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Para Compreender o Auto da Barca do Inferno Rita Castro, Diana Martins, Joana Barbosa  9ºB
1. A temática O Auto da Barca do Inferno é uma peça de inspiração religiosa, e, sobretudo, uma peça de crítica social. 		Gil Vicente, classificou a sua peça de moralidade, ou seja, peça, de sabor medieval, destinada a transmitir aos espectadores lições sobre o bem e o mal, as virtudes e os vícios. Logo o seu propósito é de natureza moral e religiosa e como veremos, o seu conteúdo de natureza alegórica. 		Nela, Gil Vicente toma como assunto a viagem das almas após a morte – e o seu julgamento – pondo em relevo as noções de bem e de mal, de prémio e de castigo.  		Como argumento, Gil Vicente toma justamente o do julgamento das almas por duas personagens alegóricas – o Diabo e o Anjo.
2. A encenação 		A encenação da peça é muito rudimentar. Como cenário, um rio e duas barcas, a do Diabo bastante elaborada e a do Anjo mais caracterizada pela sua simplicidade. 		Não há nesta peça uma história ou enredo. As quinze personagens perseguem um objectivo: viajar, atravessar o rio, “embarcar” para o outro mundo. Em primeiro lugar dirigem-se ao Diabo, ao reconhecê-lo como tal, recusam-se a embarcar e dirigem-se ao Anjo que os reenvia para a Barca do Inferno. O movimento cénico é por isso repetitivo. 		Não havendo propriamente acção as personagens em cena não entram em conflito entre si, este centra-se entre elas e o Diabo.
3. As personagens Nesta peça encontramos personagens alegóricas, o Diabo e o Anjo que representam a noção de castigo e de prémio. 		Para além destas surgem-nos quinze personagens humanas.  Fidalgo  Onzeneiro Parvo  Sapateiro  Frade Alcoviteira
BrízidaVaz Judeu Procurador  Corregedor  Enforcado  Quatro Cavaleiros de Cristo. 	Estes pertencem a todos os estratos sociais e não se representam a si mesmas como indivíduos mas ao grupo social de que fazem parte ou seja são pergonagens-tipo ou planas, estáticas e lineares.
4. Os processos de cómico Cenário alegórico – com um propósito de julgar as almas segundo critérios de bem e de mal, com uma encenação e marcação de actores tão rudimentar. Afinal porque rimos nós? O que é que nos faz rir? ,[object Object]
O sentimento do cómico resulta da noção de perda ou ruptura da lógica, da harmonia, do sentido da realidade.,[object Object]
Cómico de carácter ou de personagem:  uma pessoa de idade muito avançada passeia-se na rua de «T-shirt» moderníssima, de cor berrante e muito estampada; veste «jeans» e usa sapatilhas. Nesta pessoa de verifica um desajuste, uma não adaptação à sua realidade (neste caso à sua idade).  o mesmo aconteceria se se desse o contrário e um rapazinho aparecesse vestido de fato completo e apresentasse um ar muito compenetrado.
Cómico de linguagem: ,[object Object],Cómico de situação, de carácter e de linguagem são as principais modalidades de cómico. ,[object Object],[object Object]
Em relação à linguagem (cómico de linguagem), com a sua linguagem solta, desbragada, feita de calão, insultos, obscenidades… em ocasião tão solene. Função do cómico e da comédia ridicularizando pessoas, situações, costumes, levar a um aperfeiçoamento moral da sociedade. Função Social não apenas distrair, mas ensinar e educar.
5. A linguagem O Auto da Barca do Inferno é escrito em português, mas ainda no português medieval do tempo de Gil Vicente. Presença de muitos arcaísmos – palavras que representam um estádio anterior da nossa língua, que caíram em desuso ou adquiriram formas diferentes no português dos nossos dias. Processo diacrónico - observação da língua no seu evoluir .
Gil Vicente oferece-nos nesta sua peça inúmeros registos ou níveis de língua, adequados  às personagens em cena.   Vão desde nível cuidado ao nível corrente, familiar, popular e ao calão.  Introdução da gíria e de vocábulos técnicos.  A linguagem é nesta peça fonte de recursos cómicos .
Neste Auto encontra-se também o discurso lírico. As marcas do discurso lírico são uma das características gerais do teatro de Gil Vicente, que muitas vezes nos dá cantigas ao modo tradicional, postas na boca de pastores, ou oferece-nos meditações lírico-filosóficas sobre a existência humana ou cantos de louvor impregnados de exaltação religiosa.
Mas afinal porque é que se vai para o Inferno ou para a Glória ?  	Vai-se para o Inferno ou para o Paraíso de acordo com a vida vivida na terra: o bem ou o mal praticado, as virtudes ou pecados da personagem que está a ser julgada, daí apenas terem ido para o Paraíso cinco pessoas, o Parvo e os quatro Cavaleiros pois nunca fizeram mal a ninguém.	Ou seja no conjunto da sociedade que Gil Vicente critica só se salvam os tolos (inconscientes) e os mártires.
Conclusão: 		Com a leitura desta obra apercebemo-nos que Gil Vicente possuía uma profunda religiosidade manifestada (crença na vida após a morte, no prémio e no castigo, distinção claro do bem e do mal, no Inferno e no Paraíso, em Anjos e Diabos), este mostra-se bem firme na sua condenação da tirania, da opressão, da exploração dos humildes, da mentira e da hipocrisia nas relações entre os Homens.
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Para Compreender o Auto da Barca do Inferno

  • 1. Para Compreender o Auto da Barca do Inferno Rita Castro, Diana Martins, Joana Barbosa 9ºB
  • 2. 1. A temática O Auto da Barca do Inferno é uma peça de inspiração religiosa, e, sobretudo, uma peça de crítica social. Gil Vicente, classificou a sua peça de moralidade, ou seja, peça, de sabor medieval, destinada a transmitir aos espectadores lições sobre o bem e o mal, as virtudes e os vícios. Logo o seu propósito é de natureza moral e religiosa e como veremos, o seu conteúdo de natureza alegórica. Nela, Gil Vicente toma como assunto a viagem das almas após a morte – e o seu julgamento – pondo em relevo as noções de bem e de mal, de prémio e de castigo. Como argumento, Gil Vicente toma justamente o do julgamento das almas por duas personagens alegóricas – o Diabo e o Anjo.
  • 3. 2. A encenação A encenação da peça é muito rudimentar. Como cenário, um rio e duas barcas, a do Diabo bastante elaborada e a do Anjo mais caracterizada pela sua simplicidade. Não há nesta peça uma história ou enredo. As quinze personagens perseguem um objectivo: viajar, atravessar o rio, “embarcar” para o outro mundo. Em primeiro lugar dirigem-se ao Diabo, ao reconhecê-lo como tal, recusam-se a embarcar e dirigem-se ao Anjo que os reenvia para a Barca do Inferno. O movimento cénico é por isso repetitivo. Não havendo propriamente acção as personagens em cena não entram em conflito entre si, este centra-se entre elas e o Diabo.
  • 4. 3. As personagens Nesta peça encontramos personagens alegóricas, o Diabo e o Anjo que representam a noção de castigo e de prémio. Para além destas surgem-nos quinze personagens humanas. Fidalgo Onzeneiro Parvo Sapateiro Frade Alcoviteira
  • 5. BrízidaVaz Judeu Procurador Corregedor Enforcado Quatro Cavaleiros de Cristo. Estes pertencem a todos os estratos sociais e não se representam a si mesmas como indivíduos mas ao grupo social de que fazem parte ou seja são pergonagens-tipo ou planas, estáticas e lineares.
  • 6.
  • 7.
  • 8. Cómico de carácter ou de personagem: uma pessoa de idade muito avançada passeia-se na rua de «T-shirt» moderníssima, de cor berrante e muito estampada; veste «jeans» e usa sapatilhas. Nesta pessoa de verifica um desajuste, uma não adaptação à sua realidade (neste caso à sua idade). o mesmo aconteceria se se desse o contrário e um rapazinho aparecesse vestido de fato completo e apresentasse um ar muito compenetrado.
  • 9.
  • 10. Em relação à linguagem (cómico de linguagem), com a sua linguagem solta, desbragada, feita de calão, insultos, obscenidades… em ocasião tão solene. Função do cómico e da comédia ridicularizando pessoas, situações, costumes, levar a um aperfeiçoamento moral da sociedade. Função Social não apenas distrair, mas ensinar e educar.
  • 11. 5. A linguagem O Auto da Barca do Inferno é escrito em português, mas ainda no português medieval do tempo de Gil Vicente. Presença de muitos arcaísmos – palavras que representam um estádio anterior da nossa língua, que caíram em desuso ou adquiriram formas diferentes no português dos nossos dias. Processo diacrónico - observação da língua no seu evoluir .
  • 12. Gil Vicente oferece-nos nesta sua peça inúmeros registos ou níveis de língua, adequados às personagens em cena. Vão desde nível cuidado ao nível corrente, familiar, popular e ao calão. Introdução da gíria e de vocábulos técnicos. A linguagem é nesta peça fonte de recursos cómicos .
  • 13. Neste Auto encontra-se também o discurso lírico. As marcas do discurso lírico são uma das características gerais do teatro de Gil Vicente, que muitas vezes nos dá cantigas ao modo tradicional, postas na boca de pastores, ou oferece-nos meditações lírico-filosóficas sobre a existência humana ou cantos de louvor impregnados de exaltação religiosa.
  • 14. Mas afinal porque é que se vai para o Inferno ou para a Glória ? Vai-se para o Inferno ou para o Paraíso de acordo com a vida vivida na terra: o bem ou o mal praticado, as virtudes ou pecados da personagem que está a ser julgada, daí apenas terem ido para o Paraíso cinco pessoas, o Parvo e os quatro Cavaleiros pois nunca fizeram mal a ninguém. Ou seja no conjunto da sociedade que Gil Vicente critica só se salvam os tolos (inconscientes) e os mártires.
  • 15. Conclusão: Com a leitura desta obra apercebemo-nos que Gil Vicente possuía uma profunda religiosidade manifestada (crença na vida após a morte, no prémio e no castigo, distinção claro do bem e do mal, no Inferno e no Paraíso, em Anjos e Diabos), este mostra-se bem firme na sua condenação da tirania, da opressão, da exploração dos humildes, da mentira e da hipocrisia nas relações entre os Homens.