Este documento resume a perspectiva hierárquica de Louis Dumont sobre a relação entre indivíduo e sociedade. Dumont define holismo e individualismo como ideologias fundamentais e opostas que estruturam as sociedades tradicionais e modernas. Ele propõe analisar essas ideologias como totalidades onde partes se relacionam de forma hierárquica. A perspectiva de Dumont permite uma análise crítica e relativizada das noções de indivíduo e sociedade.
Este documento discute como o método dialético pode auxiliar na análise do real ao permitir uma visão totalizante que integra os diferentes elementos da sociedade. A dialética rompe com uma visão fragmentada da realidade, entendendo que todos os aspectos estão interligados, e ajuda a perceber como as condições sociais e históricas influenciam os fenômenos observáveis.
A ideia para este curso partiu da observação de diversos infográficos elaborados por grupos de pesquisa e de monitoramento do comportamento nas redes sociais.
Dentre estes, chamou-me a atenção o recente e interessante infográfico elaborado pelo grupo norte americano Psychology Degree intitulado “A psicologia das redes sociais”.
Para iluminar algumas dinâmicas próprias da psicologia nas redes sociais, proponho partir de duas observações acerca da natureza humana feitas pelo filósofo grego Aristóteles:
a) A primeira é de que o ser humano é essencialmente um animal social;
b) A segunda é a de que a vontade de conhecer é natural e determinante na constituição dos seres humanos.
Rupturas?
A partir destas duas constatações, defendo que as redes sociais e a era digital nada mais fazem do que fornecer meios em que a dimensão social e conhecedora (curiosa) dos seres humanos é potencializada e amplificada a níveis jamais experimentados na história.
Assim, argumento que a era digital não implica uma ruptura com dinâmicas e comportamentos anteriores, mas que, antes de tudo, potencializa e amplifica a característica social e curiosa dos seres humanos.
O ser humano sempre foi social. Desde o tempo das cavernas. A busca por conhecimento, um móvel onipresente na história da humanidade.
E se não no mesmo nível de profundidade e abrangência, sempre existiram redes sociais e compartilhamento de experiências. A vida em comunidade, central nas relações humanas.
O papel do olhar na relação com o mundo:
Abro um parêntese aqui para lembrar que Aristóteles foi um filósofo que postulava que o conhecimento tinha como ponto de partida os sentidos humanos.
Donde, a relação entre prazer físico das sensações e a busca pelo conhecimento.
Dos cinco sentidos, somente a audição (referida à linguagem) rivaliza com a visão no léxico do conhecimento. Os demais, ou estão ausentes ou operam como metáforas da visão. Falamos em captar uma idéia ou em agarrá-la. Dizemos que um conceito contém ou envolve certas determinações e que as compreendemos (as seguramos juntas) ou as explicamos (as desdobramos uma a uma).
Destaca-se aqui a sensação visual como sentido privilegiado no processo de busca do conhecimento:
Como informa Marilena Chaui (39), lemos nos livros de Aristóteles Sobre a Alma e Sobre a Sensação, que a despeito de o tato estar espalhado pelo corpo e assim estar mais apto para a investigação, a vista é o sentido que mais nos causa prazer.
Para reforçar esta abordagem recorro também ao filósofo francês Maurice Merleau- Ponty. Em obras seminais da filosofia contemporânea como “A fenomenologia da Percepção” e “O visível e o invisível”, o filósofo afirma que a prevalência do olhar sobre os demais sentidos se dá justamente porque ver é ter à distância. Por suas características o olhar permite tocar, apalpar, viajar no meio das coisas sem precisar se apropriar delas. Ter e co
Este artigo discute a relação entre indivíduo e grupo a partir da perspectiva do paradigma da complexidade de Edgar Morin. A dicotomia entre indivíduo e sociedade é apresentada como problemática e abordada de diferentes formas por diversos autores ao longo da história. Morin defende uma abordagem que considera as inter-relações entre indivíduo, grupo e contexto maior de forma dialógica e sistêmica, sem reduzir um ao outro.
1) O documento discute a teoria do habitus de Pierre Bourdieu e como ela pode ajudar a entender a construção de identidades sociais no mundo contemporâneo.
2) O conceito de habitus é apresentado como uma noção que media a relação entre condicionamentos sociais externos e subjetividade dos sujeitos.
3) Discute-se a origem do conceito em autores como Aristóteles, Durkheim e como Bourdieu o sistematizou para analisar a coerência entre práticas e condições sociais.
1) O documento discute a compreensão metodológica do autor, comparando os métodos dialético de Hegel e Marx.
2) Marx e Engels se opuseram ao entendimento idealista da história de Hegel, propondo em vez disso uma dialética materialista focada nas relações sociais de produção e na luta de classes.
3) O autor defende o uso do materialismo dialético de Marx e Engels para analisar as realidades sociais, considerando as relações sociais concretas e a unidade na diversidade como um processo de síntese.
O documento discute a teoria da ação comunicativa de Habermas e como ela fornece uma nova proposta para o desenvolvimento humano e emancipação. A teoria de Habermas enfatiza a importância do diálogo e da construção de valores através da comunicação, em oposição às abordagens positivistas e marxistas tradicionais. Ele argumenta que o desenvolvimento moral e a emancipação ocorrem principalmente no "mundo da vida", onde as pessoas se comunicam e constroem significados juntos.
1) O documento resume o conceito de diferenciação funcional de Niklas Luhmann, que define a sociedade moderna como tendo diferentes subsistemas autopoiéticos como política, economia e arte.
2) Luhmann argumenta que a diferenciação funcional representa um estágio evolutivo único da sociedade, no qual cada subsistema se torna autônomo em relação aos outros.
3) O autor comparará a abordagem de Luhmann com a de Max Weber, que também analisou as relações entre as esferas sociais, porém de forma mais
Este documento discute a evolução dos paradigmas da ciência e suas influências na constituição do sujeito. Apresenta como os paradigmas mudaram ao longo da história, passando de explicações sobrenaturais para abordagens racionais e, posteriormente, positivistas. Argumenta que o paradigma atual precisa superar a fragmentação do conhecimento produzida pelos paradigmas anteriores para entender a constituição do sujeito na intersubjetividade.
Este documento discute como o método dialético pode auxiliar na análise do real ao permitir uma visão totalizante que integra os diferentes elementos da sociedade. A dialética rompe com uma visão fragmentada da realidade, entendendo que todos os aspectos estão interligados, e ajuda a perceber como as condições sociais e históricas influenciam os fenômenos observáveis.
A ideia para este curso partiu da observação de diversos infográficos elaborados por grupos de pesquisa e de monitoramento do comportamento nas redes sociais.
Dentre estes, chamou-me a atenção o recente e interessante infográfico elaborado pelo grupo norte americano Psychology Degree intitulado “A psicologia das redes sociais”.
Para iluminar algumas dinâmicas próprias da psicologia nas redes sociais, proponho partir de duas observações acerca da natureza humana feitas pelo filósofo grego Aristóteles:
a) A primeira é de que o ser humano é essencialmente um animal social;
b) A segunda é a de que a vontade de conhecer é natural e determinante na constituição dos seres humanos.
Rupturas?
A partir destas duas constatações, defendo que as redes sociais e a era digital nada mais fazem do que fornecer meios em que a dimensão social e conhecedora (curiosa) dos seres humanos é potencializada e amplificada a níveis jamais experimentados na história.
Assim, argumento que a era digital não implica uma ruptura com dinâmicas e comportamentos anteriores, mas que, antes de tudo, potencializa e amplifica a característica social e curiosa dos seres humanos.
O ser humano sempre foi social. Desde o tempo das cavernas. A busca por conhecimento, um móvel onipresente na história da humanidade.
E se não no mesmo nível de profundidade e abrangência, sempre existiram redes sociais e compartilhamento de experiências. A vida em comunidade, central nas relações humanas.
O papel do olhar na relação com o mundo:
Abro um parêntese aqui para lembrar que Aristóteles foi um filósofo que postulava que o conhecimento tinha como ponto de partida os sentidos humanos.
Donde, a relação entre prazer físico das sensações e a busca pelo conhecimento.
Dos cinco sentidos, somente a audição (referida à linguagem) rivaliza com a visão no léxico do conhecimento. Os demais, ou estão ausentes ou operam como metáforas da visão. Falamos em captar uma idéia ou em agarrá-la. Dizemos que um conceito contém ou envolve certas determinações e que as compreendemos (as seguramos juntas) ou as explicamos (as desdobramos uma a uma).
Destaca-se aqui a sensação visual como sentido privilegiado no processo de busca do conhecimento:
Como informa Marilena Chaui (39), lemos nos livros de Aristóteles Sobre a Alma e Sobre a Sensação, que a despeito de o tato estar espalhado pelo corpo e assim estar mais apto para a investigação, a vista é o sentido que mais nos causa prazer.
Para reforçar esta abordagem recorro também ao filósofo francês Maurice Merleau- Ponty. Em obras seminais da filosofia contemporânea como “A fenomenologia da Percepção” e “O visível e o invisível”, o filósofo afirma que a prevalência do olhar sobre os demais sentidos se dá justamente porque ver é ter à distância. Por suas características o olhar permite tocar, apalpar, viajar no meio das coisas sem precisar se apropriar delas. Ter e co
Este artigo discute a relação entre indivíduo e grupo a partir da perspectiva do paradigma da complexidade de Edgar Morin. A dicotomia entre indivíduo e sociedade é apresentada como problemática e abordada de diferentes formas por diversos autores ao longo da história. Morin defende uma abordagem que considera as inter-relações entre indivíduo, grupo e contexto maior de forma dialógica e sistêmica, sem reduzir um ao outro.
1) O documento discute a teoria do habitus de Pierre Bourdieu e como ela pode ajudar a entender a construção de identidades sociais no mundo contemporâneo.
2) O conceito de habitus é apresentado como uma noção que media a relação entre condicionamentos sociais externos e subjetividade dos sujeitos.
3) Discute-se a origem do conceito em autores como Aristóteles, Durkheim e como Bourdieu o sistematizou para analisar a coerência entre práticas e condições sociais.
1) O documento discute a compreensão metodológica do autor, comparando os métodos dialético de Hegel e Marx.
2) Marx e Engels se opuseram ao entendimento idealista da história de Hegel, propondo em vez disso uma dialética materialista focada nas relações sociais de produção e na luta de classes.
3) O autor defende o uso do materialismo dialético de Marx e Engels para analisar as realidades sociais, considerando as relações sociais concretas e a unidade na diversidade como um processo de síntese.
O documento discute a teoria da ação comunicativa de Habermas e como ela fornece uma nova proposta para o desenvolvimento humano e emancipação. A teoria de Habermas enfatiza a importância do diálogo e da construção de valores através da comunicação, em oposição às abordagens positivistas e marxistas tradicionais. Ele argumenta que o desenvolvimento moral e a emancipação ocorrem principalmente no "mundo da vida", onde as pessoas se comunicam e constroem significados juntos.
1) O documento resume o conceito de diferenciação funcional de Niklas Luhmann, que define a sociedade moderna como tendo diferentes subsistemas autopoiéticos como política, economia e arte.
2) Luhmann argumenta que a diferenciação funcional representa um estágio evolutivo único da sociedade, no qual cada subsistema se torna autônomo em relação aos outros.
3) O autor comparará a abordagem de Luhmann com a de Max Weber, que também analisou as relações entre as esferas sociais, porém de forma mais
Este documento discute a evolução dos paradigmas da ciência e suas influências na constituição do sujeito. Apresenta como os paradigmas mudaram ao longo da história, passando de explicações sobrenaturais para abordagens racionais e, posteriormente, positivistas. Argumenta que o paradigma atual precisa superar a fragmentação do conhecimento produzida pelos paradigmas anteriores para entender a constituição do sujeito na intersubjetividade.
Este documento discute os conceitos-chave do estruturalismo de acordo com Jean Piaget. Ele define estrutura como um sistema de transformações que se auto-regula através de suas próprias leis internas, sem depender de elementos externos. O documento também explora os temas da totalidade estrutural, das transformações que compõem uma estrutura, e da relação entre estrutura e gênese.
Pressupostos para a construção de uma sociologia das redes sociaisLeonor Alves
Este artigo discute os pressupostos para o desenvolvimento de uma sociologia especializada em análise de redes sociais. Aborda conceitos-chave como redes sociais, paradigma, estruturas sociais e como a análise de redes pode fornecer novas perspectivas para entender fenômenos sociais. Também discute a evolução histórica do estudo de redes sociais e sua relação com disciplinas como antropologia, sociologia e matemática.
1. O documento discute as raízes marxistas do pensamento de Vigotski e como o marxismo influenciou seu desenvolvimento da psicologia histórico-cultural.
2. Vigotski incorporou métodos e princípios marxistas como o materialismo histórico-dialético e a noção de mediação por ferramentas e signos.
3. Tentativas de separar Vigotski do marxismo subestimam suas escolhas metodológicas e desrespeitam suas convicções teóricas.
O documento discute o conceito de ideologia e sua evolução histórica. Aponta que inicialmente a ideologia era vista como produto da subjetividade individual, mas que posteriormente passou a ser entendida como tendo funções sociais objetivas, ligadas às condições históricas e divisão social do trabalho. Também mostra como o Iluminismo passou a ver os preconceitos como sendo funcionalmente mantidos pelos poderosos, ainda que os Encyclopedistas não tivessem uma visão unânime sobre a origem objetiva da ideologia.
Questões de psicologia - Livro psicologias uma nova introduçãoStefanie Rodrigues
O documento discute a evolução da psicologia como ciência independente desde o século XIX. Apresenta as visões de Wundt, Titchener, os funcionalistas americanos e Watson sobre o objeto de estudo da psicologia e a emergência do comportamentalismo. Critica as propostas humanistas por se concentrarem apenas na compreensão subjetiva em vez de também explicar comportamentos.
O documento discute as teorias da complexidade e o pensamento ecossistêmico. Apresenta princípios como auto-organização, emergência, conectividade e caos que são comuns às teorias da complexidade. Discute também a intersubjetividade, interatividade e mudança no contexto do pensamento ecossistêmico. Finaliza questionando quais elementos das teorias da complexidade e pressupostos do pensamento ecossistêmico podem ser aplicados ao estudo de ambientes virtuais de aprendizagem.
1) O documento discute a evolução da Psicologia Social e como ela passou de uma abordagem positivista para uma perspectiva materialista-histórica.
2) Inicialmente, a Psicologia Social focava em descrever comportamentos de forma isolada, sem considerar fatores sociais e históricos, o que levava a reproduzir a ideologia dominante.
3) Posteriormente, passou-se a entender que o ser humano deve ser visto como produto e produtor da história da sociedade, e não apenas de estímulos individuais,
O documento apresenta um resumo do livro "O discurso filosófico da modernidade" de Jürgen Habermas. O autor argumenta que Habermas faz uma retomada da Teoria Crítica ao desvelar a crise da modernidade e propor uma solução prática na forma da Teoria da Ação Comunicativa, que poderia indicar caminhos para a interdisciplinaridade necessária na compreensão de objetos complexos como a questão ambiental. Adiante, o autor explica como Habermas analisa três vertentes filosóficas surgidas após Hegel e como a
Teorias da comunição resenha de consciência moral e agir comunicativo de jürg...Professor Sérgio Duarte
O documento resume a teoria da consciência moral e do agir comunicativo de Jürgen Habermas. Habermas propõe que a consciência moral se desenvolve através do discurso, permitindo a aplicação inteligente de princípios morais universais no agir comunicativo entre os atores sociais. Ele introduz o princípio da universalização como regra de argumentação para os discursos filosóficos e sociológicos.
O documento discute a história e desenvolvimento da teoria das representações sociais, desde seus primeiros conceitos em Durkheim e Wundt até seu amadurecimento com Moscovici. Aborda as diferenças entre as abordagens europeia e americana e como teóricos como Allport, Mead e Freud contribuíram para a compreensão das representações individuais e coletivas.
Habermas foi um importante teórico crítico do movimento estudantil na década de 1960 e é considerado um dos últimos representantes da Escola de Frankfurt. Seu pensamento procura criar uma teoria social crítica baseada em uma teoria da sociedade e da razão que inclua teoria e prática. Ele parte do pressuposto que todo o conhecimento é influenciado por interesses, distinguindo interesses técnicos, comunicativos e emancipatórios.
1) Habermas discute se existem respostas pós-metafísicas para questões sobre como viver bem.
2) Antigamente, filosofias ofereciam modelos de vida exemplares, mas hoje o pluralismo torna isso impossível.
3) O liberalismo político defende que cada um decida seu próprio projeto de vida, desde que respeite a liberdade e igualdade dos outros.
O documento discute a evolução histórica da Psicologia Social, desde sua fundação por Wundt até as teorias contemporâneas. Ao longo do tempo, houve debates sobre se a Psicologia Social deveria ser vista como parte da Psicologia ou da Sociologia. Teóricos como Ramos, Rodrigues e Lane debateram como compreender a relação entre indivíduo e sociedade, com visões diferentes sobre o grau em que o indivíduo é influenciado ou pode influenciar a sociedade.
1) O documento discute a reconstrução teórica do conceito de comunidade virtual e sua aplicação às relações online.
2) Analisa as teorias clássicas de sociologia sobre comunidade de autores como Tönies, Durkheim e Weber.
3) Discute como o conceito de comunidade foi adaptado para explicar os agrupamentos formados no ciberespaço.
1. O documento discute a contribuição do sociólogo Pierre Bourdieu para os estudos organizacionais, especialmente no que se refere aos conceitos de campo, capital e hábito.
2. Analisa como esses conceitos vêm sendo aplicados pelos pesquisadores, de forma fragmentada, negligenciando outros aspectos importantes da obra de Bourdieu.
3. Defende que a teoria de Bourdieu pode fornecer novas perspectivas para teorias como a Nova Teoria Institucional, além de contribuir para uma reflexão sobre as próprias práticas acad
[1] O documento apresenta uma resenha do livro "Introdução ao Pensamento Complexo" de Edgar Morin, que propõe um novo paradigma para o pensamento baseado na complexidade. [2] Morin critica o "paradigma da simplicidade" que reduz a realidade a conceitos simplistas e defende que o pensamento complexo integra diferentes campos do conhecimento sem reduzi-los. [3] O livro discute como a ciência moderna reconheceu a complexidade do universo e como o pensamento complexo pode unificar a ciência.
Trabalho sociologia atualizado (sara magalhães)Leonor Alves
O documento descreve os métodos e técnicas da sociologia de Émile Durkheim, incluindo seu método sociológico, métodos de investigação e análise. Durkheim via a sociedade como um organismo vivo e acreditava que os fatos sociais devem ser tratados objetivamente e estudados externamente aos indivíduos. Ele também enfatizou que a sociedade exerce pressão sobre os indivíduos por meio de normas e crenças compartilhadas.
Este documento discute a noção de pessoa em psicologia social, comparando termos como pessoa, indivíduo e sujeito. Apresenta a perspectiva evolutiva de Marcel Mauss sobre a noção de pessoa, desde formas primitivas até se tornar uma categoria psicológica moderna. Também aborda como Mead, Foucault e outros contribuíram para entender essas noções, sem pretender chegar a um conceito único, mas incentivando uma reflexão crítica sobre os termos usados.
A psicologia social surgiu no século XX para estabelecer uma ponte entre a psicologia e as ciências sociais, tendo como objeto de estudo o comportamento dos indivíduos em interação. Ela aborda conceitos como percepção social, comunicação, atitudes, processo de socialização, grupos sociais e papéis sociais. Recentemente, novas configurações familiares, como casais homoafetivos e famílias homoparentais, vêm desafiando modelos tradicionais.
Este resumo analisa o livro "Representações Sociais: Investigações em Psicologia Social", do psicólogo social Serge Moscovici. O livro discute a teoria das representações sociais e sua contribuição à psicologia social. Moscovici defende que as representações sociais são sistemas de ideias que auxiliam na compreensão do mundo e são compartilhadas socialmente através de processos como ancoragem e objetivação. O livro também analisa conceitos-chave da teoria das representações sociais e sua relevância para entender como o conhecimento
O documento apresenta uma discussão sobre a história da psicologia social no Brasil e no Ocidente. Primeiro, aborda brevemente diferentes perspectivas para contar histórias e como a visão positivista influenciou a narrativa tradicional da história da psicologia social. Em seguida, destaca alguns pontos esquecidos da história, como o "repúdio positivista de Wundt". Por fim, aponta a importância de considerar instituições e fatos históricos, ao invés de apenas ideias e autores, para entender o
1) O professor Patrick Charaudeau discute como a análise do discurso é uma área interdisciplinar que estuda a linguagem humana em sociedade e as relações de poder.
2) Três principais objetos de estudo da análise do discurso são o discurso midiático, o discurso político e o discurso científico.
3) Charaudeau argumenta que conceber o sujeito como mero portador de ideias da sociedade é limitado e que é importante estudar a agência e identidades plurais do sujeito contemporâneo
Este documento discute os conceitos-chave do estruturalismo de acordo com Jean Piaget. Ele define estrutura como um sistema de transformações que se auto-regula através de suas próprias leis internas, sem depender de elementos externos. O documento também explora os temas da totalidade estrutural, das transformações que compõem uma estrutura, e da relação entre estrutura e gênese.
Pressupostos para a construção de uma sociologia das redes sociaisLeonor Alves
Este artigo discute os pressupostos para o desenvolvimento de uma sociologia especializada em análise de redes sociais. Aborda conceitos-chave como redes sociais, paradigma, estruturas sociais e como a análise de redes pode fornecer novas perspectivas para entender fenômenos sociais. Também discute a evolução histórica do estudo de redes sociais e sua relação com disciplinas como antropologia, sociologia e matemática.
1. O documento discute as raízes marxistas do pensamento de Vigotski e como o marxismo influenciou seu desenvolvimento da psicologia histórico-cultural.
2. Vigotski incorporou métodos e princípios marxistas como o materialismo histórico-dialético e a noção de mediação por ferramentas e signos.
3. Tentativas de separar Vigotski do marxismo subestimam suas escolhas metodológicas e desrespeitam suas convicções teóricas.
O documento discute o conceito de ideologia e sua evolução histórica. Aponta que inicialmente a ideologia era vista como produto da subjetividade individual, mas que posteriormente passou a ser entendida como tendo funções sociais objetivas, ligadas às condições históricas e divisão social do trabalho. Também mostra como o Iluminismo passou a ver os preconceitos como sendo funcionalmente mantidos pelos poderosos, ainda que os Encyclopedistas não tivessem uma visão unânime sobre a origem objetiva da ideologia.
Questões de psicologia - Livro psicologias uma nova introduçãoStefanie Rodrigues
O documento discute a evolução da psicologia como ciência independente desde o século XIX. Apresenta as visões de Wundt, Titchener, os funcionalistas americanos e Watson sobre o objeto de estudo da psicologia e a emergência do comportamentalismo. Critica as propostas humanistas por se concentrarem apenas na compreensão subjetiva em vez de também explicar comportamentos.
O documento discute as teorias da complexidade e o pensamento ecossistêmico. Apresenta princípios como auto-organização, emergência, conectividade e caos que são comuns às teorias da complexidade. Discute também a intersubjetividade, interatividade e mudança no contexto do pensamento ecossistêmico. Finaliza questionando quais elementos das teorias da complexidade e pressupostos do pensamento ecossistêmico podem ser aplicados ao estudo de ambientes virtuais de aprendizagem.
1) O documento discute a evolução da Psicologia Social e como ela passou de uma abordagem positivista para uma perspectiva materialista-histórica.
2) Inicialmente, a Psicologia Social focava em descrever comportamentos de forma isolada, sem considerar fatores sociais e históricos, o que levava a reproduzir a ideologia dominante.
3) Posteriormente, passou-se a entender que o ser humano deve ser visto como produto e produtor da história da sociedade, e não apenas de estímulos individuais,
O documento apresenta um resumo do livro "O discurso filosófico da modernidade" de Jürgen Habermas. O autor argumenta que Habermas faz uma retomada da Teoria Crítica ao desvelar a crise da modernidade e propor uma solução prática na forma da Teoria da Ação Comunicativa, que poderia indicar caminhos para a interdisciplinaridade necessária na compreensão de objetos complexos como a questão ambiental. Adiante, o autor explica como Habermas analisa três vertentes filosóficas surgidas após Hegel e como a
Teorias da comunição resenha de consciência moral e agir comunicativo de jürg...Professor Sérgio Duarte
O documento resume a teoria da consciência moral e do agir comunicativo de Jürgen Habermas. Habermas propõe que a consciência moral se desenvolve através do discurso, permitindo a aplicação inteligente de princípios morais universais no agir comunicativo entre os atores sociais. Ele introduz o princípio da universalização como regra de argumentação para os discursos filosóficos e sociológicos.
O documento discute a história e desenvolvimento da teoria das representações sociais, desde seus primeiros conceitos em Durkheim e Wundt até seu amadurecimento com Moscovici. Aborda as diferenças entre as abordagens europeia e americana e como teóricos como Allport, Mead e Freud contribuíram para a compreensão das representações individuais e coletivas.
Habermas foi um importante teórico crítico do movimento estudantil na década de 1960 e é considerado um dos últimos representantes da Escola de Frankfurt. Seu pensamento procura criar uma teoria social crítica baseada em uma teoria da sociedade e da razão que inclua teoria e prática. Ele parte do pressuposto que todo o conhecimento é influenciado por interesses, distinguindo interesses técnicos, comunicativos e emancipatórios.
1) Habermas discute se existem respostas pós-metafísicas para questões sobre como viver bem.
2) Antigamente, filosofias ofereciam modelos de vida exemplares, mas hoje o pluralismo torna isso impossível.
3) O liberalismo político defende que cada um decida seu próprio projeto de vida, desde que respeite a liberdade e igualdade dos outros.
O documento discute a evolução histórica da Psicologia Social, desde sua fundação por Wundt até as teorias contemporâneas. Ao longo do tempo, houve debates sobre se a Psicologia Social deveria ser vista como parte da Psicologia ou da Sociologia. Teóricos como Ramos, Rodrigues e Lane debateram como compreender a relação entre indivíduo e sociedade, com visões diferentes sobre o grau em que o indivíduo é influenciado ou pode influenciar a sociedade.
1) O documento discute a reconstrução teórica do conceito de comunidade virtual e sua aplicação às relações online.
2) Analisa as teorias clássicas de sociologia sobre comunidade de autores como Tönies, Durkheim e Weber.
3) Discute como o conceito de comunidade foi adaptado para explicar os agrupamentos formados no ciberespaço.
1. O documento discute a contribuição do sociólogo Pierre Bourdieu para os estudos organizacionais, especialmente no que se refere aos conceitos de campo, capital e hábito.
2. Analisa como esses conceitos vêm sendo aplicados pelos pesquisadores, de forma fragmentada, negligenciando outros aspectos importantes da obra de Bourdieu.
3. Defende que a teoria de Bourdieu pode fornecer novas perspectivas para teorias como a Nova Teoria Institucional, além de contribuir para uma reflexão sobre as próprias práticas acad
[1] O documento apresenta uma resenha do livro "Introdução ao Pensamento Complexo" de Edgar Morin, que propõe um novo paradigma para o pensamento baseado na complexidade. [2] Morin critica o "paradigma da simplicidade" que reduz a realidade a conceitos simplistas e defende que o pensamento complexo integra diferentes campos do conhecimento sem reduzi-los. [3] O livro discute como a ciência moderna reconheceu a complexidade do universo e como o pensamento complexo pode unificar a ciência.
Trabalho sociologia atualizado (sara magalhães)Leonor Alves
O documento descreve os métodos e técnicas da sociologia de Émile Durkheim, incluindo seu método sociológico, métodos de investigação e análise. Durkheim via a sociedade como um organismo vivo e acreditava que os fatos sociais devem ser tratados objetivamente e estudados externamente aos indivíduos. Ele também enfatizou que a sociedade exerce pressão sobre os indivíduos por meio de normas e crenças compartilhadas.
Este documento discute a noção de pessoa em psicologia social, comparando termos como pessoa, indivíduo e sujeito. Apresenta a perspectiva evolutiva de Marcel Mauss sobre a noção de pessoa, desde formas primitivas até se tornar uma categoria psicológica moderna. Também aborda como Mead, Foucault e outros contribuíram para entender essas noções, sem pretender chegar a um conceito único, mas incentivando uma reflexão crítica sobre os termos usados.
A psicologia social surgiu no século XX para estabelecer uma ponte entre a psicologia e as ciências sociais, tendo como objeto de estudo o comportamento dos indivíduos em interação. Ela aborda conceitos como percepção social, comunicação, atitudes, processo de socialização, grupos sociais e papéis sociais. Recentemente, novas configurações familiares, como casais homoafetivos e famílias homoparentais, vêm desafiando modelos tradicionais.
Este resumo analisa o livro "Representações Sociais: Investigações em Psicologia Social", do psicólogo social Serge Moscovici. O livro discute a teoria das representações sociais e sua contribuição à psicologia social. Moscovici defende que as representações sociais são sistemas de ideias que auxiliam na compreensão do mundo e são compartilhadas socialmente através de processos como ancoragem e objetivação. O livro também analisa conceitos-chave da teoria das representações sociais e sua relevância para entender como o conhecimento
O documento apresenta uma discussão sobre a história da psicologia social no Brasil e no Ocidente. Primeiro, aborda brevemente diferentes perspectivas para contar histórias e como a visão positivista influenciou a narrativa tradicional da história da psicologia social. Em seguida, destaca alguns pontos esquecidos da história, como o "repúdio positivista de Wundt". Por fim, aponta a importância de considerar instituições e fatos históricos, ao invés de apenas ideias e autores, para entender o
1) O professor Patrick Charaudeau discute como a análise do discurso é uma área interdisciplinar que estuda a linguagem humana em sociedade e as relações de poder.
2) Três principais objetos de estudo da análise do discurso são o discurso midiático, o discurso político e o discurso científico.
3) Charaudeau argumenta que conceber o sujeito como mero portador de ideias da sociedade é limitado e que é importante estudar a agência e identidades plurais do sujeito contemporâneo
Este documento apresenta o programa de uma disciplina sobre novas abordagens do self e da subjetividade a partir da perspectiva construcionista social. A disciplina abordará concepções de self como narrativas, construções sociais e processos relacionais, analisando autores como Gergen, Bruner e outros. Serão avaliados relatos autobiográficos e análises de textos narrativos dos estudantes.
1. O documento discute a importância do uso rigoroso dos referenciais teóricos nas ciências humanas.
2. Apresenta os conceitos de pressupostos teóricos e paradigmas que devem ser considerados para escolher referenciais compatíveis.
3. Discutem-se equívocos como combinar referenciais incompatíveis de diferentes tradições teóricas.
Informação e comunicação em habermas e luhmannClovis de Lima
1. O documento discute as teorias da comunicação e intersubjetividade de Jürgen Habermas e Niklas Luhmann.
2. Habermas define comunicação como ações comunicativas ancoradas em intersubjetividade e mundo da vida, enquanto Luhmann vê comunicação como processo autopoiético de seleção de sentido em sistemas fechados.
3. O conceito de intersubjetividade é central para Habermas por ser um pressuposto paradoxal, ao passo que Luhmann rejeita pressupostos normativos na comunicação.
A pós-modernidade é caracterizada pela perplexidade diante de inúmeros dilemas nos campos do saber e da vida. Os três principais métodos de pesquisa pós-moderna são a desconstrução, a interpretação e a desmistificação, que compartilham três dispositivos comuns: o relativismo, a imanência e a auto-reflexividade.
1 burrel e_morgan - sociological paradigms and organizational analysisClaudinei de Almeida
Este documento apresenta um resumo do livro "Sociological Paradigms and Organizational Analysis" de Burrell & Morgan. O livro propõe que a teoria social pode ser concebida em termos de quatro paradigmas fundamentados em diferentes conjuntos de pressupostos sobre a natureza da sociedade e da ciência social. Cada paradigma gera teorias e perspectivas distintas sobre organizações. O livro usa esse esquema analítico para mapear teorias sociais e organizacionais de acordo com suas origens intelectuais.
O documento discute as diferenças entre a teoria tradicional e a teoria crítica segundo Horkheimer e Adorno. A teoria tradicional aplica o método das ciências naturais às ciências sociais de forma rígida e descritiva, enquanto a teoria crítica vê a sociedade como resultado da ação humana e busca a emancipação. A teoria crítica reconhece que saber e agir podem ser pensados juntos para transformar a realidade social.
Estereótipos femininos fomentados pelos meios de comunicaçãoCassia Barbosa
1) O documento discute os estereótipos femininos perpetuados pelos meios de comunicação de massa. 2) Ele argumenta que esses meios promovem visões estereotipadas das mulheres que reforçam desigualdades de gênero. 3) A autora defende que é necessário questionar essas representações limitadas para avançar em direção a maior igualdade.
Métodos e técnicas em ciências sociais neusaLeonor Alves
O documento discute os métodos e técnicas em ciências sociais, descrevendo o método sociológico de Émile Durkheim e suas críticas a outros pensadores. Também apresenta etapas e técnicas de investigação sociológica como questionários, entrevistas e observação participante.
[1] O documento discute a evolução da Sociologia como ciência, desde seus fundadores como Comte e Durkheim até teóricos contemporâneos como Wallerstein. [2] Apresenta as principais abordagens teóricas da Sociologia, como o funcionalismo de Comte e Durkheim, a compreensão de Weber e o materialismo dialético de Marx. [3] Destaca a teoria do sistema-mundo de Wallerstein, que propõe analisar a sociedade globalmente ao invés de apenas os Estados-nação.
O documento descreve a vida e obra do sociólogo francês Émile Durkheim. Ele nasceu em 1858 e estudou em Paris, onde se interessou por questões sociais. Durkheim via a sociologia como uma ciência que poderia estudar as leis da sociedade e orientar seu comportamento. Suas principais obras incluem A Divisão do Trabalho Social (1893) e As Formas Elementares da Vida Religiosa (1912). Durkheim acreditava que a sociedade deveria ser estudada de forma objetiva, como as ciências naturais, para ent
O documento discute a evolução do paradigma científico dominante nos últimos 20 anos e a consolidação de um novo paradigma sócio-epistemológico. Boaventura de Sousa Santos afirma que as principais mudanças foram: 1) o deslocamento do discurso epistemológico da física para as ciências da vida; 2) o surgimento de novas fracturas entre paradigmas; 3) o reconhecimento do caráter parcial do conhecimento científico. Defende que o novo paradigma emergente promove o diá
O documento apresenta os principais conceitos da sociologia como ciência da sociedade, incluindo:
1) A sociologia estuda o senso comum como objeto, e não como fonte direta de conhecimento.
2) A sociologia considera a dimensão do campo e recusa opiniões particularistas.
3) A sociologia surgiu formalmente no século XIX para compreender e contribuir com a organização da ordem social moderna.
Este documento discute a aplicação do método dialético no ensino de sociologia no ensino médio. Primeiro, explica os conceitos e fundamentos do método dialético de acordo com Marx. Segundo, analisa as diretrizes curriculares nacionais de sociologia para o ensino médio. Por fim, sugere duas temáticas - neoliberalismo e educação ambiental - que podem ser ensinadas usando o método dialético.
O documento discute conceitos fundamentais da sociologia como Comte, Durkheim, Weber e Marx. Aborda temas como ação social, cultura, instituições sociais e o papel do indivíduo na sociedade de consumo moderna.
O documento descreve a tradição funcionalista da sociologia, originada pelas ideias de Malinowski e Radcliffe-Brow. A escola via a cultura como um mecanismo para satisfazer necessidades biológicas e valorizava a estabilidade social. Malinowski via as instituições como meios de satisfazer necessidades, enquanto Radcliffe-Brow via também a estrutura social e a manutenção do sistema. Embora compartilhem características, Malinowski e Radcliffe-Brow diferem em seus graus de positivismo e ênfase nas leis sociais.
[Fichamento] charlot, bernard. por uma sociologia do sujeito (33 49)Gabriella Vieira
Este documento discute a abordagem da sociologia em relação ao sujeito. A sociologia clássica, como a de Durkheim e Bourdieu, tende a ignorar ou dispensar o sujeito, vendo a sociedade apenas como estruturas e relações sociais. Já Dubet propõe uma "sociologia da subjetivação", mas Charlot critica que isso ainda não é o mesmo que uma verdadeira "sociologia do sujeito", já que não leva em conta a especificidade e lógica própria do sujeito. Charlot defende que
Tido como o intelectual de maior influência sobre o ex-primeiro-ministro britânico, Tony Blair, Anthony Giddens já escreveu mais de 30 livros. Ele estuda o impacto do desenvolvimento econômico, científico e tecnológico sobre a vida humana no século XX e também as incertezas que cercam a humanidade nessa virada de século, onde a previsão do futuro se perde no terreno das hipóteses.
Divisão do trabalho karl marx e émile durkheim prof. érika de cássia o. c...Sergio de Goes Barboza
1) O documento discute as teorias de Émile Durkheim e Karl Marx sobre a divisão do trabalho.
2) Para Durkheim, a divisão do trabalho leva à solidariedade orgânica na sociedade moderna e pode exercer uma função moralizadora se regulamentada corretamente através de corporações.
3) O documento também aborda a teoria de Marx sobre a divisão do trabalho, mas não fornece detalhes sobre sua perspectiva.
Semelhante a Indivíduo e Sociedade: Um estudo sobre a perspectiva hierárquica de Louis Dumont (20)
Esta tese analisa as experiências de sofrimento e ação política de familiares de vítimas de desaparecimento forçado no Rio de Janeiro. O desaparecimento forçado é tomado como um evento crítico que causa grande dor aos familiares. A pesquisa descreve como estes familiares lidam com a violência, o luto e a busca por justiça através de narrativas e pequenos mapas de dor construídos a partir de suas histórias. O tempo é um fator que transforma os significados destas experiências
Este documento é uma tese de doutorado apresentada por Cecilia dos Guimarães Bastos na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. A tese analisa as interfaces entre turismo e religião, focando em peregrinações à Índia realizadas por um grupo de estudantes de Vedanta do Rio de Janeiro. O objetivo é entender os significados dessas peregrinações para os participantes. Além disso, a tese busca compreender a construção do Vedanta como projeto espiritual e filosófico e o sentido da busca espiritual para
Este documento é uma dissertação de mestrado apresentada ao Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro em 2007. O trabalho analisa as noções de subjetividade, individualidade e autenticidade nos pensamentos de Charles Taylor e Michel Foucault. O autor busca discutir a subjetividade moderna à luz dessas categorias, tendo como ponto de partida a contestação de concepções atomistas e des-situadas de subjetividade.
As novas tecnologias reprodutivas: o estatuto do embrião e a noção de pessoaDouglas Evangelista
1) O documento discute o debate em torno do estatuto moral do embrião, especialmente o embrião extracorporal criado em laboratório através da fertilização in vitro.
2) Existem três principais posições nesse debate: aqueles que veem o embrião como um ser moral desde a concepção, aqueles que não veem diferença entre o embrião e outros tecidos, e aqueles que defendem que o embrião merece respeito como uma "pessoa humana potencial".
3) O debate realmente gira em torno da noção oc
1) O documento discute as relações entre Goa e Bahia de 1675 a 1825, quando Portugal mantinha colônias nos dois locais.
2) Goa foi a primeira capital do Império Português na Índia no século XV, enquanto a Bahia tornou-se a capital do Segundo Império Português no século XVI.
3) As relações econômicas e culturais entre Goa e a Bahia são examinadas durante esse período, quando Portugal buscava manter seu império colonial.
O documento descreve a formação de um movimento social no Rio de Janeiro que luta contra a violência policial nas favelas. Relata o assassinato de quatro jovens moradores de favela pela polícia militar em 2003, o que levou familiares e amigos a se unirem em protesto e a exigir justiça, dando origem ao movimento.
O documento discute as relações entre design e antropologia, destacando que embora esses termos sejam comuns no campo do design, seus usos são heterogêneos e nem sempre bem fundamentados. Apresenta referências básicas da literatura antropológica que podem qualificar a apropriação desses conceitos no design.
Este documento discute os novos rumos do individualismo na sociedade contemporânea e suas implicações para o sujeito. Analisa a história do individualismo no Ocidente e como a ênfase atual na liberdade individual e prazer ilimitado pode estar relacionada a novos tipos de sofrimento psíquico, como a experiência recorrente de desamparo causada pela falta de referências identitárias estáveis.
Este documento descreve a introdução e apresentação de uma dissertação de mestrado sobre os bailes funk cariocas. O autor descreve como inicialmente frequentou os bailes por curiosidade e acabou se envolvendo no mundo do funk carioca, interferindo e se tornando parte do objeto de estudo. Ele reflete sobre como seu acesso ao campo e estratégia de pesquisa foram contaminados por sua cobertura do assunto na imprensa antes de decidir realizar o trabalho de campo.
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estabeleceu no Ocidente na década de 1970. O resumo explora como os devotos ocidentais
experienciam as religiões de origem hindu, com foco na interiorização e reflexão pessoal, e
compara isso com a Nova Era. Também examina as concepções de identidade envolvidas no
processo de difusão dessas religiões.
Esta tese analisa o processo de construção material e simbólica do bairro de Copacabana no Rio de Janeiro entre os séculos XIX e XX. A pesquisa foca nas três primeiras décadas do século XX, quando Copacabana passou de uma área distante a um bairro associado a um estilo de vida moderno e sofisticado. O trabalho busca entender como certos segmentos sociais transformaram Copacabana e bairros vizinhos em territórios ligados a signos de prestígio através da gestão de um ethos
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O documento discute a evolução da teoria social nas últimas décadas, destacando:
1) A influência de Talcott Parsons na sociologia do pós-guerra e seu funcionalismo naturalista.
2) O consenso em torno da sociologia norte-americana e a influência de Parsons, que começou a ruir nos anos 1970.
3) As contribuições europeias, como o marxismo, para a teoria social, apesar da dominância norte-americana.
Freire medeiros bianca entre tapas e beijos a favela turística na perspectiv...Douglas Evangelista
1) O documento analisa as opiniões dos moradores da Rocinha, no Rio de Janeiro, sobre o turismo na comunidade.
2) A pesquisa envolveu entrevistas e questionários com 175 moradores para entender suas perspectivas sobre os impactos do turismo.
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Indivíduo e Sociedade: Um estudo sobre a perspectiva hierárquica de Louis Dumont
1. 94 INDIVÍDUO E SOCIEDADE: UM ESTUDO SOBRE A PERSPECTIVA HIERÁRQUICA DE LOUIS DUMONT
ARTIGOS
INDIVÍDUO E SOCIEDADE: UM ESTUDO
SOBRE A PERSPECTIVA HIERÁRQUICA DE
LOUISDUMONT
CLARA VIRGÍNIA DE QUEIROZ PINHEIRO
Professora do Curso de Mestrado em Psicologia da UNIFOR,
Doutoranda em Saúde Coletiva do IMS pela UERJ.
E-mail: claravirginia@hotmail.com
RESUMO
Trata-se, no presente texto, de examinar alguns aspectos da
cultura individualista, característica da sociedade moderna, a partir
da teoria de Louis Dumont. Para isto se estabelecem os
fundamentos da perspectiva dumontiana, precisando sua
orientação metodológica e seus conceitos centrais.
Palavras-chave: ética, individualismo, Louis Dumont, modernidade,
sociedade
ABSTRACT
The text examines some aspects of individualistic culture, as a
characteristic of modern society, from Louis Dumont theory. It
establishes the basis of Dumont approach, specifying his
methodological trend and his central concepts.
Key words: ethics, individualism, Louis Dumont, modern age,
society
2. 95REVISTA MAL-ESTAR E SUBJETIVIDADE / FORTALEZA / V. 1 / N. 1 / P. 94 - 105 / SET. 2001
ARTIGOS
A problemática da relação indivíduo e sociedade é essencial
na modernidade e é tratada freqüentemente em termos de um
antagonismo entre os dois pólos da questão. No entanto, conforme
indicações de Ellias (1994) não se pode considerar tal tema como se
fosse uma questão de fato, no sentido de referir-se ao indivíduo,
enquanto unidade, que se opõe à sociedade, ou seja, em uma
dimensão ontológica, mas consiste em examiná-la enquanto
realidade histórica e, assim, em seu caráter ético. Desta forma,
podemos afirmar que essa questão foi produzida na modernidade e
diz respeito ao fato de que somente o homem moderno se reconhece
como indivíduo. Nesse sentido, se pensa como autônomo em relação
a qualquer instância exterior a ele próprio, toma a si mesmo como
fonte e sede absoluta de todos os sentidos de sua existência,
desconhece qualquer dependência de laços sociais. Neste contexto,
as referências coletivas constituem um problema, surgindo daí a
questão de saber a natureza, as possibilidades e limites da relação
indivíduo e sociedade.
No exame desta questão destacam-se duas perspectivas
teóricas e metodológicas, que, podemos dizer de acordo com Reis
(1989), são fundamentos prototípicos das ciências humanas. Assim,
temos, de um lado, o ponto de vista que parte do indivíduo como
realidade em si mesma, dado primeiro, irredutível e sua socialização;
na base dessa perspectiva situa-se Max Weber. Do outro lado, o
pensamento que parte da totalidade social, enquanto natureza
intrínseca da experiência humana, tendo, como expoente primeiro,
Durkheim.
Acompanhamos aqui os estudos de Louis Dumont que, a
partir de uma visão antropológica, inspirada nos ensinamentos de
Mauss a respeito da dupla referência fundamental à sociedade global
e ao estudo comparativo, apresenta uma tese de fôlego sobre a
problemática da relação indivíduo e sociedade, a partir da qual
analisa o individualismo da sociedade moderna. Consideramos que
essa concepção possibilita uma visão crítica e relativizada frente às
tendências de lidar com a noção de indivíduo em termos absolutos e
naturais, como também, às posições messiânicas de superação do
individualismo.
Segue-se, então, uma leitura que é menos uma análise crítica
da teoria dumontiana, do que uma tentativa de elaboração de seus
3. 96 INDIVÍDUO E SOCIEDADE: UM ESTUDO SOBRE A PERSPECTIVA HIERÁRQUICA DE LOUIS DUMONT
ARTIGOS
pressupostos teóricos e metodológicos, visando estabelecer
fundamentos que permitam uma abordagem diferenciada, no sentido
de ser etnológica, dos temas psicológicos, mais especificamente, da
psicanálise que constitui a área de nossa investigação.
Com base em seus estudos sobre a sociedade de casta
indiana, cuja organização escapava a uma compreensão fundada nas
categorias das sociedades modernas, Dumont estabelece um método
comparativo das diferenças fundamentais entre as sociedades,
distinguindo, assim, sociedades tradicionais, cujo modelo é
sociedade de castas indianas, e sociedades modernas. Os
fundamentos dessas diferenças encontram-se nos princípios
cardeais, quais sejam holismo, característico das culturas
tradicionais, e, no tipo de cultura moderna, o individualismo, aos quais
estão associadas, necessariamente, as categorias de hierarquia e
igualdade, respectivamente.
Holismo e individualismo constituem dois conjuntos de
representações sociais, duas configurações de idéias e valores
característicos de uma dada sociedade, enfim, conforme
conceituação dumontiana, duas ideologias. Isto significa dizer que o
sentido de individualismo não se refere ao indivíduo empírico, à
unidade do grupo social, mas à dimensão moral do termo que diz
respeito à forma de consciência do homem moderno de pensar a si
mesmo como indivíduo, logo, como autônomo em relação ao grupo
social. Nesse sentido, trata-se de estudar o individualismo como
cultura, desta forma, como totalidade, embora seja característico
dessa cultura não se reconhecer enquanto tal.
... nós chamamos ideologia o conjunto de idéias e valores – ou
representações – comuns em uma sociedade, ou correntes
em um meio social dado.
Não se trata aqui, de procurar estabelecer uma distinção,
mais ou menos substancial, entre ideologia de um lado, e de
outro a ciência, a racionalidade, a verdade, a filosofia. (...) Que
uma representação particular no conjunto seja julgada
“verdadeiro” ou “falso”, “racional” ou “tradicional”, “científico”
não tem nada a ver com a natureza social da coisa1
(Dumont,
1977, p. 26).
Dumont analisa as ideologias a partir de uma perspectiva
4. 97REVISTA MAL-ESTAR E SUBJETIVIDADE / FORTALEZA / V. 1 / N. 1 / P. 94 - 105 / SET. 2001
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metodológica que ele define como hierárquica, que consiste em tomá-
las enquanto totalidades, cujas partes se relacionam de forma
interdependente e subordinadas ao todo, constituindo um tipo de
relação que ele denomina de “englobamento do contrário”, que
consiste numa identidade entre seus elementos em um nível e, em
outro, contradição, rompendo, assim, com o modelo da lógica
aristotélica. Daí, conforme podemos compreender, Dumont afirmar
que sua análise comparativa implica o estudo da ideologia e do não
ideológico.2
Da mesma maneira, podemos dizer, como nos indica
Duarte (1986) que a ideologia holista e a ideologia individualista
estabelecem entre si uma relação hierárquica, constituindo assim
uma totalidade, na qual o individualismo se situa em um nível
subordinado em relação ao holismo, com a única exceção do caso
moderno. Desta forma, Dumont estabelece distinções entre sua teoria
e a concepção estrutural e positivista, na medida em que atribui
importância cardeal ao valor, o qual imprime diferenças de níveis
entre as partes na organização da totalidade. Em outros termos, na
análise de um universo dividido em duas partes, a perspectiva
hierárquica não reconhece a simetria entre elas, isto é, que ambas
são idênticas, como numa visão estrutural, nem tampouco estabelece
uma relação excludente, ou seja, uma parte exclui a outra, ou é uma
ou outra, como na concepção positivista. Vejamos a longa, mas
inevitável, citação de Dumont (1997, p. 371-372):
Consideremos um universo de discurso, figurado por um
retângulo, dividido em duas classes ou categorias sem resto
nem recobertura. Há dois casos possíveis. No primeiro caso,
o retângulo é dividido em partes justapostas, dois retângulos
menores A e B. Tomadas em conjunto, as duas classes A e B
esgotam o universo do discurso. Pode-se dizer que elas sejam
complementares em relação a esse universo, ou ainda
contraditória, no sentido de que uma exclui a outra e de que
não existe uma terceira possibilidade. No primeiro caso,
considera-se o universo do discurso em sua constituição
(perspectiva estrutural); no segundo, considera-se
essencialmente uma das duas classes e sua relação lógica à
outra, ou, se quiser, considera-se a relação entre as duas
classes, sendo o universo do discurso apenas implicado no
5. 98 INDIVÍDUO E SOCIEDADE: UM ESTUDO SOBRE A PERSPECTIVA HIERÁRQUICA DE LOUIS DUMONT
ARTIGOS
plano de fundo da relação (perspectiva substancial).
No caso da hierarquia, a classe X é extensiva ao universo do
discurso, e a outra é distinguida no interior da primeira, como
retângulo Y contido em X:Y faz parte de X e ao mesmo tempo
dele difere. (...) A hierarquia consiste na combinação dessas
duas posições de nível diferente. Na hierarquia assim
definida, a complementaridade ou contradição está contida
numa unidade de ordem superior. Mas, tão logo confundamos
os dois níveis, obtemos um escândalo lógico, porque não
existe ao mesmo tempo identidade e contradição.
O modelo hierárquico implica um caráter de universalidade
das estruturas em oposição. Tal universalismo implica pensar que as
ideologias não se modificam ou não são ultrapassadas, o que é objeto
de críticas dos estudiosos da área.3
Entretanto, segundo Dumont, o
que pode ocorrer, em termos de temporalidade, é a produção de
níveis diferentes sem, no entanto, alterar o quadro global. Portanto,
holismo e individualismo constituem os fundamentos universais das
relações humanas, sendo o holismo a posição dominante e o
individualismo o nível subordinado, com exceção, como já dissemos,
da configuração moderna. Isto porque, conforme afirmações de
Dumont (1993, p. 253) ... a comparação implica um fundamento
universal: é necessário que, em última análise, as culturas não
pareçam tão independentes umas das outras quanto pretenderiam e
sua coesão interna parece assegurar.
Achamos que a perspectiva hierárquica de Dumont é um
instrumento de análise muito competente que permite o exame das
mais variadas questões humanas nas suas relações de dependências
e implicações sob a forma das referências fundamentais, de um lado,
o holismo e hierarquia e, do outro, o individualismo, igualdade e
liberdade, a partir dos quais os valores de análise se diferenciam, o
que permite a relativização dos modelos éticos bastante idealizados,
embora se possa dizer que, em certa medida, existe em Dumont uma
valorização da organização holista. Mas, sem dúvida nenhuma, esta
concepção metodológica rompe com uma tendência preconceituosa,
que consiste em estudar uma cultura a partir dos ideais de outra. Com
isso, como ressaltou Dumont, abre-se uma questão interessante para
a antropologia que diz respeito ao estatuto de uma intervenção em
6. 99REVISTA MAL-ESTAR E SUBJETIVIDADE / FORTALEZA / V. 1 / N. 1 / P. 94 - 105 / SET. 2001
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uma determinada sociedade com alegativas de abusos sociais, tendo
em vista os valores individualistas. Achamos que vale a pena citar
Dumont.
Uma associação humanitária entrou recentemente em guerra
contra “as mutilações” infligidas em certas sociedades em
“milhões de meninas e de adolescentes” (Le Monde, 28 de
abril de 1977). Trata-se de práticas ligadas à iniciação das
jovens. Por falta de competência deixo de lado os detalhes, as
localizações alegadas, os erros de interpretação, e formulo
somente o problema geral. Aí está um caso em que a
antropologia é posta diretamente em causa, e em que ela não
pode nem rejeitar em bloco os valores modernos que
fundamentam o protesto nem endossar simplesmente a
condenação pronunciada, o que poderia constituir uma
ingerência na vida coletiva de uma população. Idealmente,
vemo-nos obrigados, portanto, a estabelecer em cada caso,
segundo sua configuração própria, sob que forma e dentro de
que limites se justifica que o universalismo moderno
intervenha (ibid., nota de rodapé, p. 208).
A partir dessa orientação metodológica, Dumont estuda a
ideologia moderna, definindo três eixos de investigação, sendo o
primeiro genealógico, que, através da história das idéias, trata da
questão de saber como, a partir das sociedades tradicionais, se dá a
supremacia do individualismo; o segundo estuda as variações da
cultura moderna e o terceiro refere-se às implicações do
individualismo.
Na gênese do individualismo, Dumont traça um percurso que
parte das categorias de indivíduo-fora-do-mundo até indivíduo-no-
mundo. Desta forma, remonta aos primeiros séculos do cristianismo
a origem do indivíduo moderno, uma vez que a idéia da experiência do
homem, em relação com Deus, promove o aparecimento do
indivíduo-fora-do-mundo, que, nos moldes do renunciante indiano,
significa o abandono da vida mundana e relativização dos laços
sociais, objetivando desenvolver-se espiritualmente. Portanto, o
homem, em relação com Deus, implica uma autonomização em
relação a uma ordem social. Nesse contexto, se encontra uma
oposição hierárquica na qual o valor transcendente, absoluto,
7. 100 INDIVÍDUO E SOCIEDADE: UM ESTUDO SOBRE A PERSPECTIVA HIERÁRQUICA DE LOUIS DUMONT
ARTIGOS
subordina os valores mundanos. O desenvolvimento deste processo
se dará no sentido de uma mundanização do valor supremo, na
medida em que a Igreja, elemento extramundano, se aproxima do
Estado e passa a ter ingerência sobre os valores do mundo, a partir
da referência ao supremo, restabelecendo o vínculo do indivíduo com
o espaço social. Este processo de individualização no mundo
intensifica-se com Calvino, que faz desaparecer a dualidade mundo/
extramundo, com a afirmação de Deus como vontade que se realiza
no mundo; assim, as coisas do mundo adquirem valores que estão
fora delas na medida em que dizem respeito a algo que não pertence
a este mundo, ou seja, o sentido do mundo se exterioriza dele
mesmo. Nesse sentido, é no mundo que o cristão cumpre os
desígnios divinos, provando sua absoluta submissão a Ele.
... a aplicação sistemática ás coisas deste mundo de um valor
extrínseco, imposto. Não um valor extraído de nossa pertença
ao mundo, de sua harmonia ou de nossa harmonia com ele,
mas um valor enraizado em nossa heterogeneidade em
relação a ele: a identificação de nossa vontade com a vontade
de Deus ... (ibid., p. 67).
Talvez não seja incorreto estabelecermos aqui uma
articulação com Foucault (1994), na medida em que atribui ao
cristianismo a fundação de uma modalidade ética característica da
forma de subjetivação do homem moderno, o sujeito psicológico,
quando inventa a prática da confissão, que implica no mergulho para
a profundidade do interior do indivíduo, buscando os indícios mais
sutis das manifestações do desejo, portanto, de sua verdade, que lhe
escapa e lhe é exterior, com o fim de uma purificação. Desta forma, é
possível afirmar, de acordo com esses autores, que a relação com
Deus, tal como foi instituída pelo cristianismo, implica a relação
consigo mesmo a qual assume a forma de uma busca da verdade de
si. Daí a supremacia da idéia de eu, fonte absoluta dos significados
da vida humana, que, como examina Russo (1993), passa a ser
sacralizado, na medida em que o mundo se objetiva.
A partir da filosofia sob o domínio do ideal racional, este
processo de individualização se desenvolve de forma laicizada, na
medida em que ocorre uma desvinculação do homem em relação à
8. 101REVISTA MAL-ESTAR E SUBJETIVIDADE / FORTALEZA / V. 1 / N. 1 / P. 94 - 105 / SET. 2001
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natureza e, também, podemos dizer, em relação aos valores
transcendentais.
Em outros termos, rompe-se o vínculo, estreito nas sociedade
tradicionais, entre realidade e ação, ou seja, de acordo com Dumont,
entre fato e valor.
Para Platão, o ser supremo era o Bem. Não havia desacordo
entre o Bem, o Verdadeiro e o Belo, e, no entanto, o Bem era
supremo, talvez por ser impossível conceber a mais alta
perfeição como inativa e indiferente, porque o Bem acrescenta
a dimensão da ação á contemplação. Pelo contrário, nós,
modernos, separamos ciência, estética e moral. E a natureza
da nossa ciência é tal que a sua própria existência explica, ou
melhor, implica a separação entre, de um lado, o verdadeiro,
do outro, o belo e o bem, e em particular entre ser e valor
moral, entre o que é e o que deve ser (Dumont, op. cit., p.
240).
Assim, a configuração moderna se caracteriza por uma
fragmentação enquanto totalidade, sendo pensada apenas por seus
elementos em si mesmos os quais não estão vinculados entre si por
relações de necessidade, mas somente por relações externas de
caráter de eficiência e interessam somente por razão instrumental.
Daí, a autonomia entre os diversos planos da vida social, a saber,
moral, política, religiosa, econômica, etc. Rompe-se a relação entre
as partes e o todo.
Esse processo alcança a sua plenitude na medida em que se
define cada vez mais o princípio fundamental subjacente à
configuração moderna, a saber, a valorização absoluta das relações
entre homens e coisas, o qual atinge a sua mais perfeita expressão
no campo econômico, ao invés das relações entre homens que
fundam as culturas holistas.
No estudo sobre a categoria do econômico na configuração
individualista, Dumont (1977) parte da afirmação de Adam Smith,
considerado o fundador da área econômica, enquanto emancipada
em relação ao político, a respeito dos sentimentos morais egoístas
como impulsionadores da atividade econômica, ou seja, o
desenvolvimento material, a prosperidade pública precisa da força
9. 102 INDIVÍDUO E SOCIEDADE: UM ESTUDO SOBRE A PERSPECTIVA HIERÁRQUICA DE LOUIS DUMONT
ARTIGOS
dos interesses particulares dos indivíduos. No conjunto, esses
interesses se harmonizam entre si em função de um mecanismo que
Smith chama de “mão invisível”. Rasteando a gênese desse
pensamento econômico, que, como já foi dito, segundo afirmações
dumontiana, é considerado a realização plena da cultura
individualista, Dumont chega a Mandeville, atribuindo-lhe a gênese de
várias idéias morais presentes na nova arquitetura antropológica
estabelecida por Adam Smith.
Segundo Monzani (1995), a nova ordem de valores morais
defendida por Mandeville constitui o resultado de um processo que se
desenvolveu desde Hobbes, Locke e Condillac, o que culminou, como
expressa tão bem a concepção de Mandeville, na construção de um
novo campo moral, fundado nas noções de desejo e prazer como os
princípios cardeais da vida passional do homem moderno. Sigamos,
então, o percurso de Dumont para examinarmos o conjunto de idéias
e valores próprios do campo ético4
moderno.
Dumont examina o poema de Mandeville com o sugestivo
título “A Fábula das Abelhas ou Vícios Privados Benefícios Públicos”,
no qual trata de uma colméia, tomada como espelho da sociedade
humana, onde se vivia na riqueza e prosperidade e na qual os
indivíduos estavam livres de qualquer constrangimento aos seus
impulsos pessoais; até que, num dado momento, tomados por uma
nostalgia de virtude, clamam por uma sociedade pautada na
compaixão, humildade e simplicidade, no que são atendidos; o
resultado dessa mudança é uma sociedade inerte e pobre, tendendo
para seu desaparecimento.
Através desta alegoria, Mandeville, segundo análise de
Monzani (op. cit.), expõe duas ordens de valores que são
incompatíveis. De um lado, valores que levam em conta a riqueza
espiritual do homem em função de suas relações sociais e, do outro,
valores que implicam a predominância dos ideais de propriedades
materiais. Desta forma, os
... sujeitos são colocados frente a uma opção: ou a busca da
salvação pessoal e a conseqüente estagnação e deterioração
da sociedade, ou a atitude inversa. Ora, o sentido e o tom do
poema de Mandeville,(...), não podem deixar muita dúvida
com relação à posição ou à sua tese. Ele afirma claramente
10. 103REVISTA MAL-ESTAR E SUBJETIVIDADE / FORTALEZA / V. 1 / N. 1 / P. 94 - 105 / SET. 2001
ARTIGOS
que o vício é tão necessário ao Estado quanto é a fome para
comer, e percebe muito bem que seus contemporâneos já
escolheram a Segunda via (ibid., p. 33).
Portanto, na perspectiva econômica, conforme analisa
Dumont, o social se constitui a partir da tendência dos indivíduos de
buscarem bens pessoais, movidos que são por sua natureza
desejante. Daí, o traço próprio do individualismo, da predominância
da relação entre homens e coisas, homens e seus objetos de desejo.
Em outros termos, os laços sociais não são as razões das relações
entre os homens, mas os objetos que venham a satisfazer os seus
desejos insaciáveis, característicos da natureza humana; o homem é,
deste modo, um consumidor nato. Assim, ... “mergulhando até a
origem” da sociedade, Mandeville achou que a satisfação das
necessidades materiais do homem é somente a razão pelas quais os
homens vivem em sociedade (Dumont, op. cit., p. 89).
Talvez seja possível pensar, apoiados nas indicações de
Monzani, que, se acrescentarmos o corpo entre os bens de consumo
da nossa cultura, podemos entender a explosão da sexualidade
assinalada por Foucault, a partir do século XIX.
Esta idéia de uma força que impulsiona os seres na busca
desenfreada de realizações, através das quais se individualizam ou,
mais radicalmente, se singularizam as ações no mundo, constitui a
lógica dominante da cultura moderna e foi gestada pelas idéias
religiosa e filosófica como também pela ciência, que, como a Biologia,
elaborou uma noção de vida, como nos fala Foucault, a qual é
pensada em termos de puro movimento dominada pela necessidade
funcional de realização e individuação. Daí, a aproximação que
Foucault (1966) estabelece:
A natureza já não sabe ser boa. Que a vida não possa mais
ser separada do assassínio, a natureza do mal, nem os
desejos da contranatureza, Sade o anunciava ao século XVIII,
cuja linguagem ele esgotava, bem como á idade moderna,
que por longo tempo quis condená-lo ao mutismo. Que se
desculpe a insolência (para com quem?): Les 120 jounées
são o reverso aveludado, maravilhoso, da Leçons
d’anatomie comparée ... .
Configura-se um campo no qual a idéia de indivíduo dominado
11. 104 INDIVÍDUO E SOCIEDADE: UM ESTUDO SOBRE A PERSPECTIVA HIERÁRQUICA DE LOUIS DUMONT
ARTIGOS
por interesses egoístas, por desejos insaciáveis, marca o
estilhaçamento do conjunto na medida em que se subjetivam todos os
valores, os quais possuem, de forma absoluta, o caráter utilitário. A
análise de Dumont é, no mínimo (o que já é o máximo), detonadora
na medida em que faz tremer um campo caracterizado pela
supervalorização dos valores modernos, tomados como ideais
absolutos da humanidade.
NOTAS
1. Tradução livre a partir do original.
2. Esta compreensão é passível de outra leitura, pois, conforme
considerações de Duarte (1986), o que Dumont considera não-
ideológico não está claramente desenvolvido.
3. Sobre estas críticas, não foi possível no presente estudo examiná-
las.
4. Trabalhamos aqui com o sentido de ética tal como foi formulado por
Foucault (1984) em “História da Sexualidade II – O Uso dos Prazeres”.
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urbana. Rio de Janeiro: Jorge Zahar/CNPq.
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12. 105REVISTA MAL-ESTAR E SUBJETIVIDADE / FORTALEZA / V. 1 / N. 1 / P. 94 - 105 / SET. 2001
ARTIGOS
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