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PROPRIEDADE: CONVÍVIOS FRATERNOS*DIRETOR REDATOR: P. VALENTE MATOS*PRÉ-IMPRESSÃO: FIG-INDÚSTRIAS GRÁFICAS, S.A.239 499 922
PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL-ANO XXXVI- Nº332- Abril/Maio/Junho 2016*ASSINATURA ANUAL: 10€ * TIRAGEM:1000EXS * PREÇO: 1€
O MEU AVIVAR DE COMPROMISSO
E a vós, que também outrora éreis estranhos e inimigos pelos vossos pensamentos e más obras
(E f. 4, 18; 2, 16), reconciliou-vos agora pela morte de Seu Filho, no Seu Corpo carnal, para vos
apresentar santos, imaculados e irrepreensíveis perante Ele (E f. 5, 27; 1, 4), se permanecerdes
fundados e firmes na fé, e inabaláveis na esperança do Evangelho que ouvistes, que foi anunciado
a toda a criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, fui constituído ministro (E f. 3, 7)
Col. 1.21 a 23
O P. Valente vai celebrar no próximo dia 1
de Julho 60 anos da sua Ordenação Sacerdo-
tal. A paróquia de Avanca, terra de onde é
natural, decidiu homenageá-lo, no sábado
dia 2 de julho, com a celebração da Eucaris-
tia às 11H00, seguida de um almoço-conví-
vio no centro paroquial onde será também
realizada uma tarde festiva com música con-
viva apresentada pelo grupo «Uníssono CF
Porto», às 17h00. Os jovens e casais convivas
associam-se a esta homenagem e desejam ao
P. Valente as maiores felicidades.
JUBILEU SACERDOTAL DE
DIAMANTE
Durante este dois últimos meses, realiza-
ram-se nas dioceses muitas atividades e
também 9 convívios fraternos para jovens e
1 para casais. Publicamos a notícia e a foto-
grafia dos convívios que nos foram envia-
das. (Pag.4,5,6 BU)
O MOVIMENTO NAS DIOCESES
A voz dos Papas fala por todos os crentes que
não aceitam ser cidadãos de segunda e espe-
ram que o mundo não desperdice a sua força
de paz e de amor. (Pag.8 BU)
A FÉ NA PRAÇA PÚBLICA
…Afinal as saudades são o amor no seu es-
tado mais puro e inocente, o amor que não
controlamos nem comandamos, o amor que
se sente de forma genuína e completamente
de graça!... (Pag.7 BU)
TENHO SAUDADES
Também eu sou chamado à santidade. Este
chamamento é um convite a viver na ale-
gria cada momento da minha vida, prati-
cando as obras de misericórdia. A vocação
à santidade e a misericórdia caminham
juntas…ser santo é viver em plenitude a
minha vocação humana. (Pág. 7 BU)
O CAMINHO DA SANTIDADE
O debate em torno da diminuição do nú-
mero de turmas com contrato de associação
em escolas não estatais está longe de ser es-
clarecedor. Sucedem-se as publicações de
estudo por parte das entidades públicas, por
associações que representam as privadas,
por estruturas da administração pública
que têm por objetivo fiscalizar umas como
outras….E permanece a dúvida. (Pag.3 BU)
EDUCAÇÃO E DEMOCRACIA
É necessário que as nossas férias sejam
tempo de crescimento da mossa vida
moral, cultural e religiosa (Pág. 3 BU).
FÈRIAS….TEMPO DE ÒCIO
OU DE CRESCIMENTO?!...
Foi este o tema que os Convívios Frater-
nos escolheram para a reflexão e prepa-
ração do XLIII Encontro Nacional do
movimento (Pág. 2 BU)
ABRE O TEU CORAÇÃO
Á MISERICÓRDIA
As «visitas» que Maria continua a fazer,
como as que aconteceram no último ano
com a presença da Imagem Peregrina de
Nossa Senhora de Fátima em todas as dioce-
ses de Portugal, provocam os mesmos efei-
tos: alegria e presença do Espirito Santo.
(Pág. 2 B.U.)
MARIA PÔS – SE A CAMINHO
BALADA DA UNIÃO Abril/Maio/Junho 20162
Maria pôs-se a caminho
“Por aqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se à pressa para
a montanha, a uma cidade Judeia”.
A informação é dada pelo evangelista Lucas. Está no início do tes-
temunho para a história sobre a vida de Jesus, logo após o anúncio
do nascimento de João Batista e do próprio Cristo. Depois de bal-
buciar algumas palavras, até a um “faça-se segundo a tua palavra”, a
primeira decisão de Maria foi dirigir-se à casa de Isabel para fazer
uma visita. Foi ao encontro daquela que, em idade avançada, iria
ser mãe do “percussor”, para a ajudar no que fosse útil e sobretudo
para estar com quem vivia momentos de perplexidade. Nesse mo-
mento, quando Maria se encontrou com a sua prima Isabel – diz o
texto – “o menino saltou-lhe de alegria no seio e Isabel ficou cheia
do Espirito Santo”.
As “visitas” que Maria continua a fazer, como as que aconteceram
no último ano com a presença da Imagem Peregrina de Nossa Se-
nhora de Fátima em todas as dioceses de Portugal, provocam os
mesmos efeitos: alegria e presença do Espirito Santo.
No Santuário de Fátima ou nos locais por onde passa quando se põe
a caminho qual peregrina entre os peregrinos, a imagem de Maria
mobiliza multidões que geram facilmente interrogações nos ava-
liam fenómenos de massas, na sociedade atual. De fora dessas apre-
ciações, raramente notadas por serem fatores reveladores da inscri-
çãoedarelevânciadareligiãonaatualidade,ficamastransformações
mais profundas e expressivas que a presença de Maria continua a
gerar: as que acontecem em cada pessoa, que provocam mudanças
nos itinerários de vida, que levam a decisões construtoras de felici-
dade.
É também aqui, no universo pessoal, que a presença de Maria em
Fátima permanece como ambiente mais simbólico e repleto de sig-
nificado. A comprová-lo estão, por exemplo, as reações dos peregri-
nos quando, após dias de caminhada, avistam a Capelinha das Apa-
rições ou as emoções impossíveis de conter quando cumprem uma
promessa aos pés de Maria. Igualmente expressiva é a relação que se
estabelece entre cada pessoa e a passagem da imagem de Maria,
tanto nas procissões no Santuário de Fátima como nas visitas que
faz em todo o mundo.
“Maria ficou com Isabel cerca de três meses. Depois regressou a sua
casa”. É assim que termina a narração da primeira “visitação” de
Maria. Uma forma de estar presente que se mantém ao longo de
dois mil anos. Maria visita pessoas e comunidades, durante um,
dois dias ou durante um ano, como a que aconteceu às dioceses de
Portugal. Agora regressa a casa. Brevemente teremos outra notícia a
dizer “Maria pôs-se a caminho…”
Paulo Rocha
Abre o Teu Coração à Misericórdia
Foi este o tema que os Convívios Fraternos escolheram na sua reunião do Secreta-
riado Nacional realizada em Fátima, em 21 de Janeiro, para reflexão e preparação
do XLIII Encontro Nacional do movimento.
De facto, no Ano Santo da Misericórdia infinita do nosso Deus, proclamado pelo
Papa Francisco, nenhum outro convite podia ser dirigido aos jovens e casais do
movimento senão o de viver, preparar e abrir o seu coração à misericórdia infinita
do Nosso Deus que experimentamos, de uma maneira única e inesquecível, no
nosso Convívio Fraterno.
Foi o vivermos, o sentirmos essa infinita misericórdia do nosso Deus, que nos foi
transmitido também como um Deus infinito em Amor, e o encontro com Ele na
intimidade misteriosa da sua presença no sacrário e no Seu acolhimento, pelo sa-
cerdote, no libertador e transformador sacramento da reconciliação, que frente às
nossas misérias e fraquezas nos fez sentir uma alegria única e inesquecível no nos-
so convívio e que transformou as nossas vidas, deu sentido à nossa existência e que
jamais esqueceremos!...
Mas lá aprendemos também que essa infinita misericórdia do nosso Deus para
connosco, só foi e continua a ser libertadora, transformadora e fonte de vida, de
Amor e de felicidade, se nos levar a abrir também os nossos corações ao Amor, ao
perdão e ao Amor de todos aqueles que se cruzam connosco nos caminhos da
nossa vida!...
«Sede misericordiosos para com os outros, como vosso Pai que está nos céus é
misericordioso para convosco»
A infinita misericórdia do nosso Deus para connosco, abre também forçosamente
o nosso coração à nossa misericórdia para com os outros.
SÁBADO, DIA 3 DE SETEMBRO
14h00 – Acolhimento seguido de reconciliação coletiva e individual no Centro
Pastoral Paulo VI;
16h45 – Concentração dos convivas junto à Cruz Alta;
17h00 – Desfile dos convivas para a Capelinha das Aparições para a saudação e
celebração da palavra «Abre o teu coração à misericórdia, como Maria»;
18h00 – Celebração sobre o tema do encontro, por dioceses, em local próprio;
21h30 – Terço na Capelinha, seguido da Procissão das Velas;
22h00 – Sarau Conviva no anfiteatro do Centro Pastoral;
DOMINGO, DIA 4 DE SETEMBRO
10h00 – Terço do Rosário na Capelinha das Aparições;
10h45 – Procissão com a imagem de Nossa Senhora para o Altar da Esplanada;
11h00 – Solene concelebração da Eucaristia;
14h30 – Festa da Despedida no parque de estacionamento nº 2.
PROGRAMA DO XLIII ENCONTRO NACIONAL
O debate em torno da diminuição do número de turmas com con-
trato de associação em escolas não estatais está longe de ser esclarece-
dor. Sucedem-se as publicações de estudos por parte de entidades pú-
blicas, por associações que representam as privadas, por estruturas da
administração pública que têm por objetivo fiscalizar umas como ou-
tras... E permanece a dúvida.
Por outro lado, o debate de ideias entre representantes de escolas esta-
tais e as não estatais, tanto particulares como cooperativas, facilmente
se fixa em ideologias em torno da educação, incapaz de avaliar o su-
cesso e a capacidade integradora das diferentes ofertas educativas, que
têm na escolha por parte das famílias um indicador maior.
Ao debate sobre a interpretação de artigos da Constituição da Repú-
blica Portuguesa, onde se lê, por um lado, a respeito da educação, que
“é garantido o direito de criação de escolas particulares e cooperativas”
(artigo 43) e, por outro, se afirma que “o Estado criará uma rede de
estabelecimentos públicos de ensino que cubra as necessidades de
toda a população”, interessa perseguir opções que garantam a “liberda-
de de aprender e ensinar”, que a Constituição também indica.
A democracia torna-se tanto mais robusta quanto maior for a partici-
pação de todos os cidadãos e na medida em que os contributos pes-
soais e institucionais necessários à organização da comunidade forem
plurais, representativos de diferentes humanismos, distantes de mode-
los monolíticos e inflexíveis. Assim tem acontecido nos vários setores,
como na assistência social, na saúde, nos transportes, comércio, agri-
cultura… E também assim deveria acontecer na educação.
Nesta democrática participação e partilha de responsabilidade de
construção das sociedades, o privado surge frequentemente como su-
pletivo do público, quando o seu equilíbrio deveria seguir o princípio
da subsidiariedade, no respeito e valorização pela capacidade criadora
e produtiva de instâncias mais próximas e particulares, referindo-se
assim à identidade e às reais necessidades de indivíduos e comunida-
des.
No que diz respeito a este debate em torno da educação e à racionali-
zação de meios no setor, sobretudo em épocas que obrigam a uma
gestão sempre mais rigorosa, parece evidente que é necessário comba-
ter a duplicação de equipamentos escolares, também pelo declínio de-
mográfico em curso. Mais claro parece ser que as entidades fiscaliza-
doras não deveriam ter permitido essa duplicação, impedindo a
construção de escolas estatais ou não estatais onde já existia tal oferta.
Um problema que parece estar a agudizar-se numa ocasião em que
deveria ser combatido.
O horizonte de uma democracia estável e sustentável não é compatível
com modelos de educação que manifestam dificuldade em aceitar re-
ferências essenciais dessa organização das sociedades: a participação
de todos e a pluralidade de ofertas.
Paulo Rocha
Educação e democracia
Férias…
Tempo de ócio ou de crescimento?!
Não há duvida que todos, crianças, jovens e
adultos esperamos ansiosamente através da
monotonia do dia-a-dia, pelo espaço de tem-
po a que chamamos “merecidas férias”.
De facto, todos nós sentimos forte desgaste
motivado por um ritmo de vida uniforme em
que repetimos diariamente os mesmos atos
nas mesmas circunstâncias, às mesmas horas,
com as mesmas pessoas, nos mesmos locais e
com o mesmo ambiente.
Isto quer estudemos ou realizemos qualquer
missão de serviço na sociedade em que esta-
mos inseridos.
Infelizmente os trabalhos mais duros, mais
desgastantes fisicamente e sem horário, care-
cem das chamadas “merecidas férias”.
Ironia das coisas e dos tempos!...
O verdadeiro enriquecimento e a verdadeira
realização da pessoa humana exigem que ela
possa ter acesso a todos os meios e realidades
legítimos em ordem ao enriquecimento de
todas as suas faculdades.
Por força das circunstâncias o exercício duma
profissão ou a sua preparação através do tem-
po de estudo, compartimentam o homem nas
suas aspirações e dificultam o enriquecimen-
to da sua personalidade por falta de tempo ou
de disponibilidade interior.
Assim o homem dos nossos dias sente-se es-
cravo da máquina, da técnica e do ritmo da
vida moderna que o desgasta e enfraquece fí-
sica e moralmente.
Aspira, por isso, pelas “merecidas férias”.
Todavia a finalidade principal das férias não
será proporcionar a quem tem a felicidade de
as poder gozar, um tempo para a “ociosidade”
mas em ordem a um enriquecimento e cresci-
mento cultural, moral, humano e religioso
numa realização plena da pessoa humana
com todas as suas necessidades e aspirações.
Infelizmente muitos confundem a realidade e
a necessidade deste indispensável tempo de
férias com um período de completa ociosida-
de, com o concretizar de todos os desmandos
morais e sexuais que não houve tempo nem
possibilidade de satisfazer durante a época de
trabalho: passar todos os dias no passeio sem
qualquer motivação cultural ou recreativa e
as noites em orgias como desforra do tempo
de “gozo” perdido e com o desgastar de todas
as economias feitas durante o ano.
Assim conseguem levar durante elas uma
vida mais desgastante que durante o tempo
de trabalho e chegar ao seu termo mais cansa-
dos física e moralmente.
Tais férias, mais que inúteis, são sobretudo
prejudiciais.
É necessário que as nossas férias sejam tempo
de crescimento da nossa vida moral, cultural
e religiosa.
É difícil durante o ano, nas nossas ocupações
normais, encontrarmos espaços livres para a
leitura e formação moral e religiosa.
Aproveitemos este tempo para nos enrique-
cermos e crescermos em todos os espaços da
nossa vida.
O desporto, a que infelizmente nem sempre
temos acesso durante as ocupações normais,
deve também existir nas nossas férias.
Muitos de nós habituamo-nos, infelizmente,
a passar o nosso tempo de férias numa praia
ou no campismo estendidos a maior parte do
tempo ociosamente no areal ou numa “tenda”,
sentados a cavaquear nas esplanadas, a bater
as cartas ou a correr atrás duma bola.
É certo que tudo isso poderemos e deveremos
fazer. Mas que as nossas férias não se redu-
zam somente a isso.
Para muitos jovens o tempo de férias escola-
res ou profissionais, é também o tempo de
férias da sua vida religiosa. Deixam de rezar,
de ir à missa ao domingo, de se reconciliar,
comungar, etc.
Julgo que este tempo é também propício para
uma maior intimidade com Deus através
duma vida espiritual mais intensa uma vez
que dispomos de maior disponibilidade de
tempo.
Se as nossas férias não nos proporcionarem
este crescimento na nossa vida, elas foram
perdidas, inúteis, se é que não nos foram real-
mente prejudiciais!...
V..
JOVENS EM ALERTA Abril/Maio/Junho 20164
Encontro CF da Equipa Coordenadora
do Grande Porto
Foram apenas dois dias, foram os
grandes dois dias, foram o 30 e o
31 de Janeiro, foi começar 2016 a
sonhar. Os missionários Combo-
nianos da Maia receberam-nos de
braços abertos para este encontro
poder ganhar asas e voar.
Éramos 50, éramos 30, éramos
24… Éramos os que estávamos.
Fomos 24 à volta da mesa, foi as-
sim que ficamos.
Fomos a saudade, a lembrança, a
recordação! Fomos o reavivar de
memórias… um ajoelhar, um
olhar, um rezar… uma inspira-
ção… uma paixão!
Ficaram tantas memórias, tantas
lembranças, tantas recordações,
aquele primeiro convívio que nos
marcou e nos fez voltar. Aquela
data que, de certa maneira, nos
mudou e nos uniu.
O abraço forte, o brilho nos olhos,
o sorriso embaraçoso… e foi isto
que marcou! Ficam os pormeno-
res, as “coisas vulgares” da vida. O
quotidiano que ganha cor… a ro-
tina do A-M-O-R!
O momento marca, o momento
passa… e Ele fica. Sem Ele fica-
mos metade, sem Ele não somos
nós, Ele tem o melhor de nós, o
melhor de mim… Eu só sou eu,
com Ele aqui.
Fica a esperança a bailar, a chama
a fumegar e… o melhor de mim
por chegar, o melhor de mim para
chegar.
Encontro Internacional dos
Convívios Fraternos em Paris
Ao comemorar o 1º Convívio Fraterno
realizado em Paris há 20 anos, inicia-
dos pelo então dinâmico Reitor do
Santuário de Notre Dame de Fátima, P.
Abílio Cardoso, os convívios de Paris,
em colaboração com o atual Reitor P.
Nuno, quiseram comemorar essa efe-
méride organizando um encontro in-
ternacional convidando para ele convi-
vas de Portugal, do Luxemburgo e da
Suíça.
De Portugal, além do fundador do mo-
vimento P. Valente de Matos, desloca-
ram-se a Paris 30 convivas, neles in-
cluído os elementos do grupo Uníssono
da diocese do Porto que realizaram um
concerto com a apresentação do CD
«INTENDÊNCIA» por ele editado.
Os convivas portugueses chegaram na
quinta-feira, dia 2, a Paris tendo um
autocarro à sua espera para os condu-
zir ao Santuário onde ficariam aloja-
dos. À sua chegada um grupo de conví-
vios fez a receção acolhendo entre
cânticos e abraços os visitantes.
O grupo de convivas de Paris tudo pre-
parou para bem acolher os visitantes e
3 deles sacrificaram o seu dia de traba-
lho, para fazer orientar a visita à Cida-
de da Luz. Infelizmente o frio e a chuva
não quiseram colaborar positivamente
nessa visita.
Do programa comemorativo, no sába-
do de manhã, fazia parte a visita acom-
panhada aos monumentos da cidade
com a ida à Torre Eiffel. Às 18h00 ini-
ciaram-se os atos litúrgicos com a reci-
tação do terço do Rosário seguido de
procissão com a imagem de Nossa Se-
nhora da Fátima à volta do Santuário e
Eucaristia. Ás 20H00, foi a vez de todos
se deliciarem com o excelente pic nic
partilhado no bar da cripta.
Às 21H00 teve início o concerto dado
pelo grupo Uníssono com apresenta-
ção do CD «Intendência” que a todos
entusiasmou e agradou.
O dia 11 foi preenchido pela celebração
e animação da Eucaristia com a Igreja
repleta de fieis, muitos dos quais quise-
ram adquirir o CD com a música apre-
sentada no serão conviva.
A seguir foi o almoço partilhado com
muita alegria e amizade como acontece
sempre nos encontros de convivas. O
resto da tarde, até à partida em auto-
carro para o aeroporto foi passado em
convívio informal com despedidas e
garantia de muitos convivas se reen-
contrarem com os visitantes no Encon-
tro Nacional em Fátima nos próximos
dias 3 e 4 de Setembro.
Uma palavra de reconhecimento e de
parabéns aos convivas de Paris e ao Sr.
P Nuno, pelo acolhimento, pela hospi-
talidade, pela disponibilidade, fidal-
guia e generosidade como nos quise-
ram receber. Isto jamais esqueceremos.
A Cristo nunca mais O abandonarei
Olá Convivas!
Nós somos o CF 1293 e queremos partilhar convosco aquilo que vivenciá-
mos no nosso primeiro “ajuntamento.”
Tudo começou na tarde do dia 20 de fevereiro, em Nogueira do Cravo.
Após o reencontro repleto de sorrisos, abraços e muito carinho, dirigimo-
nos para a Capela de Santo Antão, onde teve lugar o nosso primeiro mo-
mento de oração e reflexão. Com este momento foi possível renascer e
recordar o espírito vivido na casa de Eirol, fortalecendo a Fé de cada um
Naquele que nos salvou para a eternidade.
Estando no ano jubilar da Misericórdia queremos marcar a diferença se-
gundo os Seus princípios misericordiosos. Torna-se necessário saber per-
doar, escutar para que haja comunhão entre os Homens.
Deixamos a capela em direção ao local onde íamos passar o resto do dia.
Segue-se um momento recreativo, envolvendo a arte musical, recriando a
música que nos acompanhou ao longo dos inesquecíveis dias do nosso
Convívio Fraterno - “Chegou a vida nova, a vida que esperava encon-
trar… De um Convívio regressei e a Cristo nunca mais abandonei!”
Posteriormente, fomos celebrar a alegria do evangelho, em ação de graças,
participando na Eucaristia, confirmando os votos de devoção em Deus
nosso Pai.
Interpelados pelo Espírito Santo e aproveitando a alegria que estávamos a
sentir acabámos o dia reunidos à mesa, seguindo o exemplo de Jesus com
os seus discípulos.
Este dia foi vivido com muita alegria, amizade partilha e, essencialmente
AMOR, pois este foi este o lema que marcou os nossos corações: “Ama e
faz o que quiseres!”
CF 1293 - Porto
Encontro Internacional CF Paris
O jornal do nosso movimento continua a sair trimestralmente em digital para
todos os convivas de todas as dioceses, nacional e internacionalmente, e tam-
bém em papel para as dioceses ou paróquias que se comprometeram a distribui
-lo pelos respetivos convivas.
Também é enviado via postal para satisfazer compromissos sociais e eclesiásti-
cos e aos convivas que expressamente manifestaram o desejo de receber não só
para o seu arquivo ou porque o preferem receber em papel.
Por essa razão é possível enviar o jornal via postal para os convivas que assim o
desejem receber com o compromisso de contribuir com um donativo para as
despesas de correio.
Lembra-se mais uma vez a necessidade de os responsáveis diocesanos do mo-
vimento enviar o jornal em digital para todos os convivas da sua diocese.
O Balada
da União
JOVENS EM ALERTAAbril/Maio/Junho 2016 5
Fátima-Leiria
Porque nada acontece por acaso...
Coimbra
O que é isso?
“O coração do homem planeja o seu caminho, mas o Senhor é que
lhe dirige os passos.”
Decorreu nos dias 22 a 25, de abril de 2016, o Convívio Fraterno
nº 1308 da Diocese Leiria-Fátima. Estiveram todos estes dias
numa casa do Santuário de Fátima, perto de 40 pessoas entre
equipa coordenadora e de logística tiveram também os 15 novos
convivas deste Convívio Fraterno.
Houve testemunhos, partilhas, convívio, momentos de encontro,
de reflexão, oração, de emoção, de algumas lágrimas, de dúvidas e
de interrogações. Mas também houve muitos momentos de certe-
zas, de afirmação, de discussão, de descompressão, de convívio,
de brincadeiras, sorrisos, gargalhadas e muita alegria.
Foram três dias e quatro noites, quase, desligados do mundo mas
ligados a Deus através do seu olhar, das suas palavras, das suas
músicas e da sua harmoniosa transmissão de amor, paz, fé e de
esperança a cada um de nós.
“Toda a educação, no momento, não parece motivo de alegria, mas
de tristeza. Depois, no entanto, produz naqueles que assim foram
exercitados um fruto de paz e de justiça.”
No final do terceiro dia houve o encerramento do nosso convívio
no Seminário de Leiria onde estiveram presentes, todos aqueles
que nele participaram e o organizaram, assim como familiares,
amigos, antigos convivas e futuros, quem sabe. Esteve presente
também e a fim de presidir a Eucaristia de encerramento, o nosso
Bispo D. António Marto e foi uma honra para nós que ele assistis-
se a todos aqueles nossos momentos de partilha daquela expe-
riencia, de alegria, de compromisso e de testemunhos.
E eu aqui vos deixo o meu:
Á quatro meses, e sem estar á espera, acabei a noite no último
convívio da nossa Diocese, o CF 1286.
Cada um dos participantes e da equipa coordenadora deu o seu
testemunho. Falavam da sua experiência naquele fim-de-semana.
Sem conseguir entender muito bem do que eles todos falavam,
senti que no próximo convívio gostava de participar... E aqui es-
tou eu...
Fui, sem saber exatamente para onde. Fui, sem saber o que ia fa-
zer ou o que me esperava. Mas fui com uma curiosidade imensa
de tentar intender e saber tudo aquilo que ouvi naquele encerra-
mento.
O facto de ir conhecer novas pessoas e talvez fazer novas amiza-
des, admito que também ajudou.
O dia chegou. E ali estávamos nós. Ao início, cada um á sua ma-
neira mas todos um pouco incomodados. O engraçado e que
aquela sensação que não nos conhecíamos foi ultrapassada rapi-
damente.
Cada dia que passava e cada momento que vivíamos era diferente
do anterior e cada momento que estava para chegar era uma tre-
menda curiosidade, mas era sentido quase como se fosse um prê-
mio algo que merecíamos.
Se alguém me perguntar como foi o meu fim-de-semana ou até
aquilo que eu fiz, não vou saber o que falar. Simplesmente saberei
dizer que nem tudo se explica, pois há coisas que não se perce-
bem, sentem-se....
“Felizes, antes, os que escutam a Palavra de Deus e a põem em prá-
tica” Lc 11, 28
Obrigada Senhor por me teres dado esta oportunidade!
Mara Carreira
CF 1308
Setúbal
Uma experiência de amor, Comunhão e Partilha
De 22 a 25 de Abril decorreu no lar de férias da casa
do Gaiato, na serra da Arrábida o convívio fraterno
44 para casais.
Não temos dúvidas que Nosso Senhor foi aos recur-
sos humanos e nos recrutou casal a casal.
Fomos os escolhidos para viver esta experiência de
Amor, Comunhão, e partilha.
Sentimos esta Igreja, este corpo místico, durante os
três dias, em vários momentos, através da oração,
das mensagens, das visitas e das coisas doces, pois
quem ama também partilha e reza.
Esteve connosco no segundo dia o nosso Bispo D.
José Ornelas, partilhando as três dimensões essen-
ciais no caminho da Igreja, (Cristo, Comunidade e
Humanidade), que geram três áreas de interesse,
(Espiritualidade, Fraternidade e Anúncio) e pro-
movem três atitudes, (Discipulado, Serviço e Mis-
são). Tivemos também a graça de ser acompanha-
dos durante os três dias pelo diretor espiritual o Sr.
Padre José Manuel Abreu.
No encerramento, saboreámos a grande festa que é
a Eucaristia onde os novos casais receberam o seu
compromisso e a cruz símbolo do movimento dos
convívios fraternos.
Penso que todos saímos deste convívio com mais
vontade de rezar, caminhar, partilhar, ser melhor,
acima de tudo fazer tudo isto em casal, Igreja pe-
quenina de casa, mas suporte essencial no amor e
na felicidade. Vontade esta que está a ser vivida nes-
te mês de Maria. Em cada dia que passa há um casal
que recita o terço por todas as intenções deste Con-
vívio.
Louvado seja nosso Senhor.
Fernando Ventura
A proposta de fazer um Convívio Fraterno (CF)
veio desde muito cedo e muito subtil. Sempre vivi
num ambiente de CFs: os meus pais são convivas,
fui várias vezes a encerramentos; achava piada e
acabava por imaginar-me a fazer uma coisa igual,
sem saber o que realmente se passava lá dentro. Os
meus pais fizeram sempre questão de não referir o
que se passava num CF ou então quando falam dis-
so tinham conversas muito vagas. Olha cantámos
isto! Fomos ali! Foi um fim-de-semana para não es-
quecer! E eu acabava sempre a ficar na ignorância.
À medida que eu fui crescendo é que começaram a
aparecer os convites a sério. Pessoas da equipa, mi-
nhas amigas, ou amigos dos meus pais, iam pergun-
tando quando é que eu estava disponível, diziam
que eu tinha que ir, diziam que fazia bem, diziam
que era altamente. No entanto, eu acabava sempre a
dizer: “Ainda não é este ano! Quando fizer 18, vou!”
E a verdade é que quando fiz dezoito fui mesmo e
aqui estou eu com o CF 1306 no meu currículo de
cristã!
Viver um CF não é: “ir ali passar um fim-de-sema-
na no Seminário Maior de Coimbra” (ou outro lo-
cal qualquer). Aliás, parece-me quase impossível
que alguém que tenha feito algum CF, seja capaz de
dizer isso. Um Convívio Fraterno marca sempre!
Mesmo que vocês vão para lá para “passar o fim-de-
semana”. Para mim, um CF é uma oportunidade de
estar com Deus; é uma oportunidade de ver outros
jovens como eu, com o mesmo ideal que eu! O meu
CF, o 1306, foi, definitivamente, uma das melhores
coisas que já tive na vida! CF é vida, é amor, é tris-
teza, é felicidade, é arrependimento, é perdão, é
amor (já tinha dito?), é amizade, é CRISTO! Bolas,
vocês sabem lá! CF é a alegria de viver em Cristo e
por Cristo!
O CF 1306 foi o melhor e, para mim, será sempre o
melhor! Fez-me pensar que tenho que ser mais,
mas não posso querer que o mundo mude de um
dia para o outro. Fez-me entender que, aos poucos,
e através dos meus gestos, posso mostrar este Cristo
a toda a gente, mesmo que a gente não o queira ver.
Fez-me perceber que o amor do Pai não tem mes-
mo fim e que é essencial cuidar dos outros, rezar
pelos outros, falar com os outros. Não me posso li-
mitar a viver Cristo sozinha, tenho que agir, servin-
do na minha comunidade! Despeço-me então com
um pedido aos Convivas mais velhos, que já têm
mais experiência de vida cristã: desafiem! Desafiem
este pessoal da minha idade ou mais velho, sobri-
nhos, filhos, etc. Chamem os jovens para que a nos-
sa igreja possa continuar a ser jovem.
Alice
CF 1306 - Coimbra
CF 44 - Setúbal
CF 1308 - Leiria/Fátima
JOVENS EM ALERTA Abril/Maio/Junho 20166
Évora
Tenho Sede de Ti
Sede Santos
Guarda
3 dias de alegria, partilha, oração e encontro
Realizou-se nos passados dias 20 a 23 de Março de 2016 o Convívio Fraterno
1302, no Seminário Menor, em Vila Viçosa.
65 jovens, 38 dos quais pela primeira vez, responderam ao convite de deixarem,
por três dias, as suas rotinas, responsabilidades, confortos, famílias, amigos e
agarrarem a oportunidade de descobrir o Convívio Fraterno.
Foi tempo de perceber que esta sede que sentimos nas nossas vidas nos inquieta
e nos deixa como terra seca, sem água. Descobrimos que as muitas respostas que
conhecemos nos deixam sempre incompletos, não nos chegam porque só em
Deus encontramos a única Água que nos pode saciar na tristeza e na alegria, nas
conquistas e nas derrotas, no pecado e na misericórdia, no grande e no pequeno,
no complexo e no simples.
Experimentámos este Deus que nos conhece e quer fazer caminho connosco,
que não nos deixa sós, nos estende a mão e nos convida a viver com Ele em Igre-
ja!
Depois de viver o Convívio Fraterno percebemos que não podemos ficar agarra-
dos ao nosso barco parado na praia, precisamos de soltar amarras e voar mais
alto!
Margarida Duarte
Aveiro
A Chave para o Amor
Realizou-se entre 18 e 21 de Feverei-
ro o Convívio Fraterno 1301, no IDE-
SO, em Eirol. Foi aí que 17 novos con-
vivas, sem saber muito bem para
onde iam, com quem iam estar, e até
mesmo o que iam fazer, decidiram
confiar n’Ele e aceitar este desafio.
Tendo a Porta de Misericórdia como
imaginário, os novos convivas foram
a cada dia convidados a “(…) desco-
brir a profundidade da misericórdia
do Pai que a todos acolhe e vai pessoal-
mente ao encontro de cada um” (Papa
Francisco), e a serem instrumentos
de Deus. Através do Amor, da Parti-
lha, do Perdão, da Compaixão e do
Serviço, os novos convivas puderam
aproximar-se mais d’Ele e descobrir a
chave para abrir o seu próprio cora-
ção, sem medo do futuro.
Estes foram sem dúvida dias de parti-
lha e de vivência do verdadeiro senti-
do do que é ser cristão. Dias em que o
simples olhar, sorriso e abraço, ga-
nharam um significado especial…
Dias que culminaram na Eucaristia
de encerramento no Seminário de
Aveiro, servindo de rampa de lança-
mento para o início do 4º dia de cada
um destes novos convivas.
Que estes dias fiquem para sempre
guardados no coração de cada um e
que sejam fonte de força para que
mesmo quando tudo parecer não fa-
zer sentido, continuem a ser rostos de
Cristo.
De olhos postos no coração misericordioso de Deus, somos interpela-
dos a meditar a Sua Palavra.
Dela emerge o apelo mais profundo do Pai lançado aos seus filhos: «Sede
santos, porque Eu sou santo». Esta é a Sua vontade.
Em resposta a este desejo amoroso de Deus, somos convidados a colo-
car-nos em caminho seguindo o trilho de Jesus Cristo, rosto perfeito do
Pai e revelação plena da santidade. Na palavra, nos gestos e na totalidade
da pessoa de Jesus Cristo reside o itinerário para a configuração do Ho-
mem à vontade de Deus.
Esta não é uma caminhada reservada a predestinados ou a sobredota-
dos, é antes uma proposta universal aos que, pelo Batismo, são chama-
dos a viver em plenitude a condição de filhos de Deus «criados à Sua
imagem e semelhança».
Neste caminho todos somos peregrinos!
Ainda que tantas vezes os nossos passos sejam hesitantes e desalenta-
dos, ainda que por vezes caiamos por terra, peregrinamos na certeza da
Misericórdia de Deus que vem ao nosso encontro e abre o nosso cora-
ção à esperança do seu amor incondicional. Na Misericórdia de Deus,
fonte da Santidade, firmamos o nosso caminhar…
Peregrinos na Santidade e na Misericórdia, deixemo-nos guiar pelo Es-
pirito Santo.
Sandra do Vale
Bragança-Miranda
“Criaste-nos para Ti Senhor, e o
nosso coração está inquieto en-
quanto não repousar em Ti”, dizia
Santo Agostinho. E qual a melhor
maneira de (re) descobrir esta
grande verdade senão através de 3
dias de alegria, partilha, oração e
encontro com Aquele que nos
criou? Foi neste espírito que nos
dias 23, 24 e 25 de Abril se realizou
o Convívio Fraterno nº 1305 na
Diocese da Guarda, onde 19 jo-
vens aceitaram o desafio de co-
nhecer mais intimamente este Je-
sus que há mais de 2 mil anos
continua a chamar homens e mu-
lheres para serem seus apóstolos e
testemunhas do Seu amor. O CF
realizou-se no Centro Paroquial
de Manteigas, no coração da Serra
da Estrela, onde apesar do frio e
do céu nublado, foi possível sentir
a luz e o calor que brotou dos co-
rações dos novos convivas que du-
rante estes 3 dias foram desafiados
a fazer um encontro íntimo consi-
go mesmos, com Deus e com o
próximo. As inquietações, dúvidas
e a ansiedade inicial foram sendo
substituídas pela confiança, parti-
lha e alegria de quem faz uma ver-
dadeira experiência de Cristo Res-
suscitado, se descobre
profundamente amado, e experi-
menta a misericórdia do Pai, sem-
pre de braços abertos para nos
acolher. Com esta Verdade enrai-
zada nos nossos corações, e a von-
tade de anunciar este Jesus-Amor,
os convivas puderam testemunhar
esta sua alegria durante o encerra-
mento do CF que decorreu no au-
ditório do Centro Paroquial, pe-
rante uma plateia atenta e
acolhedora. Este terminou com a
Eucaristia, verdadeiro sinal da
presença de Cristo entre nós, pre-
sidida pelo Bispo da Diocese da
Guarda, D. Manuel Felício.
A Equipa Coordenadora
CF 1301 - Aveiro
CF 1302 - Évora
CF 1305 - Guarda
BALADA DA UNIÃOAbril/Maio/Junho 2016 7
Tenho Saudades...
Tenho saudades e não posso mas quero mudar isso!
Eu sempre tive presente o significado de ter saudades, era mais ou menos quando queria
muito mas não podia e ficava na ansiedade a contar os dias até ser possível! Mas essas sau-
dades faziam-me sorrir, provocavam-me borboletas boas na barriga e elas formavam casa
no meu interior até o dia maravilhoso chegar! Eu lembro-me que todas as segundas-feiras
tinha saudades de sábado e de domingo, tinha saudades das corridas de bicicleta, de apa-
nhar lagartixas, de ver desenhos animados pela manhã e da disponibilidade que esses dois
dias representavam na minha vida, ainda sem compromissos! Todas as segundas-feiras es-
perava ansiosamente por todos os sábados com uma saudades incríveis desses “pequenos
dois dias” a que chamam de “fim-de-semana”. Na verdade, nunca entendi esse nome, para
mim, nunca foi o fim mas sim o início de uma verdadeira aventura de brincadeiras e diver-
timento.
Tinha saudades e não podia nem queria mudar isso!
Tinha mesmo muitas saudades mas passado cinco dias essas saudades desapareciam e vivia
de novo a alegria que sempre me caracterizou. Eu tinha saudades mas esse sentimento sim-
bolizava que o melhor da minha semana estava para chegar, significava tantos sorrisos e
partilhas!
A menina que se “alimentava” de sábado e domingo cresceu, e com ela cresceu a “vida adul-
ta”, as responsabilidades, os compromissos e o relógio que teimou nunca mais me deixar!
Tenho saudades e não posso mas quero mudar isso!
Ainda tenho saudades dos fins-de-semana, já não simbolizam toda a disponibilidade da-
quele tempo, porque mesmo nos meus dias preferidos o relógio continua a não me querer
deixar. Agora é diferente! As borboletas acomodaram-se com o tempo e ajudaram-me a
perceber que afinal as saudades nem sempre me fazem feliz!
Tenho saudades e não posso mas quero mudar isso!
Saudades que sufocam, que fazem chorar, que me pedem para não ficar; saudades que fa-
zem doer a cabeça e que não me deixam parar de roer as unhas; saudades que me congelam
os pés, que me tornam insegura e que me deixam a sonhar com outro mundo onde elas não
existam! As borboletas ajudaram-me a perceber que quanto mais se ama mais saudades
sentimos e mais esse amor nos pede um abraço, para estarmos perto, um olhar, as mãos
dadas!
Tenho saudades e não posso nem quero mudar isso!
Afinal as saudades são o amor no seu estado mais puro e inocente, o amor que não contro-
lamos nem comandamos, o amor que se sente de forma genuína e completamente de graça!
As saudades foi um dos sentimentos mais nobres que Jesus criou no nosso coração, é a
forma de mostrarmos o quanto queremos, o quanto gostamos! Eu penso que é a maneira de
lutarmos todos os dias por todos os sábados e domingos da nossa vida!
Com toda a certeza que hoje tenho muitas saudades mas não posso nem quero mudar isso!
Ana Saldanha CF 1148
Bragança-Miranda
Também eu sou chamado à santidade!
O caminho para a santidade é a caridade vivida plenamente. Para que
a caridade, como uma boa semente, cresça na alma e me frutifique,
devo colocar em prática os ensinamentos de Jesus, realizar as obras
de sua vontade, assumir o Evangelho e ser capaz de O amar e amar os
irmãos.
Este chamamento é um convite a viver na alegria cada momento da
minha vida, praticando as obras de misericórdia. A vocação à santi-
dade e a misericórdia caminham juntas…ser santo é viver em pleni-
tude a minha vocação humana.
Como respondo a este chamamento de Deus?
Deixando-me transformar pela ação do Espírito Santo, conformando
a minha vontade com a vontade de Deus. Tendo coragem e confiança
de trilhar o caminho para a santidade sendo santo na Misericórdia…
- Ir ao encontro de todas as pessoas levando-lhes a bondade e a ter-
nura de Deus…e às fomes e sedes do mundo, eu saiba… “DAR DE
COMER E DAR DE BEBER”.
- Fazendo da minha própria vida um dom de amor para as pessoas
que me rodeiam… Á nudez e à falta de tecto de tantos irmãos, eu
saiba… “VESTIR E DAR ABRIGO”.
- Vendo com olhos sinceros o irmão que encontro no caminho da
vida e às enfermidades ou às prisões de tantos que sofrem, eu tenha a
coragem de… “VISITAR E ASSISTIR”.
- Abrindo o coração à esperança de ser amado para sempre, apesar da
limitação do pecado, eu tenha a valentia de prestar um último gesto
de amor… “SEPULTAR”
- Com o olhar fixo na misericórdia, para me tornar sinal eficaz do
agir do Pai, aos tristes e aos que sofrem, eu tenha a coragem e a pa-
ciência de… “CONSOLAR E SOFRER”.
- Reagindo diante das tribulações e das injustiças dos necessitados de
orientação, esforçando-me por as aliviar, guiado pela sabedoria do
Espírito e com amor e dedicação, que eu saiba “ACONSELHAR E
ENSINAR”.
- Tendo sempre como modelo, Jesus, que me ensina como deve ser a
minha atitude para com os outros, com mansidão e humildade saiba
superar a vingança e o ressentimento para com o próximo, e amavel-
mente eu tenha a coragem de… “CORRIGIR E PERDOAR”.
- De olhos postos na Igreja Universal, pensando na salvação de todas
as almas, sem distinção, me aproxime constantemente da oração por-
que a oração é uma força poderosa… e no silencio operante, eu não
me canse de… “REZAR”.
Neste Ano Santo, façamos a experiência de abrir o coração aos ir-
mãos e às suas necessidades, transbordando misericórdia.
Acolhamos com alegria o convite à santidade e apoiemo-nos uns nos
outros, ajudando-nos mutuamente a viver segundo o Evangelho de
Jesus, fazendo da própria vida um dom de amor para os que nos ro-
deiam.
Sejamos santos, tornemo-nos sinais visíveis do amor de Deus e da
Sua presença no meio dos homens. Deixemo-nos conduzir pelo
amor, vivamos a caridade plenamente e seremos guiados por Deus,
porque Deus é amor.
Abramos o coração a Deus e entreguemo-nos inteiramente a Ele.
Manuela Pires
Bragança-Miranda
O caminho da Santidade
O dia é de festa. As mamãs e os papás, uns
meses antes, vão comprar às meninas e aos
meninos as melhores roupinhas. Marca-se
vez no cabeleireiro e contrata-se um fotó-
grafo para registar o dia. Preparam-se os al-
moços mais deliciosos e os bolos mais boni-
tos. Convida-se a família e os amigos porque
o menino ou a menina vai ler ou cantar e
então é preciso ver o momento. Antes da
hora da missa vai-se para a Igreja para pre-
parar a procissão com as crianças todas ali-
nhadinhas. As pessoas sorriem e comentam
"oh que queridos" "oh que lindos" "oh que
vestido tão bonito". Tiram-se muitas fotos e
espera-se que a missa passe depressa que o
mais importante é o almoço e "esperemos
que o padre seja rápido na homilia que há
mais que fazer". Os meninos e as meninas
"tomam a hóstia" e mais umas quantas foto-
grafias. Que festa tão bonita! Afinal o mo-
mento merece. Para a maioria é a despedida
da catequese, da Eucaristia e de tudo o que à
Igreja diz respeito. Afinal, já se vestiu o ves-
tidinho e o fatinho e já há fotografias para
comprovar. Agora, se calhar, lá para o Cris-
ma os meninos e as meninas regressam à
catequesa, um ou dois meses antes porque
para ser madrinha ou padrinho é preciso ter
um papel que o comprove. Depois, um dia,
se calhar, também se volta para "casar pela
Igreja" porque afinal é muito mais pomposo
e "chique". É que a Igreja é uma seca, uma
hipocrisia e "os que andam lá são piores que
os outros". Mas pronto...para fazer as festi-
nhas até dá jeito. Por isso, o dia é de festa!
Afinal é a última comunhão. Ou a primeira
de uma dúzia.
Fabiola Mourinho
Bragança-Miranda
A primeira e última comunhão ?!...
BALADA DA UNIÃO Abril/Maio/Junho 20168
A fé na praça pública
Pode um dos discursos mais ‘diabolizados’
do pontificado de Bento XVI ser uma in-
fluência de peso no pontificado do Papa
Francisco? Recuemos a 12 de setembro de
2006, quando o agora Papa emérito falava
na Universidade de Ratisbona, no contexto
do regresso à sua Baviera natal, lamentando
que a sociedade ocidental cultivasse uma
razão “surda” diante do divino, remetendo
a religião para o âmbito da “subcultura”. Fe-
chada ao diálogo, portanto.
O tema tem marcado várias das respostas
que o sucessor de Bento XVI tem dado
quando confrontado pelos jornalistas sobre
os problemas ligados ao fundamentalismo
religioso, ao diálogo entre culturas e ao pa-
pel dos crentes na praça pública.
Francisco pediu na sua mais recente entre-
vista que a laicidade do Estado seja respei-
tadora da liberdade religiosa, incluindo a
liberdade de exteriorizar a própria fé. Ou
seja, que não remeta a convicção, a fé, para
o âmbito do estritamente religioso, mas re-
conheça vez e voz aos crentes, com as posi-
ções que a sua consciência lhes dita. E aqui,
mais uma vez, surgiu o tema das “subcultu-
ras”, como há tinha acontecido em viagens
internacionais à Ásia e aos EUA.
A posição compreende-se: o terror e o
medo criam o pânico, a rejeição, a descon-
fiança, levam a que o património das reli-
giões seja esquecido, diabolizado, como se
os vários credos fossem inimigos da huma-
nidade em vez de referências da defesa e
promoção da dignidade humana, de valo-
res fundamentais para a convivência social.
A voz dos Papas fala por todos os crentes
que não aceitam ser cidadãos de segunda e
esperam que o mundo não desperdice a sua
força de paz e de amor. A liberdade religio-
sa transcende os lugares de culto, a esfera
individual, rejeitando as tentativas de afas-
tar os crentes da esfera pública.
O direito de expressão na esfera pública
passa também pelo reconhecimento de fe-
riados, como tem acontecido em Portugal.
O regresso da celebração do Corpo de Deus
à quinta-feira é uma boa notícia, para mais
porque é uma festa com um forte caráter
público, de celebração na cidade e com a ci-
dade.
Octávio Carmo
Amoris Laetitia "A alegria do Amor", é o título da Exorta-
ção Apostólica pós-sinodal que o Papa Francisco assinou
em 19 de Março passado, Solenidade de São José, e que foi
apresentada a 8 de Abril, no Vaticano. A Exortação tem
nove capítulos e cerca de 300 parágrafos assim como é
concluída pelo papa com a oração à Santa Família. Este
documento reúne os resultados dos dois Sínodos sobre a
família convocados pelo Papa Francisco em 2014 e 2015,
assim como de outros contributos também pertinentes.
A exortação começa com a indicação de que a Palavra de
Deus é como uma "companheira de viagem para as famí-
lias que estão em crise ou imersas em alguma tribulação,
mostrando-lhes a meta do caminho". Neste âmbito bíblico,
o documento do papa insiste no caráter concreto, que esta-
belece uma diferença substancial entre teorias de interpre-
tação da realidade e ideologias. O Papa assinala mesmo
que "sem escutar a realidade não é possível compreender
nem as exigências do presente nem os apelos do Espírito";
pois "Jesus propunha um ideal exigente, mas não perdia
jamais a proximidade compassiva às pessoas frágeis".
O Papa Francisco dedica depois a reflexão a alguns ele-
mentos essenciais do ensinamento da Igreja sobre o ma-
trimónio e a família. Mostra a vocação à construção da
família, tal como ela foi recebida pela Igreja ao longo dos
séculos, sobretudo no que diz respeito à temática da indis-
solubilidade, da sacramentalidade do matrimónio, da
transmissão da vida e da educação dos filhos. Esta reflexão
estende-se lembrando as famílias feridas, onde o Papa re-
corda aos pastores que, "por amor à verdade, estão obriga-
dos a discernir bem as situações", já que o grau de respon-
sabilidade não é igual em todos os casos, acrescentando
que "é preciso estar atentos ao modo como as pessoas vi-
vem e sofrem por causa da sua condição".
A Exortação Apostólica dedica especial atenção, numa das
suas partes, ao amor no matrimónio. A reflexão alude à
"transformação do amor" ao longo do casamento. Refere-
se que as aparências físicas transformam-se e a atracão
amorosa não se desvanece mas muda. "Não é possível pro-
meter que teremos os mesmos sentimentos durante a vida
inteira; mas podemos ter um projeto comum estável.
O Papa Francisco centra-se depois na fecundidade e no ca-
rácter gerador do amor. A gestação e a adoção são temas
abordados. O documento papal não centra exclusivamente
a sua reflexão na família "mononuclear", mas está cons-
ciente da família como rede de relações alargadas.
O Papa desenvolve também alguns caminhos de atuação
pastoral de forma a orientar a edificação de famílias sóli-
das. É referido e destacado o acompanhamento das pes-
soas separadas ou divorciadas e sublinha-se a importância
da recente reforma dos procedimentos para o reconheci-
mento dos casos de nulidade matrimonial. É dado relevo
ao sofrimento dos filhos nas situações de conflito a conclu-
A Alegria do Amor
Exortação Apostólica do Papa Francisco
BALADA DA UNIÃO
Propriedade Editorial e Administração
Convívios Fraternos
N.I.P.C. 503298689
Tlef: 234 884474 Fax: 234 880904
Email: convivios_fraternos@hotmail.com
Director e Redactor:
P. Valente Matos
Isento de Registo na ERC ao abrigo do Decreto
Regulamentar 8/99 de 9/6 artigo 12º, nº1-A
Sede
Rua Júlio Narciso Neves
nº65 3860-129
Avanca
são é clara de que "o divórcio é um mal". A situação das fa-
mílias com pessoas com tendência homossexual também é
referida no documento, insistindo na recusa de qualquer
discriminação.
A exortação papal dedica também no documento um espa-
ço referencial à educação dos filhos, em todos os âmbitos,
inclusive sexual. A expressão "sexo seguro" é referenciada
como profundamente suspeita, pois transmite uma atitude
negativa relativamente à finalidade procriadora natural da
sexualidade.
O documento é cuidadoso e delicado, no que se refere à mi-
sericórdia e ao discernimento pastoral. O Papa utiliza, como
síntese, três verbos muito importantes: "acompanhar, dis-
cernir e integrar". Nessa linha de ideias e relativamente a
um assunto bastante delicado, o papa dá como exemplo "os
divorciados que vivem numa nova união, por exemplo" pois
"podem encontrar-se em situações muito diferentes, que
não devem ser catalogadas ou encerradas em afirmações
demasiado rígidas, sem deixar espaço para um adequado
discernimento pessoal e pastoral".
Para o Papa Francisco "os batizados que se divorciaram e
voltaram a casar civilmente devem ser mais integrados na
comunidade cristã sob as diferentes formas possíveis, evi-
tando toda a ocasião de escândalo". "A sua participação
pode exprimir-se em diferentes serviços eclesiais".
O sumo pontífice afirma, de forma central no documento,
para que se compreenda a orientação e o sentido da Exorta-
ção que "se se tiver em conta a variedade inumerável de si-
tuações concretas (...) é compreensível que se não devia es-
perar do Sínodo ou desta Exortação uma nova normativa
geral de tipo canónico, aplicável a todos os casos. É possível
apenas um novo encorajamento a um responsável discerni-
mento pessoal e pastoral dos casos particulares".
A espiritualidade conjugal e familiar merece uma palavra
especial também nesta exortação, pois papa salienta que
"nenhuma família é uma realidade perfeita, mas requer um
progressivo amadurecimento da sua capacidade de amar".
Em síntese, a exortação apostólica não pretende reafirmar
desproporcionadamente a força o "ideal" da família, mas
quer salientara sua realidade rica e complexa. Este docu-
mento traz um olhar aberto, profundamente positivo, que
não alicerça a sua apresentação em abstrações ou projeções
ideais, masque lança um desafio concreto e uma atenção
pastoral às realidades presentes. Esta exortação é um texto
compacto de fundamentos espirituais e de sabedoria prática
e relevante a cada casal ou a pessoas que desejam construir
uma família. O documento reflete sobretudo ser o resultado
uma experiência concreta com pessoas que sabem, a partir
da experiência pratica, aquilo que é a família e o que repre-
senta viver juntos durante vários anos, destacando-se a lin-
guagem da experiência e da esperança.

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  • 1. PROPRIEDADE: CONVÍVIOS FRATERNOS*DIRETOR REDATOR: P. VALENTE MATOS*PRÉ-IMPRESSÃO: FIG-INDÚSTRIAS GRÁFICAS, S.A.239 499 922 PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL-ANO XXXVI- Nº332- Abril/Maio/Junho 2016*ASSINATURA ANUAL: 10€ * TIRAGEM:1000EXS * PREÇO: 1€ O MEU AVIVAR DE COMPROMISSO E a vós, que também outrora éreis estranhos e inimigos pelos vossos pensamentos e más obras (E f. 4, 18; 2, 16), reconciliou-vos agora pela morte de Seu Filho, no Seu Corpo carnal, para vos apresentar santos, imaculados e irrepreensíveis perante Ele (E f. 5, 27; 1, 4), se permanecerdes fundados e firmes na fé, e inabaláveis na esperança do Evangelho que ouvistes, que foi anunciado a toda a criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, fui constituído ministro (E f. 3, 7) Col. 1.21 a 23 O P. Valente vai celebrar no próximo dia 1 de Julho 60 anos da sua Ordenação Sacerdo- tal. A paróquia de Avanca, terra de onde é natural, decidiu homenageá-lo, no sábado dia 2 de julho, com a celebração da Eucaris- tia às 11H00, seguida de um almoço-conví- vio no centro paroquial onde será também realizada uma tarde festiva com música con- viva apresentada pelo grupo «Uníssono CF Porto», às 17h00. Os jovens e casais convivas associam-se a esta homenagem e desejam ao P. Valente as maiores felicidades. JUBILEU SACERDOTAL DE DIAMANTE Durante este dois últimos meses, realiza- ram-se nas dioceses muitas atividades e também 9 convívios fraternos para jovens e 1 para casais. Publicamos a notícia e a foto- grafia dos convívios que nos foram envia- das. (Pag.4,5,6 BU) O MOVIMENTO NAS DIOCESES A voz dos Papas fala por todos os crentes que não aceitam ser cidadãos de segunda e espe- ram que o mundo não desperdice a sua força de paz e de amor. (Pag.8 BU) A FÉ NA PRAÇA PÚBLICA …Afinal as saudades são o amor no seu es- tado mais puro e inocente, o amor que não controlamos nem comandamos, o amor que se sente de forma genuína e completamente de graça!... (Pag.7 BU) TENHO SAUDADES Também eu sou chamado à santidade. Este chamamento é um convite a viver na ale- gria cada momento da minha vida, prati- cando as obras de misericórdia. A vocação à santidade e a misericórdia caminham juntas…ser santo é viver em plenitude a minha vocação humana. (Pág. 7 BU) O CAMINHO DA SANTIDADE O debate em torno da diminuição do nú- mero de turmas com contrato de associação em escolas não estatais está longe de ser es- clarecedor. Sucedem-se as publicações de estudo por parte das entidades públicas, por associações que representam as privadas, por estruturas da administração pública que têm por objetivo fiscalizar umas como outras….E permanece a dúvida. (Pag.3 BU) EDUCAÇÃO E DEMOCRACIA É necessário que as nossas férias sejam tempo de crescimento da mossa vida moral, cultural e religiosa (Pág. 3 BU). FÈRIAS….TEMPO DE ÒCIO OU DE CRESCIMENTO?!... Foi este o tema que os Convívios Frater- nos escolheram para a reflexão e prepa- ração do XLIII Encontro Nacional do movimento (Pág. 2 BU) ABRE O TEU CORAÇÃO Á MISERICÓRDIA As «visitas» que Maria continua a fazer, como as que aconteceram no último ano com a presença da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima em todas as dioce- ses de Portugal, provocam os mesmos efei- tos: alegria e presença do Espirito Santo. (Pág. 2 B.U.) MARIA PÔS – SE A CAMINHO
  • 2. BALADA DA UNIÃO Abril/Maio/Junho 20162 Maria pôs-se a caminho “Por aqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se à pressa para a montanha, a uma cidade Judeia”. A informação é dada pelo evangelista Lucas. Está no início do tes- temunho para a história sobre a vida de Jesus, logo após o anúncio do nascimento de João Batista e do próprio Cristo. Depois de bal- buciar algumas palavras, até a um “faça-se segundo a tua palavra”, a primeira decisão de Maria foi dirigir-se à casa de Isabel para fazer uma visita. Foi ao encontro daquela que, em idade avançada, iria ser mãe do “percussor”, para a ajudar no que fosse útil e sobretudo para estar com quem vivia momentos de perplexidade. Nesse mo- mento, quando Maria se encontrou com a sua prima Isabel – diz o texto – “o menino saltou-lhe de alegria no seio e Isabel ficou cheia do Espirito Santo”. As “visitas” que Maria continua a fazer, como as que aconteceram no último ano com a presença da Imagem Peregrina de Nossa Se- nhora de Fátima em todas as dioceses de Portugal, provocam os mesmos efeitos: alegria e presença do Espirito Santo. No Santuário de Fátima ou nos locais por onde passa quando se põe a caminho qual peregrina entre os peregrinos, a imagem de Maria mobiliza multidões que geram facilmente interrogações nos ava- liam fenómenos de massas, na sociedade atual. De fora dessas apre- ciações, raramente notadas por serem fatores reveladores da inscri- çãoedarelevânciadareligiãonaatualidade,ficamastransformações mais profundas e expressivas que a presença de Maria continua a gerar: as que acontecem em cada pessoa, que provocam mudanças nos itinerários de vida, que levam a decisões construtoras de felici- dade. É também aqui, no universo pessoal, que a presença de Maria em Fátima permanece como ambiente mais simbólico e repleto de sig- nificado. A comprová-lo estão, por exemplo, as reações dos peregri- nos quando, após dias de caminhada, avistam a Capelinha das Apa- rições ou as emoções impossíveis de conter quando cumprem uma promessa aos pés de Maria. Igualmente expressiva é a relação que se estabelece entre cada pessoa e a passagem da imagem de Maria, tanto nas procissões no Santuário de Fátima como nas visitas que faz em todo o mundo. “Maria ficou com Isabel cerca de três meses. Depois regressou a sua casa”. É assim que termina a narração da primeira “visitação” de Maria. Uma forma de estar presente que se mantém ao longo de dois mil anos. Maria visita pessoas e comunidades, durante um, dois dias ou durante um ano, como a que aconteceu às dioceses de Portugal. Agora regressa a casa. Brevemente teremos outra notícia a dizer “Maria pôs-se a caminho…” Paulo Rocha Abre o Teu Coração à Misericórdia Foi este o tema que os Convívios Fraternos escolheram na sua reunião do Secreta- riado Nacional realizada em Fátima, em 21 de Janeiro, para reflexão e preparação do XLIII Encontro Nacional do movimento. De facto, no Ano Santo da Misericórdia infinita do nosso Deus, proclamado pelo Papa Francisco, nenhum outro convite podia ser dirigido aos jovens e casais do movimento senão o de viver, preparar e abrir o seu coração à misericórdia infinita do Nosso Deus que experimentamos, de uma maneira única e inesquecível, no nosso Convívio Fraterno. Foi o vivermos, o sentirmos essa infinita misericórdia do nosso Deus, que nos foi transmitido também como um Deus infinito em Amor, e o encontro com Ele na intimidade misteriosa da sua presença no sacrário e no Seu acolhimento, pelo sa- cerdote, no libertador e transformador sacramento da reconciliação, que frente às nossas misérias e fraquezas nos fez sentir uma alegria única e inesquecível no nos- so convívio e que transformou as nossas vidas, deu sentido à nossa existência e que jamais esqueceremos!... Mas lá aprendemos também que essa infinita misericórdia do nosso Deus para connosco, só foi e continua a ser libertadora, transformadora e fonte de vida, de Amor e de felicidade, se nos levar a abrir também os nossos corações ao Amor, ao perdão e ao Amor de todos aqueles que se cruzam connosco nos caminhos da nossa vida!... «Sede misericordiosos para com os outros, como vosso Pai que está nos céus é misericordioso para convosco» A infinita misericórdia do nosso Deus para connosco, abre também forçosamente o nosso coração à nossa misericórdia para com os outros. SÁBADO, DIA 3 DE SETEMBRO 14h00 – Acolhimento seguido de reconciliação coletiva e individual no Centro Pastoral Paulo VI; 16h45 – Concentração dos convivas junto à Cruz Alta; 17h00 – Desfile dos convivas para a Capelinha das Aparições para a saudação e celebração da palavra «Abre o teu coração à misericórdia, como Maria»; 18h00 – Celebração sobre o tema do encontro, por dioceses, em local próprio; 21h30 – Terço na Capelinha, seguido da Procissão das Velas; 22h00 – Sarau Conviva no anfiteatro do Centro Pastoral; DOMINGO, DIA 4 DE SETEMBRO 10h00 – Terço do Rosário na Capelinha das Aparições; 10h45 – Procissão com a imagem de Nossa Senhora para o Altar da Esplanada; 11h00 – Solene concelebração da Eucaristia; 14h30 – Festa da Despedida no parque de estacionamento nº 2. PROGRAMA DO XLIII ENCONTRO NACIONAL
  • 3. O debate em torno da diminuição do número de turmas com con- trato de associação em escolas não estatais está longe de ser esclarece- dor. Sucedem-se as publicações de estudos por parte de entidades pú- blicas, por associações que representam as privadas, por estruturas da administração pública que têm por objetivo fiscalizar umas como ou- tras... E permanece a dúvida. Por outro lado, o debate de ideias entre representantes de escolas esta- tais e as não estatais, tanto particulares como cooperativas, facilmente se fixa em ideologias em torno da educação, incapaz de avaliar o su- cesso e a capacidade integradora das diferentes ofertas educativas, que têm na escolha por parte das famílias um indicador maior. Ao debate sobre a interpretação de artigos da Constituição da Repú- blica Portuguesa, onde se lê, por um lado, a respeito da educação, que “é garantido o direito de criação de escolas particulares e cooperativas” (artigo 43) e, por outro, se afirma que “o Estado criará uma rede de estabelecimentos públicos de ensino que cubra as necessidades de toda a população”, interessa perseguir opções que garantam a “liberda- de de aprender e ensinar”, que a Constituição também indica. A democracia torna-se tanto mais robusta quanto maior for a partici- pação de todos os cidadãos e na medida em que os contributos pes- soais e institucionais necessários à organização da comunidade forem plurais, representativos de diferentes humanismos, distantes de mode- los monolíticos e inflexíveis. Assim tem acontecido nos vários setores, como na assistência social, na saúde, nos transportes, comércio, agri- cultura… E também assim deveria acontecer na educação. Nesta democrática participação e partilha de responsabilidade de construção das sociedades, o privado surge frequentemente como su- pletivo do público, quando o seu equilíbrio deveria seguir o princípio da subsidiariedade, no respeito e valorização pela capacidade criadora e produtiva de instâncias mais próximas e particulares, referindo-se assim à identidade e às reais necessidades de indivíduos e comunida- des. No que diz respeito a este debate em torno da educação e à racionali- zação de meios no setor, sobretudo em épocas que obrigam a uma gestão sempre mais rigorosa, parece evidente que é necessário comba- ter a duplicação de equipamentos escolares, também pelo declínio de- mográfico em curso. Mais claro parece ser que as entidades fiscaliza- doras não deveriam ter permitido essa duplicação, impedindo a construção de escolas estatais ou não estatais onde já existia tal oferta. Um problema que parece estar a agudizar-se numa ocasião em que deveria ser combatido. O horizonte de uma democracia estável e sustentável não é compatível com modelos de educação que manifestam dificuldade em aceitar re- ferências essenciais dessa organização das sociedades: a participação de todos e a pluralidade de ofertas. Paulo Rocha Educação e democracia Férias… Tempo de ócio ou de crescimento?! Não há duvida que todos, crianças, jovens e adultos esperamos ansiosamente através da monotonia do dia-a-dia, pelo espaço de tem- po a que chamamos “merecidas férias”. De facto, todos nós sentimos forte desgaste motivado por um ritmo de vida uniforme em que repetimos diariamente os mesmos atos nas mesmas circunstâncias, às mesmas horas, com as mesmas pessoas, nos mesmos locais e com o mesmo ambiente. Isto quer estudemos ou realizemos qualquer missão de serviço na sociedade em que esta- mos inseridos. Infelizmente os trabalhos mais duros, mais desgastantes fisicamente e sem horário, care- cem das chamadas “merecidas férias”. Ironia das coisas e dos tempos!... O verdadeiro enriquecimento e a verdadeira realização da pessoa humana exigem que ela possa ter acesso a todos os meios e realidades legítimos em ordem ao enriquecimento de todas as suas faculdades. Por força das circunstâncias o exercício duma profissão ou a sua preparação através do tem- po de estudo, compartimentam o homem nas suas aspirações e dificultam o enriquecimen- to da sua personalidade por falta de tempo ou de disponibilidade interior. Assim o homem dos nossos dias sente-se es- cravo da máquina, da técnica e do ritmo da vida moderna que o desgasta e enfraquece fí- sica e moralmente. Aspira, por isso, pelas “merecidas férias”. Todavia a finalidade principal das férias não será proporcionar a quem tem a felicidade de as poder gozar, um tempo para a “ociosidade” mas em ordem a um enriquecimento e cresci- mento cultural, moral, humano e religioso numa realização plena da pessoa humana com todas as suas necessidades e aspirações. Infelizmente muitos confundem a realidade e a necessidade deste indispensável tempo de férias com um período de completa ociosida- de, com o concretizar de todos os desmandos morais e sexuais que não houve tempo nem possibilidade de satisfazer durante a época de trabalho: passar todos os dias no passeio sem qualquer motivação cultural ou recreativa e as noites em orgias como desforra do tempo de “gozo” perdido e com o desgastar de todas as economias feitas durante o ano. Assim conseguem levar durante elas uma vida mais desgastante que durante o tempo de trabalho e chegar ao seu termo mais cansa- dos física e moralmente. Tais férias, mais que inúteis, são sobretudo prejudiciais. É necessário que as nossas férias sejam tempo de crescimento da nossa vida moral, cultural e religiosa. É difícil durante o ano, nas nossas ocupações normais, encontrarmos espaços livres para a leitura e formação moral e religiosa. Aproveitemos este tempo para nos enrique- cermos e crescermos em todos os espaços da nossa vida. O desporto, a que infelizmente nem sempre temos acesso durante as ocupações normais, deve também existir nas nossas férias. Muitos de nós habituamo-nos, infelizmente, a passar o nosso tempo de férias numa praia ou no campismo estendidos a maior parte do tempo ociosamente no areal ou numa “tenda”, sentados a cavaquear nas esplanadas, a bater as cartas ou a correr atrás duma bola. É certo que tudo isso poderemos e deveremos fazer. Mas que as nossas férias não se redu- zam somente a isso. Para muitos jovens o tempo de férias escola- res ou profissionais, é também o tempo de férias da sua vida religiosa. Deixam de rezar, de ir à missa ao domingo, de se reconciliar, comungar, etc. Julgo que este tempo é também propício para uma maior intimidade com Deus através duma vida espiritual mais intensa uma vez que dispomos de maior disponibilidade de tempo. Se as nossas férias não nos proporcionarem este crescimento na nossa vida, elas foram perdidas, inúteis, se é que não nos foram real- mente prejudiciais!... V..
  • 4. JOVENS EM ALERTA Abril/Maio/Junho 20164 Encontro CF da Equipa Coordenadora do Grande Porto Foram apenas dois dias, foram os grandes dois dias, foram o 30 e o 31 de Janeiro, foi começar 2016 a sonhar. Os missionários Combo- nianos da Maia receberam-nos de braços abertos para este encontro poder ganhar asas e voar. Éramos 50, éramos 30, éramos 24… Éramos os que estávamos. Fomos 24 à volta da mesa, foi as- sim que ficamos. Fomos a saudade, a lembrança, a recordação! Fomos o reavivar de memórias… um ajoelhar, um olhar, um rezar… uma inspira- ção… uma paixão! Ficaram tantas memórias, tantas lembranças, tantas recordações, aquele primeiro convívio que nos marcou e nos fez voltar. Aquela data que, de certa maneira, nos mudou e nos uniu. O abraço forte, o brilho nos olhos, o sorriso embaraçoso… e foi isto que marcou! Ficam os pormeno- res, as “coisas vulgares” da vida. O quotidiano que ganha cor… a ro- tina do A-M-O-R! O momento marca, o momento passa… e Ele fica. Sem Ele fica- mos metade, sem Ele não somos nós, Ele tem o melhor de nós, o melhor de mim… Eu só sou eu, com Ele aqui. Fica a esperança a bailar, a chama a fumegar e… o melhor de mim por chegar, o melhor de mim para chegar. Encontro Internacional dos Convívios Fraternos em Paris Ao comemorar o 1º Convívio Fraterno realizado em Paris há 20 anos, inicia- dos pelo então dinâmico Reitor do Santuário de Notre Dame de Fátima, P. Abílio Cardoso, os convívios de Paris, em colaboração com o atual Reitor P. Nuno, quiseram comemorar essa efe- méride organizando um encontro in- ternacional convidando para ele convi- vas de Portugal, do Luxemburgo e da Suíça. De Portugal, além do fundador do mo- vimento P. Valente de Matos, desloca- ram-se a Paris 30 convivas, neles in- cluído os elementos do grupo Uníssono da diocese do Porto que realizaram um concerto com a apresentação do CD «INTENDÊNCIA» por ele editado. Os convivas portugueses chegaram na quinta-feira, dia 2, a Paris tendo um autocarro à sua espera para os condu- zir ao Santuário onde ficariam aloja- dos. À sua chegada um grupo de conví- vios fez a receção acolhendo entre cânticos e abraços os visitantes. O grupo de convivas de Paris tudo pre- parou para bem acolher os visitantes e 3 deles sacrificaram o seu dia de traba- lho, para fazer orientar a visita à Cida- de da Luz. Infelizmente o frio e a chuva não quiseram colaborar positivamente nessa visita. Do programa comemorativo, no sába- do de manhã, fazia parte a visita acom- panhada aos monumentos da cidade com a ida à Torre Eiffel. Às 18h00 ini- ciaram-se os atos litúrgicos com a reci- tação do terço do Rosário seguido de procissão com a imagem de Nossa Se- nhora da Fátima à volta do Santuário e Eucaristia. Ás 20H00, foi a vez de todos se deliciarem com o excelente pic nic partilhado no bar da cripta. Às 21H00 teve início o concerto dado pelo grupo Uníssono com apresenta- ção do CD «Intendência” que a todos entusiasmou e agradou. O dia 11 foi preenchido pela celebração e animação da Eucaristia com a Igreja repleta de fieis, muitos dos quais quise- ram adquirir o CD com a música apre- sentada no serão conviva. A seguir foi o almoço partilhado com muita alegria e amizade como acontece sempre nos encontros de convivas. O resto da tarde, até à partida em auto- carro para o aeroporto foi passado em convívio informal com despedidas e garantia de muitos convivas se reen- contrarem com os visitantes no Encon- tro Nacional em Fátima nos próximos dias 3 e 4 de Setembro. Uma palavra de reconhecimento e de parabéns aos convivas de Paris e ao Sr. P Nuno, pelo acolhimento, pela hospi- talidade, pela disponibilidade, fidal- guia e generosidade como nos quise- ram receber. Isto jamais esqueceremos. A Cristo nunca mais O abandonarei Olá Convivas! Nós somos o CF 1293 e queremos partilhar convosco aquilo que vivenciá- mos no nosso primeiro “ajuntamento.” Tudo começou na tarde do dia 20 de fevereiro, em Nogueira do Cravo. Após o reencontro repleto de sorrisos, abraços e muito carinho, dirigimo- nos para a Capela de Santo Antão, onde teve lugar o nosso primeiro mo- mento de oração e reflexão. Com este momento foi possível renascer e recordar o espírito vivido na casa de Eirol, fortalecendo a Fé de cada um Naquele que nos salvou para a eternidade. Estando no ano jubilar da Misericórdia queremos marcar a diferença se- gundo os Seus princípios misericordiosos. Torna-se necessário saber per- doar, escutar para que haja comunhão entre os Homens. Deixamos a capela em direção ao local onde íamos passar o resto do dia. Segue-se um momento recreativo, envolvendo a arte musical, recriando a música que nos acompanhou ao longo dos inesquecíveis dias do nosso Convívio Fraterno - “Chegou a vida nova, a vida que esperava encon- trar… De um Convívio regressei e a Cristo nunca mais abandonei!” Posteriormente, fomos celebrar a alegria do evangelho, em ação de graças, participando na Eucaristia, confirmando os votos de devoção em Deus nosso Pai. Interpelados pelo Espírito Santo e aproveitando a alegria que estávamos a sentir acabámos o dia reunidos à mesa, seguindo o exemplo de Jesus com os seus discípulos. Este dia foi vivido com muita alegria, amizade partilha e, essencialmente AMOR, pois este foi este o lema que marcou os nossos corações: “Ama e faz o que quiseres!” CF 1293 - Porto Encontro Internacional CF Paris O jornal do nosso movimento continua a sair trimestralmente em digital para todos os convivas de todas as dioceses, nacional e internacionalmente, e tam- bém em papel para as dioceses ou paróquias que se comprometeram a distribui -lo pelos respetivos convivas. Também é enviado via postal para satisfazer compromissos sociais e eclesiásti- cos e aos convivas que expressamente manifestaram o desejo de receber não só para o seu arquivo ou porque o preferem receber em papel. Por essa razão é possível enviar o jornal via postal para os convivas que assim o desejem receber com o compromisso de contribuir com um donativo para as despesas de correio. Lembra-se mais uma vez a necessidade de os responsáveis diocesanos do mo- vimento enviar o jornal em digital para todos os convivas da sua diocese. O Balada da União
  • 5. JOVENS EM ALERTAAbril/Maio/Junho 2016 5 Fátima-Leiria Porque nada acontece por acaso... Coimbra O que é isso? “O coração do homem planeja o seu caminho, mas o Senhor é que lhe dirige os passos.” Decorreu nos dias 22 a 25, de abril de 2016, o Convívio Fraterno nº 1308 da Diocese Leiria-Fátima. Estiveram todos estes dias numa casa do Santuário de Fátima, perto de 40 pessoas entre equipa coordenadora e de logística tiveram também os 15 novos convivas deste Convívio Fraterno. Houve testemunhos, partilhas, convívio, momentos de encontro, de reflexão, oração, de emoção, de algumas lágrimas, de dúvidas e de interrogações. Mas também houve muitos momentos de certe- zas, de afirmação, de discussão, de descompressão, de convívio, de brincadeiras, sorrisos, gargalhadas e muita alegria. Foram três dias e quatro noites, quase, desligados do mundo mas ligados a Deus através do seu olhar, das suas palavras, das suas músicas e da sua harmoniosa transmissão de amor, paz, fé e de esperança a cada um de nós. “Toda a educação, no momento, não parece motivo de alegria, mas de tristeza. Depois, no entanto, produz naqueles que assim foram exercitados um fruto de paz e de justiça.” No final do terceiro dia houve o encerramento do nosso convívio no Seminário de Leiria onde estiveram presentes, todos aqueles que nele participaram e o organizaram, assim como familiares, amigos, antigos convivas e futuros, quem sabe. Esteve presente também e a fim de presidir a Eucaristia de encerramento, o nosso Bispo D. António Marto e foi uma honra para nós que ele assistis- se a todos aqueles nossos momentos de partilha daquela expe- riencia, de alegria, de compromisso e de testemunhos. E eu aqui vos deixo o meu: Á quatro meses, e sem estar á espera, acabei a noite no último convívio da nossa Diocese, o CF 1286. Cada um dos participantes e da equipa coordenadora deu o seu testemunho. Falavam da sua experiência naquele fim-de-semana. Sem conseguir entender muito bem do que eles todos falavam, senti que no próximo convívio gostava de participar... E aqui es- tou eu... Fui, sem saber exatamente para onde. Fui, sem saber o que ia fa- zer ou o que me esperava. Mas fui com uma curiosidade imensa de tentar intender e saber tudo aquilo que ouvi naquele encerra- mento. O facto de ir conhecer novas pessoas e talvez fazer novas amiza- des, admito que também ajudou. O dia chegou. E ali estávamos nós. Ao início, cada um á sua ma- neira mas todos um pouco incomodados. O engraçado e que aquela sensação que não nos conhecíamos foi ultrapassada rapi- damente. Cada dia que passava e cada momento que vivíamos era diferente do anterior e cada momento que estava para chegar era uma tre- menda curiosidade, mas era sentido quase como se fosse um prê- mio algo que merecíamos. Se alguém me perguntar como foi o meu fim-de-semana ou até aquilo que eu fiz, não vou saber o que falar. Simplesmente saberei dizer que nem tudo se explica, pois há coisas que não se perce- bem, sentem-se.... “Felizes, antes, os que escutam a Palavra de Deus e a põem em prá- tica” Lc 11, 28 Obrigada Senhor por me teres dado esta oportunidade! Mara Carreira CF 1308 Setúbal Uma experiência de amor, Comunhão e Partilha De 22 a 25 de Abril decorreu no lar de férias da casa do Gaiato, na serra da Arrábida o convívio fraterno 44 para casais. Não temos dúvidas que Nosso Senhor foi aos recur- sos humanos e nos recrutou casal a casal. Fomos os escolhidos para viver esta experiência de Amor, Comunhão, e partilha. Sentimos esta Igreja, este corpo místico, durante os três dias, em vários momentos, através da oração, das mensagens, das visitas e das coisas doces, pois quem ama também partilha e reza. Esteve connosco no segundo dia o nosso Bispo D. José Ornelas, partilhando as três dimensões essen- ciais no caminho da Igreja, (Cristo, Comunidade e Humanidade), que geram três áreas de interesse, (Espiritualidade, Fraternidade e Anúncio) e pro- movem três atitudes, (Discipulado, Serviço e Mis- são). Tivemos também a graça de ser acompanha- dos durante os três dias pelo diretor espiritual o Sr. Padre José Manuel Abreu. No encerramento, saboreámos a grande festa que é a Eucaristia onde os novos casais receberam o seu compromisso e a cruz símbolo do movimento dos convívios fraternos. Penso que todos saímos deste convívio com mais vontade de rezar, caminhar, partilhar, ser melhor, acima de tudo fazer tudo isto em casal, Igreja pe- quenina de casa, mas suporte essencial no amor e na felicidade. Vontade esta que está a ser vivida nes- te mês de Maria. Em cada dia que passa há um casal que recita o terço por todas as intenções deste Con- vívio. Louvado seja nosso Senhor. Fernando Ventura A proposta de fazer um Convívio Fraterno (CF) veio desde muito cedo e muito subtil. Sempre vivi num ambiente de CFs: os meus pais são convivas, fui várias vezes a encerramentos; achava piada e acabava por imaginar-me a fazer uma coisa igual, sem saber o que realmente se passava lá dentro. Os meus pais fizeram sempre questão de não referir o que se passava num CF ou então quando falam dis- so tinham conversas muito vagas. Olha cantámos isto! Fomos ali! Foi um fim-de-semana para não es- quecer! E eu acabava sempre a ficar na ignorância. À medida que eu fui crescendo é que começaram a aparecer os convites a sério. Pessoas da equipa, mi- nhas amigas, ou amigos dos meus pais, iam pergun- tando quando é que eu estava disponível, diziam que eu tinha que ir, diziam que fazia bem, diziam que era altamente. No entanto, eu acabava sempre a dizer: “Ainda não é este ano! Quando fizer 18, vou!” E a verdade é que quando fiz dezoito fui mesmo e aqui estou eu com o CF 1306 no meu currículo de cristã! Viver um CF não é: “ir ali passar um fim-de-sema- na no Seminário Maior de Coimbra” (ou outro lo- cal qualquer). Aliás, parece-me quase impossível que alguém que tenha feito algum CF, seja capaz de dizer isso. Um Convívio Fraterno marca sempre! Mesmo que vocês vão para lá para “passar o fim-de- semana”. Para mim, um CF é uma oportunidade de estar com Deus; é uma oportunidade de ver outros jovens como eu, com o mesmo ideal que eu! O meu CF, o 1306, foi, definitivamente, uma das melhores coisas que já tive na vida! CF é vida, é amor, é tris- teza, é felicidade, é arrependimento, é perdão, é amor (já tinha dito?), é amizade, é CRISTO! Bolas, vocês sabem lá! CF é a alegria de viver em Cristo e por Cristo! O CF 1306 foi o melhor e, para mim, será sempre o melhor! Fez-me pensar que tenho que ser mais, mas não posso querer que o mundo mude de um dia para o outro. Fez-me entender que, aos poucos, e através dos meus gestos, posso mostrar este Cristo a toda a gente, mesmo que a gente não o queira ver. Fez-me perceber que o amor do Pai não tem mes- mo fim e que é essencial cuidar dos outros, rezar pelos outros, falar com os outros. Não me posso li- mitar a viver Cristo sozinha, tenho que agir, servin- do na minha comunidade! Despeço-me então com um pedido aos Convivas mais velhos, que já têm mais experiência de vida cristã: desafiem! Desafiem este pessoal da minha idade ou mais velho, sobri- nhos, filhos, etc. Chamem os jovens para que a nos- sa igreja possa continuar a ser jovem. Alice CF 1306 - Coimbra CF 44 - Setúbal CF 1308 - Leiria/Fátima
  • 6. JOVENS EM ALERTA Abril/Maio/Junho 20166 Évora Tenho Sede de Ti Sede Santos Guarda 3 dias de alegria, partilha, oração e encontro Realizou-se nos passados dias 20 a 23 de Março de 2016 o Convívio Fraterno 1302, no Seminário Menor, em Vila Viçosa. 65 jovens, 38 dos quais pela primeira vez, responderam ao convite de deixarem, por três dias, as suas rotinas, responsabilidades, confortos, famílias, amigos e agarrarem a oportunidade de descobrir o Convívio Fraterno. Foi tempo de perceber que esta sede que sentimos nas nossas vidas nos inquieta e nos deixa como terra seca, sem água. Descobrimos que as muitas respostas que conhecemos nos deixam sempre incompletos, não nos chegam porque só em Deus encontramos a única Água que nos pode saciar na tristeza e na alegria, nas conquistas e nas derrotas, no pecado e na misericórdia, no grande e no pequeno, no complexo e no simples. Experimentámos este Deus que nos conhece e quer fazer caminho connosco, que não nos deixa sós, nos estende a mão e nos convida a viver com Ele em Igre- ja! Depois de viver o Convívio Fraterno percebemos que não podemos ficar agarra- dos ao nosso barco parado na praia, precisamos de soltar amarras e voar mais alto! Margarida Duarte Aveiro A Chave para o Amor Realizou-se entre 18 e 21 de Feverei- ro o Convívio Fraterno 1301, no IDE- SO, em Eirol. Foi aí que 17 novos con- vivas, sem saber muito bem para onde iam, com quem iam estar, e até mesmo o que iam fazer, decidiram confiar n’Ele e aceitar este desafio. Tendo a Porta de Misericórdia como imaginário, os novos convivas foram a cada dia convidados a “(…) desco- brir a profundidade da misericórdia do Pai que a todos acolhe e vai pessoal- mente ao encontro de cada um” (Papa Francisco), e a serem instrumentos de Deus. Através do Amor, da Parti- lha, do Perdão, da Compaixão e do Serviço, os novos convivas puderam aproximar-se mais d’Ele e descobrir a chave para abrir o seu próprio cora- ção, sem medo do futuro. Estes foram sem dúvida dias de parti- lha e de vivência do verdadeiro senti- do do que é ser cristão. Dias em que o simples olhar, sorriso e abraço, ga- nharam um significado especial… Dias que culminaram na Eucaristia de encerramento no Seminário de Aveiro, servindo de rampa de lança- mento para o início do 4º dia de cada um destes novos convivas. Que estes dias fiquem para sempre guardados no coração de cada um e que sejam fonte de força para que mesmo quando tudo parecer não fa- zer sentido, continuem a ser rostos de Cristo. De olhos postos no coração misericordioso de Deus, somos interpela- dos a meditar a Sua Palavra. Dela emerge o apelo mais profundo do Pai lançado aos seus filhos: «Sede santos, porque Eu sou santo». Esta é a Sua vontade. Em resposta a este desejo amoroso de Deus, somos convidados a colo- car-nos em caminho seguindo o trilho de Jesus Cristo, rosto perfeito do Pai e revelação plena da santidade. Na palavra, nos gestos e na totalidade da pessoa de Jesus Cristo reside o itinerário para a configuração do Ho- mem à vontade de Deus. Esta não é uma caminhada reservada a predestinados ou a sobredota- dos, é antes uma proposta universal aos que, pelo Batismo, são chama- dos a viver em plenitude a condição de filhos de Deus «criados à Sua imagem e semelhança». Neste caminho todos somos peregrinos! Ainda que tantas vezes os nossos passos sejam hesitantes e desalenta- dos, ainda que por vezes caiamos por terra, peregrinamos na certeza da Misericórdia de Deus que vem ao nosso encontro e abre o nosso cora- ção à esperança do seu amor incondicional. Na Misericórdia de Deus, fonte da Santidade, firmamos o nosso caminhar… Peregrinos na Santidade e na Misericórdia, deixemo-nos guiar pelo Es- pirito Santo. Sandra do Vale Bragança-Miranda “Criaste-nos para Ti Senhor, e o nosso coração está inquieto en- quanto não repousar em Ti”, dizia Santo Agostinho. E qual a melhor maneira de (re) descobrir esta grande verdade senão através de 3 dias de alegria, partilha, oração e encontro com Aquele que nos criou? Foi neste espírito que nos dias 23, 24 e 25 de Abril se realizou o Convívio Fraterno nº 1305 na Diocese da Guarda, onde 19 jo- vens aceitaram o desafio de co- nhecer mais intimamente este Je- sus que há mais de 2 mil anos continua a chamar homens e mu- lheres para serem seus apóstolos e testemunhas do Seu amor. O CF realizou-se no Centro Paroquial de Manteigas, no coração da Serra da Estrela, onde apesar do frio e do céu nublado, foi possível sentir a luz e o calor que brotou dos co- rações dos novos convivas que du- rante estes 3 dias foram desafiados a fazer um encontro íntimo consi- go mesmos, com Deus e com o próximo. As inquietações, dúvidas e a ansiedade inicial foram sendo substituídas pela confiança, parti- lha e alegria de quem faz uma ver- dadeira experiência de Cristo Res- suscitado, se descobre profundamente amado, e experi- menta a misericórdia do Pai, sem- pre de braços abertos para nos acolher. Com esta Verdade enrai- zada nos nossos corações, e a von- tade de anunciar este Jesus-Amor, os convivas puderam testemunhar esta sua alegria durante o encerra- mento do CF que decorreu no au- ditório do Centro Paroquial, pe- rante uma plateia atenta e acolhedora. Este terminou com a Eucaristia, verdadeiro sinal da presença de Cristo entre nós, pre- sidida pelo Bispo da Diocese da Guarda, D. Manuel Felício. A Equipa Coordenadora CF 1301 - Aveiro CF 1302 - Évora CF 1305 - Guarda
  • 7. BALADA DA UNIÃOAbril/Maio/Junho 2016 7 Tenho Saudades... Tenho saudades e não posso mas quero mudar isso! Eu sempre tive presente o significado de ter saudades, era mais ou menos quando queria muito mas não podia e ficava na ansiedade a contar os dias até ser possível! Mas essas sau- dades faziam-me sorrir, provocavam-me borboletas boas na barriga e elas formavam casa no meu interior até o dia maravilhoso chegar! Eu lembro-me que todas as segundas-feiras tinha saudades de sábado e de domingo, tinha saudades das corridas de bicicleta, de apa- nhar lagartixas, de ver desenhos animados pela manhã e da disponibilidade que esses dois dias representavam na minha vida, ainda sem compromissos! Todas as segundas-feiras es- perava ansiosamente por todos os sábados com uma saudades incríveis desses “pequenos dois dias” a que chamam de “fim-de-semana”. Na verdade, nunca entendi esse nome, para mim, nunca foi o fim mas sim o início de uma verdadeira aventura de brincadeiras e diver- timento. Tinha saudades e não podia nem queria mudar isso! Tinha mesmo muitas saudades mas passado cinco dias essas saudades desapareciam e vivia de novo a alegria que sempre me caracterizou. Eu tinha saudades mas esse sentimento sim- bolizava que o melhor da minha semana estava para chegar, significava tantos sorrisos e partilhas! A menina que se “alimentava” de sábado e domingo cresceu, e com ela cresceu a “vida adul- ta”, as responsabilidades, os compromissos e o relógio que teimou nunca mais me deixar! Tenho saudades e não posso mas quero mudar isso! Ainda tenho saudades dos fins-de-semana, já não simbolizam toda a disponibilidade da- quele tempo, porque mesmo nos meus dias preferidos o relógio continua a não me querer deixar. Agora é diferente! As borboletas acomodaram-se com o tempo e ajudaram-me a perceber que afinal as saudades nem sempre me fazem feliz! Tenho saudades e não posso mas quero mudar isso! Saudades que sufocam, que fazem chorar, que me pedem para não ficar; saudades que fa- zem doer a cabeça e que não me deixam parar de roer as unhas; saudades que me congelam os pés, que me tornam insegura e que me deixam a sonhar com outro mundo onde elas não existam! As borboletas ajudaram-me a perceber que quanto mais se ama mais saudades sentimos e mais esse amor nos pede um abraço, para estarmos perto, um olhar, as mãos dadas! Tenho saudades e não posso nem quero mudar isso! Afinal as saudades são o amor no seu estado mais puro e inocente, o amor que não contro- lamos nem comandamos, o amor que se sente de forma genuína e completamente de graça! As saudades foi um dos sentimentos mais nobres que Jesus criou no nosso coração, é a forma de mostrarmos o quanto queremos, o quanto gostamos! Eu penso que é a maneira de lutarmos todos os dias por todos os sábados e domingos da nossa vida! Com toda a certeza que hoje tenho muitas saudades mas não posso nem quero mudar isso! Ana Saldanha CF 1148 Bragança-Miranda Também eu sou chamado à santidade! O caminho para a santidade é a caridade vivida plenamente. Para que a caridade, como uma boa semente, cresça na alma e me frutifique, devo colocar em prática os ensinamentos de Jesus, realizar as obras de sua vontade, assumir o Evangelho e ser capaz de O amar e amar os irmãos. Este chamamento é um convite a viver na alegria cada momento da minha vida, praticando as obras de misericórdia. A vocação à santi- dade e a misericórdia caminham juntas…ser santo é viver em pleni- tude a minha vocação humana. Como respondo a este chamamento de Deus? Deixando-me transformar pela ação do Espírito Santo, conformando a minha vontade com a vontade de Deus. Tendo coragem e confiança de trilhar o caminho para a santidade sendo santo na Misericórdia… - Ir ao encontro de todas as pessoas levando-lhes a bondade e a ter- nura de Deus…e às fomes e sedes do mundo, eu saiba… “DAR DE COMER E DAR DE BEBER”. - Fazendo da minha própria vida um dom de amor para as pessoas que me rodeiam… Á nudez e à falta de tecto de tantos irmãos, eu saiba… “VESTIR E DAR ABRIGO”. - Vendo com olhos sinceros o irmão que encontro no caminho da vida e às enfermidades ou às prisões de tantos que sofrem, eu tenha a coragem de… “VISITAR E ASSISTIR”. - Abrindo o coração à esperança de ser amado para sempre, apesar da limitação do pecado, eu tenha a valentia de prestar um último gesto de amor… “SEPULTAR” - Com o olhar fixo na misericórdia, para me tornar sinal eficaz do agir do Pai, aos tristes e aos que sofrem, eu tenha a coragem e a pa- ciência de… “CONSOLAR E SOFRER”. - Reagindo diante das tribulações e das injustiças dos necessitados de orientação, esforçando-me por as aliviar, guiado pela sabedoria do Espírito e com amor e dedicação, que eu saiba “ACONSELHAR E ENSINAR”. - Tendo sempre como modelo, Jesus, que me ensina como deve ser a minha atitude para com os outros, com mansidão e humildade saiba superar a vingança e o ressentimento para com o próximo, e amavel- mente eu tenha a coragem de… “CORRIGIR E PERDOAR”. - De olhos postos na Igreja Universal, pensando na salvação de todas as almas, sem distinção, me aproxime constantemente da oração por- que a oração é uma força poderosa… e no silencio operante, eu não me canse de… “REZAR”. Neste Ano Santo, façamos a experiência de abrir o coração aos ir- mãos e às suas necessidades, transbordando misericórdia. Acolhamos com alegria o convite à santidade e apoiemo-nos uns nos outros, ajudando-nos mutuamente a viver segundo o Evangelho de Jesus, fazendo da própria vida um dom de amor para os que nos ro- deiam. Sejamos santos, tornemo-nos sinais visíveis do amor de Deus e da Sua presença no meio dos homens. Deixemo-nos conduzir pelo amor, vivamos a caridade plenamente e seremos guiados por Deus, porque Deus é amor. Abramos o coração a Deus e entreguemo-nos inteiramente a Ele. Manuela Pires Bragança-Miranda O caminho da Santidade O dia é de festa. As mamãs e os papás, uns meses antes, vão comprar às meninas e aos meninos as melhores roupinhas. Marca-se vez no cabeleireiro e contrata-se um fotó- grafo para registar o dia. Preparam-se os al- moços mais deliciosos e os bolos mais boni- tos. Convida-se a família e os amigos porque o menino ou a menina vai ler ou cantar e então é preciso ver o momento. Antes da hora da missa vai-se para a Igreja para pre- parar a procissão com as crianças todas ali- nhadinhas. As pessoas sorriem e comentam "oh que queridos" "oh que lindos" "oh que vestido tão bonito". Tiram-se muitas fotos e espera-se que a missa passe depressa que o mais importante é o almoço e "esperemos que o padre seja rápido na homilia que há mais que fazer". Os meninos e as meninas "tomam a hóstia" e mais umas quantas foto- grafias. Que festa tão bonita! Afinal o mo- mento merece. Para a maioria é a despedida da catequese, da Eucaristia e de tudo o que à Igreja diz respeito. Afinal, já se vestiu o ves- tidinho e o fatinho e já há fotografias para comprovar. Agora, se calhar, lá para o Cris- ma os meninos e as meninas regressam à catequesa, um ou dois meses antes porque para ser madrinha ou padrinho é preciso ter um papel que o comprove. Depois, um dia, se calhar, também se volta para "casar pela Igreja" porque afinal é muito mais pomposo e "chique". É que a Igreja é uma seca, uma hipocrisia e "os que andam lá são piores que os outros". Mas pronto...para fazer as festi- nhas até dá jeito. Por isso, o dia é de festa! Afinal é a última comunhão. Ou a primeira de uma dúzia. Fabiola Mourinho Bragança-Miranda A primeira e última comunhão ?!...
  • 8. BALADA DA UNIÃO Abril/Maio/Junho 20168 A fé na praça pública Pode um dos discursos mais ‘diabolizados’ do pontificado de Bento XVI ser uma in- fluência de peso no pontificado do Papa Francisco? Recuemos a 12 de setembro de 2006, quando o agora Papa emérito falava na Universidade de Ratisbona, no contexto do regresso à sua Baviera natal, lamentando que a sociedade ocidental cultivasse uma razão “surda” diante do divino, remetendo a religião para o âmbito da “subcultura”. Fe- chada ao diálogo, portanto. O tema tem marcado várias das respostas que o sucessor de Bento XVI tem dado quando confrontado pelos jornalistas sobre os problemas ligados ao fundamentalismo religioso, ao diálogo entre culturas e ao pa- pel dos crentes na praça pública. Francisco pediu na sua mais recente entre- vista que a laicidade do Estado seja respei- tadora da liberdade religiosa, incluindo a liberdade de exteriorizar a própria fé. Ou seja, que não remeta a convicção, a fé, para o âmbito do estritamente religioso, mas re- conheça vez e voz aos crentes, com as posi- ções que a sua consciência lhes dita. E aqui, mais uma vez, surgiu o tema das “subcultu- ras”, como há tinha acontecido em viagens internacionais à Ásia e aos EUA. A posição compreende-se: o terror e o medo criam o pânico, a rejeição, a descon- fiança, levam a que o património das reli- giões seja esquecido, diabolizado, como se os vários credos fossem inimigos da huma- nidade em vez de referências da defesa e promoção da dignidade humana, de valo- res fundamentais para a convivência social. A voz dos Papas fala por todos os crentes que não aceitam ser cidadãos de segunda e esperam que o mundo não desperdice a sua força de paz e de amor. A liberdade religio- sa transcende os lugares de culto, a esfera individual, rejeitando as tentativas de afas- tar os crentes da esfera pública. O direito de expressão na esfera pública passa também pelo reconhecimento de fe- riados, como tem acontecido em Portugal. O regresso da celebração do Corpo de Deus à quinta-feira é uma boa notícia, para mais porque é uma festa com um forte caráter público, de celebração na cidade e com a ci- dade. Octávio Carmo Amoris Laetitia "A alegria do Amor", é o título da Exorta- ção Apostólica pós-sinodal que o Papa Francisco assinou em 19 de Março passado, Solenidade de São José, e que foi apresentada a 8 de Abril, no Vaticano. A Exortação tem nove capítulos e cerca de 300 parágrafos assim como é concluída pelo papa com a oração à Santa Família. Este documento reúne os resultados dos dois Sínodos sobre a família convocados pelo Papa Francisco em 2014 e 2015, assim como de outros contributos também pertinentes. A exortação começa com a indicação de que a Palavra de Deus é como uma "companheira de viagem para as famí- lias que estão em crise ou imersas em alguma tribulação, mostrando-lhes a meta do caminho". Neste âmbito bíblico, o documento do papa insiste no caráter concreto, que esta- belece uma diferença substancial entre teorias de interpre- tação da realidade e ideologias. O Papa assinala mesmo que "sem escutar a realidade não é possível compreender nem as exigências do presente nem os apelos do Espírito"; pois "Jesus propunha um ideal exigente, mas não perdia jamais a proximidade compassiva às pessoas frágeis". O Papa Francisco dedica depois a reflexão a alguns ele- mentos essenciais do ensinamento da Igreja sobre o ma- trimónio e a família. Mostra a vocação à construção da família, tal como ela foi recebida pela Igreja ao longo dos séculos, sobretudo no que diz respeito à temática da indis- solubilidade, da sacramentalidade do matrimónio, da transmissão da vida e da educação dos filhos. Esta reflexão estende-se lembrando as famílias feridas, onde o Papa re- corda aos pastores que, "por amor à verdade, estão obriga- dos a discernir bem as situações", já que o grau de respon- sabilidade não é igual em todos os casos, acrescentando que "é preciso estar atentos ao modo como as pessoas vi- vem e sofrem por causa da sua condição". A Exortação Apostólica dedica especial atenção, numa das suas partes, ao amor no matrimónio. A reflexão alude à "transformação do amor" ao longo do casamento. Refere- se que as aparências físicas transformam-se e a atracão amorosa não se desvanece mas muda. "Não é possível pro- meter que teremos os mesmos sentimentos durante a vida inteira; mas podemos ter um projeto comum estável. O Papa Francisco centra-se depois na fecundidade e no ca- rácter gerador do amor. A gestação e a adoção são temas abordados. O documento papal não centra exclusivamente a sua reflexão na família "mononuclear", mas está cons- ciente da família como rede de relações alargadas. O Papa desenvolve também alguns caminhos de atuação pastoral de forma a orientar a edificação de famílias sóli- das. É referido e destacado o acompanhamento das pes- soas separadas ou divorciadas e sublinha-se a importância da recente reforma dos procedimentos para o reconheci- mento dos casos de nulidade matrimonial. É dado relevo ao sofrimento dos filhos nas situações de conflito a conclu- A Alegria do Amor Exortação Apostólica do Papa Francisco BALADA DA UNIÃO Propriedade Editorial e Administração Convívios Fraternos N.I.P.C. 503298689 Tlef: 234 884474 Fax: 234 880904 Email: convivios_fraternos@hotmail.com Director e Redactor: P. Valente Matos Isento de Registo na ERC ao abrigo do Decreto Regulamentar 8/99 de 9/6 artigo 12º, nº1-A Sede Rua Júlio Narciso Neves nº65 3860-129 Avanca são é clara de que "o divórcio é um mal". A situação das fa- mílias com pessoas com tendência homossexual também é referida no documento, insistindo na recusa de qualquer discriminação. A exortação papal dedica também no documento um espa- ço referencial à educação dos filhos, em todos os âmbitos, inclusive sexual. A expressão "sexo seguro" é referenciada como profundamente suspeita, pois transmite uma atitude negativa relativamente à finalidade procriadora natural da sexualidade. O documento é cuidadoso e delicado, no que se refere à mi- sericórdia e ao discernimento pastoral. O Papa utiliza, como síntese, três verbos muito importantes: "acompanhar, dis- cernir e integrar". Nessa linha de ideias e relativamente a um assunto bastante delicado, o papa dá como exemplo "os divorciados que vivem numa nova união, por exemplo" pois "podem encontrar-se em situações muito diferentes, que não devem ser catalogadas ou encerradas em afirmações demasiado rígidas, sem deixar espaço para um adequado discernimento pessoal e pastoral". Para o Papa Francisco "os batizados que se divorciaram e voltaram a casar civilmente devem ser mais integrados na comunidade cristã sob as diferentes formas possíveis, evi- tando toda a ocasião de escândalo". "A sua participação pode exprimir-se em diferentes serviços eclesiais". O sumo pontífice afirma, de forma central no documento, para que se compreenda a orientação e o sentido da Exorta- ção que "se se tiver em conta a variedade inumerável de si- tuações concretas (...) é compreensível que se não devia es- perar do Sínodo ou desta Exortação uma nova normativa geral de tipo canónico, aplicável a todos os casos. É possível apenas um novo encorajamento a um responsável discerni- mento pessoal e pastoral dos casos particulares". A espiritualidade conjugal e familiar merece uma palavra especial também nesta exortação, pois papa salienta que "nenhuma família é uma realidade perfeita, mas requer um progressivo amadurecimento da sua capacidade de amar". Em síntese, a exortação apostólica não pretende reafirmar desproporcionadamente a força o "ideal" da família, mas quer salientara sua realidade rica e complexa. Este docu- mento traz um olhar aberto, profundamente positivo, que não alicerça a sua apresentação em abstrações ou projeções ideais, masque lança um desafio concreto e uma atenção pastoral às realidades presentes. Esta exortação é um texto compacto de fundamentos espirituais e de sabedoria prática e relevante a cada casal ou a pessoas que desejam construir uma família. O documento reflete sobretudo ser o resultado uma experiência concreta com pessoas que sabem, a partir da experiência pratica, aquilo que é a família e o que repre- senta viver juntos durante vários anos, destacando-se a lin- guagem da experiência e da esperança.