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Introdução
Doenças mentais são transtornos que resultam nas alterações do funcionamento
da mente e que prejudicam o desempenho da pessoa na vida familiar, na vida social, na
vida pessoal, no trabalho, nos estudos, na compreensão de si e dos outros, na
possibilidade de autocrítica, na tolerância aos problemas e na possibilidade de ter prazer
na vida em geral. Os transtornos mentais, em geral resultam da soma de muitos fatores
como:
 Alterações no funcionamento do cérebro;
 Fatores genético;
 Fatores da própria personalidade do indivíduo;
 Ação de um grande número de estresse;
 Agressões de ordem física e psicológica;
 Perdas, decepções, frustrações e sofrimentos físicos e psíquicos
que perturbam o equilíbrio emocional.
Os transtornos mentais não têm uma causa específica, mas são formados
por fatores biológicos, psicológicos e socioculturais. As doenças mentais mais comuns
são:
 depressão,
 distúrbios de ansiedade,
 distúrbios do pânico,
 transtornobipolar,
 esquizofrenia,
 tóxico dependência,
 obsessivo compulsiva,
 transtorno de déficit de atenção ,
 hiperatividade no adulto
 síndrome de burnout .
Depressão
É um distúrbio afetivo que acompanha a humanidade ao longo de sua história.
No sentido patológico, há presença de tristeza, pessimismo, baixa autoestima, que
aparecem com frequência e podem combinar-se entre si. É imprescindível o
acompanhamento médico tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento adequado.
 Causas
A depressão é uma doença. Há uma série de evidências que mostram alterações
químicas no cérebro do indivíduo deprimido, principalmente com relação aos
neurotransmissores (serotonina, noradrenalina e, em menor proporção, dopamina),
substâncias que transmitem impulsos nervosos entre as células. Outros processos que
ocorrem dentro das células nervosas também estão envolvidos.Os fatores psicológicos e
sociais, muitas vezes, são consequência e não causa da depressão. Vale ressaltar que o
estresse pode precipitar a depressão em pessoas com predisposição, que provavelmente
é genética. A prevalência (número de casos numa população) da depressão é estimada
em 19%, aproximadamente uma em cada cinco pessoas no mundo apresenta o problema
em algum momento da vida. Pesquisadores da Universidade Stanford, nos ESTADOS
UNIDOS, em conjunto com a área de neurociências de uma indústria farmacêutica
fabricante de antidepressivos, e avaliou, ao longo de 23 anos, um grupo de 424 pais
deprimidos e 143 filhos destes, comparando-o com igual número de pais sem depressão
(grupo controle) e seus 197 filhos.Os resultados mostraram que os filhos adultos de pais
que iniciaram tratamento para depressão apresentam maior probabilidade de manifestar
sintomas depressivos, se comparados aos filhos adultos dos pais do grupo controle,
especialmente se o pai teve um histórico grave da doença. Eles também demonstraram
ter mais dores e limitação para atividades comuns, devido a problemas físicos ou
emocionais. Mais de 70% dos adultos com pais depressivos relataram que alguém na
família sofre de depressão - enquanto apenas 45% informou o mesmo no grupo
controle. "Os dados demonstram, portanto, não só a existência de um componente
genético, mas a influência e o peso do convívio com pais depressivos".
Sintomas de Depressão
 Humor depressivo ou irritabilidade, ansiedade e angústia.
 Desânimo, cansaço fácil, necessidade de maior esforço para fazer
as coisas.
 Diminuição ou incapacidade de sentir alegria e prazer em
atividades anteriormente consideradas agradáveis
 Desinteresse falta de motivação e apatia
 Falta de vontade e indecisão
 Sentimentos de medo, insegurança, desesperança, desespero,
desamparo e vazio.
 Pessimismo, ideias frequentes e desproporcionais de culpa, baixa
autoestima, sensação de falta de sentido na vida, inutilidade, ruína, fracasso,
doença ou morte.
 A pessoa pode desejar morrer, planejar uma forma de morrer ou
tentar suicídio.
 Interpretação distorcida e negativa da realidade: tudo é visto sob a
ótica depressiva, um tom "cinzento" para si, os outros e o seu mundo.
 Dificuldade de concentração, raciocínio mais lento e
esquecimento.
 Diminuição do desempenho sexual (pode até manter atividade
sexual, mas sem a conotação prazerosa habitual) e da libido.
 Perda ou aumento do apetite e do peso
 Insônia (dificuldade de conciliar o sono, múltiplos despertares ou
sensação de sono muito superficial), despertar matinal precoce (geralmente duas
horas antes do horário habitual) ou, menos frequentemente, aumento do sono
(dorme demais e mesmo assim fica com sono a maior parte do tempo).
 Dores e outros sintomas físicos não justificados por problemas
médicos, como dores de barriga, má digestão, azia, diarréia, constipação,
flatulência, tensão na nuca e nos ombros, dor de cabeça ou no corpo, sensação
de corpo pesado ou de pressão no peito, entre outros.
Tratamento de Depressão
O tratamento da depressão é essencialmente medicamentoso. Existem
mais de 30 antidepressivos disponíveis. Ao contrário do que alguns temem essas
medicações não são como drogas, que deixam a pessoa eufórica e provocam vício. A
terapia é simples e, de modo geral, não incapacita ou entorpece o paciente. Alguns
pacientes precisam de tratamento de manutenção ou preventivo, que pode levar anos ou
a vida inteira, para evitar o aparecimento de novos episódios de depressão. A
psicoterapia ajuda o paciente, mas não previne novos episódios, nem cura a depressão.
A técnica auxilia na reestruturação psicológica do indivíduo, além de aumentar a sua
compreensão sobre o processo de depressão e na resolução de conflitos, o que diminui o
impacto provocado pelo estresse.
TRANSTORNO DA ANSIEDADE
A ansiedade é uma reação normal diante de situações que podem provocar
medo, dúvida ou expectativa. É considerada normal a ansiedade que se manifesta nas
horas que antecedem uma entrevista de emprego, a publicação dos aprovados num
concurso, o nascimento de um filho, uma viagem a um país exótico, uma cirurgia
delicada, ou um revés econômico. Nesses casos, a ansiedade funciona como um sinal
que prepara a pessoa para enfrentar o desafio e, mesmo que ele não seja superado,
favorece sua adaptação às novas condições de vida.O transtorno da ansiedade
generalizada (TAG), segundo o manual de classificação de doenças mentais (DSM.IV),
é um distúrbio caracterizado pela “preocupação excessiva ou expectativa apreensiva”,
persistente e de difícil controle, que perdura por seis meses no mínimo e vem
acompanhado por três ou mais dos seguintes sintomas: inquietação, fadiga,
irritabilidade, dificuldade de concentração, tensão muscular e perturbação do sono. É
importante registrar também que, nesses casos, o nível de ansiedade é desproporcional
aos acontecimentos geradores do transtorno, causa muito sofrimento e interfere na
qualidade de vida e no desempenho familiar, social e profissional dos pacientes.O
transtorno da ansiedade generalizada pode afetar pessoas de todas as idades, desde o
nascimento até a velhice. Em geral, as mulheres são um pouco mais vulneráveis do que
os homens.
 Sintomas
Os sintomas podem variar de uma pessoa para outra. Além dos já citados
(inquietação, fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração, tensão muscular)
existem outras queixas que podem estar associadas ao transtorno da ansiedade
generalizada: palpitações, falta de ar, taquicardia, aumento da pressão arterial, sudorese
excessiva, dor de cabeça, alteração nos hábitos intestinais, náuseas, aperto no peito,
dores musculares.
 Diagnóstico
O diagnóstico do TAG leva em conta a história de vida do paciente, a
avaliação clínica criteriosa e, quando necessário, a realização de alguns exames
complementares.
Como os sintomas podem ser comuns a várias condições clinicas diferentes
que exigem tratamento específico, é fundamental estabelecer o diagnóstico diferencial
com TOC, síndrome do pânico ou fobia social, por exemplo.
 Tratamento
O tratamento do TAG inclui o uso de medicamentos antidepressivos ou
ansiolíticos, sob orientação médica, e a terapia comportamental cognitiva. O tratamento
farmacológico geralmente precisa ser mantido por seis a doze meses depois do
desaparecimento dos sintomas e deve ser descontinuado em doses decrescentes.
 Recomendações
Se você é visto como alguém de estopim curto, que anda sempre com os nervos
à flor da pele e tem muita dificuldade para relaxar, provavelmente chegou a hora de
procurar um médico para avaliar esse estado permanente de tensão e ansiedade;
Se você cobra muito de si mesmo, está sempre envolvido em inúmeras tarefas e
pressionado pelos compromissos, tente pôr ordem não só na sua agenda, mas também
na sua rotina de vida, sem esquecer de reservar um tempo para o lazer. Se não conseguir
sozinho, não se envergonhe, peça ajuda.
TRANSTORNO DO PÂNICO
É uma enfermidade que se caracteriza por crises absolutamente inesperadas
de medo e desespero intenso de que algo ruim aconteça, mesmo que não haja motivo
algum para isso ou sinais de perigo iminente. Quem sofre do Transtorno de Pânico sofre
crises de medo agudo de modo recorrente e inesperado. Além disso, as crises são
seguidas de preocupação persistente com a possibilidade de ter novos ataques e com as
consequências desses ataques, seja dificultando a rotina do dia a dia, seja por medo de
perder o controle, enlouquecer ou ter um ataque no coração. A pessoa tem a impressão
de que vai morrer naquele momento de um ataque cardíaco, porque o coração dispara,
sente falta de ar e tem sudorese abundante. Quem padece de síndrome do pânico sofre
durante as crises e ainda mais nos intervalos entre uma e outra, pois não faz a menor
idéia de quando elas ocorrerão novamente, se dali a cinco minutos, cinco dias ou cinco
meses. Isso traz tamanha insegurança que a qualidade de vida do paciente fica
seriamente comprometida.
 Causas
As causas exatas da síndrome do pânico são desconhecidas, embora a Ciência
acredite que um conjunto de fatores possa desencadear o desenvolvimento deste
transtorno, como:
 Genética
 Estresse
 Temperamento forte e suscetível ao estresse
 Mudanças na forma como o cérebro funcionam e reagem a determinadas
situações.
Alguns estudos indicam que a resposta natural do corpo a situações de perigo
esteja diretamente envolvida nas crises de pânico. Apesar disso, ainda não está claro por
que esses ataques acontecem em situações nas quais não há qualquer evidência de
perigo iminente.
 Fatores de risco
As crises de síndrome do pânico geralmente começam entre a fase final da
adolescência e o início da idade adulta. Apesar disso, podem ocorrer depois dos 30 anos
e durante a infância, embora no último caso ela possa ser diagnosticada só depois que as
crianças já estejam mais velhas. A síndrome do pânico costuma afetar mais mulheres do
que homens e pode ser desencadeada por alguns fatores considerados de risco, como:
 Situações de estresse extremo
 Morte ou adoecimento de uma pessoa próxima
 Mudanças radicais ocorridas na vida
 Histórico de abuso sexual durante a infância
 Ter passado por alguma experiência traumática, como um acidente.
Algumas pesquisas indicam que se um gêmeo idêntico tem síndrome do pânico,
o outro gêmeo também desenvolverá o problema em 40% das vezes. Pode acontecer, no
entanto, de a doença se manifestar sem que haja histórico familiar dela.
 Sintomas de Síndrome do pânico
Ataques de pânico característicos da síndrome geralmente acontecem de repente
e sem aviso prévio, em qualquer período do dia e também em qualquer situação, como
enquanto a pessoa está dirigindo, fazendo compras no shopping, em meio a uma reunião
de trabalho ou até mesmo dormindo.
O pico das crises de pânico geralmente dura cerca de 10 a 20 minutos, mas pode
variar dependendo da pessoa e da intensidade do ataque. Além disso, alguns sintomas
podem continuar por uma hora ou mais. É bom ficar atento, pois muitas vezes um
ataque de pânico pode ser confundido com um ataque cardíaco.
As crises de pânico geralmente manifestam os seguintes sintomas:
 Sensação de perigo iminente
 Medo de perder o controle
 Medo da morte ou de uma tragédia iminente
 Sentimentos de indiferença
 Sensação de estar fora da realidade
 Dormência e formigamento nas mãos, nos pés ou no rosto
 Palpitações, ritmo cardíaco acelerado e taquicardia
 Sudorese
 Tremores
 Dificuldade para respirar, falta de ar e sufocamento
 Hiperventilação
 Calafrios
 Ondas de calor
 Náusea
 Dores abdominais
 Dores no peito e desconforto
 Dor de cabeça
 Tontura
 Desmaio
 Sensação de estar com a garganta fechando
 Dificuldade para engolir
Uma complicação frequente é o medo do medo, ou seja, o medo ter outro ataque
de pânico. Esse medo pode ser tão grande que a pessoa, muitas vezes, evitará ao
máximo situações em que essas crises poderão ocorrer novamente.
Os ataques de pânico podem alterar o comportamento em casa, na escola ou no
trabalho. As pessoas portadoras da síndrome muitas vezes se preocupam com os efeitos
de seus ataques de pânico e possa, até mesmo, despertar problemas mais graves, como
alcoolismo, depressão e abuso de drogas.
 Tratamento deSíndrome dopânico
O principal objetivo do tratamento da síndrome do pânico é reduzir o número de
crises, assim como sua intensidade e recuperação mais rápida. As duas principais
formas de tratamento para esse transtorno é por meio de psicoterapia e medicamentos.
Ambos têm se mostrado bastante eficientes. Dependendo da gravidade, preferência e do
histórico do paciente, o médico poderá optar por um deles ou até mesmo por ambos, já
que a combinação dos dois tipos de tratamento têm se mostrado ainda mais eficaz do
que um ou outro operando isoladamente.
A psicoterapia é geralmente a primeira opção para o tratamento de síndrome do
pânico. Existem diversas formas de psicoterapia, sendo a mais estudada e que
comprovadamente tem efeitos benéficos nesse transtorno a chamada de Terapia
Cognitivo-Comportamental (TCC). Ela poderá ajudar o paciente a entender os ataques
de pânico, a como lidar com eles no momento em que acontecerem e como ter uma vida
cotidiana normal sem medo de ter um novo ataque.
Já o tratamento à base de medicamentos inclui antidepressivos, como os
inibidores seletivos da recaptação da serotonina, como por exemplo a Paroxetina ou
citalopran. Benzodiazepinas também podem ser prescritos pelos médicos.
Os sintomas devem reduzir progressivamente em algumas semanas. Se não
melhorarem, converse com seu médico. Não suspenda a medicação sem antes consultar
seu médico.
 Prognóstico
O tratamento ajuda o paciente a se recuperar da síndrome do pânico, mas
algumas medidas auxiliares podem tornar o resultado ainda melhor que o esperado.
Veja alguns exemplos:
 Siga à risca o tratamento e as orientações médicas
 Faça parte de um grupo de apoio e compartilhe suas experiências sobre a
síndrome do pânico
 Evite o consumo exacerbado de cafeína e bebidas alcoólicas
 Corte as drogas recreativas
 Pratique exercícios de relaxamento, como alongamentos, yoga,
respiração profunda e relaxamento muscular
 Pratique exercícios físicos regularmente, principalmente atividades
aeróbicas
 Vá dormir cedo e descanse. Horas regulares de sono podem ajudar a
controlar o medo e ansiedade.
 Complicações possíveis
Síndrome do pânico não tratada pode levar a complicações que podem
comprometer seriamente a qualidade de vida social, profissional e de relacionamento.
Entre as complicações que podem ser provocadas estão:
 Desenvolvimento de algumas fobias específicas, como agorafobia
(ansiedade de estar em locais ou situações em que a saída seja difícil, como por
exemplo, multidões, um supermercado muito grande ou um local onde o auxilio possa
não estar disponível - mesmo que não haja previsão de necessitar este auxilio.)
 Pessoas com síndrome do pânico têm mais probabilidade de ficar
desempregadas, ser menos produtivas no trabalho e de ter relações pessoais difíceis,
inclusive problemas matrimoniais
 Depressão
 Suicídio
 Alcoolismo e abuso de drogas
 Problemas financeiros.
A dependência de medicamentos contra ansiedade é uma possível complicação
do tratamento. A dependência envolve a necessidade de um medicamento para poder
agir normalmente e para evitar sintomas de abstinência. Não é o mesmo que vício.
 Expectativas
Os ataques de pânico podem durar muitos anos e ser de difícil tratamento.
Algumas pessoas com essa síndrome podem não se curar totalmente com o tratamento.
Entretanto, a maioria das pessoas obtém grande melhora com uma combinação de
medicamentos e psicoterapia.
TRANSTORNOBIPOLAR
Transtorno afetivo bipolar é um distúrbio psiquiátrico complexo. Sua
característica mais marcante é a alternância, às vezes súbita, de episódios de depressão
com os de euforia (mania e hipomania) e de períodos assintomáticos entre eles. As
crises podem variar de intensidade (leve, moderada e grave), frequência e duração.
As flutuações de humor têm reflexos negativos sobre o comportamento e
atitudes dos pacientes, e a reação que provocam é sempre desproporcional aos fatos que
serviram de gatilho ou, até mesmo, independem deles.
Em geral, essa perturbação do humor se manifesta tanto nos homens quanto nas
mulheres, entre os 15 e os 25 anos, mas pode afetar também as crianças e pessoas mais
velhas.
 Tipos
De acordo com o DSM.IV e o CID-10, (manuais internacionais de classificação
diagnóstica), o transtorno bipolar pode ser classificado nos seguintes tipos:
1) Transtorno bipolar Tipo I
O portador do distúrbio apresenta períodos de mania, que duram, no mínimo,
sete dias, e fases de humor deprimido, que se estendem de duas semanas a vários meses.
Tanto na mania quanto na depressão, os sintomas são intensos e provocam profundas
mudanças comportamentais e de conduta, que podem comprometer não só os
relacionamentos familiares, afetivos e sociais, como também o desempenho
profissional, a posição econômica e a segurança do paciente e das pessoas que com ele
convivem. O quadro pode ser grave a ponto de exigir internação hospitalar por causa do
risco aumentado de suicídios e da incidência de complicações psiquiátricas.
2) Transtorno bipolar Tipo II
Há uma alternância entre os episódios de depressão e os de hipomania (estado
mais leve de euforia, excitação, otimismo e, às vezes, de agressividade), sem prejuízo
maior para o comportamento e as atividades do portador.
3) Transtorno bipolar não especificado ou misto
Os sintomas sugerem o diagnóstico de transtorno bipolar, mas não são
suficientes nem em número nem no tempo de duração para classificar a doença em um
dos dois tipos anteriores.
4) Transtorno ciclotímico
É o quadro mais leve do transtorno bipolar, marcado por oscilações crônicas do
humor, que podem ocorrer até no mesmo dia. O paciente alterna sintomas de hipomania
e de depressão leve que, muitas vezes, são entendidos como próprios de um
temperamento instável ou irresponsável.
 Causas
Ainda não foi determinada a causa efetiva do transtorno bipolar, mas já se sabe
que fatores genéticos, alterações em certas áreas do cérebro e nos níveis de vários
neurotransmissores estão envolvidos.
Da mesma forma, já ficou demonstrado que alguns eventos podem precipitar a
manifestação desse distúrbio do humor nas pessoas geneticamente predispostas. Entre
eles, destacam-se: episódios frequentes de depressão ou início precoce dessas crises,
puerpério, estresse prolongado, remédios inibidores do apetite (anorexígenos e
anfetaminas), e disfunções da tireoide, como o hipertireoidismo e o hipotireoidismo.
 Diagnóstico
O diagnóstico do transtorno bipolar é clinico, baseado no levantamento da
história e no relato dos sintomas pelo próprio paciente ou por um amigo ou familiar. Em
geral, ele leva mais de dez anos para ser concluído, porque os sinais podem ser
confundidos com os de doenças como esquizofrenia, depressão maior, síndrome do
pânico, distúrbios da ansiedade. Daí a importância de estabelecer o diagnóstico
diferencial antes de propor qualquer medida terapêutica.
 Sintomas
Depressão: humor deprimido, tristeza profunda, apatia, desinteresse pelas
atividades que antes davam prazer, isolamento social, alterações do sono e do apetite,
redução significativa da libido, dificuldade de concentração, cansaço, sentimentos
recorrentes de inutilidade, culpa excessiva, frustração e falta de sentido para a vida,
esquecimentos, ideias suicidas.
Mania: estado de euforia exuberante, com valorização da autoestima e da
autoconfiança, pouca necessidade de sono, agitação psicomotora, descontrole ao
coordenar as ideias, desvio da atenção, compulsão para falar, aumento da libido,
irritabilidade e impaciência crescentes, comportamento agressivo, mania de grandeza.
Nessa fase, o paciente pode tomar atitudes que reverterão em danos a si próprio e às
pessoas próximas, como demissão do emprego, gastos descontrolados de dinheiro,
envolvimentos afetivos apressados, atividade sexual aumentada e, em casos mais
graves, delírios e alucinações.
Hipomania: os sintomas são semelhantes aos da mania, porém bem mais leves e
com menor repercussão sobre as atividades e relacionamentos do paciente, que se
mostra mais eufórico, mais falante, sociável e ativo do que o habitual. Em geral, a crise
é breve, dura apenas uns poucos dias. Para efeito de diagnóstico, é preciso assegurar que
a reação não foi induzida pelo uso de antidepressivos.
 Tratamento
Transtorno bipolar não tem cura, mas pode ser controlado. O tratamento inclui o
uso de medicamentos, psicoterapia e mudanças no estilo de vida, tais como o fim do
consumo de substâncias psicoativas, (cafeína, anfetaminas, álcool e cocaína, por
exemplo), o desenvolvimento de hábitos saudáveis de alimentação e sono e redução dos
níveis de estresse.
De acordo com o tipo, gravidade e evolução da doença, a prescrição de
medicamentos neurolépticos, antipsicóticos, anticonvulsivantes, ansiolíticos e
estabilizadores de humor, especialmente o carbonato de lítio, tem-se mostrado útil para
reverter os quadros agudos de euforia e evitar a recorrência das crises. A associação de
lítio com antidepressivos e anticonvulsivantes tem demonstrado maior eficácia para
prevenir recaídas. No entanto, os antidepressivos devem ser utilizados com cuidado,
porque podem provocar uma guinada rápida da depressão para a euforia, ou acelerar a
incidência das crises.
A psicoterapia é outro recurso importante no tratamento da bipolaridade, uma
vez que oferece suporte para o paciente superar as dificuldades impostas pelas
características da doença, ajuda a prevenir a recorrência das crises e, especialmente,
promove a adesão ao tratamento medicamentoso que, como ocorre na maioria das
doenças crônicas, deve ser mantido por toda a vida.
 Recomendações
Portadores de transtorno bipolar e seus familiares precisam estar cientes de que:
* seguir o tratamento à risca é a melhor forma de prevenir a instabilidade
emocional e a recorrência das crises, o que assegura a possibilidade de levar vida
praticamente normal;
* os remédios podem não fazer o efeito desejado logo nas primeiras doses que,
muitas vezes, precisam ser ajustadas ao longo do tratamento;
* crises depressivas prolongadas sem tratamento adequado podem aumentar em
15% o risco de suicídio nos pacientes bipolares;
* o paciente pode procurar alívio para os sintomas no álcool e em outras drogas,
solução que só ajuda a agravar o quadro;
* alternar a fase de depressão com a de mania pode dar a falsa sensação de que a
pessoa está curada e não precisa mais de tratamento;
* a família pode precisar também de acompanhamento psicoterápico, por duas
diferentes razões: primeira, porque o distúrbio pode afetar todos que convivem
diretamente com o paciente; segunda, porque precisa ser orientada sobre como lidar no
dia a dia com os portadores do transtorno.
 Prognóstico
O paciente com transtorno bipolar provavelmente vai precisar fazer muitas
mudanças de estilo de vida para parar com as oscilações de comportamento. Aqui estão
algumas medidas que devem ser tomadas e que ajudarão a acelerar a recuperação e
tornarão o prognóstico mais tolerável: Largar o vícios, relacionar com pessoas positivas,
fazer exercícios físicos regularmente e dormir bem.
ESQUIZOFRENIA
A esquizofrenia é uma doença mental crônica que se manifesta na adolescência
ou início da idade adulta. Sua freqüência na população em geral é da ordem de 1 para
cada 100 pessoas, havendo cerca de 40 casos novos para cada 100.000 habitantes por
ano. No Brasil estima-se que há cerca de 1,6 milhão de esquizofrênicos; a cada ano
cerca de 50.000 pessoas manifestam a doença pela primeira vez. Ela atinge em igual
proporção homens e mulheres, em geral inicia-se mais cedo no homem, por volta dos
20-25 anos de idade, e na mulher, por volta dos 25-30 anos.
 Sintomas
A esquizofrenia apresenta várias manifestações, afetando diversas áreas do
funcionamento psíquico. Os principais sintomas são:
1. delírios: são idéias falsas, das quais o paciente tem convicção absoluta. Por
exemplo, ele se acha perseguido ou observado por câmeras escondidas, acredita que os
vizinhos ou as pessoas que passam na rua querem lhe fazer mal.
2. alucinações: são percepções falsas dos órgãos dos sentidos. As alucinações
mais comuns na esquizofrenia são as auditivas, em forma de vozes. O paciente ouve
vozes que falam sobre ele, ou que acompanham suas atividades com comentários.
Muitas vezes essas vozes dão ordens de como agir em determinada circunstancia.
Outras formas de alucinação, como visuais, táteis ou olfativas podem ocorrer também
na esquizofrenia.
3. alterações do pensamento: as idéias podem se tornar confusas, desorganizadas
ou desconexas, tornando o discurso do paciente difícil de compreender. Muitas vezes o
paciente tem a convicção de que seus pensamentos podem ser lidos por outras pessoas,
ou que pensamentos são roubados de sua mente ou inseridos nela.
4. alterações da afetividade: muitos pacientes tem uma perda da capacidade de
reagir emocionalmente às circunstancias, ficando indiferente e sem expressão afetiva.
Outras vezes o paciente apresenta reações afetivas que são incongruentes, inadequadas
em relação ao contexto em que se encontra. Torna-se pueril e se comporta de modo
excêntrico ou indiferente ao ambiente que o cerca.
5. diminuição da motivação: o paciente perde a vontade, fica desanimado e
apático, não sendo mais capaz de enfrentar as tarefas do dia a dia. Quase não conversa,
fica isolado e retraído socialmente.
Outros sintomas, como dificuldade de concentração, alterações da motricidade,
desconfiança excessiva, indiferença, podem aparecer na esquizofrenia. Dependendo da
maneira como os sintomas se agrupam, é possível caracterizar os diferentes subtipos da
doença. A esquizofrenia evolui geralmente em episódios agudos onde aparecem os
vários sintomas acima descritos, principalmente delírios e alucinações, intercalados por
períodos de remissão, com poucos sintomas manifestos.
 Causa
Não se sabe quais são as causas da esquizofrenia. A hereditariedade tem uma
importância relativa, sabe-se que parentes de primeiro grau de um esquizofrênico tem
chance maior de desenvolver a doença do que as pessoas em geral. Por outro lado, não
se sabe o modo de transmissão genética da esquizofrenia. Fatores ambientais (p. ex.,
complicações da gravidez e do parto, infecções, entre outros) que possam alterar o
desenvolvimento do sistema nervoso no período de gestação parecem ter importância na
doença. Estudos feitos com métodos modernos de imagem, como tomografia
computadorizada e ressonância magnética mostram que alguns pacientes tem pequenas
alterações cerebrais, com diminuição discreta do tamanho de algumas áreas do cérebro.
Alterações bioquímicas dos neurotransmissores cerebrais, particularmente da dopamina,
parecem estar implicados na doença.
 Diagnostica
O diagnóstico da esquizofrenia é feito pelo especialista a partir das
manifestações da doença. Não há nenhum tipo de exame de laboratório (exame de
sangue, raio X, tomografia, eletroencefalograma etc.) que permita confirmar o
diagnóstico da doença. Muitas vezes o clínico solicita exames, mas estes servem apenas
para excluir outras doenças que podem apresentar manifestações semelhantes à
esquizofrenia.
 Tratamento
O tratamento da esquizofrenia visa ao controle dos sintomas e a reintegração do
paciente. O tratamento da esquizofrenia requer duas abordagens: medicamentosa e
psicossocial. O tratamento medicamentoso é feito com remédios chamados
antipsicóticos ou neurolépticos. Eles são utilizados na fase aguda da doença para aliviar
os sintomas psicóticos, e também nos períodos entre as crises, para prevenir novas
recaídas. A maioria dos pacientes precisa utilizar a medicação ininterruptamente para
não ter novas crises. Assim o paciente deve submeter-se a avaliações médicas
periódicas; o médico procura manter a medicação na menor dose possível para evitar
recaídas e evitar eventuais efeitos colaterais. As abordagens psicossociais são
necessárias para promover a reintegração do paciente à família e à sociedade. Devido ao
fato de que alguns sintomas (principalmente apatia, desinteresse, isolamento social e
outros) podem persistir mesmo após as crises, é necessário um planejamento
individualizado de reabilitação do paciente. Os pacientes necessitam em geral de
psicoterapia, terapia ocupacional, e outros procedimentos que visem ajudá-lo a lidar
com mais facilidade com as dificuldades do dia a dia.
 Prognóstico
A terapia de apoio pode ser útil para muitas pessoas com esquizofrenia. Técnicas
comportamentais, como o treinamento de habilidades sociais, podem ser usadas para
melhorar as atividades sociais e profissionais. Aulas de treinamento profissional e
construção de relacionamentos são importantes.Os familiares de uma pessoa com
esquizofrenia devem ser informados sobre a doença e receber apoio. Os programas que
destacam os serviços de apoio social para pessoas necessitadas podem ajudar aqueles
que não recebem apoio da família ou de conhecidos.
Toxicodependência
A dependência pode dizer respeito a uma substância psicoativa específica (por
exemplo, o fumo, o álcool ou a cocaína), a uma categoria de substâncias psicoativas
(por exemplo, substâncias opiáceas)ou a um conjunto mais vasto de substâncias
farmacologicamente diferentes.
 Causas
A dependência química é uma doença crônica e multifatorial, isso significa que
diversos fatores contribuem para o seu desenvolvimento, incluindo a quantidade e
frequência de uso dasubstância, a condição de saúde do indivíduo e fatores genéticos,
psicossociais e ambientais.
Muitos estudos buscam identificar características que predispõe um indivíduo a
um maior risco de desenvolver abuso ou dependência. Em relação ao álcool, por
exemplo, estima-se que os fatores genéticos expliquem cerca de 50% das
vulnerabilidades que levam o indivíduo a fazer uso pesado de álcool - principalmente
genes que estariam envolvidos no metabolismo do álcool e/ou na sensibilidade aos
efeitos dessa substância, sendo que filhos de alcoolistas possuem quatro vezes mais
riscos de desenvolverem alcoolismo, mesmo se forem criados por indivíduos não-
alcoolistas. Além disso, fatores individuais e aspectos do beber fazem com que
mulheres, jovens e idosos sejam mais vulneráveis aos efeitos das bebidas alcoólicas, o
que o colocam em maior risco de desenvolvimento de problemas.
 Sintomas deDependência química
 Desejo incontrolável de usar a substância
 Perda de controle (não conseguir parar depois de ter começado)
 Aumento da tolerância (necessidade de doses maiores para atingir o
mesmo efeito obtido com doses anteriormente inferiores ou efeito cada vez menor com
uma mesma dose da substância).
 Sintomas de abstinência:
 Sudorese;
 Tremores;
 Ansiedade quando a pessoa está sob efeito da droga.
Buscandoajuda médica
É importante que o indivíduo com dependência química procure ajuda com
profissionais da saúde quando ocorrem situações nas quais a substância está
influenciando negativamente a saúde física e/ou rotina, funções acadêmicas e/ou
profissionais e as relações pessoais.
Diagnóstico
Os critérios do “Manual Estatístico e Mental de Transtornos Mentais” (4ª edição;
DSM-IV), da Associação Americana de Psiquiatria, e “Classificação Internacional de
Doenças” (10ª edição; CID-10), da Organização Mundial da Saúde (OMS) são os mais
comumente empregados para o diagnóstico dos transtornos relacionados ao uso de
substâncias.
Variados questionários de autopreenchimento (tais como ASSIST, CAGE,
AUDIT) e testes sanguíneos também têm sido empregados, em contexto clínico, com
tais fins, mas não podem ser considerados como substitutos de uma cuidadosa entrevista
clínica. Existem ainda alguns exames (marcadores biológicos) que são indicadores
fisiológicos da exposição ou ingestão de drogas, e podem auxiliar no diagnóstico e no
tratamento.
No caso do álcool, por exemplo, é possível citar o alaninaaminotransferase
(ALT), volume corpuscular médio (VCM) e o gama-glutamiltransferase (GGT). É
importante também realizar um exame físico e atentar-se a sinais e sintomas que podem
auxiliar na identificação do problema, como por exemplo sintomas de abstinência,
hipertensão leve e flutuante, infecções de repetição, arritmias cardíacas não explicadas,
cirrose, hepatite sem causa definida, pancreatite, entre outras.
Quando o paciente é diagnosticado, é importante que além do tratamento para a
dependência química, o indivíduo também tenha acompanhamento clínico para garantir
a melhora de sua saúde como um todo.
 Tratamento
O tipo de ajuda mais adequado para cada pessoa depende de suas características
pessoais, da quantidade e padrão de uso de substâncias e se já apresenta problemas de
ordem emocional, física ou interpessoal decorrentes desse uso.
A avaliação do paciente pode envolver diversos profissionais da saúde, como
médicos clínicos e psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, educadores físicos,
assistentes sociais e enfermeiros. Quando diagnosticada, a dependência química deve
contar com acompanhamento a médio-longo prazo para assegurar o sucesso do
tratamento, que varia de acordo com a progressão e gravidade da doença.
 Prognóstico
A dependência química geralmente representa um impacto profundo em diversos
aspectos da vida do indivíduo e também daqueles que estão ao seu redor. Dada a sua
complexidade, é interessante que os programas de tratamento sejam multidisciplinares
para atender às diversas necessidades do paciente (aspectos sociais, psicológicos,
profissionais e até jurídicas, conforme demonstrado em diversos estudos), sendo mais
eficaz na alteração dos padrões de comportamentos que o levam ao uso da substância,
assim como seus processos cognitivos e funcionamento social.
Para manter-se livre das drogas, o indivíduo terá que realizar uma série de
mudanças em seu estilo de vida. Por exemplo, evitar locais e situações que sejam
associados ao uso, reaprender “fontes de prazer” que não as que estejam relacionadas ao
consumo – geralmente, pessoas com problemas com drogas afastam-se todas as formas
de lazer, hobbies, relacionamentos, etc, e retomar a uma vida “careta” pode ser uma das
tarefas mais difíceis no processo de recuperação.
 TOC
O transtorno obsessivo-compulsivo, conhecido popularmente pela sigla TOC, é
um distúrbio psiquiátrico de ansiedade descrito na quinta edição do Manual de
Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais, o DSM-V (no termo em inglês). Sua
principal característica é a presença de crises recorrentes de obsessão e compulsão.
Analogicamente falando, uma pessoa com TOC é como um disco riscado, que
repete sempre o mesmo ponto daquilo que está gravado. Pacientes deste distúrbio
sofrem com imagens e pensamentos que os invadem insistentemente e, muitas vezes,
sem que a pessoa possa controlá-los. Para essas pessoas, a única forma de controlar
esses pensamentos e a própria ansiedade é por meio de um ritual, que pode ser repetido
muitas vezes ao longo do dia. Esse ritual é chamado de compulsão, um tipo de
comportamento irracional e repetitivo que segue um padrão de regras e etapas
extremamente rígido, geralmente pré-estabelecido pela própria pessoa.
É muito comum que pacientes com TOC acreditem que, se deixarem de cumprir
o ritual, algo terrível poderá acontecer. Esse comportamento tende a agravar-se à
medida em que a doença evolui. Por isso, o diagnóstico e o tratamento precoces são
muito importantes e essenciais para a recuperação.
Estudos epidemiológicos coordenados pela Organização Mundial da Saúde
mostram que aproximadamente 1 a 2% da população mundial tenha TOC. No Brasil,
são cerca de quatro milhões de pessoas sofrendo com este distúrbio psiquiátrico.
Existem dois tipos de TOC: o transtorno obsessivo-compulsivo subclínico,
caracterizado pelas obsessões e rituais que se repetem com frequência - mas que não
interferem na qualidade de vida da pessoa e de quem está ao seu redor -, e o transtorno
obsessivo-compulsivo propriamente dito, cuja ansiedade só pode ser aliviada e
controlada por meio dos rituais, que são repetidos compulsivamente e que chegam a
atrapalhar diretamente na vida de quem sofre com a doença e de pessoas próximas.
Os médicos ainda não são capazes de entender completamente o que está por
trás do transtorno obsessivo-compulsivo, mas as principais teorias que cercam as causas
da doença dizem respeito a três fatores: a biologia, a genética e o meio ambiente.
Alguns pesquisadores acreditam que o TOC pode ser resultado de alterações
ocorridas no corpo ou no cérebro da pessoa. Outros estudos apontam o distúrbio para
uma pré-disposição genética – muito embora os genes que estariam eventualmente
envolvidos não tenham sido identificados até agora.
Fatores ambientais, como infecções, também parecem estar envolvidos.
Pesquisas adicionais, no entanto, ainda precisam ser realizadas para corroborar essa
hipótese.
Os principais fatores capazes de aumentar o risco de uma pessoa desenvolver o
transtorno obsessivo-compulsiva incluem histórico familiar, como ter algum membro
próximo da família com diagnóstico positivo de TOC, e acontecimentos traumáticos e
estressantes que tenham ocorrido na vida da pessoa, como a morte de um ente querido
ou um acidente grave.
TOC atinge a mulheres e homens na mesma proporção e, na maioria dos casos, a
doença surge durante a infância ou nos primeiros anos da adolescência e vida adulta.
 Sintomas de Transtorno obsessivo-compulsivo
Os principais sinais e sintomas do transtorno obsessivo-compulsivo consistem
basicamente em duas partes, que dão nome à doença: obsessão e compulsão. No
entanto, é comum encontrar pessoas que desenvolvam apenas um dos tipos de sintomas.
 Sintomas de obsessão
Uma obsessão, dentro do transtorno obsessivo-compulsivo, consiste em uma
série de imagens, pensamentos e ideias que vêm à cabeça da pessoa insistente e
repetidamente, sem que ela possa controlar. Geralmente, a obsessão vem seguida da
compulsão, que nada mais é do que uma forma de se livrar da própriaansiedade por
meio de rituais e comportamentos repetitivos. No entanto, a obsessão em uma pessoa
com TOC também pode manifestar-se isoladamente. Os casos obsessivos mais comuns
na doença são:
 Obsessão por limpeza, que são, geralmente, resultado de um medo
irracional de contaminação ou sujeira.
 Fixação por uma organização rígida, que segue obrigatoriamente uma
determinada ordem e simetria.
 Pensamentos agressivos, de autoagressão ou outros pensamentos de carga
negativa.
 Pensamentos indesejados, incluindo de temas sexuais ou religiosos.
 Sintomas de compulsão
Em pessoas com TOC, compulsões são comportamentos repetitivos que o
paciente se sente compelido a executar para controlar, prevenir ou reduzir a ansiedade
causada pelas obsessões ou, ainda, para impedir que algo terrível aconteça. O
cumprimento dos rituais característicos do TOC, no entanto, não trazem prazer para a
pessoa, sendo capaz de reduzir a ansiedade apenas temporariamente.
Os sintomas de TOC geralmente começam gradualmente e oscilam em
intensidade e gravidade durante toda a vida do paciente – dependendo, também, da
eficácia do tratamento. Os picos geralmente acontecem quando a pessoa está
vivenciando um período de estresse intenso.
Alguns pacientes são capazes de compreender que suas obsessões e compulsões
não fazem sentido, mas nem sempre é o caso. Sobretudo crianças têm dificuldade em
reconhecer o que está errado.
 Buscando ajuda médica
Os sintomas relacionados ao TOC não são simples preocupações com
organização, limpeza ou ordem. Muitas pessoas tendem a confundir práticas comuns e
cotidianas, como levantar sempre do lado direito da cama, manter a casa limpa e os
copos dispostos sempre numa mesma ordem com sinais e sintomas típicos do transtorno
obsessivo-compulsivo. Isso é um engano.
Pessoas com TOC desenvolvem essas características de forma muito mais
incisiva, deixando, muitas vezes, que essas práticas possam interferir na qualidade de
vida. E é estritamente a isso que você deve se basear quando decidir buscar a ajuda de
um especialista.
Se for pai ou mãe de uma criança que esteja apresentando esses sinais, procure
um médico também. Quanto mais cedo o tratamento começar, melhor para o paciente.
Entre os especialistas que podem diagnosticar o transtorno obsessivo-
compulsivo estão:
 Clínico geral
 Psiquiatra
 Psicólogo
 Neurologista
 Pediatra
 Tratamento
TOC não tem cura, mas o tratamento disponível para o transtorno pode ajudar a
controlar os sintomas e evitar que eles interfiram ainda mais na qualidade de vida do
paciente. Algumas pessoas precisam de tratamento para o resto da vida.As duas
principais abordagens de tratamento para TOC são a psicoterapia e o uso de
medicamentos. No entanto, o tratamento é mais eficaz quando há uma combinação das
duas.
 Prognóstico
O transtorno obsessivo-compulsivo é uma condição crônica que deve ser
tratada pelo resto da vida. Por isso, é importante encontrar formas de tornar o tratamento
e a convivência com esse transtorno o mais fácil possível. Seguir o tratamento à risca é
a melhor maneira de lidar bem com a doença. Tome seus medicamentos conforme
indicado pelo médico. Mesmo se você estiver se sentindo bem, siga as orientações e
tome sua medicação regularmente. O uso ininterrupto dos medicamentos impedem que
os sintomas de TOC sejam recorrentes.
TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE NO
ADULTO
O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é bem conhecido
como uma doença típica da infância. A criança apresenta falta de persistência nas
atividades que envolvem concentração, não completa as tarefas, tem atividade excessiva
e desorganizada. Pode ser também impulsiva e imprudente propensa a acidentes e
freqüentemente apresenta problemas disciplinares por infração não premeditada de
regras. Até há poucos anos acreditava-se que o TDAH melhorava ou desaparecia a
medida que a criança tornava-se adulta. Sabe-se hoje, no entanto que esse transtorno
persiste em cerca de 30% a 50% dos adultos que tiveram TDAH na infância. Em geral o
transtorno é mais leve no adulto do que na criança, mas mesmo assim pode prejudicar
bastante o cotidiano da pessoa.
A primeira condição para se fazer o diagnóstico de TDAH no adulto é constatar
que a pessoa teve essa doença na infância. A doença não se inicia na idade adulta, trata-
se da persistência da doença da criança no adulto.
 Os sintomas principais do TDAH no adulto são:
1. Déficit de atenção: a pessoa distrai-se com facilidade, comete erros por
distração no trabalho ou nas atividades que exigem concentração, é desorganizada,
"avoada", esquece compromissos assumidos, perde seus objetos ou não lembra onde os
deixou, não presta atenção quando alguém está falando consigo, "sonha acordado".
2. Hiperatividade motora: agitação ou inquietação constantes, a pessoa não
consegue ficar muito tempo parado, está sempre "a todo vapor", se está sentado fica
mexendo os dedos, os pés, não consegue assistir TV ou um filme sem se levantar. Há
uma movimentação excessiva e desnecessária para o contexto.
 Outros sintomas característicos são:
1. Labilidade afetiva: oscilações entre tristeza e euforia, "altos e baixos",
mudanças bruscas de humor.
2. Temperamento explosivo: "pavio curto", brigas e discussões por motivos
fúteis, perda de controle.
3. Hiperreatividade emocional: "fazer tempestade em copo d’agua", dificuldade
de lidar com situações de pressão, de estresse, facilmente fica estressado.
4. Desorganização: mesas desarrumadas no trabalho, perda de documentos
importantes, relatórios mal feitos,
5. Impulsividade: agir sem pensar, decisões são tomadas sem pensar, rompem ou
iniciam relacionamentos/casamentos abruptamente, deixam empregos subitamente.
As manifestações acima descritas devem ter duração de pelo menos 6 meses e
ser suficientemente graves para prejudicar a vida cotidiana, profissional ou
familiar.Além do comprometimento em diferentes áreas (social, profissional, familiar)
muito frequentemente essas pessoas fazem também abuso de drogas (alcool, cocainaetc)
e podem apresentar outros transtornos mentais concomitantemente (depressão,
ansiedade).
O tratamento é feito principalmente com medicamentos (psicoestimulantes e
antidepressivos) e psicoterapia.
Síndrome de Burnout
“Burnout (esgotamento profissional) é definido como uma síndrome psicológica
decorrente da tensão emocional crônica no trabalho. Trata-se de uma experiência
subjetiva interna que gera sentimentos e atitudes negativas no relacionamento do
indivíduo com o seu trabalho (insatisfação, desgaste, perda do comprometimento),
minando o seu desempenho profissional e trazendo consequências indesejáveis para a
organização (absenteísmo, abandono do emprego, baixa produtividade). O Burnout é
caracterizado pelas dimensões: exaustão emocional, despersonalização e diminuição da
realização pessoal.”
Burnout geralmente ocorre em profissionais que lidam com pressão emocional
constante em seu dia-a-dia, e mantém contato direto com pessoas em situações
estressantes, por longo período de tempo. Por exemplo: profissionais de saúde, da
educação, policiais, agentes penitenciários, entre outros.Esses profissionais se deparam
com eventos estressores no ambiente de trabalho, além do intenso e contínuo contato
interpessoal. O trabalho dos profissionais de saúde baseia-se na articulação das
dimensões: técnica, ética e política, bem como na compreensão e manejo em lidar com a
vida e com a morte.
 Como acontece?
O fator estressor, seja qual for, físico ou psicológico, ativa o sistema
neuroendócrino.Inicialmente há o envolvimento do hipotálamo que estimula a liberação
de hormônios pela hipófise, entre eles o hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) que
estimulam as glândulas supra-renais a produzirem e liberarem cortisol e adrenalina,
chamados de hormônios do estresse.
A síndrome envolve três componentes, que podem aparecer associados, mas
são independentes:
 Exaustão emocional – falta de energia associada a sensação de
esgotamento emocional. O profissional sente que não pode despender mais energia para
desenvolver suas atividades.
 Despersonalização – indiferença em relação às atividades cotidianas do
trabalho, presença de atitudes negativas e comportamentos de cinismo e dissimulação
afetiva, até o tratamento de pessoas do convívio como objetos.
 Falta de envolvimento com o trabalho ou baixa realização profissional –
sensação de incapacidade, baixa autoestima, desmotivação e infelicidade no trabalho,
afetando até a habilidade e a destreza.
 Osestágios de burnout:
1. Necessidade de se afirmar – provar ser capaz de tudo, sempre;
2. Dedicação intensificada – com predominância da necessidade de se fazer
tudo sozinho;
3. Descaso com as necessidades pessoais – comer, dormir, sair com os
amigos começam a perder o sentido;
4. Recalque de conflitos – o portador percebe que algo não vai bem, mas
não enfrenta o problema. É quando ocorrem as manifestações físicas;
5. Reinterpretação dos valores – isolamento, fuga dos conflitos. O que antes
tinha valor sofre desvalorização: lazer, casa, amigos, e a única medida da auto-estima é
o trabalho;
6. Negação de problemas – nessa fase os outros são completamente
desvalorizados e tidos como incapazes. Os contatos sociais são repelidos, cinismo e
agressão são os sinais mais evidentes;
7. Recolhimento – aversão a grupos, reuniões – comportamento anti-social.
8. Mudanças evidentes de comportamento – perda do humor, não aceitação
de comentários, que antes eram tidos como naturais.
9. Despersonalização – ninguém parece ter valor, nem mesmo a pessoa
afetada. A vida se restringe a atos mecânicos e distância do contato social – prefere e-
mails e mensagens.
10. Vazio interior – sensação de desgaste, tudo é difícil e complicado.
11. Depressão – marcas de indiferença, desesperança, exaustão. A vida perde
o sentido;
12. E, finalmente, a síndrome do esgotamento profissional propriamente dita,
que corresponde ao colapso físico e mental. Esse estágio é considerado de emergência, e
a ajuda médica e psicológica são urgentes.
 Sintomas
O desenvolvimento dessa síndrome decorre de um processo gradual de
desgaste emocional e desmotivação acompanhado de manifestações físicas e psíquicas.
Principais Sintomas: Exaustão emocional, despersonalização, reduzida realização
profissional; fadiga; dores; imunodeficiência; disfunções sexuais, desconfiança,
irritabilidade, perda da iniciativa, tendência ao isolamento.
Sinais de doença avançada: enxaquecas, insônia, gastrite e úlcera, diarréias,
crises de asma, palpitações, hipertensão, dores musculares, alergias e infecções,
depressão, aumento do consumo de café, álcool, barbitúricos e, cigarros.
 Tratamento
Depois de constatado, o tratamento da síndrome de Burnout é realizado através
do psicoterapeuta.
Em alguns casos, é necessária a utilização de medicamentos como os
antidepressivos que atuam como moderadores de ansiedade e da tensão, sendo sempre
prescritos com avaliação médica.
Se perceber alguns dos sintomas, não deixe que eles tomem conta da sua vida.
Há casos em que essa síndrome resulta em depressões profundas e até ideias suicidas.
Portanto, se identificar alguns dos sintomas, busque soluções o mais rápido possível,
incluindo orientação especializada.
A enfermagem é responsável pelo maior contingente da força de trabalho dos
estabelecimentos hospitalares, com responsabilidade pela assistência nas 24 horas,
configurando-se como o conjunto de trabalhadores que mais sofre com as inadequadas
condições de trabalho e com a insalubridade do ambiente . Para os técnicos de
enfermagem, profissionais que lidam mais diretamente com os pacientes e seus
acompanhantes, vivenciar esse contato intenso, o qual exige cuidados permanentes, gera
um conflito diário entre a realização dos procedimentos técnicos dos cuidados
demandados e a necessidade de manter a sua saúde em um ambiente de trabalho que
muitas vezes é insalubre .
Frente a todas essas questões, o profissional da enfermagem, não raramente,
manifesta uma espécie de desencanto e cansaço que, frequentemente, implica em
situação de abandono e desesperança, falta de expectativa no trabalho e
maiordificuldade no seu enfrentamento, podendo ocasionar diversos agravos em sua
saúde, física e psíquica , sendo Burnout um deles.
CONCLUSÃO
Doença mental é um termo que abarca tudo: a clínica, as ciências e a
sociedade.Já é antiga a afirmação: “de médico e de louco todos temos um pouco”.Todos
“podemos” afirmar quem é doente mental, mas não estamos imunes à doença mental.Na
maioria das vezes, as pessoas clivam e assumem-se como “médicos” (doentes são os
outros) ou em parte “loucos” - mas no bom sentido, porque loucos, verdadeiramente,
são sempre os outros.É como pensarmos que os “normais” são como nós e os doentes
são os diferentes. Nada de mais errado. Compete aos técnicos de saúde mental estudar,
avaliar, tratar e refletir, para que se consiga evoluir mais e intervir cada vez melhor, bem
como informar e alertar a sociedade para desmistificar a doença mental. Mas este aspeto
também se aplica a outras doenças que, de igual modo, tiveram que ultrapassar muitas
barreiras,apesar do conhecimento científico incompleto e da complexidade e grau de
eficácia insuficiente dos tratamentos, que contribuíram para uma grande evolução nessa
área.Ainda hoje se verifica que, por motivo de doença mental, a pessoa pode necessitar
de baixa ou estar incapaz de exercer as suas tarefas diárias e ser mal vista pela
sociedade.Ou seja, além de estar doente, tem ainda de enfrentar ou refugiar-se da atitude
de ignorância dos outros.
A doença mental é hoje definida e estudada por profissionais com métodos e
rigor científicos. O modelo estritamente biomédico considera que a doença mental é
equiparável a outras doenças, com um substrato físico, associado a alterações cerebrais,
nomeadamente, de neurotransmissores, receptores neuronais que provocam sintomas e
são tratados com medicação.Claro que isto é uma realidade, mas não se pode reduzir a
doença e o sofrimento mental da pessoa apenas ao biológico. A dimensão da doença
mental está muito para além do substrato biológico que está presente em todas as
emoções e comportamentos, quer sejam patológicos ou não. A doença mental é muito
mais complexa e, por isso, coloca dificuldades ao técnico e a quem dela sofre. Esta
complexidade, apesar de ser difícil de compreender, não pode ser desvalorizada ou
negada e, por isso, desviada para aspetos interpessoais, sociais, morais e culturais.
Doenças mentais: causas, sintomas e tratamentos

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Doenças mentais: causas, sintomas e tratamentos

  • 1. Introdução Doenças mentais são transtornos que resultam nas alterações do funcionamento da mente e que prejudicam o desempenho da pessoa na vida familiar, na vida social, na vida pessoal, no trabalho, nos estudos, na compreensão de si e dos outros, na possibilidade de autocrítica, na tolerância aos problemas e na possibilidade de ter prazer na vida em geral. Os transtornos mentais, em geral resultam da soma de muitos fatores como:  Alterações no funcionamento do cérebro;  Fatores genético;  Fatores da própria personalidade do indivíduo;  Ação de um grande número de estresse;  Agressões de ordem física e psicológica;  Perdas, decepções, frustrações e sofrimentos físicos e psíquicos que perturbam o equilíbrio emocional. Os transtornos mentais não têm uma causa específica, mas são formados por fatores biológicos, psicológicos e socioculturais. As doenças mentais mais comuns são:  depressão,  distúrbios de ansiedade,  distúrbios do pânico,  transtornobipolar,  esquizofrenia,  tóxico dependência,  obsessivo compulsiva,  transtorno de déficit de atenção ,  hiperatividade no adulto  síndrome de burnout . Depressão
  • 2. É um distúrbio afetivo que acompanha a humanidade ao longo de sua história. No sentido patológico, há presença de tristeza, pessimismo, baixa autoestima, que aparecem com frequência e podem combinar-se entre si. É imprescindível o acompanhamento médico tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento adequado.  Causas A depressão é uma doença. Há uma série de evidências que mostram alterações químicas no cérebro do indivíduo deprimido, principalmente com relação aos neurotransmissores (serotonina, noradrenalina e, em menor proporção, dopamina), substâncias que transmitem impulsos nervosos entre as células. Outros processos que ocorrem dentro das células nervosas também estão envolvidos.Os fatores psicológicos e sociais, muitas vezes, são consequência e não causa da depressão. Vale ressaltar que o estresse pode precipitar a depressão em pessoas com predisposição, que provavelmente é genética. A prevalência (número de casos numa população) da depressão é estimada em 19%, aproximadamente uma em cada cinco pessoas no mundo apresenta o problema em algum momento da vida. Pesquisadores da Universidade Stanford, nos ESTADOS UNIDOS, em conjunto com a área de neurociências de uma indústria farmacêutica fabricante de antidepressivos, e avaliou, ao longo de 23 anos, um grupo de 424 pais deprimidos e 143 filhos destes, comparando-o com igual número de pais sem depressão (grupo controle) e seus 197 filhos.Os resultados mostraram que os filhos adultos de pais que iniciaram tratamento para depressão apresentam maior probabilidade de manifestar sintomas depressivos, se comparados aos filhos adultos dos pais do grupo controle, especialmente se o pai teve um histórico grave da doença. Eles também demonstraram ter mais dores e limitação para atividades comuns, devido a problemas físicos ou emocionais. Mais de 70% dos adultos com pais depressivos relataram que alguém na família sofre de depressão - enquanto apenas 45% informou o mesmo no grupo controle. "Os dados demonstram, portanto, não só a existência de um componente genético, mas a influência e o peso do convívio com pais depressivos". Sintomas de Depressão  Humor depressivo ou irritabilidade, ansiedade e angústia.
  • 3.  Desânimo, cansaço fácil, necessidade de maior esforço para fazer as coisas.  Diminuição ou incapacidade de sentir alegria e prazer em atividades anteriormente consideradas agradáveis  Desinteresse falta de motivação e apatia  Falta de vontade e indecisão  Sentimentos de medo, insegurança, desesperança, desespero, desamparo e vazio.  Pessimismo, ideias frequentes e desproporcionais de culpa, baixa autoestima, sensação de falta de sentido na vida, inutilidade, ruína, fracasso, doença ou morte.  A pessoa pode desejar morrer, planejar uma forma de morrer ou tentar suicídio.  Interpretação distorcida e negativa da realidade: tudo é visto sob a ótica depressiva, um tom "cinzento" para si, os outros e o seu mundo.  Dificuldade de concentração, raciocínio mais lento e esquecimento.  Diminuição do desempenho sexual (pode até manter atividade sexual, mas sem a conotação prazerosa habitual) e da libido.  Perda ou aumento do apetite e do peso  Insônia (dificuldade de conciliar o sono, múltiplos despertares ou sensação de sono muito superficial), despertar matinal precoce (geralmente duas horas antes do horário habitual) ou, menos frequentemente, aumento do sono (dorme demais e mesmo assim fica com sono a maior parte do tempo).  Dores e outros sintomas físicos não justificados por problemas médicos, como dores de barriga, má digestão, azia, diarréia, constipação, flatulência, tensão na nuca e nos ombros, dor de cabeça ou no corpo, sensação de corpo pesado ou de pressão no peito, entre outros. Tratamento de Depressão O tratamento da depressão é essencialmente medicamentoso. Existem mais de 30 antidepressivos disponíveis. Ao contrário do que alguns temem essas medicações não são como drogas, que deixam a pessoa eufórica e provocam vício. A terapia é simples e, de modo geral, não incapacita ou entorpece o paciente. Alguns
  • 4. pacientes precisam de tratamento de manutenção ou preventivo, que pode levar anos ou a vida inteira, para evitar o aparecimento de novos episódios de depressão. A psicoterapia ajuda o paciente, mas não previne novos episódios, nem cura a depressão. A técnica auxilia na reestruturação psicológica do indivíduo, além de aumentar a sua compreensão sobre o processo de depressão e na resolução de conflitos, o que diminui o impacto provocado pelo estresse. TRANSTORNO DA ANSIEDADE A ansiedade é uma reação normal diante de situações que podem provocar medo, dúvida ou expectativa. É considerada normal a ansiedade que se manifesta nas horas que antecedem uma entrevista de emprego, a publicação dos aprovados num concurso, o nascimento de um filho, uma viagem a um país exótico, uma cirurgia delicada, ou um revés econômico. Nesses casos, a ansiedade funciona como um sinal que prepara a pessoa para enfrentar o desafio e, mesmo que ele não seja superado, favorece sua adaptação às novas condições de vida.O transtorno da ansiedade generalizada (TAG), segundo o manual de classificação de doenças mentais (DSM.IV), é um distúrbio caracterizado pela “preocupação excessiva ou expectativa apreensiva”, persistente e de difícil controle, que perdura por seis meses no mínimo e vem acompanhado por três ou mais dos seguintes sintomas: inquietação, fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração, tensão muscular e perturbação do sono. É importante registrar também que, nesses casos, o nível de ansiedade é desproporcional aos acontecimentos geradores do transtorno, causa muito sofrimento e interfere na qualidade de vida e no desempenho familiar, social e profissional dos pacientes.O transtorno da ansiedade generalizada pode afetar pessoas de todas as idades, desde o nascimento até a velhice. Em geral, as mulheres são um pouco mais vulneráveis do que os homens.  Sintomas Os sintomas podem variar de uma pessoa para outra. Além dos já citados (inquietação, fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração, tensão muscular) existem outras queixas que podem estar associadas ao transtorno da ansiedade generalizada: palpitações, falta de ar, taquicardia, aumento da pressão arterial, sudorese excessiva, dor de cabeça, alteração nos hábitos intestinais, náuseas, aperto no peito, dores musculares.
  • 5.  Diagnóstico O diagnóstico do TAG leva em conta a história de vida do paciente, a avaliação clínica criteriosa e, quando necessário, a realização de alguns exames complementares. Como os sintomas podem ser comuns a várias condições clinicas diferentes que exigem tratamento específico, é fundamental estabelecer o diagnóstico diferencial com TOC, síndrome do pânico ou fobia social, por exemplo.  Tratamento O tratamento do TAG inclui o uso de medicamentos antidepressivos ou ansiolíticos, sob orientação médica, e a terapia comportamental cognitiva. O tratamento farmacológico geralmente precisa ser mantido por seis a doze meses depois do desaparecimento dos sintomas e deve ser descontinuado em doses decrescentes.  Recomendações Se você é visto como alguém de estopim curto, que anda sempre com os nervos à flor da pele e tem muita dificuldade para relaxar, provavelmente chegou a hora de procurar um médico para avaliar esse estado permanente de tensão e ansiedade; Se você cobra muito de si mesmo, está sempre envolvido em inúmeras tarefas e pressionado pelos compromissos, tente pôr ordem não só na sua agenda, mas também na sua rotina de vida, sem esquecer de reservar um tempo para o lazer. Se não conseguir sozinho, não se envergonhe, peça ajuda. TRANSTORNO DO PÂNICO É uma enfermidade que se caracteriza por crises absolutamente inesperadas de medo e desespero intenso de que algo ruim aconteça, mesmo que não haja motivo algum para isso ou sinais de perigo iminente. Quem sofre do Transtorno de Pânico sofre crises de medo agudo de modo recorrente e inesperado. Além disso, as crises são seguidas de preocupação persistente com a possibilidade de ter novos ataques e com as consequências desses ataques, seja dificultando a rotina do dia a dia, seja por medo de perder o controle, enlouquecer ou ter um ataque no coração. A pessoa tem a impressão de que vai morrer naquele momento de um ataque cardíaco, porque o coração dispara,
  • 6. sente falta de ar e tem sudorese abundante. Quem padece de síndrome do pânico sofre durante as crises e ainda mais nos intervalos entre uma e outra, pois não faz a menor idéia de quando elas ocorrerão novamente, se dali a cinco minutos, cinco dias ou cinco meses. Isso traz tamanha insegurança que a qualidade de vida do paciente fica seriamente comprometida.  Causas As causas exatas da síndrome do pânico são desconhecidas, embora a Ciência acredite que um conjunto de fatores possa desencadear o desenvolvimento deste transtorno, como:  Genética  Estresse  Temperamento forte e suscetível ao estresse  Mudanças na forma como o cérebro funcionam e reagem a determinadas situações. Alguns estudos indicam que a resposta natural do corpo a situações de perigo esteja diretamente envolvida nas crises de pânico. Apesar disso, ainda não está claro por que esses ataques acontecem em situações nas quais não há qualquer evidência de perigo iminente.  Fatores de risco As crises de síndrome do pânico geralmente começam entre a fase final da adolescência e o início da idade adulta. Apesar disso, podem ocorrer depois dos 30 anos e durante a infância, embora no último caso ela possa ser diagnosticada só depois que as crianças já estejam mais velhas. A síndrome do pânico costuma afetar mais mulheres do que homens e pode ser desencadeada por alguns fatores considerados de risco, como:  Situações de estresse extremo  Morte ou adoecimento de uma pessoa próxima  Mudanças radicais ocorridas na vida  Histórico de abuso sexual durante a infância  Ter passado por alguma experiência traumática, como um acidente. Algumas pesquisas indicam que se um gêmeo idêntico tem síndrome do pânico, o outro gêmeo também desenvolverá o problema em 40% das vezes. Pode acontecer, no entanto, de a doença se manifestar sem que haja histórico familiar dela.
  • 7.  Sintomas de Síndrome do pânico Ataques de pânico característicos da síndrome geralmente acontecem de repente e sem aviso prévio, em qualquer período do dia e também em qualquer situação, como enquanto a pessoa está dirigindo, fazendo compras no shopping, em meio a uma reunião de trabalho ou até mesmo dormindo. O pico das crises de pânico geralmente dura cerca de 10 a 20 minutos, mas pode variar dependendo da pessoa e da intensidade do ataque. Além disso, alguns sintomas podem continuar por uma hora ou mais. É bom ficar atento, pois muitas vezes um ataque de pânico pode ser confundido com um ataque cardíaco. As crises de pânico geralmente manifestam os seguintes sintomas:  Sensação de perigo iminente  Medo de perder o controle  Medo da morte ou de uma tragédia iminente  Sentimentos de indiferença  Sensação de estar fora da realidade  Dormência e formigamento nas mãos, nos pés ou no rosto  Palpitações, ritmo cardíaco acelerado e taquicardia  Sudorese  Tremores  Dificuldade para respirar, falta de ar e sufocamento  Hiperventilação  Calafrios  Ondas de calor  Náusea  Dores abdominais  Dores no peito e desconforto  Dor de cabeça  Tontura  Desmaio  Sensação de estar com a garganta fechando  Dificuldade para engolir
  • 8. Uma complicação frequente é o medo do medo, ou seja, o medo ter outro ataque de pânico. Esse medo pode ser tão grande que a pessoa, muitas vezes, evitará ao máximo situações em que essas crises poderão ocorrer novamente. Os ataques de pânico podem alterar o comportamento em casa, na escola ou no trabalho. As pessoas portadoras da síndrome muitas vezes se preocupam com os efeitos de seus ataques de pânico e possa, até mesmo, despertar problemas mais graves, como alcoolismo, depressão e abuso de drogas.  Tratamento deSíndrome dopânico O principal objetivo do tratamento da síndrome do pânico é reduzir o número de crises, assim como sua intensidade e recuperação mais rápida. As duas principais formas de tratamento para esse transtorno é por meio de psicoterapia e medicamentos. Ambos têm se mostrado bastante eficientes. Dependendo da gravidade, preferência e do histórico do paciente, o médico poderá optar por um deles ou até mesmo por ambos, já que a combinação dos dois tipos de tratamento têm se mostrado ainda mais eficaz do que um ou outro operando isoladamente. A psicoterapia é geralmente a primeira opção para o tratamento de síndrome do pânico. Existem diversas formas de psicoterapia, sendo a mais estudada e que comprovadamente tem efeitos benéficos nesse transtorno a chamada de Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC). Ela poderá ajudar o paciente a entender os ataques de pânico, a como lidar com eles no momento em que acontecerem e como ter uma vida cotidiana normal sem medo de ter um novo ataque. Já o tratamento à base de medicamentos inclui antidepressivos, como os inibidores seletivos da recaptação da serotonina, como por exemplo a Paroxetina ou citalopran. Benzodiazepinas também podem ser prescritos pelos médicos. Os sintomas devem reduzir progressivamente em algumas semanas. Se não melhorarem, converse com seu médico. Não suspenda a medicação sem antes consultar seu médico.  Prognóstico O tratamento ajuda o paciente a se recuperar da síndrome do pânico, mas algumas medidas auxiliares podem tornar o resultado ainda melhor que o esperado. Veja alguns exemplos:  Siga à risca o tratamento e as orientações médicas  Faça parte de um grupo de apoio e compartilhe suas experiências sobre a síndrome do pânico
  • 9.  Evite o consumo exacerbado de cafeína e bebidas alcoólicas  Corte as drogas recreativas  Pratique exercícios de relaxamento, como alongamentos, yoga, respiração profunda e relaxamento muscular  Pratique exercícios físicos regularmente, principalmente atividades aeróbicas  Vá dormir cedo e descanse. Horas regulares de sono podem ajudar a controlar o medo e ansiedade.  Complicações possíveis Síndrome do pânico não tratada pode levar a complicações que podem comprometer seriamente a qualidade de vida social, profissional e de relacionamento. Entre as complicações que podem ser provocadas estão:  Desenvolvimento de algumas fobias específicas, como agorafobia (ansiedade de estar em locais ou situações em que a saída seja difícil, como por exemplo, multidões, um supermercado muito grande ou um local onde o auxilio possa não estar disponível - mesmo que não haja previsão de necessitar este auxilio.)  Pessoas com síndrome do pânico têm mais probabilidade de ficar desempregadas, ser menos produtivas no trabalho e de ter relações pessoais difíceis, inclusive problemas matrimoniais  Depressão  Suicídio  Alcoolismo e abuso de drogas  Problemas financeiros. A dependência de medicamentos contra ansiedade é uma possível complicação do tratamento. A dependência envolve a necessidade de um medicamento para poder agir normalmente e para evitar sintomas de abstinência. Não é o mesmo que vício.  Expectativas Os ataques de pânico podem durar muitos anos e ser de difícil tratamento. Algumas pessoas com essa síndrome podem não se curar totalmente com o tratamento. Entretanto, a maioria das pessoas obtém grande melhora com uma combinação de medicamentos e psicoterapia. TRANSTORNOBIPOLAR
  • 10. Transtorno afetivo bipolar é um distúrbio psiquiátrico complexo. Sua característica mais marcante é a alternância, às vezes súbita, de episódios de depressão com os de euforia (mania e hipomania) e de períodos assintomáticos entre eles. As crises podem variar de intensidade (leve, moderada e grave), frequência e duração. As flutuações de humor têm reflexos negativos sobre o comportamento e atitudes dos pacientes, e a reação que provocam é sempre desproporcional aos fatos que serviram de gatilho ou, até mesmo, independem deles. Em geral, essa perturbação do humor se manifesta tanto nos homens quanto nas mulheres, entre os 15 e os 25 anos, mas pode afetar também as crianças e pessoas mais velhas.  Tipos De acordo com o DSM.IV e o CID-10, (manuais internacionais de classificação diagnóstica), o transtorno bipolar pode ser classificado nos seguintes tipos: 1) Transtorno bipolar Tipo I O portador do distúrbio apresenta períodos de mania, que duram, no mínimo, sete dias, e fases de humor deprimido, que se estendem de duas semanas a vários meses. Tanto na mania quanto na depressão, os sintomas são intensos e provocam profundas mudanças comportamentais e de conduta, que podem comprometer não só os relacionamentos familiares, afetivos e sociais, como também o desempenho profissional, a posição econômica e a segurança do paciente e das pessoas que com ele convivem. O quadro pode ser grave a ponto de exigir internação hospitalar por causa do risco aumentado de suicídios e da incidência de complicações psiquiátricas. 2) Transtorno bipolar Tipo II Há uma alternância entre os episódios de depressão e os de hipomania (estado mais leve de euforia, excitação, otimismo e, às vezes, de agressividade), sem prejuízo maior para o comportamento e as atividades do portador. 3) Transtorno bipolar não especificado ou misto Os sintomas sugerem o diagnóstico de transtorno bipolar, mas não são suficientes nem em número nem no tempo de duração para classificar a doença em um dos dois tipos anteriores. 4) Transtorno ciclotímico É o quadro mais leve do transtorno bipolar, marcado por oscilações crônicas do humor, que podem ocorrer até no mesmo dia. O paciente alterna sintomas de hipomania
  • 11. e de depressão leve que, muitas vezes, são entendidos como próprios de um temperamento instável ou irresponsável.  Causas Ainda não foi determinada a causa efetiva do transtorno bipolar, mas já se sabe que fatores genéticos, alterações em certas áreas do cérebro e nos níveis de vários neurotransmissores estão envolvidos. Da mesma forma, já ficou demonstrado que alguns eventos podem precipitar a manifestação desse distúrbio do humor nas pessoas geneticamente predispostas. Entre eles, destacam-se: episódios frequentes de depressão ou início precoce dessas crises, puerpério, estresse prolongado, remédios inibidores do apetite (anorexígenos e anfetaminas), e disfunções da tireoide, como o hipertireoidismo e o hipotireoidismo.  Diagnóstico O diagnóstico do transtorno bipolar é clinico, baseado no levantamento da história e no relato dos sintomas pelo próprio paciente ou por um amigo ou familiar. Em geral, ele leva mais de dez anos para ser concluído, porque os sinais podem ser confundidos com os de doenças como esquizofrenia, depressão maior, síndrome do pânico, distúrbios da ansiedade. Daí a importância de estabelecer o diagnóstico diferencial antes de propor qualquer medida terapêutica.  Sintomas Depressão: humor deprimido, tristeza profunda, apatia, desinteresse pelas atividades que antes davam prazer, isolamento social, alterações do sono e do apetite, redução significativa da libido, dificuldade de concentração, cansaço, sentimentos recorrentes de inutilidade, culpa excessiva, frustração e falta de sentido para a vida, esquecimentos, ideias suicidas. Mania: estado de euforia exuberante, com valorização da autoestima e da autoconfiança, pouca necessidade de sono, agitação psicomotora, descontrole ao coordenar as ideias, desvio da atenção, compulsão para falar, aumento da libido, irritabilidade e impaciência crescentes, comportamento agressivo, mania de grandeza. Nessa fase, o paciente pode tomar atitudes que reverterão em danos a si próprio e às pessoas próximas, como demissão do emprego, gastos descontrolados de dinheiro, envolvimentos afetivos apressados, atividade sexual aumentada e, em casos mais graves, delírios e alucinações. Hipomania: os sintomas são semelhantes aos da mania, porém bem mais leves e com menor repercussão sobre as atividades e relacionamentos do paciente, que se
  • 12. mostra mais eufórico, mais falante, sociável e ativo do que o habitual. Em geral, a crise é breve, dura apenas uns poucos dias. Para efeito de diagnóstico, é preciso assegurar que a reação não foi induzida pelo uso de antidepressivos.  Tratamento Transtorno bipolar não tem cura, mas pode ser controlado. O tratamento inclui o uso de medicamentos, psicoterapia e mudanças no estilo de vida, tais como o fim do consumo de substâncias psicoativas, (cafeína, anfetaminas, álcool e cocaína, por exemplo), o desenvolvimento de hábitos saudáveis de alimentação e sono e redução dos níveis de estresse. De acordo com o tipo, gravidade e evolução da doença, a prescrição de medicamentos neurolépticos, antipsicóticos, anticonvulsivantes, ansiolíticos e estabilizadores de humor, especialmente o carbonato de lítio, tem-se mostrado útil para reverter os quadros agudos de euforia e evitar a recorrência das crises. A associação de lítio com antidepressivos e anticonvulsivantes tem demonstrado maior eficácia para prevenir recaídas. No entanto, os antidepressivos devem ser utilizados com cuidado, porque podem provocar uma guinada rápida da depressão para a euforia, ou acelerar a incidência das crises. A psicoterapia é outro recurso importante no tratamento da bipolaridade, uma vez que oferece suporte para o paciente superar as dificuldades impostas pelas características da doença, ajuda a prevenir a recorrência das crises e, especialmente, promove a adesão ao tratamento medicamentoso que, como ocorre na maioria das doenças crônicas, deve ser mantido por toda a vida.  Recomendações Portadores de transtorno bipolar e seus familiares precisam estar cientes de que: * seguir o tratamento à risca é a melhor forma de prevenir a instabilidade emocional e a recorrência das crises, o que assegura a possibilidade de levar vida praticamente normal; * os remédios podem não fazer o efeito desejado logo nas primeiras doses que, muitas vezes, precisam ser ajustadas ao longo do tratamento; * crises depressivas prolongadas sem tratamento adequado podem aumentar em 15% o risco de suicídio nos pacientes bipolares;
  • 13. * o paciente pode procurar alívio para os sintomas no álcool e em outras drogas, solução que só ajuda a agravar o quadro; * alternar a fase de depressão com a de mania pode dar a falsa sensação de que a pessoa está curada e não precisa mais de tratamento; * a família pode precisar também de acompanhamento psicoterápico, por duas diferentes razões: primeira, porque o distúrbio pode afetar todos que convivem diretamente com o paciente; segunda, porque precisa ser orientada sobre como lidar no dia a dia com os portadores do transtorno.  Prognóstico O paciente com transtorno bipolar provavelmente vai precisar fazer muitas mudanças de estilo de vida para parar com as oscilações de comportamento. Aqui estão algumas medidas que devem ser tomadas e que ajudarão a acelerar a recuperação e tornarão o prognóstico mais tolerável: Largar o vícios, relacionar com pessoas positivas, fazer exercícios físicos regularmente e dormir bem. ESQUIZOFRENIA A esquizofrenia é uma doença mental crônica que se manifesta na adolescência ou início da idade adulta. Sua freqüência na população em geral é da ordem de 1 para cada 100 pessoas, havendo cerca de 40 casos novos para cada 100.000 habitantes por ano. No Brasil estima-se que há cerca de 1,6 milhão de esquizofrênicos; a cada ano cerca de 50.000 pessoas manifestam a doença pela primeira vez. Ela atinge em igual proporção homens e mulheres, em geral inicia-se mais cedo no homem, por volta dos 20-25 anos de idade, e na mulher, por volta dos 25-30 anos.  Sintomas A esquizofrenia apresenta várias manifestações, afetando diversas áreas do funcionamento psíquico. Os principais sintomas são: 1. delírios: são idéias falsas, das quais o paciente tem convicção absoluta. Por exemplo, ele se acha perseguido ou observado por câmeras escondidas, acredita que os vizinhos ou as pessoas que passam na rua querem lhe fazer mal. 2. alucinações: são percepções falsas dos órgãos dos sentidos. As alucinações mais comuns na esquizofrenia são as auditivas, em forma de vozes. O paciente ouve vozes que falam sobre ele, ou que acompanham suas atividades com comentários. Muitas vezes essas vozes dão ordens de como agir em determinada circunstancia.
  • 14. Outras formas de alucinação, como visuais, táteis ou olfativas podem ocorrer também na esquizofrenia. 3. alterações do pensamento: as idéias podem se tornar confusas, desorganizadas ou desconexas, tornando o discurso do paciente difícil de compreender. Muitas vezes o paciente tem a convicção de que seus pensamentos podem ser lidos por outras pessoas, ou que pensamentos são roubados de sua mente ou inseridos nela. 4. alterações da afetividade: muitos pacientes tem uma perda da capacidade de reagir emocionalmente às circunstancias, ficando indiferente e sem expressão afetiva. Outras vezes o paciente apresenta reações afetivas que são incongruentes, inadequadas em relação ao contexto em que se encontra. Torna-se pueril e se comporta de modo excêntrico ou indiferente ao ambiente que o cerca. 5. diminuição da motivação: o paciente perde a vontade, fica desanimado e apático, não sendo mais capaz de enfrentar as tarefas do dia a dia. Quase não conversa, fica isolado e retraído socialmente. Outros sintomas, como dificuldade de concentração, alterações da motricidade, desconfiança excessiva, indiferença, podem aparecer na esquizofrenia. Dependendo da maneira como os sintomas se agrupam, é possível caracterizar os diferentes subtipos da doença. A esquizofrenia evolui geralmente em episódios agudos onde aparecem os vários sintomas acima descritos, principalmente delírios e alucinações, intercalados por períodos de remissão, com poucos sintomas manifestos.  Causa Não se sabe quais são as causas da esquizofrenia. A hereditariedade tem uma importância relativa, sabe-se que parentes de primeiro grau de um esquizofrênico tem chance maior de desenvolver a doença do que as pessoas em geral. Por outro lado, não se sabe o modo de transmissão genética da esquizofrenia. Fatores ambientais (p. ex., complicações da gravidez e do parto, infecções, entre outros) que possam alterar o desenvolvimento do sistema nervoso no período de gestação parecem ter importância na doença. Estudos feitos com métodos modernos de imagem, como tomografia computadorizada e ressonância magnética mostram que alguns pacientes tem pequenas alterações cerebrais, com diminuição discreta do tamanho de algumas áreas do cérebro. Alterações bioquímicas dos neurotransmissores cerebrais, particularmente da dopamina, parecem estar implicados na doença.  Diagnostica
  • 15. O diagnóstico da esquizofrenia é feito pelo especialista a partir das manifestações da doença. Não há nenhum tipo de exame de laboratório (exame de sangue, raio X, tomografia, eletroencefalograma etc.) que permita confirmar o diagnóstico da doença. Muitas vezes o clínico solicita exames, mas estes servem apenas para excluir outras doenças que podem apresentar manifestações semelhantes à esquizofrenia.  Tratamento O tratamento da esquizofrenia visa ao controle dos sintomas e a reintegração do paciente. O tratamento da esquizofrenia requer duas abordagens: medicamentosa e psicossocial. O tratamento medicamentoso é feito com remédios chamados antipsicóticos ou neurolépticos. Eles são utilizados na fase aguda da doença para aliviar os sintomas psicóticos, e também nos períodos entre as crises, para prevenir novas recaídas. A maioria dos pacientes precisa utilizar a medicação ininterruptamente para não ter novas crises. Assim o paciente deve submeter-se a avaliações médicas periódicas; o médico procura manter a medicação na menor dose possível para evitar recaídas e evitar eventuais efeitos colaterais. As abordagens psicossociais são necessárias para promover a reintegração do paciente à família e à sociedade. Devido ao fato de que alguns sintomas (principalmente apatia, desinteresse, isolamento social e outros) podem persistir mesmo após as crises, é necessário um planejamento individualizado de reabilitação do paciente. Os pacientes necessitam em geral de psicoterapia, terapia ocupacional, e outros procedimentos que visem ajudá-lo a lidar com mais facilidade com as dificuldades do dia a dia.  Prognóstico A terapia de apoio pode ser útil para muitas pessoas com esquizofrenia. Técnicas comportamentais, como o treinamento de habilidades sociais, podem ser usadas para melhorar as atividades sociais e profissionais. Aulas de treinamento profissional e construção de relacionamentos são importantes.Os familiares de uma pessoa com esquizofrenia devem ser informados sobre a doença e receber apoio. Os programas que destacam os serviços de apoio social para pessoas necessitadas podem ajudar aqueles que não recebem apoio da família ou de conhecidos. Toxicodependência
  • 16. A dependência pode dizer respeito a uma substância psicoativa específica (por exemplo, o fumo, o álcool ou a cocaína), a uma categoria de substâncias psicoativas (por exemplo, substâncias opiáceas)ou a um conjunto mais vasto de substâncias farmacologicamente diferentes.  Causas A dependência química é uma doença crônica e multifatorial, isso significa que diversos fatores contribuem para o seu desenvolvimento, incluindo a quantidade e frequência de uso dasubstância, a condição de saúde do indivíduo e fatores genéticos, psicossociais e ambientais. Muitos estudos buscam identificar características que predispõe um indivíduo a um maior risco de desenvolver abuso ou dependência. Em relação ao álcool, por exemplo, estima-se que os fatores genéticos expliquem cerca de 50% das vulnerabilidades que levam o indivíduo a fazer uso pesado de álcool - principalmente genes que estariam envolvidos no metabolismo do álcool e/ou na sensibilidade aos efeitos dessa substância, sendo que filhos de alcoolistas possuem quatro vezes mais riscos de desenvolverem alcoolismo, mesmo se forem criados por indivíduos não- alcoolistas. Além disso, fatores individuais e aspectos do beber fazem com que mulheres, jovens e idosos sejam mais vulneráveis aos efeitos das bebidas alcoólicas, o que o colocam em maior risco de desenvolvimento de problemas.  Sintomas deDependência química  Desejo incontrolável de usar a substância  Perda de controle (não conseguir parar depois de ter começado)  Aumento da tolerância (necessidade de doses maiores para atingir o mesmo efeito obtido com doses anteriormente inferiores ou efeito cada vez menor com uma mesma dose da substância).  Sintomas de abstinência:  Sudorese;  Tremores;  Ansiedade quando a pessoa está sob efeito da droga. Buscandoajuda médica
  • 17. É importante que o indivíduo com dependência química procure ajuda com profissionais da saúde quando ocorrem situações nas quais a substância está influenciando negativamente a saúde física e/ou rotina, funções acadêmicas e/ou profissionais e as relações pessoais. Diagnóstico Os critérios do “Manual Estatístico e Mental de Transtornos Mentais” (4ª edição; DSM-IV), da Associação Americana de Psiquiatria, e “Classificação Internacional de Doenças” (10ª edição; CID-10), da Organização Mundial da Saúde (OMS) são os mais comumente empregados para o diagnóstico dos transtornos relacionados ao uso de substâncias. Variados questionários de autopreenchimento (tais como ASSIST, CAGE, AUDIT) e testes sanguíneos também têm sido empregados, em contexto clínico, com tais fins, mas não podem ser considerados como substitutos de uma cuidadosa entrevista clínica. Existem ainda alguns exames (marcadores biológicos) que são indicadores fisiológicos da exposição ou ingestão de drogas, e podem auxiliar no diagnóstico e no tratamento. No caso do álcool, por exemplo, é possível citar o alaninaaminotransferase (ALT), volume corpuscular médio (VCM) e o gama-glutamiltransferase (GGT). É importante também realizar um exame físico e atentar-se a sinais e sintomas que podem auxiliar na identificação do problema, como por exemplo sintomas de abstinência, hipertensão leve e flutuante, infecções de repetição, arritmias cardíacas não explicadas, cirrose, hepatite sem causa definida, pancreatite, entre outras. Quando o paciente é diagnosticado, é importante que além do tratamento para a dependência química, o indivíduo também tenha acompanhamento clínico para garantir a melhora de sua saúde como um todo.  Tratamento O tipo de ajuda mais adequado para cada pessoa depende de suas características pessoais, da quantidade e padrão de uso de substâncias e se já apresenta problemas de ordem emocional, física ou interpessoal decorrentes desse uso. A avaliação do paciente pode envolver diversos profissionais da saúde, como médicos clínicos e psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, educadores físicos, assistentes sociais e enfermeiros. Quando diagnosticada, a dependência química deve contar com acompanhamento a médio-longo prazo para assegurar o sucesso do tratamento, que varia de acordo com a progressão e gravidade da doença.
  • 18.  Prognóstico A dependência química geralmente representa um impacto profundo em diversos aspectos da vida do indivíduo e também daqueles que estão ao seu redor. Dada a sua complexidade, é interessante que os programas de tratamento sejam multidisciplinares para atender às diversas necessidades do paciente (aspectos sociais, psicológicos, profissionais e até jurídicas, conforme demonstrado em diversos estudos), sendo mais eficaz na alteração dos padrões de comportamentos que o levam ao uso da substância, assim como seus processos cognitivos e funcionamento social. Para manter-se livre das drogas, o indivíduo terá que realizar uma série de mudanças em seu estilo de vida. Por exemplo, evitar locais e situações que sejam associados ao uso, reaprender “fontes de prazer” que não as que estejam relacionadas ao consumo – geralmente, pessoas com problemas com drogas afastam-se todas as formas de lazer, hobbies, relacionamentos, etc, e retomar a uma vida “careta” pode ser uma das tarefas mais difíceis no processo de recuperação.  TOC O transtorno obsessivo-compulsivo, conhecido popularmente pela sigla TOC, é um distúrbio psiquiátrico de ansiedade descrito na quinta edição do Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais, o DSM-V (no termo em inglês). Sua principal característica é a presença de crises recorrentes de obsessão e compulsão. Analogicamente falando, uma pessoa com TOC é como um disco riscado, que repete sempre o mesmo ponto daquilo que está gravado. Pacientes deste distúrbio sofrem com imagens e pensamentos que os invadem insistentemente e, muitas vezes, sem que a pessoa possa controlá-los. Para essas pessoas, a única forma de controlar esses pensamentos e a própria ansiedade é por meio de um ritual, que pode ser repetido muitas vezes ao longo do dia. Esse ritual é chamado de compulsão, um tipo de comportamento irracional e repetitivo que segue um padrão de regras e etapas extremamente rígido, geralmente pré-estabelecido pela própria pessoa. É muito comum que pacientes com TOC acreditem que, se deixarem de cumprir o ritual, algo terrível poderá acontecer. Esse comportamento tende a agravar-se à medida em que a doença evolui. Por isso, o diagnóstico e o tratamento precoces são muito importantes e essenciais para a recuperação.
  • 19. Estudos epidemiológicos coordenados pela Organização Mundial da Saúde mostram que aproximadamente 1 a 2% da população mundial tenha TOC. No Brasil, são cerca de quatro milhões de pessoas sofrendo com este distúrbio psiquiátrico. Existem dois tipos de TOC: o transtorno obsessivo-compulsivo subclínico, caracterizado pelas obsessões e rituais que se repetem com frequência - mas que não interferem na qualidade de vida da pessoa e de quem está ao seu redor -, e o transtorno obsessivo-compulsivo propriamente dito, cuja ansiedade só pode ser aliviada e controlada por meio dos rituais, que são repetidos compulsivamente e que chegam a atrapalhar diretamente na vida de quem sofre com a doença e de pessoas próximas. Os médicos ainda não são capazes de entender completamente o que está por trás do transtorno obsessivo-compulsivo, mas as principais teorias que cercam as causas da doença dizem respeito a três fatores: a biologia, a genética e o meio ambiente. Alguns pesquisadores acreditam que o TOC pode ser resultado de alterações ocorridas no corpo ou no cérebro da pessoa. Outros estudos apontam o distúrbio para uma pré-disposição genética – muito embora os genes que estariam eventualmente envolvidos não tenham sido identificados até agora. Fatores ambientais, como infecções, também parecem estar envolvidos. Pesquisas adicionais, no entanto, ainda precisam ser realizadas para corroborar essa hipótese. Os principais fatores capazes de aumentar o risco de uma pessoa desenvolver o transtorno obsessivo-compulsiva incluem histórico familiar, como ter algum membro próximo da família com diagnóstico positivo de TOC, e acontecimentos traumáticos e estressantes que tenham ocorrido na vida da pessoa, como a morte de um ente querido ou um acidente grave. TOC atinge a mulheres e homens na mesma proporção e, na maioria dos casos, a doença surge durante a infância ou nos primeiros anos da adolescência e vida adulta.  Sintomas de Transtorno obsessivo-compulsivo Os principais sinais e sintomas do transtorno obsessivo-compulsivo consistem basicamente em duas partes, que dão nome à doença: obsessão e compulsão. No entanto, é comum encontrar pessoas que desenvolvam apenas um dos tipos de sintomas.  Sintomas de obsessão Uma obsessão, dentro do transtorno obsessivo-compulsivo, consiste em uma série de imagens, pensamentos e ideias que vêm à cabeça da pessoa insistente e repetidamente, sem que ela possa controlar. Geralmente, a obsessão vem seguida da
  • 20. compulsão, que nada mais é do que uma forma de se livrar da própriaansiedade por meio de rituais e comportamentos repetitivos. No entanto, a obsessão em uma pessoa com TOC também pode manifestar-se isoladamente. Os casos obsessivos mais comuns na doença são:  Obsessão por limpeza, que são, geralmente, resultado de um medo irracional de contaminação ou sujeira.  Fixação por uma organização rígida, que segue obrigatoriamente uma determinada ordem e simetria.  Pensamentos agressivos, de autoagressão ou outros pensamentos de carga negativa.  Pensamentos indesejados, incluindo de temas sexuais ou religiosos.  Sintomas de compulsão Em pessoas com TOC, compulsões são comportamentos repetitivos que o paciente se sente compelido a executar para controlar, prevenir ou reduzir a ansiedade causada pelas obsessões ou, ainda, para impedir que algo terrível aconteça. O cumprimento dos rituais característicos do TOC, no entanto, não trazem prazer para a pessoa, sendo capaz de reduzir a ansiedade apenas temporariamente. Os sintomas de TOC geralmente começam gradualmente e oscilam em intensidade e gravidade durante toda a vida do paciente – dependendo, também, da eficácia do tratamento. Os picos geralmente acontecem quando a pessoa está vivenciando um período de estresse intenso. Alguns pacientes são capazes de compreender que suas obsessões e compulsões não fazem sentido, mas nem sempre é o caso. Sobretudo crianças têm dificuldade em reconhecer o que está errado.  Buscando ajuda médica Os sintomas relacionados ao TOC não são simples preocupações com organização, limpeza ou ordem. Muitas pessoas tendem a confundir práticas comuns e cotidianas, como levantar sempre do lado direito da cama, manter a casa limpa e os copos dispostos sempre numa mesma ordem com sinais e sintomas típicos do transtorno obsessivo-compulsivo. Isso é um engano. Pessoas com TOC desenvolvem essas características de forma muito mais incisiva, deixando, muitas vezes, que essas práticas possam interferir na qualidade de
  • 21. vida. E é estritamente a isso que você deve se basear quando decidir buscar a ajuda de um especialista. Se for pai ou mãe de uma criança que esteja apresentando esses sinais, procure um médico também. Quanto mais cedo o tratamento começar, melhor para o paciente. Entre os especialistas que podem diagnosticar o transtorno obsessivo- compulsivo estão:  Clínico geral  Psiquiatra  Psicólogo  Neurologista  Pediatra  Tratamento TOC não tem cura, mas o tratamento disponível para o transtorno pode ajudar a controlar os sintomas e evitar que eles interfiram ainda mais na qualidade de vida do paciente. Algumas pessoas precisam de tratamento para o resto da vida.As duas principais abordagens de tratamento para TOC são a psicoterapia e o uso de medicamentos. No entanto, o tratamento é mais eficaz quando há uma combinação das duas.  Prognóstico O transtorno obsessivo-compulsivo é uma condição crônica que deve ser tratada pelo resto da vida. Por isso, é importante encontrar formas de tornar o tratamento e a convivência com esse transtorno o mais fácil possível. Seguir o tratamento à risca é a melhor maneira de lidar bem com a doença. Tome seus medicamentos conforme indicado pelo médico. Mesmo se você estiver se sentindo bem, siga as orientações e tome sua medicação regularmente. O uso ininterrupto dos medicamentos impedem que os sintomas de TOC sejam recorrentes. TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE NO ADULTO O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é bem conhecido como uma doença típica da infância. A criança apresenta falta de persistência nas
  • 22. atividades que envolvem concentração, não completa as tarefas, tem atividade excessiva e desorganizada. Pode ser também impulsiva e imprudente propensa a acidentes e freqüentemente apresenta problemas disciplinares por infração não premeditada de regras. Até há poucos anos acreditava-se que o TDAH melhorava ou desaparecia a medida que a criança tornava-se adulta. Sabe-se hoje, no entanto que esse transtorno persiste em cerca de 30% a 50% dos adultos que tiveram TDAH na infância. Em geral o transtorno é mais leve no adulto do que na criança, mas mesmo assim pode prejudicar bastante o cotidiano da pessoa. A primeira condição para se fazer o diagnóstico de TDAH no adulto é constatar que a pessoa teve essa doença na infância. A doença não se inicia na idade adulta, trata- se da persistência da doença da criança no adulto.  Os sintomas principais do TDAH no adulto são: 1. Déficit de atenção: a pessoa distrai-se com facilidade, comete erros por distração no trabalho ou nas atividades que exigem concentração, é desorganizada, "avoada", esquece compromissos assumidos, perde seus objetos ou não lembra onde os deixou, não presta atenção quando alguém está falando consigo, "sonha acordado". 2. Hiperatividade motora: agitação ou inquietação constantes, a pessoa não consegue ficar muito tempo parado, está sempre "a todo vapor", se está sentado fica mexendo os dedos, os pés, não consegue assistir TV ou um filme sem se levantar. Há uma movimentação excessiva e desnecessária para o contexto.  Outros sintomas característicos são: 1. Labilidade afetiva: oscilações entre tristeza e euforia, "altos e baixos", mudanças bruscas de humor. 2. Temperamento explosivo: "pavio curto", brigas e discussões por motivos fúteis, perda de controle. 3. Hiperreatividade emocional: "fazer tempestade em copo d’agua", dificuldade de lidar com situações de pressão, de estresse, facilmente fica estressado. 4. Desorganização: mesas desarrumadas no trabalho, perda de documentos importantes, relatórios mal feitos, 5. Impulsividade: agir sem pensar, decisões são tomadas sem pensar, rompem ou iniciam relacionamentos/casamentos abruptamente, deixam empregos subitamente. As manifestações acima descritas devem ter duração de pelo menos 6 meses e ser suficientemente graves para prejudicar a vida cotidiana, profissional ou familiar.Além do comprometimento em diferentes áreas (social, profissional, familiar)
  • 23. muito frequentemente essas pessoas fazem também abuso de drogas (alcool, cocainaetc) e podem apresentar outros transtornos mentais concomitantemente (depressão, ansiedade). O tratamento é feito principalmente com medicamentos (psicoestimulantes e antidepressivos) e psicoterapia. Síndrome de Burnout “Burnout (esgotamento profissional) é definido como uma síndrome psicológica decorrente da tensão emocional crônica no trabalho. Trata-se de uma experiência subjetiva interna que gera sentimentos e atitudes negativas no relacionamento do indivíduo com o seu trabalho (insatisfação, desgaste, perda do comprometimento), minando o seu desempenho profissional e trazendo consequências indesejáveis para a organização (absenteísmo, abandono do emprego, baixa produtividade). O Burnout é caracterizado pelas dimensões: exaustão emocional, despersonalização e diminuição da realização pessoal.” Burnout geralmente ocorre em profissionais que lidam com pressão emocional constante em seu dia-a-dia, e mantém contato direto com pessoas em situações estressantes, por longo período de tempo. Por exemplo: profissionais de saúde, da educação, policiais, agentes penitenciários, entre outros.Esses profissionais se deparam com eventos estressores no ambiente de trabalho, além do intenso e contínuo contato interpessoal. O trabalho dos profissionais de saúde baseia-se na articulação das dimensões: técnica, ética e política, bem como na compreensão e manejo em lidar com a vida e com a morte.  Como acontece? O fator estressor, seja qual for, físico ou psicológico, ativa o sistema neuroendócrino.Inicialmente há o envolvimento do hipotálamo que estimula a liberação de hormônios pela hipófise, entre eles o hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) que estimulam as glândulas supra-renais a produzirem e liberarem cortisol e adrenalina, chamados de hormônios do estresse.
  • 24. A síndrome envolve três componentes, que podem aparecer associados, mas são independentes:  Exaustão emocional – falta de energia associada a sensação de esgotamento emocional. O profissional sente que não pode despender mais energia para desenvolver suas atividades.  Despersonalização – indiferença em relação às atividades cotidianas do trabalho, presença de atitudes negativas e comportamentos de cinismo e dissimulação afetiva, até o tratamento de pessoas do convívio como objetos.  Falta de envolvimento com o trabalho ou baixa realização profissional – sensação de incapacidade, baixa autoestima, desmotivação e infelicidade no trabalho, afetando até a habilidade e a destreza.  Osestágios de burnout: 1. Necessidade de se afirmar – provar ser capaz de tudo, sempre; 2. Dedicação intensificada – com predominância da necessidade de se fazer tudo sozinho; 3. Descaso com as necessidades pessoais – comer, dormir, sair com os amigos começam a perder o sentido; 4. Recalque de conflitos – o portador percebe que algo não vai bem, mas não enfrenta o problema. É quando ocorrem as manifestações físicas; 5. Reinterpretação dos valores – isolamento, fuga dos conflitos. O que antes tinha valor sofre desvalorização: lazer, casa, amigos, e a única medida da auto-estima é o trabalho;
  • 25. 6. Negação de problemas – nessa fase os outros são completamente desvalorizados e tidos como incapazes. Os contatos sociais são repelidos, cinismo e agressão são os sinais mais evidentes; 7. Recolhimento – aversão a grupos, reuniões – comportamento anti-social. 8. Mudanças evidentes de comportamento – perda do humor, não aceitação de comentários, que antes eram tidos como naturais. 9. Despersonalização – ninguém parece ter valor, nem mesmo a pessoa afetada. A vida se restringe a atos mecânicos e distância do contato social – prefere e- mails e mensagens. 10. Vazio interior – sensação de desgaste, tudo é difícil e complicado. 11. Depressão – marcas de indiferença, desesperança, exaustão. A vida perde o sentido; 12. E, finalmente, a síndrome do esgotamento profissional propriamente dita, que corresponde ao colapso físico e mental. Esse estágio é considerado de emergência, e a ajuda médica e psicológica são urgentes.  Sintomas O desenvolvimento dessa síndrome decorre de um processo gradual de desgaste emocional e desmotivação acompanhado de manifestações físicas e psíquicas. Principais Sintomas: Exaustão emocional, despersonalização, reduzida realização profissional; fadiga; dores; imunodeficiência; disfunções sexuais, desconfiança, irritabilidade, perda da iniciativa, tendência ao isolamento. Sinais de doença avançada: enxaquecas, insônia, gastrite e úlcera, diarréias, crises de asma, palpitações, hipertensão, dores musculares, alergias e infecções, depressão, aumento do consumo de café, álcool, barbitúricos e, cigarros.  Tratamento Depois de constatado, o tratamento da síndrome de Burnout é realizado através do psicoterapeuta. Em alguns casos, é necessária a utilização de medicamentos como os antidepressivos que atuam como moderadores de ansiedade e da tensão, sendo sempre prescritos com avaliação médica. Se perceber alguns dos sintomas, não deixe que eles tomem conta da sua vida. Há casos em que essa síndrome resulta em depressões profundas e até ideias suicidas. Portanto, se identificar alguns dos sintomas, busque soluções o mais rápido possível, incluindo orientação especializada.
  • 26. A enfermagem é responsável pelo maior contingente da força de trabalho dos estabelecimentos hospitalares, com responsabilidade pela assistência nas 24 horas, configurando-se como o conjunto de trabalhadores que mais sofre com as inadequadas condições de trabalho e com a insalubridade do ambiente . Para os técnicos de enfermagem, profissionais que lidam mais diretamente com os pacientes e seus acompanhantes, vivenciar esse contato intenso, o qual exige cuidados permanentes, gera um conflito diário entre a realização dos procedimentos técnicos dos cuidados demandados e a necessidade de manter a sua saúde em um ambiente de trabalho que muitas vezes é insalubre . Frente a todas essas questões, o profissional da enfermagem, não raramente, manifesta uma espécie de desencanto e cansaço que, frequentemente, implica em situação de abandono e desesperança, falta de expectativa no trabalho e maiordificuldade no seu enfrentamento, podendo ocasionar diversos agravos em sua saúde, física e psíquica , sendo Burnout um deles.
  • 27. CONCLUSÃO Doença mental é um termo que abarca tudo: a clínica, as ciências e a sociedade.Já é antiga a afirmação: “de médico e de louco todos temos um pouco”.Todos “podemos” afirmar quem é doente mental, mas não estamos imunes à doença mental.Na maioria das vezes, as pessoas clivam e assumem-se como “médicos” (doentes são os outros) ou em parte “loucos” - mas no bom sentido, porque loucos, verdadeiramente, são sempre os outros.É como pensarmos que os “normais” são como nós e os doentes são os diferentes. Nada de mais errado. Compete aos técnicos de saúde mental estudar, avaliar, tratar e refletir, para que se consiga evoluir mais e intervir cada vez melhor, bem como informar e alertar a sociedade para desmistificar a doença mental. Mas este aspeto também se aplica a outras doenças que, de igual modo, tiveram que ultrapassar muitas barreiras,apesar do conhecimento científico incompleto e da complexidade e grau de eficácia insuficiente dos tratamentos, que contribuíram para uma grande evolução nessa área.Ainda hoje se verifica que, por motivo de doença mental, a pessoa pode necessitar de baixa ou estar incapaz de exercer as suas tarefas diárias e ser mal vista pela sociedade.Ou seja, além de estar doente, tem ainda de enfrentar ou refugiar-se da atitude de ignorância dos outros. A doença mental é hoje definida e estudada por profissionais com métodos e rigor científicos. O modelo estritamente biomédico considera que a doença mental é equiparável a outras doenças, com um substrato físico, associado a alterações cerebrais, nomeadamente, de neurotransmissores, receptores neuronais que provocam sintomas e são tratados com medicação.Claro que isto é uma realidade, mas não se pode reduzir a doença e o sofrimento mental da pessoa apenas ao biológico. A dimensão da doença mental está muito para além do substrato biológico que está presente em todas as emoções e comportamentos, quer sejam patológicos ou não. A doença mental é muito mais complexa e, por isso, coloca dificuldades ao técnico e a quem dela sofre. Esta complexidade, apesar de ser difícil de compreender, não pode ser desvalorizada ou negada e, por isso, desviada para aspetos interpessoais, sociais, morais e culturais.