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Nº 63 - Julho / Setembro de 2017
b o l e t i m d a F R A T E R N I T A S M O V I M E N T O
Correspondênciadosleitores 2
Formaçãocontínua 2
41º Encontro Nacional
Tema:
Jesus e as mulheres 3-5
As mulheres e a Igreja 6-7
Santuáriosmarianos 8/10
Asmulheresordenadas:caminhoouobstáculo
aoecumenismocristão? 9
Sermosos discípulosdeEmaús!...Porquenão?... 11
FermentodoTeuReino 12
H
á uns dias atrás via, em fa-
mília, um clássico do cine-
ma de animação: "Mada-
gáscar". Aí, para miúdos e
graúdos, surge a "selva" na cida-
de, isto é, um parque zoológico,
ou um visionário zoológico mais do
que o chamado (pelo menos en-
tre nós) jardim zoológico. Ali, tam-
bém numa outra possibilidade de
leitura, aparece o desejo de re-
gressar às origens, à verdadeira
selva, donde aqueles animais são
oriundos. E conseguem chegar lá,
através de muitas peripécias;
cada um: leão, zebra, girafa, pin-
guins… tenta partilhar os seus ta-
lentos, por vezes com um humor
que desconstrói as nossas estru-
turas tão certas!
É
aqui que gostava de subli-
nhar o papel dos pinguins,
que proactivamente tentam
solucionar os problemas de diver-
sa ordem que vão surgindo, sem-
pre com uma máxima: "sorrir e
acenar", mesmo quando no final
o navio não tem combustível para
transportar os outros companhei-
ros animais novamente para a ci-
dade. Os pinguins não perdem a
postura.
É
preciso ser-se nobre de es-
pírito para sorrir e acenar.
Não é somente uma ques-
(continuanapág.2)
Obrigadopeloúltimonúmerodoboletimespiral
que acabo de receber também em papel.
Cordialmente.
+AntónioMontes
[montes@ofm.org.pt] (07-06-2017)
Bom dia,
Obrigadapeloenvio do boletim.Gosteimuitode o
ler!Votos de um bom trabalho.
Comosmelhorescumprimentos
MariaHelenaAlexandre
[jlc.alexandre@gmail.com](08-06-2017)
tão diplomática, embora também
o seja, obviamente. É uma ques-
tão de sensibilidade, de atenção
e bom senso. E nota-se, notamos
quando o sorriso é amarelo, e
quando o aceno é nervoso e "a
despachar". E hoje acontece-
(nos?) tantas vezes?
E
m tempo de férias (ou qua-
se férias ou quase trabalho)
importa que voltemos às
nossas origens físicas e espiritu-
ais para recarregarmos baterias
e reaprendermos a sorrir e ace-
nar convictos de que esses são
gestos verdadeiramente transfor-
madores quando realizados com
amor. E voltarmos para o nosso
habitat, tornando-o cada vez mais
humano, menos selvático.
Boas Férias!
Santarém, 24 de julho de 2017
Luís Carlos Lourenço Salgueiro

“SorrireAcenar”
Mesmoemtempodeférias(ouquase)ésemprebommanter-seemestadodepermanente
construçãoouformação.
Damosaquialgumasdeixasoupossibilidades.Paraquemquiseroupuder.
 40ª Semana Bíblica: 27-31deAgosto2017
Tema:DasApariçõesàRevelação
CentroBíblicodosCapuchinhos,Fátima(Contacto:Fr.ManuelArantes-249530210,249530213)
 XXXI Encontro Pastoral Social: 19-21deSetembro2017
Tema:Famíliaetransformaçãosocial—UmaprespectivaapartirdaAmorislætitia
SteylerFátimaHotel,Fátima(Contacto:https://goo.gl/forms/7621rUWXCirwvq6t1)
 Mundo da Bíblia. Geografia, História, Cultura (curso em regime E-learning - on line)
FaculdadedeTeologiadaUniversidadeCatólica
DeOutubrode2017aMarçode2018(Tel:214214154 | gafa@ft.lisboa.ucp.pt)
UnçãoemBetânia
Nocapítuloseguinte (Jo12,1-
11), é Maria que actua.Testemu-
nha, para mim, mais uma vez, a
presença muito forte das mulhe-
res na comunidade do Discípulo
amado.Quemescreveo4ºEvan-
gelhomostra-nosumacomunida-
de edificada (cf. Ef 4,12) pelas
mulheres(Jo2,1-11;4;11,27;12,1-
11;20,11-18)eestetexto,nomea-
damente, é a confirmação disso
mesmo.
Estamosnoprincípiodofime,
comonoprincípiodocomeço(Jo
2,1-11: bodas em Caná), é uma
mulher queintervém,neste caso,
comum gesto profético.
Enquanto os outros põem em
dúvida a autenticidade de Jesus,
ela confessa publicamente o seu
amore entrega(serviço)incondi-
cionais, derramando o perfume
nosSeuspéseenxugando-oscom
os seus cabelos.
Enquantoosoutrosacriticam,
Jesus interpreta o seu gesto:
Deixai-a, ela pressente que não
haverá tempo nem lugar para os
unguentoshabituaisnaminhase-
pultura;elaanunciaaminhares-
surreição.
Para além deste aspecto fun-
damental do texto, é importante
referir outros circunstanciais e
que ajudam à compreensão glo-
bal:
Éa3ªPáscoamencionadapelo
4º Evangelho, durante a vida pú-
blica de Jesus. Nas duas primei-
ras,apresentaaPáscoacomo
afestadosJudeus(2,13;6,4).
Nesta última, apenas diz a
Páscoa (12,1). Não se trata
de mais uma festa dos Ju-
deus,mas daSua Páscoa,da
Suapassagem.ChegouaSua
Hora(12,23;13,31-32;17,1.5)
e Maria pressentiu isso.
Acríticadosdiscípulos(na
pessoa de Judas) ao gasto
materialdeMaria,comoma-
nifestação dasuaentrega,da
sua fé no Mestre, revela que
nada tinham compreendido
Conclui-se, neste número, o condensado das
duas comunicações com que a Ir. Julieta
Dias, rscm, nos presentou em Fátima no
nosso Encontro Nacional.
E, para não se “perder o fio à meada”,
repete-se aqui a parte final inserta no
número anterior.
da abundância de vidaque Jesus
viera anunciar(cf.Jo10,10).[…]
Ressurreição
No IV Evangelho, Maria
Madalenanão é só a primeira. É
a testemunha por excelência:
Maria Madalena foi,semdúvida,
umadiscípulalivree amada,mas
também apaixonada. O diálogo
juntoaotúmulovazio,noprimei-
rodiadasemana,demadrugada,
quandoaindaeraescuro(Jo1,1.
11-18) é muito esclarecedor: só
uma mulherapaixonada vai, ain-
da escuro, chorar o seu amado
onde o colocaram morto. Era es-
curo na natureza, mas também
dentrodela.Tinhammatadooseu
querido Mestre. Fica desvairada
ao dar conta de que nem o seu
corpo podia chorar porque desa-
parecera:Levaram omeu Senhor
enãoseiondeocolocaram.Mais
doqueaescuridãoprópriadahora,
éaescuridãoprovocadapeloluto
que não a deixa ver, que não a
deixa reconhecer a voz que lhe
fala. E responder para quê?Toda
a gente deve saber a causa da sua
(continua na pág. 4)
dor. Uma só coisa lhe
interessa:sefostetuque
olevaste,diz-meondeo
puseste e eu o irei bus-
car! Entretanto, basta
ouvir o seu nome com
aquelaentoaçãoqueela
tão bem conhece para
que a luz do meio-dia a
inundasse:Rabbuni!—
querido Mestre!— a
morte não teve poder
sobre ti, estás vivo!Ao
quererabraçá-lo,perce-
be que Ele atravessou a morte,
vencendo-a,porque,sendoomes-
mo, oseucorpo se transformou e
já não pode ser retido (Noli me
tangere!).Éela que, emprimeiro
lugar,recebeomandatodeanun-
ciaraBoaNova daRessurreição:
Vi o Senhor! Esta sua expressão
ficaráparasempreligadaaoanún-
cio da ressurreição (Jo
20,18.20.25.29).Amortenãoteve
podersobreEleeMariaMadalena
percebeu —ao ser chamada pelo
próprionome(cf.Jo10,3)—que
a morte já ficou para trás, que à
sua frente estava a Vida e à vida
se converteu, à sua frente estava
oAmor e ao amor se converteu.
Em relação à Ressurreição,
todosos evangelistasapresentam
as mulheres como as primeiras
testemunhasdoViventeque ven-
ceu a morte.
Mateus(27,57-61):Depoisde
tersidofechadootúmulocomuma
grande pedra, José deArimatéia
retirou-se. Ora, Maria Madalena
e a outra Maria estavam ali sen-
tadosemfrentedo sepulcro. "Es-
tar sentado" é a posição de discí-
pulo.Paulodizquefoieducadoaos
pés de Gamaliel, isto é, foi discí-
pulo de Gamaliel (Act 22, 3).
Maria Madalena e a outra Maria
mantiveram-se"discípulos"mes-
mo depois damorte do "mestre".
Pelo Evangelho segundo
Lucas,sabe-seque,duranteavida
públicadeJesus,MariaMadalena
foiumadiscípuladesdea primei-
ra hora.Talvez porque os nomes
das mulheres que seguiam Jesus
vêm imediatamente depois do
episódiodamulherpecadora,não
repudiadaporJesus, masperdoa-
da, salva, e Maria Madalena se-
guidora éidentificadacom aque-
ladequem haviamsaído sete de-
mónios, frequentemente se fez
coincidiro"pecado"comos"sete
demónios".Asnotasda Bíbliade
Jerusalém dizem que «a pecado-
ra deste episódio (Lc 7,36ss)não
deve ser identificada nem com
Maria de Betânia, irmã de Marta
(Lc 10,39; cf. Jo 11,1s; 12,2s),
nemcomMariaMadalena(8,2)».
(CONCLUSÃO)
Nolimetangere[acrílicosobretela,NikHelbig2009]
Efazsentido:se,porumlado,em
termos bíblicos,doençae pecado
andam quase sempre juntos, por
outro,noscasosdehomens "pos-
sessos" libertos por Jesus, nunca
é feita essa ligação (cf. Lc 8,26-
39 e par.). Nunca são chamados
pecadores.Então,MariaMadale-
na foi liberta dos sete demónios,
isto é, foi liberta totalmente —
sete significatotalidade —deto-
dasasideologiasopresso-
ras (e como eram opres-
sorasasideologiasdaque-
letempoemrelaçãoàmu-
lher!) ou de forças psico-
lógicas.Era,pois,umadis-
cípula livre, liberta.
MarcoseoIVEvange-
lho apresentam Maria
Madalena a enviada,a or-
denadapelopróprio Jesus
ressuscitado, estando ela
sozinha.ParaMateus,tam-
bém ela é a apóstola, jun-
tamente com a outra Ma-
ria. Nos três Evangelhos,
ela é ordenada por Jesus,
enquantonodeLucassão,
apenas os doishomens com veste
fulgurante,juntoaosepulcro,que
emitem essa ordem. Em termos
bíblicos,avestefulguranteindica
que se trata de alguém que vem
da parte de Deus.
Segundoostextosevangélicos,
pode-se,pois, reafirmar que Ma-
ria Madalena, a Maria que veio
de Magdala,foiuma discípula li-
berta, amada e apaixonada que
seguiue serviuoSenhor;foi uma
apóstoladoEvangelhodaRessur-
reição,da morte que não tem po-
der sobre a Vida.
SantoAgostinho,nadacompla-
cente com as mulheres, dirá que
«os apóstolos, futuros evan-
gelistas,receberamdas mulheres
o anúncio do Evangelho». Nada
mais conformecomostextos so-
bre a ressurreição: Vai e diz aos
meus irmãos… Maria Madalena
foianunciaraos discípulos:"Vio
Senhor" e as coisas que ele lhe
disse(Jo20,17-18);Tendoressus-
citado namadrugadadoprimeiro
dia da semana, ele apareceu pri-
meiro a Maria Madalena… Ela
foianunciá-loàquelesquetinham
estado na companhia dele e que
estavam aflitos e choravam (Mc
16, 9-10); Eis que Jesus veio ao
seu encontro e disse-lhes:
"Alegrai-vos… Não temais! Ide
anunciar aos meus irmãos que se
dirijam para a Galileia; lá me ve-
rão"(Mt28,9-10).
Estes textos testemunham a
existênciadeumamulher,conhe-
cida como Maria Madalena ou
MariadeMagdala,querecebeuo
poder deconvocar,masnada fez
para detero poderde mandar.
Elapercebeu,comoninguém,esse
poderqueJesusdeNazaré,oCris-
to, veio trazer à terra: o poder de
entregaravidaparaqueosoutros
a tenham em abundância. O po-
derdeCristo,porém,nãosetrans-
mitepeladescendência,maspelo
Espírito de Deus, pela Sabedoria
de Deus, a quem o quiser rece-
ber.
Talvez, por isto, ela
não figure na "primeira
história da Igreja" — os
ActosdosApóstolos.No
entanto,elapermaneceu,
atéhoje,oparadigmadas
mulheresquequiserame
queremseguirapaixona-
damente o mesmo Jesus
Cristo.
Emjeitodeconclusão
diria que, segundo o IV
Evangelho, as mulheres
assumem a liderança do
inícioaotermodominis-
tério público do
Nazareno. Testemunha
queelasforamasprimei-
ras a aceitar, sem reservas, a in-
terpretaçãoalternativadaLeiedo
Templo trazida por Jesus. Elas
foram constituídas, por Jesus,
comosacerdotes(oferecemasua
vida a Deus, no serviço dos ou-
tros),como profetas(sãoagentes
de evangelização)e foram aspri-
meirasaentenderquenãopodem
deixar-se prender pelos critérios
deste mundo porque estão a ca-
minhodeoutroReinoquetentam
edificar, aqui e agora. […]
Asmulheresachegaraotúmulo
[óleosobretela(?),HeQi1999]
(continua na pág. 6)
página oficial na Internet: http://fraternitasmovimento.blogspot.com NIF: 504 602 136 IBAN: PT50 0033 0000 4521 8426 660 05 fraternitasmovim
(conclui na pág. seguinte)
ASMULHERESEAIGREJA
Deve ter sido muito intensa e
fundamental a acção das mulhe-
res no primeiro período da Igreja
para que os autores dos quatro
evangelhosnãodeixemde referir
isso mesmo (de forma mais ou
menosvelada),quandoeracostu-
me não contar mulheres e crian-
ças(M14,21;15,38).
A visibilidade da mulher na
Igreja, suscitada pela prática de
Jesus de Nazaré, não resistiu
muitotempo(3gerações?)àsfor-
ças sócio-culturaisdominantes,
a tal ponto que, hoje, apenas a
podemospressentir,tentandoler
omuitoquefoiomitidonopouco
quechegou aténós.[…]
Paulo, nas suas Cartas, no-
meia várias mulheres, indican-
do as funções que elas desem-
penhavam nas comunidades a
quepertenciam.
TrataFebecomodiakonosda
Igreja de Cêncreas (Rm 16,1-2).
[…]
Apresenta o casal Prisca
(Priscila)eAquilaseuscolabora-
dores a quem ele próprio e todas
as Igrejas da gentilidade muito
devem (Rm 16,3-5).Asaudação
àIgrejaquesereúne em suacasa
(cf. 1Cor 16,19; Act 18,2) e ser
ela nomeada em primeiro lugar
mostraquePriscatinhaumascen-
dentemaior,nacomunidade,que
o marido. […]
Fala de Júnia como apóstola
exímia, juntamente com o seu
marido (Rm 16,7) e refere-se a
outrasmulheresquemuitoseafa-
digaramnoSenhor(Rm16,1-16;
1Cor16,15-20;Fl4,2-3),quemui-
totrabalharamporvós,aludindo
aodurotrabalhodaevangelização
(cf.1Cor15,10;Gal4,11;Fl2,16;
1Ts5,12-13).
Nas outras Cartas, ditas da
escolapaulina,apenassãonome-
adasLoidee Eunice,respectiva-
mente avó e mãe de Timóteo, a
quem este deve os fundamentos
da fé (2Tm 1,5); e Ninfa em cuja
casa se reúne a Igreja local (Col
4,15), assumindo, portanto, a li-
derançada comunidade.
Pelos Actos dos Apóstolos,
além de algumas já citadas, co-
nhecemos,ainda,Lídia,queade-
riuà pregação dosapóstoloscom
toda a sua casa (16,11-15), e as
quatroprofetisas,filhasdeFilipe,
um dos sete (21,8-9).
Perante estes textos e tendo
presentequeosEvangelhossãoo
testemunhovivencialdecomuni-
dades do Século I, isto é, de co-
munidadesquenasuapráticafa-
zem memória da prática de Je-
sus;quesãootestemunhodedis-
cípulosque,anosmaistarde,nos
dizemoque compreenderamdo
mistériodeJesusecomoassuas
atitudes no interiordascomuni-
dades lhes permitiu descobrir o
significado das palavras de Je-
sus,podemosafirmarqueasmu-
lheres assumem todas as fun-
ções,todosos ministérios,exis-
tentes nas igrejas ditas apostóli-
cas (1ª e 2ª gerações).
As Cartas pastorais (3ª gera-
ção) começam a prescrever o
afastamento da mulher em rela-
ção aos ministérios, baseadas na
interpretação ideológica da cria-
çãodoserhumano(1Tm2,8-13).
Infelizmente, esta interpretação
manteve-se até aos nossos dias!
No entanto, como diz
ElisabethFiorenza,«nuncasein-
sistirá o bastante em que os auto-
mento@gmail.com página oficial na Internet: http://fraternitasmovimento.blogspot.com NIF: 504 602 136 IBAN: PT50 0033 0000 4521 8426 660 05
res pseudónimosdas
cartas pastorais não
descrevemasituação
objectivadacomuni-
dade nem se pro-
põem,deformaalgu-
ma, codificar um or-
denamentouniversal
da Igreja na Ásia
Menor. Pretendem,
sim,fixarnumalinha
patriarcal a estrutura
ainda aberta dos mi-
nistériosnaÁsiaMe-
nor».E,paraalémde
«pretenderematribuir
todos os ministérios
eclesiais de direcção
a homens no mais
puroestilopatriarcal,
também tentam criar
um único ministério
feminino,cujocampo
de acção se limita a
mulheresesesubme-
teaocontroleepisco-
pal».
Fátima,2017
Ir. Julieta Dias, rscm
Ressurreição de Cristo
[pintura a óleo sobre madeira, Rafael 1499-1502]
TESOURARIA
Pagamento de quotas
O Movimentotem, como fonte financeira,quase exclusivamentea quotização dosseusAssociados.
Todosos assuntosde tesouraria devemserendereçadosparao tesoureiro JoséAlvesRodrigues
Rua CampinhoVerde,15 = 4505-249 FIÃESVFR |Telf: 220 815 616 / Tlmv: 966 404 997
Conta para depósitosou transferências bancárias:
IBAN PT50003300004521842666005(MillenniumBCP)

SabemosquePortugaléaTer-
ra de Santa Maria.Ahistória re-
gista o vínculo que os portugue-
ses têm com o culto e devoção a
Nossa Senhora.
OSantuário de Nossa Senho-
ra da Conceição é Vila Viçosa é
conhecidocomo Solarda Padro-
eira. D. João IV por provisão
referenciada em Cortes Gerais,
proclamou Nossa Senhora da
ConceiçãoPadroeiraeRainhade
Portugal, em 25 de Março de
1646.Apartir de então, não mais
os monarcas portugueses da Di-
nastia de Bragança voltaram a
colocar a coroa real.
Desde a zona de fronteira em
S. Gregório, concelho de
Melgaço,hátestemunhosdocul-
to à SantíssimaVirgem Maria.
No Monte do Facho, existe
uma capela e um conjunto
escultórico em honra de Nossa
Senhora de Fátima, aonde acor-
rem muitos cristãos portugueses
e galegos, de modo especial nos
dias 12 e 13 de Maio.
OscânticosdaAssembleiado
Povo de Deus misturam-se nas
duasfalas,mascomumasóalma
mariana.
Ébonito desever esentirtan-
ta irmandade mariana.
A história da ermida primiti-
va é digna de ser escutada com
veneração,poistransmite féviva
de devotos em horas aflitivas.
Na paróquia de Santa Maria
Madalena da Chaviães, há sem-
pre festa no 8 de Dezembro, dia
consagradodaNossaSenhorada
Conceição, tendo como centro a
denominada Capela da Quinta
dedicada àVirgem Imaculada.
Junto à estrada que nos con-
duz de S. Gregório a Melgaço,
surge-nos a capela românica de
Nossa Senhora da Orada.
Nossa Senhora da Orada!
Aos de cá de Portugal,
Primeiro que a ninguém,
Livrai-nosdetodo omal.
Estes testemunhos são mais
que suficientes para sublinhar a
devoção mariana das gentes de
Melgaço,onde Portugalcomeça.
Subindo para a serra, encon-
tramos a imagem da Senhora da
Natividade,várias vezessecular,
na Igreja ParoquialdeCubalhão.
Éde referirque D.FreiBarto-
lomeudosMártires,arcebispode
Braga,aquandodasuavisitaàque-
lasparagens,fundouaparóquiade
Cubalhão,designando aSenhora
da Natividadecomopadroeira.
300anoscomaSenhorada
Aparecida-Brasil
Das paragens de Melgaço fo-
ram muitos os que emigraram
para o Brasil, terra daVera Cruz,
e por certolevaram areligiosida-
depopulardeconsistentedevoção
mariana. A evangelização reali-
zada por missionários através do
tempolongoimplementouoculto
mariano.
ApadroeiradoBrasil éaNos-
sa Senhora da ConceiçãoApare-
cida,veneradanabasílicadeNos-
sa Senhora daAparecida, locali-
zada entre Rio de Janeiro e São
Paulo, na cidade deAparecida.
Ali acorrem milhões de devo-
tos das grandescidades e do inte-
rior.
A imagem de Nossa Senhora
foiencontradaquandopescadores
lançavam asredesno rio Paraíba.
Segundo os relatos, a aparição
ocorreu na segunda quinzena de
Outubrode1717.Celebramos300
anos do acontecimento mariano,
marcante, como uma história
cheia de emoções, com esperan-
ça viva e confiança alegre.
Referentes ao grande país do
Brasil,recordamososlivros"Casa
Grande e a Senzala" e "Sobrados
eMucambos"doantropólogoGil-
berto Freire.
AigrejinhadeBrasília
Convidamos os leitores a dar
umgrandesaltonotempoenoter-
ritório e chegamos a Brasília.
Chama-nos a atenção a igreji-
nha de Nossa Senhora de Fátima
quefoioprimeirotemplodealve-
naria inaugurado em Brasília, no
distanteano1958.
Dizem as crónicas que esta
igrejinha foi mandada construir
para “pagar a promessa feita por
Dona Sarah Kubitschekem agra-
decimento a nossa Senhora de
Fátima pela curade sua filha aco-
metida por uma grande doença”.
Lá está a imagem de Nossa
Senhora de Fátima protegida por
paredes revestidas com azulejos
figurativos, criados por o grande
artistaAthos Bulcão,onde consta
apombarepresentandooEspírito
Santo e a estrela de Belém.
SANTUÁRIOS MARIANOS*
(conclui na pág.10)
ASMULHERESORDENADAS,CAMINHOOU
OBSTÁCULOAOECUMENISMOCRISTÃO?
O teólogo valdense italiano,
Paolo Ricca,depois de analisar a
situaçãodamulhernacomunida-
decristãnascente,procuroumos-
trar como "progressivamente foi
afastada, de quase todas as fun-
ções, até se tornaro proletariado
do cristianismo.Tal como na so-
ciedadeindustrialdoséculoXIX,
o proletariado levava as coisas
para a frente, as mulheres levam
a Igreja para a frente, mas justa-
mente como proletárias, isto é,
sem poder.
Parece-me um retrato suges-
tivo,masessecaminhopodedes-
virtuar o que, hoje, está em cau-
sa: as mulheres, como no tempo
deJesus,nãopretendem,comoos
discípulos,um poderdedomina-
forma Luterana. Encontrou mu-
lheresehomensordenadosnoser-
viço de uma Igreja cada vezmais
democrática nas suas decisões.
Nãosepoderáaprendernadacom
essa tradição?
Asmulheresordenadas,cami-
nhoouobstáculoaoecumenismo
cristão?
Bento Domingues, op
in Público (18.06.2017)
ção, mas o poder de servir.
A regra de Santo Agostinho
está certa: Convosco sou cristão,
para vós sou bispo. A
complementaridadedasmulheres
nosministérios ordenados mani-
festará a originalidade das capa-
cidades femininas de servir as
comunidades cristãs, que tradi-
çõesobsoletas impedem.
OPapa Francisco foià Suécia
para celebrar os 500 anos da Re-

Fundo de Partilha
Só é possível distribuir o que se recebe.
Só podemos acorrer a necessidades que se nos apresentam,
se a generosidade dos Associados assim o permitir.
Contamos contigo! Podes usar a conta do Millennium BCP para,
através de nós, poderes ajudar quem precisa.
NossaSenhoraMãedaIgreja
Há muitas paróquias dedica-
das a Nossa Senhora, Mãe da
Igreja.
“Mãe da Igreja” é o título ofi-
cialmente dado à Virgem Maria
durante o Concílio Vaticano II,
pelo Papa Paulo VI. O título foi
utilizado pela primeira vez por
SantoAmbrósio, bispo de Milão
(338-397).
“Pela missão da maternidade
divina, que a une a seu Filho Re-
dentor, e pelas singulares graças
e funções,está também aVirgem
intimamente ligada à Igreja: a
Mãe de Deus é o tipo e figura da
Igreja,naordem da fé,da carida-
de e da perfeita união com Cris-
to”, como já ensinava Santo
Ambrósio.
Aos santuários dedicados a
Nossa Senhora acorrem sempre
multidõesdiversificadas.
“Os santuários mantêm-se vi-
vos na memória histórica por se-
rem espaços onde aconteceram
eventosdecisivosnahistóriadafé
de uma comunidade” (Delegado
PontifícioparaoConselhodaCul-
tura).
“Entra-se no santuário para
agradecer, louvar, suplicar; por
isso, são também uma verdadei-
ra escola de oração. Deste modo
devem educarpara aação degra-
ças, incutindo no peregrino o es-
pírito de reconciliação, de con-
templaçãoedepaz,recordandoo
que Deus disse a respeito da sua
casa: "A minha casa é uma casa
de oração". Estes espaços recor-
damtambémqueDeus,aotornar-
-se solidário com o nosso sofri-
mento, impele-nosà solidarieda-
de e à partilha com os irmãos”.
Nadimensãoproféticaossantuá-
riosfazem-nosapelosà contínua
conversãoerenovação”.(Respon-
sávelReitores deSantuários).
No santuário aprende-se a
abrir o coração a todos, em parti-
cular ao que é diferente de nós: o
hóspede,oestrangeiro,oemigra-
do, o refugiado, aquele que pro-
fessa outra religião, o não crente.
“Destemodo,osantuárioalém
de se oferecer como espaço de
experiênciadeigreja,torna-seum
local de convocação aberta à hu-
manidade inteira”(C.P.E.I.)
Operegrinoregressamaislivre
emaiscontente
ComMiguelTorgadizemos:
“Operegrino vem,
Rezadevotamente,
Põe no altar o quetem
E regressa mais livre e mais
[contente.
Assimfaço também”.
A peregrinação conduz à ten-
da do encontro com a palavra de
Deus.Aexperiênciafundamental
da peregrinação deve ser a da es-
cuta, porque deJerusalém sairá a
palavradoSenhor.
Era interessante percorrer os
códicesquenosfalamdaperegri-
nação através da história. Lem-
bramos "O Guia do Peregrino
Medieval"—CodexCalixtinus,do
século XII,relativo àsperegrina-
ções ao túmulo de Santiago em
Compostela; e ainda a obra
"Egéria - Viagens do Ocidente à
TerraSanta" noséculoIV.
Dos nossos dias, citamos o li-
vro: "Fátima — Sou Peregrino",
deAntónioRego.
“A multidão em Fátima tem
um rosto próprio e é muito mais
que um aglomerado de pessoas
em manifestação ou festa. É uma
comunidade que vive a sua fé.”
Muito se temescrito referente
à mensagem de Fátima, sobre as
aparições,osvidentes,ascelebra-
ções e a teologia mariana, refe-
rindo sempre as recomendações
de Nossa Senhora.
O Cardeal Manuel Cerejeira,
em 1943 proferiu a frase síntese:
“Não foi a igreja que impôsFáti-
ma,mas foi Fátima que se impôs
à igreja.”
E assim a Cova da Iria tomou
a designação de "ALTAR DO
MUNDO."
Recentemente,foipublicadaa
Carta Pastoral dedicada aos San-
tuários de todo o Mundo —
"Sanctuarium in Ecclesia". “Os
Santuários permanecem até aos
nossos diasemqualquer parte do
mundo como sinal peculiar da fé
simples e humilde dos crentes,
quealiencontramadimensãofun-
damental da sua existência. Ali
experimentamdemodoprofundo
a vizinhança de Deus, a ternura
da Virgem Maria e a companhia
dosSantos.”
José Rodrigues Lima
* O texto completo e ilustrado
encontra-se em: Minho Digital —
Semanário do Alto Minho
[http://www.minhodigital.com/news/
o-papa-francisco-no]
Santuários Marianos
(continuação da pág. 8)

Eram doishomenstristes, de-
siludidos, não sei se até revolta-
dos.Umchamava-seCléofas; do
outro não sei o nome. Seguiam o
mesmo caminho de Emaús, a 12
km de Jerusalém. Falavam acer-
ca dagrandedecepção quesofre-
ram,porquetinhamseguidoJesus
e, quando espe-
ravam que Ele
libertasseIsrael
do jugo dos ro-
manos, tudo
acabou em tra-
gédia.Coisaas-
sim não era de
esperar!...
No meio da
viagem, um
desconhecido,
que seguia o
mesmo cami-
nho,juntou-seaeleseperguntou:
«Que palavras são essas que
trocaisentrevós...?»OtalCléofas
berra-lhe indignado: «És o único
habitante de Jerusalém que não
sabe o que lá se passou nestes
dias?!...». E o desconhecido per-
guntou: «O que foi?!». Resposta
dosdois:«O que serefere a Jesus
de Nazaré...».
Entãocomeçouaexplicar-lhes
as Escrituras, e que as profecias
acerca do Messias, afinal, se es-
tavam a cumprir. No fim da via-
gemosdoisdiscípulospediramao
desconhecido que entrasse e se
recolhessenaquelanoiteem casa
deles. Quando, à mesa, o desco-
nhecido partiu opão,o abençoou
e o distribuiu, é que reconhece-
ram que Ele, afinal, era Cristo
ressuscitado, mas que logo desa-
pareceu.
Amigo, vamos agora reflectir
umpouco:
1 -Agrande tristeza daqueles
discípulos de Cristo tinha a sua
raiznoerrodejulgaremqueCris-
to tinha vindo para formar um
exércitoquecombatesseedestru-
ísseopoderromanosobreopovo
judaico. Mas Cristo não era um
soldado, e muito menos umpolí-
tico. «O meu Reino não é deste
mundo» (Jo 18,36). Cristo vinha
libertar o povo de outra escravi-
dão pior do que a política: era a
escravidão do pecado, do ódio e
da ressaca dos vícios. Era a men-
sagem do Amor, em contrapo-
siçãocomocostumedo«olhopor
olhoedentepordente»(Mt5,38).
Foi por isso que Cristo morreu e
ressuscitoupornós,porqueassim
nasceu o Homem Novo, revesti-
do da ressurreição. Ressuscitar é
mudardevida.
2 -Um desconhecido junta-se
aos discípulos e caminha ao seu
lado.SempreassimfazDeuscon-
nosco, embora muitas vezes não
Osintamos,mesmo quando,nes-
ta viagem, nos pega ao colo! Os
doisdiscípulosouviramapalavra
daqueledesconhecido,massóde-
pois, na Eucaristia da refeição,
em casa, é
que reco-
nheceram
Cristo, por-
que a Euca-
ristia é a ce-
lebração de
Cristo Res-
suscitado, e
aderrotadas
s o m b r a s
que nos a-
medrontam.
Caro a-
migo! Tantas vezes ouvimos a
Palavra de Deus, e não sentimos
o coraçãoa arderdentrodopeito,
como àqueles discípulos!
Porquê?!...Tantasvezestomamos
parte na Eucaristia semdescobrir
oCristoressuscitado!Porquê?!...
Cada domingo é vivência das
festas pascais. Já descobrimos
esse companheirode viagemque
vem ao nosso lado, que nos fala
de tantas maneiras e com tantos
sinais,quepartilhaconnoscoasua
vida?Porquenãosomososdiscí-
pulos de Emaús?!...Porque
não?!...
As respostas ficam para tu
descobrires!...
Manuel Paiva
(Associado Nº 28)
SERMOS OS DISCÍPULOS DE EMAÚS!...
PORQUE NÃO?!...

Rua Dr. Sá Carneiro, 182 - 1º Dtº
3700-254 S. JOÃO DA MADEIRA
e-mail: espiral.fraternitas@gmail.com
boletim de
f r a t e r n i t a s m o v i m e n t o
Responsável: Alberto Osório deCastro
Nº 63 - Julho/Setembro de 2017
Irmãos, as parábolas que ouvimos mostram-nos que o Reino de Deus se
torna presente na ambiguidade da história.
Todos nós e tudo pode ser transformado e melhorado.
Oremos.
Pai, queremos ser fermento do teu Reino
 Que a Igreja seja mestra no acolhimento e inclusão, e que não se
deixe enredar no recurso fácil de dividir as pessoas em boas ou
más, porque essa divisão viola os critérios do Reino.
Pai, queremos ser fermento do teu Reino
 Que todos os seguidores de Jesus nos não esqueçamos que o nosso
sinal de identidade não é pertencer à Igreja, mas a prática do amor
ao próximo.
Pai, queremos ser fermento do teu Reino
 Que todos nós tomemos consciência de que o Reino precisa do
nosso trabalho, do nosso compromisso, da nossa acção para se
fazer presente entre nós.
Pai, queremos ser fermento do teu Reino
 Que todos os homens e mulheres que passam este tempo de férias a
cooperar com diversas ONGs e acções diferentes, vivam a sua
cooperação como essa semente ou grão de que o Pai se
encarregará de fertilizar.
Pai, queremos ser fermento do teu Reino
 Que sejamos sensíveis à solidão de alguns idosos e doentes, à
angústia dos refugiados, à estreiteza da vida dos desempregados,
à dor dos excluídos e à amargura dos que perderam um ente
querido.
Pai, queremos ser fermento do teu Reino
Pai bom. Recebemos com alegria o teu convite para sermos fermento de
humanidade no coração do mundo; torna-nos arrojados e comprometidos,
e concede-nos o Espírito. Damos-te graças pelo mesmo Jesus que é teu
Filho.
Vicky Irigaray
FERMENTO DO TEU REINO
Oração em tempo de férias
*
* retirado de: http://feadulta.com/
es/buscadoravanzado/item/
8896-fermento-de-tu-reino.html

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  • 1. Nº 63 - Julho / Setembro de 2017 b o l e t i m d a F R A T E R N I T A S M O V I M E N T O Correspondênciadosleitores 2 Formaçãocontínua 2 41º Encontro Nacional Tema: Jesus e as mulheres 3-5 As mulheres e a Igreja 6-7 Santuáriosmarianos 8/10 Asmulheresordenadas:caminhoouobstáculo aoecumenismocristão? 9 Sermosos discípulosdeEmaús!...Porquenão?... 11 FermentodoTeuReino 12 H á uns dias atrás via, em fa- mília, um clássico do cine- ma de animação: "Mada- gáscar". Aí, para miúdos e graúdos, surge a "selva" na cida- de, isto é, um parque zoológico, ou um visionário zoológico mais do que o chamado (pelo menos en- tre nós) jardim zoológico. Ali, tam- bém numa outra possibilidade de leitura, aparece o desejo de re- gressar às origens, à verdadeira selva, donde aqueles animais são oriundos. E conseguem chegar lá, através de muitas peripécias; cada um: leão, zebra, girafa, pin- guins… tenta partilhar os seus ta- lentos, por vezes com um humor que desconstrói as nossas estru- turas tão certas! É aqui que gostava de subli- nhar o papel dos pinguins, que proactivamente tentam solucionar os problemas de diver- sa ordem que vão surgindo, sem- pre com uma máxima: "sorrir e acenar", mesmo quando no final o navio não tem combustível para transportar os outros companhei- ros animais novamente para a ci- dade. Os pinguins não perdem a postura. É preciso ser-se nobre de es- pírito para sorrir e acenar. Não é somente uma ques- (continuanapág.2)
  • 2. Obrigadopeloúltimonúmerodoboletimespiral que acabo de receber também em papel. Cordialmente. +AntónioMontes [montes@ofm.org.pt] (07-06-2017) Bom dia, Obrigadapeloenvio do boletim.Gosteimuitode o ler!Votos de um bom trabalho. Comosmelhorescumprimentos MariaHelenaAlexandre [jlc.alexandre@gmail.com](08-06-2017) tão diplomática, embora também o seja, obviamente. É uma ques- tão de sensibilidade, de atenção e bom senso. E nota-se, notamos quando o sorriso é amarelo, e quando o aceno é nervoso e "a despachar". E hoje acontece- (nos?) tantas vezes? E m tempo de férias (ou qua- se férias ou quase trabalho) importa que voltemos às nossas origens físicas e espiritu- ais para recarregarmos baterias e reaprendermos a sorrir e ace- nar convictos de que esses são gestos verdadeiramente transfor- madores quando realizados com amor. E voltarmos para o nosso habitat, tornando-o cada vez mais humano, menos selvático. Boas Férias! Santarém, 24 de julho de 2017 Luís Carlos Lourenço Salgueiro  “SorrireAcenar” Mesmoemtempodeférias(ouquase)ésemprebommanter-seemestadodepermanente construçãoouformação. Damosaquialgumasdeixasoupossibilidades.Paraquemquiseroupuder.  40ª Semana Bíblica: 27-31deAgosto2017 Tema:DasApariçõesàRevelação CentroBíblicodosCapuchinhos,Fátima(Contacto:Fr.ManuelArantes-249530210,249530213)  XXXI Encontro Pastoral Social: 19-21deSetembro2017 Tema:Famíliaetransformaçãosocial—UmaprespectivaapartirdaAmorislætitia SteylerFátimaHotel,Fátima(Contacto:https://goo.gl/forms/7621rUWXCirwvq6t1)  Mundo da Bíblia. Geografia, História, Cultura (curso em regime E-learning - on line) FaculdadedeTeologiadaUniversidadeCatólica DeOutubrode2017aMarçode2018(Tel:214214154 | gafa@ft.lisboa.ucp.pt)
  • 3. UnçãoemBetânia Nocapítuloseguinte (Jo12,1- 11), é Maria que actua.Testemu- nha, para mim, mais uma vez, a presença muito forte das mulhe- res na comunidade do Discípulo amado.Quemescreveo4ºEvan- gelhomostra-nosumacomunida- de edificada (cf. Ef 4,12) pelas mulheres(Jo2,1-11;4;11,27;12,1- 11;20,11-18)eestetexto,nomea- damente, é a confirmação disso mesmo. Estamosnoprincípiodofime, comonoprincípiodocomeço(Jo 2,1-11: bodas em Caná), é uma mulher queintervém,neste caso, comum gesto profético. Enquanto os outros põem em dúvida a autenticidade de Jesus, ela confessa publicamente o seu amore entrega(serviço)incondi- cionais, derramando o perfume nosSeuspéseenxugando-oscom os seus cabelos. Enquantoosoutrosacriticam, Jesus interpreta o seu gesto: Deixai-a, ela pressente que não haverá tempo nem lugar para os unguentoshabituaisnaminhase- pultura;elaanunciaaminhares- surreição. Para além deste aspecto fun- damental do texto, é importante referir outros circunstanciais e que ajudam à compreensão glo- bal: Éa3ªPáscoamencionadapelo 4º Evangelho, durante a vida pú- blica de Jesus. Nas duas primei- ras,apresentaaPáscoacomo afestadosJudeus(2,13;6,4). Nesta última, apenas diz a Páscoa (12,1). Não se trata de mais uma festa dos Ju- deus,mas daSua Páscoa,da Suapassagem.ChegouaSua Hora(12,23;13,31-32;17,1.5) e Maria pressentiu isso. Acríticadosdiscípulos(na pessoa de Judas) ao gasto materialdeMaria,comoma- nifestação dasuaentrega,da sua fé no Mestre, revela que nada tinham compreendido Conclui-se, neste número, o condensado das duas comunicações com que a Ir. Julieta Dias, rscm, nos presentou em Fátima no nosso Encontro Nacional. E, para não se “perder o fio à meada”, repete-se aqui a parte final inserta no número anterior. da abundância de vidaque Jesus viera anunciar(cf.Jo10,10).[…] Ressurreição No IV Evangelho, Maria Madalenanão é só a primeira. É a testemunha por excelência: Maria Madalena foi,semdúvida, umadiscípulalivree amada,mas também apaixonada. O diálogo juntoaotúmulovazio,noprimei- rodiadasemana,demadrugada, quandoaindaeraescuro(Jo1,1. 11-18) é muito esclarecedor: só uma mulherapaixonada vai, ain- da escuro, chorar o seu amado onde o colocaram morto. Era es- curo na natureza, mas também dentrodela.Tinhammatadooseu querido Mestre. Fica desvairada ao dar conta de que nem o seu corpo podia chorar porque desa- parecera:Levaram omeu Senhor enãoseiondeocolocaram.Mais doqueaescuridãoprópriadahora, éaescuridãoprovocadapeloluto que não a deixa ver, que não a deixa reconhecer a voz que lhe fala. E responder para quê?Toda a gente deve saber a causa da sua (continua na pág. 4)
  • 4. dor. Uma só coisa lhe interessa:sefostetuque olevaste,diz-meondeo puseste e eu o irei bus- car! Entretanto, basta ouvir o seu nome com aquelaentoaçãoqueela tão bem conhece para que a luz do meio-dia a inundasse:Rabbuni!— querido Mestre!— a morte não teve poder sobre ti, estás vivo!Ao quererabraçá-lo,perce- be que Ele atravessou a morte, vencendo-a,porque,sendoomes- mo, oseucorpo se transformou e já não pode ser retido (Noli me tangere!).Éela que, emprimeiro lugar,recebeomandatodeanun- ciaraBoaNova daRessurreição: Vi o Senhor! Esta sua expressão ficaráparasempreligadaaoanún- cio da ressurreição (Jo 20,18.20.25.29).Amortenãoteve podersobreEleeMariaMadalena percebeu —ao ser chamada pelo próprionome(cf.Jo10,3)—que a morte já ficou para trás, que à sua frente estava a Vida e à vida se converteu, à sua frente estava oAmor e ao amor se converteu. Em relação à Ressurreição, todosos evangelistasapresentam as mulheres como as primeiras testemunhasdoViventeque ven- ceu a morte. Mateus(27,57-61):Depoisde tersidofechadootúmulocomuma grande pedra, José deArimatéia retirou-se. Ora, Maria Madalena e a outra Maria estavam ali sen- tadosemfrentedo sepulcro. "Es- tar sentado" é a posição de discí- pulo.Paulodizquefoieducadoaos pés de Gamaliel, isto é, foi discí- pulo de Gamaliel (Act 22, 3). Maria Madalena e a outra Maria mantiveram-se"discípulos"mes- mo depois damorte do "mestre". Pelo Evangelho segundo Lucas,sabe-seque,duranteavida públicadeJesus,MariaMadalena foiumadiscípuladesdea primei- ra hora.Talvez porque os nomes das mulheres que seguiam Jesus vêm imediatamente depois do episódiodamulherpecadora,não repudiadaporJesus, masperdoa- da, salva, e Maria Madalena se- guidora éidentificadacom aque- ladequem haviamsaído sete de- mónios, frequentemente se fez coincidiro"pecado"comos"sete demónios".Asnotasda Bíbliade Jerusalém dizem que «a pecado- ra deste episódio (Lc 7,36ss)não deve ser identificada nem com Maria de Betânia, irmã de Marta (Lc 10,39; cf. Jo 11,1s; 12,2s), nemcomMariaMadalena(8,2)». (CONCLUSÃO) Nolimetangere[acrílicosobretela,NikHelbig2009]
  • 5. Efazsentido:se,porumlado,em termos bíblicos,doençae pecado andam quase sempre juntos, por outro,noscasosdehomens "pos- sessos" libertos por Jesus, nunca é feita essa ligação (cf. Lc 8,26- 39 e par.). Nunca são chamados pecadores.Então,MariaMadale- na foi liberta dos sete demónios, isto é, foi liberta totalmente — sete significatotalidade —deto- dasasideologiasopresso- ras (e como eram opres- sorasasideologiasdaque- letempoemrelaçãoàmu- lher!) ou de forças psico- lógicas.Era,pois,umadis- cípula livre, liberta. MarcoseoIVEvange- lho apresentam Maria Madalena a enviada,a or- denadapelopróprio Jesus ressuscitado, estando ela sozinha.ParaMateus,tam- bém ela é a apóstola, jun- tamente com a outra Ma- ria. Nos três Evangelhos, ela é ordenada por Jesus, enquantonodeLucassão, apenas os doishomens com veste fulgurante,juntoaosepulcro,que emitem essa ordem. Em termos bíblicos,avestefulguranteindica que se trata de alguém que vem da parte de Deus. Segundoostextosevangélicos, pode-se,pois, reafirmar que Ma- ria Madalena, a Maria que veio de Magdala,foiuma discípula li- berta, amada e apaixonada que seguiue serviuoSenhor;foi uma apóstoladoEvangelhodaRessur- reição,da morte que não tem po- der sobre a Vida. SantoAgostinho,nadacompla- cente com as mulheres, dirá que «os apóstolos, futuros evan- gelistas,receberamdas mulheres o anúncio do Evangelho». Nada mais conformecomostextos so- bre a ressurreição: Vai e diz aos meus irmãos… Maria Madalena foianunciaraos discípulos:"Vio Senhor" e as coisas que ele lhe disse(Jo20,17-18);Tendoressus- citado namadrugadadoprimeiro dia da semana, ele apareceu pri- meiro a Maria Madalena… Ela foianunciá-loàquelesquetinham estado na companhia dele e que estavam aflitos e choravam (Mc 16, 9-10); Eis que Jesus veio ao seu encontro e disse-lhes: "Alegrai-vos… Não temais! Ide anunciar aos meus irmãos que se dirijam para a Galileia; lá me ve- rão"(Mt28,9-10). Estes textos testemunham a existênciadeumamulher,conhe- cida como Maria Madalena ou MariadeMagdala,querecebeuo poder deconvocar,masnada fez para detero poderde mandar. Elapercebeu,comoninguém,esse poderqueJesusdeNazaré,oCris- to, veio trazer à terra: o poder de entregaravidaparaqueosoutros a tenham em abundância. O po- derdeCristo,porém,nãosetrans- mitepeladescendência,maspelo Espírito de Deus, pela Sabedoria de Deus, a quem o quiser rece- ber. Talvez, por isto, ela não figure na "primeira história da Igreja" — os ActosdosApóstolos.No entanto,elapermaneceu, atéhoje,oparadigmadas mulheresquequiserame queremseguirapaixona- damente o mesmo Jesus Cristo. Emjeitodeconclusão diria que, segundo o IV Evangelho, as mulheres assumem a liderança do inícioaotermodominis- tério público do Nazareno. Testemunha queelasforamasprimei- ras a aceitar, sem reservas, a in- terpretaçãoalternativadaLeiedo Templo trazida por Jesus. Elas foram constituídas, por Jesus, comosacerdotes(oferecemasua vida a Deus, no serviço dos ou- tros),como profetas(sãoagentes de evangelização)e foram aspri- meirasaentenderquenãopodem deixar-se prender pelos critérios deste mundo porque estão a ca- minhodeoutroReinoquetentam edificar, aqui e agora. […] Asmulheresachegaraotúmulo [óleosobretela(?),HeQi1999] (continua na pág. 6)
  • 6. página oficial na Internet: http://fraternitasmovimento.blogspot.com NIF: 504 602 136 IBAN: PT50 0033 0000 4521 8426 660 05 fraternitasmovim (conclui na pág. seguinte) ASMULHERESEAIGREJA Deve ter sido muito intensa e fundamental a acção das mulhe- res no primeiro período da Igreja para que os autores dos quatro evangelhosnãodeixemde referir isso mesmo (de forma mais ou menosvelada),quandoeracostu- me não contar mulheres e crian- ças(M14,21;15,38). A visibilidade da mulher na Igreja, suscitada pela prática de Jesus de Nazaré, não resistiu muitotempo(3gerações?)àsfor- ças sócio-culturaisdominantes, a tal ponto que, hoje, apenas a podemospressentir,tentandoler omuitoquefoiomitidonopouco quechegou aténós.[…] Paulo, nas suas Cartas, no- meia várias mulheres, indican- do as funções que elas desem- penhavam nas comunidades a quepertenciam. TrataFebecomodiakonosda Igreja de Cêncreas (Rm 16,1-2). […] Apresenta o casal Prisca (Priscila)eAquilaseuscolabora- dores a quem ele próprio e todas as Igrejas da gentilidade muito devem (Rm 16,3-5).Asaudação àIgrejaquesereúne em suacasa (cf. 1Cor 16,19; Act 18,2) e ser ela nomeada em primeiro lugar mostraquePriscatinhaumascen- dentemaior,nacomunidade,que o marido. […] Fala de Júnia como apóstola exímia, juntamente com o seu marido (Rm 16,7) e refere-se a outrasmulheresquemuitoseafa- digaramnoSenhor(Rm16,1-16; 1Cor16,15-20;Fl4,2-3),quemui- totrabalharamporvós,aludindo aodurotrabalhodaevangelização (cf.1Cor15,10;Gal4,11;Fl2,16; 1Ts5,12-13). Nas outras Cartas, ditas da escolapaulina,apenassãonome- adasLoidee Eunice,respectiva- mente avó e mãe de Timóteo, a quem este deve os fundamentos da fé (2Tm 1,5); e Ninfa em cuja casa se reúne a Igreja local (Col 4,15), assumindo, portanto, a li- derançada comunidade. Pelos Actos dos Apóstolos, além de algumas já citadas, co- nhecemos,ainda,Lídia,queade- riuà pregação dosapóstoloscom toda a sua casa (16,11-15), e as quatroprofetisas,filhasdeFilipe, um dos sete (21,8-9). Perante estes textos e tendo presentequeosEvangelhossãoo testemunhovivencialdecomuni- dades do Século I, isto é, de co- munidadesquenasuapráticafa- zem memória da prática de Je- sus;quesãootestemunhodedis- cípulosque,anosmaistarde,nos dizemoque compreenderamdo mistériodeJesusecomoassuas atitudes no interiordascomuni- dades lhes permitiu descobrir o significado das palavras de Je- sus,podemosafirmarqueasmu- lheres assumem todas as fun- ções,todosos ministérios,exis- tentes nas igrejas ditas apostóli- cas (1ª e 2ª gerações). As Cartas pastorais (3ª gera- ção) começam a prescrever o afastamento da mulher em rela- ção aos ministérios, baseadas na interpretação ideológica da cria- çãodoserhumano(1Tm2,8-13). Infelizmente, esta interpretação manteve-se até aos nossos dias! No entanto, como diz ElisabethFiorenza,«nuncasein- sistirá o bastante em que os auto-
  • 7. mento@gmail.com página oficial na Internet: http://fraternitasmovimento.blogspot.com NIF: 504 602 136 IBAN: PT50 0033 0000 4521 8426 660 05 res pseudónimosdas cartas pastorais não descrevemasituação objectivadacomuni- dade nem se pro- põem,deformaalgu- ma, codificar um or- denamentouniversal da Igreja na Ásia Menor. Pretendem, sim,fixarnumalinha patriarcal a estrutura ainda aberta dos mi- nistériosnaÁsiaMe- nor».E,paraalémde «pretenderematribuir todos os ministérios eclesiais de direcção a homens no mais puroestilopatriarcal, também tentam criar um único ministério feminino,cujocampo de acção se limita a mulheresesesubme- teaocontroleepisco- pal». Fátima,2017 Ir. Julieta Dias, rscm Ressurreição de Cristo [pintura a óleo sobre madeira, Rafael 1499-1502] TESOURARIA Pagamento de quotas O Movimentotem, como fonte financeira,quase exclusivamentea quotização dosseusAssociados. Todosos assuntosde tesouraria devemserendereçadosparao tesoureiro JoséAlvesRodrigues Rua CampinhoVerde,15 = 4505-249 FIÃESVFR |Telf: 220 815 616 / Tlmv: 966 404 997 Conta para depósitosou transferências bancárias: IBAN PT50003300004521842666005(MillenniumBCP) 
  • 8. SabemosquePortugaléaTer- ra de Santa Maria.Ahistória re- gista o vínculo que os portugue- ses têm com o culto e devoção a Nossa Senhora. OSantuário de Nossa Senho- ra da Conceição é Vila Viçosa é conhecidocomo Solarda Padro- eira. D. João IV por provisão referenciada em Cortes Gerais, proclamou Nossa Senhora da ConceiçãoPadroeiraeRainhade Portugal, em 25 de Março de 1646.Apartir de então, não mais os monarcas portugueses da Di- nastia de Bragança voltaram a colocar a coroa real. Desde a zona de fronteira em S. Gregório, concelho de Melgaço,hátestemunhosdocul- to à SantíssimaVirgem Maria. No Monte do Facho, existe uma capela e um conjunto escultórico em honra de Nossa Senhora de Fátima, aonde acor- rem muitos cristãos portugueses e galegos, de modo especial nos dias 12 e 13 de Maio. OscânticosdaAssembleiado Povo de Deus misturam-se nas duasfalas,mascomumasóalma mariana. Ébonito desever esentirtan- ta irmandade mariana. A história da ermida primiti- va é digna de ser escutada com veneração,poistransmite féviva de devotos em horas aflitivas. Na paróquia de Santa Maria Madalena da Chaviães, há sem- pre festa no 8 de Dezembro, dia consagradodaNossaSenhorada Conceição, tendo como centro a denominada Capela da Quinta dedicada àVirgem Imaculada. Junto à estrada que nos con- duz de S. Gregório a Melgaço, surge-nos a capela românica de Nossa Senhora da Orada. Nossa Senhora da Orada! Aos de cá de Portugal, Primeiro que a ninguém, Livrai-nosdetodo omal. Estes testemunhos são mais que suficientes para sublinhar a devoção mariana das gentes de Melgaço,onde Portugalcomeça. Subindo para a serra, encon- tramos a imagem da Senhora da Natividade,várias vezessecular, na Igreja ParoquialdeCubalhão. Éde referirque D.FreiBarto- lomeudosMártires,arcebispode Braga,aquandodasuavisitaàque- lasparagens,fundouaparóquiade Cubalhão,designando aSenhora da Natividadecomopadroeira. 300anoscomaSenhorada Aparecida-Brasil Das paragens de Melgaço fo- ram muitos os que emigraram para o Brasil, terra daVera Cruz, e por certolevaram areligiosida- depopulardeconsistentedevoção mariana. A evangelização reali- zada por missionários através do tempolongoimplementouoculto mariano. ApadroeiradoBrasil éaNos- sa Senhora da ConceiçãoApare- cida,veneradanabasílicadeNos- sa Senhora daAparecida, locali- zada entre Rio de Janeiro e São Paulo, na cidade deAparecida. Ali acorrem milhões de devo- tos das grandescidades e do inte- rior. A imagem de Nossa Senhora foiencontradaquandopescadores lançavam asredesno rio Paraíba. Segundo os relatos, a aparição ocorreu na segunda quinzena de Outubrode1717.Celebramos300 anos do acontecimento mariano, marcante, como uma história cheia de emoções, com esperan- ça viva e confiança alegre. Referentes ao grande país do Brasil,recordamososlivros"Casa Grande e a Senzala" e "Sobrados eMucambos"doantropólogoGil- berto Freire. AigrejinhadeBrasília Convidamos os leitores a dar umgrandesaltonotempoenoter- ritório e chegamos a Brasília. Chama-nos a atenção a igreji- nha de Nossa Senhora de Fátima quefoioprimeirotemplodealve- naria inaugurado em Brasília, no distanteano1958. Dizem as crónicas que esta igrejinha foi mandada construir para “pagar a promessa feita por Dona Sarah Kubitschekem agra- decimento a nossa Senhora de Fátima pela curade sua filha aco- metida por uma grande doença”. Lá está a imagem de Nossa Senhora de Fátima protegida por paredes revestidas com azulejos figurativos, criados por o grande artistaAthos Bulcão,onde consta apombarepresentandooEspírito Santo e a estrela de Belém. SANTUÁRIOS MARIANOS* (conclui na pág.10)
  • 9. ASMULHERESORDENADAS,CAMINHOOU OBSTÁCULOAOECUMENISMOCRISTÃO? O teólogo valdense italiano, Paolo Ricca,depois de analisar a situaçãodamulhernacomunida- decristãnascente,procuroumos- trar como "progressivamente foi afastada, de quase todas as fun- ções, até se tornaro proletariado do cristianismo.Tal como na so- ciedadeindustrialdoséculoXIX, o proletariado levava as coisas para a frente, as mulheres levam a Igreja para a frente, mas justa- mente como proletárias, isto é, sem poder. Parece-me um retrato suges- tivo,masessecaminhopodedes- virtuar o que, hoje, está em cau- sa: as mulheres, como no tempo deJesus,nãopretendem,comoos discípulos,um poderdedomina- forma Luterana. Encontrou mu- lheresehomensordenadosnoser- viço de uma Igreja cada vezmais democrática nas suas decisões. Nãosepoderáaprendernadacom essa tradição? Asmulheresordenadas,cami- nhoouobstáculoaoecumenismo cristão? Bento Domingues, op in Público (18.06.2017) ção, mas o poder de servir. A regra de Santo Agostinho está certa: Convosco sou cristão, para vós sou bispo. A complementaridadedasmulheres nosministérios ordenados mani- festará a originalidade das capa- cidades femininas de servir as comunidades cristãs, que tradi- çõesobsoletas impedem. OPapa Francisco foià Suécia para celebrar os 500 anos da Re-  Fundo de Partilha Só é possível distribuir o que se recebe. Só podemos acorrer a necessidades que se nos apresentam, se a generosidade dos Associados assim o permitir. Contamos contigo! Podes usar a conta do Millennium BCP para, através de nós, poderes ajudar quem precisa.
  • 10. NossaSenhoraMãedaIgreja Há muitas paróquias dedica- das a Nossa Senhora, Mãe da Igreja. “Mãe da Igreja” é o título ofi- cialmente dado à Virgem Maria durante o Concílio Vaticano II, pelo Papa Paulo VI. O título foi utilizado pela primeira vez por SantoAmbrósio, bispo de Milão (338-397). “Pela missão da maternidade divina, que a une a seu Filho Re- dentor, e pelas singulares graças e funções,está também aVirgem intimamente ligada à Igreja: a Mãe de Deus é o tipo e figura da Igreja,naordem da fé,da carida- de e da perfeita união com Cris- to”, como já ensinava Santo Ambrósio. Aos santuários dedicados a Nossa Senhora acorrem sempre multidõesdiversificadas. “Os santuários mantêm-se vi- vos na memória histórica por se- rem espaços onde aconteceram eventosdecisivosnahistóriadafé de uma comunidade” (Delegado PontifícioparaoConselhodaCul- tura). “Entra-se no santuário para agradecer, louvar, suplicar; por isso, são também uma verdadei- ra escola de oração. Deste modo devem educarpara aação degra- ças, incutindo no peregrino o es- pírito de reconciliação, de con- templaçãoedepaz,recordandoo que Deus disse a respeito da sua casa: "A minha casa é uma casa de oração". Estes espaços recor- damtambémqueDeus,aotornar- -se solidário com o nosso sofri- mento, impele-nosà solidarieda- de e à partilha com os irmãos”. Nadimensãoproféticaossantuá- riosfazem-nosapelosà contínua conversãoerenovação”.(Respon- sávelReitores deSantuários). No santuário aprende-se a abrir o coração a todos, em parti- cular ao que é diferente de nós: o hóspede,oestrangeiro,oemigra- do, o refugiado, aquele que pro- fessa outra religião, o não crente. “Destemodo,osantuárioalém de se oferecer como espaço de experiênciadeigreja,torna-seum local de convocação aberta à hu- manidade inteira”(C.P.E.I.) Operegrinoregressamaislivre emaiscontente ComMiguelTorgadizemos: “Operegrino vem, Rezadevotamente, Põe no altar o quetem E regressa mais livre e mais [contente. Assimfaço também”. A peregrinação conduz à ten- da do encontro com a palavra de Deus.Aexperiênciafundamental da peregrinação deve ser a da es- cuta, porque deJerusalém sairá a palavradoSenhor. Era interessante percorrer os códicesquenosfalamdaperegri- nação através da história. Lem- bramos "O Guia do Peregrino Medieval"—CodexCalixtinus,do século XII,relativo àsperegrina- ções ao túmulo de Santiago em Compostela; e ainda a obra "Egéria - Viagens do Ocidente à TerraSanta" noséculoIV. Dos nossos dias, citamos o li- vro: "Fátima — Sou Peregrino", deAntónioRego. “A multidão em Fátima tem um rosto próprio e é muito mais que um aglomerado de pessoas em manifestação ou festa. É uma comunidade que vive a sua fé.” Muito se temescrito referente à mensagem de Fátima, sobre as aparições,osvidentes,ascelebra- ções e a teologia mariana, refe- rindo sempre as recomendações de Nossa Senhora. O Cardeal Manuel Cerejeira, em 1943 proferiu a frase síntese: “Não foi a igreja que impôsFáti- ma,mas foi Fátima que se impôs à igreja.” E assim a Cova da Iria tomou a designação de "ALTAR DO MUNDO." Recentemente,foipublicadaa Carta Pastoral dedicada aos San- tuários de todo o Mundo — "Sanctuarium in Ecclesia". “Os Santuários permanecem até aos nossos diasemqualquer parte do mundo como sinal peculiar da fé simples e humilde dos crentes, quealiencontramadimensãofun- damental da sua existência. Ali experimentamdemodoprofundo a vizinhança de Deus, a ternura da Virgem Maria e a companhia dosSantos.” José Rodrigues Lima * O texto completo e ilustrado encontra-se em: Minho Digital — Semanário do Alto Minho [http://www.minhodigital.com/news/ o-papa-francisco-no] Santuários Marianos (continuação da pág. 8) 
  • 11. Eram doishomenstristes, de- siludidos, não sei se até revolta- dos.Umchamava-seCléofas; do outro não sei o nome. Seguiam o mesmo caminho de Emaús, a 12 km de Jerusalém. Falavam acer- ca dagrandedecepção quesofre- ram,porquetinhamseguidoJesus e, quando espe- ravam que Ele libertasseIsrael do jugo dos ro- manos, tudo acabou em tra- gédia.Coisaas- sim não era de esperar!... No meio da viagem, um desconhecido, que seguia o mesmo cami- nho,juntou-seaeleseperguntou: «Que palavras são essas que trocaisentrevós...?»OtalCléofas berra-lhe indignado: «És o único habitante de Jerusalém que não sabe o que lá se passou nestes dias?!...». E o desconhecido per- guntou: «O que foi?!». Resposta dosdois:«O que serefere a Jesus de Nazaré...». Entãocomeçouaexplicar-lhes as Escrituras, e que as profecias acerca do Messias, afinal, se es- tavam a cumprir. No fim da via- gemosdoisdiscípulospediramao desconhecido que entrasse e se recolhessenaquelanoiteem casa deles. Quando, à mesa, o desco- nhecido partiu opão,o abençoou e o distribuiu, é que reconhece- ram que Ele, afinal, era Cristo ressuscitado, mas que logo desa- pareceu. Amigo, vamos agora reflectir umpouco: 1 -Agrande tristeza daqueles discípulos de Cristo tinha a sua raiznoerrodejulgaremqueCris- to tinha vindo para formar um exércitoquecombatesseedestru- ísseopoderromanosobreopovo judaico. Mas Cristo não era um soldado, e muito menos umpolí- tico. «O meu Reino não é deste mundo» (Jo 18,36). Cristo vinha libertar o povo de outra escravi- dão pior do que a política: era a escravidão do pecado, do ódio e da ressaca dos vícios. Era a men- sagem do Amor, em contrapo- siçãocomocostumedo«olhopor olhoedentepordente»(Mt5,38). Foi por isso que Cristo morreu e ressuscitoupornós,porqueassim nasceu o Homem Novo, revesti- do da ressurreição. Ressuscitar é mudardevida. 2 -Um desconhecido junta-se aos discípulos e caminha ao seu lado.SempreassimfazDeuscon- nosco, embora muitas vezes não Osintamos,mesmo quando,nes- ta viagem, nos pega ao colo! Os doisdiscípulosouviramapalavra daqueledesconhecido,massóde- pois, na Eucaristia da refeição, em casa, é que reco- nheceram Cristo, por- que a Euca- ristia é a ce- lebração de Cristo Res- suscitado, e aderrotadas s o m b r a s que nos a- medrontam. Caro a- migo! Tantas vezes ouvimos a Palavra de Deus, e não sentimos o coraçãoa arderdentrodopeito, como àqueles discípulos! Porquê?!...Tantasvezestomamos parte na Eucaristia semdescobrir oCristoressuscitado!Porquê?!... Cada domingo é vivência das festas pascais. Já descobrimos esse companheirode viagemque vem ao nosso lado, que nos fala de tantas maneiras e com tantos sinais,quepartilhaconnoscoasua vida?Porquenãosomososdiscí- pulos de Emaús?!...Porque não?!... As respostas ficam para tu descobrires!... Manuel Paiva (Associado Nº 28) SERMOS OS DISCÍPULOS DE EMAÚS!... PORQUE NÃO?!... 
  • 12. Rua Dr. Sá Carneiro, 182 - 1º Dtº 3700-254 S. JOÃO DA MADEIRA e-mail: espiral.fraternitas@gmail.com boletim de f r a t e r n i t a s m o v i m e n t o Responsável: Alberto Osório deCastro Nº 63 - Julho/Setembro de 2017 Irmãos, as parábolas que ouvimos mostram-nos que o Reino de Deus se torna presente na ambiguidade da história. Todos nós e tudo pode ser transformado e melhorado. Oremos. Pai, queremos ser fermento do teu Reino  Que a Igreja seja mestra no acolhimento e inclusão, e que não se deixe enredar no recurso fácil de dividir as pessoas em boas ou más, porque essa divisão viola os critérios do Reino. Pai, queremos ser fermento do teu Reino  Que todos os seguidores de Jesus nos não esqueçamos que o nosso sinal de identidade não é pertencer à Igreja, mas a prática do amor ao próximo. Pai, queremos ser fermento do teu Reino  Que todos nós tomemos consciência de que o Reino precisa do nosso trabalho, do nosso compromisso, da nossa acção para se fazer presente entre nós. Pai, queremos ser fermento do teu Reino  Que todos os homens e mulheres que passam este tempo de férias a cooperar com diversas ONGs e acções diferentes, vivam a sua cooperação como essa semente ou grão de que o Pai se encarregará de fertilizar. Pai, queremos ser fermento do teu Reino  Que sejamos sensíveis à solidão de alguns idosos e doentes, à angústia dos refugiados, à estreiteza da vida dos desempregados, à dor dos excluídos e à amargura dos que perderam um ente querido. Pai, queremos ser fermento do teu Reino Pai bom. Recebemos com alegria o teu convite para sermos fermento de humanidade no coração do mundo; torna-nos arrojados e comprometidos, e concede-nos o Espírito. Damos-te graças pelo mesmo Jesus que é teu Filho. Vicky Irigaray FERMENTO DO TEU REINO Oração em tempo de férias * * retirado de: http://feadulta.com/ es/buscadoravanzado/item/ 8896-fermento-de-tu-reino.html