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Fisiopatologia do Choque
Prof. Laila Cheibub
CHOQUE - Definição
• É a expressão clínica da hipóxia celular ,
causado pela incapacidade do sistema
circulatório de suprir as demandas de
oxigênio:
 transporte inadequado
 aumento no consumo
 má utilização de oxigênio pelas células .
• Choque = desequilíbrio entre oferta e
demanda de oxigênio (O2) .
Fisiopatologia do Choque
• O2 atmosfera  O2 espaço alveolar  O2
no sangue capilar  O2 + Hemoglobina 
Sangue oxigenado na circulação e
microcirculação (através do DC)  O2 se
desliga da hemoglobina  O2 no espaço
intracelular  O2 na mitocôndria  ATP
Fisiopatologia do Choque
• Oferta de oxigênio = DC  Choque
hipovolêmico , cardiogênico , obstrutivo
• Consumo de oxigênio = oferta normal 
Choque séptico
• Oferta e consumo normais = disfunção celular
= célula incapaz de utilizar o oxigênio pra
produzir ATP  Choque  anafilático
Fases do Choque
Fases do Choque  Choque oculto
• Desequilíbrio oferta/consumo O2  +
barorreceptores (SN simpático) e receptores
sensitivos centrais de O2  vasoconstricção
arterial e venosa  da resistência vascular
periférica + do retorno venoso  FC  DC
+ Renina-angiotensina-aldosterona + hormônio
anti-diurético  retenção de líquido  volume
intra-vascular  pré-carga  volume ejetado
Fases do Choque  Choque oculto
• Não há manifestações clínicas : PA normal .
• Má-perfusão = anaerobiose lactato =
acidose metabólica  afinidade da
hemoglobina pelo O2  libera O2 nos tecidos
• Se isso não é corrigido = esgotam mecanismos
compensatórios  choque descompensado
Fases do choque  Choque
Descompensado
• Hipóxia celular  ATP produzido em
anaerobiose = glicólise  ácido láctico 
acidose  instabilidade da membrana celular +
produção inadequada de ATP  lesão celular 
liberação de mediadores inflamatórios  morte
celular  piora o choque  falência de orgãos .
Fases do Choque  Choque
Reversível / Irreversível
• Há sinais clínicos : hipotensão , sinais de
hipoperfusão ( 3 janelas) ; hiperlactatemia.
• Reposição volêmica + Vasopressores  OK =
Choque Reversível .
• Sem resposta = Choque Irreversível  falência
múltipla de órgãos .
Diagnóstico do Choque
• Sinais de hipoperfusão tecidual :
1) Clínicos : 3 janelas
2) Hemodinâmicos : hipotensão (PAS < 90
mmHg ; PAM < 65 mmHg ) ; taquicardia .
3) Bioquímicos : hiperlactemia ; acidose
metabólica ; baixa saturação venosa/tecidual de O2
Classificação do Choque
Choque Hipovolêmico
• volume intra-vascular  pré-carga  DC 
hipoperfusão tecidual .
• hemoglobina  transporte de O2  oferta
 hipoperfusão .
Choque Hipovolêmico  Manejo
Classificação do Choque Hemorrágico
Choque Cardiogênico
• Falência de bomba  DC e resistência
vascular periférica  hipoperfusão
• Hipotensão ; FE ; pressão de enchimento da
artéria pulmonar .
• Sintomas de falência de bomba (IC) :
dispnéia/ortopnéia ; turgência jugular ; edema
de MMII ; hepatomegalia ; estertores
creptantes em bases ; B3 ou B4 .
Choque Cardiogênico - Tipos
• Miopático : problema no músculo = IAM
grave, IC em miocardiopatia dilatada , pós-PCR
• Arrítmico : taqui ou bradiarritmias DC
• Mecânico = alterações estruturais interferindo
na mecânica do coração : alterações valvares ,
ruturas de músculos papilares ou cordoalhas.
Choque Cardiogênico - Manejo
Choque Obstrutivo
• Compressão extrínseca ao coração =
obstrução externa ao fluxo sanguíneo  pré-
carga  DC  hipoperfusão .
Choque Obstrutivo - Manejo
Choque Distributivo
• mediadores inflamatórios ( sepse , anafilaxia)
ou estimulação simpática pela medula
(neurogênico) ou alteração do tônus vascular
(endócrino)  vasodilatação generalizada 
r resistência vascular sistêmica
• Assim , o DC é normal , mas há uma má-
distribuição do oxigênio : por alterações na
microcirculação ou mau uso do O2 pela
mitocôndria  Hipoperfusão .
Choque Distributivo – tipos
Epidemiologia do Choque
• Na UTI : choque séptico = 62% ; cardiogênico =
16% ; hipovolêmico = 16% ; outros tipos
distributivos = 4% ; obstrutivo = 2% .
• Na emergência : choque hipovolêmico = 36% ;
choque séptico = 33% ; cardiogênico = 29% ;
outras formas = 2% .
• Muitos pacientes têm mais de um tipo de
choque associados .
Monitorização no choque
• Critérios clínicos : perfusão periférica , estado
mental , débito urinário ; medidas de PA e PAM
não invasivas.
• Medidas de pressões intra-vasculares (PVC) = não
avalia pré-carga , prognóstico .
Ecocardiograma = FE , pressão de artéria pulmonar ;
diagnóstico .
• Medidas mais invasivas = cateter de artéria
pulmonar : mede DC . Choque grave, refratário
ou complexo .
É choque mesmo !
E agora ?
Metas terapêuticas
• Diurese > 0,5 ml/kg/h
• PVC = 8 – 12 mmHg
• Hemoglobina > 8-10 g/dl
• Lactato < 4 mmol/L
• Saturação venosa de O2 > 70%
• Gap de CO2 < 5 mmHg
• PAM > 65-70 mmHg
Tratamento do Choque:
• Suporte hemodinâmico e ventilatório precoces.
• Identificar e corrigir causa básica : parar
sangramento, revascularização / trombólise ,
antibióticos na 1ª hora , drenagem ...
• Oxigênio suplementar / IOT : basear na
Gasometria ; sedação com Etomidato ou
quetamina com bloq neuromuscular
(succinilcolina ou rocurônio)
Tratamento – Ressuscitação volêmica
• Soluções cristalóides = até 1L ou 20 ml/kg 
corrigir hipovolemia e aumentar DC  melhorar
perfusão tecidual .
• Choque hemorrágico : classificar para definir
hemotransfusão ; cessar sangramento.
• Avaliar se paciente é fluido-responsivo : manobra
de elevação passiva dos membros com medida
do DC (por Eco) ; variação de parâmetros de VM .
• Desafio hídrico : 300 – 500 ml em 10-15 min ,
mede DC .
Tratamento - Vasopressores
• Norepinefrina = 1ª escolha : PAM , leve efeito
inotrópico evitando queda do DC .
• Dopamina = + arritmias (útil nas
bradiarritmias)
• Epinefrina : 2 ou 3ª linha , casos graves e não
cardiogênicos : mais inotrópica.
• Vasopressina = 2ª droga no choque séptico :
melhora sobrevida , mas DC deve ser normal
Tratamento - Inotrópicos
• Dobutamina = contratilidade miocárdica e FC;
mas faz vasodilatação e arritmias = uso no
choque cardiogênico ; dose escalonada 2,5 - 5-10
- 15 - 20 ; desmame inverso a cada 12-24 h
• Epinefrina = inotrópico no choque séptico
isolada ou com vasopressor em dose alta que
evoluam com baixo DC .
• Inibidores de Fosfodiesterase III (Milrinone) =
vasodilatação periférica e pulmonar : TEP e
disfunção de VD com HAP .
Tratamento extra-corpóreo
• Suporte mecânico extra-corpóreo : pós-carga
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- ECMO-VA (Oxigenação por membrana
extracorpórea Venoarterial)
-DAV (dispositivos de assistência ventricular)
• Choque cardiogênico ou obstrutivo : instalar
antes da falência de órgãos .
Obrigada !

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  • 2. CHOQUE - Definição • É a expressão clínica da hipóxia celular , causado pela incapacidade do sistema circulatório de suprir as demandas de oxigênio:  transporte inadequado  aumento no consumo  má utilização de oxigênio pelas células . • Choque = desequilíbrio entre oferta e demanda de oxigênio (O2) .
  • 3. Fisiopatologia do Choque • O2 atmosfera  O2 espaço alveolar  O2 no sangue capilar  O2 + Hemoglobina  Sangue oxigenado na circulação e microcirculação (através do DC)  O2 se desliga da hemoglobina  O2 no espaço intracelular  O2 na mitocôndria  ATP
  • 4. Fisiopatologia do Choque • Oferta de oxigênio = DC  Choque hipovolêmico , cardiogênico , obstrutivo • Consumo de oxigênio = oferta normal  Choque séptico • Oferta e consumo normais = disfunção celular = célula incapaz de utilizar o oxigênio pra produzir ATP  Choque  anafilático
  • 6. Fases do Choque  Choque oculto • Desequilíbrio oferta/consumo O2  + barorreceptores (SN simpático) e receptores sensitivos centrais de O2  vasoconstricção arterial e venosa  da resistência vascular periférica + do retorno venoso  FC  DC + Renina-angiotensina-aldosterona + hormônio anti-diurético  retenção de líquido  volume intra-vascular  pré-carga  volume ejetado
  • 7. Fases do Choque  Choque oculto • Não há manifestações clínicas : PA normal . • Má-perfusão = anaerobiose lactato = acidose metabólica  afinidade da hemoglobina pelo O2  libera O2 nos tecidos • Se isso não é corrigido = esgotam mecanismos compensatórios  choque descompensado
  • 8. Fases do choque  Choque Descompensado • Hipóxia celular  ATP produzido em anaerobiose = glicólise  ácido láctico  acidose  instabilidade da membrana celular + produção inadequada de ATP  lesão celular  liberação de mediadores inflamatórios  morte celular  piora o choque  falência de orgãos .
  • 9.
  • 10. Fases do Choque  Choque Reversível / Irreversível • Há sinais clínicos : hipotensão , sinais de hipoperfusão ( 3 janelas) ; hiperlactatemia. • Reposição volêmica + Vasopressores  OK = Choque Reversível . • Sem resposta = Choque Irreversível  falência múltipla de órgãos .
  • 11. Diagnóstico do Choque • Sinais de hipoperfusão tecidual : 1) Clínicos : 3 janelas 2) Hemodinâmicos : hipotensão (PAS < 90 mmHg ; PAM < 65 mmHg ) ; taquicardia . 3) Bioquímicos : hiperlactemia ; acidose metabólica ; baixa saturação venosa/tecidual de O2
  • 13. Choque Hipovolêmico • volume intra-vascular  pré-carga  DC  hipoperfusão tecidual . • hemoglobina  transporte de O2  oferta  hipoperfusão .
  • 16. Choque Cardiogênico • Falência de bomba  DC e resistência vascular periférica  hipoperfusão • Hipotensão ; FE ; pressão de enchimento da artéria pulmonar . • Sintomas de falência de bomba (IC) : dispnéia/ortopnéia ; turgência jugular ; edema de MMII ; hepatomegalia ; estertores creptantes em bases ; B3 ou B4 .
  • 17. Choque Cardiogênico - Tipos • Miopático : problema no músculo = IAM grave, IC em miocardiopatia dilatada , pós-PCR • Arrítmico : taqui ou bradiarritmias DC • Mecânico = alterações estruturais interferindo na mecânica do coração : alterações valvares , ruturas de músculos papilares ou cordoalhas.
  • 19. Choque Obstrutivo • Compressão extrínseca ao coração = obstrução externa ao fluxo sanguíneo  pré- carga  DC  hipoperfusão .
  • 21. Choque Distributivo • mediadores inflamatórios ( sepse , anafilaxia) ou estimulação simpática pela medula (neurogênico) ou alteração do tônus vascular (endócrino)  vasodilatação generalizada  r resistência vascular sistêmica • Assim , o DC é normal , mas há uma má- distribuição do oxigênio : por alterações na microcirculação ou mau uso do O2 pela mitocôndria  Hipoperfusão .
  • 23. Epidemiologia do Choque • Na UTI : choque séptico = 62% ; cardiogênico = 16% ; hipovolêmico = 16% ; outros tipos distributivos = 4% ; obstrutivo = 2% . • Na emergência : choque hipovolêmico = 36% ; choque séptico = 33% ; cardiogênico = 29% ; outras formas = 2% . • Muitos pacientes têm mais de um tipo de choque associados .
  • 24. Monitorização no choque • Critérios clínicos : perfusão periférica , estado mental , débito urinário ; medidas de PA e PAM não invasivas. • Medidas de pressões intra-vasculares (PVC) = não avalia pré-carga , prognóstico . Ecocardiograma = FE , pressão de artéria pulmonar ; diagnóstico . • Medidas mais invasivas = cateter de artéria pulmonar : mede DC . Choque grave, refratário ou complexo .
  • 26.
  • 28. Metas terapêuticas • Diurese > 0,5 ml/kg/h • PVC = 8 – 12 mmHg • Hemoglobina > 8-10 g/dl • Lactato < 4 mmol/L • Saturação venosa de O2 > 70% • Gap de CO2 < 5 mmHg • PAM > 65-70 mmHg
  • 29. Tratamento do Choque: • Suporte hemodinâmico e ventilatório precoces. • Identificar e corrigir causa básica : parar sangramento, revascularização / trombólise , antibióticos na 1ª hora , drenagem ... • Oxigênio suplementar / IOT : basear na Gasometria ; sedação com Etomidato ou quetamina com bloq neuromuscular (succinilcolina ou rocurônio)
  • 30. Tratamento – Ressuscitação volêmica • Soluções cristalóides = até 1L ou 20 ml/kg  corrigir hipovolemia e aumentar DC  melhorar perfusão tecidual . • Choque hemorrágico : classificar para definir hemotransfusão ; cessar sangramento. • Avaliar se paciente é fluido-responsivo : manobra de elevação passiva dos membros com medida do DC (por Eco) ; variação de parâmetros de VM . • Desafio hídrico : 300 – 500 ml em 10-15 min , mede DC .
  • 31. Tratamento - Vasopressores • Norepinefrina = 1ª escolha : PAM , leve efeito inotrópico evitando queda do DC . • Dopamina = + arritmias (útil nas bradiarritmias) • Epinefrina : 2 ou 3ª linha , casos graves e não cardiogênicos : mais inotrópica. • Vasopressina = 2ª droga no choque séptico : melhora sobrevida , mas DC deve ser normal
  • 32. Tratamento - Inotrópicos • Dobutamina = contratilidade miocárdica e FC; mas faz vasodilatação e arritmias = uso no choque cardiogênico ; dose escalonada 2,5 - 5-10 - 15 - 20 ; desmame inverso a cada 12-24 h • Epinefrina = inotrópico no choque séptico isolada ou com vasopressor em dose alta que evoluam com baixo DC . • Inibidores de Fosfodiesterase III (Milrinone) = vasodilatação periférica e pulmonar : TEP e disfunção de VD com HAP .
  • 33. Tratamento extra-corpóreo • Suporte mecânico extra-corpóreo : pós-carga -BIA (balão intra-aórtico de contra-pulsação) - ECMO-VA (Oxigenação por membrana extracorpórea Venoarterial) -DAV (dispositivos de assistência ventricular) • Choque cardiogênico ou obstrutivo : instalar antes da falência de órgãos .
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