O documento discute as atividades e métodos relacionados aos recursos fitogenéticos, incluindo a coleta, caracterização, conservação e uso de materiais genéticos vegetais. Aborda tópicos como a classificação botânica, nomenclatura, descritores, tipos de conservação como ex situ e in situ, e métodos como a conservação de sementes e coleções nucleares.
2. CÓDIGO INTERNACIONAL DE NOMENCLATURA
BOTÂNICA
• Designação Binomial: Epíteto Genérico
(Substantivo, maiúscula), Epíteto Específico
(Adjetivo, minúscula ou homenagem), +
Classificador:
• Arachis hypogaea L.
3. CLASSIFICAÇÃO
• FAMÍLIA: Conjunto de gêneros afins, isto é,
muito próximos ou parecidos;
• GÊNERO: Conjunto de espécies que apresentam
semelhanças, embora não sejam idênticas;
• ESPÉCIE: Grupamento de indivíduos com
profundas semelhanças entre si (morfológicas,
bioquímicas e cariótipo), com capacidade de se
cruzarem naturalmente, originando descendentes
férteis;
5. NOMES CONSERVADOS
Nomen conservandum:
Permitido o seu uso pelo seu uso generalizado.
1. Palmae (Arecaceae),
2. Graminae (Poaceae),
3. Cruciferae (Brassicaceae),
4. Leguminosae (Fabaceae),
5. Guttiferae (Clusiaceae),
6. Umbelliferae (Apiaceae),
7. Labiatae (Lamiaceae),
8. Compositae (Asteraceae).
7. PLANTAS CULTIVADAS
Cultivar:
- Termo que designa variedade cultivada. É um conjunto de
indivíduos distintos dos demais por qualquer característica
(morfológica, fisiológica, citológica, química, etc.) que se
mantenha através de reprodução (sexuada ou assexuada).
Necessita, porém, possuir características agrícolas
interessantes como boa produção, resistência a pragas, etc.
- O uso do termo cultivar deve ser preferido ao invés de
“variedade” que pode ser confundido com o termo
Variedade utilizado como categoria botânica.
Utiliza-se letras iniciais maiúsculas, precedidos da abreviatura
“cv.” ou colocados entre aspas simples. Ex.:
1) Amendoim ‘Tatu’,
2) Amendoim cv. Tatu ou
3) Amendoim cultivar Tatu.
8. SÍMBOLOS E ABREVIATURAS
• Híbridos interespecíficos: Camellia japonica X
saluenensis ou Camellia (japonica X saluenensis)
‘Donation’. Ordem: mãe em 1º lugar.
• Enxertos: Siringa X chinensis + S. vulgaris;
• Clone: Fraxinus excelsior cl. Westhof’s Glorie ou
Fraxinus excelsior ‘Westhof’s Glorie’;
• Linha: Tritricum aestivum ‘Marquis’;
• Subgênero, Prunus (subg. Cerasus) avium ‘Erianne’;
• Seção: Primula (sect.Candelabra) japonica ‘Postford
White’s
• Subespécie: Ranunculus acer subsp. friesianus ‘Plunus’
9. PUBLICAÇÃO E DESCRIÇÃO
• Publicação válida: artigo impresso ou similar, em
revista aprovada pela Comissão Internacional de
Nomenclatura de Plantas Cultivadas. Cópias
enviadas para autoridade internacional de
registro e bibliotecas especializadas. Incluir
descrição datada.
• Da descrição: Distinguir de outros cultivares.
Colocar
parentesco
histórico,
criador,
introdutor.
Incluir
ilustração.
Exsicata
depositada em herbário público e citada no texto
da descrição. Tradução e sumário em inglês,
espanhol, francês, alemão ou russo.
11. TIPOS DE CARACTERIZAÇÃO
• BOTÂNICA: Organografia e Anatomia.
• GENÉTICA:
Citologia,
Isoenzimas,
DNA.
• AGRONÔMICA: Ciclo de maturação,
Época da produção, Produção por
planta, Dados do Pólen, Autofertilidade,
Teor
de
Óleo
das
sementes,
Produtividade, Resistência a fatores
adversos;
• TECNOLÓGICA:
Aroma,
Sabor,
Açúcares, Acidez, Grau de Conservação
12. CARACTERIZAÇÃO BOTÂNICA
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Características da planta
Características das folhas e folíolos
Características das flores
Características dos frutos
Características das sementes
Características das partes subterrâneas
“O FENÓTIPO É A SOMA DOS EFEITOS DO GENÓTIPO MAIS
OS EFEITOS DO MEIO AMBIENTE”
14. •DESCRITOR: (Do lat. descriptore) Adj. 1. Que
descreve... S.m.2. Aquele que descreve. IBPGR - O
DESCRITORES
registro do ordenamento técnico dos caracteres de
um indivíduo ou grupo de indivíduos.
•Notas: de 0 a 9.
•Valores
intermediários:
1,3,5,7
(dúvidas).
Presença (+) Ausência (0).
•Amostragem: 4 dados/20plantas.
•Podem ser: Qualitativos e Quantitativos.
•Mínimos: Para descrição de cultivar
•Completos: para recursos genéticos.
15. DADOS DE PASSAPORTE
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Número de introdução: BRA 10.000
Nome do remetente e do coletor: José F.M. Valls
Número da remessa e da coleta: VVeSv 6001
Outros números relacionados: BRA, SO.
Nome Científico: Arachis sylvestris (A.Chev.)A.Chev.
Nome vulgar: Mundubi
Datas da coleta, da introdução e de
regeneração:13/06/1981
Tipo de material e quantidade: 6 sementes
Tipo de manutenção:câmara fria
País de origem e de procedência:Brasil, NE - ...
21. TIPOS DE CONSERVAÇÃO
• CONSERVAÇÃO “IN SITU”
Parentes silvestres;
Espécies em risco de extinção.
• CONSERVAÇÃO “EX SITU”
Conservação de sementes em câmara fria;
Criopreservação em nitrogênio líquido;
Conservação “in vitro”;
Conservação “in vivo”.
22. CONSERVAÇÃO “IN SITU”
Significa: Conservação das plantas dentro de
seus habitats naturais;
A Conservação “ON FARM” é uma boa
opção para a conservação de plantas em
seu habitat natural.
24. CONSERVAÇÃO “EX SITU”
• É a conservação de plantas fora de seu habitat,
para uso atual ou futuro, com alto poder
germinativo e vigor, plenamente identificadas
e caracterizadas, buscando conservar a
variabilidade;
• As plantas são conservadas segundo suas
utilidades atuais e/ou futuras;
• É um processo estratégico, contínuo e de
longo prazo;
• Todas espécies podem ser conservadas “ex
situ”, desde que saibamos multiplicá-las;
25. CONCEITO DE “GENE POOL”
ou COMPLEXO GÊNICO
GENE POOL PRIMÁRIO (GP1): Cruzamentos são comuns e
geralmente geram progênies férteis, a segregação de genes é
praticamente normal;
GENE POOL SECUNDÁRIO (GP2): Os cruzamentos com GP1 são
possíveis apesar de barreiras, geram progênies com níveis variáveis
de esterilidade ou fertilidade, pareamento cromossômico pobre ou
nulo, com dificuldades de levar o híbrido à maturidade e à gerações
subseqüentes;
GENE POOL TERCIÁRIO (GP3): Os cruzamentos utilizando GP1
geram progênies anômalas, com graus de letalidade ou
completamente estéreis. Aqui somente as ferramentas da
Biotecnologia solucionam o problema. (HARLAN & DE WET,
1971).
26. MATERIAIS A SEREM CONSERVADOS
• Agricultura tradicional: raças nativas, cultivares
primitivas e espécies de importância cultural (ex: uso
religioso);
• Material melhorado: cultivares modernas e obsoletas,
linhas avançadas, mutantes, etc.
• Espécies silvestres e formas regressivas: Ex: arroz,
milho, tomate, Sacarum spontaneum (para rendimento,
vigor e resistência a pragas) em melhoramento de
Cana-de-açúcar.
• Biotecnologia e Engenharia Genética: transgênicos,
pólen, fragmentos de ADN, Genes Clonados, Genes
Marcadores,
Genes
Silenciosos,
Genoma
de
Cloroplastos, etc.
Banco mundial de sementes em Svalbard, Noruega, polo norte – 4,5
milhões de amostras, coordenado pela FAO, em 2008.
27. CONSERVAÇÃO DE SEMENTES
•
Número de Sementes para Ortodoxas: O IBGR sugeria
2.000 sementes a 85% de germinação.
•
Acondicionamento: Sugere-se o uso
herméticas, para não alterar a umidade.
de
embalagens
• Conservação:
1. ORTODOXAS: Se a – 10 ºC até – 20 ºC e Teor de Umidade
3-7%, Viabilidade de 85%, podem ser efetuadas por tempo
indeterminado; de 0 ºC a 15 ºC, por até 30 anos.
2. INTERMEDIÁRIAS: Pode ser seca somente até 10% de
umidade, sem perda de viabilidade.
3. RECALCITRANTES: Morrem rapidamente quando se
abaixa o Teor de Umidade, dentro de determinado nível
crítico.
28. Tamareira: 2.000 anos germinou e vem
crescendo em 2008.
Anteriormente se conhecia uma semente de
Lotus de 1.300 anos que havia germinado.
29. Quantidade sugerida para
Conservação
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TESTE DE VIABILIDADE INICIAL = 400
DETERMINAÇÃO DA UMIDADE = 200
6 TESTES DE VIABILIDADE DURANTE A
CONSERVAÇÃO = 1.200
2 DETERMINAÇÕES DE UMIDADE DURANTE A
CONSERVAÇÃO = 400
3 DISTRIBUIÇÕES DE SEMENTES = 300
1 REGENERAÇÃO = 100
PERDAS POR ACIDENTE = 400
TOTAL DE SEMENTES = 3.000
Obs: Se heterogênea sugere-se : 12.000 sementes.
30. CONSERVAÇÃO “IN VIVO”
• A Campo: Nem todas espécies podem ser conservadas
como sementes, especialmente as recalcitrantes e
intermediárias. Conservam-nas e aproveitam o lote para
efetivar pesquisas científicas. Ex: arboretos, cacau,
seringueira, coco, manga, mandioca, banana, dendê,
cará e café;
• Recomendadas: Para espécies perenes, arbóreas,
silvestres, semidomesticadas, heterozigotas,
de
reprodução vegetativa, de sementes de vida curta, de
sementes sensíveis à secagem;
• Problemas: Ocupam muito espaço e não possibilitam
uma boa representatividade da diversidade genética da
espécie, estando sujeitas a desastres naturais . A erosão
genética é minimizada se as espécies são alógamas.
31. CONSERVAÇÃO “IN VITRO”
• Cultura de Tecidos: conservam-se pequenas plantas em tubos
com Agar nutritivo;
• Apropriado para: clonagem em grande escala de um único acesso,
conservação em crescimento retardado;
• Variáveis: temperatura e nutrientes;
• Recomendado: plantas que não produzem sementes, aquelas que
se reproduzem por rizomas ou bulbos;
• Parte utilizada: embriões e pontas de raízes;
• Espécies: mandioca, batata, cana-de-açúcar, banana, baunilha,
cacau, fruteiras temperadas, raízes e tubérculos, etc;.
• Problemas: Instabilidade genética;
• Criopreservação: Esta parece ser a melhor solução para a
conservação in vitro a longo prazo. Nitrogênio líquido a –196ºC,
com a virtual paralisação de todos processos biológicos, os quais
poderiam ser teoricamente conservados indefinidamente
(Materiais: Sementes, Calos, Ápices caulinares, embriões
somáticos ou zigóticos, in vitro (suspensões celulares), gemas
axilares e Pólens).
32. COLEÇÕES NUCLEARES (CORE COLLECTIONS)
Idéia: surge com Frankel, 1970, Objetivando: Reduzir o tamanho
das coleções de germoplasma, mantendo a representatividade da
diversidade genética da espécie e seus parentes silvestres.
Representatividade: Brown (1989), sugere que 10% do total de
acessos representa aproximadamente 70% da variabilidade genética
de uma coleção. Para coleções muito grandes sugere não exceder a
3.000 acessos.
Informações fundamentais: Dados de passaporte;
dados de
caracterização e avaliação agronômica, morfológica, taxonômica e
genética.
Vantagens: Segundo Vilela-Morales et al (1997) são o maior número
de acessos identificados, caracterizados e avaliados, a baixa
redundância genética, o menor número de acessos, o menor custo
operacional e a maior chance de uso.
Exemplos: Alfafa, Amendoim, Couve, Ervilha, Grão-de-bico,
Lentilha, Mandioca, Milho e Trevo.
ALFAFA
34. EDUCAÇÃO AMBIENTAL
• A educação ambiental agrícola é: Participativa,
comunitária,
criativa,
informativa,
transformadora e orientada para a resolução de
problemas decorrentes de práticas agrícolas
inadequadas; Também é interdisciplinar por
envolver
relações
integradas:
Ser
humano/sociedade/agricultura /natureza;
35. O QUE VISA
• Visa: transformar valores e atitudes, através
novos hábitos e conhecimentos, em busca
melhorias de qualidade de todos os níveis
vida, através de sua inclusão em projetos
pesquisa, extensão rural e ensino agrícola.
de
de
de
de
36. REVOLUÇÃO VERDE?
Passada a “Revolução Verde”, com o incentivo à monocultura,
monocultivares e aplicação pesada de insumos, cujos efeitos foram
desastrosos para o Brasil, agora vemos a “Agricultura
Inteligente” composta pela biotecnologia (incluso os trangênicos),
informação e comunicação tecnológica (ICT) e a nanotecnologia,
cujos efeitos previsíveis não serão menos impactantes.
• O momento atual exige reflexão e ação rápida na agricultura,
pois, estamos vivendo um período que assusta, pois, a gripe do
frango e a vaca louca estão por aí nos rondando, enquanto
continuamos aplicando quantidades altíssimas de agrotóxicos,
anabolizantes, antibióticos, hormônios de crescimento, etc., enfim,
até onde pretendemos chegar
37. AÇÕES NA AGRICULTURA
• Melhoramento Vegetal: Novos cultivares, visando o uso de
agricultura orgânica, sem o uso de inseticidas e outros produtos
prejudiciais ao meio ambiente; a questão dos transgênicos e da
nantecnologia...;
• Extensão Agrícola: Práticas culturais menos danosas, como o
plantio direto, cultivo alternado, a proteção aos mananciais, a
proteção das encostas dos rios, o uso de terraços, menor uso de
praguicidas, a pluricultura, a energia limpa (biodiesel, bioalcool,
celulose), ausência de queimadas, uso de maior variabilidade
genética, o desenvolvimento sustentável, etc.
• Introdução do Tema Educação Ambiental em todas unidades dos
Institutos de Pesquisa, dos departamentos de extensão e dos
Departamentos das Universidades ligadas a Agricultura, de modo
que todos os projetos tenham a preocupação com o tema;
38. Dendroctonus ponderosae
• Este besouro, menor que um grão de arroz, tem
transformado a região noroeste do Canadá,
através da destruição das florestas de coníferas.
• “FEEDBACK POSITIVO” Um efeito do
aquecimento global que, por sua vez, faz
aumentar as emissões de CO2 , que pioram o
clima ainda mais.
40. VALORAÇÃO
• Valoração: Dar preço a alguma coisa
• Valoração de Recursos Genéticos: valores de
mercado, atuais ou futuros, ainda por serem conhecidos.
Em princípio já se tem o seu valor como diversidade
biológica. Ex: Tomate silvestre no aumento de açúcar de
tomates domesticados (US$ 8milhões/ano); Plantas
ornamentais, volume de comercialização no mercado;
Jabuticaba, valor de consumo pela comunidade local;
BAG – plantas resistentes a intempéries.
•I = (O+C+D)*U/3; onde I=índice de importância relativa,
O=origem, C=estado de conservação, D= estado de distribuição, U=
usos (alimentício, aromático, medicinal, industrial, florestal,
conservação, ornamental, melífero, cultural, etc.
42. ABORDAGENS
• Foco na espécie ou gênero e até mesmo na
biodiversidade;
• Na sua utilidade atual e/ou futura;
• Nos mercados atuais e em seus preços ou em
mercados futuros;
• Nos seus produtos derivados;
• No prejuízo ao meio ambiente, na sua presença
ou ausência;
43. TIPOS DE VALORAÇÃO
• ECONÔMICA: dar valor em R$ (valor de uso direto, de
uso indireto, de uso presente, de uso futuro);
• ECOLÓGICA: comparar situações (necessidades
humanas de consumo e produção; serviços ambientais
indiretos para a humanidade, paisagem, fragilidade do
ecossistema, etc.);
• SOCIAL: avaliar alterações em comunidades humanas
(uso recreativo, lúdico, turístico, qualidade de vida,
preservação de comunidades). (Segurança Nacional)
http://mma.gov.br/biodiversidade
45. USOS DE RFG
• REFLORESTAMENTO
• AGRICULTURA SUSTENTÁVEL: Foco no
Patrimônio genético= não apenas como
insumos, mas também como algo que deve ser
mantido e que pode ser melhorado.
• CULTURAS ALTERNATIVAS
• MELHORAMENTO GENÉTICO
• INDUSTRIAL (ALIMENTÍCIO,
MEDICINAL, AROMÁTICO,
CONDIMENTAR, ETC.)
• RELIGIOSO
• PAISAGÍSTICO