1. Nº 67 - Julho / Setembro de 2018
b o l e t i m d a F R A T E R N I T A S M O V I M E N T O
DESCANSAR: DO DESERTO AO JARDIM
Correspondência dos leitores 3
Breves 3
O peso da palavra... 4
Saudades do passado... 5
Doação de espólio documental de
José Nuno Pereira Pinto 6-7
Do baú da memória 8-9
Encontro de Formação 9
Festas, feiras e festivais 10-11
Espaço à poesia
O pobre doente 12
Hoje a poesia existe 12
Saudade 14
Recortes 13
In Memoriam... ARTUR CUNHA DE OLIVEIRA
No coração da memória 15
Testemunhos 14
“Chegou a hora de nos levantarmos...” 16
C
uras e ensino. Nisto se resume,
mais ou menos, em quadros, a
missão de Jesus e os apóstolos,
enviados dois a dois, com nada para o
caminho, aceitando a hospitalidade do
povo. Os apóstolos ungem com óleo os
enfermos e ensinam. E multidões se-
guem-nos. Eles têm muito trabalho, sem
tempo para descansar, nem sequer para
comer (Mc 6,30-34).
O Jesus de Marcos retira-se repetidas
vezes para o monte ou entra num barco
para que as multidões não O alcancem.
E agora propõe isso mesmo aos seus
Apóstolos: "Vinde, retiremo-nos para um
lugar deserto para descansar um pou-
co."
J
esus chama-os para um local iso-
lado, para um lugar deserto, para
descansar. No entanto, o resulta-
do não é o esperado, pois, em vez do
deserto, esperam-nos multidões com
fome, carecidas de ensino e de pão. A
busca da solidão e da tranquilidade é
cortada pela premência de uma palavra
pedagógica, de um alimento que sacie.
Só depois de os ensinar e alimentar, eles
despedem as pessoas, e Jesus, e ape-
nas Jesus, retira-Se sozinho para o mon-
te para rezar. O episódio não nos diz
nada do que fizeram os apóstolos.
Este evangelho é muito importante para
nós, que vivemos numa sociedade que
é definida como uma "sociedade do can-
saço" (Kuhn), onde experienciamos um
excessivo crescimento e uma pressão
*
(continua na pág. seguinte)
2. por parte da vida quotidiana. Estamos,
como sociedade, cansados, e esta ofer-
ta de Jesus vem mesmo a calhar: a soli-
dão, a companhia tranquila, a pausa.
Neste evangelho (Mc 6,30-34), Jesus
convida-nos a acompanhá-lo ao deser-
to, para estar com ele. A deixar as tare-
fas e as pessoas e ir com Ele, para o
deserto.
E
m 22 de Julho, recorda-se tam-
bém santa Maria Madalena. Ma-
ria, Apóstola dos Apóstolos, é um
modelo de liderança para a nossa igre-
ja. Pioneira na experiência da Ressur-
reição, anunciadora aos Apóstolos e lí-
der de comunidades. Mulher curada e
discípula, mestra e pioneira da Ressur-
reição.
Mas, não sabemos se os apóstolos da
história anterior conseguem chegar a um
lugar solitário para ficar a sós com Je-
sus (e podemos assumir que não já que,
se o tivessem conseguido, certamente
constaria em textos do Evangelho), pelo
contrário, sim, podemos dizer a partir dos
textos joaninos que Maria é aquela que
conhece Jesus, na solidão e vivo para
sempre.
E com uma originalidade: o lugar, certa-
mente deserto de pessoas, não é um
deserto de areia e secura, mas um po-
mar, um jardim. O jardim é o lugar bíbli-
co do amor, da beleza, da contempla-
ção e, desde o encontro de Cristo res-
suscitado com Madalena, o lugar da vida,
vida plena, a abundância que dura, que
enche.
C
om Maria Madalena, o deserto,
o despovoado torna-se jardim. E
o Evangelho de João apresenta-
no-la, sozinha com o Cristo ressuscita-
do, neste jardim de flores e frutas, jar-
dim do Mestre e da mulher com nome
próprio, pronunciado em voz alta.
Descansar numa sociedade de cansa-
ço pode significar, algo mais do que um
mero afastamento da lufa-lufa. Pode sig-
nificar procurar e encontrar, no meio dos
sinais de morte, Aquele que nos ensina,
o Mestre, e reconhecer-nos a nós mes-
mos, com nosso próprio nome, num vín-
culo profundo com a vida, e a Vida em
abundância.
Paula Depalma
[Teóloga Doutorada, Profesora de Liturgia, Escritora]
TESOURARIA
Pagamento de quotas
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*Trad. e adaptação deA. Osório de Castro: in: http://feadulta.com/es/buscadoravanzado/item/9905-descan-
sar-del-desierto-al-jardin.html
Descansar: do deserto ao jardim
(conclusão da pág. 1)
3. (continuação da página 2)
Muito obrigado pelo envio do Nº 66 da vossa
publicação ESPIRAL.
Votos de excelentes actividades para a associa-
ção e de boa saúde, Paz e Bem para todas as
famílias e Amigos(as) que compõe a família
FRATERNITAS.
Abraço fraterno para todos.
† Francisco Senra Coelho
[padresenra@gmail.com] (11 de junho de 2018)
Obrigado, Alberto, pelo ESPIRAL.
É mesmo uma boa partilha crescendo em
espiral, como incenso, à volta de dois temas: o
nosso Encontro anual com a Laudato si' e a
PÁSCOA-VIDA do nosso irmão e amigo
Simão, com belíssimos testemunhos de gente
amiga e crente. Lendo-te sobre ele, também
concluo que muitos convivemos sem nos
conhecermos realmente: que tesouro ali
tínhamos, em vaso de barro como todos, mas só
percetível na sua finura de diamante polido
quando o vaso físico se partiu! Graças a Deus
por ele e Obrigado a quem o amou, dele cuidou
até ao fim e aqui partilhou a riqueza recebida no
convívio com ele!
Apreciei, também, as várias sensibilidades dos
ECOS registados. A VIDA continua...rá!
Bem-hajas pela atenção.
frei menorgado
[lopes.morgado@gmail.com] (11 de junho de 2018)
Estimado Alberto Osório de Castro
Muito agradeço o envio do nº 66 do boletim
Espiral
Pax
O Senhor nos confirme na alegria do serviço ao
Evangelho da Esperança
Cordialmente em Cristo, fonte da Agua viva
† D. José Cordeiro
[djosecordeiro@gmail.com] (14 de junho de 2018)
Obrigado pelo boletim Espiral.
Bom trabalho e saúde.
Zeferino
[zeferinomsantos@gmail.com] (19 de junho de 2018)
Caro Dr. Osório de Castro
Obrigado pelo envio da último Espiral, que só
agora posso agradecer devido a uma ausência
prolongada fora de Lisboa.
Cordiais cumprimentos.
† António Montes Moreira
[montes@ofm.org.pt] (2 de julho de 2018)
FALECIMENTO: No dia
13 de Julho fomos surpreendi-
doscoma notícia do falecimen-
to, em Madrid, onde se encon-
trava emtrabalho,doLuís Mar-
tins, de 41 anos de idade, filho
dos Associados Bráulio e Ma-
ria José, que vivem emVidago.
Numa situação tão dura e de
profundo sofrimento, só a fé no
b r e v e s . . . Senhor Jesus que vence a mor-
te, pode suavizar a dor e apon-
tar outros horizontes! Aos pais
e demais familiares a certeza
da nossa oração.
EXPOSIÇÃO: O Alberto
Videira D'ASSUMPÇÃO (Associ-
ado nº 7), membro da Royal
Society ofArts (RSA), de Lon-
dres, mantém, em exposição
permanente trabalhos seus, no
restaurante Cozinha da Sé em
Braga.
Os nossos parabéns!
LANÇAMENTO DE LI-
VRO: O Augusto Pires da
Mota, presbítero casado, lan-
çou mais um livro seu: “Mis-
são: OGrande Desafio”.Foi no
passado dia 9 de Junho, em
Gulpilhares (V. N. Gaia).
As nossas congratulações!
4. Não poucas vezes tenho sen-
tido calafrios ao ouvir a palavra
IRMÃO a saltar da minha boca.
Acompanha-a sempre o embara-
ço de uma pergunta: "De onde
me vens? Tens raízes fundas?"
Tenho medo que se estrague
e apodreça. Tenho pavor que se
vulgarize e o muito uso lhe tire
toda a graça…
É que esta palavra IRMÃO é
uma palavra FORTE e habitada.
Habitada de gente, de possibili-
dades, de imprevistos, de ima-
gens. Ela abre aos meus olhos
impensáveis campos de Confi-
ança trabalhados a muitas mãos,
na Fé/Esperança de um Mundo
às direitas. Com ela eu passo por
estreitos caminhos de abraços,
cumplicidades, lágrimas e sorri-
sos. TANTOS!
É que esta é uma palavra
cheia de vitalidade, sempre a fa-
zer-se,a refazer-se e atornarpre-
sentes todos os "E... se?" ditos
jáno degrau de imparáveisaven-
turas. Já deixei de contar os
recomeços entre mãos e mãos,
todas elas agarradas a um mes-
mo fio — a Esperança!
O peso da palavra…
A sua força/dinamismo leva-
-me a entrar numa aldeia chama-
da Betânia — casa do pobre,
onde todo o amor éAmor Irmão
— Maria, Marta, Lázaro.
O eco dela remete-me à Ori-
gem: ao "extraordinariamente
bom" genesíaco de Deus, ao bei-
jo do Princípio e a tudo o que de
mais verdadeiro acontece no co-
ração da gente a ponto de o fa-
zer reNASCER e LEVANTAR.
Que conSanguinidade é esta
que nos compromete até ao mais
fundo dos dias e das decisões?
Que conSanguinidade é esta
que pintada cordoAmor os nos-
sos passos… da cor da Festa os
nossos olhos…?
Glória
(Associada Nº 22)
5.
Quando olvidamos as refe-
rências fundacionais e só nos
balizamos por tempos conside-
rados de "glória", quando não
temos os olhos bem firmes e
apontados ao único paradigma
verdadeiro - Jesus, o rosto hu-
mano de Deus -, só resta reduzir
a igreja a um ritualismo bacoco,
tipo tridentino!...
Parece incrível, mas há o
surgimento de uma nostalgia da
"missa" em latim, olhos postos
no vácuo e não nas pessoas,
cheia de "ritos mágicos" e her-
méticos, costas ao povo("comu-
nidade"?)…
E esta nostalgia tem eco em
órgãos de comunicação social.
Ainda há pouco tempo, o Jornal
de Notícias de 24 de Junho, um
domingo, titulava, na sua pri-
meira página, "Padres anti-Papa
dão missas em latim e de costas
para os fiéis", remetendo para as
páginas 6 e 7, numa secção
intitulada "Primeiro Plano",
acompanhados de imagens, os
artigos de Emília Monteiro so-
bre este tema. E a jornalista re-
fere que as missas em latim da
"Fraternidade Sacerdotal de S.
Pio X" têm cada vez mais adep-
tos que, na zona do grande Por-
to, chegam até a alugar uma sala
num hotel. A revista Visão, na
sua edição de 10 de Março deste
ano, abordava o mesmo assun-
to, mas titulando mais vasto e
preciso como "Descubra a igre-
ja portuguesa anti-papa Francis-
co" (http://visao.sapo.pt/actuali-
dade/sociedade/2018-03-10-
Descubra-a-igreja-portuguesa-
anti-papa-Francisco). E nesta re-
portagem afirma-se que "as mis-
sas em latim regressaram e re-
velam o movimentoconservador
que está a crescer no País. Atra-
em jovens fiéis e sacerdotes que
aprendem o ritual em segredo".
Custa-me que, sem pestane-
jar, se possa afirmar que "foi as-
sim [em latim] que a missa se
celebrou ao longo de dois mil
anos"! Isto é tomar o todo pela
parte e, até, "forçar" Jesus a fa-
lar latim... Mas, sobretudo, arre-
pia-me saber que "está a crescer
o número de sacerdotes, especi-
almente os mais novos, a apren-
der o rito às escondidas e a cele-
brar missas", explica um padre
"que a costuma rezar." Que se-
menteira está a ser feita nos
nossos seminários? O que atrai
sobretudo os jovens?
Por detrás de tudo isto, está
uma visão deturpada de igreja,
ou, melhor uma visão de igreja
que não vem de Jesus, O que Se
manifestoucontra osritualismos
ocos do Judaísmo oficial.
Em que se fixam estes bapti-
zados, estes cristãos? Em Jesus
que Se identifica com os mais
fracos, os mais pobres, os
deserdados? Ou no encontro
com o esotérico, o misterioso, o
arcano?
Penso que, de facto, nos faz
faltaumaevangelização de base,
uma edificação em que Jesus
seja o alicerce, a pedra angular
da Igreja. Não podemos conten-
tar-nos com celebrações em que
as pessoas se nãoconheçam, que
não se sintam membros de um
corpo vivo, de uma comunida-
de.
Procurar o mistério, o ritua-
lismo, ou, pelo contrário, mer-
gulhar no encontro pessoal com
o Salvador presente no outro,
simpático ou não, mas centelha
da luz que vem do alto?
"Vem, Senhor Jesus!" (Ap
20,20)
Alberto Osório
(Associado Nº 20)
Saudades do Passado…
8. página oficial na Internet: http://fraternitasmovimento.blogspot.com NIF: 504 602 136 IBAN: PT50 0033 0000 4521 8426 660 05
1Do Baú da memória é já ne-
cessária muita força para ar-
rancar estórias esquecidas.
Foi isso que me aconteceu, há
dias. Retornei ao final dos anos
sessenta do século passado. Ti-
nham-me solicitado o acompa-
nhamento de quatro pré-finalis-
tas de Teologia que desejavam
fazer um "estágio" pastoral, an-
tes de serem ordenados pres-
bíteros.
Num domingo qualquer, eu e
eles, metemo-nos no meu
"carocha" e fomos a caminho de
Lisboa. Depois de muitas reuni-
ões, a última em casa do arqui-
tecto Nuno Teotónio Pereira, re-
gressámos a casa.
Então, demo-nos conta de que
era domingo e não tínhamos ce-
lebrado a eucaristia.
Apesar de cansados da viagem,
tal como os discípulos de
Emaús, sentámo-nos a uma
mesa redonda queeles tinham na
cozinha. Havia pão e vinho. Ha-
via um pequeno missal com as
leituras dominicais e uma vela.
E havia Fé.
Fizemos as leituras do dia, que
cada um comentou. Demos gra-
ças e partimos o pão entre nós.
Bebemos do vinho. O Senhor
estava no meio de nós. "Ite mis-
sa est".
Eram tempos de primavera con-
ciliar. Eram tempos de mudança
e de esperança. Tempos que nos
faziam regressar aos primeiros
séculos da nossa era e sentir a
presença do ressuscitado, sem
báculos nem mitras, sem frases
construídas e deturpadas por sé-
culos de especulação teológica.
Era ainda primavera.
2Há pouco mais de um mês,
num encontro de antigos
alunos da Universidade de
Comillas(Santander– Espanha),
também foi celebrada a eucaris-
tia. Éramos cerca de trinta parti-
cipantes. Alguns eram presbí-
teros em exercício. Célibes
como manda o "Codex Iuris
Canonici".Alguns outros, acom-
panhados das respectivas espo-
sas, tinham deixado o exercício
e a vida clerical. Não eram
célibes. Como manda o Livro do
Génesis, ("Não é conveniente
que o homem esteja só; vou dar-
-lhe uma auxiliar semelhante a
ele") tinham constituído família.
Outros ainda, que nunca tinham
sido presbíteros, estavam tam-
bém ali em romagem de sauda-
de, companheirismo e amizade
antiga.
Aeucaristia foicelebrada, ao fim
da tarde, numa capela adjacente
ao Turismo Rural, onde estive-
mos instalados durante aqueles
dias. Um dos presbíteros vestiu-
-se a rigor, solenemente, para
presidir. Os demais presbíteros
permaneceram misturados.
O presbítero/presidente assumiu
clericalmente as suas funções,
sem ter em conta a especifici-
dade da situação. Foi pena.
Ritualmente, esteve quase cor-
recto. Apenas algumas altera-
ções significativas foram intro-
duzidas por iniciativa dos outros
participantes. Bebeu sozinho do
vinho e distribuiu formalmente
o pão. Cinquenta e tal anos de-
pois, a invernia pós-conciliar ti-
nha produzido os seus efeitos.
Era mesmo inverno.
3Foi há pouco tempo (quatro
ou cinco anos). Estava em
Oxford e era domingo. Procurei
uma igreja católica. Não encon-
trei. Entrei na mais central.
Anglicana e antiga.
Em quase tudo semelhante à ca-
tólica. Paramentos. Leituras...
A certa altura até achei que esta-
va num templo católico, numa
liturgia católica, apesar de…
E veio a altura da comunhão. O
pão e o vinho eram distribuídos.
Retraí-me e não me aproximei.
DO BAÚ DA MEMÓRIA
9. ENCONTRO DE FORMAÇÃO
Data: 5 a 7 de Outubro de 2018
Local: Seminário Nª Srª de Fátima – Alfragide
Tema: Os Primeiros Cem Anos do Cristianismo
Orientador: Pastor DIMAS DE ALMEIDA (IGREJA PRESBITERIANA)
Inscrições: Secretariado da Fraternitas até ao dia 25 de Setembro
Os Encontros de Formação fazem parte da programação normal da FRATERNI-
TAS Movimento. São um instrumento indispensável para o crescimento pessoal
e grupal.
Contamos, naturalmente, com todos, pois se trata de um Encontro a nível naci-
onal. Todavia, porque é aberto, pedimos também o favor de o divulgarem e
motivarem amigos e conhecidos para esta iniciativa do nosso Movimento.
Geral: fraternitasmovimento@gmail.com Secretariado: secretariado.fraternitas@gmail.com Direcção: direcao.fraternitas@gmail.com
Achava que não tinha direito.
Foi então que alguém se aproxi-
mou e me convidou.
Escusei-me delicadamente. Ou
covardemente? Não sei.
Não me perguntaram se estava
preparado. Se me havia confes-
sado. Se tinha regularizada a
minha situação conjugal. Se era
de outra confissão religiosa…
Apenas me convidaram.
"Tomai e comei.Tomai e bebei."
Era outono. Havia frutos madu-
ros espalhados pelos campos…
4Que fizemos nós da Ceia do
Senhor?
Um espectáculoparadeslumbrar
e atrair multidões?
Um concerto gigante com mú-
sica a condizer?
Um cerimonial dominical para
cumprir preceito?
Um ritual mágico com genu-
flexões e abluções?
Que fizemos nós da Ceia do Se-
nhor?
Nota final. Escrevi este texto
pensando nas declarações e no
esforço que alguns bispos ale-
mães estão a fazer para que os
casais "interconfessionais" par-
ticipem nas eucaristias celebra-
das nas suas dioceses. Não es-
queço, porém, a renovação ain-
da necessária na Igreja Católica.
Para que seja, de novo, prima-
vera.
Antonino Mendonça
[antonino.mendonca@gmail.com]
(20-07-2018)
10. Estamos no tempo das ma-
nhãs claras, dos dias solarengos
e com temperaturas agradáveis.
O Alto-Minho é um arraial
contínuo.
Ouvem-se sons dos gaiteiros,
dos bombos, dos cantares ao
desafio e escutam-se as bandas
de música no arraial, que dura
pela noite dentro, executando
lindas partituras onde a música
clássica se mistura com rapsó-
dias.
Há música rock animada e
forte.
Dança-se e fala-se ao amor.
"Teus olhos me guiam, / Tua
alma me aquece; / Teus lábios
me beijam / Meu coração ador-
mece".
Aquando "os santos popula-
res" houve foguetes no ar e sar-
dinha assada e aromas de
manjerico.
Agora, na festa dos padroei-
ros os sons festivos ouvem-se ao
perto e ao longe. Os fogos de
artifício iluminam o céu com
multicores.
Acontece o espectáculo piro-
musical.
Há procissões com estandar-
tes, andores, figurados, devotos
amortalhados cumprindo pro-
messas de horas difíceis.
As comissões, mordomas e
mordomos desfilam com alegria
festiva.
Surgem ramos de flores para
o santo da devoção com muitos
cravos brancos e vermelhos.
Ouvem-se toques festivos
dos sinos nos campanários.
Fazem-se preces sentidas e
desabafos de recordação, ligan-
do o hoje ao ontem, onde os la-
ços antigos se cumprem na tra-
dição. Cada um sente a festa a
seu modo, mas vivendo-a na
coesão social com rituais
integradores.
Há sons e animação com car-
rinhos a dar uma volta…
Há pregõesdefeirantes e pro-
vam-se as farturas.
Ainda há roscas, mas já não
há pirolitos.
Não há as aguadeiras de cân-
taro àcabeça,anunciando:"Olha
a boa limonada."
Agora saboreiam-se outras
bebidas…
Haja alegria que baste, para
quebrar com o quotidiano pesa-
do, pois "tristezas não pagam
dívidas".
É tempo de viver de manhã e
pela noite dentro com um cora-
ção novo em companhia de fa-
miliares e amigos.
A comensalidade é festiva,
saboreando-se a boa comida em
mesas grandes com toalhas lin-
das.
Os aromas cruzam-se com os
paladares, saboreados com o
bom vinho verde. (Como aque-
le que se esconde no pipo detrás
da porta e era reservado para o
dia dos padroeiros).
É a festa da nossa terra.
Assim, de Maio a Setembro,
e que linda é a nossa festa!
De portas a dentro (na Igre-
ja) e portas a fora (no arraial).
E não se esquece a esmola ao
santo, ofertando a dádiva da re-
ciprocidade.
Rogam-se bênçãos para os
dias de trabalho, dos afazeres e
das canseiras.
Masvamos à festa dos padro-
eiros e das romarias.
Não há muito tempo os me-
ses do ano eram referidos pela
celebração do santo.
Assim, o mês de Junho era o
mês de S. João; o mês de Julho
era de S. Bento ou de Santiago;
o mês de Agosto é o de S.
Bartolomeu e da Srª da Agonia;
e o mês de Setembro (o mês das
colheitas) conhecido pela Roma-
ria da Srª da Peneda e S. Miguel.
Recordamos de Pedro Ho-
mem de Mello:
"Quando ouço a concertina,
Reparo e tiro o chapéu;
Não me importava de morrer
Se houvesse disto no céu".
Assim registamos ainda da
nossa poesia:
"Mesmo na frente marcham a
xcvpocompasso,
De fardas novas vai o sol e o dó;
Quando o regente lhe acena com
xcvpoo braço
Logo o trombone faz pó, pó, pó,
xcvpopó, pó, pó".
(Lopes Ribeiro)
FESTAS, FEIRAS E FESTIVAIS
11. "O fogueteiro é engraçado,
É engraçado tem jeito;
Deita o fogo para o ar
Fica todo satisfeito"
(Popular)
FEIRAS
No tempo de verão realizam-
-se muitas feiras que mobilizam
negociantes, vendedores e por
vezes gado cavalar.
É de referir a feira anual a 12
de Setembro, em Portela de
Alvite, Sistelo, concelho de Ar-
cos de Valdevez. Aí se
transacciona bastante gado cava-
lar sendo de destacar os
garranos.
Como escreve a historiadora
Virgínia Rau "as feiras são uns
dos aspectos mais importantes
da organização económica da
Idade Média. A feira não supõe
só o ponto de contacto periódi-
co entre compradores e vende-
dores, onde se compra, vende,
ou escamba.Supõe também uma
organização especial.
As feiras contribuíram para a
melhoria das relações económi-
cas e jurídicas entre os homens.
As romarias, as peregrina-
ções e todas as festividades reli-
giosasatraiamperegrinosvindos
de longe, e assim essas concen-
trações tornavam-se muitas ve-
zes em centros de troca."
PeloAlto-Minho realizam-se
as feiras com inspiração medie-
val, atraindo muitos forasteiros
que se introduzem no ambiente
secular onde não faltam os
cuspidores de fogo e os
tamborileiros.
FESTIVAIS
Oambiente bucólico doAlto-
-Minho convida a apreciar as
águas cristalinas dos rios que
descem da montanha e correm
para o Atlântico.
Há espaços que convidam a
permanecer ouvindo o murmú-
rio das águas e canto da passa-
rada.
No território minhoto há lo-
cais que convidam para se ouvi-
rem as bandas de rock.
Assim, está muito divulgado
o festival que se realiza na zona
do Taboão, Paredes de Coura,
bem como o festival de Vilar de
Mouros.
Mas em Ponte de Lima, de há
anos a esta parte, há uma inicia-
tiva já de carácter internacional
que é o "Festival de Jardins". No
corrente ano a efeméride tem o
tema: "JARDINS DO CONHECIMEN-
TO".
As festas destacam a impor-
tância do território e do patrimó-
nio, desenvolvendo momentos
culturais significativos nas dinâ-
micas sociais.
Parece-nos oportuno referir o
pensamento de Platão: "Mas os
deuses com pena da humanida-
de — nascida para trabalhar —
estabeleceram a sucessão de fes-
tas repetidas, a fim de recuperá-
-los da fadiga, e deram-lhes as
Musas e Apolo, seu chefe, e
Dionísio, como companheiros
nas suas festas, de forma que,
alimentando-se com os deuses
em companhia festiva, pudes-
sem novamente manter-se de pé
e erectos."
"A festa define-se pela
efervescência,explosão intermi-
tente, o frenesim exaltante, o
sopro poderoso da efervescência
comum, a concentração da soci-
edade, a febre dos instantes cul-
minantes".
A festividade revigora as
energias sociais, de acordo com
o pensamento de Durkheim,
Hubert e Mauss.
A festa faz bem para alegrar
a gente.
O tempo de férias é bom para
fortalecer o convívio familiar e
celebrar a amizade.
No livro do Eclesiastes (Bí-
blia) podemos ler: "Debaixo do
céu há momentos para tudo: um
tempo para morrer, um tempo
para chorare umtempo para rir,
um tempo para se lamentar e um
tempo para dançar".
José Rodrigues Lima
[jrodlima@hotmail.com]
12. Hoje a poesia existe
nos rostos das crianças,
no sorriso dos jovens,
nos passos dos adultos
já cansados,
no caminho dos que sozinhos
procuram encontrar
outros ainda mais isolados.
Hoje a poesia está
na cor que teima existir
por detrás das nuvens,
nas árvores despidas,
num rio cujas águas
perderam o azul.
Hoje a poesia é:
força, luta, fraqueza,
coragem, desânimo,
amizade, indiferença.
Hoje a poesia tem
a linguagem dos homens,
as suas limitações
e os seus sonhos já desfeitos.
Hoje a poesia é tudo
e é nada,
é o não querer parar.
Hoje a poesia é
a esperança
duma vida a começar.
Helena Alexandre
[jlc.alexandre@gmail.com]
Era tarde... fria e gelada!...
Gemia o vento na solidão calada!...
No céu... só nuvens!... A rua parada!...
A porta do doente estava aberta
porque precisava de ar, quem mais nada tinha!...
Peguei-lhe na mão, gelada como a minha!...
Sentei-me nos jornais velhos,
Amontoados…
Humedecidos…
Amachucados no chão…
…Apodrecidos…
A servir de colchão!...
Eu tremia, sem saber o que dizer!...
Senti o estertor do frio... a voz pesada da solidão...
O cheiro húmido de podridão!...
Mas, quando sorri, sua boca abriu-se… os olhos brilharam,
e as suas encarquilhadas mãos, a minha apertaram!...
Ai, meu Deus! Tremeram até aqueles pobres umbrais!...
Nunca vi tão perto a imagem viva de Cristo,
pregado agora num colchão de jornais!...
Lá fora era tarde... fria e gelada!...
Gemia o vento em canções doridas!...
No céu... só nuvens,... a rua parada,
feita caixão de folhas caídas!...
Eu chorei! Nem sei porquê! Não sabia falar!...
…Esfarrapado, imundo, desfigurado,
aquele doente olhava-me...
Olhava..., mas nada dizia!... Apertava, com a dele,
a mão que, a tremer, eu lhe tinha dado!...
E quando, devagarinho, por ele puxei,
levantou-se..., de repente transformado,... resplandecente,...
iluminando todo o casebre com brilho nunca visto!...
— Ai, meu Deus, — gritei — que é isto?!...
Queria fugir...
Com tanta emoção… só queria gritar!...
— "Sou Eu — disse ele — o teu Cristo,
que aqui sofre para te salvar!...".
E Cristo esfarrapado, doente,
crucificado em jornais velhos,
amachucados, humedecidos, amontoados, ali,
continua gemendo, irmão, à espera também de ti!...
Hoje a poesia existe
O pobre doente
ManuelA.Paiva
(AssociadoNº28)
13.
A razão apresentada por
Jesus, para fundamentar as
suas atitudes, era radical: o
Sábado é para o ser humano
e não o ser humano para o
Sábado. Atacava, assim, o
fundamentalismo religioso
para todos os tempos e
lugares. Deus nunca pode ser
invocado para a infelicidade.
Não se pode louvar a Deus
sem cuidar da libertação, da
cura e da alegria dos afecta-
dos pelo sofrimento.
As atitudes de Jesus, em
relação às prescrições do
Sábado, questionam a nossa
miopia: as leis e os regula-
mentos das Igrejas são para o
ser humano ou é o ser huma-
no para essas leis?
Muitas das controvérsias,
antes, durante e depois do
Vaticano II, esquecem esse
dado elementar. Não são as
leis eclesiásticas que man-
dam no Evangelho de Jesus.
É este que questiona, perma-
nentemente, as leis que
inventamos: fazem bem ou
mal à libertação dos cristãos?
São para fazer desabrochar a
nossa alegria ou para nos
mergulhar na tristeza?
O enunciado de Jesus tem
um alcance filosófico e
teológico muito mais amplo,
diria, universal. Todas as
instituições têm de ser
submetidas a esta interroga-
ção: servem ou atraiçoam o
desenvolvimento humano?
Bento Domingues
in Público (22-07-2018)
NEM NAS FÉRIAS HÁ SOSSEGOO rosto mutilado
de Deus
Paulo prosseguiu:
— Eu não estava a falar do
Deus bome misericordiosono
qual a mãe acredita, mas da-
quele com que os popes nos
ameaçam como se fosse um
cacete, um Deus em nome do
qual se quer forçar toda a gen-
te a submeter-se à vontade
cruel de alguns.
— Não há dúvida, é isso mes-
mo! — gritou Rybine, baten-
do na mesa. — Até Deus eles
nos mudaram; dirigem contra
nós tudo o que têm entre as
mãos! Lembras-te, Pelágia?,
Deus criou o homem à Sua
imagem e semelhança, por-
tanto Ele éparecido como ho-
mem e este é o Seu semelhan-
te. Mas nós, não é com Deus
que nos parecemos, mas com
selvagens.Na igrejamostram-
-nos um espantalho... É pre-
ciso transformar Deus,
purificá-lo! Vestiram-no de
mentiras e de calúnias, muti-
laram-lhe orosto paranosma-
tarem a alma.
M. Gorki,
A Mãe, Inova 1971, pg 61
14. Açores no coração. No ensino,
na escrita, no jornalismo, como
director do centenário jornal A
UNIÃO, cujo encerramento,
pela Diocese,lhecausouum pro-
fundo desgosto; como autarca,
como Deputado ao Parlamento
Europeu e como participante na
ARTUR CUNHA DE OLIVEIRA
(conclusão da pág. 15)
No Coração da Memória
fundação de alguns serviços no
início do regimeautonómico dos
Açores.
Mais do que tudo isto, o tes-
temunho que me fica é o do seu
amor à família. Sua mulher,
Antonieta, com a dor da perda,
é o testemunho melhor de que a
vida de Cunha de Oliveira ultra-
passou todos os academismos,
toda a ciência e sabedoria para
se traduzir numa só palavra:
amor!
É este Cunha de Oliveira que
semprerecordareie guardarei no
meu coração!
Santos Narciso
[Jornalista, Director-Adjunto dos jornais
"Correio dos Açores" e
"Atlântico Expresso"]
vida é um vago instante
que depressa desaparece sem que o
queiramos!
Foge-nos e bem a queremos agarrar
para isso andamos, mexemo-nos,
rodopiamos num vaivém constante.
Mas se paramos um momento
de novo reparamos
que a vida é apenas um vago instante!
A vida é movimento
que não abranda nem se extingue
nesse vaivém constante
de nós para os outros
dos outros para nós;
é círculo ininterrupto
em que tudo se mistura:
o mal e o bem,
o ódio e o amor,
a guerra e a paz
a tristeza e a alegria.
É algo de mistério,
nem sempre percebido
força que nos foi dada,
ideal em nós concretizado
sem nunca o termos pedido.
A vida é encanto, com sonhos de amizade,
mas é também desilusão,
ficando somente a saudade!
Helena Alexandre
[jlc.alexandre@gmail.com]
Sentimos um misto de dor e de
bem-aventurança na morte das "colunas"
da Fraternitas, como o Artur. Confiamos que
ele nos inspirará desde o Céu, na presença do
Senhor Jesus de Quem tanto falou, escreveu,
a Quem tanto amou e rezou.
Maria José
e Fernando Félix
(Associados Nº 105)
Um Homem Bonito, levado do Espírito!
Há gente que por onde passa não passa em
vão!
O Artur era um desses!
Damos Graças a Deus por o termos conheci-
do e por se ter tornado nosso Irmão na
Consanguinidade do Espírito de Deus!
Glória e Carlos
(Associados Nº 22)
16.
Rua Dr. Sá Carneiro, 182 - 1º Dtº
3700-254 S. JOÃO DA MADEIRA
e-mail: espiral.fraternitas@gmail.com
boletim de
fr a t er n it a s m o v im en t o
Responsável: Alberto Osório de Castro
Nº 67 - Julho/Setembro de 2018
“CHEGOU A HORA DE NOS LEVANTARMOS..."
Num dos seus livros, a perspicaz pedagoga
italiana Montessori deixou escrita esta pergunta:
«De que serve transmitir conhecimentos, se o de-
senvolvimento total do indivíduo fica para trás?».
Muitos pedagogos, e outros especialistas, já pe-
garam na mesma pergunta e tentaram dar-lhe uma
resposta. Todos parecem de acordo que tal
desequilíbrio é motivado, de facto, pelo avanço
dos conhecimentos, mas a que tem faltado o cor-
respondente avanço do todo global e harmónico
do indivíduo, nas suas vertentes, além de físicas,
tambémpsíquicase espirituais.Esteproblema tem
preocupado muitos psicólogos, muitos psiquia-
tras, muitos sociólogos e também muitos teólo-
gos. Cada um tem dado a sua achega, mas o que
não se tem conseguido é coordená-las, analisá-
las sem preconceitos redutores, e uni-las numa
acção concertada, sem as fronteiras de redutos em
que cada um se julga com a verdade total e exclu-
siva. É preciso que cada um junte ao todo, o seu
pedaço de verdade. Por isso é que A. Machado
escreveu isto: «A tua verdade? Não! A verdade!
Vamos procurá-la juntos. A tua, guarda-a para
ti!».
Se não for assim, continuamos a puxar o co-
bertor só por uma das pontas (seja ela qual for),
resultando sempre que tal cobertor, assim, nunca
desliza certo, sempre encolhido e deformado… E
alguém fica descoberto!... É a imagem daqueles
que desorientamos com os nossos desatinos!
Os nossos jovens sofrem hoje desta deforma-
ção,deste desequilíbrio, porque são arrastadospor
umas pontas, deixando outras para trás. O homem
é um todo global. Assim, ou caminha todo em
equilíbrio, ou fica inane, aos pedaços, pelos ca-
minhos da vida! De facto, o problema tem mais
acuidade no que respeita aos jovens, porque, cada
jovem que se desencaminha, é um pedaço do nos-
so futuro que se perde! Apesar disso, muitos res-
ponsáveis dormitam num sono de indolência e de
incapacidade!...
Paralelamente à pergunta de Montessori, po-
deríamos deixar outra, que já alguém levantou,
como complemento: «Há dois mil anos começou
a era cristã. Mas quando começaremos a ser cris-
tãos?».
Isto morde, amigos, a nossa consciência! Pa-
rece que já é hora de acordarmos para entender os
comportamentos, que muitas vezes condenamos
nos jovens, sem nos apercebermos de que eles
foram instigados pelos nossos desencarnados
ensinamentos, pelos ambientes que a nossa soci-
edade lhes criou, pelas mentalidades enviesadas
que se lhes têm incutido... Quando acordaremos
para mudar?!... A hora já chegou!...
Manuel A. Paiva
(Associado Nº 28)
DIRECÇÃO
Presidente - JORGE da Silva RIBEIRO (Lisboa)
Secretária - URTÉLIA Oliveira L. da SILVA (Coimbra)
Tesoureiro - JOSÉ Alves RODRIGUES (Fiães)
Vogal - JOAQUIM Ferreira SOARES (Serradelo - Raiva)
Vogal - ALBERTO J. M. OSÓRIO de Castro (S. João da
Madeira)
MESA DA ASSEMBLEIA GERAL
Presidente - JOSÉ SERAFIM Alves de Sousa (Lisboa)
Secretária - LUCÍLIA Esteves Martins SOARES (Viseu)
Secretário - BOAVENTURA Santos SILVEIRA (Lavra)
CONSELHO FISCAL
Presidente - FERNANDO Jorge FÉLIX Ferreira (Massamá)
Secretária - MARIA GUILHERMINA Trindade Pereira dos
SANTOS (Lisboa)
Relator - ARMINDO Alberto HENRIQUES (Lisboa)
CORPOS SOCIAIS PARA O QUADRIÉNIO 2018/2022