Este documento apresenta um resumo sobre funcionalismo e estruturalismo em antropologia. Discute os principais conceitos de cada abordagem, como Malinowski viu a cultura e seu método funcionalista, assim como a visão de estrutura de Lévi-Strauss e a diferença entre culturas "frias" e "quentes". Conclui que os métodos estruturalistas são válidos, mas suas conclusões nem sempre o são por tenderem a ser enviesadas.
Comunicação Social: Jornalismo FIAM
Disciplina Cultura Comunicação e Mídia
Conteúdo:
O que é Cultura?
1.1. A cultura como dispositivo comunicacional
1.2. Etnocentrismo e Relativismo Cultural
1.3. Identidades e diferenças
A cultura na Contemporaneidade
A identidade cultural na pós modernidade (Stuart Hall)
Comunicação Social: Jornalismo FIAM
Disciplina Cultura Comunicação e Mídia
Conteúdo:
O que é Cultura?
1.1. A cultura como dispositivo comunicacional
1.2. Etnocentrismo e Relativismo Cultural
1.3. Identidades e diferenças
A cultura na Contemporaneidade
A identidade cultural na pós modernidade (Stuart Hall)
Resumo de Teorias Clássicas da AntropologiaTradicao Viva
De um modo geral, o estruturalismo procura explorar as inter-relações (as "estruturas") através das quais o significado é produzido dentro de uma cultura. A obra de Lévi-Strauss constitui importante instrumento de percepção do imaginário social em sua estruturação lógica, permitindo a visibilidade das constantes estruturais que organizam os universos de sentido.
Neste capítulo buscaremos entender um pouco desse processo. Vamos enumerar alguns conceitos fundamentais e situá-los no contexto histórico e social de sua produção. Veremos que esses conceitos respondem a diferentes situações históricas, a objetos de pesquisa que foram se transformando e a novas preocupações, geradas por mudanças sociais no mundo. Começaremos pela Antropologia inglesa e suas respostas críticas ao evolucionismo social. A seguir veremos como os franceses lidaram com as mesmas questões. Finalmente, vamos tratar de algumas das grandes mudanças ocorridas no mundo no fim do século XX.
Roteiro de aula: Psicologia Social ContemporâneaLucas Rodrigues
Trata-se de um roteiro para aula expositiva sobre Psicologia Social Contemporânea, com discussões a partir do texto 'Psicologia Social e uma nova concepção do homem para a Psicologia', de Silva Lane (1984)
Licença: C BY-NC-SA 4.0
Baseado na literatura que mapeia o que a pesquisa antropológica registrou sobre o aborto em diferentes sociedades, Luc Boltanski estabelece um conjunto de características invariáveis. Não há sociedade humana que não conheça a possibilidade de interrupção voluntária da gravidez. Embora seja alvo de uma condenação geral, a prática é tolerada, sendo identificada como algo em relação ao que cabe "fechar os olhos". E, em especial, o aborto sofre de um "déficit de representação". Raras vezes aparece em narrativas ou em imagens, ao contrário, por exemplo, do nascimento, da morte ou mesmo do suicídio. O aborto também não está associado a qualquer forma de ritual ou simbolismo. Essa característica é essencial para o autor explicar sua posição no processo de engendramento de novos seres humanos singulares, que é um processo tanto biológico quanto simbólico.
1. Gustavo Noronha Silva
Keila de Souza Almeida
Patr´ıcia Rodrigues Rocha
Paulo Edson Fagundes Dias
Estrutura e Funcionalismo
Universidade Estadual de Montes Claros / UNIMONTES
junho / 2003
2. Gustavo Noronha Silva
Keila de Souza Almeida
Patr´ıcia Rodrigues Rocha
Paulo Edson Fagundes Dias
Estrutura e Funcionalismo
Trabalho apresentado a disciplina Antropo-
logia, do curso de Ciˆencias Sociais da Uni-
versidade Estadual de Montes Claros
Orientador: Prof. Gy Reis
Montes Claros
junho / 2003
3. 1
1 Funcionalismo
1.1 Considera¸c˜oes Gerais
O funcionalismo encontrou seu apogeu a partir de 1930, mas veio crescendo desde
1914 quando Malinowski iniciou seus estudos. Um ponto marcante do funcionalismo foi
haver imprimido ao estudo da antropologia uma nova orienta¸c˜ao. At´e ent˜ao, tanto o
evolucionismo como os difusionismos preocuparam-se com as origens, com os problemas
das transforma¸c˜oes s´ocio-culturais.
Malinowski e, depois Radcliffe Brow, preocuparam-se em estudar e explicar o funcio-
nalismo da cultura num momento dado. Ao funcionalismo n˜ao interessa mais explicar o
presente pelo passado, mas o passado pelo presente.
Minha indiferen¸ca pelo passado e sua reconstitui¸c˜ao n˜ao ´e, portanto, uma
quest˜ao de pret´erito por assim dizer, o passado sempre ser´a atraente para o
antiqu´ario e todo antrop´ologo ´e um antiqu´ario (...) eu pelo menos, certamente
sou. A minha indiferen¸ca por certos tipos de evolucionismo ´e uma quest˜ao de
m´etodos. (MALINOWSKI: 241)
Um outro ponto marcante desta escola ´e a vis˜ao sistem´atica utilizada na an´alise da
cultura, procurou explicar a maneira de ser de cada cultura, buscando as raz˜oes n˜ao
mais nas origens. Os funcionalistas acreditavam ser poss´ıvel conhecer uma cultura sem
estudar-lhe a hist´oria.
Al´em disso, h´a o fato de ela ter-se apoiado de modo decisivo nas pesquisas de campo.
Malinowski foi quem mais desenvolveu esse tipo de atua¸c˜ao dentro da antropologia. Se-
gundo ele era preciso fazer um est´agio dos antrop´ologos junto aos povos primitivos.
4. 2
1.2 O Funcionalismo de Malinowski
Definir a cultura como produto da natureza humana, isto ´e, reconhecia-se como filha
da unidade psiquica do home. O pr´oprio conceito de cultura vai apoiar-se no conceito de
natureza humana.
Por natureza humana, portanto exprimimos o determinismo biol´ogico que
imp˜oe a toda civiliza¸c˜ao e a todos os indiv´ıduos a realiza¸c˜ao de fun¸c˜oes cor-
porais tais como respirar, dormir, repousar, reproduzir (MALINOWSKI: 246)
O determinismo de que ele fala e o que se prende ao fato irretorqu´ıvel de que as
culturas poder˜ao assumir formas mais variadas, mas dever˜ao, necessariamente se aptas a
satisfazer as necessidades b´asicas do homem. Cultura, segundo MALINOWSKI ´e o todo
integral constitu´ıdo por implementos de bem de consumo, por cartas constitucionais para
os v´arios agrupamentos sociais, por id´eias e of´ıcios humanos, por cren¸cas e costumes.
Malinowski considerou axiomas gerais do funcionalismo:
1. A cultura ´e essencialmente uma aparelhagem instrumental pela qual o homem ´e
colocado numa posi¸c˜ao melhor para lidar com os problemas espec´ıfidos, concretos
que lhe deparam em seu ambiente, no curso da satisfa¸c˜ao de suas necessidades.
2. ´E um sistema de objetos, atividades e atitudes, no qual parte existe como meio para
um fim.
3. ´E uma integral na qual v´arios elementos s˜ao interdependentes.
4. Essas atividades e objetos organizados em tornode tarefas importantes e vitais, em
institui¸c˜oes tais como a fam´ılia, o cl˜a, a comunidade local, a tribo e as equipes
organizadas de coopera¸c˜ao econˆomica pol´ıtica, legal e atividade educacional.
5. Do ponto de vista dinˆamico a cultura pode ser analisada numa s´erie de aspectos
tais como: educa¸c˜ao, controle social, economia, sistemas de conhecimento, cren¸ca e
moralidade e tamb´em modos de express˜ao criadora e art´ıstica.
1.3 M´etodo funcionalista
Refere-se ao estudo das culturas sob o ponto de vista da fun¸c˜ao, ou seja, ressalta a
funcionalidade de cada unidade da cultura no contexto cultural global. Uma caracter´ıstica
5. 3
da abordagem funcional ´e descobrir as conven¸c˜oes existentes em uma cultura e saber como
funcional.
Averiguar as fun¸c˜oes de usos e costumes de determinada cultura que levam a uma
identidade cultural, observa¸c˜ao, entrevista, etc.
As formas de pensar e agir de grupos diferentes devem merecer o maior respeito
poss´ıvel e, por isso, seria injusto a introdu¸c˜ao deliberada de mudan¸cas no interior dessas
culturas.
Por exemplo: o ensino do cristianismo entre grupos tribais brasileiros durante prati-
camente quinhentos anos foi uma violˆencia e um desrespeito `a cultura ind´ıgena.
Para os antrop´ologos, a cultura tem significado amplo: engloba os modos comuns e
aprendidos da vida transmitidos pelos indiv´ıduos e grupos em sociedade.
6. 4
2 Estruturalismo
2.1 Considera¸c˜oes Gerais
O estruturalismo ´e uma esp´ecie de refinamento do funcionalismo. Mas ambos possuem
modelos de abordagem que permitem explicar o aspecto sincrˆonico da cultura; ou seja,
tanto o funcionalismo e o estruturalismo de L´evi-Strauss defendem a tese da possibilidade
de explica¸c˜ao da cultura e da sociedade sem uma incurs˜ao necess´aria na hist´oria. E
ainda s˜ao constitu´ıdas por uma an´alise sistem´atica e caracter´ısticas do positivismo. No
entanto, apesar das semelhan¸cas, existem muitas diferen¸cas entre ambos e, a partir dos
pr´oximos t´opicos, faremos com que as mesmas sejam percebidas, delimitando e indicando
suas peculiaridades.
2.2 Conceito de estrutura em L´evi-Strauss
Quando se fala em estrutura, pensa-se em algo s´olido e fundamental. Algo dotado de
substˆancia.
Para Etienne Wolf, ela significa apenas maneira como as partes de um todo est˜ao
dispostas entre si.
Benveniste, ao escrever sobre o termo “estrutura” na ling¨u´ıstica, atribui sua origem
aos cursos de Ferdinand de Saussure. Suas considera¸c˜oes nos permitem entender que a
centraliza¸c˜ao da vis˜ao no aspecto sistˆemico garante muita coisa comum entre o funciona-
lismo e o estruturalismo de L´evi-Strauss.
A principal diferen¸ca entre o conceito de estrutura usado por Radcliffe Brown e o
que aparece em L´evi-Strauss est´a no fato de que para este, a estrutura seria apenas uma
matriz ou modelo de an´alise constru´ıdo a partir da observa¸c˜ao da realidade social.
L´evi-Strauss percebeu dois tipos de dinˆamica na realidade social: uma previs´ıvel
porque prevista no pr´oprio sistema ou estrutura, outra imprevis´ıvel, isto ´e, imponder´avel,
7. 5
por se dever a casos e circusntˆancias ex´ogenas `a estrutura.
2.3 Estrutura e Consciˆencia
A id´eia de “estruturas mentais incoscientes” como universal e considerando-se estarem
elas por tr´as de todas as culturas sendo respons´aveis pelas formas particulares assumidas
nas mesmas, aproxima bastante L´evi-Strauss dos evolucionistas.
A respeito dos modelos conscientes e insconscientes, nosso autor considera as abor-
dagens tradicionais da antropologia incapazes de captar os inconscientes, dos quais os
modelos conscientes n˜ao passam de efeitos deformados.
Apesar de n˜ao ser ignorada, a considera¸c˜ao do inconsciente no agir humano perde
muito valor para os estudiosos frente `a grande dificuldade que h´a em se atingir o iinconsci-
ente e `a vulnerabilidade a que fica exposto o pr´oprio pesquisador, podendo se comprometer
pelo uso de modelos pr´e-fabricados pelo pr´oprio inconsciente.
Segundo o professor Roberto Motta, a postula¸c˜ao expl´ıcita de estruturas mentais a-
hist´oricas de reciprocidade, inatos ao c´erebro humano constitui-se em um grande equ´ıvoco
e um passo mortal.
Em rela¸c˜ao `as coloca¸c˜oes de L´evi-Strauss, concordamos em que s˜ao ecl´eticas, me-
taf´oricas e contest´aveis.
2.4 Culturas Frias e Culturas Quentes
Por achar que ´e mais f´acil detectar as estruturas mentais inconscientes b´asicas a partir
de sociedades simples do que no seio das sociedades complexas, L´evi-Strauss enaltece a
harmonia e sabedoria das culturas dos povos simples — chamadas por ele de sociedades
frias ou culturas frias —, parecendo at´e ser partid´ario da teoria da evolu¸c˜ao ou decadˆencia
da humanidade — afinal, as sociedades “quentes” dotadas de hist´oria ou inseridas na roda
viva da hist´oria — afastam-se cada vez mais da ordem “natural”, “naturalmente boa”.
Sabe-se, no entanto, que a diferen¸ca entre sociedades “frias” e sociedades “quentes”
n˜ao pode se explicar pelas estruturas mentais inconscientes nem pela pr´opria estrutura
concreta que L´evi-Strauss visa atingir.
Parece que o problema entre sociedades frias e quentes est´a em que uma ´e simples e
a outra, complexa, uma tem controle centralizado e a outra, um controle difuso.
8. 6
Vende a hist´oria como uma realidade dial´etica, e a partir da perspectiva de que a forma
atual de uma cultura ´e apenas uma forma poss´ıvel, o estruturalismo de L´evi-Strauss parece
´util ao estudo da cultura, da realidade hist´orica e humana. Seus m´etodos s˜ao v´alidos mas
as suas conclus˜oes nem sempre o s˜ao por se tornar tendencioso.
Referˆencia Bibliogr´afica
MARCONI, M. de A. PRESOTTO, Z. M. N. Antropologia: uma introdu¸c˜ao. S˜ao Paulo:
Atlas, 1985.