1. Nº 61 - Janeiro / Março de 2017
b o l e t i m d a F R A T E R N I T A S M O V I M E N T O
Correspondênciadosleitores 2
P.e Rui Santiago ajudou-nos a pensarsobre o
nosso serviço eclesial 3
EncontroEcuménico:
Omeutestemunho 5
OEncontroEcuménico 7
Aconteceuefoibom... 8
Ordenaçãodas mulheresna Igreja Luterana 9
Prognósticos para o futuro das vocações
presbiterais(II) 11
InMemoriam...HiginoValente 12
LER OS SINAIS
1
Os tempos que correm e em que
vivemos não se apresentam límpidos,
luminosos. O ambiente é sombrio, o ar
pesado, o horizonte fechado. Desde a
economia, o desemprego, especialmente o
juvenil, a educação, a justiça, o compadrio, a
corrupção, a guerra, deportados/migrantes…
Um sem número de "desesperanças". Mas
Jesus convida-nos à conversão, à descoberta
da presença de Deus, a levantar a cabeça e a
viver segundo outra dimensão (Lc 21,28; Mc
13,28s).
Saber "ler os sinais dos tempos" é uma
"ferramenta" importante para o "ser cristão".
E implica, necessariamente, descobrir a
presença e o incentivo de Deus no avesso dos
acontecimentosde "morte" paraos"regarmos"
de vida, de esperança, de futuro.
2
E o nosso futuro é, sem dúvida, Deus,
uno, na essência, e trino, nas ma-
nifestações (pessoas). É um convite/
/desafio à vivência do "ser cristão".
O núcleo de Lisboa da Fraternitas bem
interpretou os sinais, e a realização do
Encontro Ecuménico do dia 14 de Janeiro
passado é, certamente, mais um passo,
diminuto mas significativo, na caminhada que
importa fazer.
Por isso, lhe reservamos generoso espaço
neste número do nosso boletim.Agradecemos
os testemunhos que nos chegaram, bemcomo
a autorização para a publicação da comu-
nicação da Pastora Nora Steen. Igualmente
gratos pela autorização de uso das fotografias
de J. Pereira.
3
Na mesma linha de leitura dos sinais
dos tempos, a recolocação da mulher
no lugar que lhe cabe na Igreja de Jesus,
e, na sequência do testemunho de Nora Steen,
segue um excerto de Bernhard Häring sobre
"O que dizer das mulheres em relação ao
sacerdócio?". E é esse o tema do nosso
próximo EncontroNacional, para o qual todos
estamos convocados.
Até já.
5 de Março de 2017
Alberto Osório
2. CaríssimosIrmãose Cunhadas:
Seique membros da Fraternitas
estiveramreunidosnoSeminário
de Cristo-Rei em Vila Nova de
Gaia nos passados dias 14 a 16
do corrente…Tive a honra de
receber uma comovente mensa-
gem de alguns dos meus Irmãos
e Cunhadas, que muitoapreciei
e agradeço.
De facto, todos devemos ser
elos fortes de uma grande teia
com muitos fios diferentes e
coloridose comalgunsnós de
uniãonadificuldade…Devemos
sacudir as teias de aranha para
ver com mais clareza… inclusi-
ve os mistérios… Podemos ser e
somosdiferentesnosdons e
feitios. Mas a rede com "nós" é
partilha,comunhão eserviço
proféticoou missão.
Agora quedisponhodemais
tempo livre para ler e rezar, é o
que faço.Acabei ontem de ler o
Vaticanum e comecei a ler
"Paciência com Deus"de
Tomáš Halík, ao mesmo tempo
quevou meditandonasreflexões
queoPadreBaptistapublicouno
"Calvário".
O Santuário de Fátima já está a
viverintensamenteo centenário
das aparições, nas diversas ver-
tentes e componentes. Verifico
quehámaisperegrinosdomundo
oriental e até não cristãos!
Às vezes vou rezar o terço à
Capelinha dasAparições e não
vos esqueço.Assimcomo os nós
e tropeços… mas acredito que o
nosso sucesso triunfará.Assim
anunciou aAparição mais bri-
lhante queo sol.
Peço desculpa de não ter escrito
à máquina.Se nãoconseguirem
ler este arrazoado, tudo se
resumirá numa palavra: CORA-
GEM.
Beijos–Abraços
Fátima,25-X-2016
+SerafimF.Silva
MuitoObrigado,Alberto!
Desejamos um Santo e Feliz
Natal para toda a Família
Fraternitas!
Votosdomelhor2017,com
muita Fé e Esperança!
Abraço e Beijinho muito ami-
gos,
AlcinaeAntónioMoura
[ammoura50@gmail.com](09-12-
2016)
Obrigado, paz e bem.
Cumprimentosrespeitosose
Feliz Natal.
+AntoninoDias,Portalegre
[antoninodias70@gmail.com] (08-12-
2016)
Agradeço o envio do boletim e
desejo a quantos dão vida a esta
iniciativa eclesial, bem como às
suas famílias, um Natal de
alegria e paz, n'Aquele que, a
partir da família de Nazaré, veio
oferecer a toda a família huma-
na o tesouro de participar na
família de Deus.
+JoséOrnelasCarvalho
BispodeSetúbal
[jornelasc@diocese-setubal.pt] (08-
12-2016)
Querida familia.
Nos alegra seguir recibiendo
noticiasvuestras.
También,recibirvuestro boletín
y el reflejo de cómo seguís
caminandojuntos.
Os enviamos un fraternalabrazo
en estos días.
Que la paz y el mensaje del
Niño-Dios nos ayudena hacer
más realidad unaTierra
habitabley dignaparatodosy
para todasempezando por los
círculos en que vivimosy nos
movemos.
Un gran abrazo.
Ramón
[alario-s-ramon@hotmail.com] (20-
12-2016)
3. De 14 a 16 de
outubro, a FRA-
TERNITAS Movi-
mentoorganizou
um encontro de
f o r m a ç ã o
teológica. De-
correu no Semi-
nário Redento-
rista de Cristo-
-Rei, nas Deve-
sas, Vila Nova
de Gaia. O en-
contro foi orien-
tado pelo padre
Rui Santiago.
Compareceram perto de 40 pes-
soas, entre as quais alguns não-
-sócios.
Desengane-sequem olhou para o
tema do encontro "Ministérios.
Umaaprendizagemcomunitária"
eachouqueseia falardo mesmo:
padres casados, ordenação sa-
cerdotaldas mulheres,diaconado
permanente, reforma dos
ministériosatuais.
Na verdade, falou-se de reforma,
masnãodosministérios,esimdo
modo como se olha para eles
hoje, e como se tem olhado ao
longodaHistória.
O padre Rui Santiago guiou os
presentes numa descoberta dos
ministérios a partir da Bíblia. E
disse que qualquer ministério é
vontade de Deus quando cumpre
três requisitos, assumidos por
JesusCristo.
P.E RUI SANTIAGO AJUDOU-NOS A PENSAR SOBRE O NOSSO SERVIÇO ECLESIAL
Primeiro: a certeza de agir não
para tornar Deus presente, mas
na consciência de que Deus já
está a agir. Jesus é o Filho de
Deus, não um servo de Deus. O
cristão, em qualquer ministério,
também não se posiciona diante
de Deus como alguém que O
serve, mas serve-Lhe de
suporte… é para Deus uma
manifestação.
Segundo:todaaação ministerial
acontece por inspiração do
EspíritoSanto.Serviu-nosdebase
desta reflexão a eleição do
sucessordoapóstoloJudas(At1,
12-26). Lucas é magistral ao
descrever o episódio, dando
realce à força do Espírito Santo.
Lendo o texto, somos confron-
tados,imediatamente,comparâ-
metroshumanos.Deumdoscan-
didatos,cujapremissaeraser«de
entre os homens que nos acom-
panharamdurantetodootempoem
queoSenhorJesusviveunomeio
de nós», diz-se muita coisa: que
se chamava José, de apelido
Barsabás, e que tinha como
alcunha o Justo. Do outro diz-se
simplesmente o nome: Matias.
Depois, vem a parte nuclear do
texto:decidem rezaretirar sortes.
É que, entrando o Espírito em
ação,qualquer um dos doispodia
sero sucessor deJudas,pois erao
escolhidoporDeus.Ouseja,fosse
sorteadoJoséouMatias,qualquer
um era apóstolo por vontade de
Deus.
Terceiro: Qualquer ministério
existe paraobom funcionamento
do corpo de Cristo,que éa Igreja.
A partir desta base, centrou-se a
reflexãonocapítulo12daprimeira
(continua na pág. 4)
4. apóstolo é aquele que tem para
dizer: "Eu comi e bebi com Ele."
Eistonãoobrigaaandarnotempo
para trás. O ressuscitado é
semprecontemporâneo.Amissão
do apóstolo é aquele que fala de
si no encontro com Jesus como
quem lá esteve, e fala de Jesus
como Quem está. O apóstolo é
isto e a comunidade precisa em
primeiro lugar de gente que
provoqueaapariçãodeJesuscom
esta proximidade, com esta
familiaridade.
Emsegundolugar,aIgreja preci-
sa de profetas. Na comunidade
cristãdosprimeirostempos,asua
missãoeraa animaçãodo louvor.
Eram a expressão orante da
comunidade cristã. Eles são a
palavrade exortação nacomuni-
dade cristã: a partir do encontro
comDeus,sãocapazesdeestabe-
lecer uma relação entre o plano
de salvação de Deus e o fio da
História..
Emterceirolugar,aIgrejaprecisa
de mestres, de gente que explica
da maneira possível o que Deus
quer dizer de si mesmos. Eles
sabem ler os sinais dos tempos.
E após referir os carismas,
ministérios e serviços, S. Paulo
conclui com um desafio que tem
sido mal interpretado: "Aspirai,
porém, aos melhoresdons." Ora,
ele não se refere a ser bispo, car-
deal ou papa. Diz: "Vou mostrar-
-vos um caminho que ultrapassa
todos os outros." E, então, o
capítulo13éo"CânticodoAmor".
Esta é a reforma, conversão que
importa fazer de cada carisma,
ministério ou serviço: "Se não
tiveramor…de nadaaproveita."
Fernando Félix
(Associado nº 105)
cartaaosCoríntios,emquePaulo
enumera carismas, ministérios e
tarefas, num total de oito:
apóstolos,profetas,mestres,fazer
milagres, curar, ajudar quem
precisa, governar e falar outras
línguas.
S. Paulo diz que três são os
carismas necessários: apóstolos,
profetas e mestres. Depois, qual-
quer um dos outros ministérios e
serviços pode ser feito por
qualquerum.
Diz Paulo que precisamos, em
primeiro lugar, de comunidades
onde haja apóstolos. E vamos
soltar-nosdessalinguagemforça-
díssima da sucessão apostólica.
Quem faz os apóstolosé Jesus. E
o que faz o apóstolo? O apóstolo
é alguém — ou alguéns — na
comunidade que fala de Jesus
como alguém que conhece.
Apóstolo é alguém que traz o
testemunhodaamizadeparafalar
de Jesus. Olhando o texto de S.
Paulo, vemos que uma comuni-
dade precisa, em primeiro lugar,
de testemunhas presenciais de
Jesus. Do testemunho de Jesus
feito da memória da amizade. É
a memória do amigo. É aquele
que fala de Jesus como Aquele
que esteve a comer lá em casa,
queveiofalarDelee,depois,volta
para retomar a refeição. Para o
apóstolo, Jesus é o Tu mais
presente.Oapóstoloéaqueleque
temhistóriaspara contarde Jesus
e com Jesus. Pode não ter jeito
para a doutrina, mas tem muita
história. É aquele que, na comu-
nidade, está ao serviço da
proximidade de Jesus, de Jesus
como figura de amizade. O
(continuação da pág. 3)
TESOURARIA
Pagamento de quotas
OMovimentoviveexclusivamentedaquotizaçãodos seus
Associados. Precisamos da ajuda de cada um, através do
pagamento da sua quota anual.
Qualquerdúvidareferenteaquotas,ouqueenvolva qualquer
pagamento, deve ser endereçado para oTesoureiro:
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Fundo de Partilha
Só é possível distribuir o que se recebe.
Só podemos acorrer a necessidades que se nos apresentam,
se a generosidade dos Associados assim o permitir.
Contamos contigo! Podes usar a conta do Millennium BCP para,
através de nós, poderes ajudar quem precisa.
5. tudocorressedamelhormaneira.
Os homens da Fraternitas
conhecem em Lisboa earredores
gente cristã de todas as cores.
Fazem-seosprimeiroscontactos,
as pessoas aceitam e as ideias
começam a tomar corpo. Faz-se
um programa, com tempo certo
para comunicações, debates e
perguntas. O Espírito de Deus
estavaconnosco.OJorgeRibeiro
fez os contactos quase todos.
Convites aceites, comunicações
de 20 minutos, perguntas não
deveriamultrapassaros3minutos.
Um dia inteiro, equipa toda de
Valeu a pena! Este encontro
regionaldaFraternitasemLisboa
partiu de um telefonema para o
casalArtureAntonietaCunha de
Oliveira, dosAçores.
Estes nossos amigos, sócios
fundadores da Fraternitas,
sentiamdificuldadesemdeslocar-
se a Fátima, por causa de
problemas de saúde. Viriam a
qualquer encontro a Lisboa com
muito agrado, embora com
alguma dificuldade também,
quando mais não fosse para se
encontrarem com alguns irmãos.
Seria então um encontro regional
aberto atoda agente.Pensou-see
fez-se.ArturCunhaéumhomem
progressista, à semelhança do
Papa Francisco, que sempre
pensou e defendeu a ideia do
ecumenismo. Janeiro é o mês do
Oitavário pela união da Igrejas.
Marcou-se o encontro para o fi-
nal da semana anterior.Seriaa14
de Janeiro, todo o dia, e seria um
encontro ecuménico. O local
escolhido seria uma sala
polivalentenoExternato Marista
de Lisboa, onde o Serafim
conhece a Direcção e tem boas
relações com a Casa.
A partir daqui começa o
trabalho de organizaçãoparaque
41º ENCONTRO NACIONAL
Data: 31 de Março a 2 de Abril de 2017
Local: Casa Nª Srª do Carmo – Fátima
Tema: A Mulher na Igreja
Orientador: Irmã JULIETA DIAS, RSCM
Inscrições: Secretariado da Fraternitas até ao dia 18 de Março
Custo: O mesmo do anterior Encontro Nacional
Lembramos que, durante este Encontro terá lugar a Assembleia Geral da FRATERNITAS
Movimento.
Desnecessário se torna encarecer a importância deste nosso Encontro Nacional e a
necessidade que há de estarmos presentes, até para nos estimularmos mutuamente!...
Contando com todos, pedimos o favor de também irem divulgando e motivando para
esta iniciativa do nosso Movimento.
(continua na pág. 6)
O MEU TESTEMUNHO
11. Processos e acontecimentos
históricos derápida mudança são
particularmente evidentes na re-
centeevoluçãodaidentidadeedo
papel social da mulher. Será que
a Igreja deve adaptar-se a estas
mudançasouficarparatrás?Nes-
taera,aemancipação das mulhe-
res representa um teste oportuno
e decisivo para a Igreja, no seu
desejo de ser sal da terra na his-
tória humana e numa dimensão
importante do seu ministério.
Uma visão patriarcal e artificial
da Igreja criou problemas muito
sérios. Há poucos séculos atrás,
parecia algo miraculoso que São
Vicente de Paulo obtivesse per-
missão para as mulheres religio-
sas saírem da clausura, de forma
a serviremosdoentes eospobres
sem interferência e supervisão
incessante dos clérigos. Qual é o
estatutodamulhernaIgrejanofim
dosegundomilénio?Aexperiên-
cia feminina está muito à frente
daactualperspectivainstitucional
da Igreja. Já existem centenas —
senão milhares — de mulheres
teólogas talentosas e criativas,
mais do que em todos os séculos
anterioresreunidos.Porém,oVa-
ticano continua a dificultar às
mulhereso acessoàsposições de
cátedra nas suas Universidades
Católicas,sobretudoseestãocom-
prometidasnumacríticaerecons-
trução de assuntos e questões te-
ológicas, já sem falar das doutri-
nas da Igreja. Apesar disso, as
mulheres já exercem uma influ-
ência significativa nas Universi-
PROGNÓSTICOS PARA O FUTURO DAS
VOCAÇÕES PRESBITERAIS (II)*
Bernhard Häring, CSsR
*Textoretiradode"PriesthoodImperiled:acriti-
calexaminationofministryintheCatholicChurch".
Ed.TriumphBooks,LiguoriMissouri1996.
O que dizer dasmulheres em relação ao sacerdócio?
dadesnãocontroladasporRoma,
e mais ainda, nas Faculdades te-
ológicasecuménicas.
Emdiversasregiões do mun-
do é confiado às mulheres uma
variedade de papéis pastorais de
grande importância e, naprática,
até já partilham alguns papéis
eclesiais. Muitas já pregam reti-
ros e dirigem "workshops", com
o reconhecimentoe elevada esti-
ma de padres pela sua especiali-
dade.Ao nível paroquial, muitas
delas são agentes pastorais, —
além de acumularem outras res-
ponsabilidades — consolando e
levandoacomunhãoaosdoentes.
Mais ainda, elas dão relevância
ao laicadona medidaem quefor-
mam etreinam equipas de cuida-
do pastoral aos doentes, um mi-
nistério que vai muito além de
simplesvisitasiniciaisahospitais.
Elas organizam e educam para a
formação de equipas de justiça
social laical, focadas no desper-
tar duma consciência e envolvi-
mento mais activo em questões
sociais que afectam de um modo
particular os pobres e oprimidos.
As mulheres apoiam e desenvol-
vemgruposde estudobíbliconas
paróquias e em casas particula-
resparaaprofundaremummelhor
entendimento das Escrituras por
parte dos leigos, especialmente
como fonte de crescimento espi-
ritual, e para ajudá-los a respon-
deremao seu chamamento como
Cristãos. Todas estas coisas es-
tão aserrealizadas nas paróquias
onde uma liderança pastoral co-
laborativa é anorma; isto é, onde
os pastores,que têm a necessida-
dede poucoprotagonismo,resis-
tem à tentação de controlo recu-
sandoexercerpodersobreoutros.
Pelo contrário, o pastor
colaborativo partilha o poder do
Espírito Santo com outros na ta-
refa de reconhecer, encorajar, e
usar a riqueza de talentos e dons
de fiéis bem formados hoje. Po-
dem as mulheres celebrar o sa-
cramentodareconciliação?Mui-
tas servem, nas suas vidas e mi-
nistérios, como sinais sacramen-
tais de paz e reconciliação. As
mulheres são dotadas de um es-
pecial carisma para o perdão ge-
neroso,ecomumahabilidadetre-
menda pararelacionarem-secom
os doentes, idosos e moribundos
de uma forma sadia e prestável.
Naverdade,asmulheres sãouma
inspiraçãoparaosoutrosemmais
formas das que foram apresenta-
dasaqui.Eupessoalmenteconhe-
ço um número de mulheres ver-
dadeiramente carismáticas cujos
bispos nomearam para a cape-
lania hospitalar. Claro que,ainda
nãovimos nenhuma mulher sen-
tadanoconfessionárioatendendo
penitentes.Contudo,pessoas do-
entes e saudáveis — na sua ne-
cessidade e desejo de arrependi-
mento e reconciliação — conti-
nuaram a confiar e aabrir as suas
consciências a mulheres atencio-
sas.
12. Rua Dr. Sá Carneiro, 182 - 1º Dtº
3700-254 S. JOÃO DA MADEIRA
e-mail: espiral.fraternitas@gmail.com
boletim de
f r a t e r n i t a s m o v i m e n t o
Responsável: Alberto Osório deCastro
Nº 61 - Janeiro/Março de 2017
In Memoriam...
HIGINO RODRIGUES
VALENTE
1926 - 2017
27 de Janeiro
Higino Rodrigues Valente foi o primeiro
presidente eleito da Câmara Municipal deAnsião
após o 25 deAbril de 1974 (1976-1979). Exerceu
também asfunções devereador entre1980 e1983.
Higino Valente era casado com Maria Emília
Gonçalves Garrido Rodrigues,natural deSantiago
da Guarda eresidiaem Casal dosValentes. Erapai
de Luís Miguel Gonçalves Rodrigues Valentee de
MariaMargaridaGonçalvesValente.
Foi ordenado na diocese de Coimbra (1949).
Após o exercício do ministério prebiteral, e
tendocursadoDireito,seguiu a carreiradenotário,
da qual, em devido tempo, se reformou.
Pela suaprobidade e verticalidade, foi alvo de
merecidahomenagem.
ACâmaradeAnsiãoatribuiu-lhe,emJunhode
2013, aMedalha de Honra Municipal,Grau Ouro,
pelo"papelquetevenaafirmaçãodademocraciae
do poder local no período conturbado pós
revolucionário, mas também pelo papel que teve
no desenvolvimento do concelho, num período
especialmente difícil e onde as carências eram
imensas, bem como a acção que teve no apoio às
associações do concelho, especialmente as da sua
freguesianatal,SantiagodaGuarda".
Rui Rocha, actual presidente da Câmara Mu-
nicipal deAnsião, afirmou que HiginoValente era
"umapessoaquenosmereciaomáximoderespeito
e reconhecimento". E, em sinal desse reconheci-
mento, acrescentou o edil, a Câmara de Ansião
decretoulutomunicipalduranteumdia.
Essahomenagemenvolveutambém aatribuição
do seu nome a uma rua em Santiago da Guarda.
A. O. C.
(texto elaborado a partir da notícia inserta no
Diário de Coimbra de 28.01.2017)
DescerramentodalápidenaruacomonomedoDr.
Higino,emSantiagodaGuarda,Ansião(Maiode2013).