SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 9
Baixar para ler offline
Cálculos em NP
Distribuição dos Macronutrientes
Glicose = até 7kg/kg/dia ou 45 a 60% do VCT. Em geral se utiliza entre 4 a 5g de
glicose /kg/ dia (é o carboidrato presente nas formulações)
Proteína = 0,8g a 2,0g / kg/ dia ou 10 a 20% do VCT. Conforme necessidade do
paciente e patologia presente.
Lipídios 1 a 2g /kg/ dia por paciente ou 20 a 35 % do VCT.
Em geral, administra‐se 1g/kg/dia para evitar sobrecarga de gordura que pode se
caracterizar por hepatomegalia, icterícia e plaquetopenia.
Para a prevenção de deficiência de ácidos graxos essenciais, recomenda‐se o uso entre 1
a 2% do valor calórico total (VCT) de ácido graxo ômega‐6 (ácido linoléico) e 0,5% do VCT
de ácido graxo ômega 3 (ácido alfa‐linolênico).
Distribuição dos Micronutrientes CERNE E AD ELEMENT
Para a adequação de micronutrientes q ç deve‐se avaliar qual o melhor polivitamínico e
oligomelementos que garanta as necessidades diárias do paciente.
• Se for preciso, realiza‐se a reposição com solução de vitaminas e de oligoelementos em soro,
fora da solução de NP (para melhorar a estabilidade)
CASO CLÍNICO
Paciente , masculino, 48 anos, pós‐operatório de colectomia proximal (50 cm) por
traumatismo abdominal (acidente de moto), hemodinamicamente estável, porém apresentando
íleo paralítico e distensão abdominal.
Quadro clínico estável;
Peso estimado de 62kg;
Diagnóstico nutricional: eutrófico (bem nutrido)
Indicação: Nutrição Parenteral Total – Acesso Central – Veia subclávia.
Primeiro passo: Cálculo das Calorias Totais
Pacientes estáveis: 25 a 30 Kcal/Kg/dia (Paciente em condição pós‐operatória)
NET = kcal x peso / dia
NET = 25 a 30 kcal x 62kg / dia
NET=1550 (62x25) a 1860 (62x30) kcal/dia (faixa recomendada ideal)
NET (necessidade energética toral)
Segundo passo: cálculo dos macronutrientes importante
Deve ser observado as apresentações de cada produto com o farmacêutico que manipula
a NP:
– Aa: 8,5% a 15%;
– Glicose: 5%, 10%, 25%, 50% ou 70%;
– Lipídeos: 10 ou 20%.
Começar o cálculo sempre pelos aa (mais essenciais).
• Verificar a recomendação de acordo com o caso clínico;
• Verificar qual solução é Padronizada no Hospital;
• No nosso caso a recomendação de proteína é de 1,2 g/Kg/dia
• No hospital temos solução a 10%
Aa = g de aa x Kg / dia
Aa = 1,2g x 62kg / dia
Aa = 74,4 g aa / dia
CÁLCULO DAS CALORIAS DOS aa
1g de aa = 4 kcal
1 g de aa ‐‐‐ 4 kcal
74,4 g de aa ‐‐‐ x
X = 297,6kcal
1860 kcal totais ‐‐‐ 100%
297,6 kcal aa ‐‐‐ x
X = 16% das NET
Determinar o volume de solução de aminoácidos na Nutrição Parenteral
Solução de aa à 10%
100ml de solução ‐‐‐ 10g de aa
x ‐‐‐ 74,4 g de aa
X= 744 mL de solução de aa à 10%
Aminoácidos – concentração final
Concentração final de aa deve ser – 3,5 a 5%
1860 ml – 74,4 g de aa
100ml - x
X = 4%
CÁLCULO DE LIPÍDIOS
• 1 a 2g/kg/dia por paciente ou 20 a 30% do VCT. Em geral, utiliza‐se para o adulto 1 g/Kg/dia
• Verificar qual emulsão é Padronizado no nosso Hospital;
• No nosso caso a recomendação é de 1g/kg/dia
• Padronizado temos a emulsão lipídica à 20%
LIP = 1g/Kg/dia
LIP = 1g x 62kg / dia
LIP = 62g de LIP
Determinar o volume da emulsão lipídica
• Emulsão lipídica à 20%
100mL de solução ‐‐‐ 20g
x ‐‐‐ 62g de lip
x = 310 mL de emulsão lipídica à 20%
Cálculo da calorias provenientes dos lipídios
Valor calórico das emulsões lipídicas:
• Emulsões a 10% ‐ Fornecem 1,1 Kcal/ml
• Emulsões a 20% ‐ Fornecem 2 Kcal/ml
2 Kcal/mL (padronizado)
2kcal x 310mL de emulsão
Emulsão lipídica = 620 kcal
1860 kcal totais ‐‐‐ 100%
620 kcal lip ‐‐‐ x
X = 33,3% das NET
CÁLCULO DA GLICOSE
• Verificar a recomendação de acordo com o caso clínico;
• Verificar qual solução é disponibilizada no nosso Hospital;
• No nosso caso a recomendação de glicose é até 4g/kg/dia
• Padronizado no hospital temos solução à 50%
Glicose = g x kg / dia
Glicose = 4 g x 62 kg / dia
Glicose = 248 g /dia
Cálculo da solução de glicose
• Solução de glicose à 50%
100ml de solução ‐‐‐ 50g
x ‐‐‐ 248g
x= 496 mL de solução de glicose à 50%
Valor calórico ofertado pela glicose
• Valor calórico: 1g de glicose = 3,6 Kcal
1 g de glicose ‐‐‐‐ 3,6 kcal
248 g ‐‐‐ x
X = 892,8 kcal de glicose
1860 kcal totais ‐‐‐ 100%
892,8 kcal glicose ‐‐‐ x
X = 48 % das NET
Glicose concentração final
248g de glicose dia
Volume de 1860mL
Concentração final de 13,33 %
VALOR CALÓRICO TOTAL E PERCENTUAL FORNECIDO PELOS
MACRONUTRIENTES
Aminoácidos = 297,6Kcal – 16%
Lipídios = 620 Kcal – 33,3% (20‐35%)
Glicose = 892,8 Kcal – 48% (45‐60%)
TOTAL = 1810,4 Kcal (NET calculada: 1550 a 1860 kcal/ dia)
CÁLCULO DOS ELETRÓLITOS
Sódio
Recomendação de Sódio: 50 – 200 mEq
Cloreto de sódio a 20% (1ml = 3,5 mEq)
1 ml ‐‐‐ 3,5 mEq
20 ml ‐‐‐ x
X = 70 mEq de sódio
Potássio
Recomendação de Potássio: 30 – 100 mEq
Cloreto de potássio à 19,1% (1 ml = 2,5mEq)
1 ml ‐‐‐ 2,5 mEq
20 ml ‐‐‐ x
x = 50 mEq de Potássio
Cálcio
Recomendação de Cálcio: 3 – 30mEq
• Gluconato de cálcio a 10% (1ml = 0,5 mEq)
1 ml ‐‐‐ 0,5 mEq
10 ml ‐‐‐ x
x= 5 mEq de cálcio
Fósforo
• Para que haja mineralização óssea é necessária uma relação Ca:P de 2,6:1 mEq ou mMol
• Importante:
– O total de fosfato não deve ultrapassar 20 mEq por litro de solução/emulsão final
1º ‐ transformar o Cálcio de mEq para mMol (Dividir por 2) Logo: 5 mEq de Cálcio = 2,5 mMol
de cálcio
2º ‐ Achar o total de Fósforo ideal
P = 2,5 ÷ 2,6
P = 0,96 ~1 mMol de fósforo
• Solução = Fosfato orgânico
• Fosfato orgânico = glicerofosfato de sódio 1 ml = 1 mMol
Logo = 1 ml de fosfato orgânico
Magnésio
• Recomendação de Magnésio: 10‐30 mEq
• Sulfato de magnésio à 10% (1ml = 0,8 mEq)
1 ml ‐‐‐ 0,8 mEq
10ml ‐‐‐ x
X= 8 mEq de Mg
Cálculo dos polivitamínicos
• São baseados de acordo com os produtos disponíveis no mercado. Ao selecionar, vale a
pena avaliar se atingem as necessidades de cada vitamina e/ou mineral. Usaremos o básico
• Polivitamínico A – 10 ml
• Polivitamínico B – 5 ml
• Oligoelementos – 5 ml
CÁLCULO DE LÍQUIDOS
• Recomendação de 30 a 40 ml / Kg / dia.
Nosso caso:
• 30 x 62 kg = 1860 ml de água biodestilada
VOLUME FINAL DA BOLSA
Aminoácidos a 10% 744 ml
1632ml
Solução de glicose a 50% 496 ml
Emulsão lípidica a 20 % 310 ml
Cloreto de sódio 20% 20 ml
Cloreto de potássio 19,1% 20 ml
Sulfato de Magnésio 20% 10 ml
Gluconato de Cálcio 10% 10 ml
Fosfato Orgânico 1 ml
Polivitaínico A 10 ml
Polivitaínico B 5 ml
Oligoelementos 5 ml
Água Bidestilada 229 ml*
Volume total 1860 ml
*para completar o volume determinado
** vazão: 77,5ml /hora (24h de infusão)
CONCENTRAÇÃO LIMITE PARA ELETRÓLITOS (PARA EVITAR PRECIPITAÇÃO)
Cálcio 5mMol/L ou 10mEq/L
Magnésio 6mMol/L ou 12mEq/L
Sódio 80mMol/ L ou 80 mEq/L
Potássio 80mMol/ L ou 80 mEq/L
Fosfato 15mMol/L ou 20mEq/L
Referência:
ASPEN Board of Directors and the Clinical Guidelines Task Force. Guidelines
for the use of parenteral and enteral nutrition in adult and pediatric patients.
JPEN J Parenter Enteral Nutr. 2002;26(1 Suppl).
Calixto- Lima, Larissa et al. Manual de Nutrição Parenteral- Rio de Janeiro:
Editora Rubio,2010.

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Calculo de parenteral

Aula rotulagemnutricionaldosalimentos2015 20150912110440
Aula rotulagemnutricionaldosalimentos2015 20150912110440Aula rotulagemnutricionaldosalimentos2015 20150912110440
Aula rotulagemnutricionaldosalimentos2015 20150912110440Lucas Souza Santos
 
Calculos de med enf gessyane
Calculos de med enf gessyaneCalculos de med enf gessyane
Calculos de med enf gessyaneGessyane Aurélio
 
Apresentação cvt
Apresentação cvt Apresentação cvt
Apresentação cvt Jose Ferrão
 
Comercial nutrivitta
Comercial nutrivittaComercial nutrivitta
Comercial nutrivittaNutry Vitta
 
Aula de Bioquímica Clínica - Dislipidemias
Aula de Bioquímica Clínica - DislipidemiasAula de Bioquímica Clínica - Dislipidemias
Aula de Bioquímica Clínica - DislipidemiasGeraldo286325
 
Alimentação e qualidade de vida
Alimentação e qualidade de vidaAlimentação e qualidade de vida
Alimentação e qualidade de vidaHiderson Marciano
 
Caso clinico shr sbad 2018 encurtado
Caso clinico shr sbad 2018 encurtadoCaso clinico shr sbad 2018 encurtado
Caso clinico shr sbad 2018 encurtadoLiliana Mendes
 
Dietas de-confinamento
Dietas de-confinamentoDietas de-confinamento
Dietas de-confinamentoExagro
 
Aula 1 definição, classificação.
Aula 1  definição, classificação.Aula 1  definição, classificação.
Aula 1 definição, classificação.Nágela Magave
 
Apresentação terceira 2016
Apresentação terceira 2016 Apresentação terceira 2016
Apresentação terceira 2016 Jose Ferrão
 
Seminário ANCP 2019 - Eficiência Alimentar: Evolução e Desafios: Exemplo prático
Seminário ANCP 2019 - Eficiência Alimentar: Evolução e Desafios: Exemplo práticoSeminário ANCP 2019 - Eficiência Alimentar: Evolução e Desafios: Exemplo prático
Seminário ANCP 2019 - Eficiência Alimentar: Evolução e Desafios: Exemplo práticoANCP Ribeirão Preto
 

Semelhante a Calculo de parenteral (20)

Aula rotulagemnutricionaldosalimentos2015 20150912110440
Aula rotulagemnutricionaldosalimentos2015 20150912110440Aula rotulagemnutricionaldosalimentos2015 20150912110440
Aula rotulagemnutricionaldosalimentos2015 20150912110440
 
Calculos de med enf gessyane
Calculos de med enf gessyaneCalculos de med enf gessyane
Calculos de med enf gessyane
 
Apresentação cvt
Apresentação cvt Apresentação cvt
Apresentação cvt
 
Comercial nutrivitta
Comercial nutrivittaComercial nutrivitta
Comercial nutrivitta
 
Aula de Bioquímica Clínica - Dislipidemias
Aula de Bioquímica Clínica - DislipidemiasAula de Bioquímica Clínica - Dislipidemias
Aula de Bioquímica Clínica - Dislipidemias
 
DISLIPIDEMIAS-1.pdf
DISLIPIDEMIAS-1.pdfDISLIPIDEMIAS-1.pdf
DISLIPIDEMIAS-1.pdf
 
Alimentação e qualidade de vida
Alimentação e qualidade de vidaAlimentação e qualidade de vida
Alimentação e qualidade de vida
 
Nutrição para o triatlon FV
Nutrição para o triatlon FVNutrição para o triatlon FV
Nutrição para o triatlon FV
 
Caso clinico shr sbad 2018 encurtado
Caso clinico shr sbad 2018 encurtadoCaso clinico shr sbad 2018 encurtado
Caso clinico shr sbad 2018 encurtado
 
Dietas de-confinamento
Dietas de-confinamentoDietas de-confinamento
Dietas de-confinamento
 
Lipidose hepática
Lipidose hepáticaLipidose hepática
Lipidose hepática
 
Mega aulão auditório pequeno
Mega aulão auditório pequenoMega aulão auditório pequeno
Mega aulão auditório pequeno
 
Mega aulão auditório pequeno
Mega aulão auditório pequenoMega aulão auditório pequeno
Mega aulão auditório pequeno
 
Mega aulão auditório pequeno
Mega aulão auditório pequenoMega aulão auditório pequeno
Mega aulão auditório pequeno
 
Nutrição para o triatlon
Nutrição para o triatlonNutrição para o triatlon
Nutrição para o triatlon
 
Fluido terapia em crianças
Fluido terapia em criançasFluido terapia em crianças
Fluido terapia em crianças
 
Aula 1 definição, classificação.
Aula 1  definição, classificação.Aula 1  definição, classificação.
Aula 1 definição, classificação.
 
Apresentação terceira 2016
Apresentação terceira 2016 Apresentação terceira 2016
Apresentação terceira 2016
 
Seminário ANCP 2019 - Eficiência Alimentar: Evolução e Desafios: Exemplo prático
Seminário ANCP 2019 - Eficiência Alimentar: Evolução e Desafios: Exemplo práticoSeminário ANCP 2019 - Eficiência Alimentar: Evolução e Desafios: Exemplo prático
Seminário ANCP 2019 - Eficiência Alimentar: Evolução e Desafios: Exemplo prático
 
Bases de nutrição
Bases de nutrição Bases de nutrição
Bases de nutrição
 

Mais de Rossana Martins

Arquivo 3 slide de saude publik definitivo
Arquivo 3 slide de saude publik definitivoArquivo 3 slide de saude publik definitivo
Arquivo 3 slide de saude publik definitivoRossana Martins
 
Slide de materno 10 passos
Slide de materno   10 passosSlide de materno   10 passos
Slide de materno 10 passosRossana Martins
 
Osteoporose slide com refer
Osteoporose slide com referOsteoporose slide com refer
Osteoporose slide com referRossana Martins
 
Aula 02-alimentacao-e-alteracoes-em-alimentos (1)
Aula 02-alimentacao-e-alteracoes-em-alimentos (1)Aula 02-alimentacao-e-alteracoes-em-alimentos (1)
Aula 02-alimentacao-e-alteracoes-em-alimentos (1)Rossana Martins
 
Aula de enterobius vermicularis
Aula de  enterobius vermicularisAula de  enterobius vermicularis
Aula de enterobius vermicularisRossana Martins
 
Sarcoptes Scabiei (sarna) Parasitologia Humana
Sarcoptes Scabiei (sarna) Parasitologia HumanaSarcoptes Scabiei (sarna) Parasitologia Humana
Sarcoptes Scabiei (sarna) Parasitologia HumanaRossana Martins
 
Bioquímica dos Alimentos Orgânicos
Bioquímica dos Alimentos OrgânicosBioquímica dos Alimentos Orgânicos
Bioquímica dos Alimentos OrgânicosRossana Martins
 

Mais de Rossana Martins (10)

Apresentação de uan
Apresentação de uanApresentação de uan
Apresentação de uan
 
Arquivo 3 slide de saude publik definitivo
Arquivo 3 slide de saude publik definitivoArquivo 3 slide de saude publik definitivo
Arquivo 3 slide de saude publik definitivo
 
Slide de materno 10 passos
Slide de materno   10 passosSlide de materno   10 passos
Slide de materno 10 passos
 
Osteoporose slide com refer
Osteoporose slide com referOsteoporose slide com refer
Osteoporose slide com refer
 
Aula 02-alimentacao-e-alteracoes-em-alimentos (1)
Aula 02-alimentacao-e-alteracoes-em-alimentos (1)Aula 02-alimentacao-e-alteracoes-em-alimentos (1)
Aula 02-alimentacao-e-alteracoes-em-alimentos (1)
 
Aula de enterobius vermicularis
Aula de  enterobius vermicularisAula de  enterobius vermicularis
Aula de enterobius vermicularis
 
Slide Micotoxinas
Slide MicotoxinasSlide Micotoxinas
Slide Micotoxinas
 
Fisiologia humana
Fisiologia humana Fisiologia humana
Fisiologia humana
 
Sarcoptes Scabiei (sarna) Parasitologia Humana
Sarcoptes Scabiei (sarna) Parasitologia HumanaSarcoptes Scabiei (sarna) Parasitologia Humana
Sarcoptes Scabiei (sarna) Parasitologia Humana
 
Bioquímica dos Alimentos Orgânicos
Bioquímica dos Alimentos OrgânicosBioquímica dos Alimentos Orgânicos
Bioquímica dos Alimentos Orgânicos
 

Calculo de parenteral

  • 1. Cálculos em NP Distribuição dos Macronutrientes Glicose = até 7kg/kg/dia ou 45 a 60% do VCT. Em geral se utiliza entre 4 a 5g de glicose /kg/ dia (é o carboidrato presente nas formulações) Proteína = 0,8g a 2,0g / kg/ dia ou 10 a 20% do VCT. Conforme necessidade do paciente e patologia presente. Lipídios 1 a 2g /kg/ dia por paciente ou 20 a 35 % do VCT. Em geral, administra‐se 1g/kg/dia para evitar sobrecarga de gordura que pode se caracterizar por hepatomegalia, icterícia e plaquetopenia. Para a prevenção de deficiência de ácidos graxos essenciais, recomenda‐se o uso entre 1 a 2% do valor calórico total (VCT) de ácido graxo ômega‐6 (ácido linoléico) e 0,5% do VCT de ácido graxo ômega 3 (ácido alfa‐linolênico). Distribuição dos Micronutrientes CERNE E AD ELEMENT Para a adequação de micronutrientes q ç deve‐se avaliar qual o melhor polivitamínico e oligomelementos que garanta as necessidades diárias do paciente. • Se for preciso, realiza‐se a reposição com solução de vitaminas e de oligoelementos em soro, fora da solução de NP (para melhorar a estabilidade)
  • 2. CASO CLÍNICO Paciente , masculino, 48 anos, pós‐operatório de colectomia proximal (50 cm) por traumatismo abdominal (acidente de moto), hemodinamicamente estável, porém apresentando íleo paralítico e distensão abdominal. Quadro clínico estável; Peso estimado de 62kg; Diagnóstico nutricional: eutrófico (bem nutrido) Indicação: Nutrição Parenteral Total – Acesso Central – Veia subclávia. Primeiro passo: Cálculo das Calorias Totais Pacientes estáveis: 25 a 30 Kcal/Kg/dia (Paciente em condição pós‐operatória) NET = kcal x peso / dia NET = 25 a 30 kcal x 62kg / dia NET=1550 (62x25) a 1860 (62x30) kcal/dia (faixa recomendada ideal) NET (necessidade energética toral) Segundo passo: cálculo dos macronutrientes importante Deve ser observado as apresentações de cada produto com o farmacêutico que manipula a NP: – Aa: 8,5% a 15%; – Glicose: 5%, 10%, 25%, 50% ou 70%; – Lipídeos: 10 ou 20%.
  • 3. Começar o cálculo sempre pelos aa (mais essenciais). • Verificar a recomendação de acordo com o caso clínico; • Verificar qual solução é Padronizada no Hospital; • No nosso caso a recomendação de proteína é de 1,2 g/Kg/dia • No hospital temos solução a 10% Aa = g de aa x Kg / dia Aa = 1,2g x 62kg / dia Aa = 74,4 g aa / dia CÁLCULO DAS CALORIAS DOS aa 1g de aa = 4 kcal 1 g de aa ‐‐‐ 4 kcal 74,4 g de aa ‐‐‐ x X = 297,6kcal 1860 kcal totais ‐‐‐ 100% 297,6 kcal aa ‐‐‐ x X = 16% das NET Determinar o volume de solução de aminoácidos na Nutrição Parenteral Solução de aa à 10% 100ml de solução ‐‐‐ 10g de aa x ‐‐‐ 74,4 g de aa X= 744 mL de solução de aa à 10%
  • 4. Aminoácidos – concentração final Concentração final de aa deve ser – 3,5 a 5% 1860 ml – 74,4 g de aa 100ml - x X = 4% CÁLCULO DE LIPÍDIOS • 1 a 2g/kg/dia por paciente ou 20 a 30% do VCT. Em geral, utiliza‐se para o adulto 1 g/Kg/dia • Verificar qual emulsão é Padronizado no nosso Hospital; • No nosso caso a recomendação é de 1g/kg/dia • Padronizado temos a emulsão lipídica à 20% LIP = 1g/Kg/dia LIP = 1g x 62kg / dia LIP = 62g de LIP Determinar o volume da emulsão lipídica • Emulsão lipídica à 20% 100mL de solução ‐‐‐ 20g x ‐‐‐ 62g de lip x = 310 mL de emulsão lipídica à 20%
  • 5. Cálculo da calorias provenientes dos lipídios Valor calórico das emulsões lipídicas: • Emulsões a 10% ‐ Fornecem 1,1 Kcal/ml • Emulsões a 20% ‐ Fornecem 2 Kcal/ml 2 Kcal/mL (padronizado) 2kcal x 310mL de emulsão Emulsão lipídica = 620 kcal 1860 kcal totais ‐‐‐ 100% 620 kcal lip ‐‐‐ x X = 33,3% das NET CÁLCULO DA GLICOSE • Verificar a recomendação de acordo com o caso clínico; • Verificar qual solução é disponibilizada no nosso Hospital; • No nosso caso a recomendação de glicose é até 4g/kg/dia • Padronizado no hospital temos solução à 50% Glicose = g x kg / dia Glicose = 4 g x 62 kg / dia Glicose = 248 g /dia Cálculo da solução de glicose • Solução de glicose à 50% 100ml de solução ‐‐‐ 50g x ‐‐‐ 248g x= 496 mL de solução de glicose à 50%
  • 6. Valor calórico ofertado pela glicose • Valor calórico: 1g de glicose = 3,6 Kcal 1 g de glicose ‐‐‐‐ 3,6 kcal 248 g ‐‐‐ x X = 892,8 kcal de glicose 1860 kcal totais ‐‐‐ 100% 892,8 kcal glicose ‐‐‐ x X = 48 % das NET Glicose concentração final 248g de glicose dia Volume de 1860mL Concentração final de 13,33 % VALOR CALÓRICO TOTAL E PERCENTUAL FORNECIDO PELOS MACRONUTRIENTES Aminoácidos = 297,6Kcal – 16% Lipídios = 620 Kcal – 33,3% (20‐35%) Glicose = 892,8 Kcal – 48% (45‐60%) TOTAL = 1810,4 Kcal (NET calculada: 1550 a 1860 kcal/ dia) CÁLCULO DOS ELETRÓLITOS Sódio Recomendação de Sódio: 50 – 200 mEq Cloreto de sódio a 20% (1ml = 3,5 mEq) 1 ml ‐‐‐ 3,5 mEq
  • 7. 20 ml ‐‐‐ x X = 70 mEq de sódio Potássio Recomendação de Potássio: 30 – 100 mEq Cloreto de potássio à 19,1% (1 ml = 2,5mEq) 1 ml ‐‐‐ 2,5 mEq 20 ml ‐‐‐ x x = 50 mEq de Potássio Cálcio Recomendação de Cálcio: 3 – 30mEq • Gluconato de cálcio a 10% (1ml = 0,5 mEq) 1 ml ‐‐‐ 0,5 mEq 10 ml ‐‐‐ x x= 5 mEq de cálcio Fósforo • Para que haja mineralização óssea é necessária uma relação Ca:P de 2,6:1 mEq ou mMol • Importante: – O total de fosfato não deve ultrapassar 20 mEq por litro de solução/emulsão final 1º ‐ transformar o Cálcio de mEq para mMol (Dividir por 2) Logo: 5 mEq de Cálcio = 2,5 mMol de cálcio 2º ‐ Achar o total de Fósforo ideal P = 2,5 ÷ 2,6 P = 0,96 ~1 mMol de fósforo • Solução = Fosfato orgânico • Fosfato orgânico = glicerofosfato de sódio 1 ml = 1 mMol Logo = 1 ml de fosfato orgânico Magnésio • Recomendação de Magnésio: 10‐30 mEq • Sulfato de magnésio à 10% (1ml = 0,8 mEq) 1 ml ‐‐‐ 0,8 mEq 10ml ‐‐‐ x X= 8 mEq de Mg
  • 8. Cálculo dos polivitamínicos • São baseados de acordo com os produtos disponíveis no mercado. Ao selecionar, vale a pena avaliar se atingem as necessidades de cada vitamina e/ou mineral. Usaremos o básico • Polivitamínico A – 10 ml • Polivitamínico B – 5 ml • Oligoelementos – 5 ml CÁLCULO DE LÍQUIDOS • Recomendação de 30 a 40 ml / Kg / dia. Nosso caso: • 30 x 62 kg = 1860 ml de água biodestilada VOLUME FINAL DA BOLSA Aminoácidos a 10% 744 ml 1632ml Solução de glicose a 50% 496 ml Emulsão lípidica a 20 % 310 ml Cloreto de sódio 20% 20 ml Cloreto de potássio 19,1% 20 ml Sulfato de Magnésio 20% 10 ml Gluconato de Cálcio 10% 10 ml Fosfato Orgânico 1 ml Polivitaínico A 10 ml Polivitaínico B 5 ml Oligoelementos 5 ml Água Bidestilada 229 ml* Volume total 1860 ml *para completar o volume determinado ** vazão: 77,5ml /hora (24h de infusão)
  • 9. CONCENTRAÇÃO LIMITE PARA ELETRÓLITOS (PARA EVITAR PRECIPITAÇÃO) Cálcio 5mMol/L ou 10mEq/L Magnésio 6mMol/L ou 12mEq/L Sódio 80mMol/ L ou 80 mEq/L Potássio 80mMol/ L ou 80 mEq/L Fosfato 15mMol/L ou 20mEq/L Referência: ASPEN Board of Directors and the Clinical Guidelines Task Force. Guidelines for the use of parenteral and enteral nutrition in adult and pediatric patients. JPEN J Parenter Enteral Nutr. 2002;26(1 Suppl). Calixto- Lima, Larissa et al. Manual de Nutrição Parenteral- Rio de Janeiro: Editora Rubio,2010.