O documento discute o conceito de liberdade no pensamento de Paulo Freire até 1979. Apresenta brevemente o contexto do exílio de Freire e divide sua obra em três períodos: de 1967 a 1979, marcado pelo exílio; de 1980 a 1991, marcado pelo retorno ao Brasil; e de 1992 a 1999, marcado por uma reflexão crítica sobre seus escritos iniciais. Também apresenta brevemente o personalismo como corrente filosófica que enfatiza a noção de pessoa.
Este documento discute a formação para autonomia no contexto da educação brasileira à luz da teoria crítica da Escola de Frankfurt. Apresenta as concepções de "autonomia intelectual" e "pensamento crítico" de acordo com Adorno e Horkheimer, e como a Filosofia pode contribuir para o desenvolvimento dessas capacidades nos estudantes.
Este documento fornece uma lista de 236 referências bibliográficas sobre diversos temas da filosofia, como filosofia hermenêutica, ética, fenomenologia, filosofia política e filosofia da educação. A lista inclui títulos de livros e artigos de autores clássicos e contemporâneos da filosofia.
1) O documento discute as reflexões filosóficas sobre a relação entre filosofia e educação física.
2) Ele argumenta que a educação física não deve ser vista apenas como treinamento muscular, mas sim como uma integração corpo-mente que respeita os limites humanos e promove equilíbrio interior.
3) A filosofia ajuda a entender a educação física como consequência de escolhas filosóficas e políticas, e não apenas como atividade física.
O documento é uma recensão crítica da primeira parte do livro "Subsídios breves para o debate de princípios e valores na formação política do (a) Educador (a) Social". Resume os principais pontos abordados no livro sobre ideologias políticas modernas. Discute como a autora analisa conceitos de ideologia e apresenta diferentes ideologias como liberalismo, conservadorismo e socialismo.
1) A Escola de Frankfurt surgiu na Alemanha após a Segunda Guerra Mundial para contestar as ideias de Marx e Nietzsche e reavaliar o marxismo.
2) O Instituto de Pesquisa Social foi fundado em Frankfurt em 1923 para realizar estudos empíricos sobre os problemas dos trabalhadores.
3) Muitos membros do Instituto, como Walter Benjamin e Theodor Adorno, tiveram que se exilar da Alemanha nazista e continuaram seus trabalhos no exterior.
1) O documento descreve uma conferência de 1964 do orador espírita Jacob Holzmann Netto sobre as correlações entre o marxismo e o espiritismo.
2) Holzmann Netto via o espiritismo como uma poderosa alavanca de libertação e transformação social, sem os prejuízos do religiosismo e do conservadorismo político.
3) Sua análise das correlações entre marxismo e espiritismo é aqui abordada com maestria e sólida fundamentação filosófica.
O documento discute a contribuição da filosofia para a educação. A filosofia sempre esteve intimamente ligada à educação desde a Grécia antiga, quando surgiu com uma intenção pedagógica. A filosofia contribui para a educação em três frentes: 1) por meio de uma reflexão antropológica que constrói uma imagem do ser humano; 2) questionando os fins e valores da educação; 3) integrando os conhecimentos das ciências humanas em uma visão totalizante do ser humano.
Este documento apresenta o plano de ensino para o curso de Filosofia da Educação I. O curso abordará os principais conceitos filosóficos e suas implicações na constituição cultural do Ocidente. Serão discutidos tópicos como a gênese do pensamento racional, a epistemologia grega e medieval, o iluminismo, a racionalidade e suas implicações para a educação. O curso objetiva ajudar os estudantes a compreender os processos de surgimento da consciência humana e o impacto do pensamento filosófico
Este documento discute a formação para autonomia no contexto da educação brasileira à luz da teoria crítica da Escola de Frankfurt. Apresenta as concepções de "autonomia intelectual" e "pensamento crítico" de acordo com Adorno e Horkheimer, e como a Filosofia pode contribuir para o desenvolvimento dessas capacidades nos estudantes.
Este documento fornece uma lista de 236 referências bibliográficas sobre diversos temas da filosofia, como filosofia hermenêutica, ética, fenomenologia, filosofia política e filosofia da educação. A lista inclui títulos de livros e artigos de autores clássicos e contemporâneos da filosofia.
1) O documento discute as reflexões filosóficas sobre a relação entre filosofia e educação física.
2) Ele argumenta que a educação física não deve ser vista apenas como treinamento muscular, mas sim como uma integração corpo-mente que respeita os limites humanos e promove equilíbrio interior.
3) A filosofia ajuda a entender a educação física como consequência de escolhas filosóficas e políticas, e não apenas como atividade física.
O documento é uma recensão crítica da primeira parte do livro "Subsídios breves para o debate de princípios e valores na formação política do (a) Educador (a) Social". Resume os principais pontos abordados no livro sobre ideologias políticas modernas. Discute como a autora analisa conceitos de ideologia e apresenta diferentes ideologias como liberalismo, conservadorismo e socialismo.
1) A Escola de Frankfurt surgiu na Alemanha após a Segunda Guerra Mundial para contestar as ideias de Marx e Nietzsche e reavaliar o marxismo.
2) O Instituto de Pesquisa Social foi fundado em Frankfurt em 1923 para realizar estudos empíricos sobre os problemas dos trabalhadores.
3) Muitos membros do Instituto, como Walter Benjamin e Theodor Adorno, tiveram que se exilar da Alemanha nazista e continuaram seus trabalhos no exterior.
1) O documento descreve uma conferência de 1964 do orador espírita Jacob Holzmann Netto sobre as correlações entre o marxismo e o espiritismo.
2) Holzmann Netto via o espiritismo como uma poderosa alavanca de libertação e transformação social, sem os prejuízos do religiosismo e do conservadorismo político.
3) Sua análise das correlações entre marxismo e espiritismo é aqui abordada com maestria e sólida fundamentação filosófica.
O documento discute a contribuição da filosofia para a educação. A filosofia sempre esteve intimamente ligada à educação desde a Grécia antiga, quando surgiu com uma intenção pedagógica. A filosofia contribui para a educação em três frentes: 1) por meio de uma reflexão antropológica que constrói uma imagem do ser humano; 2) questionando os fins e valores da educação; 3) integrando os conhecimentos das ciências humanas em uma visão totalizante do ser humano.
Este documento apresenta o plano de ensino para o curso de Filosofia da Educação I. O curso abordará os principais conceitos filosóficos e suas implicações na constituição cultural do Ocidente. Serão discutidos tópicos como a gênese do pensamento racional, a epistemologia grega e medieval, o iluminismo, a racionalidade e suas implicações para a educação. O curso objetiva ajudar os estudantes a compreender os processos de surgimento da consciência humana e o impacto do pensamento filosófico
(1) Teodor Adorno nasceu na Alemanha no início do século XX e estudou filosofia, música e sociologia. (2) Sua filosofia critica o iluminismo e a cultura de massa moderna, defendendo uma educação capaz de evitar a repetição da barbárie do nazismo. (3) Para Adorno, a educação deve promover a autocrítica e a consciência dos limites do sujeito para combater tendências autoritárias.
O documento discute a história e o futuro da teologia cristã. Começa com uma definição tradicional de teologia como "fé que busca entendimento" e descreve seu desenvolvimento através dos séculos, da patrística à modernidade. Para o futuro, prevê que a teologia será menos centrada no teísmo, mais pluralista e comparativa entre religiões, e abordará questões como perspectiva de gênero e meio ambiente.
O documento discute três escolas de pensamento sobre a razão na filosofia contemporânea: 1) A fenomenologia de Husserl considera a razão como uma estrutura da consciência que produz conteúdos independentemente da experiência; 2) A Escola de Frankfurt critica a visão de Hegel de que a razão é autônoma e movimenta a história, defendendo que a razão é condicionada pelas circunstâncias sociais e políticas; 3) O estruturalismo enfatiza a estrutura presente de uma realidade, em vez
1) Foucault descreve o contexto intelectual dos anos 1945-1965 na Europa, onde era necessário seguir Marx, Freud e respeitar os sistemas de signos. 2) Nos anos seguintes, houve uma retomada do projeto utópico dos anos 1930 na prática social ou novas lutas políticas? 3) O livro Anti-Édipo mostra novas noções e conceitos que incitam a ir além, não se dissipando na difamação dos velhos ídolos.
Este documento apresenta resumos de comunicações e conferências sobre a obra da filósofa Hannah Arendt no VI Encontro Hannah Arendt. Os resumos abordam temas como os "tempos de escuridão" em Arendt, o perdão e a justiça na política, a educação grega versus romana em seu pensamento, as diferentes concepções de mal ao longo de sua obra, e a importância da aparência, fala e ação na política.
Este documento resume o livro "Pedagogia do Oprimido" de Paulo Freire. O livro defende uma pedagogia centrada na experiência dos oprimidos e no diálogo entre educadores e estudantes. A educação tradicional é criticada por tratar os estudantes como recipientes vazios de conhecimento. Ao invés disso, Freire propõe uma educação problematizadora e libertadora baseada no diálogo.
1) O documento discute as formas sociais de consciência segundo o pensamento de Antonio Gramsci, incluindo senso comum, bom senso, folclore, religião, ideologia e filosofia.
2) Gramsci acreditava que essas formas constituem a "filosofia de uma época" e explicam como a ideologia se torna o terreno para os conflitos sociais.
3) A linguagem é vista como uma forma de consciência que reflete diferenças culturais e carrega concepções de mundo do passado e presente.
Asp 2015 cfo i - filosofia - trabalho - 20140606 - filosofia pós-modernaVagner Gavioli
O documento discute a filosofia pós-moderna, definindo-a como uma contraposição ao pensamento moderno que enfatizava a razão e a ciência. Apresenta os principais filósofos pós-modernos como Foucault, Derrida e Nietzsche e suas ideias-chave, como a crítica à noção de verdade única e a rejeição da ideia de que a razão levaria inevitavelmente a uma vida melhor.
1) O documento apresenta uma introdução ao marxismo, abordando a biografia de Marx, seu método de análise, a crítica ao capitalismo e ao Estado, a influência no estudo da história e uma interpretação da relação entre Estado e sociedade no Brasil a partir da teoria marxista.
2) A biografia de Marx é resumida, destacando que ele nasceu na Alemanha no século XIX e se envolveu com o movimento dos Jovens Hegelianos, criticando o cristianismo e a autocracia pruss
Este documento discute o impacto da publicação do livro "Vigiar e Punir", de Michel Foucault, na historiografia brasileira na década de 1970. O livro questionou visões humanistas sobre a prisão e inspirou uma nova geração de historiadores a pensar o poder de forma diferente e a incluir novos objetos de estudo. Sua publicação coincidiu com um período de redemocratização no Brasil e mobilização social, tornando as ideias de Foucault particularmente influentes.
Habermas foi um importante teórico crítico do movimento estudantil na década de 1960 e é considerado um dos últimos representantes da Escola de Frankfurt. Seu pensamento procura criar uma teoria social crítica baseada em uma teoria da sociedade e da razão que inclua teoria e prática. Ele parte do pressuposto que todo o conhecimento é influenciado por interesses, distinguindo interesses técnicos, comunicativos e emancipatórios.
Boas, crisoston terto vilas. para ler michel foucaultDany Pereira
1. O documento apresenta um resumo de três capítulos do livro de Crisoston Terto Vilas Boas sobre as idéias de Michel Foucault.
2. O autor divide a obra de Foucault em dois momentos: a arqueologia e a genealogia, focando na relação entre discurso, poder e verdade.
3. O livro pretende mostrar a pertinácia da reflexão foucaultiana sobre o poder e o saber através da análise de obras-chave como Vigiar e Punir e História da Sexualidade.
Grupo de estudos anarquistas josé oiticicamoratonoise
Este documento resume os principais conceitos do anarquismo de acordo com a dissertação de mestrado "Rediscutindo o Anarquismo" de Felipe Corrêa. Ele define anarquismo como uma ideologia socialista e revolucionária que defende a autogestão contra a dominação através da estratégia da revolução e da construção da autogestão em microesferas sociais. Também discute conceitos centrais como ideologia, teoria, estratégia, força social, poder e classes sociais.
Esta disciplina analisa criticamente os problemas relacionados ao homem, conhecimento e educação à luz do pensamento filosófico ao longo da história. Busca compreender como as visões de homem influenciam as abordagens pedagógicas e avaliar seus reflexos na prática educacional.
O documento discute os diferentes significados do termo "ideologia", incluindo uma concepção neutra relacionada a um conjunto de ideias e uma concepção crítica relacionada a um instrumento de dominação. Karl Marx desenvolveu a ideia de ideologia como uma falsa consciência que distorce a compreensão das relações de produção para beneficiar a classe dominante.
Inteligência coletiva, espiritualidade e renovação do laço socialFrancisco Machado
1. O documento apresenta um resumo de uma monografia sobre inteligência coletiva, espiritualidade e renovação do laço social segundo o Espiritismo de Allan Kardec e o pensamento de Pierre Lévy sobre a internet.
2. A monografia faz um breve histórico do Espiritismo e sua difusão no Brasil, analisa dois discursos sobre a evolução humana - o discurso espírita de Kardec e o discurso contemporâneo de Lévy sobre a internet.
3. Como conclusão, a pesquisa aponta três pont
Lênin foi um revolucionário russo e líder da Revolução Russa de 1917. Stalin comandou a União Soviética de forma autoritária, censurando e assassinando opositores. Trotsky também participou da Revolução Russa de 1917 e foi assassinado por Stalin.
Crítica da Filosofia do Direito de Hegel (Karl Marx)Jerbialdo
Obrigado pela explicação detalhada sobre o contexto e importância deste texto clássico de Marx. A edição e tradução cuidadosas da Crítica da filosofia do direito de Hegel pela Boitempo certamente contribuirão para que mais leitores brasileiros possam ter acesso a esse importante trabalho do jovem Marx e compreender melhor o desenvolvimento inicial de seu pensamento. Publicações como essa são valiosas para disseminar o conhecimento das ideias fundamentais de autores fundamentais como Marx.
Michel Foucault comenta as primeiras reações ao resultado das eleições presidenciais francesas de 1981 que levaram a esquerda ao poder com François Mitterrand. Ele destaca três pontos: 1) questões sociais negligenciadas por muito tempo foram colocadas na agenda política; 2) as primeiras medidas do governo estão alinhadas com uma "lógica de esquerda"; 3) essas medidas não seguem a opinião majoritária em temas como pena de morte e imigração.
O documento resume os pensamentos dos filósofos Friedrich Nietzsche e Michel Foucault. Para Nietzsche, não existem Deus, alma ou sentido da vida, e a vontade de poder move os indivíduos. Foucault argumenta que o poder está presente nas relações sociais e não apenas no Estado, e que o discurso cria verdades que dominam a sociedade.
(1) Teodor Adorno nasceu na Alemanha no início do século XX e estudou filosofia, música e sociologia. (2) Sua filosofia critica o iluminismo e a cultura de massa moderna, defendendo uma educação capaz de evitar a repetição da barbárie do nazismo. (3) Para Adorno, a educação deve promover a autocrítica e a consciência dos limites do sujeito para combater tendências autoritárias.
O documento discute a história e o futuro da teologia cristã. Começa com uma definição tradicional de teologia como "fé que busca entendimento" e descreve seu desenvolvimento através dos séculos, da patrística à modernidade. Para o futuro, prevê que a teologia será menos centrada no teísmo, mais pluralista e comparativa entre religiões, e abordará questões como perspectiva de gênero e meio ambiente.
O documento discute três escolas de pensamento sobre a razão na filosofia contemporânea: 1) A fenomenologia de Husserl considera a razão como uma estrutura da consciência que produz conteúdos independentemente da experiência; 2) A Escola de Frankfurt critica a visão de Hegel de que a razão é autônoma e movimenta a história, defendendo que a razão é condicionada pelas circunstâncias sociais e políticas; 3) O estruturalismo enfatiza a estrutura presente de uma realidade, em vez
1) Foucault descreve o contexto intelectual dos anos 1945-1965 na Europa, onde era necessário seguir Marx, Freud e respeitar os sistemas de signos. 2) Nos anos seguintes, houve uma retomada do projeto utópico dos anos 1930 na prática social ou novas lutas políticas? 3) O livro Anti-Édipo mostra novas noções e conceitos que incitam a ir além, não se dissipando na difamação dos velhos ídolos.
Este documento apresenta resumos de comunicações e conferências sobre a obra da filósofa Hannah Arendt no VI Encontro Hannah Arendt. Os resumos abordam temas como os "tempos de escuridão" em Arendt, o perdão e a justiça na política, a educação grega versus romana em seu pensamento, as diferentes concepções de mal ao longo de sua obra, e a importância da aparência, fala e ação na política.
Este documento resume o livro "Pedagogia do Oprimido" de Paulo Freire. O livro defende uma pedagogia centrada na experiência dos oprimidos e no diálogo entre educadores e estudantes. A educação tradicional é criticada por tratar os estudantes como recipientes vazios de conhecimento. Ao invés disso, Freire propõe uma educação problematizadora e libertadora baseada no diálogo.
1) O documento discute as formas sociais de consciência segundo o pensamento de Antonio Gramsci, incluindo senso comum, bom senso, folclore, religião, ideologia e filosofia.
2) Gramsci acreditava que essas formas constituem a "filosofia de uma época" e explicam como a ideologia se torna o terreno para os conflitos sociais.
3) A linguagem é vista como uma forma de consciência que reflete diferenças culturais e carrega concepções de mundo do passado e presente.
Asp 2015 cfo i - filosofia - trabalho - 20140606 - filosofia pós-modernaVagner Gavioli
O documento discute a filosofia pós-moderna, definindo-a como uma contraposição ao pensamento moderno que enfatizava a razão e a ciência. Apresenta os principais filósofos pós-modernos como Foucault, Derrida e Nietzsche e suas ideias-chave, como a crítica à noção de verdade única e a rejeição da ideia de que a razão levaria inevitavelmente a uma vida melhor.
1) O documento apresenta uma introdução ao marxismo, abordando a biografia de Marx, seu método de análise, a crítica ao capitalismo e ao Estado, a influência no estudo da história e uma interpretação da relação entre Estado e sociedade no Brasil a partir da teoria marxista.
2) A biografia de Marx é resumida, destacando que ele nasceu na Alemanha no século XIX e se envolveu com o movimento dos Jovens Hegelianos, criticando o cristianismo e a autocracia pruss
Este documento discute o impacto da publicação do livro "Vigiar e Punir", de Michel Foucault, na historiografia brasileira na década de 1970. O livro questionou visões humanistas sobre a prisão e inspirou uma nova geração de historiadores a pensar o poder de forma diferente e a incluir novos objetos de estudo. Sua publicação coincidiu com um período de redemocratização no Brasil e mobilização social, tornando as ideias de Foucault particularmente influentes.
Habermas foi um importante teórico crítico do movimento estudantil na década de 1960 e é considerado um dos últimos representantes da Escola de Frankfurt. Seu pensamento procura criar uma teoria social crítica baseada em uma teoria da sociedade e da razão que inclua teoria e prática. Ele parte do pressuposto que todo o conhecimento é influenciado por interesses, distinguindo interesses técnicos, comunicativos e emancipatórios.
Boas, crisoston terto vilas. para ler michel foucaultDany Pereira
1. O documento apresenta um resumo de três capítulos do livro de Crisoston Terto Vilas Boas sobre as idéias de Michel Foucault.
2. O autor divide a obra de Foucault em dois momentos: a arqueologia e a genealogia, focando na relação entre discurso, poder e verdade.
3. O livro pretende mostrar a pertinácia da reflexão foucaultiana sobre o poder e o saber através da análise de obras-chave como Vigiar e Punir e História da Sexualidade.
Grupo de estudos anarquistas josé oiticicamoratonoise
Este documento resume os principais conceitos do anarquismo de acordo com a dissertação de mestrado "Rediscutindo o Anarquismo" de Felipe Corrêa. Ele define anarquismo como uma ideologia socialista e revolucionária que defende a autogestão contra a dominação através da estratégia da revolução e da construção da autogestão em microesferas sociais. Também discute conceitos centrais como ideologia, teoria, estratégia, força social, poder e classes sociais.
Esta disciplina analisa criticamente os problemas relacionados ao homem, conhecimento e educação à luz do pensamento filosófico ao longo da história. Busca compreender como as visões de homem influenciam as abordagens pedagógicas e avaliar seus reflexos na prática educacional.
O documento discute os diferentes significados do termo "ideologia", incluindo uma concepção neutra relacionada a um conjunto de ideias e uma concepção crítica relacionada a um instrumento de dominação. Karl Marx desenvolveu a ideia de ideologia como uma falsa consciência que distorce a compreensão das relações de produção para beneficiar a classe dominante.
Inteligência coletiva, espiritualidade e renovação do laço socialFrancisco Machado
1. O documento apresenta um resumo de uma monografia sobre inteligência coletiva, espiritualidade e renovação do laço social segundo o Espiritismo de Allan Kardec e o pensamento de Pierre Lévy sobre a internet.
2. A monografia faz um breve histórico do Espiritismo e sua difusão no Brasil, analisa dois discursos sobre a evolução humana - o discurso espírita de Kardec e o discurso contemporâneo de Lévy sobre a internet.
3. Como conclusão, a pesquisa aponta três pont
Lênin foi um revolucionário russo e líder da Revolução Russa de 1917. Stalin comandou a União Soviética de forma autoritária, censurando e assassinando opositores. Trotsky também participou da Revolução Russa de 1917 e foi assassinado por Stalin.
Crítica da Filosofia do Direito de Hegel (Karl Marx)Jerbialdo
Obrigado pela explicação detalhada sobre o contexto e importância deste texto clássico de Marx. A edição e tradução cuidadosas da Crítica da filosofia do direito de Hegel pela Boitempo certamente contribuirão para que mais leitores brasileiros possam ter acesso a esse importante trabalho do jovem Marx e compreender melhor o desenvolvimento inicial de seu pensamento. Publicações como essa são valiosas para disseminar o conhecimento das ideias fundamentais de autores fundamentais como Marx.
Michel Foucault comenta as primeiras reações ao resultado das eleições presidenciais francesas de 1981 que levaram a esquerda ao poder com François Mitterrand. Ele destaca três pontos: 1) questões sociais negligenciadas por muito tempo foram colocadas na agenda política; 2) as primeiras medidas do governo estão alinhadas com uma "lógica de esquerda"; 3) essas medidas não seguem a opinião majoritária em temas como pena de morte e imigração.
O documento resume os pensamentos dos filósofos Friedrich Nietzsche e Michel Foucault. Para Nietzsche, não existem Deus, alma ou sentido da vida, e a vontade de poder move os indivíduos. Foucault argumenta que o poder está presente nas relações sociais e não apenas no Estado, e que o discurso cria verdades que dominam a sociedade.
The document discusses USO ESTRATEGICO WEN 2.0, which is a strategic use plan for an upgraded version of WEN. WEN 2.0 aims to provide improved connectivity and access to information resources for users. The upgraded system seeks to enhance the user experience and enable more effective use of available tools and services.
O documento apresenta um resumo do contexto histórico e dos personagens envolvidos na batalha de Kurukshetra, descrita no Bhagavad Gita. No campo de batalha, Arjuna fica em dúvida sobre lutar contra seus parentes e amigos. Krishna o aconselha sobre a natureza da alma e do dever, convencendo-o a lutar sem apego ao resultado.
‘Economia Verde’ e Desenvolvimento Territorial Sustentável: Opções Estratégic...Nuno Gaspar de Oliveira
O documento discute o conceito de "Economia Verde" e os desafios para sua implementação em Portugal, incluindo a necessidade de mudanças sociais e políticas significativas, e como os atuais instrumentos de planejamento podem apoiar a transição para um desenvolvimento econômico sustentável.
Este documento contiene una serie de bromas cortas sobre situaciones cómicas involucrando a gallegos. En la primera, un gallego pide shampoo a su amigo porque el suyo ya está mojado. En otra, un gallego se reconoce en el reflejo de un vidrio. Y en otra más, un gallego compra un boleto para Oaxaca pensando que es Polonia.
PROGRESS SHEET OF PRESSURE EQUALIZING SYSTEM-BF1_ 2009 (WEEK 26)Manuel Bartilotti
The document provides a progress report for week 26 of 2009 on the pressure equalizing system "BF1". It includes details on transporting materials to the site, lifting and positioning spools, connecting and welding spool joints, inspections and tests, and percentage completion for various stages of the project. Tables with item codes, weights, inspection details and percentage completions are included for items worked on during that period.
Dimensões do processo de apropriação cultural: a educação na cidade - Andréia Menezes De Bernardi - Dissertação de Mestrado Faculdade de Educação UFMG - Orientação Dr.ª Junia Sales Pereira
Cilindro de revolução - revisões - 6.º anoProfcris 81
Este documento fornece um conjunto de exercícios sobre círculos e cilindros de revolução para estudantes do 6o ano. Os exercícios incluem identificar figuras que podem ser planificações de superfícies cilíndricas, calcular diâmetros, raios e perímetros de círculos, e resolver problemas envolvendo circunferências e cilindros.
1) O documento discute experiências de fazer cinema na escola na França e Espanha, lideradas por Alain Bergala e Núria Aidelman Feldman.
2) Bergala introduziu o cinema como arte nas escolas públicas francesas para que alunos e professores vissem o mundo sob outra perspectiva através do cinema.
3) Seus métodos enfatizam a criação cinematográfica, como filmar trechos curtos para despertar a curiosidade dos alunos sobre o cinema.
O texto discute a relação entre psicanálise e pedagogia segundo as ideias de Freud. A pedagogia se tornou um tema importante para Freud após seu encontro com o teólogo-pedagogo Oskar Pfister entre 1909-1913, período em que Freud começou a delimitar como a psicanálise poderia se aproximar da pedagogia.
O documento discute a crítica freudiana da espiritualidade religiosa. Apresenta a introdução de Freud sobre como ele abordou a religião como um dado psicológico e sociológico, mas também se aproximou de uma leitura psicológica da espiritualidade religiosa. Também discute a abordagem filosófica de Michel Henry sobre o consciente e inconsciente freudiano e como a obra de Freud colocou a necessidade de uma mudança no modo de pensar sobre o homem.
Neste artigo a autora tem como propósito discutir a relação entre perspectivas teóricas e o meio
histórico e sócio-cultural no qual se desenvolvem, tema que toca de leve a
grande questão da universalidade da ciência.
O documento apresenta uma discussão sobre a história da psicologia social no Brasil e no Ocidente. Primeiro, aborda brevemente diferentes perspectivas para contar histórias e como a visão positivista influenciou a narrativa tradicional da história da psicologia social. Em seguida, destaca alguns pontos esquecidos da história, como o "repúdio positivista de Wundt". Por fim, aponta a importância de considerar instituições e fatos históricos, ao invés de apenas ideias e autores, para entender o
O documento descreve a vida e obra de Paulo Freire, educador brasileiro reconhecido mundialmente. Detalha sua infância, formação e influências filosóficas, seu trabalho com alfabetização de adultos no Nordeste brasileiro, prisão e exílio após o golpe militar de 1964. Resume os principais pontos de sua pedagogia progressista libertadora, como o diálogo entre estudantes e professores, a problematização da realidade dos alunos e a busca por sua transformação.
Este documento analisa a importância e atualidade do educador Paulo Freire e de sua obra principal "Pedagogia do Oprimido". Destaca que a obra foi produzida de forma artesanal com base na experiência de Freire com os oprimidos e educadores populares. Apesar de muitas críticas, a simplicidade da obra não impediu que seja considerada uma das mais importantes obras de pedagogia de todos os tempos devido à sua capacidade de produzir novas compreensões em diferentes contextos.
PT Phases of the Vocational Guidance Process by Slidesgo.pptxJulianaGama27
O documento discute as intersecções entre a clínica psicanalítica e a sociedade, cultura e políticas públicas de saúde mental. Aponta que Freud e Lacan desenvolveram conceitos para analisar fenômenos sociais e culturais, e que a psicanálise pode iluminar questões políticas. Também argumenta que é essencial a psicanálise continuar confrontando discursos atuais a partir da escuta daqueles em sofrimento social.
Giovanetti. psicologia existencial e espiritualidadeÉrika Renata
O documento discute a Psicologia Existencial e como ela pode contribuir para a compreensão da espiritualidade humana. A Psicologia Existencial tem como base o Existencialismo filosófico e enfatiza questões como angústia, liberdade e vivência humana. Ela pode ajudar a entender a espiritualidade não apenas do ponto de vista teológico, mas da experiência subjetiva do ser humano.
1. A filosofia teve origem na Grécia antiga, no século VI a.C, sendo considerada o berço da filosofia ocidental.
2. Os gregos antigos tiveram grande importância para a construção da civilização ocidental, influenciando áreas como arte, filosofia, literatura e direito.
3. A cultura ocidental deriva de influências da Grécia e Roma antigas e do cristianismo, e se desenvolveu ao longo da Idade Média e dos períodos moderno e contemporâneo.
Este documento apresenta uma introdução à psicologia como ciência independente de forma panorâmica e crítica. Inicialmente, explica que só no século XIX surgiram os primeiros projetos de psicologia como ciência autônoma, com objetos e métodos próprios. No entanto, muitos aspectos estudados pela psicologia já eram abordados por outras áreas, como a filosofia e ciências biológicas e sociais. Finalmente, discute que, apesar dos esforços para se firmar como ciência autônoma, a
O documento discute a natureza da experiência filosófica. A filosofia se distingue por buscar o sentido das coisas e questões humanas sem se contentar com respostas definitivas, mantendo uma postura aberta à discussão. Ela questiona ideias estabelecidas e pode ameaçar poderes vigentes.
1) O texto discute a existência de uma "filosofia cristã" e se a filosofia medieval poderia ser considerada sua expressão máxima.
2) Dois pontos de vista são apresentados: racionalistas puros negam a possibilidade de uma filosofia cristã, enquanto pensadores cristãos defendem sua existência e influência positiva.
3) Permanece o desacordo sobre como entender a relação entre fé e razão na filosofia cristã, sem reduzi-la à teologia ou eliminar sua autonom
1) O artigo analisa a obra "Emílio" de Rousseau e sua concepção de educação, que enfatiza a liberdade, igualdade e experiência do indivíduo.
2) Rousseau via a educação como meio de desenvolver aprendizados baseados na realidade dos alunos, em contraste com métodos dogmáticos.
3) Sua abordagem centrada na criança influenciou profundamente a história da educação.
{29 d0a457 f644-4cf4-a309-468518db19ac}-pc filosofia 2008 cbc filosofiaThiago Fonseca de Paula
Este documento apresenta uma proposta curricular para o ensino de filosofia no ensino médio em Minas Gerais. Ele discute a importância da filosofia, os princípios norteadores e os conteúdos básicos comuns que devem ser ensinados. A filosofia é vista como útil para o desenvolvimento do pensamento crítico e autônomo dos estudantes.
Este documento apresenta uma proposta curricular para o ensino de filosofia no ensino médio em Minas Gerais. Ele discute a importância da filosofia, os princípios norteadores e os conteúdos básicos comuns que devem ser ensinados. A filosofia é útil para o desenvolvimento do pensamento crítico e autônomo dos estudantes e para a formação de cidadãos. O documento também destaca habilidades como perceber, problematizar, refletir, conceituar e argumentar que devem ser desenvolvidas no
Este documento fornece informações biográficas sobre o autor Ramiro Marques e descreve o objetivo e conteúdo do Dicionário Crítico de Pedagogia. O documento também inclui definições breves de alguns termos pedagógicos como abordagem sistêmica, acomodação, ato moral e aculturação.
Este documento fornece informações biográficas sobre o autor Ramiro Marques e descreve o objetivo e conteúdo do Dicionário Crítico de Pedagogia. O documento também inclui definições breves de alguns termos pedagógicos como abordagem sistêmica, acomodação, ato moral e aculturação.
O Círculo de Viena e a Escola de Frankfurt desenvolveram duas críticas distintas da linguagem no século XX. O Círculo de Viena focou-se na análise lógica da linguagem para distinguir enunciados dotados de sentido daqueles que não são, enquanto a Escola de Frankfurt criticou a linguagem como instrumento de dominação social que justifica a exploração do trabalho.
Este documento discute a importância da filosofia para a educação. Apresenta algumas características do pensamento filosófico, como o trabalho de reflexão e questionamento. Também discute os principais filósofos que contribuíram para os fundamentos educacionais, como Sócrates, Platão e Aristóteles. O objetivo geral é pesquisar a importância da filosofia para a educação e como ela pode auxiliar na construção de uma sociedade mais crítica.
a) O documento apresenta as bases filosóficas da construção do conhecimento ao longo da história da filosofia, dividido em quatro unidades representando os principais períodos;
b) A disciplina de Filosofia da Educação I tem como objetivo apresentar os principais filósofos e suas ideias, especialmente no que diz respeito à educação;
c) O primeiro fascículo foca na filosofia de forma geral, enquanto o segundo se concentra especificamente na filosofia da educação.
Semelhante a P aulo freire estudoandreferreira tra (20)
1. 1
O CONCEITO DE LIBERDADE NO 1º PAULO FREIRE
André Ferreira1
Investigar as significações filosóficas subjacentes à pedagogia no Brasil é
contribuir para a construção de alicerces mais sólidos para a teoria educacional brasileira.
Sendo um dos principais momentos da pedagogia nacional, o pensamento de Paulo Freire se
inscreve naturalmente como um objeto dos mais expressivos a ser olhado pelo escopo
filosófico. Escolhemos focar este olhar sobre o conceito de liberdade subjacente ao
pensamento de referido educador. Defendermos que tal intento contribuirá para uma melhor
compreensão do desenvolvimento do pensamento pedagógico brasileiro, pois apontará as
respostas freireanas para um dos aspectos mais caros à pedagogia e à filosofia: a
independência crítica do homem. Neste sentido, subscrevemos a intenção de Gadotti quando
também nos engajamos na tarefa de “encontrar os melhores meios de tornar a educação um
instrumento de libertação humana e não de domesticação”2.
O trabalho que aqui desenvolvemos propõe um lócus temporal especial para Paulo
Freire. Nosso objeto é o pensar freireano produzido até o final da década de setenta. Assim,
definimos como “1º. Paulo Freire” os textos clássicos do autor produzidos de 1967 a 1979:
“Educação como prática da liberdade” (1967), “Pedagogia do Oprimido” (1969), “Extensão
ou comunicação?” (1971), “Ação Cultural para a liberdade e outros escritos” (1976), “Carta
à Guiné-Bissau” (1977), “Educação e mudança” (1979). Propomos este corte na obra do
pedagogo por que, para nós, é com a abertura política e a volta dos exilados, dentre eles, o
próprio pedagogo, que Freire, ao longo dos anos oitenta, vivenciou novas experiências e
reflexões, aprimorando seu pensar pedagógico, ao longo desta década, Freire irá reaprender o
Brasil.
Portanto, metodologicamente, dividimos a obra de Freire em três momento: o
primeiro, composto pelos textos acima citados, marcado pelo exílio; o segundo, de 1980 a
1991, composto por textos como “Exílio e identidade” (1980), “A importância do ato de ler
em três artigos que se completam” (1982) “O partido como educador-educando” in
“Educação como ato político partidário” (1988), A educação na cidade, 1991, marcado pela
1
Doutorando em Filosofia da Educação UFPE. Andre_educação@ufpe.br
2
GADOTTI, 1999, 19
2. 2
luta partidária e pela experiência como secretário de educação de São Paulo; o terceiro
momento, de 1992 até 1999, iniciado pelo texto “Pedagogia da Esperança: um reencontro com
a pedagogia do oprimido” (1992), “Política e educação” (1993), marcado pelo balanço crítico
de seus primeiros escritos e a consolidação seu pensamento enquanto corrente pedagógica.
É importante lembrar que a notoriedade de educador pernambucano se construiu
antes mesmo de sua volta ao Brasil3. Um dos exemplos de sua força pode ser constatado pelo
testemunho de Luiz Antonio Cunha, afirmando que, de suas leituras na década de setenta, “o
livro mais importante foi sem dúvida Pedagogia do Oprimido” que o leu “em 1970/71, em
inglês, em exemplar trazido escondido por destemido viajante”4, haja vista que só em 1974
seria publicado no Brasil, “apesar de já estarem circulando traduções mimeografadas”5. No
entanto, é com a abertura política que a presença de Freire vai se formatando, aos poucos,
como uma verdadeira corrente pedagógica.
O Personalismo
O Personalismo é identificado por Abbagnano como uma corrente do
Espiritualismo. Em linhas gerais, o Espiritualismo foi uma reação ao positivismo, surgida em
meados do séc. XIX, que procurava revalorizar o papel da religião e principalmente salientar
a dimensão não reduzível do homem às determinações de sua natureza físico-biológica. Tem
como conceito chave a noção de consciência, que o aproximou do idealismo alemão, e como
veremos, a partir da terceira década do séc. XX, o aproximará bastante da fenomenologia e do
existencialismo.
A identificação precisa dos autores e idéias que constituem o personalismo gera
controvérsias. Abbagnano define “personalismo” como uma corrente francesa do
espiritualismo cujo foco se volta para o aspecto social e cuja ascendência é católica e que teve
como fundador e maior divulgador Emmanuel Mounier. Ainda segundo Abbagnano, esta
caracterização se distingue do modo que os historiadores ingleses da filosofia identificam o
personalismo: “termo que o uso anglo-saxônico reserva ao espiritualismo em geral”6.
3
Tendo nascido numa família de professoras primárias (alfabetizadoras), lembro-me que ainda criança (início dos setenta) já
ouvia falar de um certo “professor” que tinha sido cassado pela ditadura militar por ter criado um método que alfabetizava as
pessoas do povo (especialmente os trabalhadores das usinas) em algumas semanas. A memória também registra que o
referido professor compunha para aquelas minhas queridas professoras, junto com nomes que à criança soavam como
“Arrás”, João “Gular” e “Preste”, o panteão doméstico de mitos da política nacional. Apenas na adolescência, época da
abertura, é que o “professor” ganhou, para mim, rosto, nome e bibliografia.
4
Cunha, 81, 126
5
Cunha, 81, 126
6
ABBAGNANO, 1984, 139
3. 3
Todavia, a adoção do termo inglês “personalist” - que ensejaria o nosso “personalista” e
“personalismo” - para identificar a corrente de pensamento denominada por Abbagnano de
espiritualismo, é bem anterior a Mounier e ao dito personalismo francês. Segundo Giovanni
Reale e Dario Antiseri, em 1919, nos EUA, foi lançada a revista “The Personalist”, periódico
que é um desdobramento das discussões levantadas por um grupo precedente de pensadores, o
“Personalist Group”7. Já segundo Octavi Fullat, temos mais outros autores, de outros países,
que também podem receber o epíteto de personalista tais como Brzozowski e Koninski da
Polônia, e Berdiaev da Rússia8, além dos pedagogos que identifica como personalistas: Paulo
Freire, no Brasil, e Lorenzo Milani, na Itália. Segundo Reale e antiseri, o próprio Mounier
aponta distintas tendências no que ele entendia por personalismo:
“Uma tendência existencialista (...), uma tendência marxista, (...), e uma tendência
mais clássica, que se insere facilmente na tradicional corrente introspectiva da
filosofia francesa”9.
Assim, temos uma profusão de identidades relacionadas ao termo “personalista” e,
por tabela, “personalismo”. Diante deste fato, para melhor precisar a linha de pensamento que
nos interessa, para o universo deste texto estipulamos como personalismo a linha de
pensamento que, trabalhando com as noções de consciência e pessoa, incorporam elementos
da fenomenologia e do existencialismo. Agindo desta forma, colocamos como elementos de
um mesmo conjunto pensadores como Emmanuel Mounier, Jean Lacroix, Martin Buber e
Georges Gusdorf. Trabalhamos com a idéia de que o personalismo não foi apenas um
movimento católico francês. Assim, definimos por personalismo a variação do espiritualismo
que incorporou elementos metodológicos e conceituais da fenomenologia e da ontologia
existencial. A aproximação espiritualismo-fenomenologia, que sintetizará o personalismo, se
dá através do interesse compartilhado pelo conceito de consciência. Além do fato de que a
incorporação da metodologia fenomenológico-hermenêutica10 contribuirá para uma definição
mais contemporânea de “pessoa”, afastando-se do puro imanentismo espiritualista. Via esse
método, foi possível precisar ainda mais o campo específico da reflexão filosófica sobre o
homem, cuja esfera não se confunda com as das ciências (biológicas, psicológicas e
7
C/f REALE & ANTISERI, 1991, 728-729
8
Salientando que boa parte da produção intelectual de Berdiaev se deu em seu exílio na França, sendo um dos primeiros
colaboradores da revista “Esprit” dirigida por Mounier C/f . REALE & ANTISERI, 1991, 727.
9
REALE & ANTISERI, 1991, 727.
10
Paul Ricoeur, um dos grandes mestres da hermenêutica, foi identificado por Mounier como um personalista. C/f REALE &
ANTISERI, 1991, 727.
4. 4
sociológicas) ou com a da história. Pois, segundo o que comenta Fullat, à luz do
personalismo, “o ente humano tem natureza e possui história, mas não é nem a primeira nem a
segunda”11. A oposição ao positivismo e a defesa da irredutibilidade do homem a apenas a sua
dimensão de natureza, já empreendida pelo espiritualismo, agora aufere maior sistematização
metódica. Retomando a questão da liberdade, agora sob a influência fenomenológica, temos
que a discussão vai além da oposição à ciência positivista: a própria noção de natureza e
processo histórico é questionada. Pois, como já foi dito, o fenômeno pessoa não se reduz à
dimensão neuro-fisio-biológica (a natureza) nem à dimensão sócio-histórica (a realidade
cultural), que também se manifestam enquanto esferas de determinações nas quais o indivíduo
se insere. A natureza, a cultura e a história também são dimensões que, ao comporem a
facticidade do indivíduo, se manifestam como esferas de determinação. Todavia, a
especulação fenomenológica nos ajuda a trabalhar com a idéia de que nenhuma dessas
dimensões, que em conjunto constituem a natureza objetiva do indivíduo, esgotam o sentido
do fenômeno “pessoa”, haja vista, que este ente tem a possibilidade de superar as
determinações da facticidade que lhe determinam e apontar autonomamente o sentido de sua
própria existência, para este ente lhe é constitutiva a liberdade.
Em síntese, usando a tradição aristotélica de classificação, para melhor expressar
nossa idéia, poderíamos dizer que o espiritualismo é o gênero, e a característica
fenomenológico-existencial é o que define a espécie. Do espiritualismo, o personalismo
mantém a reflexão em torno dos conceitos de consciência, liberdade e infinito, e do
pensamento fenomenólogo-existencialista, reformula tais conceitos entendendo que a
consciência é intencional e “constitui” significativamente o mundo, que a liberdade é o existir
autônomo, e que a significação do infinito é dada historicamente.
Este personalismo aproximado da fenomenologia e do engajamento social tem em
Emmanuel Mounier um dos mais expressivos representantes. Assim como para o
personalismo em geral, para o personalista francês também a pessoa é liberdade12. Os
historiadores da filosofia, de Abbagnano a Fullat, são unânimes em apontar que seu
engajamento pessoal às causas sociais e humanitárias, sua correção política, seu impecável
comportamento ético (que o tornaram notório ainda jovem) e seu súbito falecimento aos
quarenta e cinco anos, fizeram de Mounier quase que um mártir da defesa da pessoa humana,
numa perspectiva marcada pela aproximação ao cristianismo católico.
O personalismo, Mounier define como:
11
FULLAT, 1995, 446.
12
C/f ABBAGNANO, 1984, 141
5. 5
“toda doutrina, (...), que afirma o primado da persona humana sobre as
necessidades materiais e sobre os aparelhos coletivos que sustêem seu
desenvolvimento”13.
O aspecto mais característico do pensamento do entusiasta do personalismo é a
associação da noção de consciência com a de comunidade, sustentada por suas reflexões sobre
comunicação interpessoal e comunhão. Ele propõe uma revolução comunitária, uma
alternativa aos equívocos do comunismo soviético e do liberalismo capitalista. A noção de
comunidade visa resgatar a sociabilidade ideal do humanismo, garantindo a equidade material
sem perder de vista a imparcialidade da justiça e a liberdade individual. Todavia, essa
liberdade não é a da individualidade liberal, mas a da pessoa, o ente humano portador de uma
consciência autônoma, que só pode ser pensada em comunicação com as outras consciências.
O agir num mundo comunitário é pautado pela comunicação das consciências, a comunicação
da existência com outras14.
Seguindo este caminho é que Mounier, resignificando a noção católica, que a
“comunhão” se dá quando a pessoa “chama a si e assume o destino, o sofrimento, a alegria e o
dever dos outros”15. Esta comunhão, fundada no amor, é um dos sustentáculos da idéia de
revolução comunitária proposta pelo autor. Distinguindo-se do “modus operandis” do modelo
bolchevique-soviético de revolução, a revolução comunitária é a instauração de um processo
de conscientização que deve se disseminar por toda a sociedade, prenunciando um certo
socialismo utópico, que venha a substituir tanto as opressões de direita quanto os
totalitarismos de esquerda16. Assim sendo, a educação tem um papel imprescindível nas
reflexões de Mounier, pois ela é o meio pelo qual as consciências tomam ciência crítica da
realidade que lhes está a volta. Para tanto, a educação tem que ser pensada para além da tutela
do Estado, devendo estar sob a tutela do próprio povo. Fato que confere um certo tom
libertário às reflexões pedagógicas do autor, tom que também é sugerido por Paulo Freire.
Neste sentido, Mounier afirma que “o setor educativo extra-escolar deve poder gozar da
máxima liberdade possível”17.
13
MOUNIER, 2000, 19
14
C/f ABBAGNANO, 1984, 140
15
Mounier apud REALE & ANTISERI, 1991, 737
16
C/f REALE & ANTISERI, 1991, 737
17
Mounier apud REALE & ANTISERI, 1991, 737
6. 6
A influência do personalismo em Paulo Freire: A liberdade enquanto religar-se ao Criador, o
primeiro esboço da noção de liberdade.
Denominamos o período da década de 60 como a fase mais personalista de Paulo
Freire. O pedagogo publica seus primeiros escritos já no exílio. É no Chile, em 1967, que ele
concluí “Educação como prática da Liberdade”: uma análise da sociedade brasileira da época
e um balanço de suas experiências em alfabetização. Este texto expressa o momento mais
autenticamente personalista de Freire. No primeiro capítulo, “A Sociedade brasileira em
transição”, em meio a uma análise bem particular da sociedade brasileira de sessenta,
manifesta com clareza a influência das idéias do catolicismo personalista. De início, podemos
perceber a idéia central da antropologia personalista: a irredutibilidade do homem às
determinações da impostas pela natureza ou vida em sociedade. O homem é “pessoa”, não é
um mero objeto do mundo ao qual pertence: é sujeito, é capaz de atuar intencionalmente no
mundo. Nas palavras de Freire:
“Não se reduzindo tão-somente a uma das dimensões de que participa – a natural e
a cultural – da primeira, pelo seu aspecto biológico, da segunda, pelo seu poder
criador, o homem pode ser eminentemente interferidor”18.
De imediato, podemos perceber também que já nos seus primeiros escritos, a posição
de Freire é oposta ao determinismo inerente às idéias do estruturalismo cultural, notadamente,
a teoria da reprodução. Pois, o homem, enquanto pessoa, não se reduz à sua condição animal19
(biológica) e nem às condições impostas pela vida em sociedade, as determinações da cultura.
Neste sentido, o educador trás para a discussão o conceito personalista-
fenomenológico de transcendência. Assim, afirma o pedagogo pernambucano que “é o
homem, e somente ele, capaz de transcender”20. Como vimos, a noção de transcendência é de
importância fundamental no universo conceitual personalista-fenomenológico, implicando a
possibilidade do sujeito refletir a si mesmo, apreendendo o sentido corrente do existir, abrindo
assim a possibilidade de resignificá-lo. Todavia, para o Freire de “Educação como Prática da
Liberdade” (1967), a transcendência “não é o resultado exclusivo da transitividade de sua
18
FREIRE, 2000, 49
19
Segundo Freire: “As relações que o homem trava no mundo com o mundo (pessoais, impessoais, corpóreas e incorpóreas)
apresentam uma ordem tal de características que as distinguem totalmente dos puros contatos, típicos da outra esfera animal”.
FREIRE, 2000, 47
20
FREIRE, 2000, 48
7. 7
consciência, que o permite auto-objetivar-se e, a partir daí, reconhecer órbitas existenciais
diferentes, distinguir um ‘eu’de um ‘não eu’”; e complementa, com relação à pessoa, que:
“a sua transcendência está também, para nós, na raiz de sua finitude. Na
consciência que tem desta finitude. Do ser inacabado que é e cuja plenitude se
acha na ligação com seu Criador.”21
Observemos a força do ideário cristão, marcando a sintonia com as idéias do
personalismo de Mournier, principalmente pelo fato do inacabamento humano, devido a sua
finitude, atingir sua completude na ligação ao Criador. Assim, diferente dos fenomenólogos,
para os quais a liberdade é a própria transcendência dessa mesma finitude e inacabamento,
efetivada pela “práxis” humana, ampliadora do leque de possibilidades contrapostas às
determinações factíveis, no Freire de 1967, essa transcendência ultrapassa o mundo e sua
própria materialidade (noção certamente rejeitada por Heidegger e os demais fenomenólogos
ateus), saltando radicalmente por sobre o conjunto da totalidade das determinações factíveis,
atingindo destarte a dimensão da suprema plenitude. Isto no faz crer que a liberdade, então,
não é a transcendência em si, mas a sua completude pela dimensão supra mundana, a suprema
autonomia diante da própria materialidade. Assim, a liberdade está em ligar-se ao Criador: a
suprema ultrapassagem sobre o conjunto da totalidade das determinações factíveis, que abre
um leque agora infinito em suas possibilidades, haja vista que o possível não é apenas o que
se pode rearrumar e resignificar a partir do já existente, mas o radicalmente novo,
possibilitado pelo Criador.
Diálogo, Consciência e Conscientização
O personalismo freireano ganha novas cores após a estada no Chile e Genebra.
Permanecem as noções como amor, comunhão e consciência, já apresentadas no “Educação
como prática da liberdade”, todavia, imbuídos de um maior engajamento político Neste
sentido, é importante associar à análise da distinção entre o pensamento de Freire e Mounier
com o advento da Teologia da Libertação e os rumos que a Igreja Católica trilhou durante as
décadas de setenta e oitenta, em especial na América Latina. Lembremos que, apesar do viés
católico, o pensamento mournierniano não vivenciou a guinada à esquerda dada pela igreja
naquelas décadas; Não esqueçamos da morte precoce do intelectual francês, que o privou de
21
FREIRE, 2000, 48
8. 8
acompanhar o surgimento da igreja politicamente engajada, a igreja libertadora. N’A
Pedagogia do Oprimido, já notamos o forte tom político da pedagogia proposta. No entanto,
os demais escritos (Ação Cultural para a liberdade e outros escritos (1976), Carta à Guiné-
Bissau (1977)) da época, trazem o marco diferenciatório de Freire e Mounier: a tomada de
consciência, agora, é o despertar da consciência para sua missão emancipadora. Por sua vez,
a comunhão, cada vez mais, assume um tom de efetividade social, descendo do céu
espiritualista para o chão da igreja libertadora. O tempo de exílio aproxima Freire do
marxismo ocidental, afastando-o da tradição tipicamente personalista, neste afastamento,
categorias tipicamente personalistas são resignificadas, não obstante, foi duramente criticado
pelos marxistas ortodoxos, que identificavam traços populistas em seu discurso pedagógico. O
diálogo deixa de ser encontro de subjetividade para constituir-se enquanto uma relação
dialética de conscientização mútua, e a própria tomada de consciência perde seu caráter
iminente subjetivo para inserir-se num processo objetivo, histórico, de emancipação cultural22.
Para o personalismo de Freire o dialogo não é eu-tu, é nós-vós.
Esta concepção sócio-política de diálogo é que diferencia o personalismo freireano
do de Buber e Gusdorf23: em Freire o diálogo aponta para um processo de conscientização
sócio-política e para um necessário engajamento nas lutas de emancipação popular, nos
personalistas em geral, o diálogo aponta para um processo de conscientização pessoal,
conscientização que necessariamente não se realiza no engajamento nas lutas de emancipação
popular conduzidas pelos movimentos de esquerda. Esta distinção reforça-nos a identidade do
discurso pedagógico freireano com a realidade não apenas brasileira, mas terceiro-mundista,
apontando que em tais circunstâncias, a reflexão sobre a instauração de um processo de
tomada de consciência tem que abordar as ações que possibilitem a instauração das condições
sociais mínimas para que o indivíduo se veja como ser humano, para que daí possa perceber-
se como pessoa. Pois, já que as condições sociais do terceiro-mundo em geral negam ao
indivíduo até a sua percepção enquanto um ser valorado para além do animal, o processo
instaurador do diálogo conscientizador também tem que dar conta da re-instauração das
condições materiais mínimas que elevem o indivíduo para uma condição de vida para além do
22
Este momento de afastamento da senda personalista foi testemunhado pelo Prof. Dr.Ferdinad Röhr. Entre 1975-76,
Ferdinand, então, um jovem licenciando alemão de ascendência católica, que na época não falava português e nem se
imaginava naturalizado brasileiro, vai ao encontro do pedagogo em Genebra, afim de inquiri-lo, em inglês, sobre o papel do
diálogo na Pedagogias do Oprimido. O pedagogo vaticina:“...esqueça essa parte do diálogo...”. E indica para o jovem
estudante a leitura das “Teses sobre Fuerbach” de Marx.
23
Veremos no subcapítulo seguinte que esta distinção é discutida e assumida por Gadotti, que também iniciuo sua trajetória
via o personalismo típico, porém abandona-o após a aproximação com o personalismo freireano.
9. 9
animalesco, haja vista que, no nível da sobrevivência ainda animal, não haverá a efetiva
dialogação em nível humano.
A Transcendência e a Comunhão
Vimos no capítulo anterior que a noção de transcendência é um ponto chave na
corrente de pensamento fenomenológica-existencialista: Husserl, Heidegger, Jasper e outros
operam com esta noção no sentido de tê-la como a olhada da consciência sobre si mesma,
possibilitando a reordenação do mundo significativo do sujeito. Vimos também que está
transcendência é o fundamento da própria liberdade, para esta corrente, a qual se contrapõe às
determinações estruturais do mundo concreto, que, sem o olhar sobre se mesma, submergem a
consciência num existir inautêntico. O personalismo, por sua vez, associa um outro conceito
ao de transcendência, que aqui chamaremos de “unidade fundamental”. Em geral, para o
pensamento personalista, a transcendência não é um processo apontado para uma eterna
inconclusão: o olhar da consciência sobre si mesma, quanto mais se aprofundar, descortinará
o essencial sentido de si própria, sentido este que, distinto do existencialismo ateu, não é um
significado autodeterminado, manifestante da radical “condenação à liberdade” própria da
antropologia existencialista, e sim um encontro com o supremo sentido, a atualização da
essência fundamental. Herdeiros do espiritualismo, para quem a liberdade é definidora do ser
humano, os personalistas apontam a unidade fundamental como a efetivação suprema da
liberdade: é no que se tem enquanto unidade fundamental que se dará a suprema liberdade.
Para o existencialismo, o significado da existência é autodeterminado, para o personalismo, e
aí se inclui Freire, o significado já é dado pela própria essencialidade humana, que como foi
dito, porta em si a liberdade. Assim, um traço geral do personalismo, de Buber a Mounier, é a
idéia de um telos apontado como o sentido do processo de transcendência. Este telos
apresenta-se, ao modo aristotélico, como a atualização última da essência mesma.
Freire, seguindo sua ascendência personalista, menciona primeiramente a ligação
com o Criador como sendo a “unidade fundamental”. Todavia, caracterizará seu pensamento
pela retomada da idéia de comunhão esboçada por Mounier. No mesmo texto24 em que aponta
a ligação com o Criador como sendo a “unidade fundamental”, esboça a idéia de comunhão,
definida ali como integração, que caracteriza o homem sujeito. Adaptado, não integrado, “o
homem perde a capacidade de optar e vai sendo submetido a prescrições alheias que o
24
“Educação como prática da liberdade”
10. 10
25
minimizam” . Esta integração é fruto da liberdade, pois, “toda vez que se suprime a
liberdade, fica ele [o homem] um ser meramente ajustado ou acomodado”26. Aqui a noção de
comunhão ainda não recebeu o status de “unidade fundamental”27, porém, no “Pedagogia do
Oprimido” este status lhe é conferido, onde, conseqüentemente, a ligação com a divindade é
preterida a favor da noção de comunhão. Ao modo hegeliano, dizemos que o pensamento
freireano, aqui, operou uma suprassunção (aufhebung): negou a ligação com a divindade
católica, seu momento primeiro, para elevar-superá-lo na noção da identidade à humanidade,
que é também identidade com o divino, não apenas com a divindade. Assim, a noção de
unidade fundamental suprassume-se de uma divindade para a plena humanidade que é a
unidade suprema entre divino e humano, realizando, então, como sucede para o
espiritualismo-personalismo, a plena liberdade.
Outra elaboração do conceito de comunhão encontra-se no “Pedagogia da
Esperança” (1992), texto que é uma releitura das idéias lançadas no “Pedagogia do
Oprimido”. Nele, após uma década de maturação, a de oitenta, Freire retoma os conceitos
desenvolvidos entre as décadas de sessenta e setenta. A comunhão, a unidade fundamental,
agora incorpora ao humanismo uma visada holista: a essência fundamental, que se atualizará
na “unidade”, carrega agora em si, além da identidade homem-divino, a identidade homem-
natureza28. Assim, a comunhão não é “apenas a de homens e de mulheres e de deuses e
ancestrais, mas também a comunhão com as diferentes expressões de vida. O universo da
comunhão abrangia as árvores, os bichos, os pássaros, a terra mesma, os rios, os mares. A
vida em plenitude.”29. Esta discussão abre campo para uma ecopedagogia: pedagogia do fazer
humano integrado à vida como um todo.
Liberdade enquanto Comunhão
A ligação com o Criador se dá na Comunhão, assim sendo, ao religare da religião
incorpora-se como elemento necessário para a compreensão da liberdade a noção de
interação. No primeiro momento, de sua fase personalista, ao propor a liberdade enquanto o
religar-se ao Criador, Freire não tinha salientado a dimensão comunitária da liberdade com a
ênfase que se percebe na Pedagogia do Oprimido. O credo cristão tradicional, a ligação direta
25
FREIRE, 2000, 50
26
FREIRE, 2000, 50
27
Supomos que o credo católico mais ortodoxo ainda se fazia presente no Freire recém exilado.
28
Recentemente, o Prof. Ferdinand Röhr, também de ascendência personalista, apresenta o conceito de “integralidade” como
unidade fundamental.
29
FREIRE, 1992
11. 11
indivíduo-criador, presente no “Educação como prática da liberdade”, agora é substituída
pela idéia de que a ligação indivíduo-criador tem que ser necessariamente mediatizada pelo
coletivo dos homens. Assim sendo, o homem não se liberta apenas no seu retorno ao Criador,
mas o homem se liberta em comunhão, que é a interação não somente com o criador,
diretamente, mas a interação com o Criador via a interação com os outros homens. Sugere-nos
que a verdadeira interação com o Criador não se dá numa religação individualizada, do tipo
eu/divindade, mas que se dá em comunhão, a religação do tipo nós/divindade.
“Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: os homens se libertam
em comunhão”30.
A idéia de que é necessária a comunhão para que se dê a libertação vincula-o a um
conceito de liberdade que é pensado enquanto uma totalidade efetiva. Não temos a primazia
da faculdade de desejar racional do indivíduo, sobre a liberdade manifesta nas instituições e
na ordem social. Agora, incorporando o conceito de “dialética”, temos que uma não antecipa a
outra, mas ambas determinam-se mutuamente: a capacidade de autodeterminação racional
relaciona-se dialeticamente com a ordem vigente. Do jogo de forças, no qual a ordem forma o
homem e o homem constrói a ordem, é que a liberdade se manifesta. Daí, ela só pode se dar
na totalidade, que é o movimento da constante síntese desse jogo de forças. A liberdade do
homem nesta perspectiva não é a autonomia da razão com relação aos instintos ou paixões, ou
seja não é a mera liberdade da subjetividade racional frente a sensibilidade. A liberdade do
homem nesta perspectiva é o próprio processo de constituição da razão na relação
homem/ordem social.
A noção de liberdade objetiva tem em Hegel seu principal sistematizador, sendo
fonte inspiradora do próprio pensamento freireano. Carlos Alberto Torres no seu livro
“Pedagogia da Luta” salienta a importância do pensamento hegeliano na formulação dos
princípios básicos da “Pedagogia do Oprimido”. Enfoca como pontos cruciais desta relação a
“dialética do senhor e do escravo”, “ego e desejo” e o “reconhecimento”. A análise
empreendida pelo autor identifica a passagem “Senhorio e Escravidão” , exposta na
“Fenomenologia do Espírito”, como a chave do paralelo entre a relação dialética
senhor/escravo com a dialética opressor/oprimido, da “Pedagogia do Oprimido”31. O texto
30
FREIRE, 1987, 52.
31
TORRES, 1997, 26.
12. 12
freireano é explícito ao estabelecer tal relação, citando a própria “Fenomenologia do
Espírito”:
“Se o que caracteriza os oprimidos, como ‘consciência servil’ em relação à
consciência do senhor, é fazer-se quase ‘coisa’ e transformar-se, como salienta
Hegel [Phenomenology of Mind, Harper and Row, 1967, p. 234], em ‘consciência
para outro’, a solidariedade verdadeira com eles está em com eles lutar para a
transformação da realidade objetiva que os faz ser este ‘ser para outro’” 32
Todavia, segundo Carlos Alberto Torres, Freire não aceita a noção hegeliana de
“reconciliação e síntese”33. Paulo Freire abdica da noção de desenvolvimento positivo da
história. A história perde qualquer paradigma que garanta seu progresso positivo para a
humanização e emancipação. Isto é apontado claramente por Torres:
“A grande diferença entre Hegel e Freire será, justamente, a superação da
positividade da negação natural hegeliana na Pedagogia do Oprimido”.34
Em Paulo Freire temos o abandono da teleologia positiva da história, pois ele
pensa a desumanização como uma de nossas possibilidades históricas, aponta os homens
como inconclusos. Portanto, sujeitos ao fracasso histórico. Hegel realmente jamais pensaria
assim. Poderia ser até que o filósofo alemão não apostasse tanto da evolução progressiva
linear, apostaria talvez numa progressão espiral, onde vamos nos aperfeiçoando a partir de
nossos próprios erros, todavia, não pensaria na barbárie e retrocesso civilizatório como um
destino possível. Já Freire nos diz que:
“Humanização e desumanização, dentro da história, num contexto real, concreto,
objetivo, são possibilidades dos homens como seres inconclusos e conscientes de
sua inconclusão”35.
Freire abandona a noção de positividade do progresso histórico, mas não
abandona a idéia de totalidade. Esvaziada da noção de positividade, a humanidade só pode ser
pensada enquanto projeto, todavia, ainda um projeto coletivo. A relação opressor/oprimido
em Freire aponta não só para a emancipação das injustiças decorrentes da exploração do
trabalho, mas também para a tarefa coletiva da construção do sentido que se dá ao processo de
32
FREIRE, 1987, 36.
33
TORRES, 1997, 33.
34
TORRES, 1997, 32.
35
FREIRE, 1987, 30.
13. 13
humanização. Que deve ter na equalização do acesso aos bens materiais uma de suas
principais conseqüências, mas que não deve se resumir a isso. Pelo contrário, a equalização
dos bens materiais seria uma decorrência de uma equalização maior: o reconhecimento mutuo
da humanidade entre os homens. Esvaziando nesse reconhecimento a dualidade
opresso/oprimido, apontando a construção coletiva de novos significados que norteiem as
ações políticas que venham a transformar a ordem social.
A incorporação de determinados princípios hegelianos é fundamental para a
construção da noção de libertação enquanto comunhão: a liberdade é o próprio processo de
constituição da razão na relação opressor/oprimido. A razão não é oposta à sensibilidade: é
racional reconhecer o outro como igual, portanto livre. Livre, o oprimido da opressão, e livre
o opressor do seu impulso dominador. O jogo de forças, a relação dialética,
opressor/oprimido, constrói constantemente a ordem social, onde um e outro se “formam”,
educam suas mentes e sentimentos. Daí, só incorporando a totalidade desse jogo de forças, ou
seja, só reformando simultaneamente opressor/oprimido é que a liberdade se fará efetiva, pois
ela será a manifestação de uma relação dialética que constrói uma nova ordem social que
educa a mente e os sentimentos do homens sob a luz da igualdade reconhecida. Neste sentido,
o conceito de liberdade é pensado objetivamente, e segundo Freire:
“Dizer que os homens são pessoas e, como pessoas, são livres, e nada
concretamente fazer para que esta afirmação se objetive, é uma farsa.
Da mesma forma como é em uma situação concreta – a da opressão – que se
instaura a contradição opressor/oprimidos, a superação desta contradição só se
pode verificar objetivamente também.”36.
Concluindo, temos então que a comunhão é o telos supremo, é a unidade
fundamental que atualiza a essência do homem. Atualização esta que é objetiva e compreende
em si a suprassunção da tenção que efetivamente impede a plenitude humana: a tensão
opresso/oprimido. Assim sendo, a comunhão é a própria efetivação da liberdade: a suprema
autonomia de toda forma de tirania e a realização da essência humana, que podemos entender
como a realização concreta do divino que há na humanidade.
36
Idem,
14. 14
Bibliografia:
1. FREIRE, Paulo – “Pedagogia do Oprimido”, Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1987, 23a Ed.
2. _____________ - “Educação como prática da liberdade”, Rio de Janeiro, Paz e Terra,
2000, 24ª. Edição.
3. _____________ - “Pedagogia da Esperança”, Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1992.
4. FULLAT, Octavi – “Filosofias da Educação”, Trad. Roque Zimmermann, Petrópolis,
Vozes, 1994
5. HEGEL - “Fenomenologia do Espírito”, trad. Paulo Meneses, Petrópolis, Vozes,
junho/1992. Volumes 1 & 2.
6. GHIRALDELLI, Paulo (org) - “O que é filosofia da educação”, Rio de Janeiro, DP&A, 2a
ed, 2000.
7. TORRES, C. Alberto – “Pedagogia da Luta: da pedagogia do oprimido à escola pública
popular”, Campinas, Papirus, 1997.
8. ___________________ “Leitura crítica de Paulo Freire”, Campinas, Papirus.
9. __________________ “Diálogo com Paulo Freire”, São Paulo, Cortez.
10. __________________”Consciência e História: a práxis educativa de Paulo Freire”,
Campinas, Papirus.
11. __________________”Paulo Freire: Pedagogia e Sociedade”, São Paulo, Cortez.