SlideShare uma empresa Scribd logo
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
Profa. Elizabeth Dias
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
NO BRASIL
 Período colonial no Brasil está articulado à expansão comercial
europeia, uma das condições para o desenvolvimento do modo
de produção capitalista.
 Mais especificamente, o Brasil, sob o domínio dos
portugueses, constituiu-se como colônia de exploração.
 A imensa riqueza obtida pela força de trabalho escrava na
agricultura (baseada em latifúndios) ou na mineração garantiu
às classes dominantes das metrópoles uma vida de luxo
 A mais conhecida tarefa jesuítica no Brasil, porém, relaciona-
se com a educação, mais precisamente, com a educação
dos filhos dos colonos portugueses, com base em seu
programa de estudos, o Ratio Studiorum, que tinha a
finalidade de prepará-los para o seguimento dos estudos na
metrópole, e a educação elementar e a catequese para os
filhos dos nativos da terra.
 O jesuíta Padre Antônio Vieira (1608-1697). é que o Padre
Vieira utiliza o conhecimento psicológico desenvolvido pelos
jesuítas para elaborar seus famosos sermões, tidos como
exemplo de texto argumentativo no estudo da filosofia e da
literatura. Vieira estudava como poderia atingir a percepção e
as potências dos ouvintes, despertando neles a potência
apetitiva da alma pela palavra cristã (CERQUEIRA, 2011)
 O processo catequético e a educação das primeiras letras
para os indígenas têm sido vistos como expressão de uma
pedagogia repressiva, baseada em castigos, com vistas à
disciplinarização e controle, com base na psicologia moral da
época. Em seus estudos sobre a história da criança no Brasil,
afirma Priore (1991, p. 13)
 Fortemente arraigada na psicologia de fundamento moral e
religioso comum da época, e na capacidade impressionista
que se desdobrou em autos sacramentais alegóricos,
‘musicarias’ e sermões recendendo a temor e
estremecimento religioso, a fala dos jesuítas sobre educação
e disciplina tinha gosto de sangue”
 As limitações da Coroa portuguesa, no entanto não permitiram que
a Educação fosse muito longe: nos séculos XVII e XVIII, a
fundação de universidades estava proibida no Brasil, o que
impediu o desenvolvimento de pesquisas, incluindo a possibilidade
de surgimento de uma psicologia genuinamente brasileira. Além
disso, em 1759, os jesuítas são expulsos do Brasil e de Portugal,
levando consigo toda a sua experiência adquirida em dois séculos
de trabalho. Os jovens de famílias ricas podiam estudar no
exterior. Foi inevitável que trouxessem influências europeias para
a concretização de centros de estudos no Brasil (MASSIMI, 2007)
 A educação é reconhecida pelos religiosos – imbuídos pelo
espírito da pedagogia humanista – como instrumento
privilegiado para criar um homem novo e uma nova sociedade
no Novo Mundo. Por isso, a educação das crianças e a criação
de escolas se constituíram os objetivos prioritários do plano
missionário da Companhia no Brasil. Esse empreendimento
acarretava a necessidade de formular conhecimentos e práticas
de caráter pedagógico e psicológico (Massimi, 2004, p. 29)
 Em todo lugar, a busca pelo conhecimento era constante. Fosse
pela tentativa de domínio, fosse pela saúde pública, havia
pessoas preocupadas em desenvolver pesquisas e produzir
conhecimento no Brasil. Isso só aconteceu, no entanto, com a
vinda da família real portuguesa para cá em 1808.
 A demanda por profissionais começou a surgir e, de 1830 a
1833, as escolas de cirurgia de Salvador e do Rio de Janeiro
são transformadas em Escolas de Medicina, passando a
funcionar como faculdades na formação de médicos (ROCHA,
2004; PEREIRA; PEREIRA NETO, 2003)
 A faculdade começa a realizar pesquisas e publicar teses
com temas psicológicos. Aos poucos, os estudos de
Psicologia nas duas faculdades de medicina se tornam uma
realidade. Uma característica interessante que se mostra é
que as pesquisas da Faculdade da Bahia trazem uma
tendência social mais marcante, enquanto a do Rio de
Janeiro busca as compreensões psicológicas mais
relacionadas à saúde.
 Segundo Pereira e Pereira Neto (2003), que utilizaram o
método de sociologia das profissões, a Psicologia no
Brasil pode ser dividida em três grandes períodos:
 Período pré-profissional (1830-1890)
 Período de profissionalização (1890/1906-1975)
 Período profissional (a partir de 1975).
 Ainda não existe, porém, a Psicologia como ciência ou
profissão independente. Dessa forma, a Psicologia está
sempre ligada a alguma outra área, como a Medicina, a
Enfermagem ou a Pedagogia. Dessa forma, dá-se o período
pré-profissional da psicologia, ou seja, época em que ela vai
se constituindo uma área específica do saber, mas ainda sem
autonomia suficiente para ser uma profissão.
 Como em todo o mundo, no século XIX, a Psicologia estudada
no Brasil se dava de maneira a reproduzir os métodos das
ciências naturais e se limitava a pesquisas sobre percepção e
reações físicas, como audição, visão, reflexos etc. A
introdução do positivismo no Brasil se deu através do trabalho
de Luís Pereira Barreto (1840-1923), médico e filósofo
formado na Bélgica.
 A disciplina de Psychologia começa a ser ensinada nos
currículos de diversos cursos de formação de outras áreas,
como o Direito, a Filosofia, a Pedagogia, a Medicina e a
Teologia. Dessa maneira, a Psicologia vai se institucionalizando
e marcando importante presença nas universidades, hospitais,
escolas, igrejas, tribunais e onde quer que se abordassem
fenômenos psicológicos (MASSIMI, 2007)
 Na passagem do século XIX para o XX, são fundados no Rio
de Janeiro alguns laboratórios de Psicologia Experimental.
Esses laboratórios seguiam o mesmo modelo dos laboratórios
alemães que geraram os trabalhos da Psicofísica e da
Psicologia Experimental de Wilhelm Wundt, o fundador oficial
da Psicologia. O Laboratório de Psicologia Experimental mais
antigo do Brasil chamava-se Pedagogium. Fundado em 1890,
era dirigido por Manoel Bomfim (1868-1932). Em 1898, em
São Paulo, Francisco Franco da Rocha estruturou o Hospital
de Juqueri, um dos mais importantes manicômios do país,
embora em 1852 já houvesse o Hospício Pedro II no Rio de
Janeiro (MASSIMI, 2007). Esse momento marca o início do
período de profissionalização da Psicologia (PEREIRA;
PEREIRA NETO, 2003)
 Desde então, vários laboratórios e hospícios foram construídos
no território nacional sempre, correlacionados, de alguma
forma, ao serviço médico que se especializava como saúde
mental. Algumas instituições voltavam seu trabalho para outras
finalidades específicas, como o estudo e tratamento do
alcoolismo, por exemplo (MASSIMI, 2007). Nessa época, a
ideia de um curso de Psicologia começa a ser cogitada. Dessa
forma, porém, apesar de colaborar para o desenvolvimento da
Psicologia, a Psiquiatria buscava criar a função de psicólogo
como um auxiliar subordinado ao médico, e não como um
profissional detentor de uma ciência própria. Essa impressão,
de certa forma, ainda permanece em algumas instituições
(ANTUNES, 2004)
 Em 1934, a Faculdade de Filosofia da Universidade de São
Paulo (USP) inseriu no currículo uma disciplina chamada
Psicologia Geral, que marcou a ampla divulgação da Psicologia
como área de estudo nos diversos cursos, conforme
anteriormente mencionado. Os cursos de Sociologia e
Pedagogia aderiram à disciplina, que passou a ser obrigatória.
 Em 1946, a formação do profissional de Psicologia foi instituída
por decreto. Para se tornar um especialista em psicologia, era
preciso cursar três anos de Filosofia, Biologia, Fisiologia,
Antropologia ou Estatística. Essa era a formação mais próxima
de um psicólogo na época. Dessa forma, é possível ver a
diversidade que a Psicologia traz para o pensamento científico
 O currículo do curso de Psicologia atingiu sua estrutura básica
em 1957, o que permitiu que fossem inaugurados os primeiros
cursos de Psicologia, tanto nas faculdades – Pontifícia
Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro e USP em São
Paulo – como em cursos independentes (PEREIRA; PEREIRA
NETO, 2003).
 A oportunidade de alteração dessa realidade, no entanto, veio
com o processo de industrialização iniciado por Getúlio Vargas
nos anos 1940 e que, no fim dos anos 1950, começava a dar
frutos. Psicólogos eram empregados nas indústrias para que
pudessem fazer a gestão dos funcionários, como recrutamento e
seleção, treinamento, remanejamento interno, ou até mesmo
identificar possíveis psicopatologias que viessem a surgir no
ambiente de trabalho.
 Nesse mesmo período, também começam a aumentar o número
de publicações sobre Psicologia e surgem periódicos de
divulgação científica específicos para a área (ANTUNES, 2004).
Outros campos de aplicação além da medicina e da indústria
começam a se formar: a escola, como parceira da pedagogia,
auxiliando os professores em como lidar com alunos-problema
ou compreender os mecanismos de aprendizagem; e a atuação
social nas entidades que se voltavam para o acolhimento de
crianças abandonadas (ANTUNES, 2004)
 27 de agosto de 1962, foi sancionada pelo presidente João
Goulart a Lei nº 4.119, que finalmente reconheceu a profissão
de psicólogo de maneira independente de outra ciência ou
profissão, dispondo de cursos próprios, cujas exigências foram
emitidas pelo Conselho Federal de Educação no mesmo ano.
 A prática profissional que garantiu que a Psicologia não fosse
submissa à Medicina ou à Pedagogia foram basicamente os
testes psicológicos, domínio exclusivo do psicólogo até hoje.
Nenhum médico ou pedagogo é autorizado a utilizar os testes
psicológicos. Por causa dessa aprovação, comemora-se o Dia
Nacional do Psicólogo no dia 27 de agosto (PEREIRA;
PEREIRA NETO, 2003). Nessa época, a Psicologia se
desenvolvia principalmente nas áreas da educação, do trabalho
e da clínica.
 Como se sabe, no período de 1964-1985 o Brasil viveu uma
ditadura militar-empresarial, que realizou sérias reformas na
sociedade, principalmente na Educação, retirando do currículo
disciplinas que poderiam apresentar ameaça ao regime, como a
Filosofia e a Sociologia. Os currículos da Psicologia foram
voltados para um ensino técnico, retirando a tendência social da
área. Dessa forma, a Psicologia pôde ser direcionada, evitando a
crítica social e atendendo às demandas do governo e da
burguesia. Até hoje, há nichos da Psicologia que demonstram
uma tendência bastante conservadora, embora a classe de modo
geral lute pela participação social do profissional psicólogo em
causas progressistas em suas áreas de atuação (ANTUNES,
2004)
 O novo problema que surgiu a caminho da profissionalização foi a
necessidade de identificar e unir os profissionais de Psicologia para
que pudessem ser assistidos e fiscalizados, tornando a profissão mais
confiável do ponto de vista ético e profissional. Somente em 1971 foi
realizado em São Paulo o I Encontro Nacional de Psicologia, no qual
os psicólogos trabalharam para a criação do Conselho Federal de
Psicologia (CFP) e os Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs).
Após alguns anos de trabalho, divulga-se em 1975 o primeiro Código
de Ética Profissional dos Psicólogos, o que consolida todas as
exigências para que a Psicologia se tornasse uma profissão
independente e consistente, passando ao período profissional.
Segundo a sociologia das profissões, as exigências são: uma área
específica e complexa de conhecimento; uma prática exclusiva da
categoria, demanda e reconhecimento da sociedade pela profissão; e
a instituição de órgãos reguladores da prática profissional (PEREIRA;
PEREIRA NETO, 2003)
 Segundo a sociologia das profissões, a Psicologia tornou-se
uma ciência e profissão independentes porque cumpriu os
requisitos para isso: 1) ter um conhecimento complexo e uma
prática exclusivos (a Psicologia e os testes psicológicos);
 2) registrar e fiscalizar os profissionais da classe através de
controle de conduta (Conselhos e Código de Ética);
 3) conseguir o reconhecimento e a demanda do Estado e da
sociedade (lei de reconhecimento da profissão e demanda da
população) (PEREIRA; PEREIRA NETO, 2003)

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Fenomenologia de Husserl
Fenomenologia de HusserlFenomenologia de Husserl
Fenomenologia de Husserl
profadnilson
 
Introdução À Psicologia
Introdução À PsicologiaIntrodução À Psicologia
Introdução À Psicologia
psicologiaisecensa
 
Psicologia da Educação
Psicologia da EducaçãoPsicologia da Educação
Psicologia da Educação
unieubra
 
Psicologia Geral - Psicologia Cientifica
Psicologia Geral - Psicologia CientificaPsicologia Geral - Psicologia Cientifica
Psicologia Geral - Psicologia Cientifica
Diego Sampaio
 
Aula - Introdução à Psicologia 1
Aula - Introdução à Psicologia 1Aula - Introdução à Psicologia 1
Aula - Introdução à Psicologia 1
Felipe Saraiva Nunes de Pinho
 
Escolas da Psicologia 1a. Aula
Escolas da Psicologia 1a. AulaEscolas da Psicologia 1a. Aula
Escolas da Psicologia 1a. Aula
rosariasperotto
 
Fundamentos Históricos e Epistemológicos da Psicologia
Fundamentos Históricos e Epistemológicos da PsicologiaFundamentos Históricos e Epistemológicos da Psicologia
Fundamentos Históricos e Epistemológicos da Psicologia
Roney Gusmão
 
Psicologia da Educação
Psicologia da Educação Psicologia da Educação
Psicologia da Educação
Carlos Caldas
 
Introdução à psicopatologia
Introdução à psicopatologiaIntrodução à psicopatologia
Introdução à psicopatologia
Caio Maximino
 
Novas tendencias da psicologia no brasil
Novas tendencias da psicologia no brasilNovas tendencias da psicologia no brasil
Novas tendencias da psicologia no brasil
Igor Rafailov
 
Psicologia Da EducaçãO Aula IntrodutóRia
Psicologia Da EducaçãO  Aula IntrodutóRiaPsicologia Da EducaçãO  Aula IntrodutóRia
Psicologia Da EducaçãO Aula IntrodutóRia
Silvia Marina Anaruma
 
Psicologia introdução
Psicologia introduçãoPsicologia introdução
Psicologia introdução
Chrys Souza
 
SEMINÁRIO - PSICOLOGIA, CIÊNCIA E PROFISSÃO 14.09 - SLIDES.pdf
SEMINÁRIO - PSICOLOGIA, CIÊNCIA E PROFISSÃO 14.09 - SLIDES.pdfSEMINÁRIO - PSICOLOGIA, CIÊNCIA E PROFISSÃO 14.09 - SLIDES.pdf
SEMINÁRIO - PSICOLOGIA, CIÊNCIA E PROFISSÃO 14.09 - SLIDES.pdf
MarciaCristine2
 
Psicologia da educação 1
Psicologia da educação 1Psicologia da educação 1
Psicologia da educação 1
Universidade Federal do Ceará
 
Psicologia da Saude
Psicologia da Saude Psicologia da Saude
Psicologia da Saude
Paulo Pedro P. R. Costa
 
Aula 1 introdução e conceitos
Aula 1 introdução e conceitosAula 1 introdução e conceitos
Aula 1 introdução e conceitos
Futuros Medicos
 
Psicologia do desenvolvimento
Psicologia do desenvolvimentoPsicologia do desenvolvimento
Psicologia do desenvolvimento
Marcela Montalvão Teti
 
Psicologia humanista
Psicologia humanistaPsicologia humanista
Psicologia humanista
Juliermeson Morais
 
O que é a psicologia
O que é a psicologiaO que é a psicologia
O que é a psicologia
psicologiaazambuja
 
Aula 3 - Personalidade e Processos Psicológicos Básicos
Aula 3 -  Personalidade e Processos Psicológicos BásicosAula 3 -  Personalidade e Processos Psicológicos Básicos
Aula 3 - Personalidade e Processos Psicológicos Básicos
Felipe Saraiva Nunes de Pinho
 

Mais procurados (20)

Fenomenologia de Husserl
Fenomenologia de HusserlFenomenologia de Husserl
Fenomenologia de Husserl
 
Introdução À Psicologia
Introdução À PsicologiaIntrodução À Psicologia
Introdução À Psicologia
 
Psicologia da Educação
Psicologia da EducaçãoPsicologia da Educação
Psicologia da Educação
 
Psicologia Geral - Psicologia Cientifica
Psicologia Geral - Psicologia CientificaPsicologia Geral - Psicologia Cientifica
Psicologia Geral - Psicologia Cientifica
 
Aula - Introdução à Psicologia 1
Aula - Introdução à Psicologia 1Aula - Introdução à Psicologia 1
Aula - Introdução à Psicologia 1
 
Escolas da Psicologia 1a. Aula
Escolas da Psicologia 1a. AulaEscolas da Psicologia 1a. Aula
Escolas da Psicologia 1a. Aula
 
Fundamentos Históricos e Epistemológicos da Psicologia
Fundamentos Históricos e Epistemológicos da PsicologiaFundamentos Históricos e Epistemológicos da Psicologia
Fundamentos Históricos e Epistemológicos da Psicologia
 
Psicologia da Educação
Psicologia da Educação Psicologia da Educação
Psicologia da Educação
 
Introdução à psicopatologia
Introdução à psicopatologiaIntrodução à psicopatologia
Introdução à psicopatologia
 
Novas tendencias da psicologia no brasil
Novas tendencias da psicologia no brasilNovas tendencias da psicologia no brasil
Novas tendencias da psicologia no brasil
 
Psicologia Da EducaçãO Aula IntrodutóRia
Psicologia Da EducaçãO  Aula IntrodutóRiaPsicologia Da EducaçãO  Aula IntrodutóRia
Psicologia Da EducaçãO Aula IntrodutóRia
 
Psicologia introdução
Psicologia introduçãoPsicologia introdução
Psicologia introdução
 
SEMINÁRIO - PSICOLOGIA, CIÊNCIA E PROFISSÃO 14.09 - SLIDES.pdf
SEMINÁRIO - PSICOLOGIA, CIÊNCIA E PROFISSÃO 14.09 - SLIDES.pdfSEMINÁRIO - PSICOLOGIA, CIÊNCIA E PROFISSÃO 14.09 - SLIDES.pdf
SEMINÁRIO - PSICOLOGIA, CIÊNCIA E PROFISSÃO 14.09 - SLIDES.pdf
 
Psicologia da educação 1
Psicologia da educação 1Psicologia da educação 1
Psicologia da educação 1
 
Psicologia da Saude
Psicologia da Saude Psicologia da Saude
Psicologia da Saude
 
Aula 1 introdução e conceitos
Aula 1 introdução e conceitosAula 1 introdução e conceitos
Aula 1 introdução e conceitos
 
Psicologia do desenvolvimento
Psicologia do desenvolvimentoPsicologia do desenvolvimento
Psicologia do desenvolvimento
 
Psicologia humanista
Psicologia humanistaPsicologia humanista
Psicologia humanista
 
O que é a psicologia
O que é a psicologiaO que é a psicologia
O que é a psicologia
 
Aula 3 - Personalidade e Processos Psicológicos Básicos
Aula 3 -  Personalidade e Processos Psicológicos BásicosAula 3 -  Personalidade e Processos Psicológicos Básicos
Aula 3 - Personalidade e Processos Psicológicos Básicos
 

Semelhante a História da psicologia no Brasil.pptx

Surgimento-da-Psicologia-no-Brasil.pdf
Surgimento-da-Psicologia-no-Brasil.pdfSurgimento-da-Psicologia-no-Brasil.pdf
Surgimento-da-Psicologia-no-Brasil.pdf
LealAdelania
 
Aula 1.pptx
Aula 1.pptxAula 1.pptx
Aula 1.pptx
Vilciele
 
Movimento Psicanalitico Brasileiro
Movimento Psicanalitico BrasileiroMovimento Psicanalitico Brasileiro
Movimento Psicanalitico Brasileiro
Aline Santos
 
Educação freudiana
Educação freudianaEducação freudiana
Educação freudiana
Geysa Sousa
 
Curso de psicologia_clinica_sp__76407
Curso de psicologia_clinica_sp__76407Curso de psicologia_clinica_sp__76407
Curso de psicologia_clinica_sp__76407
Marcelo Enrico
 
1ª AULA - PSICOLOGIA PASTORAL.pdf
1ª AULA - PSICOLOGIA PASTORAL.pdf1ª AULA - PSICOLOGIA PASTORAL.pdf
1ª AULA - PSICOLOGIA PASTORAL.pdf
FabiFaculdadeBatista
 
SEMINÁRIO - PSICOLOGIA, CIÊNCIA E PROFISSÃO 14.09.ppsx
SEMINÁRIO - PSICOLOGIA, CIÊNCIA E PROFISSÃO 14.09.ppsxSEMINÁRIO - PSICOLOGIA, CIÊNCIA E PROFISSÃO 14.09.ppsx
SEMINÁRIO - PSICOLOGIA, CIÊNCIA E PROFISSÃO 14.09.ppsx
MarciaCristine2
 
Histórico da psicologia social
Histórico da psicologia socialHistórico da psicologia social
Histórico da psicologia social
mnatrodrigues
 
Psicologia uma nova introdução
Psicologia uma nova introduçãoPsicologia uma nova introdução
Psicologia uma nova introdução
SFerreira Miranda
 
Texto 03 pesquisa psicogenética e educação escolar
Texto 03   pesquisa psicogenética e educação escolarTexto 03   pesquisa psicogenética e educação escolar
Texto 03 pesquisa psicogenética e educação escolar
MABETA_
 
P aulo freire estudoandreferreira tra
P aulo freire estudoandreferreira traP aulo freire estudoandreferreira tra
P aulo freire estudoandreferreira tra
PMBA
 
_História da Psicologia - Aula 4.pdf
_História da Psicologia - Aula 4.pdf_História da Psicologia - Aula 4.pdf
_História da Psicologia - Aula 4.pdf
JulianaCass2
 
Rivero psicologia social_estrategias_politicas_implicacoes
Rivero psicologia social_estrategias_politicas_implicacoesRivero psicologia social_estrategias_politicas_implicacoes
Rivero psicologia social_estrategias_politicas_implicacoes
Jéssica Petersen
 
Livro psicologia social_estrategias_politicas_implicacoes
Livro psicologia social_estrategias_politicas_implicacoesLivro psicologia social_estrategias_politicas_implicacoes
Livro psicologia social_estrategias_politicas_implicacoes
Sonival Nery Teixeira
 
Historia da psicologia hospitalar ensaios universitários - robertalouzeiro
Historia da psicologia hospitalar   ensaios universitários - robertalouzeiroHistoria da psicologia hospitalar   ensaios universitários - robertalouzeiro
Historia da psicologia hospitalar ensaios universitários - robertalouzeiro
Jac Muller
 
Traços Históricos da Psicopedagogia
Traços Históricos da PsicopedagogiaTraços Históricos da Psicopedagogia
Traços Históricos da Psicopedagogia
Instituto Consciência GO
 
BASES SÓCIO-FILOSÓFICAS DA EDUCAÇÃO FÍSICA
BASES SÓCIO-FILOSÓFICAS DA EDUCAÇÃO FÍSICABASES SÓCIO-FILOSÓFICAS DA EDUCAÇÃO FÍSICA
BASES SÓCIO-FILOSÓFICAS DA EDUCAÇÃO FÍSICA
Prof. Antônio Martins de Almeida Filho
 
História da psicologia
História da psicologiaHistória da psicologia
História da psicologia
Celso Stumpo de Oliveira
 
45838790 apostila sobrepedagogia
45838790 apostila sobrepedagogia45838790 apostila sobrepedagogia
45838790 apostila sobrepedagogia
Marli Dionisia da Silva
 
História da filosofia no brasil e na américa latina
História da filosofia no brasil e na américa latinaHistória da filosofia no brasil e na américa latina
História da filosofia no brasil e na américa latina
AlanMedeiros14
 

Semelhante a História da psicologia no Brasil.pptx (20)

Surgimento-da-Psicologia-no-Brasil.pdf
Surgimento-da-Psicologia-no-Brasil.pdfSurgimento-da-Psicologia-no-Brasil.pdf
Surgimento-da-Psicologia-no-Brasil.pdf
 
Aula 1.pptx
Aula 1.pptxAula 1.pptx
Aula 1.pptx
 
Movimento Psicanalitico Brasileiro
Movimento Psicanalitico BrasileiroMovimento Psicanalitico Brasileiro
Movimento Psicanalitico Brasileiro
 
Educação freudiana
Educação freudianaEducação freudiana
Educação freudiana
 
Curso de psicologia_clinica_sp__76407
Curso de psicologia_clinica_sp__76407Curso de psicologia_clinica_sp__76407
Curso de psicologia_clinica_sp__76407
 
1ª AULA - PSICOLOGIA PASTORAL.pdf
1ª AULA - PSICOLOGIA PASTORAL.pdf1ª AULA - PSICOLOGIA PASTORAL.pdf
1ª AULA - PSICOLOGIA PASTORAL.pdf
 
SEMINÁRIO - PSICOLOGIA, CIÊNCIA E PROFISSÃO 14.09.ppsx
SEMINÁRIO - PSICOLOGIA, CIÊNCIA E PROFISSÃO 14.09.ppsxSEMINÁRIO - PSICOLOGIA, CIÊNCIA E PROFISSÃO 14.09.ppsx
SEMINÁRIO - PSICOLOGIA, CIÊNCIA E PROFISSÃO 14.09.ppsx
 
Histórico da psicologia social
Histórico da psicologia socialHistórico da psicologia social
Histórico da psicologia social
 
Psicologia uma nova introdução
Psicologia uma nova introduçãoPsicologia uma nova introdução
Psicologia uma nova introdução
 
Texto 03 pesquisa psicogenética e educação escolar
Texto 03   pesquisa psicogenética e educação escolarTexto 03   pesquisa psicogenética e educação escolar
Texto 03 pesquisa psicogenética e educação escolar
 
P aulo freire estudoandreferreira tra
P aulo freire estudoandreferreira traP aulo freire estudoandreferreira tra
P aulo freire estudoandreferreira tra
 
_História da Psicologia - Aula 4.pdf
_História da Psicologia - Aula 4.pdf_História da Psicologia - Aula 4.pdf
_História da Psicologia - Aula 4.pdf
 
Rivero psicologia social_estrategias_politicas_implicacoes
Rivero psicologia social_estrategias_politicas_implicacoesRivero psicologia social_estrategias_politicas_implicacoes
Rivero psicologia social_estrategias_politicas_implicacoes
 
Livro psicologia social_estrategias_politicas_implicacoes
Livro psicologia social_estrategias_politicas_implicacoesLivro psicologia social_estrategias_politicas_implicacoes
Livro psicologia social_estrategias_politicas_implicacoes
 
Historia da psicologia hospitalar ensaios universitários - robertalouzeiro
Historia da psicologia hospitalar   ensaios universitários - robertalouzeiroHistoria da psicologia hospitalar   ensaios universitários - robertalouzeiro
Historia da psicologia hospitalar ensaios universitários - robertalouzeiro
 
Traços Históricos da Psicopedagogia
Traços Históricos da PsicopedagogiaTraços Históricos da Psicopedagogia
Traços Históricos da Psicopedagogia
 
BASES SÓCIO-FILOSÓFICAS DA EDUCAÇÃO FÍSICA
BASES SÓCIO-FILOSÓFICAS DA EDUCAÇÃO FÍSICABASES SÓCIO-FILOSÓFICAS DA EDUCAÇÃO FÍSICA
BASES SÓCIO-FILOSÓFICAS DA EDUCAÇÃO FÍSICA
 
História da psicologia
História da psicologiaHistória da psicologia
História da psicologia
 
45838790 apostila sobrepedagogia
45838790 apostila sobrepedagogia45838790 apostila sobrepedagogia
45838790 apostila sobrepedagogia
 
História da filosofia no brasil e na américa latina
História da filosofia no brasil e na américa latinaHistória da filosofia no brasil e na américa latina
História da filosofia no brasil e na américa latina
 

Mais de Vilciele

Cópia de apresentação medidas avaliacao.pptx
Cópia de apresentação medidas avaliacao.pptxCópia de apresentação medidas avaliacao.pptx
Cópia de apresentação medidas avaliacao.pptx
Vilciele
 
Plantão Psicologico (1).pptx
Plantão Psicologico (1).pptxPlantão Psicologico (1).pptx
Plantão Psicologico (1).pptx
Vilciele
 
Linguagem e Pensamento slide.pdf
Linguagem e Pensamento slide.pdfLinguagem e Pensamento slide.pdf
Linguagem e Pensamento slide.pdf
Vilciele
 
Portfólio Historia da Psicologia.pdf
Portfólio Historia da Psicologia.pdfPortfólio Historia da Psicologia.pdf
Portfólio Historia da Psicologia.pdf
Vilciele
 
Fundamentos psicicométricos e construção de instrumentos_alunos.pdf
Fundamentos psicicométricos e construção de instrumentos_alunos.pdfFundamentos psicicométricos e construção de instrumentos_alunos.pdf
Fundamentos psicicométricos e construção de instrumentos_alunos.pdf
Vilciele
 
emoção slide.pdf
emoção slide.pdfemoção slide.pdf
emoção slide.pdf
Vilciele
 
a_gestalt_2.pdf
a_gestalt_2.pdfa_gestalt_2.pdf
a_gestalt_2.pdf
Vilciele
 
Aula_Contribuições da fisiologia para a nova psicologia.pptx
Aula_Contribuições da fisiologia para  a nova psicologia.pptxAula_Contribuições da fisiologia para  a nova psicologia.pptx
Aula_Contribuições da fisiologia para a nova psicologia.pptx
Vilciele
 

Mais de Vilciele (8)

Cópia de apresentação medidas avaliacao.pptx
Cópia de apresentação medidas avaliacao.pptxCópia de apresentação medidas avaliacao.pptx
Cópia de apresentação medidas avaliacao.pptx
 
Plantão Psicologico (1).pptx
Plantão Psicologico (1).pptxPlantão Psicologico (1).pptx
Plantão Psicologico (1).pptx
 
Linguagem e Pensamento slide.pdf
Linguagem e Pensamento slide.pdfLinguagem e Pensamento slide.pdf
Linguagem e Pensamento slide.pdf
 
Portfólio Historia da Psicologia.pdf
Portfólio Historia da Psicologia.pdfPortfólio Historia da Psicologia.pdf
Portfólio Historia da Psicologia.pdf
 
Fundamentos psicicométricos e construção de instrumentos_alunos.pdf
Fundamentos psicicométricos e construção de instrumentos_alunos.pdfFundamentos psicicométricos e construção de instrumentos_alunos.pdf
Fundamentos psicicométricos e construção de instrumentos_alunos.pdf
 
emoção slide.pdf
emoção slide.pdfemoção slide.pdf
emoção slide.pdf
 
a_gestalt_2.pdf
a_gestalt_2.pdfa_gestalt_2.pdf
a_gestalt_2.pdf
 
Aula_Contribuições da fisiologia para a nova psicologia.pptx
Aula_Contribuições da fisiologia para  a nova psicologia.pptxAula_Contribuições da fisiologia para  a nova psicologia.pptx
Aula_Contribuições da fisiologia para a nova psicologia.pptx
 

Último

Medicamentos que atuam no Sistema Digestório.pdf
Medicamentos que atuam no Sistema Digestório.pdfMedicamentos que atuam no Sistema Digestório.pdf
Medicamentos que atuam no Sistema Digestório.pdf
jhordana1
 
3° Aula.ppt historia do Sistema Unico de Saude
3° Aula.ppt historia do Sistema Unico de Saude3° Aula.ppt historia do Sistema Unico de Saude
3° Aula.ppt historia do Sistema Unico de Saude
WilberthLincoln1
 
Teoria de enfermagem de Callista Roy.pdf
Teoria de enfermagem de Callista Roy.pdfTeoria de enfermagem de Callista Roy.pdf
Teoria de enfermagem de Callista Roy.pdf
jhordana1
 
8. Medicamentos que atuam no Sistema Endócrino.pdf
8. Medicamentos que atuam no Sistema Endócrino.pdf8. Medicamentos que atuam no Sistema Endócrino.pdf
8. Medicamentos que atuam no Sistema Endócrino.pdf
jhordana1
 
saúde coletiva para tecnico em enfermagem
saúde coletiva para tecnico em enfermagemsaúde coletiva para tecnico em enfermagem
saúde coletiva para tecnico em enfermagem
DavyllaVerasMenezes
 
Treinamento NR35_Trabalho em Altura 2024.pptx
Treinamento NR35_Trabalho em Altura 2024.pptxTreinamento NR35_Trabalho em Altura 2024.pptx
Treinamento NR35_Trabalho em Altura 2024.pptx
Ruan130129
 
higienização de espaços e equipamentos
higienização de    espaços e equipamentoshigienização de    espaços e equipamentos
higienização de espaços e equipamentos
Manuel Pacheco Vieira
 
Bioquímica [Salvo automaticamente] [Salvo automaticamente].pptx
Bioquímica [Salvo automaticamente] [Salvo automaticamente].pptxBioquímica [Salvo automaticamente] [Salvo automaticamente].pptx
Bioquímica [Salvo automaticamente] [Salvo automaticamente].pptx
BeatrizLittig1
 

Último (8)

Medicamentos que atuam no Sistema Digestório.pdf
Medicamentos que atuam no Sistema Digestório.pdfMedicamentos que atuam no Sistema Digestório.pdf
Medicamentos que atuam no Sistema Digestório.pdf
 
3° Aula.ppt historia do Sistema Unico de Saude
3° Aula.ppt historia do Sistema Unico de Saude3° Aula.ppt historia do Sistema Unico de Saude
3° Aula.ppt historia do Sistema Unico de Saude
 
Teoria de enfermagem de Callista Roy.pdf
Teoria de enfermagem de Callista Roy.pdfTeoria de enfermagem de Callista Roy.pdf
Teoria de enfermagem de Callista Roy.pdf
 
8. Medicamentos que atuam no Sistema Endócrino.pdf
8. Medicamentos que atuam no Sistema Endócrino.pdf8. Medicamentos que atuam no Sistema Endócrino.pdf
8. Medicamentos que atuam no Sistema Endócrino.pdf
 
saúde coletiva para tecnico em enfermagem
saúde coletiva para tecnico em enfermagemsaúde coletiva para tecnico em enfermagem
saúde coletiva para tecnico em enfermagem
 
Treinamento NR35_Trabalho em Altura 2024.pptx
Treinamento NR35_Trabalho em Altura 2024.pptxTreinamento NR35_Trabalho em Altura 2024.pptx
Treinamento NR35_Trabalho em Altura 2024.pptx
 
higienização de espaços e equipamentos
higienização de    espaços e equipamentoshigienização de    espaços e equipamentos
higienização de espaços e equipamentos
 
Bioquímica [Salvo automaticamente] [Salvo automaticamente].pptx
Bioquímica [Salvo automaticamente] [Salvo automaticamente].pptxBioquímica [Salvo automaticamente] [Salvo automaticamente].pptx
Bioquímica [Salvo automaticamente] [Salvo automaticamente].pptx
 

História da psicologia no Brasil.pptx

  • 3.  Período colonial no Brasil está articulado à expansão comercial europeia, uma das condições para o desenvolvimento do modo de produção capitalista.  Mais especificamente, o Brasil, sob o domínio dos portugueses, constituiu-se como colônia de exploração.  A imensa riqueza obtida pela força de trabalho escrava na agricultura (baseada em latifúndios) ou na mineração garantiu às classes dominantes das metrópoles uma vida de luxo
  • 4.  A mais conhecida tarefa jesuítica no Brasil, porém, relaciona- se com a educação, mais precisamente, com a educação dos filhos dos colonos portugueses, com base em seu programa de estudos, o Ratio Studiorum, que tinha a finalidade de prepará-los para o seguimento dos estudos na metrópole, e a educação elementar e a catequese para os filhos dos nativos da terra.  O jesuíta Padre Antônio Vieira (1608-1697). é que o Padre Vieira utiliza o conhecimento psicológico desenvolvido pelos jesuítas para elaborar seus famosos sermões, tidos como exemplo de texto argumentativo no estudo da filosofia e da literatura. Vieira estudava como poderia atingir a percepção e as potências dos ouvintes, despertando neles a potência apetitiva da alma pela palavra cristã (CERQUEIRA, 2011)
  • 5.  O processo catequético e a educação das primeiras letras para os indígenas têm sido vistos como expressão de uma pedagogia repressiva, baseada em castigos, com vistas à disciplinarização e controle, com base na psicologia moral da época. Em seus estudos sobre a história da criança no Brasil, afirma Priore (1991, p. 13)  Fortemente arraigada na psicologia de fundamento moral e religioso comum da época, e na capacidade impressionista que se desdobrou em autos sacramentais alegóricos, ‘musicarias’ e sermões recendendo a temor e estremecimento religioso, a fala dos jesuítas sobre educação e disciplina tinha gosto de sangue”
  • 6.  As limitações da Coroa portuguesa, no entanto não permitiram que a Educação fosse muito longe: nos séculos XVII e XVIII, a fundação de universidades estava proibida no Brasil, o que impediu o desenvolvimento de pesquisas, incluindo a possibilidade de surgimento de uma psicologia genuinamente brasileira. Além disso, em 1759, os jesuítas são expulsos do Brasil e de Portugal, levando consigo toda a sua experiência adquirida em dois séculos de trabalho. Os jovens de famílias ricas podiam estudar no exterior. Foi inevitável que trouxessem influências europeias para a concretização de centros de estudos no Brasil (MASSIMI, 2007)
  • 7.  A educação é reconhecida pelos religiosos – imbuídos pelo espírito da pedagogia humanista – como instrumento privilegiado para criar um homem novo e uma nova sociedade no Novo Mundo. Por isso, a educação das crianças e a criação de escolas se constituíram os objetivos prioritários do plano missionário da Companhia no Brasil. Esse empreendimento acarretava a necessidade de formular conhecimentos e práticas de caráter pedagógico e psicológico (Massimi, 2004, p. 29)
  • 8.  Em todo lugar, a busca pelo conhecimento era constante. Fosse pela tentativa de domínio, fosse pela saúde pública, havia pessoas preocupadas em desenvolver pesquisas e produzir conhecimento no Brasil. Isso só aconteceu, no entanto, com a vinda da família real portuguesa para cá em 1808.  A demanda por profissionais começou a surgir e, de 1830 a 1833, as escolas de cirurgia de Salvador e do Rio de Janeiro são transformadas em Escolas de Medicina, passando a funcionar como faculdades na formação de médicos (ROCHA, 2004; PEREIRA; PEREIRA NETO, 2003)
  • 9.  A faculdade começa a realizar pesquisas e publicar teses com temas psicológicos. Aos poucos, os estudos de Psicologia nas duas faculdades de medicina se tornam uma realidade. Uma característica interessante que se mostra é que as pesquisas da Faculdade da Bahia trazem uma tendência social mais marcante, enquanto a do Rio de Janeiro busca as compreensões psicológicas mais relacionadas à saúde.
  • 10.  Segundo Pereira e Pereira Neto (2003), que utilizaram o método de sociologia das profissões, a Psicologia no Brasil pode ser dividida em três grandes períodos:  Período pré-profissional (1830-1890)  Período de profissionalização (1890/1906-1975)  Período profissional (a partir de 1975).
  • 11.  Ainda não existe, porém, a Psicologia como ciência ou profissão independente. Dessa forma, a Psicologia está sempre ligada a alguma outra área, como a Medicina, a Enfermagem ou a Pedagogia. Dessa forma, dá-se o período pré-profissional da psicologia, ou seja, época em que ela vai se constituindo uma área específica do saber, mas ainda sem autonomia suficiente para ser uma profissão.  Como em todo o mundo, no século XIX, a Psicologia estudada no Brasil se dava de maneira a reproduzir os métodos das ciências naturais e se limitava a pesquisas sobre percepção e reações físicas, como audição, visão, reflexos etc. A introdução do positivismo no Brasil se deu através do trabalho de Luís Pereira Barreto (1840-1923), médico e filósofo formado na Bélgica.
  • 12.  A disciplina de Psychologia começa a ser ensinada nos currículos de diversos cursos de formação de outras áreas, como o Direito, a Filosofia, a Pedagogia, a Medicina e a Teologia. Dessa maneira, a Psicologia vai se institucionalizando e marcando importante presença nas universidades, hospitais, escolas, igrejas, tribunais e onde quer que se abordassem fenômenos psicológicos (MASSIMI, 2007)
  • 13.  Na passagem do século XIX para o XX, são fundados no Rio de Janeiro alguns laboratórios de Psicologia Experimental. Esses laboratórios seguiam o mesmo modelo dos laboratórios alemães que geraram os trabalhos da Psicofísica e da Psicologia Experimental de Wilhelm Wundt, o fundador oficial da Psicologia. O Laboratório de Psicologia Experimental mais antigo do Brasil chamava-se Pedagogium. Fundado em 1890, era dirigido por Manoel Bomfim (1868-1932). Em 1898, em São Paulo, Francisco Franco da Rocha estruturou o Hospital de Juqueri, um dos mais importantes manicômios do país, embora em 1852 já houvesse o Hospício Pedro II no Rio de Janeiro (MASSIMI, 2007). Esse momento marca o início do período de profissionalização da Psicologia (PEREIRA; PEREIRA NETO, 2003)
  • 14.  Desde então, vários laboratórios e hospícios foram construídos no território nacional sempre, correlacionados, de alguma forma, ao serviço médico que se especializava como saúde mental. Algumas instituições voltavam seu trabalho para outras finalidades específicas, como o estudo e tratamento do alcoolismo, por exemplo (MASSIMI, 2007). Nessa época, a ideia de um curso de Psicologia começa a ser cogitada. Dessa forma, porém, apesar de colaborar para o desenvolvimento da Psicologia, a Psiquiatria buscava criar a função de psicólogo como um auxiliar subordinado ao médico, e não como um profissional detentor de uma ciência própria. Essa impressão, de certa forma, ainda permanece em algumas instituições (ANTUNES, 2004)
  • 15.  Em 1934, a Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP) inseriu no currículo uma disciplina chamada Psicologia Geral, que marcou a ampla divulgação da Psicologia como área de estudo nos diversos cursos, conforme anteriormente mencionado. Os cursos de Sociologia e Pedagogia aderiram à disciplina, que passou a ser obrigatória.  Em 1946, a formação do profissional de Psicologia foi instituída por decreto. Para se tornar um especialista em psicologia, era preciso cursar três anos de Filosofia, Biologia, Fisiologia, Antropologia ou Estatística. Essa era a formação mais próxima de um psicólogo na época. Dessa forma, é possível ver a diversidade que a Psicologia traz para o pensamento científico
  • 16.  O currículo do curso de Psicologia atingiu sua estrutura básica em 1957, o que permitiu que fossem inaugurados os primeiros cursos de Psicologia, tanto nas faculdades – Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro e USP em São Paulo – como em cursos independentes (PEREIRA; PEREIRA NETO, 2003).  A oportunidade de alteração dessa realidade, no entanto, veio com o processo de industrialização iniciado por Getúlio Vargas nos anos 1940 e que, no fim dos anos 1950, começava a dar frutos. Psicólogos eram empregados nas indústrias para que pudessem fazer a gestão dos funcionários, como recrutamento e seleção, treinamento, remanejamento interno, ou até mesmo identificar possíveis psicopatologias que viessem a surgir no ambiente de trabalho.
  • 17.  Nesse mesmo período, também começam a aumentar o número de publicações sobre Psicologia e surgem periódicos de divulgação científica específicos para a área (ANTUNES, 2004). Outros campos de aplicação além da medicina e da indústria começam a se formar: a escola, como parceira da pedagogia, auxiliando os professores em como lidar com alunos-problema ou compreender os mecanismos de aprendizagem; e a atuação social nas entidades que se voltavam para o acolhimento de crianças abandonadas (ANTUNES, 2004)  27 de agosto de 1962, foi sancionada pelo presidente João Goulart a Lei nº 4.119, que finalmente reconheceu a profissão de psicólogo de maneira independente de outra ciência ou profissão, dispondo de cursos próprios, cujas exigências foram emitidas pelo Conselho Federal de Educação no mesmo ano.
  • 18.  A prática profissional que garantiu que a Psicologia não fosse submissa à Medicina ou à Pedagogia foram basicamente os testes psicológicos, domínio exclusivo do psicólogo até hoje. Nenhum médico ou pedagogo é autorizado a utilizar os testes psicológicos. Por causa dessa aprovação, comemora-se o Dia Nacional do Psicólogo no dia 27 de agosto (PEREIRA; PEREIRA NETO, 2003). Nessa época, a Psicologia se desenvolvia principalmente nas áreas da educação, do trabalho e da clínica.
  • 19.  Como se sabe, no período de 1964-1985 o Brasil viveu uma ditadura militar-empresarial, que realizou sérias reformas na sociedade, principalmente na Educação, retirando do currículo disciplinas que poderiam apresentar ameaça ao regime, como a Filosofia e a Sociologia. Os currículos da Psicologia foram voltados para um ensino técnico, retirando a tendência social da área. Dessa forma, a Psicologia pôde ser direcionada, evitando a crítica social e atendendo às demandas do governo e da burguesia. Até hoje, há nichos da Psicologia que demonstram uma tendência bastante conservadora, embora a classe de modo geral lute pela participação social do profissional psicólogo em causas progressistas em suas áreas de atuação (ANTUNES, 2004)
  • 20.  O novo problema que surgiu a caminho da profissionalização foi a necessidade de identificar e unir os profissionais de Psicologia para que pudessem ser assistidos e fiscalizados, tornando a profissão mais confiável do ponto de vista ético e profissional. Somente em 1971 foi realizado em São Paulo o I Encontro Nacional de Psicologia, no qual os psicólogos trabalharam para a criação do Conselho Federal de Psicologia (CFP) e os Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs). Após alguns anos de trabalho, divulga-se em 1975 o primeiro Código de Ética Profissional dos Psicólogos, o que consolida todas as exigências para que a Psicologia se tornasse uma profissão independente e consistente, passando ao período profissional. Segundo a sociologia das profissões, as exigências são: uma área específica e complexa de conhecimento; uma prática exclusiva da categoria, demanda e reconhecimento da sociedade pela profissão; e a instituição de órgãos reguladores da prática profissional (PEREIRA; PEREIRA NETO, 2003)
  • 21.  Segundo a sociologia das profissões, a Psicologia tornou-se uma ciência e profissão independentes porque cumpriu os requisitos para isso: 1) ter um conhecimento complexo e uma prática exclusivos (a Psicologia e os testes psicológicos);  2) registrar e fiscalizar os profissionais da classe através de controle de conduta (Conselhos e Código de Ética);  3) conseguir o reconhecimento e a demanda do Estado e da sociedade (lei de reconhecimento da profissão e demanda da população) (PEREIRA; PEREIRA NETO, 2003)