O documento resume o conteúdo, estrutura e personagens principais do Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente. O Auto apresenta dez cenas simétricas em que personagens representativos de diferentes classes sociais são julgados pelo Anjo e Diabo e enviados à barca da glória ou do inferno. Critica os costumes da época por meio da sátira e da moralização.
Trabalho sobre a cena do Fidalgo do auto da barca do Inferno, escrito por Gil Vicente, têm pouca informação pois foi projectado para uma apresentação oral.
Trabalho sobre a cena do Fidalgo do auto da barca do Inferno, escrito por Gil Vicente, têm pouca informação pois foi projectado para uma apresentação oral.
PowerPoint sobre o Auto da Barca do Inferno (1517) é a primeira peça de uma trilogia, da autoria de Gil Vicente, a que se seguem o Auto da Barca do Purgatório (1518) e o Auto da Barca da Glória (1519) – a “Trilogia das Barcas”. Foi representada na câmara da rainha Dona Leonor – que se encontrava doente – ao seu filho, o rei D. Manuel I. As almas são representadas por passageiros que chegam ao cais onde se encontram as barcas. Aí, submetem-se ao julgamento do Anjo e do Diabo, que decidem sobre a sua condenação ou salvação.
Através deste dispositivo alegórico, Gil Vicente concretiza a sua intenção crítica, veiculando valores morais e religiosos. Em muitas das peças vicentinas, nomeadamente no Auto da Barca do Inferno, essa intenção crítica baseia-se na máxima latina Ridendo castigat mores, que significa a rir se castigam os costumes.
9º ano
ensino básico
proposta curricular para educação de jovens e adultos- Língua portuguesa- anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano). Planejamento de unidades letivas para professores da EJA da disciplina língua portuguesa- pode ser trabalhado nos dois segmentos - proposta para trabalhar com alunos da EJA com a disciplina língua portuguesa.Sugestão de proposta curricular da disciplina português para turmas de educação de jovens e adultos - ensino fundamental. A proposta curricular da EJa lingua portuguesa traz sugestões para professores dos anos finais (6º ao 9º ano), sabendo que essa modalidade deve ser trabalhada com metodologias diversificadas para que o aluno não desista de estudar.
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Projeto de articulação curricular:
"aLeR+ o Ambiente - Os animais são nossos amigos" - Seleção de poemas da obra «Bicho em perigo», de Maria Teresa Maia Gonzalez
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Humanismo - Gil Vicente
1. AUTO DA BARCA DO
INFERNO
GIL VICENTE
Referências:
Professor Antônio Alves
Professor Charles
2. Humanismo (1434-1527)
• Idade Média x Renascimento
• Política, Economia e Sociedade
• Feudalismo x Mercantilismo
• Nobreza x Burguesia
• Cavalaria x Marinha
• Vida Cultural
• Religião x Ciência
• Espiritualismo x Materialismo
• Teocentrismo x Antropocentrismo
3. Humanismo Literário (1434-1527)
• Poesia Palaciana: a tradição escrita (a medida
velha)
• Crônica Histórica: historiografia e literatura
• Teatro Popular: sátira e moralização
4. Para se compreender o “Auto da Barca do Inferno”
deve-se ter presente que esta obra foi escrita num
período da história que corresponde à transição da
Idade média para a Idade Moderna.
O seu autor, Gil Vicente, enquadra-se justamente
nesse momento de TRANSIÇÃO, ou seja, está
ligado tanto ao medievalismo quanto ao
humanismo. Esse conflito faz com que Gil Vicente
pense em Deus e ao mesmo tempo exalte o homem
livre.
5. O reflexo desse conflito interior é visto
claramente na sua obra, pois ao mesmo
tempo que critica, de forma impiedosa,
toda a sociedade de seu tempo, adotando
assim uma postura moderna, tem ainda o
pensamento voltado para Deus,
característica típica do mundo medieval.
6. O “Auto da Barca do Inferno”foi apresentado
pela primeira vez em 1517, à rainha D. Maria de
Castela
Este Auto, classificado pelo próprio
autor como um “auto de moralidade”,
tem como cenário um porto imaginário,
onde estão ancoradas duas barcas:
uma como destino o paraíso, tem como
comandante um anjo; a outra, com
destino ao inferno, tem como
comandante o diabo, que traz consigo
um companheiro.
7. Todas as almas, assim que se desprendem dos corpos, são
obrigadas a passar por esse lugar para serem julgadas.
Dependendo dos atos cometidos em vida, são condenadas à
Barca da Glória ou à do Inferno.
Quanto ao estilo, pode-se dizer que todo o Auto é escrito em
tom coloquial, ou seja, a linguagem aproxima-se a da fala,
revelando assim a condição social das personagens e todos o
versos são Redondilhas maiores, ou seja, versos com sete
sílabas métricas.
8. As rimas obedecem, geralmente, ao esquema
ABBAACCA
como se pode ver na fala do onzeneiro:
“Olá, ó demo barqueiro! (A)
Sabeis vós no que me fundo (B)
Quero lá tornar ao mundo (B)
E trarei o meu dinheiro (A)
Aqueloutro marinheiro (A)
Porque me vê vir sem nada (C)
Dá-me tanta borregada (C)
Como arrais lá do barreiro (A)”
9. Em relação a estrutura externa pode-se dizer que o
Auto possui um único ato, dividido em cenas, nas
quais predominam os diálogos entre as almas que
estão sendo julgadas com o Anjo e com o Diabo.
Os personagens do Auto, com exceção do Anjo e
do Diabo, são representantes típicos da sociedade
da época (personagens-tipo).
Raramente aparecem identificados pelo nome, pois
são designados pela ocupação social que exercem.
Como exemplo pode-se citar
o onzeneiro, o fidalgo, sapateiro etc.
10. No começo do Auto, o Anjo divide o
palco com o Diabo e o seu
companheiro. Os dois últimos estão
muito eufóricos, enquanto realizam os
preparativos da sua barca, pois sabem
que ela partirá repleta de almas.
As posturas assumidas pelo Anjo e
pelo Diabo acentuam ainda mais a
tradicional oposição entre Bem e Mal.
As poucas falas fazem do Anjo uma
figura quase estática e se contrapõe à
alegria e ironia do Diabo.
15. Acompanhado pela amante, o próximo
personagem a entrar em cena é o Frade. Alegre,
cantante e bom dançarino, o frade veste-se com
as tradicionais roupas sacerdotais e sob elas,
instrumentos e roupas usadas pelos praticantes
da esgrima, de que ele se revela muito hábil. O
Frade indigna-se quando o Diabo o convida a
entrar em sua embarcação, pois acredita que seus
pecados deveriam ser perdoados, uma vez que ele
é um representante da Igreja.
Sempre acompanhado da amante, segue até o
batel da glória. onde o Anjo nem sequer lhe
dirige a palavra, cabendo ao Parvo a tarefa de
condenar o frade à barca do inferno por seu falso
moralismo religioso.
16. Depois do Frade, entra em cena Brísida
Vaz, uma mistura de feiticeira com
alcoviteira. Ao ser recebida pelo Diabo ela
declara possuir muitas jóias e três arcas
cheias de materiais usados em feitiçaria.
Mas seu maior bem são “seiscentos virgos
postiços”. Como a palavra “virgo”
corresponde ao hímen, pode-se dizer que a
alcoviteira Brísida Vaz prostituiu 600
meninas virgens. No entanto, o adjetivo
postiço dá margem a interpretação de que
as moças não eram virgens e Brísida Vaz
enganou seiscentos homens.
18. O próximo personagem que entra cena é o
Judeu, acompanhado de seu bode, símbolo do
judaísmo. Ele dirige-se ao batel infernal é até
mesmo o Diabo, que sempre mostrou-se muito
desejo por almas, se recusa a levá-lo. O Judeu
tenta subornar o Diabo, mas esse, sob pretexto
de não levar bode em sua barca, aconselha-o a
procurar a “outra” barca. O judeu então tenta
aproximar-se do Anjo, mas o Parvo acusa-o de
ter desrespeitado o Cristianismo.
O Diabo acaba por levar o Judeu e o bode
rebocados na sua barca, pois é «mui ruim
pessoa»
19. Depois do Judeu, entra em cena o Corregedor. Traz
consigo vários autos (processos) e pode ser comparado
aos juizes actuais. Ao ser convidado a embarcar no batel
infernal ele começa a argumentar em sua defesa.
No meio da conversação, chega o Procurador, trazendo
consigo vários livros. Ao ser convidado a embarcar, ele
também se recusa e os dois representantes do judiciário
conversam sobre os crimes que cometeram juntos e
seguem para a barca da glória.
Ao chegarem, o Anjo, ajudado pelo Parvo, não permite
que eles embarquem, condenando-os ao batel infernal por
usarem o poder do judiciário em benefício próprio.
20. O próximo personagem a entrar em
cena é o Enforcado, que ainda traz no
pescoço a corda usada no seu
enforcamento.
Ele acredita que a morte na forca o
redime dos seus pecados, mas isso não
ocorre e ele é condenado.
21. Os últimos personagens a
entrar
em cena são os quatro
Cavaleiros
que morreram nas cruzadas em
defesa do Cristianismo.
Eles passam, cantando, pelo
batel infernal, o Diabo convida-
os a entrar, mas eles seguem em
direção ao batel da glorificação,
onde são recebidos pelo Anjo.
O facto de morrer a lutar pelo
Cristianismo garante a esses
personagens uma espécie de
passaporte para a salvação.
22.
23. O Teatro Popular de Gil Vicente
Arte: Transição e Contradição
- Conteúdo
- Personagem
- Forma
25. Personagens: moralizar e satirizar
• Alegóricos
- Símbolos Morais
- Universo Sagrado
- Bem x Mal
- Moralização
• Tipificados
- Tipos sociais
- Universo Cotidiano
- Caricaturas Sociais
- Crítica Social
26. Forma: Pobreza e Riqueza
• Pobreza Cenográfica
- Ausência de Orientação de
Cenas (Didascálias)
- Paralelismo entre Cenas
(Repetição Estrutural)
- Problemas de Seqüência
• Riqueza Textual
- Recursos Poéticos: Drama
em Versos
- Discursos Tipificados:
Personagem x Fala
- Variedade Linguística:
COLOQUIAL
27. Auto da Barca do Inferno: O Juízo
Final
• 01 Cena Introdutória
• 10 Cenas simétricas (cenas de mesma estrutura)
- Entrada da personagem
- Interlocução: Tipo Social x Diabo
- Interlocução: Tipo Social x Anjo
- Sentença Final: Anjo
- Embarque do Tipo Social: Salvação ou Punição
28. O Diabo e seu Companheiro
• O Preparo da Barca
• Propagandeia-se a Barca
• O clima é de feira
29. O Fidalgo Dom Henrique
• Vem com sua cadeira e com um pajem
• Presunçoso e Orgulhoso
• Confia, todavia, nas Orações
• Condenado
30. O Onzeneiro
• Banqueiro
• Novo tipo social: Burguês
• Faz parte da revolução mercantilista
• Traz um bolsão de dinheiro (“vazio”)
• Avarento e usurário
• Condenado
31. O Parvo Joane
• Humilde e mendicante
• Pobre e ingênuo
• Carece de tudo
• Não tem malícia
• Nada traz
• Salvo
• Converte-se em ajudante do anjo
32. O Sapateiro
• Artesão e comerciante
• Larápio, roubava com a profissão
• Trazia formas, sapatos e objetos da profissão
• Morreu confessado
• Condenado
33. O Frade e sua Amada Florência
• Hipócrita
• Condena-se no que reprova
• Amante e Esporte Violento como vícios
• Traz a Amante e uma Roupa de Gladiador por
debaixo do hábito religioso
• Não lhe vale o hábito
• Condenado
34. Brízida Vaz, a Alcoviteira
• Alcoviteira
• Cafetina
• Prostituta
• Vende feitiços, enganos, poções, mentiras, sexo
• Traz o Baú de Virgos: luxúria
• Condenada
35. O Judeu e seu Bode Expiatório
• O Judeu traz o Bode Expiatório
• Não faz parte da lógica do julgamento
• Não pode ser condenado: vale-se do Bode
• Não pode ser salvo: não crê no Cristo
• Condenado: vai amarrado atrás da Barca do
Inferno
• Notar: preconceito
36. O Corregedor e o Juiz
• Representantes da lei
• Trazem os papéis, os processos mal julgados
• Injustiça
• Condenados
37. O Enforcado
• Suicida
• Traz a forca ainda no pescoço
• Cuidava adiantar a salvação e a vida eterna com
o suicídio
• Alega ter sido enganado
• Condenado
38. Os Quatro Cavaleiros
• Justificados pelo heroísmo e pela moral
• Morreram pelo cristianismo: mártires
• Não se atêm ao Diabo
• Trazem a Cruz como trunfo
• Salvos