1. Instituto Superior de Ciências de Saúde de Maputo
Departamento de saúde Pública
Licenciatura em Serviço Social
Cadeira: Antropologia Cultural
I° semestre do II°Ano
Discente:
1. Alcino Abacar
2. Águida Elias
3. Amando Pedro Jonas
4. Nacir Samuel
5. Géssica Campos
6. Casimiro Estevão
7. Marta Fernando Sumburane
8. Carolina Jemua
9. Josefa Naene
10. Jossef Biciasse
11. Hélio Custodio
12. Nelsson Americo
2. Conteúdos
1. Introdução
2. Objectivos
3. Contextualização
4. Funcionalismo
5. Proponetntes do funcionalismo
6. Critica do funcionalismo e do estrutural funcionalista
7. Conclusão
8. Referencias Bibliograficas
3. 1. Introdução
O presente trabalho visa debruçar sobre a teoria funcionalista que é uma teoria adaptada para
diferentes campos de conhecimento, como a filosofia, a psicologia e antropologia e o seu
principal objetivo principal é explicar a sociedade, as acções colectivivas e individuais, a partir
de causalidades, ou seja de funções. Esta teoria surgiu no começo do século XX reagindo contra
as explanações evolucionistas, difusionistas e historicistas na antropologia social. Tendo se
destacados vários autores como: Bronislaw Malinowski (1884-1942) e A.R. Radcliffe-Brown
(1881—1955), proponentes respectivos do funcionalismo e do estrutural-funcionalismo,
isolavam uma sociedade para uma análise sincrónica considerando a integração funcional de
seus elementos.
4. 2. Objectivos:
Geral
Explicar a teoria funcionalista
Específicos
i. Identificar os principais proponentes da teoria funcionalista
ii. Descrever o surgimento da teoria funcionalista
iii.Conhecer o contributo da teoria funcionalista na sociedade
5. 3. Contextualização
Funcionalismo é um paradigma científico que busca entender uma sociedade a partir das suas regras de
funcionamento e das diferentes funções nelas desempenhadas. De acordo com os teóricos funcionalistas, cada
indivíduo em uma sociedade exerce uma função, e o conjunto de todas as funções permite o funcionamento
harmonioso da sociedade. O funcionalismo, é uma abordagem pragmática, uma teoria que tenta explicar as
relações sociais fundadas sobre as funções e actividades do individuo humano.
Os estudos funcionalistas dos grupos sociais buscam analisar suas instituições e suas regras, como por exemplo,
família, religião, crenças, modos de produção e educação. O funcionalismo teve sua origem na antropologia e na
sociologia, mas também é aplicado em outras áreas das ciências humanas, como na psicologia e na filosofia. Os
maiores expoentes dessa vertente são o sociólogo Émile Durkheim (1858-1917) e o antropólogo Bronislaw
Malinowski (1884 1942).
6. 1. O funcionalismo
O funcionalismo (do Latin fungere, ‘desempenhar’) é um controverso ramo da antropologia e das
ciências sociais.Uma doutrina que pretende explicar aspectos da sociedade em termo de funções
realizadas ou suas consequências para sociedade como um todo.
Na antropologia, as perspectivas teóricas funcionalista e estrutural-funcionalista explicam fenômenos
socioculturais a partir de funções, propósitos e relações estruturantes das instituições humanas.
Essas teorias surgiram no começo do século XX reagindo contra as explanações evolucionista,
difusionista, e historicistas na antropologia social. Em contrapartida, Bronislaw Malinowski (1884 —
1942) e A.R. Radcliffe-Brown (1881—1955), proponentes respectivos do funcionalismo e do
estrutural-funcionalismo, isolavam uma sociedade para uma análise sincrônica considerando a
integração funcional de seus elementos.
7. Principalmente por questões de nomenclatura, essas teorias são frequentemente confundidas. Não por
menos, pois outras disciplinas, desde a filosofia até o design, tiveram seus “funcionalismos” e
“estruturalismos”.
O funcionalismo encontra seu tempo de maior destaque a partir dos anos 1930, quando Malinowski faz
seus estudos nas Ilhas Trobriand. É importante destacar que esta escola de pensamento já estava sendo
gestada desde 1914. Os principais representantes desta teoria, que ganha destaque na Inglaterra, são
Bronislaw Malinowski e Radcliffe-Brown. Os trabalhos destes dois antropólogos podem ser vistos como
uma reação positiva ao conceito evolucionista de “sobrevivência”.
Visto que a análise funcional estuda as contribuições feitas pelo fenômeno sociocultural para os sistemas
socioculturais dos quais fazem parte, muitos funcionalistas argumentam que instituições sociais são
funcionalmente integradas para formar um sistema estável e que uma mudança em uma instituição irá
precipitar uma mudança em outras instituições; expressas por Durkheim e outros como uma analogia
orgânica
9. O Funcionalsimo de Bronislaw Malinowski
Bronislaw Malinowski foi um dos expoentes da antropologia funcionalista britânica da primeira metade do século XX. Para ele,
cada sociedade deveria ser estudada como um “todo”, como um organismo possuidor de uma lógica interna e singular,
subdividido através de uma complexa rede de relações entre os indivíduos. Ele também acreditava que a análise antropológica
deveria se realizar de forma sincrônica, imediata e levando em conta os factores sociais, psicológicos e biológicos dos nativos.
Malinowski, defendia que as instituições sociais têm como função satisfazer as necessidades biológicas dos indivíduos. Ou seja,
segundo a definição de Laplantine (2003), cada pessoa possui um conjunto de precisões, cabendo a cultura desenvolver
diferentes maneiras de resolver essas necessidades, de forma colectiva, através das instituições.
No livro “Uma Teoria Científica da Cultura”, Malinowski (1970) afirma que a cultura representa a totalidade social, a conjunta
de todas as instituições, um “ambiente artificial”, uma forma de resolver as necessidades humanas. O mesmo define função
como uma acção colectiva responsável por satisfazer uma necessidade (fome, procriação, protecção, etc.). Mas, para que isso
ocorra, é preciso que haja cooperação, organização entre os indíviduos. A organização, por sua vez, precisa de um arranjo, de
uma estrutura bem definida, a qual se chama instituição.
10. Para que uma instituição possa existir, um conjunto de valores tradicionais que dizem respeito a essa instituição necessita ser
aceite pela colectividade, bem como é necessário que haja uma relação entre as pessoas e com o ambiente físico e com a
cultura.
Na visão de Malinowski, dentro da perspectiva funcionalista, o pesquisador da área de antropologia deve observar cada detalhe
da cultura estudada, por mais simples que possa parecer, a fim de reconstruir de forma precisa a lógica daquela cultura. Por
isso, é importante a observação participante, uma metodologia desenvolvida por Malinowski, resultante do aperfeiçoamento do
trabalho de campo, onde o observador convive durante um longo período com a colecctividade por ele estudada, participando
de todas as actividades, do dia-a-dia, no intuito de apreender toda a complexidade da cultura.
Segundo o autor, é necessário que se estabeleçam as teses básicas do funcionalismo em relação com a cultura:
A cultura auxilia o homem a lidar melhor com as situações de seu cotidiano com a finalidade de sanar as suas necessidades;
Cultura diz respeito a objetos, atividades e atitudes. Todos são meios para alcançar um fim;
É integral e interdependente;
Estas atividades organizam-se em instituições buscando diversos tipos de cooperação;
A cultura é dinâmica pode ser observada em todas as instâncias da vida social.
11. Estrutural - funcionalismo- Radcliffe-Brown
Alfred Reginald Radcliffe-Brown (1881-1995) foi discípulo de Malinowski, os seus estudos centram-se nos conceitos de
estrutura e função em que apela para a analogia com os organismos vivos.
A estrutura deve ser entendida como uma série de relações entre entidades. Assim, como a estrutura da célula realiza um sem-
número de relações entre moléculas complexas, a estrutura da sociedade também o faz em relação às várias partes que a
compõem, cada uma das quais cumprindo uma função específica.
Como estrutura-funcionalista, as preocupações de Radcliffe-Brown estavam ligadas à descoberta de princípios comuns entre
as diversas estruturas sociais, o significado dos rituais, dos tabus e mitos e suas funções exercidas na manutenção da
sociedade.
Introduziu dois conceitos básicos na literatura antropológica: significado e função social. Segundo o autor, para compreender
um determinado ritual é necessário, inicialmente, encontrar seu significado, isto é, os sentimentos que ele expressa e as razões
que os nativos apontam, para em seguida identificar sua função social naquilo que é importante para assegurar a coesão social
necessária para a subsistência do grupo.
12. O sistema de parantesco foi um dos elementos fundamentais de sua análise. Considerava-o,
mesmo, como elemento fundamental para a compreensão da organização social em sociedades
de pequena escala, já que expressava um sistema jurídico de normas e regras que impõem
direitos e deveres.
A seu turno, o funcionalismo busca destacar as relações necessárias existentes entre diferentes
instituições que se articulam para melhor efetivarem a realização de suas funções.
É evidente que existe a pretensão de construção de uma estrutura de validade universal, mas
trata-se da construção de uma estrutura que dialoga com os fatores abstratos e concretos de seu
entorno e esta era uma inovação na época.
13. Critica da teoria funcionalista
No entanto, a vertente estrutural funcionalista não estuda somente o funcionamento da sociedade, mas a
forma como as estruturas se relacionam para a manutenção do sistema.
Para Radcliffe-Brown, a sociedade é um sistema orgânico mantido por relações que se retroalimentam e
as instituições independem do indivíduo.
Na antropologia, as perspectivas teóricas funcionalista e estrutural-funcionalista explicam fenómenos
socioculturais a partir de funções, propósitos e relações estruturantes das instituições humanas.
Ambas teorias perdem força a partir da década de 1960 por algumas razões como:
i. Preocupavam-se com os efeitos dos fenómenos socioculturais, mas não explicavam suas causas;
ii. Não respondiam como as mesmas necessidades humanas levavam à criação de instituições diferentes
em sociedades diversas;
iii. Uma sociedade era vista como um sistema harmónico e equilibrado e os conflitos eram a excepção;
iv. Utilizavam um conceito super socializado do ser humano e ignoravam a sua capacidade de ação
individual.
14. Outra crítica é visão dos conflitos que ou seriam exceções ou teriam funções no sistema geral. Por
fim, essas teorias seriam tautológicas e teleológicas. Tautológica porque explicava a função das
estruturas em relação ao todo social e o todo social em função das estruturas. Teleológica porque
atribuía funções a cada estrutura social para poder montar o quebra-cabeça, mesmo que a peça não
encaixasse. Embora se deva admitir que uma leitura a pente fino de autores estrutural-funcionalistas
evite explicações tautológicas, distinguindo entre propósito e função.
Com uma síntese crítica das abordagens funcionalistas e estrutural-funcionalista, o aluno de
Malinowski, Siegfried Frederick Nadel (1903 – 1956), compreendia a estrutura social como a própria
realidade cuja precisão vale somente para o grupo estudado pelo tempo descrito. Assim, Nadel rejeitou
o uso isolado de métodos e teorias funcionalista e estruturalista, aliando-os na interpretação de dados
etnográficos.
15. Ao fim deste trabalho percebeu-se que a teoria funcionalista dá enfase ao estudo das
instituições, formas de organização social e culturais e das suas funções para a manutenção do
conjunto cultural, da totalidade da cultura de um determinado povo, sobretudo o
funcionamento das instituições socias como: a família, religião, educação, saúde, politica,
economia entre outros, percebendo assim, a sua interação ou relação entre astas instituições.
E ainda durante o trabalho destacou-se que a teoria funcionalista teve como precursores
Bronislaw Malinowski e Alfred Reginald Radcliffe-Brown que através dos seus estudos
tornaram relevante a necessidade da existência de uma estrutura social e funcional consoante a
organização de cada sociedade.
Conclusão
16. Referências:
DAMATTA, Roberto. Relativizando. Uma introdução à antropologia social. Rio de Janeiro: Rocco, 1987.
CASTRO, Celso (Org.). Evolucionismo Cultural: textos de Morgan, Tylor e Frazer. Rio de Janeiro: Jorge Zahar
Ed., 2005.
Antropologia Cultural. Rio de Janeiro: Jorge ZAHAR
Editor, 2004. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro:
Editora Nova Fronteira, 1986.
LAPLANTINE, François. Aprender antropologia. São Paulo: Brasiliense, 2000.
LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2002.
MARCONI, Marina de Andrade; PRESOTTO, Zélia Maria Neves. Antropologia: uma introdução. 6ª ed., São
Paulo: Atlas, 2006.