada. Na Alemanha, por exemplo, tem se destacado
nos Planos Estratégicos desenvolvidos por bairros em cidades como Berlim,
estabelecendo áreas apropriadas para o adensamento, verticalização, áreas verdes,
localizadas em função das condicionantes locais (KATZSCHNER, 2002).
A integração da questão ambiental nas tomadas de decisões de políticas
públicas muitas vezes exige coleta mais extensiva de informações, o qual, muitas vezes
não é possível de obtê-la de forma eficiente ou de custo baixo. Entretanto, a correlação
do desenho das ilhas de calor aos aspectos morfológicos e geoecológicos pode
representar um importante instrumento de planejamento para a gestão pública
permitindo indicar ações necessárias de caráter preventivo e corretivo, até porque, o
poder público municipal não estabelece zonas prioritárias para arborização
(MENDONÇA, 1994).
No Brasil essa realidade é percebida na maioria das cidades brasileiras, onde
zoneamento urbano simplesmente obedece a padrões urbanísticos diferenciados de
acordo com a realidade sócio-econômica, nota-se, por exemplo, o favorecimento de
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bairros com poder aquisitivo mais alto com maiores porcentuais de áreas verdes e
espaços livres públicos arborizados, enquanto que nos bairros mais populares há uma
carência de praças e áreas verdes distribuídas e bem tratadas com arborização.
O município de São Paulo com o seu Plano Diretor Estratégico (PDE)
aprovado pela Lei 13.430 de 23 de setembro de 2002, menciona na legislação de
parcelamento, uso e ocupação do solo a necessidade do estabelecimento das condições
físicas e ambientais considerando, entre outras, a formação e minimização de ilhas de
calor, porém ao mesmo tempo, não é citado os critérios que devem ser utilizados. O
plano das subprefeituras não estabelece zonas prioritárias para arborização nos setores
distribuídas de forma eqüitativa.
A integração das variáveis urbano-ambientais deve ser analisada em conjunto
auxiliando como instrumentos utilizados para efetivar a qualidade ambiental municipal.
Também poderá contribuir para o zoneamento ambiental previsto no artigo 248 do
Plano Diretor como instrumento definidor das ações e medidas de promoção e
recuperação da qualidade ambiental do espaço físico-territorial e também na
identificação de áreas críticas: degradadas e subutilizadas.
CLIMA URBANO E QUALIDADE AMBIENTAL
A cidade atua como fator modificador do clima regional e cria condições
ambientais diferenciadas definindo o clima urbano. Como bem define Monteiro (1976):
O Clima urbano é um sistema que abrange o clima de um dado espaço
terrestre e a sua urbanização (MONTEIRO, 1976).
As alterações na temperatura e umidade do ar são conseqüências desse
processo de urbanização, ao qual estão associados à forma de ocupação, as atividades
industriais e o aumento de veículos atingindo condições adversas na própria composição
da atmosfera, consequentemente no balanço térmico e hídrico (LOMBARDO, 1995).
No Brasil, a qualidade do clima urbano ainda não é habitualmente considerada
no planejamento urbano e na legislação. Portanto uma análise climática voltada para o
planejamento municipal, tanto na escala local como regional é importante e devem estar
concernente ao zoneamento da cidade, quanto às futuras edificações, as zonas
industriais e ao planejamento de áreas verdes. O clima urbano e o bem-estar humano
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estão fortemente ligados, de modo que, qualquer planejamento das áreas livres deve
considerar as questões climáticas.
O estudo climático deve dar subsídio às regulamentações para áreas de
intervenção e passíveis de novas edificações, compatibilizando usos, assim como
introduzindo áreas verdes de modo a melhorar as trajetórias do ar, as zonas de
ventilação, bem como reduzir a intensidade das ilhas de calor.
São diversos os métodos desenvolvidos para avaliar e definir as condições
adequadas de conforto. Uma análise pode ter diferentes abordagens, como: ser
direcionada a técnicas estatísticas de dados meteorológicos de estação fixa, ou dados de
estação móvel e de poluição atmosférica, porém deixando de lado os aspectos
geográficos. O Prof. Carlos Augusto Figueiredo Monteiro em sua tese de Livre
Docência (1976) já criticava essa questão, observando que o clima de um lugar não
pode ser entendido apenas com valores médios de seus elementos extensivos, estes
fornecem apenas parâmetros quantitativos, a preocupação maior é com o modo de
transmissão.
E dentro deste contexto, o estudo do clima urbano na visão de Monteiro (1976)
pode ter diferentes abordagens apesar de todos os seus elementos se interagirem
conjuntamente e dinâmicamente. O autor propôs vários subsistemas de articulação entre
o conforto térmico (termodinâmico), qualidade do ar (físico-químico), e o impacto
meteórico (hidrometeórico) para o Sistema Clima Urbano (SCU).
No subsistema termodinâmico as manifestações energéticas são estudadas na
matéria e suas interações com o meio. Onde:
As componentes termodinâmicas do clima não só conduzem ao referencial
básico de conforto térmico urbano como são, antes de tudo, a constituição do
nível fundamental de resolução climática para onde convergem e se associam
todas as outras componentes (MONTEIRO, 1976).
Portanto para o estudo dos vários fatores que causam a formação e intensificação
do fenômeno da ilha na cidade, há necessidade de se ter uma visão sistêmica dos
principais processos básicos de perda e ganho de calor, através do estudo dos elementos
constituintes urbanos como o fator de Rugosidade, Uso do Solo, Relevo, Cobertura
Vegetal, dentre outros (OKE, 1992). A análise desses principais elementos urbanos sob
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o enfoque da qualidade ambiental pode representar um importante instrumento de
planejamento para a gestão pública.
Tendo em vista os atuais paradigmas do desenvolvimento sustentável dentro da
temática do clima urbano, o presente trabalho apresenta uma nova abordagem de análise
qualitativa procurando envolver aspectos morfológicos do ambiente urbano e suas
relações com as condições ambientais de conforto térmico no espaço urbano. Apesar de
não se propor a realização de medições em campo referente a variáveis climáticas, o
estudo baseia-se na proposição de que os vários elementos que caracterizam a
participação urbana possuem forte influência no sistema de clima urbano – S.C.U., de
acordo com a teoria de Monteiro (1976).
ESTUDO DE CASO: ÁREA CENTRAL DE SÃO PAULO
Critério de Análise
A escolha da área central de São Paulo para o presente estudo primeiramente
foi em decorrência do desenho das ilhas de calor neste setor e dos impactos gerados
pelas atividades comerciais e de serviços, verticalização das edificações e áreas
industriais abandonadas, além da carência de praças e vegetação arbórea
(LOMBARDO, 1985). Para tanto, foram analisados os distritos da Sub-Prefeitura Sé:
Bom Retiro, Cambuci, Bela Vista, Sé, República, Liberdade e Santa Cecília e Sub-
Prefeitura Mooca: compreendendo os distritos do Brás, Pari, Mooca (Figura 1).
A análise contou com o apoio do Mapa cartográfico digital do município de
São Paulo (por quadras), disponibilizado pela SEMPLA – Secretaria Municipal de
Planejamento/PMSP; e do mosaico de imagens de satélite de alta resolução do sensor
IKONOS II, (na faixa espectral pancromática, resolução de 1 m, nas datas: 20/08/2003 e
19/07/2004), georreferenciadas e mosaicadas segundo a empresa Image Spacing.
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Figura 1 – Área Central Delimitada para o Estudo de Caso - município de São
Paulo
A sobreposição do mosaico sobre a base cartográfica de quadras permitiu
identificar os elementos intra-urbanos em escala 1:40.000, apropriada para análise
mesoclimática (MONTEIRO, 1976), para a elaboração dos mapas temáticos de
Rugosidade, uso do solo, vegetação, hipsometria e o desenho da ilha de calor.
O critério adotado para o estudo foca-se na descrição qualitativa dos aspectos
morfológicos e geoecológicos urbanos e na proposição de alguns indicadores como de
1-Desenho da ilha de calor, 2-Rugosidade, 3-Uso do Solo, 4-Hipsometria, 5-Vegetação,
no sentido de traduzir a Qualidade Ambiental (Q.A.) para conforto térmico no espaço
urbano.
Os geoindicadores escolhidos para esta análise estão intimamente ligados à
baixa ou alta qualidade para as condições ambientais de conforto térmico nos distritos
centrais. Esta avaliação baseia-se na metodologia de Nucci (1996), onde são aplicados
pontuações, de 1 a 4, aos atributos relativos à qualidade ambiental em função do
impacto produzido pelo atributo considerado por distrito analisado. Posteriormente
calcula-se a média aritmética simples das notas de cada atributo e sua classificação
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segundo uma escala de ordem de importância relativa a Q.A., adotando-se quatro
classes por faixas no cálculo, de A a D.
Classificam-se qualitativamente as condições ambientais favoráveis ao conforto
térmico para cada indicador em quatro categorias:
- Categoria 4 - Muito Favorável;
- Categoria 2 - Favorável;
- Categoria 3 - Pouco Favorável; e
- Categoria 1 - Desfavorável.
O conceito e critério de análise para cada indicador proposto é descrito a seguir:
1-Desenho da Ilha de Calor
O comportamento térmico da superfície está vinculado à emissividade dos
materiais, que é responsável pelo resfriamento e calor emitido, e determina a quantidade
de radiação térmica que é irradiada para o entorno. Neste sentido a imagem no
infravermelho termal (ETM+/LANDSAT-7) indica o calor emitido devido aos
diferentes materiais de superfícies. A Tabela 1 mostra a temperatura de superfície dos
distritos de acordo com o desenho da ilha de calor, onde se estabelece que as isotermas
definam faixas de temperaturas na área central no intervalo de 27,5ºC a > 30,5ºC
(Figura 2).
Tabela 1 – Critério Qualitativo de Ilhas de Calor
Categoria Temperatura (0
C) P
Muito favorável 27,50 - 28,50 4
Favorável 28,5 - 29,50 3
Pouco Favorável 29,50 - 30,50 2
(Mapa do Desenho da Ilha de Calor) Desfavorável > 30,50 1
P = Pontuação
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Figura 2 – Mapa o Desenho da Ilha de Calor localizada na Área Central de São
Paulo (Elaborado no ArcGis 9.2 a partir da imagem do ETM+/LANDSAT-7)
2-Rugosidade
Tendo em vista que a rugosidade da superfície exprime uma relação de
volumetria de áreas construídas (prédios altos e prédios baixos) existente na área urbana
e a sua influência direta para as condições de conforto térmico, foi adotado um índice de
rugosidade por tipologia para analisar a predominância do arranjo espacial.
Alguns conceitos espaciais podem ser medidos geometricamente, como é o caso
da proximidade, que pode ser obtida através das distâncias euclidianas, através da rotina
do software ArcGis 9.2. A partir da geometria do objeto, representada pelos prédios
altos desenhados estabelece-se os relacionamentos métricos em relação a um sistema de
coordenadas. Utiliza o par de coordenadas cartesianas dos pontos para calcular as
distâncias entre os prédios. A Figura 3 mostra o mapa que representa a concentração
espacial relativo à verticalização dos prédios altos. As classes de distâncias encontradas
nos distritos são de 0,0 m a até 345,0 m, quanto mais próximo do zero, estará mais
próxima do prédio, definindo maior concentração e vice versa. São aplicados
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pontuações para cada faixa (quatro faixas) encontrada em cada distrito onde são
atribuído as categorias (Tabela 2).
Estabelece-se que > % Construção Alta Espaçada indicam distritos com prédios
altos, porém com maiores distâncias entre eles e de alturas diferenciadas, possibilitando
sombreamento na pavimentação sem prejudicar a boa ventilação. Os distritos com > %
Construção Alta Concentrada indicam vias com prédios mais altos e densamente
agrupados, embora com menor tendência a ventilação entre eles, ainda assim são mais
favoráveis a canalização e turbulência dos ventos quando as vias estão orientadas aos
ventos predominantes, e proporcionam maior sombreamento na pavimentação. Os
distritos com >% Construção Baixa Espaçada indicam prédios baixos com maiores
distâncias entre eles, embora tendam a ter velocidades mais elevadas relativo aos ventos
regionais, considera-se uma condição desfavorável, quando não há sombreamento de
prédios e pouca vegetação, especificamente na área central degradadas.
Tabela 2 – Critério Qualitativo para Rugosidade
Categoria Rugosidade P
Muito Favorável > % Construção Alta Espaçada 4
Favorável > % Construção Alta Concentrada 3
Pouco Favorável >% Construção Baixa Espaçada 2(Mapa de Uso e Ocupação do
Solo) Desfavorável >% Construção Baixa Concentrada 1
P = Pontuação
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Figura 3 – Mapa de Concentração dos Prédios da Área Central de São Paulo
(Elaborado no ArcGis 9.2)
2-Uso do Solo
O levantamento de uso do solo considerou os efeitos do albedo ou refletância
dos materiais de superfície componentes de cada uso de edificação como sendo uma das
variáveis responsáveis por seu ganho de calor, e, portanto significativos para clima
urbano. Para as categorias de uso: residencial, comercial, industrial foram calculados os
seus respectivos índices representativos do grau de predominância de uso em relação à
área total de terrenos no distrito (Figura 4). Através da identificação da predominância
de uso foram adotadas as seguintes classes de uso do solo, classificadas de acordo com
a categoria adotada no trabalho (Tabela 3):
Tabela 3 – Critério Qualitativo de Uso do Solo
Categoria Uso do Solo P
Muito favorável Residencial 4
Favorável misto com >% residencial 3
Pouco favorável Comercial e Serviços 2
(Mapa de Uso do Solo) Desfavorável Industrial e Depósitos 1
P = Pontuação
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Figura 4 – Mapa de Uso do Solo da Área Central de São Paulo (Elaborado no
ArcGis 9.2)
3-Hipsometria
A identificação e análise da hipsometria possibilita a observação da variação
altimétrica do relevo da área, fato importante na análise de processos relativos a
dinâmica de uso e ocupação do solo e da formação de micro-ambientes da mesma
(MENDONÇA, 1994). A carta hipsométrica possibilita a observação da variação
altimétrica (amplitude altimétrica) quanto às principais feições do relevo na área
estudada. Através da base cartográfica e das curvas de nível foram adotadas as seguintes
classes altimétricas (Figura 5) e na Tabela 4 são mostradas as categorias de acordo com
as classes:
Tabela 3 – Critério Qualitativo da Hipsometria
Categoria Hipsometria (m) P
Muito favorável > 786 m 4
Favorável 764 - 786 m 3
Pouco Favorável 742 - 764 m 2
(Mapa de Hipsometria) Desfavorável 720 -742 m 1
P = Pontuação
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Figura 5 – Mapa de Hipsometria da Área Central de São Paulo (Elaborado no
ArcGis 9.2)
4-Vegetação Arbórea
Através das manchas desenhadas identificou-se somente a presença das copas
arbóreas, gerando um mapa de área vegetada (Figura 6) e através do recurso do ArcGis
obteve-se a sua quantificação em área (m2
). O critério qualitativo para o atributo
vegetação arbórea estabelece que quanto maiores porcentagens de copas arbóreas, mais
favoráveis são as condições ambientais de conforto térmico. Adotou-se as seguintes
classes de acordo com o que foi encontrado em cada distrito (Tabela 5):
Tabela 5 – Critério Qualitativo da Vegetação Arbórea
Categoria Copa Arbórea P
Muito favorável ≥12,60% 4
Favorável 6,44 – 9,52% 3
Pouco favorável 3,25 – 6,44% 2
(Mapa de Vegetação) Desfavorável 0,27% - 3,25 % 1
P = Pontuação
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Figura 6 – Mapa de Área Vegetada na Área Central de São Paulo (Elaborado no
ArcGis 9.2)
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os indicadores podem sinalizar uma condição de conforto térmico como
favoráveis ou desfavoráveis de acordo com os aspectos morfológicos e geoecológicos
considerando as variações climáticas típicas da região metropolitana. Verificou-se que
dentre os distritos analisados os distritos de BM=Belém, BR=Bom Retiro, BS=Brás,
CA=Cambuci, e SE=Sé foram classificados como pior Q.A., de acordo com os critérios
adotados. A Tabela 6 mostra a classificação por pontuação, classes de acordo com a
soma da pontuação e o Q.A..
Tabela 6 – Qualidade Ambiental para Conforto Térmico
CLASS BV BM BR BS CA CO LI MO PA RE SC SE
P 17 6 9 6 8 18 15 7 8 10 14 8
C (%) 85,00 30,00 45,00 30,00 40,00 90,00 75,00 35,00 40,00 50,00 70,00 40,00
QA A D D D D A A D D C B D
CLASS = Classificação; P = Pontuação (soma); C = Faixas em %; Q.A. = Qualidade Ambiental;
BV=Bela Vista; BM=Belém; BR=Bom Retiro; BS=Brás; CA=Cambuci; CO=Consolação; LI=Liberdade;
MO=Mooca; PA= Pari; RE=República; SC=Santa Cecília; SE=Sé;
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O desenho da ilha de calor da área central, Figura 2, apresenta maiores faixas
com temperaturas acima de 30,50o
C nos distritos de Pari, Brás, Belém, Mooca e
Cambuci, indicando condições desfavoráveis às condições de conforto térmico. Os
distritos muito favoráveis foram de Bela Vista, Santa Cecília e consolação, com
menores faixas de temperatura de 27,5 a 28,5ºC.
Na Figura 3 do mapa de concentração dos prédios, verificou-se que a
distribuição dos prédios não se dá de forma homogênea em cada distrito, onde a maior
porcentagem de construção alta concentrada se dá no centro: Sé e República; e
construção alta espaçada ocorre nos distritos de Bela Vista, Consolação, Liberdade e
Santa Cecília. Essas condições físicas favorecem as condições ambientais de conforto
térmico principalmente nos distritos de Bela Vista, Consolação e Liberdade
consideradas na avaliação de qualidade ambiental com escala de importância A.
O uso do solo apresenta-se como um indicador de forte relação de impacto no
comportamento térmico de cada distrito. Os distritos que se apresentaram pouco
favoráveis às condições de conforto térmico foram os que apresentaram maior
predominância de uso comercial e serviços e industrial, o mapa da Figura 4 mostra
claramente isso.
A carta hipsométrica possibilitou observar a variação altimétrica das feições de
relevo da área central de São Paulo. A Figura 5 mostra claramente as áreas planas e de
fundo de vale nos distritos de Brás, Pari, Bom Retiro, Belém e Cambuci, criando
condições ambientais de conforto pouco favoráveis, mesmo que essas condições pouco
favoráveis possam variar conforme a dinâmica entre as massas de ar da região e das
mudanças na orientação dos ventos predominantes, considerou-se áreas de impacto
negativo devido principalmente à ausência da vegetação natural e urbanização informal
dentro das faixas de preservação. As várzeas do Tietê e Tamanduateí constituem uma
unidade climática semelhante de maior aquecimento, na cota de 720 - 742m, marcada
pela poluição das grandes avenidas e da ausência de vegetação natural. Os distritos mais
favorecidos são de Bela Vista e Consolação com cotas acima de 786m.
O mapa da área vegetada, Figura 6, apresenta a participação da massa arbórea
(arvores) nos distritos. A pior condição observada foi no distrito de Brás com 0,27% de
vegetação arbórea, além de apresentar pouquíssima área permeável. O distrito da
consolação, considerado Muito Favorável à condição de conforto térmico por apresentar
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maior participação de vegetação arbórea, 12,60%, melhor distribuída. A Tabela 7
apresenta a participação da vegetação arbórea nos distritos.
Tabela 7 – Participação da Vegetação Arbórea nos distritos da área central de
São Paulo
Distritos Área de Vegetação Arbórea (m2
) Área Total do Distrito (m2
) Vegetação/AreaTotal (%)
Bela Vista 184.500,41 2.705.544,05 6,82%
Belém 148.805,51 6.066.820,13 2,45%
Bom Retiro 266.459,57 4.104.623,47 6,49%
Brás 10.014,97 3.643.426,09 0,27%
Cambuci 172.058,85 3.920.074,61 4,39%
Consolação 476.396,31 3.779.720,40 12,60%
Liberdade 244.212,39 3.644.721,90 6,70%
Mooca 152.433,58 7.933.939,12 1,92%
Pari 113.509,02 2.709.773,82 4,19%
Republica 113.760,96 2.418.854,92 4,70%
Santa Cecilia 146.932,25 3.838.835,40 3,83%
Sé 117.066,31 2.213.064,65 5,29%
Fonte: Dados calculado pelo ArcGis 9.2
As Figuras 7, 8 e 9 mostram a realidade destes distritos, onde a presença das
arvores é um fator relevante no favorecimento das condições de conforto térmico.
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Figura 7 – (a) Consolação, (b) Distrito de Bela Vista, (c) Liberdade (Fotos da
autora)
Figura 8 – (a) Distrito de Belém, (b) Distrito de Bom Retiro, (c) Distrito da
Mooca, (d) Distrito do Brás (Fotos da autora)
Figura 9 – Distrito do Centro - República e Sé (Fotos da autora)
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados apresentados sobre a avaliação da qualidade ambiental das
condições ambientais de conforto térmico da área central de São Paulo, sob a
abordagem da organização físico-espacial da estrutura urbana permite verificar o estado
de Qualidade Ambiental em relação ao ambiente construído em cada distrito. Esta
proposta metodológica pode ser útil tanto como medidas de programas específicos de
gestão urbana apoiada em indicadores quanto para subsidiar discussões na sociedade,
inclusive Agenda 21 sobre uma dada situação do meio ambiente.
AGRADECIMENTOS
A FAPESP – Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo pelo
financiamento da Bolsa de Pós-doutorado; A SEMPLA – Secretaria de Planejamento da
Prefeitura Municipal de São Paulo e SVMA – Secretaria do Verde e Meio Ambiente de
São Paulo pelo apoio.
BIBLIOGRAFIA
CHRISTOFOLETTI, A. Modelagem de sistemas Ambientais. São Paulo: Editora
Edgard Blücher Ltda, 1ª. Edição, 1999.
KATZSCHNER, L. Thermal Comfort Mapping end Zonning. Designing Open Spaces
in The Urban Environment: A Bioclimatic Approach, RUROS: Rediscovering The
Urban Realm and Open Spaces, 2002, pp. 22-26.
LOMBARDO, M. A. Qualidade ambiental e Planejamento Urbano. Tese (Livre
Docência em Geografia)/Departamento de Geografia, Faculdade de Filosofia, Letras e
ciências humanas da USP, 1995.
LOMBARDO, M. A. Ilhas de Calor nas Metrópoles: o caso de São Paulo. São Paulo:
HUCITEC, 1985.
MENDONÇA, F.A. O clima e o planejamento urbano de cidades de porte médio e
pequeno. Proposição metodológica para estudo e sua aplicação à cidade de Londrina,
PR. São Paulo, Tese de Doutorado – Universidade de São Paulo/Departamento de
Geografia, 1994.
MONTEIRO, C.A.F. Teoria e Clima Urbano. (Tese de Livre Docência apresentada ao
Depto. de Geografia/FFLCH-USP), São Paulo, 1976.
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NUCCI, J.C. Qualidade ambiental e adensamento: um estudo de planejamento da
paisagem do Distrito de Santa Cecília (Município de São Paulo ). (Tese de Doutorado
em Geografia Física) F.F.L.C.H. - USP, São Paulo, 1996.
OKE, T. R. Boundary Layer Climates. London, New York: Routledge, 1992.

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Indicadores qualidade ambiental na cidade de são paulo

  • 1. VII Seminário de Pós-Graduação em Geografia da UNESP – Campus Rio Claro 27 a 30 de Novembro de 2007 CLIMA URBANO E QUALIDADE AMBIENTAL NA CIDADE DE SÃO PAULO: UM ESTUDO DE CASO ATRAVÉS DAS CONDICIONANTES GEOECOLÓGICAS E MORFOLÓGICAS Mônica Kofler Freitas1 Magda Adelaide Lombardo2 RESUMO O clima urbano e o bem-estar humano estão fortemente ligados, dessa forma o planejamento municipal deve considerar como um requisito a organização do espaço urbano para as condições ambientais de conforto térmico. O presente trabalho foca-se na análise qualitativa de como se dispõem o desenho da ilha de calor sob o aspecto da distribuição espacial do ambiente construído, uma vez que os atributos adotados: rugosidade, uso do solo, vegetação e hipsometria, traduzem uma indicação perceptível do seu conteúdo. Esta percepção é mais claramente definida na forma de mapas temáticos tendo como pano de fundo a análise interativa das condicionantes geoecológicas e morfológicos observados nas imagens de satélite do sensor IKONOS II (20/08/2002) dos distritos que fazem parte do núcleo central da cidade de São Paulo, como um estudo de caso. As regulamentações municipais nesta área normalmente ainda se remetem as exigências de projeto para as normas brasileiras, mas que não contemplam estratégias de adequação climática nas áreas urbanas, por isso da importância da avaliação da qualidade ambiental setorial como forma de propor melhores condições ambientais de conforto térmico nas áreas urbanas. Palavras-chave (5 no máx): Clima Urbano, Políticas Públicas, Sensoriamento Remoto, Qualidade Ambiental. INTRODUÇÃO Atualmente a questão ambiental tornou-se uma temática que desperta todos os setores de pesquisa de forma multi e inter-disciplinar, porém, como salienta Chritofoletti (1999), a maioria dos problemas ambientais tornam-se questões inerentes à análise geográfica devido a representatividade espacial do ambiente físico nos estudos de impacto. A Geografia nos possibilita estudar as organizações espaciais sob uma abordagem sistêmica, buscando a compreensão da relação entre a natureza e a organização espacial do meio, de forma mais integrada, através de novos enfoques e conceitos que subsidiam as pesquisas ambientais (CHRITOFOLETTI, 1999). 1 Arquiteta, Pós-Doutoranda (Bolsa FAPESP) no Programa de Pós-Graduação em Geografia UNESP – Rio Claro. E-mail: mkofler@universia.com.br 2 Geógrafa, Supervisora da Pesquisa - Profa. Dra. no Programa de Pós-Gradução em Geografia UNESP – Rio Claro. E-mail: lombardo@rc.unesp.br
  • 2. VII Seminário de Pós-Graduação em Geografia da UNESP – Campus Rio Claro 27 a 30 de Novembro de 2007 O emprego da cartografia e mapeamento das condicionantes geoecológicas e morfológicas intra-urbanos para análise das condições ambientais de conforto ambiental ainda não é convenientemente utilizado para dar suporte ao planejamento urbano. A análise espacial do clima urbano pode envolver diferentes abordagens devido a complexidade de informações referente aos aspectos geoecológicos e morfológicos tanto em escalas regionais como locais. O mapeamento de dados climáticos envolve tanto informações da geomorfologia do sítio urbano: hipsometria, declividade e orientação de vertentes; como informações meteorológicas: direção e velocidade de ventos predominantes, temperatura, pluviometria, e até mesmo informações morfológicas representativas do ambiente urbano, como: formas de uso e ocupação do solo, verticalidade (MENDONÇA, 1994). À partir da análise da representação cartográfica do clima urbano pode-se identificar setores homogêneos que apresentam variações meso e topoclimáticas, de acordo com os insumos provenientes da radiação solar e da circulação da atmosfera modificados pelo ambiente urbano (LOMBARDO, 1995). Em países da Europa e EUA a atuação do desenho urbano e dos espaços públicos com vegetação são bastante explorados e efetivos tanto no nível governamental como na esfera da participação privada. Na Alemanha, por exemplo, tem se destacado nos Planos Estratégicos desenvolvidos por bairros em cidades como Berlim, estabelecendo áreas apropriadas para o adensamento, verticalização, áreas verdes, localizadas em função das condicionantes locais (KATZSCHNER, 2002). A integração da questão ambiental nas tomadas de decisões de políticas públicas muitas vezes exige coleta mais extensiva de informações, o qual, muitas vezes não é possível de obtê-la de forma eficiente ou de custo baixo. Entretanto, a correlação do desenho das ilhas de calor aos aspectos morfológicos e geoecológicos pode representar um importante instrumento de planejamento para a gestão pública permitindo indicar ações necessárias de caráter preventivo e corretivo, até porque, o poder público municipal não estabelece zonas prioritárias para arborização (MENDONÇA, 1994). No Brasil essa realidade é percebida na maioria das cidades brasileiras, onde zoneamento urbano simplesmente obedece a padrões urbanísticos diferenciados de acordo com a realidade sócio-econômica, nota-se, por exemplo, o favorecimento de
  • 3. VII Seminário de Pós-Graduação em Geografia da UNESP – Campus Rio Claro 27 a 30 de Novembro de 2007 bairros com poder aquisitivo mais alto com maiores porcentuais de áreas verdes e espaços livres públicos arborizados, enquanto que nos bairros mais populares há uma carência de praças e áreas verdes distribuídas e bem tratadas com arborização. O município de São Paulo com o seu Plano Diretor Estratégico (PDE) aprovado pela Lei 13.430 de 23 de setembro de 2002, menciona na legislação de parcelamento, uso e ocupação do solo a necessidade do estabelecimento das condições físicas e ambientais considerando, entre outras, a formação e minimização de ilhas de calor, porém ao mesmo tempo, não é citado os critérios que devem ser utilizados. O plano das subprefeituras não estabelece zonas prioritárias para arborização nos setores distribuídas de forma eqüitativa. A integração das variáveis urbano-ambientais deve ser analisada em conjunto auxiliando como instrumentos utilizados para efetivar a qualidade ambiental municipal. Também poderá contribuir para o zoneamento ambiental previsto no artigo 248 do Plano Diretor como instrumento definidor das ações e medidas de promoção e recuperação da qualidade ambiental do espaço físico-territorial e também na identificação de áreas críticas: degradadas e subutilizadas. CLIMA URBANO E QUALIDADE AMBIENTAL A cidade atua como fator modificador do clima regional e cria condições ambientais diferenciadas definindo o clima urbano. Como bem define Monteiro (1976): O Clima urbano é um sistema que abrange o clima de um dado espaço terrestre e a sua urbanização (MONTEIRO, 1976). As alterações na temperatura e umidade do ar são conseqüências desse processo de urbanização, ao qual estão associados à forma de ocupação, as atividades industriais e o aumento de veículos atingindo condições adversas na própria composição da atmosfera, consequentemente no balanço térmico e hídrico (LOMBARDO, 1995). No Brasil, a qualidade do clima urbano ainda não é habitualmente considerada no planejamento urbano e na legislação. Portanto uma análise climática voltada para o planejamento municipal, tanto na escala local como regional é importante e devem estar concernente ao zoneamento da cidade, quanto às futuras edificações, as zonas industriais e ao planejamento de áreas verdes. O clima urbano e o bem-estar humano
  • 4. VII Seminário de Pós-Graduação em Geografia da UNESP – Campus Rio Claro 27 a 30 de Novembro de 2007 estão fortemente ligados, de modo que, qualquer planejamento das áreas livres deve considerar as questões climáticas. O estudo climático deve dar subsídio às regulamentações para áreas de intervenção e passíveis de novas edificações, compatibilizando usos, assim como introduzindo áreas verdes de modo a melhorar as trajetórias do ar, as zonas de ventilação, bem como reduzir a intensidade das ilhas de calor. São diversos os métodos desenvolvidos para avaliar e definir as condições adequadas de conforto. Uma análise pode ter diferentes abordagens, como: ser direcionada a técnicas estatísticas de dados meteorológicos de estação fixa, ou dados de estação móvel e de poluição atmosférica, porém deixando de lado os aspectos geográficos. O Prof. Carlos Augusto Figueiredo Monteiro em sua tese de Livre Docência (1976) já criticava essa questão, observando que o clima de um lugar não pode ser entendido apenas com valores médios de seus elementos extensivos, estes fornecem apenas parâmetros quantitativos, a preocupação maior é com o modo de transmissão. E dentro deste contexto, o estudo do clima urbano na visão de Monteiro (1976) pode ter diferentes abordagens apesar de todos os seus elementos se interagirem conjuntamente e dinâmicamente. O autor propôs vários subsistemas de articulação entre o conforto térmico (termodinâmico), qualidade do ar (físico-químico), e o impacto meteórico (hidrometeórico) para o Sistema Clima Urbano (SCU). No subsistema termodinâmico as manifestações energéticas são estudadas na matéria e suas interações com o meio. Onde: As componentes termodinâmicas do clima não só conduzem ao referencial básico de conforto térmico urbano como são, antes de tudo, a constituição do nível fundamental de resolução climática para onde convergem e se associam todas as outras componentes (MONTEIRO, 1976). Portanto para o estudo dos vários fatores que causam a formação e intensificação do fenômeno da ilha na cidade, há necessidade de se ter uma visão sistêmica dos principais processos básicos de perda e ganho de calor, através do estudo dos elementos constituintes urbanos como o fator de Rugosidade, Uso do Solo, Relevo, Cobertura Vegetal, dentre outros (OKE, 1992). A análise desses principais elementos urbanos sob
  • 5. VII Seminário de Pós-Graduação em Geografia da UNESP – Campus Rio Claro 27 a 30 de Novembro de 2007 o enfoque da qualidade ambiental pode representar um importante instrumento de planejamento para a gestão pública. Tendo em vista os atuais paradigmas do desenvolvimento sustentável dentro da temática do clima urbano, o presente trabalho apresenta uma nova abordagem de análise qualitativa procurando envolver aspectos morfológicos do ambiente urbano e suas relações com as condições ambientais de conforto térmico no espaço urbano. Apesar de não se propor a realização de medições em campo referente a variáveis climáticas, o estudo baseia-se na proposição de que os vários elementos que caracterizam a participação urbana possuem forte influência no sistema de clima urbano – S.C.U., de acordo com a teoria de Monteiro (1976). ESTUDO DE CASO: ÁREA CENTRAL DE SÃO PAULO Critério de Análise A escolha da área central de São Paulo para o presente estudo primeiramente foi em decorrência do desenho das ilhas de calor neste setor e dos impactos gerados pelas atividades comerciais e de serviços, verticalização das edificações e áreas industriais abandonadas, além da carência de praças e vegetação arbórea (LOMBARDO, 1985). Para tanto, foram analisados os distritos da Sub-Prefeitura Sé: Bom Retiro, Cambuci, Bela Vista, Sé, República, Liberdade e Santa Cecília e Sub- Prefeitura Mooca: compreendendo os distritos do Brás, Pari, Mooca (Figura 1). A análise contou com o apoio do Mapa cartográfico digital do município de São Paulo (por quadras), disponibilizado pela SEMPLA – Secretaria Municipal de Planejamento/PMSP; e do mosaico de imagens de satélite de alta resolução do sensor IKONOS II, (na faixa espectral pancromática, resolução de 1 m, nas datas: 20/08/2003 e 19/07/2004), georreferenciadas e mosaicadas segundo a empresa Image Spacing.
  • 6. VII Seminário de Pós-Graduação em Geografia da UNESP – Campus Rio Claro 27 a 30 de Novembro de 2007 Figura 1 – Área Central Delimitada para o Estudo de Caso - município de São Paulo A sobreposição do mosaico sobre a base cartográfica de quadras permitiu identificar os elementos intra-urbanos em escala 1:40.000, apropriada para análise mesoclimática (MONTEIRO, 1976), para a elaboração dos mapas temáticos de Rugosidade, uso do solo, vegetação, hipsometria e o desenho da ilha de calor. O critério adotado para o estudo foca-se na descrição qualitativa dos aspectos morfológicos e geoecológicos urbanos e na proposição de alguns indicadores como de 1-Desenho da ilha de calor, 2-Rugosidade, 3-Uso do Solo, 4-Hipsometria, 5-Vegetação, no sentido de traduzir a Qualidade Ambiental (Q.A.) para conforto térmico no espaço urbano. Os geoindicadores escolhidos para esta análise estão intimamente ligados à baixa ou alta qualidade para as condições ambientais de conforto térmico nos distritos centrais. Esta avaliação baseia-se na metodologia de Nucci (1996), onde são aplicados pontuações, de 1 a 4, aos atributos relativos à qualidade ambiental em função do impacto produzido pelo atributo considerado por distrito analisado. Posteriormente calcula-se a média aritmética simples das notas de cada atributo e sua classificação
  • 7. VII Seminário de Pós-Graduação em Geografia da UNESP – Campus Rio Claro 27 a 30 de Novembro de 2007 segundo uma escala de ordem de importância relativa a Q.A., adotando-se quatro classes por faixas no cálculo, de A a D. Classificam-se qualitativamente as condições ambientais favoráveis ao conforto térmico para cada indicador em quatro categorias: - Categoria 4 - Muito Favorável; - Categoria 2 - Favorável; - Categoria 3 - Pouco Favorável; e - Categoria 1 - Desfavorável. O conceito e critério de análise para cada indicador proposto é descrito a seguir: 1-Desenho da Ilha de Calor O comportamento térmico da superfície está vinculado à emissividade dos materiais, que é responsável pelo resfriamento e calor emitido, e determina a quantidade de radiação térmica que é irradiada para o entorno. Neste sentido a imagem no infravermelho termal (ETM+/LANDSAT-7) indica o calor emitido devido aos diferentes materiais de superfícies. A Tabela 1 mostra a temperatura de superfície dos distritos de acordo com o desenho da ilha de calor, onde se estabelece que as isotermas definam faixas de temperaturas na área central no intervalo de 27,5ºC a > 30,5ºC (Figura 2). Tabela 1 – Critério Qualitativo de Ilhas de Calor Categoria Temperatura (0 C) P Muito favorável 27,50 - 28,50 4 Favorável 28,5 - 29,50 3 Pouco Favorável 29,50 - 30,50 2 (Mapa do Desenho da Ilha de Calor) Desfavorável > 30,50 1 P = Pontuação
  • 8. VII Seminário de Pós-Graduação em Geografia da UNESP – Campus Rio Claro 27 a 30 de Novembro de 2007 Figura 2 – Mapa o Desenho da Ilha de Calor localizada na Área Central de São Paulo (Elaborado no ArcGis 9.2 a partir da imagem do ETM+/LANDSAT-7) 2-Rugosidade Tendo em vista que a rugosidade da superfície exprime uma relação de volumetria de áreas construídas (prédios altos e prédios baixos) existente na área urbana e a sua influência direta para as condições de conforto térmico, foi adotado um índice de rugosidade por tipologia para analisar a predominância do arranjo espacial. Alguns conceitos espaciais podem ser medidos geometricamente, como é o caso da proximidade, que pode ser obtida através das distâncias euclidianas, através da rotina do software ArcGis 9.2. A partir da geometria do objeto, representada pelos prédios altos desenhados estabelece-se os relacionamentos métricos em relação a um sistema de coordenadas. Utiliza o par de coordenadas cartesianas dos pontos para calcular as distâncias entre os prédios. A Figura 3 mostra o mapa que representa a concentração espacial relativo à verticalização dos prédios altos. As classes de distâncias encontradas nos distritos são de 0,0 m a até 345,0 m, quanto mais próximo do zero, estará mais próxima do prédio, definindo maior concentração e vice versa. São aplicados
  • 9. VII Seminário de Pós-Graduação em Geografia da UNESP – Campus Rio Claro 27 a 30 de Novembro de 2007 pontuações para cada faixa (quatro faixas) encontrada em cada distrito onde são atribuído as categorias (Tabela 2). Estabelece-se que > % Construção Alta Espaçada indicam distritos com prédios altos, porém com maiores distâncias entre eles e de alturas diferenciadas, possibilitando sombreamento na pavimentação sem prejudicar a boa ventilação. Os distritos com > % Construção Alta Concentrada indicam vias com prédios mais altos e densamente agrupados, embora com menor tendência a ventilação entre eles, ainda assim são mais favoráveis a canalização e turbulência dos ventos quando as vias estão orientadas aos ventos predominantes, e proporcionam maior sombreamento na pavimentação. Os distritos com >% Construção Baixa Espaçada indicam prédios baixos com maiores distâncias entre eles, embora tendam a ter velocidades mais elevadas relativo aos ventos regionais, considera-se uma condição desfavorável, quando não há sombreamento de prédios e pouca vegetação, especificamente na área central degradadas. Tabela 2 – Critério Qualitativo para Rugosidade Categoria Rugosidade P Muito Favorável > % Construção Alta Espaçada 4 Favorável > % Construção Alta Concentrada 3 Pouco Favorável >% Construção Baixa Espaçada 2(Mapa de Uso e Ocupação do Solo) Desfavorável >% Construção Baixa Concentrada 1 P = Pontuação
  • 10. VII Seminário de Pós-Graduação em Geografia da UNESP – Campus Rio Claro 27 a 30 de Novembro de 2007 Figura 3 – Mapa de Concentração dos Prédios da Área Central de São Paulo (Elaborado no ArcGis 9.2) 2-Uso do Solo O levantamento de uso do solo considerou os efeitos do albedo ou refletância dos materiais de superfície componentes de cada uso de edificação como sendo uma das variáveis responsáveis por seu ganho de calor, e, portanto significativos para clima urbano. Para as categorias de uso: residencial, comercial, industrial foram calculados os seus respectivos índices representativos do grau de predominância de uso em relação à área total de terrenos no distrito (Figura 4). Através da identificação da predominância de uso foram adotadas as seguintes classes de uso do solo, classificadas de acordo com a categoria adotada no trabalho (Tabela 3): Tabela 3 – Critério Qualitativo de Uso do Solo Categoria Uso do Solo P Muito favorável Residencial 4 Favorável misto com >% residencial 3 Pouco favorável Comercial e Serviços 2 (Mapa de Uso do Solo) Desfavorável Industrial e Depósitos 1 P = Pontuação
  • 11. VII Seminário de Pós-Graduação em Geografia da UNESP – Campus Rio Claro 27 a 30 de Novembro de 2007 Figura 4 – Mapa de Uso do Solo da Área Central de São Paulo (Elaborado no ArcGis 9.2) 3-Hipsometria A identificação e análise da hipsometria possibilita a observação da variação altimétrica do relevo da área, fato importante na análise de processos relativos a dinâmica de uso e ocupação do solo e da formação de micro-ambientes da mesma (MENDONÇA, 1994). A carta hipsométrica possibilita a observação da variação altimétrica (amplitude altimétrica) quanto às principais feições do relevo na área estudada. Através da base cartográfica e das curvas de nível foram adotadas as seguintes classes altimétricas (Figura 5) e na Tabela 4 são mostradas as categorias de acordo com as classes: Tabela 3 – Critério Qualitativo da Hipsometria Categoria Hipsometria (m) P Muito favorável > 786 m 4 Favorável 764 - 786 m 3 Pouco Favorável 742 - 764 m 2 (Mapa de Hipsometria) Desfavorável 720 -742 m 1 P = Pontuação
  • 12. VII Seminário de Pós-Graduação em Geografia da UNESP – Campus Rio Claro 27 a 30 de Novembro de 2007 Figura 5 – Mapa de Hipsometria da Área Central de São Paulo (Elaborado no ArcGis 9.2) 4-Vegetação Arbórea Através das manchas desenhadas identificou-se somente a presença das copas arbóreas, gerando um mapa de área vegetada (Figura 6) e através do recurso do ArcGis obteve-se a sua quantificação em área (m2 ). O critério qualitativo para o atributo vegetação arbórea estabelece que quanto maiores porcentagens de copas arbóreas, mais favoráveis são as condições ambientais de conforto térmico. Adotou-se as seguintes classes de acordo com o que foi encontrado em cada distrito (Tabela 5): Tabela 5 – Critério Qualitativo da Vegetação Arbórea Categoria Copa Arbórea P Muito favorável ≥12,60% 4 Favorável 6,44 – 9,52% 3 Pouco favorável 3,25 – 6,44% 2 (Mapa de Vegetação) Desfavorável 0,27% - 3,25 % 1 P = Pontuação
  • 13. VII Seminário de Pós-Graduação em Geografia da UNESP – Campus Rio Claro 27 a 30 de Novembro de 2007 Figura 6 – Mapa de Área Vegetada na Área Central de São Paulo (Elaborado no ArcGis 9.2) RESULTADOS E DISCUSSÕES Os indicadores podem sinalizar uma condição de conforto térmico como favoráveis ou desfavoráveis de acordo com os aspectos morfológicos e geoecológicos considerando as variações climáticas típicas da região metropolitana. Verificou-se que dentre os distritos analisados os distritos de BM=Belém, BR=Bom Retiro, BS=Brás, CA=Cambuci, e SE=Sé foram classificados como pior Q.A., de acordo com os critérios adotados. A Tabela 6 mostra a classificação por pontuação, classes de acordo com a soma da pontuação e o Q.A.. Tabela 6 – Qualidade Ambiental para Conforto Térmico CLASS BV BM BR BS CA CO LI MO PA RE SC SE P 17 6 9 6 8 18 15 7 8 10 14 8 C (%) 85,00 30,00 45,00 30,00 40,00 90,00 75,00 35,00 40,00 50,00 70,00 40,00 QA A D D D D A A D D C B D CLASS = Classificação; P = Pontuação (soma); C = Faixas em %; Q.A. = Qualidade Ambiental; BV=Bela Vista; BM=Belém; BR=Bom Retiro; BS=Brás; CA=Cambuci; CO=Consolação; LI=Liberdade; MO=Mooca; PA= Pari; RE=República; SC=Santa Cecília; SE=Sé;
  • 14. VII Seminário de Pós-Graduação em Geografia da UNESP – Campus Rio Claro 27 a 30 de Novembro de 2007 O desenho da ilha de calor da área central, Figura 2, apresenta maiores faixas com temperaturas acima de 30,50o C nos distritos de Pari, Brás, Belém, Mooca e Cambuci, indicando condições desfavoráveis às condições de conforto térmico. Os distritos muito favoráveis foram de Bela Vista, Santa Cecília e consolação, com menores faixas de temperatura de 27,5 a 28,5ºC. Na Figura 3 do mapa de concentração dos prédios, verificou-se que a distribuição dos prédios não se dá de forma homogênea em cada distrito, onde a maior porcentagem de construção alta concentrada se dá no centro: Sé e República; e construção alta espaçada ocorre nos distritos de Bela Vista, Consolação, Liberdade e Santa Cecília. Essas condições físicas favorecem as condições ambientais de conforto térmico principalmente nos distritos de Bela Vista, Consolação e Liberdade consideradas na avaliação de qualidade ambiental com escala de importância A. O uso do solo apresenta-se como um indicador de forte relação de impacto no comportamento térmico de cada distrito. Os distritos que se apresentaram pouco favoráveis às condições de conforto térmico foram os que apresentaram maior predominância de uso comercial e serviços e industrial, o mapa da Figura 4 mostra claramente isso. A carta hipsométrica possibilitou observar a variação altimétrica das feições de relevo da área central de São Paulo. A Figura 5 mostra claramente as áreas planas e de fundo de vale nos distritos de Brás, Pari, Bom Retiro, Belém e Cambuci, criando condições ambientais de conforto pouco favoráveis, mesmo que essas condições pouco favoráveis possam variar conforme a dinâmica entre as massas de ar da região e das mudanças na orientação dos ventos predominantes, considerou-se áreas de impacto negativo devido principalmente à ausência da vegetação natural e urbanização informal dentro das faixas de preservação. As várzeas do Tietê e Tamanduateí constituem uma unidade climática semelhante de maior aquecimento, na cota de 720 - 742m, marcada pela poluição das grandes avenidas e da ausência de vegetação natural. Os distritos mais favorecidos são de Bela Vista e Consolação com cotas acima de 786m. O mapa da área vegetada, Figura 6, apresenta a participação da massa arbórea (arvores) nos distritos. A pior condição observada foi no distrito de Brás com 0,27% de vegetação arbórea, além de apresentar pouquíssima área permeável. O distrito da consolação, considerado Muito Favorável à condição de conforto térmico por apresentar
  • 15. VII Seminário de Pós-Graduação em Geografia da UNESP – Campus Rio Claro 27 a 30 de Novembro de 2007 maior participação de vegetação arbórea, 12,60%, melhor distribuída. A Tabela 7 apresenta a participação da vegetação arbórea nos distritos. Tabela 7 – Participação da Vegetação Arbórea nos distritos da área central de São Paulo Distritos Área de Vegetação Arbórea (m2 ) Área Total do Distrito (m2 ) Vegetação/AreaTotal (%) Bela Vista 184.500,41 2.705.544,05 6,82% Belém 148.805,51 6.066.820,13 2,45% Bom Retiro 266.459,57 4.104.623,47 6,49% Brás 10.014,97 3.643.426,09 0,27% Cambuci 172.058,85 3.920.074,61 4,39% Consolação 476.396,31 3.779.720,40 12,60% Liberdade 244.212,39 3.644.721,90 6,70% Mooca 152.433,58 7.933.939,12 1,92% Pari 113.509,02 2.709.773,82 4,19% Republica 113.760,96 2.418.854,92 4,70% Santa Cecilia 146.932,25 3.838.835,40 3,83% Sé 117.066,31 2.213.064,65 5,29% Fonte: Dados calculado pelo ArcGis 9.2 As Figuras 7, 8 e 9 mostram a realidade destes distritos, onde a presença das arvores é um fator relevante no favorecimento das condições de conforto térmico.
  • 16. VII Seminário de Pós-Graduação em Geografia da UNESP – Campus Rio Claro 27 a 30 de Novembro de 2007 Figura 7 – (a) Consolação, (b) Distrito de Bela Vista, (c) Liberdade (Fotos da autora) Figura 8 – (a) Distrito de Belém, (b) Distrito de Bom Retiro, (c) Distrito da Mooca, (d) Distrito do Brás (Fotos da autora) Figura 9 – Distrito do Centro - República e Sé (Fotos da autora)
  • 17. VII Seminário de Pós-Graduação em Geografia da UNESP – Campus Rio Claro 27 a 30 de Novembro de 2007 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados apresentados sobre a avaliação da qualidade ambiental das condições ambientais de conforto térmico da área central de São Paulo, sob a abordagem da organização físico-espacial da estrutura urbana permite verificar o estado de Qualidade Ambiental em relação ao ambiente construído em cada distrito. Esta proposta metodológica pode ser útil tanto como medidas de programas específicos de gestão urbana apoiada em indicadores quanto para subsidiar discussões na sociedade, inclusive Agenda 21 sobre uma dada situação do meio ambiente. AGRADECIMENTOS A FAPESP – Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo pelo financiamento da Bolsa de Pós-doutorado; A SEMPLA – Secretaria de Planejamento da Prefeitura Municipal de São Paulo e SVMA – Secretaria do Verde e Meio Ambiente de São Paulo pelo apoio. BIBLIOGRAFIA CHRISTOFOLETTI, A. Modelagem de sistemas Ambientais. São Paulo: Editora Edgard Blücher Ltda, 1ª. Edição, 1999. KATZSCHNER, L. Thermal Comfort Mapping end Zonning. Designing Open Spaces in The Urban Environment: A Bioclimatic Approach, RUROS: Rediscovering The Urban Realm and Open Spaces, 2002, pp. 22-26. LOMBARDO, M. A. Qualidade ambiental e Planejamento Urbano. Tese (Livre Docência em Geografia)/Departamento de Geografia, Faculdade de Filosofia, Letras e ciências humanas da USP, 1995. LOMBARDO, M. A. Ilhas de Calor nas Metrópoles: o caso de São Paulo. São Paulo: HUCITEC, 1985. MENDONÇA, F.A. O clima e o planejamento urbano de cidades de porte médio e pequeno. Proposição metodológica para estudo e sua aplicação à cidade de Londrina, PR. São Paulo, Tese de Doutorado – Universidade de São Paulo/Departamento de Geografia, 1994. MONTEIRO, C.A.F. Teoria e Clima Urbano. (Tese de Livre Docência apresentada ao Depto. de Geografia/FFLCH-USP), São Paulo, 1976.
  • 18. VII Seminário de Pós-Graduação em Geografia da UNESP – Campus Rio Claro 27 a 30 de Novembro de 2007 NUCCI, J.C. Qualidade ambiental e adensamento: um estudo de planejamento da paisagem do Distrito de Santa Cecília (Município de São Paulo ). (Tese de Doutorado em Geografia Física) F.F.L.C.H. - USP, São Paulo, 1996. OKE, T. R. Boundary Layer Climates. London, New York: Routledge, 1992.