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Baixar para ler offline
Nº 61 - Janeiro / Março de 2017
b o l e t i m d a F R A T E R N I T A S M O V I M E N T O
Correspondênciadosleitores 2
P.e Rui Santiago ajudou-nos a pensarsobre o
nosso serviço eclesial 3
EncontroEcuménico:
Omeutestemunho 5
OEncontroEcuménico 7
Aconteceuefoibom... 8
Ordenaçãodas mulheresna Igreja Luterana 9
Prognósticos para o futuro das vocações
presbiterais(II) 11
InMemoriam...HiginoValente 12

LER OS SINAIS
1
Os tempos que correm e em que
vivemos não se apresentam límpidos,
luminosos. O ambiente é sombrio, o ar
pesado, o horizonte fechado. Desde a
economia, o desemprego, especialmente o
juvenil, a educação, a justiça, o compadrio, a
corrupção, a guerra, deportados/migrantes…
Um sem número de "desesperanças". Mas
Jesus convida-nos à conversão, à descoberta
da presença de Deus, a levantar a cabeça e a
viver segundo outra dimensão (Lc 21,28; Mc
13,28s).
Saber "ler os sinais dos tempos" é uma
"ferramenta" importante para o "ser cristão".
E implica, necessariamente, descobrir a
presença e o incentivo de Deus no avesso dos
acontecimentosde "morte" paraos"regarmos"
de vida, de esperança, de futuro.
2
E o nosso futuro é, sem dúvida, Deus,
uno, na essência, e trino, nas ma-
nifestações (pessoas). É um convite/
/desafio à vivência do "ser cristão".
O núcleo de Lisboa da Fraternitas bem
interpretou os sinais, e a realização do
Encontro Ecuménico do dia 14 de Janeiro
passado é, certamente, mais um passo,
diminuto mas significativo, na caminhada que
importa fazer.
Por isso, lhe reservamos generoso espaço
neste número do nosso boletim.Agradecemos
os testemunhos que nos chegaram, bemcomo
a autorização para a publicação da comu-
nicação da Pastora Nora Steen. Igualmente
gratos pela autorização de uso das fotografias
de J. Pereira.
3
Na mesma linha de leitura dos sinais
dos tempos, a recolocação da mulher
no lugar que lhe cabe na Igreja de Jesus,
e, na sequência do testemunho de Nora Steen,
segue um excerto de Bernhard Häring sobre
"O que dizer das mulheres em relação ao
sacerdócio?". E é esse o tema do nosso
próximo EncontroNacional, para o qual todos
estamos convocados.
Até já.
5 de Março de 2017
Alberto Osório
CaríssimosIrmãose Cunhadas:
Seique membros da Fraternitas
estiveramreunidosnoSeminário
de Cristo-Rei em Vila Nova de
Gaia nos passados dias 14 a 16
do corrente…Tive a honra de
receber uma comovente mensa-
gem de alguns dos meus Irmãos
e Cunhadas, que muitoapreciei
e agradeço.
De facto, todos devemos ser
elos fortes de uma grande teia
com muitos fios diferentes e
coloridose comalgunsnós de
uniãonadificuldade…Devemos
sacudir as teias de aranha para
ver com mais clareza… inclusi-
ve os mistérios… Podemos ser e
somosdiferentesnosdons e
feitios. Mas a rede com "nós" é
partilha,comunhão eserviço
proféticoou missão.
Agora quedisponhodemais
tempo livre para ler e rezar, é o
que faço.Acabei ontem de ler o
Vaticanum e comecei a ler
"Paciência com Deus"de
Tomáš Halík, ao mesmo tempo
quevou meditandonasreflexões
queoPadreBaptistapublicouno
"Calvário".
O Santuário de Fátima já está a
viverintensamenteo centenário
das aparições, nas diversas ver-
tentes e componentes. Verifico
quehámaisperegrinosdomundo
oriental e até não cristãos!
Às vezes vou rezar o terço à
Capelinha dasAparições e não
vos esqueço.Assimcomo os nós
e tropeços… mas acredito que o
nosso sucesso triunfará.Assim
anunciou aAparição mais bri-
lhante queo sol.
Peço desculpa de não ter escrito
à máquina.Se nãoconseguirem
ler este arrazoado, tudo se
resumirá numa palavra: CORA-
GEM.
Beijos–Abraços
Fátima,25-X-2016
+SerafimF.Silva
MuitoObrigado,Alberto!
Desejamos um Santo e Feliz
Natal para toda a Família
Fraternitas!
Votosdomelhor2017,com
muita Fé e Esperança!
Abraço e Beijinho muito ami-
gos,
AlcinaeAntónioMoura
[ammoura50@gmail.com](09-12-
2016)
Obrigado, paz e bem.
Cumprimentosrespeitosose
Feliz Natal.
+AntoninoDias,Portalegre
[antoninodias70@gmail.com] (08-12-
2016)
Agradeço o envio do boletim e
desejo a quantos dão vida a esta
iniciativa eclesial, bem como às
suas famílias, um Natal de
alegria e paz, n'Aquele que, a
partir da família de Nazaré, veio
oferecer a toda a família huma-
na o tesouro de participar na
família de Deus.
+JoséOrnelasCarvalho
BispodeSetúbal
[jornelasc@diocese-setubal.pt] (08-
12-2016)
Querida familia.
Nos alegra seguir recibiendo
noticiasvuestras.
También,recibirvuestro boletín
y el reflejo de cómo seguís
caminandojuntos.
Os enviamos un fraternalabrazo
en estos días.
Que la paz y el mensaje del
Niño-Dios nos ayudena hacer
más realidad unaTierra
habitabley dignaparatodosy
para todasempezando por los
círculos en que vivimosy nos
movemos.
Un gran abrazo.
Ramón
[alario-s-ramon@hotmail.com] (20-
12-2016)
De 14 a 16 de
outubro, a FRA-
TERNITAS Movi-
mentoorganizou
um encontro de
f o r m a ç ã o
teológica. De-
correu no Semi-
nário Redento-
rista de Cristo-
-Rei, nas Deve-
sas, Vila Nova
de Gaia. O en-
contro foi orien-
tado pelo padre
Rui Santiago.
Compareceram perto de 40 pes-
soas, entre as quais alguns não-
-sócios.
Desengane-sequem olhou para o
tema do encontro "Ministérios.
Umaaprendizagemcomunitária"
eachouqueseia falardo mesmo:
padres casados, ordenação sa-
cerdotaldas mulheres,diaconado
permanente, reforma dos
ministériosatuais.
Na verdade, falou-se de reforma,
masnãodosministérios,esimdo
modo como se olha para eles
hoje, e como se tem olhado ao
longodaHistória.
O padre Rui Santiago guiou os
presentes numa descoberta dos
ministérios a partir da Bíblia. E
disse que qualquer ministério é
vontade de Deus quando cumpre
três requisitos, assumidos por
JesusCristo.
P.E RUI SANTIAGO AJUDOU-NOS A PENSAR SOBRE O NOSSO SERVIÇO ECLESIAL
Primeiro: a certeza de agir não
para tornar Deus presente, mas
na consciência de que Deus já
está a agir. Jesus é o Filho de
Deus, não um servo de Deus. O
cristão, em qualquer ministério,
também não se posiciona diante
de Deus como alguém que O
serve, mas serve-Lhe de
suporte… é para Deus uma
manifestação.
Segundo:todaaação ministerial
acontece por inspiração do
EspíritoSanto.Serviu-nosdebase
desta reflexão a eleição do
sucessordoapóstoloJudas(At1,
12-26). Lucas é magistral ao
descrever o episódio, dando
realce à força do Espírito Santo.
Lendo o texto, somos confron-
tados,imediatamente,comparâ-
metroshumanos.Deumdoscan-
didatos,cujapremissaeraser«de
entre os homens que nos acom-
panharamdurantetodootempoem
queoSenhorJesusviveunomeio
de nós», diz-se muita coisa: que
se chamava José, de apelido
Barsabás, e que tinha como
alcunha o Justo. Do outro diz-se
simplesmente o nome: Matias.
Depois, vem a parte nuclear do
texto:decidem rezaretirar sortes.
É que, entrando o Espírito em
ação,qualquer um dos doispodia
sero sucessor deJudas,pois erao
escolhidoporDeus.Ouseja,fosse
sorteadoJoséouMatias,qualquer
um era apóstolo por vontade de
Deus.
Terceiro: Qualquer ministério
existe paraobom funcionamento
do corpo de Cristo,que éa Igreja.
A partir desta base, centrou-se a
reflexãonocapítulo12daprimeira
(continua na pág. 4)
apóstolo é aquele que tem para
dizer: "Eu comi e bebi com Ele."
Eistonãoobrigaaandarnotempo
para trás. O ressuscitado é
semprecontemporâneo.Amissão
do apóstolo é aquele que fala de
si no encontro com Jesus como
quem lá esteve, e fala de Jesus
como Quem está. O apóstolo é
isto e a comunidade precisa em
primeiro lugar de gente que
provoqueaapariçãodeJesuscom
esta proximidade, com esta
familiaridade.
Emsegundolugar,aIgreja preci-
sa de profetas. Na comunidade
cristãdosprimeirostempos,asua
missãoeraa animaçãodo louvor.
Eram a expressão orante da
comunidade cristã. Eles são a
palavrade exortação nacomuni-
dade cristã: a partir do encontro
comDeus,sãocapazesdeestabe-
lecer uma relação entre o plano
de salvação de Deus e o fio da
História..
Emterceirolugar,aIgrejaprecisa
de mestres, de gente que explica
da maneira possível o que Deus
quer dizer de si mesmos. Eles
sabem ler os sinais dos tempos.
E após referir os carismas,
ministérios e serviços, S. Paulo
conclui com um desafio que tem
sido mal interpretado: "Aspirai,
porém, aos melhoresdons." Ora,
ele não se refere a ser bispo, car-
deal ou papa. Diz: "Vou mostrar-
-vos um caminho que ultrapassa
todos os outros." E, então, o
capítulo13éo"CânticodoAmor".
Esta é a reforma, conversão que
importa fazer de cada carisma,
ministério ou serviço: "Se não
tiveramor…de nadaaproveita."
Fernando Félix
(Associado nº 105)
cartaaosCoríntios,emquePaulo
enumera carismas, ministérios e
tarefas, num total de oito:
apóstolos,profetas,mestres,fazer
milagres, curar, ajudar quem
precisa, governar e falar outras
línguas.
S. Paulo diz que três são os
carismas necessários: apóstolos,
profetas e mestres. Depois, qual-
quer um dos outros ministérios e
serviços pode ser feito por
qualquerum.
Diz Paulo que precisamos, em
primeiro lugar, de comunidades
onde haja apóstolos. E vamos
soltar-nosdessalinguagemforça-
díssima da sucessão apostólica.
Quem faz os apóstolosé Jesus. E
o que faz o apóstolo? O apóstolo
é alguém — ou alguéns — na
comunidade que fala de Jesus
como alguém que conhece.
Apóstolo é alguém que traz o
testemunhodaamizadeparafalar
de Jesus. Olhando o texto de S.
Paulo, vemos que uma comuni-
dade precisa, em primeiro lugar,
de testemunhas presenciais de
Jesus. Do testemunho de Jesus
feito da memória da amizade. É
a memória do amigo. É aquele
que fala de Jesus como Aquele
que esteve a comer lá em casa,
queveiofalarDelee,depois,volta
para retomar a refeição. Para o
apóstolo, Jesus é o Tu mais
presente.Oapóstoloéaqueleque
temhistóriaspara contarde Jesus
e com Jesus. Pode não ter jeito
para a doutrina, mas tem muita
história. É aquele que, na comu-
nidade, está ao serviço da
proximidade de Jesus, de Jesus
como figura de amizade. O
(continuação da pág. 3)

TESOURARIA
Pagamento de quotas
OMovimentoviveexclusivamentedaquotizaçãodos seus
Associados. Precisamos da ajuda de cada um, através do
pagamento da sua quota anual.
Qualquerdúvidareferenteaquotas,ouqueenvolva qualquer
pagamento, deve ser endereçado para oTesoureiro:
JoséAlvesRodrigues
Rua CampinhoVerde,15 = 4505-249FIÃESVFR
Telf: 220 815 616 / Tlmv: 966404 997
Conta para depósitosou transferências bancárias:
IBAN PT50003300004521842666005(MillenniumBCP)
Fundo de Partilha
Só é possível distribuir o que se recebe.
Só podemos acorrer a necessidades que se nos apresentam,
se a generosidade dos Associados assim o permitir.
Contamos contigo! Podes usar a conta do Millennium BCP para,
através de nós, poderes ajudar quem precisa.
tudocorressedamelhormaneira.
Os homens da Fraternitas
conhecem em Lisboa earredores
gente cristã de todas as cores.
Fazem-seosprimeiroscontactos,
as pessoas aceitam e as ideias
começam a tomar corpo. Faz-se
um programa, com tempo certo
para comunicações, debates e
perguntas. O Espírito de Deus
estavaconnosco.OJorgeRibeiro
fez os contactos quase todos.
Convites aceites, comunicações
de 20 minutos, perguntas não
deveriamultrapassaros3minutos.
Um dia inteiro, equipa toda de
Valeu a pena! Este encontro
regionaldaFraternitasemLisboa
partiu de um telefonema para o
casalArtureAntonietaCunha de
Oliveira, dosAçores.
Estes nossos amigos, sócios
fundadores da Fraternitas,
sentiamdificuldadesemdeslocar-
se a Fátima, por causa de
problemas de saúde. Viriam a
qualquer encontro a Lisboa com
muito agrado, embora com
alguma dificuldade também,
quando mais não fosse para se
encontrarem com alguns irmãos.
Seria então um encontro regional
aberto atoda agente.Pensou-see
fez-se.ArturCunhaéumhomem
progressista, à semelhança do
Papa Francisco, que sempre
pensou e defendeu a ideia do
ecumenismo. Janeiro é o mês do
Oitavário pela união da Igrejas.
Marcou-se o encontro para o fi-
nal da semana anterior.Seriaa14
de Janeiro, todo o dia, e seria um
encontro ecuménico. O local
escolhido seria uma sala
polivalentenoExternato Marista
de Lisboa, onde o Serafim
conhece a Direcção e tem boas
relações com a Casa.
A partir daqui começa o
trabalho de organizaçãoparaque
41º ENCONTRO NACIONAL
Data: 31 de Março a 2 de Abril de 2017
Local: Casa Nª Srª do Carmo – Fátima
Tema: A Mulher na Igreja
Orientador: Irmã JULIETA DIAS, RSCM
Inscrições: Secretariado da Fraternitas até ao dia 18 de Março
Custo: O mesmo do anterior Encontro Nacional
Lembramos que, durante este Encontro terá lugar a Assembleia Geral da FRATERNITAS
Movimento.
Desnecessário se torna encarecer a importância deste nosso Encontro Nacional e a
necessidade que há de estarmos presentes, até para nos estimularmos mutuamente!...
Contando com todos, pedimos o favor de também irem divulgando e motivando para
esta iniciativa do nosso Movimento.
(continua na pág. 6)
O MEU TESTEMUNHO
página oficial na Internet: http://fraternitasmovimento.blogspot.com NIF: 504 602 136 IBAN: PT50 0033 0000 4521 8426 660 05 fraternitasmovim

acordo. As dificuldades foram
sendo ultrapassadas e tudo em
conformidade.À última hora um
dos grandes intervenientesadoe-
ceueumdospalestrantesdatarde
dispôs-seafazeroresumodoque
o Bispo Pina Cabral iria
comunicar. Aceite esta oferta e
mudança, o resto foi tudo em
perfeitaharmonia.
O encontro teve 4 partes
distintas: pela manhã foi tratado
otema"ÀprocuradaUnidade".
Na1ªsessão intervieram oPastor
Dimas de Almeida da Igreja
Presbiteriana com o tema «Do
anátema ao reconhecimento»;
seguiu-se o Artur Cunha de
Oliveira da Igreja Católica, com
o tema «A necessidade actual do
ecumenismo»; terminou esta
sessão a Pastora Nora Steen da
Igreja Evangélica Alemã-Luter-
anaquetratouda«Ordenaçãodas
mulheresnaIgrejaLuterana».
Fez-sedepoisumcurtodebate
comalgunscomentáriosepergun-
tas e um pequeno intervalo para
café. Na sessão II com o tema
geral"PerspectivasePassosecu-
ménicos",interveiooPastorLeite,
em substituição do Bispo Pina
CabraldaIgrejaLusitana,e abor-
dou um tema muito importante
quefoi«Oreconhecimentodeum
deumsóbaptismo».Todossomos
baptizados na Igreja com um só
baptismo.Obaptismoéomesmo
paratodos.Seguiu-seoPadreAle-
xandreBonitodaIgrejaOrtodoxa
(continuação da pág. 5)
Aspecto de uma das intervenções pela Assembleia. foto de© J.Pereira
O M E U T E S T E M U N H O
Grega,quetratouda«Unidadeem
perspectivas de Igrejas
ortodoxas».Seguiu-seumpeque-
no debate e depois o almoço nos
restaurantes da área.
De tarde, pelas 14,45,
começou a III sessão como tema
"Dinamismoe vivênciaEcumé-
nica". Começou o Pastor José
Manuel Leite da Igreja Presbi-
teriana e falou de «Os pioneiros
do ecumenismo em Portugal».
Continuou o Padre Alberto
Teixeira(ortodoxo)quedesenvol-
veu o tema «Entre adesão e par-
tilha — uma experiência ecumé-
nica». Falou dos passos que deu
até chegar onde está agora, na
Igreja Ortodoxa,seguindo-se um
curto debate, com algumas
perguntas e informações impor-
tantes, destacando-se a interven-
çãodeAntónioDuarte,quereferiu
terem sido os presbiterianos que
ensinaram os crentes a falarem
todos a mesma linguagem. Foi
referido também que o clima ac-
tual da Igreja já é de diálogo e o
patriarcado do poder já está um
pouco marginalizado. O movi-
mento ecuménico está criado e
vai-se caminhando comdetermi-
naçãoparaodiálogoentreasreli-
giões.Afinal somos todos filhos
do mesmoDeuse amamo-lO co-
mopodemos,masháaplenacer-
teza de que Ele nos ama muito
mais.
A IV sessão foi a "Oração
Ecuménica",partindo-sedaslei-
turas bíblicas de 1Jo 4,7-21 e
Jo17,20-26, cujo tema é o amor.
Cantou--se no princípio e no fim
e rezou--se o Pai Nosso.
Neste encontro viveu-se do
princípio ao fim um clima de
união, amizade, solidariedade e
respeito pela liberdade de cada
um.Valeu a pena. Discordâncias
emnadaerespirou-seunidadeem
tudo o que se passou.
José Sousa
(Associado nº 11)
mento@gmail.com página oficial na Internet: http://fraternitasmovimento.blogspot.com NIF: 504 602 136 IBAN: PT50 0033 0000 4521 8426 660 05
Poriniciativaede
acordo com o novo
espírito e letra dos
Estatutos da FRA-
TERNITAS, eorga-
nizado pelo Núcleo
deLisboa, realizou-
-senopassadodia14
de Janeiro, em Lis-
boa, um primeiro
EncontroEcuménico
em que participa-
ram,a bemdizer,to-
das as comunidades
cristãs não-católicas
existentesemPortu-
gal,num totalmuito
próximodas70pessoas.
Decorreu, graças a Deus e ao
bomespíritodaorganizaçãoedas
pessoas, no melhor dos espíritos
enamaisvivacordialidade.Deve-
mo-lo, em boa parte,à forma por
que o nosso associado Jorge da
Silva Ribeiro se empenhou e en-
volveu na sua organização e de-
curso.
OEncontro Ecuménico cons-
toude4Sessões.Numaprimeira,
subordinada ao tema: À Procura
da Unidade, e coordenada pelo
Jorge da Silva Ribeiro, tomaram
parte activa o pastor Dimas de
Almeida,daIgreja Presbiteriana,
que nos apresentou o tema: "Do
anátema ao reconhecimento".
Seguiu-seonossoassociadoArtur
Cunha de Oliveira, com "A
necessidade actual do
Ecumenismo", após o que, a
Pastora Nora Steen, da Igreja
EvangélicaAlemã - Luterana, se
ocupou de "A Ordenação de
Mulheres na Igreja Luterana".
Seguiu-seummomentodedebate,
comentárioseperguntasporparte
daAssembleia.
A II Sessão, subordinada ao
tema Perspectivas e Passos
Ecuménicos, e coordenada pelo
nosso associado José Sousa ,
principiou com a intervenção do
BispoJorgePinaCabral,daIgreja
Lusitana, sobre "Do reconhe-
cimento mútuo do baptismo à
missão da Igreja". O Padre Ale-
xandreBonito,daIgrejaOrtodoxa
Grega ocupou-se de "A unidade
emperspectivadeIgrejasOrtodo-
xas", após o que, e à semelhança
das anteriores sessões,houve um
períodoparadebate,comentários,
testemunhoseperguntas.
Após o a almoço, a III Sessão
— Dinamismo e Vivência
Ecuménica, coordenada pelo
nosso associado Jorge da Silva
Ribeiro, principiou com a
intervençãodoPastorJoséManuel
Leite, da Igreja Presbiteriana,
sobre"PioneirosdoEcumenismo
em Portugal", a que se seguiu o
ortodoxo Alberto Teixeira, com
"EntreAdesão ePartilha —Uma
experiência ecuménica".Depois,
um momento para Testemunhos
deVivências Ecuménicas.
O Encontro Ecuménico
terminou, na sua IVSessão,com
umperíododeOraçãoEcuménica
e em que foram lidas e comenta-
das as leituras de 1Jo 4.7-21 e Jo
17,20-26. Ideia dominante: o
Amor.Houvehomíliapelonosso
associado Artur Cunha de
Oliveira,cantou-se: "Quanta paz
equantobem"erezou-se,demãos
dadas, o Pai Nosso.
(continua na pág. 8)
Na mesa da I Sessão (da esquerda para a direita): Artur Oliveira, Dimas de Almeida, Nora
Steen, Luís Salgueiro. foto de© J.Pereira
No dia 14 de janeiro de 2017,
aconteceu o Encontro ECUMÉ-
NICO, em Lisboa, organizado
pela Fraternitas (Núcleo de
Lisboa),umencontromarcadode
simpatia, respeito, comunhão e
muitas reflexões importantes. O
encontro foi divido em quatro
sessões: A procura da Unidade;
Perspectivas,passosecuménicos;
Dinamismo e vivência ecumé-
nica;Oraçãoecuménica.
A realização deste Encontro
Ecuménico, além da sua
actualidade, foi uma feliz
realização da FRATERNITAS.
Decorreu de forma exemplar-
mentecordialefraterna.Emtodo
ele prevaleceu, felizmente, a
ideia e a vivência de união, em
vez de a de unidade, que tantos
conflitosjágerou.Seráderepetir.
Mas tendo sempre presente o
princípiode:"Antesdesejadoque
aborrecido".
Artur e Antonieta
(Associados nº 34)
(continuação da pág. 7)
ACONTECEU E FOI BOM…
superando as diferenças que nos
separampromovendoapazebem
comum.
Encontroscomoeste,precisam
de continuidade, porque surgem
comumpapelimportantíssimode
esclarecimentosmútuoseanálises
sobre quem somos,como somos,
equemsãonossosirmãose irmãs
e como eles e elas o são, nos
capacitando a perceber que o que
nos é diferente é o que nos
enriqueceenquantofilhosefilhas
do Pai Eterno, que não desiste de
nos amar apesar das nossas
fraquezas, imperfeições e
egoísmos.
Obrigada,aosqueridosirmãos
que organizaram o encontro, aos
pastores, pastora, padres e
eclesianosqueforamfacilitadores
deste encontro, e a todos e todas
que participaram com o coração
e mente abertos para aprender a
sereconviverdemaneirapacífica
e amorosa a espiritualidade que
une e que testemunha do Pai de
amor.
Deus seja louvado! E que
venhammuitosoutrosencontros.
No amor de Cristo
Reverenda Cacilene Nobre
(Pastora/Missionária da Igreja
Evangélica Presbiteriana de Portugal
-IEPP)
Foi um tempo maravilhoso
com mensagens de estímulo e
encorajamento a caminhada
ecuménica; tendo em vista um
mundo marcado pela violência,
desamor,desrespeitoaopróximo
e extrema intolerância religiosa,
nosvimosreunidosepartilhamos
nosso sonho de unidade na
diversidade; à semelhança da
parábola do filhopródigo, temos
um só Pai, que nos ama
independentemente das nossas
diferenças e nos convida a
vivermos em união como
testemunhas do seu amor,
Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em
mim, e eu em ti; que também eles sejam um em
nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.
João 17:21
Visão parcelar dos presentes no Encontro Ecuménico. foto de© J.Pereira


Caros Irmãos em Cristo,
Em primeiro lugar gostava
muitodeagradeceroconvitepara
este encontro ecuménico.
Desde o ano 2015 que o meu
marido e eu estamos a dirigir a
Igreja Evangélica Alemã de
Lisboa.Estamosfelizesporpoder
viver neste país maravilhoso,
conjuntamente com as nossas
duasfilhas.
O ecumenismo tem sido um
tema centralnaminhaactividade
profissional. Foi já durante os
meusestudos dateologia que en-
tendi que a Igreja de Jesus Cristo
não tem futuro sem ser ecumé-
nica. Estamos todos unidos em
Cristo,nãoobstanteanossadiver-
sidade. Já o Apóstolo Paulo o
reconheceu.
nãosãoasquestõesteológicasque
interferem entre as confissões,
masasquestõespequenas,quoti-
dianas ou melhor dizendo as
questões culturais: todos nós
crescemoscomasnossaspróprias
tradições eclesiais. Qual é a
minha tradição eclesial? O que
podem ser pastoras ou padres ou
não.ParticularmenteaquiemPor-
tugalnotomuitasvezesqueistoé
um tema delicado. Muitos casais
luso-alemães desejam uma
cerimónia de casamento ecumé-
nica, numa igreja católica ou na
nossaigreja evangélica.
Acontece muitas vezes que
istoénegadoporpadrescatólicos.
Ou os padres negam que eu, sen-
do mulher, celebre o casamento
comeles.Pergunto-me oque po-
demos fazer para que o ecume-
nismo avance neste aspecto.
Já a Bíblia é testemunho de
que houve mulheres a desem-
penharem funções clericais.
Mesmoassimaquestãodeasmu-
lheres poderem sersacerdotes ou
não tem sido discutido de modo
muito controverso.As Igrejas da
Reforma invocam o princípio da
"Sola scriptura". Através da
adesãoao"Sacerdóciodetodosos
crentes" as Igrejas da Reforma
ORDENAÇÃO DAS MULHERES NA IGREJA LUTERANA
Nora Steen*
Momento de Oração Ecuménica. foto de© J.Pereira
Nora Steen proferindo a sua comunicação. foto de© J.Pereira
Durante a minha colaboração
com o Conselho Mundial das
Igrejas em Genebra aprendi que
o caminho do ecumenismo é um
trajectopedregoso.Muitas vezes
para mim faz parte de uma
"verdadeira" Igreja e o que não?
Umtemamuitoimportanteno
ecumenismo é evidentemente a
questãodopapeldasmulheres,se (continua na pág. 10)
(continuação da pág. 8)
não vêm nenhuma diferença en-
tre homem e mulher. Todos nós
somoschamadosa serviraDeus.
Qualquer que seja a função. Seja
homemoumulher.
Há décadas que a ordenação
de mulheres é aceite na Igreja
Luterana. Desde o ano 1958 as
mulherespodemserordenadasna
IgrejaAlemã.Mesmo queno iní-
cio tenha sido difícil para as mu-
lheres serem aceites nos círculos
masculinos, hoje é um facto per-
feitamente normalnaAlemanha.
Em80%dasIgrejasmembrosda
Federação Luterana Mundial as
mulheres são ordenadas, seja na
África,na Ásia ounaAméricado
Sul.NaIgrejaAnglicanaasregras
aplicadas têm sido diversas. A
IgrejadaInglaterra,porexemplo,
tem ordenado mulheres desde o
ano 1994. Na Igreja Vetero-
católica(tambémchamadaVelha
Igreja Católica) as mulheres são
ordenadasdesde1996.
abdicar destariqueza.
Porisso,foiumapéssimanotí-
cia quando a Igreja Luterana na
LetóniaanunciouemJunhodoano
passado que ia voltar a proibir a
ordenação de mulheres.Trata-se
de um grave retrocesso que foi
profundamente lamentado por
muitasteólogasemtodoomundo.
Não sabemos como vamos
progredir.Masestamosconfiantes
que também no futuro o apelo a
mulheres para a ordenação será
ouvido e que cada vez mais
Igrejasdetodasasconfissõesirão
darum passo em frente aordenar
mulheres. Conjuntamente esta-
mos no caminho para levar a
mensagemcurativaebenéficado
Senhor ao mundo, homens e
mulheres.
Muito obrigada pela vossa
atenção.
O que se altera quando há
mulheressacerdotes?
Na Igreja Luterana partimos
da ideia de que a ordenação de
homens e de mulheres reflecte o
chamamento de Deus ao povo
inteiro para,atravésdobaptismo,
se tornarem testemunhas para a
novacriação de Deuse deste mo-
do para a nova comunidade.
(Gálatas 3)
Nas Igrejas da Reforma
sentimosqueasmulherestêmum
outroacessoàshistóriasdeBíblia
e às pessoas em geral. Não é
melhor ou pior do que o dos
sacerdotes masculinos, mas é
simplesmente diferente. É uma
mais-valia para as missas e para
a vida eclesial. O todo da vida
humana é assim representado. É
particularmente napregação eno
cuidado pastoral que as pessoas
apreciam esta abordagem inte-
gradaque inclui tanto os homens
comoasmulheres.Nãoqueremos

* Pastora da Igreja Evangélica
Alemã-Luterana
Momentos do Encontro Ecuménico. fotos de© J. Pereira
Processos e acontecimentos
históricos derápida mudança são
particularmente evidentes na re-
centeevoluçãodaidentidadeedo
papel social da mulher. Será que
a Igreja deve adaptar-se a estas
mudançasouficarparatrás?Nes-
taera,aemancipação das mulhe-
res representa um teste oportuno
e decisivo para a Igreja, no seu
desejo de ser sal da terra na his-
tória humana e numa dimensão
importante do seu ministério.
Uma visão patriarcal e artificial
da Igreja criou problemas muito
sérios. Há poucos séculos atrás,
parecia algo miraculoso que São
Vicente de Paulo obtivesse per-
missão para as mulheres religio-
sas saírem da clausura, de forma
a serviremosdoentes eospobres
sem interferência e supervisão
incessante dos clérigos. Qual é o
estatutodamulhernaIgrejanofim
dosegundomilénio?Aexperiên-
cia feminina está muito à frente
daactualperspectivainstitucional
da Igreja. Já existem centenas —
senão milhares — de mulheres
teólogas talentosas e criativas,
mais do que em todos os séculos
anterioresreunidos.Porém,oVa-
ticano continua a dificultar às
mulhereso acessoàsposições de
cátedra nas suas Universidades
Católicas,sobretudoseestãocom-
prometidasnumacríticaerecons-
trução de assuntos e questões te-
ológicas, já sem falar das doutri-
nas da Igreja. Apesar disso, as
mulheres já exercem uma influ-
ência significativa nas Universi-
PROGNÓSTICOS PARA O FUTURO DAS
VOCAÇÕES PRESBITERAIS (II)*
Bernhard Häring, CSsR
*Textoretiradode"PriesthoodImperiled:acriti-
calexaminationofministryintheCatholicChurch".
Ed.TriumphBooks,LiguoriMissouri1996.

O que dizer dasmulheres em relação ao sacerdócio?
dadesnãocontroladasporRoma,
e mais ainda, nas Faculdades te-
ológicasecuménicas.
Emdiversasregiões do mun-
do é confiado às mulheres uma
variedade de papéis pastorais de
grande importância e, naprática,
até já partilham alguns papéis
eclesiais. Muitas já pregam reti-
ros e dirigem "workshops", com
o reconhecimentoe elevada esti-
ma de padres pela sua especiali-
dade.Ao nível paroquial, muitas
delas são agentes pastorais, —
além de acumularem outras res-
ponsabilidades — consolando e
levandoacomunhãoaosdoentes.
Mais ainda, elas dão relevância
ao laicadona medidaem quefor-
mam etreinam equipas de cuida-
do pastoral aos doentes, um mi-
nistério que vai muito além de
simplesvisitasiniciaisahospitais.
Elas organizam e educam para a
formação de equipas de justiça
social laical, focadas no desper-
tar duma consciência e envolvi-
mento mais activo em questões
sociais que afectam de um modo
particular os pobres e oprimidos.
As mulheres apoiam e desenvol-
vemgruposde estudobíbliconas
paróquias e em casas particula-
resparaaprofundaremummelhor
entendimento das Escrituras por
parte dos leigos, especialmente
como fonte de crescimento espi-
ritual, e para ajudá-los a respon-
deremao seu chamamento como
Cristãos. Todas estas coisas es-
tão aserrealizadas nas paróquias
onde uma liderança pastoral co-
laborativa é anorma; isto é, onde
os pastores,que têm a necessida-
dede poucoprotagonismo,resis-
tem à tentação de controlo recu-
sandoexercerpodersobreoutros.
Pelo contrário, o pastor
colaborativo partilha o poder do
Espírito Santo com outros na ta-
refa de reconhecer, encorajar, e
usar a riqueza de talentos e dons
de fiéis bem formados hoje. Po-
dem as mulheres celebrar o sa-
cramentodareconciliação?Mui-
tas servem, nas suas vidas e mi-
nistérios, como sinais sacramen-
tais de paz e reconciliação. As
mulheres são dotadas de um es-
pecial carisma para o perdão ge-
neroso,ecomumahabilidadetre-
menda pararelacionarem-secom
os doentes, idosos e moribundos
de uma forma sadia e prestável.
Naverdade,asmulheres sãouma
inspiraçãoparaosoutrosemmais
formas das que foram apresenta-
dasaqui.Eupessoalmenteconhe-
ço um número de mulheres ver-
dadeiramente carismáticas cujos
bispos nomearam para a cape-
lania hospitalar. Claro que,ainda
nãovimos nenhuma mulher sen-
tadanoconfessionárioatendendo
penitentes.Contudo,pessoas do-
entes e saudáveis — na sua ne-
cessidade e desejo de arrependi-
mento e reconciliação — conti-
nuaram a confiar e aabrir as suas
consciências a mulheres atencio-
sas.
Rua Dr. Sá Carneiro, 182 - 1º Dtº
3700-254 S. JOÃO DA MADEIRA
e-mail: espiral.fraternitas@gmail.com
boletim de
f r a t e r n i t a s m o v i m e n t o
Responsável: Alberto Osório deCastro
Nº 61 - Janeiro/Março de 2017
In Memoriam...
HIGINO RODRIGUES
VALENTE
1926 - 2017
27 de Janeiro
Higino Rodrigues Valente foi o primeiro
presidente eleito da Câmara Municipal deAnsião
após o 25 deAbril de 1974 (1976-1979). Exerceu
também asfunções devereador entre1980 e1983.
Higino Valente era casado com Maria Emília
Gonçalves Garrido Rodrigues,natural deSantiago
da Guarda eresidiaem Casal dosValentes. Erapai
de Luís Miguel Gonçalves Rodrigues Valentee de
MariaMargaridaGonçalvesValente.
Foi ordenado na diocese de Coimbra (1949).
Após o exercício do ministério prebiteral, e
tendocursadoDireito,seguiu a carreiradenotário,
da qual, em devido tempo, se reformou.
Pela suaprobidade e verticalidade, foi alvo de
merecidahomenagem.
ACâmaradeAnsiãoatribuiu-lhe,emJunhode
2013, aMedalha de Honra Municipal,Grau Ouro,
pelo"papelquetevenaafirmaçãodademocraciae
do poder local no período conturbado pós
revolucionário, mas também pelo papel que teve
no desenvolvimento do concelho, num período
especialmente difícil e onde as carências eram
imensas, bem como a acção que teve no apoio às
associações do concelho, especialmente as da sua
freguesianatal,SantiagodaGuarda".
Rui Rocha, actual presidente da Câmara Mu-
nicipal deAnsião, afirmou que HiginoValente era
"umapessoaquenosmereciaomáximoderespeito
e reconhecimento". E, em sinal desse reconheci-
mento, acrescentou o edil, a Câmara de Ansião
decretoulutomunicipalduranteumdia.
Essahomenagemenvolveutambém aatribuição
do seu nome a uma rua em Santiago da Guarda.
A. O. C.

(texto elaborado a partir da notícia inserta no
Diário de Coimbra de 28.01.2017)
DescerramentodalápidenaruacomonomedoDr.
Higino,emSantiagodaGuarda,Ansião(Maiode2013).

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  • 1. Nº 61 - Janeiro / Março de 2017 b o l e t i m d a F R A T E R N I T A S M O V I M E N T O Correspondênciadosleitores 2 P.e Rui Santiago ajudou-nos a pensarsobre o nosso serviço eclesial 3 EncontroEcuménico: Omeutestemunho 5 OEncontroEcuménico 7 Aconteceuefoibom... 8 Ordenaçãodas mulheresna Igreja Luterana 9 Prognósticos para o futuro das vocações presbiterais(II) 11 InMemoriam...HiginoValente 12  LER OS SINAIS 1 Os tempos que correm e em que vivemos não se apresentam límpidos, luminosos. O ambiente é sombrio, o ar pesado, o horizonte fechado. Desde a economia, o desemprego, especialmente o juvenil, a educação, a justiça, o compadrio, a corrupção, a guerra, deportados/migrantes… Um sem número de "desesperanças". Mas Jesus convida-nos à conversão, à descoberta da presença de Deus, a levantar a cabeça e a viver segundo outra dimensão (Lc 21,28; Mc 13,28s). Saber "ler os sinais dos tempos" é uma "ferramenta" importante para o "ser cristão". E implica, necessariamente, descobrir a presença e o incentivo de Deus no avesso dos acontecimentosde "morte" paraos"regarmos" de vida, de esperança, de futuro. 2 E o nosso futuro é, sem dúvida, Deus, uno, na essência, e trino, nas ma- nifestações (pessoas). É um convite/ /desafio à vivência do "ser cristão". O núcleo de Lisboa da Fraternitas bem interpretou os sinais, e a realização do Encontro Ecuménico do dia 14 de Janeiro passado é, certamente, mais um passo, diminuto mas significativo, na caminhada que importa fazer. Por isso, lhe reservamos generoso espaço neste número do nosso boletim.Agradecemos os testemunhos que nos chegaram, bemcomo a autorização para a publicação da comu- nicação da Pastora Nora Steen. Igualmente gratos pela autorização de uso das fotografias de J. Pereira. 3 Na mesma linha de leitura dos sinais dos tempos, a recolocação da mulher no lugar que lhe cabe na Igreja de Jesus, e, na sequência do testemunho de Nora Steen, segue um excerto de Bernhard Häring sobre "O que dizer das mulheres em relação ao sacerdócio?". E é esse o tema do nosso próximo EncontroNacional, para o qual todos estamos convocados. Até já. 5 de Março de 2017 Alberto Osório
  • 2. CaríssimosIrmãose Cunhadas: Seique membros da Fraternitas estiveramreunidosnoSeminário de Cristo-Rei em Vila Nova de Gaia nos passados dias 14 a 16 do corrente…Tive a honra de receber uma comovente mensa- gem de alguns dos meus Irmãos e Cunhadas, que muitoapreciei e agradeço. De facto, todos devemos ser elos fortes de uma grande teia com muitos fios diferentes e coloridose comalgunsnós de uniãonadificuldade…Devemos sacudir as teias de aranha para ver com mais clareza… inclusi- ve os mistérios… Podemos ser e somosdiferentesnosdons e feitios. Mas a rede com "nós" é partilha,comunhão eserviço proféticoou missão. Agora quedisponhodemais tempo livre para ler e rezar, é o que faço.Acabei ontem de ler o Vaticanum e comecei a ler "Paciência com Deus"de Tomáš Halík, ao mesmo tempo quevou meditandonasreflexões queoPadreBaptistapublicouno "Calvário". O Santuário de Fátima já está a viverintensamenteo centenário das aparições, nas diversas ver- tentes e componentes. Verifico quehámaisperegrinosdomundo oriental e até não cristãos! Às vezes vou rezar o terço à Capelinha dasAparições e não vos esqueço.Assimcomo os nós e tropeços… mas acredito que o nosso sucesso triunfará.Assim anunciou aAparição mais bri- lhante queo sol. Peço desculpa de não ter escrito à máquina.Se nãoconseguirem ler este arrazoado, tudo se resumirá numa palavra: CORA- GEM. Beijos–Abraços Fátima,25-X-2016 +SerafimF.Silva MuitoObrigado,Alberto! Desejamos um Santo e Feliz Natal para toda a Família Fraternitas! Votosdomelhor2017,com muita Fé e Esperança! Abraço e Beijinho muito ami- gos, AlcinaeAntónioMoura [ammoura50@gmail.com](09-12- 2016) Obrigado, paz e bem. Cumprimentosrespeitosose Feliz Natal. +AntoninoDias,Portalegre [antoninodias70@gmail.com] (08-12- 2016) Agradeço o envio do boletim e desejo a quantos dão vida a esta iniciativa eclesial, bem como às suas famílias, um Natal de alegria e paz, n'Aquele que, a partir da família de Nazaré, veio oferecer a toda a família huma- na o tesouro de participar na família de Deus. +JoséOrnelasCarvalho BispodeSetúbal [jornelasc@diocese-setubal.pt] (08- 12-2016) Querida familia. Nos alegra seguir recibiendo noticiasvuestras. También,recibirvuestro boletín y el reflejo de cómo seguís caminandojuntos. Os enviamos un fraternalabrazo en estos días. Que la paz y el mensaje del Niño-Dios nos ayudena hacer más realidad unaTierra habitabley dignaparatodosy para todasempezando por los círculos en que vivimosy nos movemos. Un gran abrazo. Ramón [alario-s-ramon@hotmail.com] (20- 12-2016)
  • 3. De 14 a 16 de outubro, a FRA- TERNITAS Movi- mentoorganizou um encontro de f o r m a ç ã o teológica. De- correu no Semi- nário Redento- rista de Cristo- -Rei, nas Deve- sas, Vila Nova de Gaia. O en- contro foi orien- tado pelo padre Rui Santiago. Compareceram perto de 40 pes- soas, entre as quais alguns não- -sócios. Desengane-sequem olhou para o tema do encontro "Ministérios. Umaaprendizagemcomunitária" eachouqueseia falardo mesmo: padres casados, ordenação sa- cerdotaldas mulheres,diaconado permanente, reforma dos ministériosatuais. Na verdade, falou-se de reforma, masnãodosministérios,esimdo modo como se olha para eles hoje, e como se tem olhado ao longodaHistória. O padre Rui Santiago guiou os presentes numa descoberta dos ministérios a partir da Bíblia. E disse que qualquer ministério é vontade de Deus quando cumpre três requisitos, assumidos por JesusCristo. P.E RUI SANTIAGO AJUDOU-NOS A PENSAR SOBRE O NOSSO SERVIÇO ECLESIAL Primeiro: a certeza de agir não para tornar Deus presente, mas na consciência de que Deus já está a agir. Jesus é o Filho de Deus, não um servo de Deus. O cristão, em qualquer ministério, também não se posiciona diante de Deus como alguém que O serve, mas serve-Lhe de suporte… é para Deus uma manifestação. Segundo:todaaação ministerial acontece por inspiração do EspíritoSanto.Serviu-nosdebase desta reflexão a eleição do sucessordoapóstoloJudas(At1, 12-26). Lucas é magistral ao descrever o episódio, dando realce à força do Espírito Santo. Lendo o texto, somos confron- tados,imediatamente,comparâ- metroshumanos.Deumdoscan- didatos,cujapremissaeraser«de entre os homens que nos acom- panharamdurantetodootempoem queoSenhorJesusviveunomeio de nós», diz-se muita coisa: que se chamava José, de apelido Barsabás, e que tinha como alcunha o Justo. Do outro diz-se simplesmente o nome: Matias. Depois, vem a parte nuclear do texto:decidem rezaretirar sortes. É que, entrando o Espírito em ação,qualquer um dos doispodia sero sucessor deJudas,pois erao escolhidoporDeus.Ouseja,fosse sorteadoJoséouMatias,qualquer um era apóstolo por vontade de Deus. Terceiro: Qualquer ministério existe paraobom funcionamento do corpo de Cristo,que éa Igreja. A partir desta base, centrou-se a reflexãonocapítulo12daprimeira (continua na pág. 4)
  • 4. apóstolo é aquele que tem para dizer: "Eu comi e bebi com Ele." Eistonãoobrigaaandarnotempo para trás. O ressuscitado é semprecontemporâneo.Amissão do apóstolo é aquele que fala de si no encontro com Jesus como quem lá esteve, e fala de Jesus como Quem está. O apóstolo é isto e a comunidade precisa em primeiro lugar de gente que provoqueaapariçãodeJesuscom esta proximidade, com esta familiaridade. Emsegundolugar,aIgreja preci- sa de profetas. Na comunidade cristãdosprimeirostempos,asua missãoeraa animaçãodo louvor. Eram a expressão orante da comunidade cristã. Eles são a palavrade exortação nacomuni- dade cristã: a partir do encontro comDeus,sãocapazesdeestabe- lecer uma relação entre o plano de salvação de Deus e o fio da História.. Emterceirolugar,aIgrejaprecisa de mestres, de gente que explica da maneira possível o que Deus quer dizer de si mesmos. Eles sabem ler os sinais dos tempos. E após referir os carismas, ministérios e serviços, S. Paulo conclui com um desafio que tem sido mal interpretado: "Aspirai, porém, aos melhoresdons." Ora, ele não se refere a ser bispo, car- deal ou papa. Diz: "Vou mostrar- -vos um caminho que ultrapassa todos os outros." E, então, o capítulo13éo"CânticodoAmor". Esta é a reforma, conversão que importa fazer de cada carisma, ministério ou serviço: "Se não tiveramor…de nadaaproveita." Fernando Félix (Associado nº 105) cartaaosCoríntios,emquePaulo enumera carismas, ministérios e tarefas, num total de oito: apóstolos,profetas,mestres,fazer milagres, curar, ajudar quem precisa, governar e falar outras línguas. S. Paulo diz que três são os carismas necessários: apóstolos, profetas e mestres. Depois, qual- quer um dos outros ministérios e serviços pode ser feito por qualquerum. Diz Paulo que precisamos, em primeiro lugar, de comunidades onde haja apóstolos. E vamos soltar-nosdessalinguagemforça- díssima da sucessão apostólica. Quem faz os apóstolosé Jesus. E o que faz o apóstolo? O apóstolo é alguém — ou alguéns — na comunidade que fala de Jesus como alguém que conhece. Apóstolo é alguém que traz o testemunhodaamizadeparafalar de Jesus. Olhando o texto de S. Paulo, vemos que uma comuni- dade precisa, em primeiro lugar, de testemunhas presenciais de Jesus. Do testemunho de Jesus feito da memória da amizade. É a memória do amigo. É aquele que fala de Jesus como Aquele que esteve a comer lá em casa, queveiofalarDelee,depois,volta para retomar a refeição. Para o apóstolo, Jesus é o Tu mais presente.Oapóstoloéaqueleque temhistóriaspara contarde Jesus e com Jesus. Pode não ter jeito para a doutrina, mas tem muita história. É aquele que, na comu- nidade, está ao serviço da proximidade de Jesus, de Jesus como figura de amizade. O (continuação da pág. 3)  TESOURARIA Pagamento de quotas OMovimentoviveexclusivamentedaquotizaçãodos seus Associados. Precisamos da ajuda de cada um, através do pagamento da sua quota anual. Qualquerdúvidareferenteaquotas,ouqueenvolva qualquer pagamento, deve ser endereçado para oTesoureiro: JoséAlvesRodrigues Rua CampinhoVerde,15 = 4505-249FIÃESVFR Telf: 220 815 616 / Tlmv: 966404 997 Conta para depósitosou transferências bancárias: IBAN PT50003300004521842666005(MillenniumBCP) Fundo de Partilha Só é possível distribuir o que se recebe. Só podemos acorrer a necessidades que se nos apresentam, se a generosidade dos Associados assim o permitir. Contamos contigo! Podes usar a conta do Millennium BCP para, através de nós, poderes ajudar quem precisa.
  • 5. tudocorressedamelhormaneira. Os homens da Fraternitas conhecem em Lisboa earredores gente cristã de todas as cores. Fazem-seosprimeiroscontactos, as pessoas aceitam e as ideias começam a tomar corpo. Faz-se um programa, com tempo certo para comunicações, debates e perguntas. O Espírito de Deus estavaconnosco.OJorgeRibeiro fez os contactos quase todos. Convites aceites, comunicações de 20 minutos, perguntas não deveriamultrapassaros3minutos. Um dia inteiro, equipa toda de Valeu a pena! Este encontro regionaldaFraternitasemLisboa partiu de um telefonema para o casalArtureAntonietaCunha de Oliveira, dosAçores. Estes nossos amigos, sócios fundadores da Fraternitas, sentiamdificuldadesemdeslocar- se a Fátima, por causa de problemas de saúde. Viriam a qualquer encontro a Lisboa com muito agrado, embora com alguma dificuldade também, quando mais não fosse para se encontrarem com alguns irmãos. Seria então um encontro regional aberto atoda agente.Pensou-see fez-se.ArturCunhaéumhomem progressista, à semelhança do Papa Francisco, que sempre pensou e defendeu a ideia do ecumenismo. Janeiro é o mês do Oitavário pela união da Igrejas. Marcou-se o encontro para o fi- nal da semana anterior.Seriaa14 de Janeiro, todo o dia, e seria um encontro ecuménico. O local escolhido seria uma sala polivalentenoExternato Marista de Lisboa, onde o Serafim conhece a Direcção e tem boas relações com a Casa. A partir daqui começa o trabalho de organizaçãoparaque 41º ENCONTRO NACIONAL Data: 31 de Março a 2 de Abril de 2017 Local: Casa Nª Srª do Carmo – Fátima Tema: A Mulher na Igreja Orientador: Irmã JULIETA DIAS, RSCM Inscrições: Secretariado da Fraternitas até ao dia 18 de Março Custo: O mesmo do anterior Encontro Nacional Lembramos que, durante este Encontro terá lugar a Assembleia Geral da FRATERNITAS Movimento. Desnecessário se torna encarecer a importância deste nosso Encontro Nacional e a necessidade que há de estarmos presentes, até para nos estimularmos mutuamente!... Contando com todos, pedimos o favor de também irem divulgando e motivando para esta iniciativa do nosso Movimento. (continua na pág. 6) O MEU TESTEMUNHO
  • 6. página oficial na Internet: http://fraternitasmovimento.blogspot.com NIF: 504 602 136 IBAN: PT50 0033 0000 4521 8426 660 05 fraternitasmovim  acordo. As dificuldades foram sendo ultrapassadas e tudo em conformidade.À última hora um dos grandes intervenientesadoe- ceueumdospalestrantesdatarde dispôs-seafazeroresumodoque o Bispo Pina Cabral iria comunicar. Aceite esta oferta e mudança, o resto foi tudo em perfeitaharmonia. O encontro teve 4 partes distintas: pela manhã foi tratado otema"ÀprocuradaUnidade". Na1ªsessão intervieram oPastor Dimas de Almeida da Igreja Presbiteriana com o tema «Do anátema ao reconhecimento»; seguiu-se o Artur Cunha de Oliveira da Igreja Católica, com o tema «A necessidade actual do ecumenismo»; terminou esta sessão a Pastora Nora Steen da Igreja Evangélica Alemã-Luter- anaquetratouda«Ordenaçãodas mulheresnaIgrejaLuterana». Fez-sedepoisumcurtodebate comalgunscomentáriosepergun- tas e um pequeno intervalo para café. Na sessão II com o tema geral"PerspectivasePassosecu- ménicos",interveiooPastorLeite, em substituição do Bispo Pina CabraldaIgrejaLusitana,e abor- dou um tema muito importante quefoi«Oreconhecimentodeum deumsóbaptismo».Todossomos baptizados na Igreja com um só baptismo.Obaptismoéomesmo paratodos.Seguiu-seoPadreAle- xandreBonitodaIgrejaOrtodoxa (continuação da pág. 5) Aspecto de uma das intervenções pela Assembleia. foto de© J.Pereira O M E U T E S T E M U N H O Grega,quetratouda«Unidadeem perspectivas de Igrejas ortodoxas».Seguiu-seumpeque- no debate e depois o almoço nos restaurantes da área. De tarde, pelas 14,45, começou a III sessão como tema "Dinamismoe vivênciaEcumé- nica". Começou o Pastor José Manuel Leite da Igreja Presbi- teriana e falou de «Os pioneiros do ecumenismo em Portugal». Continuou o Padre Alberto Teixeira(ortodoxo)quedesenvol- veu o tema «Entre adesão e par- tilha — uma experiência ecumé- nica». Falou dos passos que deu até chegar onde está agora, na Igreja Ortodoxa,seguindo-se um curto debate, com algumas perguntas e informações impor- tantes, destacando-se a interven- çãodeAntónioDuarte,quereferiu terem sido os presbiterianos que ensinaram os crentes a falarem todos a mesma linguagem. Foi referido também que o clima ac- tual da Igreja já é de diálogo e o patriarcado do poder já está um pouco marginalizado. O movi- mento ecuménico está criado e vai-se caminhando comdetermi- naçãoparaodiálogoentreasreli- giões.Afinal somos todos filhos do mesmoDeuse amamo-lO co- mopodemos,masháaplenacer- teza de que Ele nos ama muito mais. A IV sessão foi a "Oração Ecuménica",partindo-sedaslei- turas bíblicas de 1Jo 4,7-21 e Jo17,20-26, cujo tema é o amor. Cantou--se no princípio e no fim e rezou--se o Pai Nosso. Neste encontro viveu-se do princípio ao fim um clima de união, amizade, solidariedade e respeito pela liberdade de cada um.Valeu a pena. Discordâncias emnadaerespirou-seunidadeem tudo o que se passou. José Sousa (Associado nº 11)
  • 7. mento@gmail.com página oficial na Internet: http://fraternitasmovimento.blogspot.com NIF: 504 602 136 IBAN: PT50 0033 0000 4521 8426 660 05 Poriniciativaede acordo com o novo espírito e letra dos Estatutos da FRA- TERNITAS, eorga- nizado pelo Núcleo deLisboa, realizou- -senopassadodia14 de Janeiro, em Lis- boa, um primeiro EncontroEcuménico em que participa- ram,a bemdizer,to- das as comunidades cristãs não-católicas existentesemPortu- gal,num totalmuito próximodas70pessoas. Decorreu, graças a Deus e ao bomespíritodaorganizaçãoedas pessoas, no melhor dos espíritos enamaisvivacordialidade.Deve- mo-lo, em boa parte,à forma por que o nosso associado Jorge da Silva Ribeiro se empenhou e en- volveu na sua organização e de- curso. OEncontro Ecuménico cons- toude4Sessões.Numaprimeira, subordinada ao tema: À Procura da Unidade, e coordenada pelo Jorge da Silva Ribeiro, tomaram parte activa o pastor Dimas de Almeida,daIgreja Presbiteriana, que nos apresentou o tema: "Do anátema ao reconhecimento". Seguiu-seonossoassociadoArtur Cunha de Oliveira, com "A necessidade actual do Ecumenismo", após o que, a Pastora Nora Steen, da Igreja EvangélicaAlemã - Luterana, se ocupou de "A Ordenação de Mulheres na Igreja Luterana". Seguiu-seummomentodedebate, comentárioseperguntasporparte daAssembleia. A II Sessão, subordinada ao tema Perspectivas e Passos Ecuménicos, e coordenada pelo nosso associado José Sousa , principiou com a intervenção do BispoJorgePinaCabral,daIgreja Lusitana, sobre "Do reconhe- cimento mútuo do baptismo à missão da Igreja". O Padre Ale- xandreBonito,daIgrejaOrtodoxa Grega ocupou-se de "A unidade emperspectivadeIgrejasOrtodo- xas", após o que, e à semelhança das anteriores sessões,houve um períodoparadebate,comentários, testemunhoseperguntas. Após o a almoço, a III Sessão — Dinamismo e Vivência Ecuménica, coordenada pelo nosso associado Jorge da Silva Ribeiro, principiou com a intervençãodoPastorJoséManuel Leite, da Igreja Presbiteriana, sobre"PioneirosdoEcumenismo em Portugal", a que se seguiu o ortodoxo Alberto Teixeira, com "EntreAdesão ePartilha —Uma experiência ecuménica".Depois, um momento para Testemunhos deVivências Ecuménicas. O Encontro Ecuménico terminou, na sua IVSessão,com umperíododeOraçãoEcuménica e em que foram lidas e comenta- das as leituras de 1Jo 4.7-21 e Jo 17,20-26. Ideia dominante: o Amor.Houvehomíliapelonosso associado Artur Cunha de Oliveira,cantou-se: "Quanta paz equantobem"erezou-se,demãos dadas, o Pai Nosso. (continua na pág. 8) Na mesa da I Sessão (da esquerda para a direita): Artur Oliveira, Dimas de Almeida, Nora Steen, Luís Salgueiro. foto de© J.Pereira
  • 8. No dia 14 de janeiro de 2017, aconteceu o Encontro ECUMÉ- NICO, em Lisboa, organizado pela Fraternitas (Núcleo de Lisboa),umencontromarcadode simpatia, respeito, comunhão e muitas reflexões importantes. O encontro foi divido em quatro sessões: A procura da Unidade; Perspectivas,passosecuménicos; Dinamismo e vivência ecumé- nica;Oraçãoecuménica. A realização deste Encontro Ecuménico, além da sua actualidade, foi uma feliz realização da FRATERNITAS. Decorreu de forma exemplar- mentecordialefraterna.Emtodo ele prevaleceu, felizmente, a ideia e a vivência de união, em vez de a de unidade, que tantos conflitosjágerou.Seráderepetir. Mas tendo sempre presente o princípiode:"Antesdesejadoque aborrecido". Artur e Antonieta (Associados nº 34) (continuação da pág. 7) ACONTECEU E FOI BOM… superando as diferenças que nos separampromovendoapazebem comum. Encontroscomoeste,precisam de continuidade, porque surgem comumpapelimportantíssimode esclarecimentosmútuoseanálises sobre quem somos,como somos, equemsãonossosirmãose irmãs e como eles e elas o são, nos capacitando a perceber que o que nos é diferente é o que nos enriqueceenquantofilhosefilhas do Pai Eterno, que não desiste de nos amar apesar das nossas fraquezas, imperfeições e egoísmos. Obrigada,aosqueridosirmãos que organizaram o encontro, aos pastores, pastora, padres e eclesianosqueforamfacilitadores deste encontro, e a todos e todas que participaram com o coração e mente abertos para aprender a sereconviverdemaneirapacífica e amorosa a espiritualidade que une e que testemunha do Pai de amor. Deus seja louvado! E que venhammuitosoutrosencontros. No amor de Cristo Reverenda Cacilene Nobre (Pastora/Missionária da Igreja Evangélica Presbiteriana de Portugal -IEPP) Foi um tempo maravilhoso com mensagens de estímulo e encorajamento a caminhada ecuménica; tendo em vista um mundo marcado pela violência, desamor,desrespeitoaopróximo e extrema intolerância religiosa, nosvimosreunidosepartilhamos nosso sonho de unidade na diversidade; à semelhança da parábola do filhopródigo, temos um só Pai, que nos ama independentemente das nossas diferenças e nos convida a vivermos em união como testemunhas do seu amor, Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. João 17:21 Visão parcelar dos presentes no Encontro Ecuménico. foto de© J.Pereira  
  • 9. Caros Irmãos em Cristo, Em primeiro lugar gostava muitodeagradeceroconvitepara este encontro ecuménico. Desde o ano 2015 que o meu marido e eu estamos a dirigir a Igreja Evangélica Alemã de Lisboa.Estamosfelizesporpoder viver neste país maravilhoso, conjuntamente com as nossas duasfilhas. O ecumenismo tem sido um tema centralnaminhaactividade profissional. Foi já durante os meusestudos dateologia que en- tendi que a Igreja de Jesus Cristo não tem futuro sem ser ecumé- nica. Estamos todos unidos em Cristo,nãoobstanteanossadiver- sidade. Já o Apóstolo Paulo o reconheceu. nãosãoasquestõesteológicasque interferem entre as confissões, masasquestõespequenas,quoti- dianas ou melhor dizendo as questões culturais: todos nós crescemoscomasnossaspróprias tradições eclesiais. Qual é a minha tradição eclesial? O que podem ser pastoras ou padres ou não.ParticularmenteaquiemPor- tugalnotomuitasvezesqueistoé um tema delicado. Muitos casais luso-alemães desejam uma cerimónia de casamento ecumé- nica, numa igreja católica ou na nossaigreja evangélica. Acontece muitas vezes que istoénegadoporpadrescatólicos. Ou os padres negam que eu, sen- do mulher, celebre o casamento comeles.Pergunto-me oque po- demos fazer para que o ecume- nismo avance neste aspecto. Já a Bíblia é testemunho de que houve mulheres a desem- penharem funções clericais. Mesmoassimaquestãodeasmu- lheres poderem sersacerdotes ou não tem sido discutido de modo muito controverso.As Igrejas da Reforma invocam o princípio da "Sola scriptura". Através da adesãoao"Sacerdóciodetodosos crentes" as Igrejas da Reforma ORDENAÇÃO DAS MULHERES NA IGREJA LUTERANA Nora Steen* Momento de Oração Ecuménica. foto de© J.Pereira Nora Steen proferindo a sua comunicação. foto de© J.Pereira Durante a minha colaboração com o Conselho Mundial das Igrejas em Genebra aprendi que o caminho do ecumenismo é um trajectopedregoso.Muitas vezes para mim faz parte de uma "verdadeira" Igreja e o que não? Umtemamuitoimportanteno ecumenismo é evidentemente a questãodopapeldasmulheres,se (continua na pág. 10)
  • 10. (continuação da pág. 8) não vêm nenhuma diferença en- tre homem e mulher. Todos nós somoschamadosa serviraDeus. Qualquer que seja a função. Seja homemoumulher. Há décadas que a ordenação de mulheres é aceite na Igreja Luterana. Desde o ano 1958 as mulherespodemserordenadasna IgrejaAlemã.Mesmo queno iní- cio tenha sido difícil para as mu- lheres serem aceites nos círculos masculinos, hoje é um facto per- feitamente normalnaAlemanha. Em80%dasIgrejasmembrosda Federação Luterana Mundial as mulheres são ordenadas, seja na África,na Ásia ounaAméricado Sul.NaIgrejaAnglicanaasregras aplicadas têm sido diversas. A IgrejadaInglaterra,porexemplo, tem ordenado mulheres desde o ano 1994. Na Igreja Vetero- católica(tambémchamadaVelha Igreja Católica) as mulheres são ordenadasdesde1996. abdicar destariqueza. Porisso,foiumapéssimanotí- cia quando a Igreja Luterana na LetóniaanunciouemJunhodoano passado que ia voltar a proibir a ordenação de mulheres.Trata-se de um grave retrocesso que foi profundamente lamentado por muitasteólogasemtodoomundo. Não sabemos como vamos progredir.Masestamosconfiantes que também no futuro o apelo a mulheres para a ordenação será ouvido e que cada vez mais Igrejasdetodasasconfissõesirão darum passo em frente aordenar mulheres. Conjuntamente esta- mos no caminho para levar a mensagemcurativaebenéficado Senhor ao mundo, homens e mulheres. Muito obrigada pela vossa atenção. O que se altera quando há mulheressacerdotes? Na Igreja Luterana partimos da ideia de que a ordenação de homens e de mulheres reflecte o chamamento de Deus ao povo inteiro para,atravésdobaptismo, se tornarem testemunhas para a novacriação de Deuse deste mo- do para a nova comunidade. (Gálatas 3) Nas Igrejas da Reforma sentimosqueasmulherestêmum outroacessoàshistóriasdeBíblia e às pessoas em geral. Não é melhor ou pior do que o dos sacerdotes masculinos, mas é simplesmente diferente. É uma mais-valia para as missas e para a vida eclesial. O todo da vida humana é assim representado. É particularmente napregação eno cuidado pastoral que as pessoas apreciam esta abordagem inte- gradaque inclui tanto os homens comoasmulheres.Nãoqueremos  * Pastora da Igreja Evangélica Alemã-Luterana Momentos do Encontro Ecuménico. fotos de© J. Pereira
  • 11. Processos e acontecimentos históricos derápida mudança são particularmente evidentes na re- centeevoluçãodaidentidadeedo papel social da mulher. Será que a Igreja deve adaptar-se a estas mudançasouficarparatrás?Nes- taera,aemancipação das mulhe- res representa um teste oportuno e decisivo para a Igreja, no seu desejo de ser sal da terra na his- tória humana e numa dimensão importante do seu ministério. Uma visão patriarcal e artificial da Igreja criou problemas muito sérios. Há poucos séculos atrás, parecia algo miraculoso que São Vicente de Paulo obtivesse per- missão para as mulheres religio- sas saírem da clausura, de forma a serviremosdoentes eospobres sem interferência e supervisão incessante dos clérigos. Qual é o estatutodamulhernaIgrejanofim dosegundomilénio?Aexperiên- cia feminina está muito à frente daactualperspectivainstitucional da Igreja. Já existem centenas — senão milhares — de mulheres teólogas talentosas e criativas, mais do que em todos os séculos anterioresreunidos.Porém,oVa- ticano continua a dificultar às mulhereso acessoàsposições de cátedra nas suas Universidades Católicas,sobretudoseestãocom- prometidasnumacríticaerecons- trução de assuntos e questões te- ológicas, já sem falar das doutri- nas da Igreja. Apesar disso, as mulheres já exercem uma influ- ência significativa nas Universi- PROGNÓSTICOS PARA O FUTURO DAS VOCAÇÕES PRESBITERAIS (II)* Bernhard Häring, CSsR *Textoretiradode"PriesthoodImperiled:acriti- calexaminationofministryintheCatholicChurch". Ed.TriumphBooks,LiguoriMissouri1996.  O que dizer dasmulheres em relação ao sacerdócio? dadesnãocontroladasporRoma, e mais ainda, nas Faculdades te- ológicasecuménicas. Emdiversasregiões do mun- do é confiado às mulheres uma variedade de papéis pastorais de grande importância e, naprática, até já partilham alguns papéis eclesiais. Muitas já pregam reti- ros e dirigem "workshops", com o reconhecimentoe elevada esti- ma de padres pela sua especiali- dade.Ao nível paroquial, muitas delas são agentes pastorais, — além de acumularem outras res- ponsabilidades — consolando e levandoacomunhãoaosdoentes. Mais ainda, elas dão relevância ao laicadona medidaem quefor- mam etreinam equipas de cuida- do pastoral aos doentes, um mi- nistério que vai muito além de simplesvisitasiniciaisahospitais. Elas organizam e educam para a formação de equipas de justiça social laical, focadas no desper- tar duma consciência e envolvi- mento mais activo em questões sociais que afectam de um modo particular os pobres e oprimidos. As mulheres apoiam e desenvol- vemgruposde estudobíbliconas paróquias e em casas particula- resparaaprofundaremummelhor entendimento das Escrituras por parte dos leigos, especialmente como fonte de crescimento espi- ritual, e para ajudá-los a respon- deremao seu chamamento como Cristãos. Todas estas coisas es- tão aserrealizadas nas paróquias onde uma liderança pastoral co- laborativa é anorma; isto é, onde os pastores,que têm a necessida- dede poucoprotagonismo,resis- tem à tentação de controlo recu- sandoexercerpodersobreoutros. Pelo contrário, o pastor colaborativo partilha o poder do Espírito Santo com outros na ta- refa de reconhecer, encorajar, e usar a riqueza de talentos e dons de fiéis bem formados hoje. Po- dem as mulheres celebrar o sa- cramentodareconciliação?Mui- tas servem, nas suas vidas e mi- nistérios, como sinais sacramen- tais de paz e reconciliação. As mulheres são dotadas de um es- pecial carisma para o perdão ge- neroso,ecomumahabilidadetre- menda pararelacionarem-secom os doentes, idosos e moribundos de uma forma sadia e prestável. Naverdade,asmulheres sãouma inspiraçãoparaosoutrosemmais formas das que foram apresenta- dasaqui.Eupessoalmenteconhe- ço um número de mulheres ver- dadeiramente carismáticas cujos bispos nomearam para a cape- lania hospitalar. Claro que,ainda nãovimos nenhuma mulher sen- tadanoconfessionárioatendendo penitentes.Contudo,pessoas do- entes e saudáveis — na sua ne- cessidade e desejo de arrependi- mento e reconciliação — conti- nuaram a confiar e aabrir as suas consciências a mulheres atencio- sas.
  • 12. Rua Dr. Sá Carneiro, 182 - 1º Dtº 3700-254 S. JOÃO DA MADEIRA e-mail: espiral.fraternitas@gmail.com boletim de f r a t e r n i t a s m o v i m e n t o Responsável: Alberto Osório deCastro Nº 61 - Janeiro/Março de 2017 In Memoriam... HIGINO RODRIGUES VALENTE 1926 - 2017 27 de Janeiro Higino Rodrigues Valente foi o primeiro presidente eleito da Câmara Municipal deAnsião após o 25 deAbril de 1974 (1976-1979). Exerceu também asfunções devereador entre1980 e1983. Higino Valente era casado com Maria Emília Gonçalves Garrido Rodrigues,natural deSantiago da Guarda eresidiaem Casal dosValentes. Erapai de Luís Miguel Gonçalves Rodrigues Valentee de MariaMargaridaGonçalvesValente. Foi ordenado na diocese de Coimbra (1949). Após o exercício do ministério prebiteral, e tendocursadoDireito,seguiu a carreiradenotário, da qual, em devido tempo, se reformou. Pela suaprobidade e verticalidade, foi alvo de merecidahomenagem. ACâmaradeAnsiãoatribuiu-lhe,emJunhode 2013, aMedalha de Honra Municipal,Grau Ouro, pelo"papelquetevenaafirmaçãodademocraciae do poder local no período conturbado pós revolucionário, mas também pelo papel que teve no desenvolvimento do concelho, num período especialmente difícil e onde as carências eram imensas, bem como a acção que teve no apoio às associações do concelho, especialmente as da sua freguesianatal,SantiagodaGuarda". Rui Rocha, actual presidente da Câmara Mu- nicipal deAnsião, afirmou que HiginoValente era "umapessoaquenosmereciaomáximoderespeito e reconhecimento". E, em sinal desse reconheci- mento, acrescentou o edil, a Câmara de Ansião decretoulutomunicipalduranteumdia. Essahomenagemenvolveutambém aatribuição do seu nome a uma rua em Santiago da Guarda. A. O. C.  (texto elaborado a partir da notícia inserta no Diário de Coimbra de 28.01.2017) DescerramentodalápidenaruacomonomedoDr. Higino,emSantiagodaGuarda,Ansião(Maiode2013).