SlideShare uma empresa Scribd logo
Escola Secundária Artística António Arroio História e Cultura das Artes Filipa CroceRivera  nº10 10ºB
Coluna  de  Trajano
Dácia    Dácia , na geografia da Antiguidade, era a terra dos dácios, grande região da Europa Central limitada ao norte pelos Cárpatos, ao sul pelo Danúbio, ao oeste pelo Tisa (rio Tisa, na Hungria), e a leste pelo Tyras (rio Dniester ou Nistru, na actual Moldávia oriental). A Dácia corresponde assim à Roménia e à Moldávia actuais.    De 85 a 89 d.C., os dácios entraram em guerra duas vezes com os romanos, no reinado de Duras ou Diurpaneus e no do grande Decebalus.
Dácios e Romanos    Após dois graves reveses, os romanos, sob o comando de Tétio Juliano, obtiveram uma notável vantagem, mas foram obrigados a entrar em acordo de paz devido à derrota de Domiziano pelos marcomanos. Decebalus devolveu as armas que havia obtido e alguns dos prisioneiros. No entanto, os dácios foram de fato deixados independentes, como é visto pelo facto de que Domiziano concordou em adquirir imunidade pelo pagamento de um tributo anual.
   Para pôr um fim a esse desonroso arranjo, ou talvez para restaurar as finanças do Império Romano com a captura do famoso Tesouro de Decebalus, Trajano resolveu conquistar a Dácia, ganhando assim controle sobre as minas de ouro dácias da Transilvânia. O resultado de sua primeira campanha (101-102) foi o cerco da capital Dácia Sarmizegetusa e a ocupação de parte do país. A segunda campanha (105-106) obteve o suicídio de Decebalus e a conquista do território que formaria a província romana Dácia Traiana. A história da guerra é apresentada por Dio Cassius, mas o melhor comentário sobre a mesma é a famosa Coluna de Trajano em Roma.
  A Coluna de Trajano foi construída em 112-114, em Roma, no Fórum de Trajano, sobre o túmulo desse imperador, para comemorar a vitória dos Romanos contra os Dácios.     Pertence àtipologia da arquitectura comemorativa romana e pensa-se que tenha sido inspirada nos obeliscos egípcios. É um monumento urbanístico, simultaneamente arquitectura e escultura, que teve a função de assinalar um momento histórico, conferindo-lhe um carácter documental e honorífico.
   A sua construção foi concebida e dirigida pelo arquitecto Apolodoro de Damasco e demonstra o espírito histórico e triunfalista dos Romanos que, de um modo original, glorificaram o seu imperador.     A coluna possui cerca de 37 metros. O seu fuste é oco - no interior existe uma escada em espiral, feita em mármore branco, que ascende até ao topo - e assenta sobre um tambor ou pedestal, de forma cúbica, também oco e decorado com relevos de troféus militares. Este tinha uma porta em bronze, no cima da qual existia uma inscrição dedicatória. Fazendo a transição entre o plinto e a coluna, existe um toro coberto de coroas de louro.
   É decorada com um relevo historiado que se desenrola á volta da coluna e que conta os inúmeros acontecimentos das duas campanhas de Dácia, encobrindo ainda as 43 janelas que iluminam a escadaria interior. No topo da colunaexiste um capitel dórico monumental, que era encimado por uma águia de bronze, símbolo do Império.    Mais tarde foi substituída por uma estátua em bronze de Trajano e actualmente possui uma estátua de S. Pedro, colocada em 1588.
   A narrativa da coluna é feita através de diversas cenas em mármore que descrevem aspectos geográficos, logísticos e políticos da campanha. Mas o que sobressai de toda a representação é a magnanimidade do imperador, que acolhe os vencidos com generosidade. O imperador é mostrado como o grande protagonista que dirige e orienta os trabalhos, intervém nas batalhas e acode nas situações complicadas.
   As cenas são realistas e tratadas de modo natural, sucedendo-se umas às outras, sem separações ou linhas divisórias. Esta narrativa apresenta um verdadeiro “horror ao vazio”, devido à sua densidade e grande número de personagens.    O escultor trabalhou habilmente este relevo em friso com uma pequena profundidade no talhe, para que os efeitos de luz e sombra não prejudicassem a leitura das cenas quando vistas de baixo.
   O relevo desta coluna é considerado uma das obras mais ambiciosas do mundo antigo, sendo muito maior e mais perfeccionista que o friso das Panateneias do Templo do Pártenon.
Inscrição    Na base da coluna pode ler-se a seguinte inscrição:   SENATVS·POPVLVSQVE·ROMANVS   IMP·CAESARI·DIVI·NERVAE·F·NERVAE   TRAIANO·AVG·GERM·DACICO·PONTIF   MAXIMO·TRIB·POT·XVII·IMP·VI·COS·VI·P·P   AD·DECLARANDVM·QVANTAE·ALTITVDINIS   MONS·ET·LOCVS·TANT<IS·OPER>IBVS·SIT·EGESTVS Base da Coluna de Trajano por volta de 1860    O que pode ser traduzido como:    O Senado e o Povo Romano (subentende-se dão ou dedicam esta coluna) ao imperador César, filho da divina Nerva, NervaTraianusAugustusGermanicusDacicus, Pontifex maximus no seu 17º ano no tribuno, tendo sido aclamado seis vezes Imperador, seis vezes Cônsul, Pater Patriae, para demonstrar a grande altura a que o monte se encontrava e foi removido para tais grandes trabalhos.
Propósito    Pensava-se que a coluna tinha sido construída para propaganda, glorificando a capacidade militar do imperador. No entanto a estrutura era quase invisível, rodeada como estava de outras construções do Fórum de Trajano, e devido à dificuldade de seguir o friso de um lado ao outro, acredita-se agora que teria pouco valor propagandístico. Devido ao que é dito na inscrição, a coluna pode ter servido como guia de construção para o fórum.    Depois da morte de Trajano em 117, o senado decidiu que as cinzas do seu corpo deviam ser enterradas na base da coluna onde a decoração inclui armamento dácio capturado. Tanto as suas cinzas como as da sua mulher Plotina foram colocadas lá dentro em urnas douradas. Actualmente as cinzas já lá não se encontram.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Arte grega
Arte gregaArte grega
Arte grega
cattonia
 
Arquitetura romana ii
Arquitetura romana iiArquitetura romana ii
Arquitetura romana ii
Ana Barreiros
 
As fases da escultura grega
As fases da escultura gregaAs fases da escultura grega
As fases da escultura grega
Flávia Marques
 
Arquitetura romana i
Arquitetura romana iArquitetura romana i
Arquitetura romana iAna Barreiros
 
Módulo 2 a cultura do senado
Módulo 2   a cultura do senadoMódulo 2   a cultura do senado
Módulo 2 a cultura do senado
TLopes
 
Arte grega pintura, escultura e arquitetura
Arte grega pintura, escultura e arquiteturaArte grega pintura, escultura e arquitetura
Arte grega pintura, escultura e arquiteturaSusana Simões
 
Módulo 2 contexto histórico regular
Módulo 2   contexto histórico regularMódulo 2   contexto histórico regular
Módulo 2 contexto histórico regular
Carla Freitas
 
Módulo 1 – a cultura da ágora
Módulo 1 – a cultura da ágoraMódulo 1 – a cultura da ágora
Módulo 1 – a cultura da ágora
TLopes
 
Módulo 2 arquitetura romana
Módulo 2   arquitetura romanaMódulo 2   arquitetura romana
Módulo 2 arquitetura romana
Carla Freitas
 
Módulo 2 a arte
Módulo 2   a arteMódulo 2   a arte
Módulo 2 a arte
cattonia
 
O urbanismo e arte romana
O urbanismo e arte romanaO urbanismo e arte romana
O urbanismo e arte romanaCarla Teixeira
 
Cultura do mosteiro_1_alunos
Cultura do mosteiro_1_alunosCultura do mosteiro_1_alunos
Cultura do mosteiro_1_alunos
Vítor Santos
 
Módulo 1 arquitetura grega regular
Módulo 1   arquitetura grega regularMódulo 1   arquitetura grega regular
Módulo 1 arquitetura grega regular
Carla Freitas
 
Ficha formativa Cultura do Mosteiro
Ficha formativa Cultura do MosteiroFicha formativa Cultura do Mosteiro
Ficha formativa Cultura do MosteiroAna Barreiros
 
Arte Romana
Arte RomanaArte Romana
Arte Romana
Andrea Dressler
 
Módulo 3 - Arte Islâmica e Moçárabe
Módulo 3 - Arte Islâmica e MoçárabeMódulo 3 - Arte Islâmica e Moçárabe
Módulo 3 - Arte Islâmica e Moçárabe
Carla Freitas
 

Mais procurados (20)

Pintura romana
Pintura romanaPintura romana
Pintura romana
 
Escultura grega
Escultura gregaEscultura grega
Escultura grega
 
Arte grega
Arte gregaArte grega
Arte grega
 
Arquitetura romana ii
Arquitetura romana iiArquitetura romana ii
Arquitetura romana ii
 
As fases da escultura grega
As fases da escultura gregaAs fases da escultura grega
As fases da escultura grega
 
Arquitetura romana i
Arquitetura romana iArquitetura romana i
Arquitetura romana i
 
Módulo 2 a cultura do senado
Módulo 2   a cultura do senadoMódulo 2   a cultura do senado
Módulo 2 a cultura do senado
 
Arte grega pintura, escultura e arquitetura
Arte grega pintura, escultura e arquiteturaArte grega pintura, escultura e arquitetura
Arte grega pintura, escultura e arquitetura
 
Módulo 2 contexto histórico regular
Módulo 2   contexto histórico regularMódulo 2   contexto histórico regular
Módulo 2 contexto histórico regular
 
Módulo 1 – a cultura da ágora
Módulo 1 – a cultura da ágoraMódulo 1 – a cultura da ágora
Módulo 1 – a cultura da ágora
 
Módulo 2 arquitetura romana
Módulo 2   arquitetura romanaMódulo 2   arquitetura romana
Módulo 2 arquitetura romana
 
Módulo 2 a arte
Módulo 2   a arteMódulo 2   a arte
Módulo 2 a arte
 
O urbanismo e arte romana
O urbanismo e arte romanaO urbanismo e arte romana
O urbanismo e arte romana
 
Cultura do mosteiro_1_alunos
Cultura do mosteiro_1_alunosCultura do mosteiro_1_alunos
Cultura do mosteiro_1_alunos
 
Cultura Romana
Cultura RomanaCultura Romana
Cultura Romana
 
Ceramica grega
Ceramica gregaCeramica grega
Ceramica grega
 
Módulo 1 arquitetura grega regular
Módulo 1   arquitetura grega regularMódulo 1   arquitetura grega regular
Módulo 1 arquitetura grega regular
 
Ficha formativa Cultura do Mosteiro
Ficha formativa Cultura do MosteiroFicha formativa Cultura do Mosteiro
Ficha formativa Cultura do Mosteiro
 
Arte Romana
Arte RomanaArte Romana
Arte Romana
 
Módulo 3 - Arte Islâmica e Moçárabe
Módulo 3 - Arte Islâmica e MoçárabeMódulo 3 - Arte Islâmica e Moçárabe
Módulo 3 - Arte Islâmica e Moçárabe
 

Destaque

A arte e o urbanismo romano
A arte e o urbanismo romanoA arte e o urbanismo romano
A arte e o urbanismo romano
Maria Gomes
 
Nero e o grande incêndio de roma atualizado
Nero e o grande incêndio de roma atualizadoNero e o grande incêndio de roma atualizado
Nero e o grande incêndio de roma atualizadoalvesnuno
 
Roma arte y propaganda 2014
Roma arte y propaganda 2014Roma arte y propaganda 2014
Roma arte y propaganda 2014Vida vital
 
1º ano rafael - roma antiga e império bizantino 2015
1º ano    rafael - roma antiga e império bizantino 20151º ano    rafael - roma antiga e império bizantino 2015
1º ano rafael - roma antiga e império bizantino 2015
Rafael Noronha
 
Roma Clássica
Roma ClássicaRoma Clássica
Roma Clássica
Dênis Valério Martins
 
Nero powerpoint2
Nero powerpoint2Nero powerpoint2
Nero powerpoint2
cdsestudiante1
 
Independencia dos estados unidos
Independencia dos estados unidosIndependencia dos estados unidos
Independencia dos estados unidos
maiconvinicios
 

Destaque (20)

Asterix
AsterixAsterix
Asterix
 
A arte e o urbanismo romano
A arte e o urbanismo romanoA arte e o urbanismo romano
A arte e o urbanismo romano
 
O Coliseu De Roma
O Coliseu De RomaO Coliseu De Roma
O Coliseu De Roma
 
Nero e o grande incêndio de roma atualizado
Nero e o grande incêndio de roma atualizadoNero e o grande incêndio de roma atualizado
Nero e o grande incêndio de roma atualizado
 
Canto Gregoriano
Canto GregorianoCanto Gregoriano
Canto Gregoriano
 
Canto Gregoriano
Canto GregorianoCanto Gregoriano
Canto Gregoriano
 
A Arte romana
A Arte romanaA Arte romana
A Arte romana
 
19424815 roma
19424815 roma19424815 roma
19424815 roma
 
Roma semi
Roma semiRoma semi
Roma semi
 
Roma arte y propaganda 2014
Roma arte y propaganda 2014Roma arte y propaganda 2014
Roma arte y propaganda 2014
 
1º ano rafael - roma antiga e império bizantino 2015
1º ano    rafael - roma antiga e império bizantino 20151º ano    rafael - roma antiga e império bizantino 2015
1º ano rafael - roma antiga e império bizantino 2015
 
Aula 04 arte clássica roma
Aula 04 arte clássica   romaAula 04 arte clássica   roma
Aula 04 arte clássica roma
 
Roma Clássica
Roma ClássicaRoma Clássica
Roma Clássica
 
Nero powerpoint2
Nero powerpoint2Nero powerpoint2
Nero powerpoint2
 
Roma
RomaRoma
Roma
 
Arte Em Roma
Arte Em RomaArte Em Roma
Arte Em Roma
 
O coliseu
O coliseuO coliseu
O coliseu
 
Independencia dos estados unidos
Independencia dos estados unidosIndependencia dos estados unidos
Independencia dos estados unidos
 
2 roma
2 roma2 roma
2 roma
 
Roma Antiga 2
Roma Antiga 2Roma Antiga 2
Roma Antiga 2
 

Semelhante a Coluna de trajano

C:\Documents And Settings\Francisco\Ambiente De Trabalho\ApresentaçãO1
C:\Documents And Settings\Francisco\Ambiente De Trabalho\ApresentaçãO1C:\Documents And Settings\Francisco\Ambiente De Trabalho\ApresentaçãO1
C:\Documents And Settings\Francisco\Ambiente De Trabalho\ApresentaçãO1Frantito
 
História10º (2)
História10º (2)História10º (2)
História10º (2)
Tatiana Tita
 
mdulo2-esculturaromana.pdf
mdulo2-esculturaromana.pdfmdulo2-esculturaromana.pdf
mdulo2-esculturaromana.pdf
IsabelSGabinetedeExp
 
Proposição
ProposiçãoProposição
ProposiçãoLurdes
 
Artigo Artes
Artigo ArtesArtigo Artes
Artigo Artes
FrancoAntonio9
 
4 história da a arte r
4 história da a   arte r4 história da a   arte r
4 história da a arte r
André Figundio
 
Arte romana
Arte romanaArte romana
Arte romana
Mateus Cardoso
 
Análise de Os Lusíadas
Análise de Os Lusíadas Análise de Os Lusíadas
Análise de Os Lusíadas Lurdes Augusto
 
Os Lusíadas Luis Vaz de Camões
Os Lusíadas  Luis Vaz de  Camões Os Lusíadas  Luis Vaz de  Camões
Os Lusíadas Luis Vaz de Camões
Doutora em Linguística Aplicada pela PUC-SP
 
Dos Callaeci a Gallaecia nas fontes epigráficas. Luís Magarinhos
Dos Callaeci a Gallaecia nas fontes epigráficas. Luís MagarinhosDos Callaeci a Gallaecia nas fontes epigráficas. Luís Magarinhos
Dos Callaeci a Gallaecia nas fontes epigráficas. Luís Magarinhos
Luís Magarinhos
 
Arte romana 2019
Arte romana 2019Arte romana 2019
Arte romana 2019
CLEBER LUIS DAMACENO
 
Roma apresentação 3
Roma apresentação 3Roma apresentação 3
Roma apresentação 3Vítor Santos
 
Meta: Antiguidade oriental e o desenvolvimento das primeiras civilizações
Meta: Antiguidade oriental e o desenvolvimento das primeiras civilizaçõesMeta: Antiguidade oriental e o desenvolvimento das primeiras civilizações
Meta: Antiguidade oriental e o desenvolvimento das primeiras civilizaçõesDenis Gasco
 
A Arte Romana : arquitetura, pinturas, murais
A Arte Romana : arquitetura, pinturas, muraisA Arte Romana : arquitetura, pinturas, murais
A Arte Romana : arquitetura, pinturas, murais
profjuliaalvino
 
10ºano Luís de Camões - parte A
10ºano Luís de Camões - parte A10ºano Luís de Camões - parte A
10ºano Luís de Camões - parte A
Lurdes Augusto
 

Semelhante a Coluna de trajano (20)

C:\Documents And Settings\Francisco\Ambiente De Trabalho\ApresentaçãO1
C:\Documents And Settings\Francisco\Ambiente De Trabalho\ApresentaçãO1C:\Documents And Settings\Francisco\Ambiente De Trabalho\ApresentaçãO1
C:\Documents And Settings\Francisco\Ambiente De Trabalho\ApresentaçãO1
 
Roma
RomaRoma
Roma
 
Roma
RomaRoma
Roma
 
História10º (2)
História10º (2)História10º (2)
História10º (2)
 
mdulo2-esculturaromana.pdf
mdulo2-esculturaromana.pdfmdulo2-esculturaromana.pdf
mdulo2-esculturaromana.pdf
 
Proposição
ProposiçãoProposição
Proposição
 
Proposição
ProposiçãoProposição
Proposição
 
Artigo Artes
Artigo ArtesArtigo Artes
Artigo Artes
 
O mundo romano
O mundo romanoO mundo romano
O mundo romano
 
4 história da a arte r
4 história da a   arte r4 história da a   arte r
4 história da a arte r
 
Arte romana
Arte romanaArte romana
Arte romana
 
Análise de Os Lusíadas
Análise de Os Lusíadas Análise de Os Lusíadas
Análise de Os Lusíadas
 
Os Lusíadas Luis Vaz de Camões
Os Lusíadas  Luis Vaz de  Camões Os Lusíadas  Luis Vaz de  Camões
Os Lusíadas Luis Vaz de Camões
 
Dos Callaeci a Gallaecia nas fontes epigráficas. Luís Magarinhos
Dos Callaeci a Gallaecia nas fontes epigráficas. Luís MagarinhosDos Callaeci a Gallaecia nas fontes epigráficas. Luís Magarinhos
Dos Callaeci a Gallaecia nas fontes epigráficas. Luís Magarinhos
 
Arte romana 2019
Arte romana 2019Arte romana 2019
Arte romana 2019
 
As sete trombetas
As sete trombetasAs sete trombetas
As sete trombetas
 
Roma apresentação 3
Roma apresentação 3Roma apresentação 3
Roma apresentação 3
 
Meta: Antiguidade oriental e o desenvolvimento das primeiras civilizações
Meta: Antiguidade oriental e o desenvolvimento das primeiras civilizaçõesMeta: Antiguidade oriental e o desenvolvimento das primeiras civilizações
Meta: Antiguidade oriental e o desenvolvimento das primeiras civilizações
 
A Arte Romana : arquitetura, pinturas, murais
A Arte Romana : arquitetura, pinturas, muraisA Arte Romana : arquitetura, pinturas, murais
A Arte Romana : arquitetura, pinturas, murais
 
10ºano Luís de Camões - parte A
10ºano Luís de Camões - parte A10ºano Luís de Camões - parte A
10ºano Luís de Camões - parte A
 

Mais de 10B

A cultura rumana
A cultura rumanaA cultura rumana
A cultura rumana10B
 
Mosteiros
MosteirosMosteiros
Mosteiros10B
 
Arte romanica
Arte romanicaArte romanica
Arte romanica10B
 
Arte românica
Arte românica Arte românica
Arte românica 10B
 
Santiago de compostela
Santiago de compostelaSantiago de compostela
Santiago de compostela10B
 
Iluminuras
IluminurasIluminuras
Iluminuras10B
 
Termas romanas trabalho
Termas romanas trabalhoTermas romanas trabalho
Termas romanas trabalho10B
 
Guerras púnicas copy
Guerras púnicas   copyGuerras púnicas   copy
Guerras púnicas copy10B
 
Apresenta..
Apresenta..Apresenta..
Apresenta..10B
 
Termas no Império Romano
Termas no Império RomanoTermas no Império Romano
Termas no Império Romano
10B
 
Roma
RomaRoma
Roma
10B
 

Mais de 10B (11)

A cultura rumana
A cultura rumanaA cultura rumana
A cultura rumana
 
Mosteiros
MosteirosMosteiros
Mosteiros
 
Arte romanica
Arte romanicaArte romanica
Arte romanica
 
Arte românica
Arte românica Arte românica
Arte românica
 
Santiago de compostela
Santiago de compostelaSantiago de compostela
Santiago de compostela
 
Iluminuras
IluminurasIluminuras
Iluminuras
 
Termas romanas trabalho
Termas romanas trabalhoTermas romanas trabalho
Termas romanas trabalho
 
Guerras púnicas copy
Guerras púnicas   copyGuerras púnicas   copy
Guerras púnicas copy
 
Apresenta..
Apresenta..Apresenta..
Apresenta..
 
Termas no Império Romano
Termas no Império RomanoTermas no Império Romano
Termas no Império Romano
 
Roma
RomaRoma
Roma
 

Coluna de trajano

  • 1. Escola Secundária Artística António Arroio História e Cultura das Artes Filipa CroceRivera nº10 10ºB
  • 2. Coluna de Trajano
  • 3. Dácia Dácia , na geografia da Antiguidade, era a terra dos dácios, grande região da Europa Central limitada ao norte pelos Cárpatos, ao sul pelo Danúbio, ao oeste pelo Tisa (rio Tisa, na Hungria), e a leste pelo Tyras (rio Dniester ou Nistru, na actual Moldávia oriental). A Dácia corresponde assim à Roménia e à Moldávia actuais. De 85 a 89 d.C., os dácios entraram em guerra duas vezes com os romanos, no reinado de Duras ou Diurpaneus e no do grande Decebalus.
  • 4. Dácios e Romanos Após dois graves reveses, os romanos, sob o comando de Tétio Juliano, obtiveram uma notável vantagem, mas foram obrigados a entrar em acordo de paz devido à derrota de Domiziano pelos marcomanos. Decebalus devolveu as armas que havia obtido e alguns dos prisioneiros. No entanto, os dácios foram de fato deixados independentes, como é visto pelo facto de que Domiziano concordou em adquirir imunidade pelo pagamento de um tributo anual.
  • 5. Para pôr um fim a esse desonroso arranjo, ou talvez para restaurar as finanças do Império Romano com a captura do famoso Tesouro de Decebalus, Trajano resolveu conquistar a Dácia, ganhando assim controle sobre as minas de ouro dácias da Transilvânia. O resultado de sua primeira campanha (101-102) foi o cerco da capital Dácia Sarmizegetusa e a ocupação de parte do país. A segunda campanha (105-106) obteve o suicídio de Decebalus e a conquista do território que formaria a província romana Dácia Traiana. A história da guerra é apresentada por Dio Cassius, mas o melhor comentário sobre a mesma é a famosa Coluna de Trajano em Roma.
  • 6. A Coluna de Trajano foi construída em 112-114, em Roma, no Fórum de Trajano, sobre o túmulo desse imperador, para comemorar a vitória dos Romanos contra os Dácios. Pertence àtipologia da arquitectura comemorativa romana e pensa-se que tenha sido inspirada nos obeliscos egípcios. É um monumento urbanístico, simultaneamente arquitectura e escultura, que teve a função de assinalar um momento histórico, conferindo-lhe um carácter documental e honorífico.
  • 7. A sua construção foi concebida e dirigida pelo arquitecto Apolodoro de Damasco e demonstra o espírito histórico e triunfalista dos Romanos que, de um modo original, glorificaram o seu imperador. A coluna possui cerca de 37 metros. O seu fuste é oco - no interior existe uma escada em espiral, feita em mármore branco, que ascende até ao topo - e assenta sobre um tambor ou pedestal, de forma cúbica, também oco e decorado com relevos de troféus militares. Este tinha uma porta em bronze, no cima da qual existia uma inscrição dedicatória. Fazendo a transição entre o plinto e a coluna, existe um toro coberto de coroas de louro.
  • 8. É decorada com um relevo historiado que se desenrola á volta da coluna e que conta os inúmeros acontecimentos das duas campanhas de Dácia, encobrindo ainda as 43 janelas que iluminam a escadaria interior. No topo da colunaexiste um capitel dórico monumental, que era encimado por uma águia de bronze, símbolo do Império. Mais tarde foi substituída por uma estátua em bronze de Trajano e actualmente possui uma estátua de S. Pedro, colocada em 1588.
  • 9. A narrativa da coluna é feita através de diversas cenas em mármore que descrevem aspectos geográficos, logísticos e políticos da campanha. Mas o que sobressai de toda a representação é a magnanimidade do imperador, que acolhe os vencidos com generosidade. O imperador é mostrado como o grande protagonista que dirige e orienta os trabalhos, intervém nas batalhas e acode nas situações complicadas.
  • 10. As cenas são realistas e tratadas de modo natural, sucedendo-se umas às outras, sem separações ou linhas divisórias. Esta narrativa apresenta um verdadeiro “horror ao vazio”, devido à sua densidade e grande número de personagens. O escultor trabalhou habilmente este relevo em friso com uma pequena profundidade no talhe, para que os efeitos de luz e sombra não prejudicassem a leitura das cenas quando vistas de baixo.
  • 11. O relevo desta coluna é considerado uma das obras mais ambiciosas do mundo antigo, sendo muito maior e mais perfeccionista que o friso das Panateneias do Templo do Pártenon.
  • 12. Inscrição Na base da coluna pode ler-se a seguinte inscrição: SENATVS·POPVLVSQVE·ROMANVS IMP·CAESARI·DIVI·NERVAE·F·NERVAE TRAIANO·AVG·GERM·DACICO·PONTIF MAXIMO·TRIB·POT·XVII·IMP·VI·COS·VI·P·P AD·DECLARANDVM·QVANTAE·ALTITVDINIS MONS·ET·LOCVS·TANT<IS·OPER>IBVS·SIT·EGESTVS Base da Coluna de Trajano por volta de 1860 O que pode ser traduzido como: O Senado e o Povo Romano (subentende-se dão ou dedicam esta coluna) ao imperador César, filho da divina Nerva, NervaTraianusAugustusGermanicusDacicus, Pontifex maximus no seu 17º ano no tribuno, tendo sido aclamado seis vezes Imperador, seis vezes Cônsul, Pater Patriae, para demonstrar a grande altura a que o monte se encontrava e foi removido para tais grandes trabalhos.
  • 13. Propósito Pensava-se que a coluna tinha sido construída para propaganda, glorificando a capacidade militar do imperador. No entanto a estrutura era quase invisível, rodeada como estava de outras construções do Fórum de Trajano, e devido à dificuldade de seguir o friso de um lado ao outro, acredita-se agora que teria pouco valor propagandístico. Devido ao que é dito na inscrição, a coluna pode ter servido como guia de construção para o fórum. Depois da morte de Trajano em 117, o senado decidiu que as cinzas do seu corpo deviam ser enterradas na base da coluna onde a decoração inclui armamento dácio capturado. Tanto as suas cinzas como as da sua mulher Plotina foram colocadas lá dentro em urnas douradas. Actualmente as cinzas já lá não se encontram.