Este documento discute tendências e desafios dos empreendimentos em rede. Apresenta que já é possível organizar coletivos estáveis em rede e que a maioria das organizações existentes são na verdade redes do tipo "Você e Seus Amigos". Discute também que é possível fazer negócios em rede, mas que atualmente eles geralmente só permitem uma sobrevivência modesta, em vez de enriquecimento.
Algumas notas sobre os desafios de empreender em redeaugustodefranco .
O autor descreve sua tentativa de configurar um "cluster de inteligência colaborativa" com amigos para empreender em rede. No entanto, ele observa que é mais fácil projetar do que implementar esse tipo de empreendimento distribuído, devido a fatores ambientais e estruturais que dificultam a emergência da inteligência coletiva. Ele argumenta que ambientes hierárquicos impedem o tempo necessário de interação para que esses sistemas se desenvolvam de forma autônoma e estável.
O documento descreve como as leis da Gestalt, como semelhança, proximidade, continuidade, fechamento, unificação, segregação e pregnância são aplicadas no design de capas de revistas para direcionar a percepção do leitor.
O documento define instituição social como uma estrutura social relativamente permanente marcada por normas e valores. Ele lista as principais instituições sociais como família, educação, religião, justiça, economia e política. Além disso, explica que as instituições sociais são interdependentes de tal forma que mudanças em uma podem afetar as outras.
O documento discute o conceito de gênero e como as diferenças entre homens e mulheres são socialmente construídas, não determinadas biologicamente. Aborda como as culturas criam padrões de gênero associados aos corpos masculinos e femininos, e como isso leva a desigualdades. Também apresenta breve histórico do movimento feminista e do desenvolvimento do conceito de gênero pelas ciências sociais.
Como a igreja pode usar o poder e alcance das mídias sociais (redes sociais) de forma estratégica? Seja para divulgar os seus eventos e novidades ou para compartilhar o evangelho, é possível!
Quer levar essa palestra para sua igreja ou comunidade? Entre em contato pelo e-mail contato@hzambianco.com ;)
*Palestra ministrada no evento GAIN da UCOB para comunicadores da Educação Adventista, na região Centro Oeste
Gerenciamento de conteúdo em mídias sociais / Start UpAline Broetto
O documento discute o gerenciamento de conteúdo em mídias sociais para marcas. Explica que é preciso gerar conteúdos relevantes para a marca e interagir com clientes nas mídias sociais. Também recomenda que as páginas sejam atualizadas pelo menos uma vez por dia com conteúdos relacionados ao negócio, e que isso pode promover a marca e gerar feedback dos consumidores.
O documento discute os princípios de layout e composição gráfica de grids, equilíbrio, unidade, ênfase e proporção. Explica como dividir elementos usando a proporção áurea e fornece exemplos de como aplicar esses princípios na criação de layouts para sites.
Políticas Culturais no Brasil - Lia CalabreLuana Colosio
Este documento discute as políticas públicas culturais no Brasil desde 1930, destacando iniciativas do governo Vargas, períodos de repressão durante a ditadura militar, e a criação do Ministério da Cultura e da Lei Rouanet. Apesar de avanços, as políticas culturais brasileiras sofreram com falta de continuidade e sistematização ao longo das décadas.
Algumas notas sobre os desafios de empreender em redeaugustodefranco .
O autor descreve sua tentativa de configurar um "cluster de inteligência colaborativa" com amigos para empreender em rede. No entanto, ele observa que é mais fácil projetar do que implementar esse tipo de empreendimento distribuído, devido a fatores ambientais e estruturais que dificultam a emergência da inteligência coletiva. Ele argumenta que ambientes hierárquicos impedem o tempo necessário de interação para que esses sistemas se desenvolvam de forma autônoma e estável.
O documento descreve como as leis da Gestalt, como semelhança, proximidade, continuidade, fechamento, unificação, segregação e pregnância são aplicadas no design de capas de revistas para direcionar a percepção do leitor.
O documento define instituição social como uma estrutura social relativamente permanente marcada por normas e valores. Ele lista as principais instituições sociais como família, educação, religião, justiça, economia e política. Além disso, explica que as instituições sociais são interdependentes de tal forma que mudanças em uma podem afetar as outras.
O documento discute o conceito de gênero e como as diferenças entre homens e mulheres são socialmente construídas, não determinadas biologicamente. Aborda como as culturas criam padrões de gênero associados aos corpos masculinos e femininos, e como isso leva a desigualdades. Também apresenta breve histórico do movimento feminista e do desenvolvimento do conceito de gênero pelas ciências sociais.
Como a igreja pode usar o poder e alcance das mídias sociais (redes sociais) de forma estratégica? Seja para divulgar os seus eventos e novidades ou para compartilhar o evangelho, é possível!
Quer levar essa palestra para sua igreja ou comunidade? Entre em contato pelo e-mail contato@hzambianco.com ;)
*Palestra ministrada no evento GAIN da UCOB para comunicadores da Educação Adventista, na região Centro Oeste
Gerenciamento de conteúdo em mídias sociais / Start UpAline Broetto
O documento discute o gerenciamento de conteúdo em mídias sociais para marcas. Explica que é preciso gerar conteúdos relevantes para a marca e interagir com clientes nas mídias sociais. Também recomenda que as páginas sejam atualizadas pelo menos uma vez por dia com conteúdos relacionados ao negócio, e que isso pode promover a marca e gerar feedback dos consumidores.
O documento discute os princípios de layout e composição gráfica de grids, equilíbrio, unidade, ênfase e proporção. Explica como dividir elementos usando a proporção áurea e fornece exemplos de como aplicar esses princípios na criação de layouts para sites.
Políticas Culturais no Brasil - Lia CalabreLuana Colosio
Este documento discute as políticas públicas culturais no Brasil desde 1930, destacando iniciativas do governo Vargas, períodos de repressão durante a ditadura militar, e a criação do Ministério da Cultura e da Lei Rouanet. Apesar de avanços, as políticas culturais brasileiras sofreram com falta de continuidade e sistematização ao longo das décadas.
O documento discute conceitos de marketing digital, incluindo:
- Marketing digital é toda ação de marketing direcionada aos meios digitais, sobretudo a internet;
- O marketing mudou de produção orientada para orientação ao cliente e relacionamento;
- A internet tornou-se o terceiro meio de maior alcance no Brasil atrás de rádio e TV.
O documento discute a violência contra a mulher, incluindo estereótipos de gênero, socialização, violência sexual, doméstica e feminicídio. Também aborda a Lei Maria da Penha e a importância do feminismo no combate à violência de gênero.
Este documento fornece instruções para a criação de um Book de Criação para a disciplina de Criação e Direção de Arte III. Ele detalha os requisitos para o briefing de criação, defesa da criação, apresentação das peças criadas e entrega final do projeto, que será avaliado em quatro quesitos chave.
Um estudo terminológico, baseado no trabalho do Professor Luís Mauro de Sá Martino. Aborda as muitas utilizações dos termos mediação e mediatização entre teóricos como Knut Lundby, Jean Baudrillard, Jürgen Habermas, John B. Thompson, Jesus Martin-Barbero, Guillermo Orozco Gomez, Stig Hjavard, Sonia Livingstone e Roger Silverstone
Este documento apresenta os objetivos e conteúdos de um curso de Marketing Digital. O curso abordará conceitos de marketing, planejamento e gestão de marketing digital, e-commerce, ferramentas do Google para marketing e mídias sociais.
Power Point do seminário apresentado na disciplina "A informação eletrônica em questão: os pensadores do ciberespaço" do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação – ECA-USP.
O documento discute a teoria aristotélica das quatro causas e como ela reflete a divisão social entre classes superiores e inferiores na Grécia Antiga. Também analisa como a física moderna reinterpretou essa teoria e como isso está relacionado à emergência da sociedade burguesa e da figura do trabalhador livre.
Orientacoes tecnicas sobre o paif tipificacao vol 1NandaTome
O documento apresenta orientações técnicas sobre o Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF) no Brasil, definindo-o de acordo com a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais. O PAIF é descrito como o principal serviço de proteção básica do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e tem como objetivo fortalecer vínculos familiares e comunitários para ampliar as perspectivas de vida de famílias vulneráveis.
Gêneros textuais no ensino de língua - MarcuschiGabriela Pileggi
O documento discute os conceitos de gênero textual, tipo textual e domínio discursivo. Apresenta diferentes perspectivas teóricas sobre gêneros textuais e critérios para nomeá-los. Também aborda a presença de gêneros na oralidade, nas diretrizes curriculares brasileiras e a proposta didática de sequências de atividades em torno de gêneros de Dolz e Schneuwly.
O documento discute os seguintes tópicos:
1) A semiótica estuda os modos como o homem significa o que o rodeia através de sistemas de signos;
2) A semiótica analisa diversos sistemas sígnicos como artes visuais, música, fotografia, cinema, entre outros;
3) Ao longo da história, diferentes teóricos desenvolveram abordagens à semiótica, como a visão triádica dos estoicos e as teorias de Saussure, Peirce e Greimas.
O documento discute a importância da família na formação dos jovens e na adaptação das crianças à sociedade. Uma boa educação familiar oferece uma base sólida para lidar com os desafios culturais e sociais da vida, enquanto a ausência da família pode levar os jovens ao vício e comportamentos fúteis. Além disso, uma família estável ajuda a criança a se sentir estável no meio em que vive.
O briefing é uma reunião entre agências e clientes para fornecer informações preliminares necessárias para o desenvolvimento de peças de comunicação. Um bom briefing deve fornecer informações concisas sobre o produto/serviço, mercado, consumidores e objetivos de forma a orientar o trabalho criativo da agência. Erros comuns incluem briefings muito longos/curtos, sistematizados demais ou dogmáticos que não transmitem as informações essenciais de forma clara.
Este documento discute o bullying nas escolas. Ele fornece definições de bullying, suas causas e consequências. Também descreve propostas de intervenção nas escolas, como palestras e questionários, para prevenir e combater o bullying.
O documento discute os conceitos de cultura, contracultura e cultura de massas. Define cultura como tudo o que o homem é capaz de realizar através da inteligência, incluindo tradições e conhecimentos transmitidos entre gerações. A contracultura surgiu na década de 1960 como forma de contestação aos valores estabelecidos, enquanto a cultura de massas é produzida pela indústria cultural e veiculada em larga escala.
Este documento discute diversidade e igualdade de oportunidades nas organizações. Primeiro, define diversidade como a convivência de pessoas com identidades e culturas distintas. Em seguida, distingue diversidade de igualdade de oportunidades, ressaltando que a existência da primeira não garante a segunda. Por fim, argumenta que as organizações precisam de políticas de igualdade para beneficiar-se da diversidade e promover o desenvolvimento de todos os grupos.
O documento discute os conceitos de grupo social, agregado social e suas características. Apresenta os tipos de grupos sociais como grupos primários, secundários e intermediários. Também define conceitos como status social, papel social, normas, valores e outros elementos que estruturam a organização social.
Apoio Técnico na elaboração do Plano de Ação do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Florianópolis (CMDCA), para o ano de 2015.
O documento discute a importância de valores humanos universais como amor, verdade, ação correta, paz e não-violência para a construção de uma cultura de paz. Defende que a educação para a paz é essencial para superar a violência no mundo e que deve abranger não apenas crianças e jovens, mas também adultos, promovendo a conscientização sobre as três ecologias: pessoal, social e planetária.
Introdução à Publicidade e Propaganda - Aula 02 - Agência de PopagandaThiago Ianatoni
O organograma e fluxograma de uma agência de publicidade. Departamentos e profissionais, etapas do processo. Visão geral. Apresentação para apoio às aulas na Faculdade Joaquim Nabuco para a disciplina de Introdução à Publicidade e Propaganda.
Vida e Morte das Empresas na Sociedade em Rede O Livroaugustodefranco .
- A expectativa média de vida das empresas está caindo vertiginosamente, com empresas tradicionais sendo abatidas pelo próprio mercado, não pela intervenção estatal. A duração média das empresas americanas caiu de 75 para 15 anos nos últimos setenta anos.
- A redução da duração média é função de vários fatores como aumento do número de empresas, facilidade de abertura e fechamento, expansão do crédito, viabilidade de empresas sem infraestrutura física.
- Grandes corporações não podem mais evitar iniciat
Este documento discute a importância das redes para a sustentabilidade empresarial no século 21. Primeiramente, afirma que tudo que é sustentável tem padrão de rede, como ecossistemas e organismos vivos. Em seguida, argumenta que precisamos abandonar velhas ideias sobre sustentabilidade que não levam em conta a organização em rede. Por fim, defende que precisamos adotar uma abordagem baseada em redes para alcançar a sustentabilidade, já que só redes podem ser sustentáveis.
O documento discute conceitos de marketing digital, incluindo:
- Marketing digital é toda ação de marketing direcionada aos meios digitais, sobretudo a internet;
- O marketing mudou de produção orientada para orientação ao cliente e relacionamento;
- A internet tornou-se o terceiro meio de maior alcance no Brasil atrás de rádio e TV.
O documento discute a violência contra a mulher, incluindo estereótipos de gênero, socialização, violência sexual, doméstica e feminicídio. Também aborda a Lei Maria da Penha e a importância do feminismo no combate à violência de gênero.
Este documento fornece instruções para a criação de um Book de Criação para a disciplina de Criação e Direção de Arte III. Ele detalha os requisitos para o briefing de criação, defesa da criação, apresentação das peças criadas e entrega final do projeto, que será avaliado em quatro quesitos chave.
Um estudo terminológico, baseado no trabalho do Professor Luís Mauro de Sá Martino. Aborda as muitas utilizações dos termos mediação e mediatização entre teóricos como Knut Lundby, Jean Baudrillard, Jürgen Habermas, John B. Thompson, Jesus Martin-Barbero, Guillermo Orozco Gomez, Stig Hjavard, Sonia Livingstone e Roger Silverstone
Este documento apresenta os objetivos e conteúdos de um curso de Marketing Digital. O curso abordará conceitos de marketing, planejamento e gestão de marketing digital, e-commerce, ferramentas do Google para marketing e mídias sociais.
Power Point do seminário apresentado na disciplina "A informação eletrônica em questão: os pensadores do ciberespaço" do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação – ECA-USP.
O documento discute a teoria aristotélica das quatro causas e como ela reflete a divisão social entre classes superiores e inferiores na Grécia Antiga. Também analisa como a física moderna reinterpretou essa teoria e como isso está relacionado à emergência da sociedade burguesa e da figura do trabalhador livre.
Orientacoes tecnicas sobre o paif tipificacao vol 1NandaTome
O documento apresenta orientações técnicas sobre o Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF) no Brasil, definindo-o de acordo com a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais. O PAIF é descrito como o principal serviço de proteção básica do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e tem como objetivo fortalecer vínculos familiares e comunitários para ampliar as perspectivas de vida de famílias vulneráveis.
Gêneros textuais no ensino de língua - MarcuschiGabriela Pileggi
O documento discute os conceitos de gênero textual, tipo textual e domínio discursivo. Apresenta diferentes perspectivas teóricas sobre gêneros textuais e critérios para nomeá-los. Também aborda a presença de gêneros na oralidade, nas diretrizes curriculares brasileiras e a proposta didática de sequências de atividades em torno de gêneros de Dolz e Schneuwly.
O documento discute os seguintes tópicos:
1) A semiótica estuda os modos como o homem significa o que o rodeia através de sistemas de signos;
2) A semiótica analisa diversos sistemas sígnicos como artes visuais, música, fotografia, cinema, entre outros;
3) Ao longo da história, diferentes teóricos desenvolveram abordagens à semiótica, como a visão triádica dos estoicos e as teorias de Saussure, Peirce e Greimas.
O documento discute a importância da família na formação dos jovens e na adaptação das crianças à sociedade. Uma boa educação familiar oferece uma base sólida para lidar com os desafios culturais e sociais da vida, enquanto a ausência da família pode levar os jovens ao vício e comportamentos fúteis. Além disso, uma família estável ajuda a criança a se sentir estável no meio em que vive.
O briefing é uma reunião entre agências e clientes para fornecer informações preliminares necessárias para o desenvolvimento de peças de comunicação. Um bom briefing deve fornecer informações concisas sobre o produto/serviço, mercado, consumidores e objetivos de forma a orientar o trabalho criativo da agência. Erros comuns incluem briefings muito longos/curtos, sistematizados demais ou dogmáticos que não transmitem as informações essenciais de forma clara.
Este documento discute o bullying nas escolas. Ele fornece definições de bullying, suas causas e consequências. Também descreve propostas de intervenção nas escolas, como palestras e questionários, para prevenir e combater o bullying.
O documento discute os conceitos de cultura, contracultura e cultura de massas. Define cultura como tudo o que o homem é capaz de realizar através da inteligência, incluindo tradições e conhecimentos transmitidos entre gerações. A contracultura surgiu na década de 1960 como forma de contestação aos valores estabelecidos, enquanto a cultura de massas é produzida pela indústria cultural e veiculada em larga escala.
Este documento discute diversidade e igualdade de oportunidades nas organizações. Primeiro, define diversidade como a convivência de pessoas com identidades e culturas distintas. Em seguida, distingue diversidade de igualdade de oportunidades, ressaltando que a existência da primeira não garante a segunda. Por fim, argumenta que as organizações precisam de políticas de igualdade para beneficiar-se da diversidade e promover o desenvolvimento de todos os grupos.
O documento discute os conceitos de grupo social, agregado social e suas características. Apresenta os tipos de grupos sociais como grupos primários, secundários e intermediários. Também define conceitos como status social, papel social, normas, valores e outros elementos que estruturam a organização social.
Apoio Técnico na elaboração do Plano de Ação do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Florianópolis (CMDCA), para o ano de 2015.
O documento discute a importância de valores humanos universais como amor, verdade, ação correta, paz e não-violência para a construção de uma cultura de paz. Defende que a educação para a paz é essencial para superar a violência no mundo e que deve abranger não apenas crianças e jovens, mas também adultos, promovendo a conscientização sobre as três ecologias: pessoal, social e planetária.
Introdução à Publicidade e Propaganda - Aula 02 - Agência de PopagandaThiago Ianatoni
O organograma e fluxograma de uma agência de publicidade. Departamentos e profissionais, etapas do processo. Visão geral. Apresentação para apoio às aulas na Faculdade Joaquim Nabuco para a disciplina de Introdução à Publicidade e Propaganda.
Vida e Morte das Empresas na Sociedade em Rede O Livroaugustodefranco .
- A expectativa média de vida das empresas está caindo vertiginosamente, com empresas tradicionais sendo abatidas pelo próprio mercado, não pela intervenção estatal. A duração média das empresas americanas caiu de 75 para 15 anos nos últimos setenta anos.
- A redução da duração média é função de vários fatores como aumento do número de empresas, facilidade de abertura e fechamento, expansão do crédito, viabilidade de empresas sem infraestrutura física.
- Grandes corporações não podem mais evitar iniciat
Este documento discute a importância das redes para a sustentabilidade empresarial no século 21. Primeiramente, afirma que tudo que é sustentável tem padrão de rede, como ecossistemas e organismos vivos. Em seguida, argumenta que precisamos abandonar velhas ideias sobre sustentabilidade que não levam em conta a organização em rede. Por fim, defende que precisamos adotar uma abordagem baseada em redes para alcançar a sustentabilidade, já que só redes podem ser sustentáveis.
Sete aprendizagens sobre inovação na sociedade-em-redeaugustodefranco .
1) Não é possível mudar apenas a dinâmica de funcionamento de uma empresa sem mudar também o seu padrão de organização.
2) Uma mudança só é possível quando se parte do conhecido para o desconhecido, e não do conhecido para o conhecido.
3) Inovação produz resultados inesperados, portanto não é possível controlá-la tentando verificar se foram alcançados resultados esperados.
REDES SÃO AMBIENTES DE INTERAÇÃO, NÃO DE PARTICIPAÇÃOaugustodefranco .
Este documento discute as diferenças entre interação e participação em redes sociais. Afirma que redes são ambientes de interação, não de participação, pois a interação é espontânea entre pessoas, enquanto a participação envolve aderir a algo pré-existente. Também argumenta que plataformas digitais atuais são baseadas em participação, não interação, o que as torna menos adequadas para articulação de redes sociais.
[1] O documento fornece recomendações e ressources introdutórios sobre redes sociais para quem está começando a estudar o assunto.
[2] É recomendado ler três textos fundamentais de Barabási, Watts e Christakis & Fowler para entender as bases do estudo de redes.
[3] A lista de 15 idéias provocativas sobre redes sociais é apresentada para estimular a reflexão, embora nem todos os membros da Escola-de-Redes concordem com todas as idéias.
Une soirée dégustation de brandy ça vous dit?
Venez découvrir différents produits de la Cidrerie Michel Jodoin! Une dégustation verticale animée par Jf Pilon!
This document discusses European standards and regulations for biofuels. It outlines the EU policy to increase the required percentage of biofuels blended into transportation fuels to 5.75% in 2010, 7% in 2015, and 10% in 2020. It also summarizes the progress made in developing CEN standards for biodiesel (EN 14214) and ethanol (prEN 15376) and the need to further develop standards to allow higher blends of biofuels to match advances in engine technology. The conclusion states that high-quality biofuel standards compatible with engine requirements are essential to enable the sustainable use of biofuels blended with fossil fuels.
This document outlines a week-long summer jewelry making course for $679, significantly less than the usual price of $1250. The course is aimed at people aged 12 to 99 who want to learn metalworking skills like sawing, piercing, filing, soldering, and texturing. Each day focuses on a different project - making a pendant, ring, earrings, and brooch - and techniques are built upon throughout the week. The small class takes place in the teacher's home studio in Toronto, and includes materials, lunch, and one-on-one instruction from a professional jeweler.
This document discusses acute myocardial infarction (AMI), also known as a heart attack. AMI occurs when blood flow to the heart is blocked, injuring the heart muscle due to lack of oxygen. It is caused by a buildup of cholesterol, fat, and white blood cells in the coronary arteries. AMI can be diagnosed if a patient experiences chest pain for over 20 minutes and has changes on their electrocardiogram (ECG) and increasing and decreasing levels of cardiac biomarkers. Common biomarkers for AMI include creatine kinase, creatine kinase-MB, cardiac troponins, and myoglobin. These biomarkers are detectable in blood and can help determine the extent and timing of the heart injury.
Découvrons le monde des whisky vieillis en fût de sherry! 3 produits en dégustation accompagnés de 3 bière et d'une présentation de Jean-François Pilon.
Valdorado produces de-alcoholized wines through a physical process that removes alcohol while retaining other characteristics. The document describes the de-alcoholization process and health benefits of moderate wine consumption. It then provides tasting notes and analyses for Valdorado's red, white, and de-alcoholized wine products at 0.5%, 4.5%, and 8.5% alcohol levels. Contact information is listed at the end.
This document summarizes the goals and products of Goals Unlimited Corporation (GUC), a health and wellness company. GUC aims to be a leader in health and wealth care delivery through its alkaline water ionizer product. The alkaline flask water ionizer alkalizes the body, detoxifies toxins, ionizes and mineralizes water, and energizes the body. It helps prevent chronic diseases and promotes a healthy lifestyle through balanced nutrition, exercise, rest, and spending time outdoors. The document promotes purchasing multiple sets of the alkaline flask to receive additional free units and generate a return on investment through GUC's referral program.
Kajang is a town located 21 km from Kuala Lumpur in the state of Selangor, Malaysia. It has experienced rapid population growth of around 9% annually due to migration, with the population reaching 795,522 in 2010. The town relies on commuter trains, buses, and taxis for transportation. Land use in Kajang consists primarily of housing, industrial areas, agriculture land, and forests. Environmental issues include ensuring adequate water supply and quality, moderate air quality, addressing climate change impacts, and promoting recycling.
Los números enteros han evolucionado a lo largo de la historia, desde los antiguos sumerios que utilizaban un sistema de numeración posicional hasta el desarrollo de los números negativos y la notación algebraica moderna.
O documento discute tendências e desafios de empreendimentos em rede. Apresenta as organizações da categoria VESA (Você e Seus Amigos), que são redes informais e estáveis de pessoas. Também aborda se é possível viver de um negócio em rede atualmente e explica que já é possível montar um negócio em rede, mas ainda não é fácil ganhar muito dinheiro com isso nas circunstâncias atuais.
O documento discute porque iniciativas de "redes corporativas" costumam falhar, argumentando que: 1) Redes impostas de cima para baixo por hierarquias raramente funcionam, pois redes verdadeiras surgem organicamente; 2) Monitorar e controlar redes com métricas rígidas as transforma em hierarquias, não redes; 3) Para estimular a inovação, é necessário mudar os padrões de organização centralizados para modelos mais distribuídos que favoreçam a interação espontânea.
O documento discute a transição de organizações hierárquicas para organizações em rede. Afirma que já existe uma "fórmula" para essa transição: é preciso criar redes distribuídas dentro da organização. Isso pode ser feito articulando uma rede entre os stakeholders da organização e permitindo que eles proponham novas configurações e processos em rede.
Este documento discute a transição de organizações hierárquicas para organizações em rede. O autor argumenta que já descobrimos a "fórmula" para esta transição, que é a própria rede. Ele afirma que a mudança necessária é alterar a topologia e conectividade da rede social dentro da organização para promover uma mudança nos padrões de relacionamento entre as pessoas. Isso permitiria a emergência de uma organização em rede dentro da organização existente.
Oito iniciativas para deixar florescer a empresa-viva que já existe dentro da sua velha empresa-hierárquica. Excertos do livro Vida e Morte das Empresas na Sociedade em Rede, de Augusto de Franco (2011)
Este documento discute as características das redes sociais distribuídas. Uma rede social distribuída conecta pessoas ponto a ponto, sem um centro de controle, permitindo que fluxos de informação e iniciativas sejam gerados organicamente pelos próprios membros da rede. Diferentemente de redes centralizadas ou descentralizadas, as redes distribuídas promovem a cooperação espontânea ao invés da competição, por meio da interação e polinização mútua entre os comportamentos individuais.
O documento discute os desafios da sustentabilidade empresarial e a necessidade de mudança para um modelo de organização em rede. Aponta que tudo que é sustentável tem padrão de rede e que as empresas precisam abandonar práticas não sustentáveis baseadas em hierarquia, adotando em seu lugar a articulação de redes sociais e a transição para uma estrutura em rede.
1. O documento discute o conceito de netweaving, que é a "arte de tecer redes" para conectar pessoas e fortalecer comunidades online.
2. Ele explica os tipos de redes, a importância da colaboração e do conteúdo gerado pelo usuário, e como a troca de valores simbólicos motiva as interações nas redes.
3. O documento também fornece melhores práticas para promover a participação ética nas redes, como o uso da influência ética e o gerenciamento de conflitos.
Workshop de Netweaving na Comunicação OrganizacionalMarcel Ayres
Workshop da PaperCliQ sobre Netweaving na Comunicação Organizacional Online. Realizamos em março de 2010, como parte de um treinamento in-company para funcionários de uma empresa baiana. Veja mais workshops em www.slideshare.net/papercliq
Trabalho sobre o Artigo "Dez Razões para ter uma Rede Social em sua Empresa"Graziela Dias
01) As redes sociais já existem e é melhor para as empresas usá-las internamente do que deixá-las sem controle;
02) Redes sociais internas podem ajudar a construir a memória institucional de uma empresa e indicar seu futuro;
03) Essas redes sociais internas podem gerar identificação entre funcionários e a organização, aumentando o comprometimento.
As 3 frases são:
1) O documento discute a diferença entre redes sociais digitais e redes sociais como um padrão de organização distribuído.
2) Apesar de milhões de pessoas se registrarem em sites de rede social, poucas atuam de fato em redes ou abandonam a organização hierárquica em outros aspectos da vida.
3) O autor argumenta que pequenos grupos podem começar a fazer redes dentro de organizações hierárquicas, criando zonas autônomas e corrompendo os mecanismos
O que já aprendi sobre o design e implementação de redes sociais corporativasAna Barroso
O documento fornece 10 lições aprendidas sobre a implementação de redes sociais corporativas. As lições incluem a importância de mapear a cultura existente, envolver líderes informais, garantir que a plataforma atenda às necessidades dos usuários e alinhar a tecnologia com as práticas culturais da organização.
Este documento discute as resistências à adoção de modelos de rede nas organizações. Argumenta-se que (1) as pessoas tendem a ficar em seus "quadrados" competitivos ao invés de cooperar, (2) isso ocorre porque a cultura empresarial foi contaminada por uma ideologia de mercado individualista e hierárquica, e (3) estruturas mais distribuídas e cooperativas são necessárias para que as organizações aproveitem plenamente os benefícios das redes.
Material apresentado por Edu Sangion [@edusangion] em sua palestra na ESAMC Campinas.
O foco da apresentação está em suas experiências com mídias sociais à frente do blog Senso Incomum.
http://sensoincomum.com.br/
Este documento fornece uma introdução às redes, definindo-as como sistemas compostos por nós e conexões que permitem interações entre elementos dispersos. Explora diferentes tipos de redes, incluindo redes sociais facilitadas pelas tecnologias digitais, e discute como as redes podem ser centralizadas, descentralizadas ou distribuídas.
Este documento discute os desafios da sustentabilidade empresarial e a necessidade de mudança para um modelo de rede. Ele argumenta que (1) as empresas não são sustentáveis porque não estão organizadas como redes e (2) a transição para um modelo de rede requer aprender sobre redes e netweaving para começar a aplicar esses conceitos nas empresas.
Este documento fornece uma introdução sobre redes, explicando que redes são compostas de nós e conexões e podem ser vistas em muitos sistemas. Discute o que são redes sociais e como sites de redes sociais permitem a formação de redes de pessoas. Também diferencia entre redes centralizadas, descentralizadas e distribuídas.
O documento discute as dificuldades das organizações hierárquicas em aceitar o padrão de rede e a cooperação. A resistência vem de pressupostos não declarados como a ideia de que pessoas são competitivas por natureza. Além disso, a cultura empresarial foi contaminada por uma ideologia de mercado que valoriza a competição. Essas organizações têm dificuldade em aprender sobre redes enquanto se mantêm hierárquicas.
O documento discute como as empresas precisam adotar padrões de interação em rede para serem bem-sucedidas no mundo digital. Ele argumenta que as empresas precisam se abrir para a inovação externa e interagir de forma distribuída, ao invés de operar de forma hierárquica e fechada. A transição para uma estrutura em rede é essencial para acompanhar o ritmo da inovação na sociedade digital.
Este documento discute o papel das redes sociais na comunicação da sociedade no século XXI. Analisa os principais tipos de redes sociais no Brasil em 2013, perfis de usuários e como as redes sociais podem ser usadas para divulgar notícias, embora seja necessária cautela para verificar a credibilidade das informações. Um caso sobre a divulgação incorreta da morte de uma celebridade através das redes sociais é usado para ilustrar este ponto.
Franco, Augusto (2017) Conservadorismo, liberalismo econômico e democraciaaugustodefranco .
O documento resume dez princípios conservadores propostos por Russell Kirk. O primeiro princípio é a crença em uma ordem moral duradoura, baseada na ideia de que a natureza humana é constante e as verdades morais são permanentes. Entretanto, essa visão de ordem moral pré-existente pode levar a uma justificação autocrática do poder em vez de democrática.
Franco, Augusto (2018) Os diferentes adversários da democracia no brasilaugustodefranco .
O documento discute a classificação de forças políticas proposta por Takis Pappas para a Europa e argumenta que ela não se aplica ao Brasil. Propõe uma nova classificação com antidemocratas (de direita e esquerda), neopopulistas e populistas autoritários como adversários da democracia no país.
1) A democracia está sob ataque em todo o mundo e o número de democracias não tem aumentado no século 21. 2) Populistas e neopopulistas autoritários como Trump, Putin e outros estão ganhando poder e ameaçando a democracia. 3) Esquerda e direita se unem contra a globalização e a favor do autoritarismo, representando uma ameaça à democracia e à emergência de uma sociedade em rede.
El documento presenta la idea de que existe una "Matrix realmente existente" que deforma el campo social y hace que las personas se comporten de manera replicante. La Matrix se carga en las personas a través de la familia, la escuela, la iglesia, las organizaciones y el trabajo, haciéndolas actuar como si estuvieran bajo la influencia de un sistema de creencias y valores compartidos. Sin embargo, las personas no se dan cuenta de que al actuar basadas en estas creencias básicas, están reproduciendo una realidad social deformada.
1) Cortar custos é necessário durante crises, mas as empresas devem cortar os "custos invisíveis", como custos de transação, sinergia e atrito de gestão, ao invés de demitir funcionários. 2) Esses custos invisíveis, como burocracia e falta de colaboração, podem ser maiores do que os custos aparentes. 3) Transformando a organização e gestão da empresa em sistemas mais baseados em rede pode reduzir esses custos e trazer mais inovação e sustentabilidade à longo prazo.
1) O documento discute duas perspectivas para explicar o fenômeno da aprendizagem: a perspectiva informacionista e a perspectiva da deriva ontogênica.
2) O autor argumenta que a perspectiva informacionista requer interações instrutivas e não é compatível com sistemas determinados estruturalmente como os seres vivos.
3) A perspectiva da deriva ontogênica é compatível com sistemas determinados estruturalmente e explica a aprendizagem como resultado da história de interações e mudanças estruturais congr
CONDORCET, Marquês de (1792). Relatório de projeto de decreto sobre a organiz...augustodefranco .
1) A instrução pública deve ser universal, igualitária e abranger todas as idades para garantir que todos os cidadãos tenham acesso ao conhecimento.
2) Os estabelecimentos de ensino devem ser independentes de qualquer autoridade política para assegurar a livre disseminação do conhecimento.
3) A liberdade do ensino é essencial para o progresso das ciências e das luzes, e nenhum poder deve ter o direito de limitar o ensino de novas ideias.
NIETZSCHE, Friederich (1888). Os "melhoradores" da humanidade, Parte 2 e O qu...augustodefranco .
Nietzsche critica os "melhoradores" da humanidade que tentam seduzir as pessoas para dentro de instituições como a Igreja. Ele argumenta que a Igreja tornou as pessoas fracas ao invés de melhorá-las e que coisas boas como a beleza raramente podem ser compartilhadas por todos. Nietzsche também afirma que os alemães carecem de espírito e coragem para defender suas próprias opiniões.
1) O documento descreve um projeto de investigação-aprendizagem sobre padrões autocráticos em obras de ficção e filmes.
2) O objetivo é identificar padrões de organização e regulação hierárquica presentes em diferentes contextos, como no nazismo, marxismo e ditaduras.
3) Um exemplo dado é o culto ao trabalho presente nos campos de concentração nazistas e soviéticos.
O documento discute as principais ameaças à liberdade e paz mundial: 1) o neo-expansionismo russo sob Putin e 2) a expansão do jihadismo islâmico. Não há solução fácil para essas ameaças estatistas senão uma "mudança de época" através de uma democratização radical das sociedades que deslegitime os Estados e proto-Estados autoritários.
Textos de Augusto de Franco publicados no Facebook, entre maio e setembro de 2014, sobre o Decreto 8.243/2014 que institui a Política Nacional de Participação Social - PNPS e o Sistema Nacional de Participação Social - SNPS, e dá outras providências
1) O autor argumenta que as eleições nem sempre consolidam a democracia e podem, na verdade, conspirar contra o processo de democratização em países com governos autocráticos.
2) Ele aponta exemplos recentes como Síria, Egito e Turquia onde eleições foram realizadas, mas não promoveram a democracia.
3) No Brasil, o autor afirma que o processo eleitoral vem sendo usado pelo governo do PT para enfraquecer a democracia, ao invés de consolidá-la.
1. O documento descreve um programa de aprendizagem democrática baseado na leitura de romances e filmes clássicos que abordam temas como distopias e autocracias.
2. O programa consiste em 10 módulos realizados ao longo de 100 dias, cada um contendo um romance e um filme, além de um teste.
3. Os fundamentos do programa incluem o estudo do "padrão Darth Vader" de comportamento autoritário para reconhecê-lo onde quer que surja.
Democracia cooperativa: escritos políticos escolhidos de John Deweyaugustodefranco .
FRANCO, Augusto e POGREBINSCHI, Thamy (editores) (2008) Democracia Cooperativa - Escritos Políticos Escolhidos de John Dewey. A versão final desta obra foi impressa em papel. Porto Alegre: ediPUCRS, 2008.
Como configurar um ambiente de investigação-aprendizagem openscience em sua escola. Capacitação teórica e opção de programa prático para educadores e gestores escolares e extraescolares.Programa intensivo de aprendizagem para agentes de educação que desejam configurar novos ambientes inovadores de pesquisa ou investigação em escolas e outras organizações. Programa presencial ofertado pelo LABE=R em São Paulo.
Programa de Aprendizagem Política a distância, ofertado pelo LABE=R (Laboratório da Escola-de-Redes), com 80 horas (estimadas) de duração, realizado totalmente pelo Facebook, de junho a setembro de 2014.
This document from Human Rights Watch investigates alleged human rights violations committed by Venezuelan security forces in response to protests since February 2014. It documents 45 cases of serious abuses, including unlawful killings, torture, arbitrary arrest and detention, and violations of due process rights. The abuses appeared to target both protesters and those documenting the security response, and occurred across multiple states. Prosecutors and judges failed to properly investigate and enable accountability. While some protesters have used violence, evidence suggests many victims of security force abuses were nonviolent or not engaged in criminal activity at the time.
1) O documento discute como as redes sociais permitem que as pessoas se conectem e se organizem em grupos maiores.
2) Quatro grandes descobertas sobre como as pessoas interagem em redes são: tudo clusteriza, tudo pode enxamear, tudo clona, e grupos menores têm mais poder.
3) Exemplos históricos mostram como manifestações em massa ocorreram em resposta a eventos políticos em locais como o Egito, Ucrânia e Venezuela.
2. Empreendimentos em rede: tendências e desafios
Augusto de Franco, 2013.
Versão Beta, sem revisão.
A versão digital desta obra foi entregue ao Domínio Público.
Domínio Público, neste caso, significa que não há, em relação a versão digital desta
obra, nenhum direito reservado e protegido, a não ser o direito moral de o autor ser
reconhecido pela sua criação. É permitida a sua reprodução total ou parcial, por
quaisquer meios, sem autorização prévia. Assim, a versão digital desta obra pode ser –
na sua forma original ou modificada – copiada, impressa, editada, publicada e
distribuída com fins lucrativos (vendida) ou sem fins lucrativos. Só não pode ser
omitida a autoria da versão original.
FRANCO, Augusto de
Empreendimentos em rede: tendências e desafios / Augusto de Franco. – São
Paulo: 2013.
36 p. A4 – (Augusto de Franco 1)
1. Redes sociais. 2. Empresas. 3. Augusto de Franco. I. Título.
http://www.augustodefranco.org
2
4. APRESENTAÇÃO
Neste texto vamos examinar por que damos às vezes respostas
inconsistentes ou inverídicas para as seguintes perguntas (em vez de falar
sobre as tendências e desafios que já percebemos neste momento):
É possível organizar (na prática) um coletivo estável de pessoas em
rede ou isso é apenas uma tendência (apontada pela teoria) que só
será aplicável no futuro, quando toda sociedade já estiver mais
conectada em rede?
Já é possível fazer um negócio em rede? Se sim, é possível fazer um
negócio em rede distribuída (ou mais distribuída do que
centralizada)?
Um negócio em rede, nas circunstâncias do mundo atual (quer
dizer, neste exato momento) é sustentável em termos econômicos?
É possível viver de um negócio em rede? É possível ficar rico (ou
ganhar muito dinheiro, ou pelo menos ganhar um bom dinheiro)
com um negócio em rede? Ou um negócio assim por enquanto dá
apenas, no máximo, para uma sobrevivência (austera)?
4
5. Em que medida um consultor, coacher ou netweaver pode ajudar
outras pessoas a organizar negócios em rede se ele mesmo não tem
experiência de ter feito negócios em rede que "deram certo"?
É possível criar um ambiente realmente de rede para estimular o
surgimento de negócios em rede? Como fazer isso? Um ambiente
de rede é um equipamento (por exemplo, uma casa, um
laboratório, um local de eventos, de trabalho coletivo, de
cocriação)? Um equipamento desse tipo pode ser montado por
alguém antes da interação (quer dizer, antes da existência de uma
rede de pessoas da qual emergiu tal necessidade)? Um
equipamento desse tipo pode ser montado com o objetivo de atrair
pessoas para fazer a rede?
Qual o papel do financiamento na estruturação de novos negócios
em rede? Quem investe faz parte da rede em igualdade de
condições com os investidos (ou detém poderes regulatórios
aumentativos em relação aos demais)? Neste caso, não introduz
centralizações deformando a rede?
É possível fazer a transição de uma empresa hierárquica para uma
empresa em rede? Isso independe do tamanho da empresa ou do
ramo do negócio? Quais os riscos envolvidos nesse processo?
Temos exemplos de empresas que fizeram a transição do seu
padrão hierárquico para um padrão de rede (mais distribuída do
que centralizada)? Em que medida isso deu certo?
Quais os exemplos de empresas em rede já funcionando que
podemos conhecer?
5
6. INTRODUÇÃO
Com a transição da sociedade hierárquica para a sociedade em rede - e a
percepção da emergência de novos fenômenos sociais interativos - muitas
pessoas passaram a se interessar pelo tema das redes, pelos mais variados
motivos.
Vamos focalizar neste texto o subconjunto crescente daquelas pessoas
que, de algum modo, estão interessadas em empreendimentos em rede.
Vejamos alguns exemplos:
Empreendedores em geral (ou seja, pessoas que querem montar
um negócio inovador, pessoal de startups idem e, também, gente
que quer descobrir outras maneiras mais cooperativas de trabalhar
em rede e sobreviver disso);
Consultores de inovação em empresas tradicionais e outras pessoas
que se dedicam ao coaching (com ou sem fins lucrativos) com o
objetivo de apoiar os que querem organizar novos negócios em
rede;
Pessoas que têm responsabilidades de direção em empresas já
constituídas, que estão preocupadas com inovação e que
6
7. descobriram que há alguma relação intrínseca entre redes e
inovação.
Ouvimos diariamente dessas pessoas muitas perguntas. Neste texto
sustento que é sempre melhor falar a verdade apontando realmente quais
são as tendências e os desafios.
UMA CONVENÇÃO
Uma convenção preliminar. Doravante neste texto, salvo menção em
contrário, a expressão "em rede" será usada para designar "em rede
distribuída" ou "em rede mais distribuída do que centralizada".
7
8. Ninguém pode entender o que é rede se não entender a diferença entre
descentralização e distribuição. O melhor caminho para entender tal
diferença é ler o velho paper On distributed communications, de Paul
Baran (Santa Mônica: Rand Corporation, 1964). No mencionado paper
sugiro espiar diretamente a figura acima. Entre a monocentralização (o
grau máximo de centralização, que no diagrama de Baran aparece como
rede centralizada) e a distribuição máxima (todos os caminhos possíveis,
correspondendo ao número máximo de conexões para um dado número
de nodos - que não aparece no terceiro grafo do diagrama de Paul Baran,
por razões de clareza de visualização), existem muitos graus de
distribuição. É entre esses dois limites que se realiza a maioria das redes
realmente existentes.
Os diagramas de Baran são autoexplicativos. Mas as consequências que
podemos deles tirar não são. O primeiro corolário relevante é que a
conectividade acompanha a distribuição. Inversamente, quanto mais
centralizada for uma rede, menos conectividade ela possui. O segundo
corolário relevante é que a interatividade acompanha a conectividade e a
distributividade. Inversamente, quanto mais centralizada é uma rede,
menos interatividade ela possui.
Quem quiser saber mais sobre as relações entre a topologia de uma rede
e as características de uma empresa deve ler o texto Processos de Rede
em Empresas, que está disponível no link http://goo.gl/AwTE08
8
9. AS ORGANIZAÇÕES DA CATEGORIA VESA
A primeira pergunta que ouvimos de todas as pessoas interessadas em
empreendimentos em rede é a seguinte:
É possível organizar (na prática) um coletivo estável de pessoas em
rede ou isso é apenas uma tendência (apontada pela teoria) que só
será aplicável no futuro, quando toda sociedade já estiver mais
conectada em rede?
Esta é uma pergunta geral que fazem (e se fazem) tanto empresários e
gestores de empresas tradicionais curiosos com o tema, quanto pessoas
que querem empreender em rede. Costumo dizer que a maior parte das
organizações que existem hoje ou que já surgiram em qualquer época na
história é composta por organizações em rede. Fazendo uma brincadeira
(mas é verdade), digo que essas organizações - que somam bilhões - são
da categoria VESA. Diante do espanto do interlocutor esclareço que a sigla
significa "Você E Seus Amigos".
As VESAS são organizações em rede (mais distribuída do que centralizada).
Não têm chefe, não têm hierarquia. Mas o fato de serem informais não
significa que não sejam organizações (formas estáveis, com estrutura
característica, de agrupamentos de pessoas).
9
10. Isso é significativo porque essas estruturas do tipo VESA estão presentes
em todo lugar, inclusive nas organizações hierárquicas de qualquer setor.
Inclusive nas empresas fortemente centralizadas elas estão lá, embaixo de
várias camadas de entulho hierárquico (que foram sobrepostas pelos
modelos de gestão baseados em comando-e-controle). As pessoas se
conhecem, experimentam o coleguismo e se comprazem na convivência,
muitas viram amigas e passam a manter relações recorrentes: namoram,
vão ao cinema e ao shopping, combinam happy hours, vão ao jogo ou ao
show, levam seus filhos para brincar na mesma praça ou no clube ou na
praia, frequentam as casas umas das outras, planejam viagens coletivas;
enfim: são pessoas interagindo de modo mais distribuído do que
centralizado e quando isso acontece... acontecem as redes! Não importa o
propósito: a rede é um padrão de organização, não um tipo determinado
de entidade que tenha necessariamente um objetivo ou finalidade.
Em termos de quantidade não há nem como comparar essas formas
estáveis de sociabilidade horizontal com aquelas que têm topologia
centralizada (ou mais centralizada do que distribuída), como as entidades,
instituições e organizações formais verticais do Estado, do mercado ou da
sociedade civil. É outra ordem de grandeza: as primeiras são dezenas de
bilhões enquanto que as segundas não passam de poucas centenas de
milhões.
Então não se trata de inventar algo que ainda não existe ou que existe
apenas embrionariamente. Não. A maior parte da nossa experiência de
relacionamento estável, desde que existe o Homo Sapiens (há pelo menos
10
11. 250 mil anos), se deu em estruturas mais distribuídas do que
centralizadas, quer dizer, em rede.
A pergunta, então, não é por que as organizações não são em rede e sim
por que existem organizações que não são em rede. O problema é que as
pessoas ficam procurando "organizações hierárquicas em rede" e aí não
podem achar mesmo.
Ora, para "fazer" rede não é preciso fazer quase nada. Deveríamos
perguntar, portanto, o que é necessário fazer para impedir que as pessoas
se relacionem horizontalmente ou de forma mais distribuída do que
centralizada, porque, aí sim, é necessário fazer muita coisa. Capturar,
condicionar e direcionar fluxos (me refiro aqui aos fluxos da convivência
social) para erigir hierarquias é muito mais difícil do que deixar fluir.
Esclarecido este ponto, podemos passar às questões mais específicas
feitas
pelos
diferentes
grupos
empreendimentos em rede.
11
de
pessoas
interessadas
em
12. É POSSÍVEL VIVER DE UM NEGÓCIO EM REDE?
Vamos ver agora algumas perguntas feitas por empreendedores, incluindo
nessa categoria aquelas pessoas que desejam montar um negócio
inovador, passando pelo pessoal de startups idem e por gente que quer
descobrir outras maneiras mais cooperativas de trabalhar em rede e
sobreviver disso.
Suas três principais perguntas são:
Já é possível fazer um negócio em rede? Se sim, é possível fazer um
negócio em rede distribuída (ou mais distribuída do que
centralizada)?
Um negócio em rede, nas circunstâncias do mundo atual (quer
dizer, neste exato momento) é sustentável em termos econômicos?
É possível viver de um negócio em rede? É possível ficar rico (ou
ganhar muito dinheiro; ou, pelo menos, ganhar um bom dinheiro)
com um negócio em rede? Ou um negócio assim por enquanto dá
apenas, no máximo, para uma sobrevivência (austera)?
Vamos falar a verdade: as tendências e desafios que conseguimos divisar
neste momento indicam que sim, que já é possível fazer um negócio em
12
13. rede - sobretudo no sentido estrito e fraco do conceito (ver abaixo) - mas
ainda não é possível ganhar muito dinheiro com isso. Negócios em rede,
em geral, permitem uma sobrevivência parca nas circunstâncias atuais.
Claro que, antes disso, é preciso entender o que é exatamente um negócio
em rede. Estamos tomando aqui as palavras negócio e empreendimento
como sinônimos (se o empreendimento for lucrativo).
Em um sentido muito geral, todo negócio é em rede (e digo mesmo: em
rede mais distribuída do que centralizada), ainda que não se identifique
essa rede (que sempre existe), como "dona" ou autora do negócio. No
entanto, olhando apenas a unidade empreendida (o negócio stricto
sensu), nem sempre ele é configurado como uma rede: se for, então o
negócio (ou empreendimento) é em rede (stricto sensu). A partir daí já
podemos divisar alguns elementos importantes para caracterizar um
negócio em rede (stricto sensu).
Temos, entretanto, que distinguir negócios em rede (mesmo stricto sensu)
no sentido forte do conceito e no sentido fraco do conceito. As quatro
primeiras proposições abaixo valem para ambos, as duas últimas apenas
para cada um:
1 - Em qualquer sentido, forte ou fraco do conceito, um negócio em
rede não pode ser um negócio individual, simplesmente porque não
existe rede de um indivíduo. Costumo dizer que, se definimos redes
como múltiplos caminhos, então nem uma dupla de nodos - "A
interagindo com B" - forma uma rede (porque aí o caminho é único,
ainda que transitivo: A <=> B). Então são necessárias pelo menos
13
14. três pessoas (o "átomo-rede"): "A interagindo com B (e B com A,
porque por definição há transitividade na interação) e A interagindo
com C (idem) e C interagindo com B (idem-idem)".
2 - Ainda num sentido forte ou fraco do conceito, cabe acrescentar
que não vale considerar A, B e C como estruturas hierárquicas
(organizações centralizadas de pessoas). Redes (sociais) são redes
de pessoas. Empreendimentos ou negócios em rede são redes
sociais (e não associais ou antissociais, no sentido maturaniano do
termo). Então A, B e C só podem ser pessoas (ou redes de pessoas).
Redes de empresas (centralizadas) não são redes: uma rede de
supermercados não é rede, a Rede Globo não é rede, Herbalife não
é rede, uma rede de escolas públicas governamentais não é rede.
3 - Igualmente num sentido forte ou fraco do conceito, também não
vale encarar os recursos não-humanos utilizados por um
empreendimento como constituintes da suposta rede (como é feito,
em alguns casos, com certos empreendimentos tomados como
exemplos, como o Airbnb). Podemos ter um conjunto de recursos
não-humanos constelados em rede e, mesmo assim, não ter um
empreendimento em rede se os recursos propriamente humanos
não estiverem configurados como rede (e sim como hierarquia).
4 - Por último, tanto para o sentido forte quanto para o sentido
fraco do conceito, os "donos" (ou acionistas ou quaisquer tipos de
quotistas com direito a uso patrimonial) de um negócio em rede são
todos os que compõem o negócio. Se o negócio é composto por
14
15. duas categorias - os donos e os empregados dos donos - então ele já
não pode ser caracterizado como um negócio em rede, mesmo que
os donos estejam organizados (entre si) em rede distribuída,
tenham as mesmas quotas e os mesmos direitos econômicos etc.
5 - No sentido forte do conceito, um negócio em rede não pode ser
fechado, não pode se constituir como unidade isolada do
ecossistema composto por seus stakeholders diretos (aqueles
imediatamente ligados em até 'n' graus de separação - poder-se-ia
arbitrar o valor de 'n' por convenção - conquanto, a rigor, não seja
assim se tomarmos o negócio em rede em sentido mais amplo,
como um negócio social propriamente dito). Na verdade a rede que
representa o negócio é esse ecossistema. O que significa que o
negócio em rede social é um metabolismo daquele mundo social,
daquela sociosfera onde ele surge e se realiza como tal (como
negócio). Negócios em rede - no sentido forte do conceito - são
comunidades móveis de negócios conformados na rede dos seus
stakeholders. São, portanto, fluxos ecossistêmicos.
6 - Num sentido fraco do conceito, negócios em rede podem se
constituir como redes de pessoas que se associam para empreender
lucrativamente,
interagindo
com
o
ecossistema
de
seus
stakeholders mas mantendo restritos a um cluster determinado os
direitos de uso patrimonial e a autonomia operacional (sendo que
devem permanecer válidas - como condições necessárias - as quatro
primeiras proposições desta lista de características).
15
16. Pois bem. Negócios (stricto sensu) em rede, no sentido fraco do conceito,
não são fontes de grande riqueza neste momento, o que não significa que
não venham a ser no futuro (e em futuro bem próximo, a julgar pelo
aumento alucinante da interatividade numa sociedade-em-rede).
Mas não se deve enganar as pessoas dizendo que o mundo das redes é o
mundo da abundância (confundindo de propósito abundância de
conexões ou caminhos com possibilidades de apropriação privada de
abundantes recursos); ou, pior ainda, dizendo que haverá dinheiro
abundante na rede para todos no curto prazo. Não, no curto prazo não
haverá.
E não haverá porque os negócios tradicionais ainda deformam o campo
social de um modo tal que as iniciativas de empreendimentos que não
tenham seu DNA tendem a ser automaticamente expelidas, recusadas ou
preteridas pelo mercado. Isso está mudando velozmente, é verdade. Mas
ainda não mudou a ponto de podermos afirmar que já há excelentes
oportunidades lucrativas para todos, independentemente da forma como
se organizem. Não há. Quem quiser fazer negócios em rede, mesmo no
sentido fraco do conceito, vai ralar um bocado. A não ser que trapaceie,
chamando de rede o que não atende às quatro primeiras proposições da
lista de características (expostas acima) de negócios stricto sensu em rede.
É possível discordar dessa avaliação, claro, mas quem discordar deve
apresentar contra-exemplos de empreendimentos lucrativos em rede no
qual as pessoas estão tendo uma excelente (ou mesmo uma satisfatória)
remuneração (não vale, porém, citar exemplos de trapaças).
16
17. O papo de que tudo que colocarmos na rede voltará para nós multiplicado
parece ser verdade de um ponto de vista de uma ecologia da dádiva. Mas
isso é válido para a rede-mãe (um termo que criei para designar aquela
rede que existe pelo fato de sermos pessoas - entroncamentos de fluxos -,
independentemente de nossos esforços conectivos voluntários) e,
portanto, para os negócios em rede social lato sensu.
Ou seja, isso é válido, para lançar mão de uma metáfora cinematográfica
(do filme Avatar), para a "rede neural biobotânica de Pandora", mas não
para um conjunto de pessoas atraídas por razões instrumentais - em geral
com o objetivo de ganhar dinheiro - para um propósito, projeto ou
equipamento propostos por nós e que então resolvemos chamar de
"rede". Esse é um papo dos que querem organizar negócios em rede para
os outros e que examinaremos a seguir.
17
18. COMO AJUDAR PESSOAS A CONSTRUIR NEGÓCIOS EM REDE
Vamos ver agora as perguntas dos consultores de inovação em empresas
tradicionais e outras pessoas que se dedicam ao coaching (com ou sem
fins lucrativos) com o objetivo de apoiar os que querem organizar novos
negócios em rede. As pessoas que se enquadram nesta categoria não
fazem muitas perguntas. Essas pessoas, por definição, são as que se
prepararam para fornecer respostas... Mas não é possível que elas, ao
menos intimamente, não se façam também algumas perguntas como as
seguintes (são perguntas que eu mesmo me faço, já que me enquadro
nesta categoria de netweaver, conquanto não me dedique a organizar
ninguém para montar negócios em rede):
Em que medida um consultor, coacher ou netweaver pode ajudar
outras pessoas a organizar negócios em rede se ele mesmo não tem
experiência de ter feito negócios em rede que "deram certo"?
É possível criar um ambiente realmente de rede para estimular o
surgimento de negócios em rede? Como fazer isso? Um ambiente
de rede é um equipamento (por exemplo, uma casa, um
laboratório, um local de eventos, de trabalho coletivo, de
cocriação)? Um equipamento desse tipo pode ser montado por
alguém antes da interação (quer dizer, antes da existência de uma
18
19. rede de pessoas da qual emergiu tal necessidade)? Um
equipamento desse tipo pode ser montado com o objetivo de atrair
pessoas para fazer a rede?
Qual o papel do financiamento na estruturação de novos negócios
em rede? Quem investe faz parte da rede em igualdade de
condições com os investidos (ou detém poderes regulatórios
aumentativos em relação aos demais)? Neste caso, não introduz
centralizações deformando a rede?
Só pode ter um entendimento profundo das redes para atuar como
netweaver (articulador e animador de redes) quem experimenta se
organizar em rede. Uma compreensão intelectual não basta: do contrário,
todas as pessoas inteligentes, que fossem capazes de entender os
rudimentos das teorias da nova ciência das redes (e a maioria das pessoas
é suficientemente inteligente para tanto), estariam aptas a ser
netweavers: sim, elas poderiam de fato ser (netweavers), mas não são
enquanto ocupam "lugares" em hierarquias que são contraditórios com o
netweaving. Em outras palavras, o que se diz aqui é tautológico: para
articular e animar redes (o objetivo do netweaver) é necessário articular e
animar redes (a experiência do netweaver).
No caso daquelas pessoas que querem ajudar outras pessoas a construir
negócios em rede isso também é válido. Seria necessário que essas
pessoas estivessem fazendo negócios em rede. Do contrário não há como
responder à seguinte pergunta: "Por que você orienta as pessoas a fazer
negócios em rede se, você mesmo, não faz negócios em rede (e, pelo
contrário, vive de negócios tradicionais que não são em rede)?"
19
20. Não se deve dizer às pessoas que vivam no fluxo (ou do fluxo) quando, nós
mesmos, não vivemos. Não se pode - sob pena de estar trapaceando dizer às pessoas que elas não devem fazer açudes (porque isso represaria
o fluxo) quando, nós mesmos, vivemos de um açude.
Quem tem que trabalhar cotidianamente para sobreviver, quem não tem
açude, quem vive no fluxo ou do fluxo, pode ficar numa situação muito
difícil quando o fluxo fica menos volumoso (e ele às vezes fica, podemos
dar isso como certo nas atuais circunstâncias). Então não podemos
enganar as pessoas com promessas de prosperidade em rede, de dinheiro
fácil em rede.
Para compreender o fluxo é preciso se jogar no fluxo, pular no abismo da
interação, experimentar as alegrias e agruras dessa condição instável e
arcar com as suas consequências favoráveis e desfavoráveis.
Todavia, é possível, sim, estimular negócios em rede. Pode-se fazer isso
configurando ambientes favoráveis à emergência de empreendimentos
(de todo tipo, não apenas lucrativos, não apenas negócios) em rede. Em
geral empreendimentos lucrativos em rede surgem sempre coligados ou
sinergicamente relacionados à empreendimentos não lucrativos, porque
ambos fazem parte de um mesmo metabolismo da rede social (nós é que
separamos o que é lucrativo, o que é negócio, do que não é).
Configurar ambientes é a resposta. Mas a questão é: como fazer isso? Em
primeiro lugar precisamos entender o que é um ambiente do tipo descrito
acima. McLuhan disse, com razão, que é o ambiente que muda as pessoas
e não a tecnologia. Um ambiente não é um espaço físico, não é um prédio,
20
21. não é uma ferramenta virtual (ainda que possam ser necessários espaços
físicos, prédios e ferramentas virtuais) - que são tecnologias. Um ambiente
é, portanto, tudo o que sobra, tirando essas e outras tecnologias. Ora, o
que sobra são... as pessoas interagindo para configurar o ambiente; ou
seja, o que sobra é a rede social.
É a rede que configura e que, mais do que isso, constitui o ambiente. É
essa rede que, a partir da sua interação, vai dizer de qual tipo de
tecnologia vai precisar. Às vezes vai precisar de um grande auditório, às
vezes de um laboratório com equipamentos, às vezes não vai precisar de
nada disso: apenas de um plataforma como o GitHub.
Se aportamos as estruturas (físicas e virtuais) antes da interação, se
disponibilizamos as tecnologias (de qualquer tipo) antes da rede
manifestar suas necessidades e propósitos, então não estamos
configurando um ambiente favorável à emergência de empreendimentos
em rede, simplesmente porque, neste caso, não foi a rede que configurou
e constituiu o ambiente. Neste caso o ambiente não existe, a rede não
existe e os nossos esforços são direcionados à capturar pessoas para
conformá-la e rechear a estrutura vazia que montamos (e que achamos
que é o ambiente). Ou seja, neste caso estamos tratando de rede, sim,
mas de rede de pescar! Um instrumento para pescar pessoas (e suas
ideias). Isso raramente dá certo, se é que deu alguma vez. Ambientes de
rede não podem ser reservatórios de gente para pescarmos em aquário
("fish in the barrel"). Redes sociais não são redes de pescar.
21
22. Se capturamos membros para uma rede que tem um objetivo já
determinado por nós ex ante à interação, estamos manipulando. Se nosso
objetivo for lucrativo (como alcançar mais riqueza) então os membros
serão encarados como potenciais investidos, clientes, consumidores,
fornecedores. Se nosso objetivo for sem fins lucrativos - como alcançar
mais reputação, mais prestígio; ou até mesmo hierárquicos, como
conquistar mais poder ou glória - então os membros serão encarados
como instrumentos de nossos propósitos, escadas, recursos dos quais
devemos lançar mão para concretizar nosso plano.
Quem quer fazer redes não pode arquitetar secretamente um plano, uma
estratégia, uma tática, em que os outros (os membros da rede) sejam
peões, peças da máquina ou recursos humanos funcionais para a
realização de seus objetivos.
Quem quer fazer redes não pode manipular pessoas. Isso não é uma
prédica moral, não! É só porque, quando manipulamos, centralizamos.
Mas a pergunta que vem agora é a seguinte: por que algumas pessoas
acham que devem manipular as outras pessoas?
Creio que a razão para tal comportamento está mais radicada na velha
vibe da concorrência mercantil do que propriamente numa intenção
deliberada de enganar os outros. Sim, a concorrência empresarial própria das velhas empresas hierárquicas e fechadas - que encara todo
mundo que não somos "nós" como "nosso" potencial inimigo é uma
cultura muito resiliente, que resiste e ainda vai resistir por muito tempo às
22
23. mudanças que já estão se processando em uma sociedade cada vez mais
em rede.
Então qualquer pessoa que não conseguiu se desvencilhar dessa cultura
pode, mesmo que não seja este seu desejo ou seu objetivo consciente,
reproduzi-la em ambientes (que deveriam ser) de rede. Isso acontece com
mais frequência quando estão em jogo atividades potencialmente
lucrativas. O lucro, quer dizer, não a produção de resultados positivos e
sim a apropriação privada de um sobrevalor gerado socialmente, acaba
turvando a visão dos empreendedores e dos que querem estimular
empreendedores com objetivos lucrativos.
Mas não é o lucro em si o problema e sim a expectativa hierarquizante de
vencer, subir na vida, fazer sucesso, se destacar dos semelhantes, que
frequentemente vem associada à busca do lucro (quando o lucro deixa de
ser uma obrigação normal das atividades lucrativas e passa a ser um
objetivo instrumental para obter mais poder - o poder de mandar nos
outros - e alcançar a glória).
Basta dar uma olhada na ideologia adotada por organizações como
Endeavor para ver a que ponto pode chegar a deformação. Em diferentes
graus de intensidade (ou de deformação) todo movime
nto de startups também está contaminado por crenças e comportamentos
semelhantes. E essas visões e práticas também se fazem presentes
naqueles investidores alternativos de capital de risco, angels investors e
assemelhados.
23
24. O problema é quando o investidor quer ser netweaver, mas atua como
aqueles caras que montam prédios, alojamentos e acampamentos para
incubar, acelerar e - obviamente - para comprar com preferência,
negócios inovadores emergentes.
Se um investidor individual, criador (e legalmente dono ou titular) de um
ambiente estruturado para o surgimento de negócios em rede (ou que
detenha neste ambiente poderes regulatórios aumentativos em relação
aos demais) puder escolher (em desigualdade de condições com outros
investidores) em quais negócios surgidos em rede ele vai investir, então
esse tipo de relação com os negócios surgidos em rede certamente
introduz centralizações deformando a rede.
Não é legal comprar as pessoas. Isso não casa muito bem com ambientes
de rede. Não é legal atrair pessoas com a promessa de financiar seus
projetos.
Não que o interesse financeiro, o desejo de ganhar um bom dinheiro ou a
necessidade de ganhar algum dinheiro para sobreviver não sejam
importantes. São importantíssimos. Mas dificilmente uma rede social
(quer dizer, uma rede de pessoas) voluntariamente articulada começará
assim.
Na década passada, quando me dedicava full time ao desenvolvimento
local, travei mil vezes esse debate com um ilustre ex-Ministro da Fazenda
e vários economistas. Eles diziam: "Tem que atrair o pessoal pelo bolso".
Eu respondia: "Se atrair pelo bolso não vai sobrar nada". Porque ganhar
dinheiro, naquele caso, fazia parte do metabolismo de uma comunidade,
24
25. era uma função do seu capital social ou do fluxo ecossistêmico próprio de
cada cluster. Uma pessoa individualmente interessada em ganhar dinheiro
fora desse fluxo, vai ficar correndo atrás das oportunidades que
aparecerem. Dez anos depois, pelo visto, a mesma conversa continua.
Como capital social não é nada mais do que a rede social, minha resposta
também continua a mesma.
25
26. A TRANSIÇÃO PARA A EMPRESA EM REDE
Passemos agora às pessoas das empresas hierárquicas. Suas três principais
perguntas são:
É possível fazer a transição de uma empresa hierárquica para uma
empresa em rede? Isso independe do tamanho da empresa ou do
ramo do negócio? Quais os riscos envolvidos nesse processo?
Temos exemplos de empresas que fizeram a transição do seu
padrão hierárquico para um padrão de rede (mais distribuída do
que centralizada)? Em que medida isso deu certo?
Quais os exemplos de empresas em rede já funcionando que
podemos conhecer?
Para responder estas perguntas, creio que devemos evitar os subterfúgios
e falar a verdade.
É claro que é possível a transição de uma empresa hierárquica para uma
empresa em rede. O processo já está em curso em boa parte das
empresas, em maior ou menor intensidade, tenham ou não as direções
dessas empresas consciência disso e tenham ou não deliberado tomar
medidas específicas para "fazer a transição". Por que? Ora, porque a
26
27. estrutura
das
empresas
está
ficando
mais
distribuída
e
seus
procedimentos estão ficando menos autocráticos. A empresa monárquica
associada ao Estado hobbesiano do início do capitalismo não é mais a
mesma. Está mudando por exigências de adaptação a um mundo que
também não é mais aquele da época das primeira grandes manufaturas. É
o óbvio.
A transição para um padrão de rede não é a substituição de um modelo
por outro. Não há um novo modelo, um novo desenho, ao contrário do
que apregoam muitos gurus da administração empresarial. O que há é o
aumento do grau de distribuição (que altera a topologia do padrão de
organização) com a compatível democratização dos modos de regulação:
a transição é exatamente isso. E nada mais.
Assim, não existem exemplos de grandes empresas que fizeram
totalmente a transição do seu padrão hierárquico para um padrão de
rede. A expressão "totalmente" não cabe porque não há um ponto de
chegada (um novo modelo para substituir pelo antigo).
Acompanhando - cada qual no seu próprio passo, com maior ou menor
sinergia (ou, às vezes, até temporariamente resistindo) - à transição para
uma sociedade em rede, as empresas vão tentando se adaptar para
sobreviver às novas condições ambientais. Não há um mesmo ritmo. Não
haverá um mesmo resultado. Muitas empresas desaparecerão (ou se
estilhaçarão, dando origem a novas empresas). Algumas empresas
remanescerão com estruturas fortemente centralizadas e conseguirão, a
despeito disso, sobreviver por um tempo razoavelmente longo. Outras,
27
28. conseguirão se redesenhar como estruturas mais distribuídas do que
centralizadas (mas ainda com graus significativos de centralização). E
outras, ainda, adotarão estruturas fortemente distribuídas e se
transformarão em outra coisa.
As empresas que chegarem ao "final" da transição (se houvesse um final,
mas não há) não serão mais as mesmas empresas que foram e nem algo
que tradicionalmente se identifique como empresa (tal como hoje se
entende o conceito).
Como disse Fernando Baptista, "tem que ficar claro que uma empresa
pode ser menos hierárquica, pode aumentar os graus de distribuição,
pode até ser um nascedouro de bolhas [zonas mais distribuídas do que
centralizadas no seu interior] e que ela, inclusive, pode passar a ter
fronteiras menos definidas (como áreas cinzas)... mas que empresa é
instituição enquanto que empreender é ação e que o empreender pode
ocorrer dentro de empresas ou fora delas". A confusão se dá, segundo
Baptista, "quando as pessoas pensam que o "empreender em rede" leva à
"empresa em rede"; na verdade é o contrário: a transição significa que a
ideia de "empresa" (instituição) dá lugar à de "empreender" (ação livre e
cooperativa em rede). O destino último de uma empresa que transita para
rede seria deixar de ser empresa e tornar-se ação empreendedora".
Mas não se trata, quando falamos de transição, de destinos últimos e sim
de trajetórias diversas de adaptação. O que é impossível encontrar são
exemplos de empresas em rede hierárquicas (instituições centralizadas
reconhecidas atualmente como empresas).
28
29. A empresa totalmente não-hierárquica será outro tipo de arranjo,
provavelmente não identificável como empresa. Mas é preciso ver que os
casos
centralização
máxima
e
distribuição
máxima
são
casos
(matemáticos) limites: entre uma organização totalmente centralizada e
uma organização totalmente distribuída temos um amplo espectro de
topologias possíveis. Grande parte das empresas está tornando sua
estrutura mais distribuída e, assim, podemos afirmar, que elas estão na
transição para mais distribuição (ainda que muitas não tenham chegado
ainda a apresentar uma estrutura mais distribuída do que centralizada).
Repetindo: a rigor todas as empresas - tenham ou não percebido isso e
tenham ou não decidido fazer qualquer movimento nesse sentido - estão
se tornando mais distribuídas.
Não há um case, uma best practice, um exemplo a partir do qual se possa
fazer benchmarking, porque é muito difícil perceber as pequenas,
progressivas ou intermitentes, mudanças no grau de distribuição.
Ademais, o processo é meio caótico, avança e recua e, não raro, empresas
que seguiram no caminho da distribuição voltam atrás e se recentralizam
(ou se hierarquizam mais).
Quem está vivendo a transição, em geral, não percebe o sentido do
movimento, mas apenas os problemas, as confusões e os efeitos
colaterais do desafio de ter que mudar o seu padrão de adaptação a um
mundo em franco processo de distribuição querendo manter, entretanto,
o seu padrão de organização fortemente centralizado (é claro que é
impossível manter o estado pretérito do padrão de organização quando
muda o padrão de adaptação: a alostase de uma empresa exige
29
30. simultaneidade da mudança do padrão de adaptação e do padrão de
organização e, por isso, haverá "choro e ranger de dentes" por parte de
quem está experimentando diretamente os dilemas da mudança).
A transição é narrativa de quem vê a onda, quer dizer, a continuidade (o
fenômeno ondulatório, próprio de um meio contínuo) só é percebida pelo
observador que observa tudo isso numa linha temporal mais longa. Quem
está na onda - e não vê que é uma onda longa e nem mesmo vê que é
uma onda - só percebe a arrebentação (quer dizer a descontinuidade, o
fenômeno discreto) como choques sucessivos com as pedras ou com o
solo (a onda arrebentando na praia). É por isso que as pessoas das
empresas têm dificuldade de perceber a transição e, muitas vezes, acham
que estão fazendo alguma coisa errada quando a frequência da onda
aumenta (com o aumento da interatividade do meio) e aparecem também
com mais frequência os problemas da inadaptação (em geral decorrentes
do descompasso entre a mudança do padrão de adaptação e a mudança
do padrão de organização).
Olhando de outro ponto de vista, entretanto, veremos que sempre
existiram empreendimentos em rede. A rigor, todos os empreendimentos
são em rede porque "embaixo" de qualquer empreendimento existe uma
rede articulada e animada pelos empreendedores.
Mas essas redes não são identificadas como empresas, quer dizer, como
unidades administrativo-produtivas separadas do meio, isoláveis e,
portanto, identificáveis do ponto de vista do seu padrão de organização
(como se fossem caixas fechadas). É uma trama de relações que se
30
31. confunde com o meio, pois em uma rede não existem fronteiras claras,
paredes opacas separando o que está dentro do que está fora. As
fronteiras em uma rede são fronteiras de identidade que não se
cristalizam como separações se não houver acentuado grau de
centralização da rede.
Nenhuma empresa fará uma transição "acabada" (e, portanto, claramente
identificável para servir de exemplo ou modelo) para um padrão de rede
na integralidade da sua estrutura e do seu funcionamento, mas... eis a
questão: nenhuma empresa, de qualquer tamanho, poderá evitar a
aplicação (ou melhor, a realização) de processos de rede no seu interior e
no seu ecossistema, se quiser aumentar suas chances de evitar o risco
sistêmico - um risco de colapso ou morte por baixa interatividade (que se
revela como queda simultânea de inovatividade e produtividade, mesmo
em situações de alto crescimento) - que ameaça todas organizações
hierárquicas em um mundo cada vez mais em rede. Na medida em que
descobrirem isso, as empresas implantarão processos de rede no seu
ecossistema: não para ganhar mais e sim para durar mais.
Resumindo mais uma vez: as empresas tradicionais - enquanto tais - na
maior parte dos casos, não vão virar totalmente redes (mais distribuídas
do que centralizadas), mas também não vão poder evitar as redes! Num
mundo de alta interatividade a organização que não tiver uma estrutura e
uma dinâmica adaptáveis à interação tende a desaparecer ou a se tornar
obsoleta e irrelevante.
31
32. Os processos de rede que uma empresa já está sendo compelida a realizar
(sobretudo porque está condenada a inovar permanentemente enquanto
que sua estrutura e sua dinâmica foram desenhadas para a reprodução e
não para a inovação) vão, progressivamente, tornando sua estrutura cada
vez mais distribuída e sua dinâmica cada vez mais democrática (ou
pluriárquica). No limite, pode-se dizer que - se sobreviver - ela acabará
virando rede mesmo: mas, quando isso acontecer, não será mais
identificável como aquela empresa original. Porque não será mesmo. Será
outra coisa.
Existem, por certo, muitas grandes organizações (não-empresariais),
consideradas bem-sucedidas, que se estruturam claramente em rede; por
exemplo, como empreendimentos sociais, os AA (Alcoólicos Anônimos) e
o CVV (Centro de Valorização da Vida); e, como empreendimentos sociais
virtuais, o eMule e numerosos outros. Existem também empreendimentos
lucrativos que já começaram em rede, mas grande parte desses entra
naquela categoria não facilmente identificável por quem está com o
"velho binóculo", procurando "empresas hierárquicas em rede". Querer
achar exemplos de "empresas hierárquicas em rede" para conquistar o
cliente ou convencer o interlocutor é cometer uma não-verdade. Vamos
ver alguns exemplos:
Google - muitas vezes apresentado como empresa em rede para
convencer o interlocutor de que podemos ter grandes e bem-sucedidas
empresas em rede - não é, definitivamente, uma empresa em rede.
Google é uma empresa hierárquica, fortemente centralizada, ainda que
tenha "regiões" e funções estruturadas em rede com graus significativos
32
33. de distribuição. E ainda que lance mão - até pela natureza do seu negócio de processos e ferramentas mais compatíveis com mundos em rede,
mesmo assim não é rede. Quando Google quis aumentar sua
inovatividade, o que ele fez? Criou (para todos os efeitos práticos de
gestão) outra empresa (a GoogleX) que funciona na base de comunidades
de projeto (e, portanto, mais em rede); e fez isso para escapar dos
modelos de gestão comando-e-controle que seu mainframe (centralizado)
foi obrigado a adotar para dar conta de regular um metabolismo
compatível com sua natureza de empresa hierárquica, fechada, em luta
permanente contra inimigos, com um rígido código de segredo (que
lembra, mal-comparando e exagerando um pouco, alguma coisa como a
Omertà mafiosa).
Outro exemplo: Airbnb não é uma empresa em rede. Ainda que tenha
adotado uma "rede" de recursos descentralizados de terceiros e tenha
aberto mão de erigir um mainframe proprietário centralizador, a estrutura
e a dinâmica de Airbnb não é a de uma rede (mais distribuída do que
centralizada). Todavia, como Airbnb é um negócio inovador, com
estrutura e dinâmica não tradicionais e como é um empreendimento de
sucesso (no início deste ano tinha algo como 10 milhões de nights booked,
sem ter sequer um hotel), então ficamos tentados a apresentá-lo como
exemplo de empresa em rede. Se fazemos isso apenas para ganhar o
cliente ou convencer o interlocutor, sabendo que Airbnb não é de fato
uma organização em rede, então decaímos para um estado de
conversação de não-verdade.
33
34. Como disse Nilton Lessa, "dar exemplos de Google e Airbnb como
empresas em rede é (quase) o mesmo que dizer que o exército americano
é uma organização em rede porque está adotando modos-de-combate
mais flexíveis em seus pelotões".
Olhando as coisas de outro ponto de vista, entretanto, veremos que em
todas as empresas já temos rede, que nas profundezas das entidades
empresariais que foram erigidas hierarquicamente existem redes e que
sem essa "empresa-viva" subterrânea (como uma floresta de clones
fúngicos), ainda que soterrada por entulho hierárquico, nenhuma empresa
poderia florescer. Mais do que isso! É dizer que esse entulho hierárquico
(operando por meio de obstruções de fluxos), conquanto viabilize o
funcionamento de eficazes mecanismos de reprodução, impede que a
empresa configure ambientes favoráveis à inovação, sem os quais ela (a
empresa) terá dificuldade de aprender, quer dizer, de mudar-com-omundo, realizando sua alostase (o único processo capaz de viabilizar sua
sustentabilidade).
A adoção de processos de rede em uma empresa implica sempre riscos.
Mas como qualquer outro processo em uma atividade empresarial, em
geral não há o risco imediato de destruir a empresa. Não por isso.
O risco maior, entretanto, é o de não acontecer nada, nenhuma mudança,
como ocorre com frequência em aplicações de rede em empresas
promovidas por consultorias de inovação, num jogo de cartas marcadas
entre os contratadores e os consultores (para que não aconteça nada). A
gerência média das empresas - a burocracia que constitui a sua hierarquia
34
35. propriamente dita - vai tentar sempre agir como anticorpo corporativo
para impedir as mudanças (aquelas mudanças que ela perceber como
ameaças e que avaliar como riscos para a homeostase da organização,
quer dizer, que ameaçarem mudar seu "firmware" ou seu "bios" - onde
estão programados seus parâmetros de adaptação) e isso será feito
independentemente das diretivas dos donos, dos acionistas majoritários,
do CEO ou da alta administração da empresa. É uma função sistêmica
(daquele tipo de sistema) e, portanto, dificilmente sujeita às ordens dos
que estão no comando. É por isso, por exemplo, que o CEO não manda
efetivamente na TI, nem no RH, nem no Jurídico, que funcionam da
mesma maneira em qualquer empresa semelhante: porque os sistemas
são homólogos.
Diferentes
ramos
de
negócios,
entretanto,
se
comportarão
diferentemente: empresas da área do conhecimento terão menos
resistência às mudanças do que empresas fabris da "era das chaminés"
(como siderúrgicas) ou, menos ainda, do que empresas extrativistas (como
madeireiras).
35
36. NOTA
As citações de Fernando Baptista e Nilton Lessa foram comunicações
pessoais com o autor
36