O documento fornece diretrizes sobre a organização de provas e questões objetivas, incluindo:
1) Diferentes tipos de questões objetivas como múltipla escolha, lacunas e correspondência e como elaborá-las;
2) Como elaborar questões dissertativas e guias de correção;
3) Dicas sobre a aplicação e correção de provas para assegurar a precisão e equidade da avaliação.
3. Formação do Professor
• Teórico-cientifica (área de atuação/conhecimento) PROFISSIONAL
• Educação (sempre inserida num contexto social)
• Filosófica
• Sociológica
• Histórica
• Pedagógica
4. O que preciso para poder ensinar?
• Concepção acerca do que é Educação (não é apenas citar autores e
blá..blá..blá...é ter uma “teoria” (crenças) relacionada à aprendizagem
(como você acredita que as pessoas aprendem ou podem aprender...)
• Lembrar de como você aprendeu o conteúdo que irá ministrar...suas
dificuldades, estratégias que criou, problemas que teve com a
metodologia usada, criticas que costumava fazer,....
• Ensinar é uma profissão! Logo... Não é para “amadores”
• Posso saber muito do meu “campo” de atuação, posso ser um ótimo
profissional...mas preciso aprender a ser professor....
5. Bases teórico-cientificas DIDATICA prática docente
O que eu devo
fazer?
Como eu devo
fazer?
Explica as relações e ligações entre ensino e aprendizagem
7. Avaliação: processo continuo que deve ocorrer nos mais diferentes
momentos do trabalho (Libâneo, 1999,p.225)
Função principal: determinar o quanto e em que nível de qualidade
estão sendo atingidos os objetivos proposto
Avaliaçãoprocedimentos instrumentos
8. Procedimentos:
• Revisão de conteúdos trabalhados
• Tarefas de casa (tema)
• Testes breves
• Dissertações curtas
• Discussão
• Estudos dirigidos
• Sondagem
• Acompanhamento
• ....
10. Prova Escrita Dissertativa
Verificar o desenvolvimento de habilidades X,Y,Z,....
Exemplo: raciocínio logico, organização das ideias,
clareza da expressão, originalidade, capacidade de fazer
relações entre fatos e ideias/coisas, aplicação de
conhecimento
Dica: Taxonomia de Bloom para entender e auxiliar na
organização das avaliações (e também das aulas...)
Pode avaliar, também, atitudes, hábitos de organização
do pensamento, caligrafia, ordem limpeza,...
11. Prova Escrita Dissertativa
• Menos precisão nas respostas (compreender precisão
neste contexto...)
• Mais difícil de corrigir
• Suscetível a subjetividade
• Parece ser “mais fácil” de organizar (professor)
12. Prova Escrita Dissertativa: como corrigir?
• Fazer uma lista de conhecimentos e habilidades
associadas aos objetivos; selecionar o que será
pedido na prova e cuidar o TEMPO!!!!
• Guia de correção indicando o que deve ser
considerado para total de pontos de cada questão e
pontuação parcial
• Cada questão deve ter peso especifico e bem visível
(usar como base 1 a 10), provas “ponderadas”
costuma confundir estudantes...)
• Corrigir pergunta por pergunta e não prova por
prova. Ler tudo e depois atribuir grau.
• Criar categorias de controle tipo boas, suficientes e
insuficientes. Isto facilita atribuir notas as provas.
13. Prova escrita com questões objetivas
Avaliam a extensão de conhecimentos e habilidades.
Possibilitam maior numero de questões e abrangem mais matéria
(conteúdo).
abrangência
14. Prova escrita com questões objetivas
Possibilitam:
• Respostas precisas
• Controle de inferências de fatores subjetivos
• Correção mais rápida
Cuidados:
• Uso de técnicas de elaboração de questões
• Digitação mais elaborada
• Fatores de improvisação (“chute”)
que pode marcar as resposta e causar imprecisão
15. Tipos de questões objetivas
Certo/errado (V ou F)
• Alternativas devem conter apenas uma afirmação
• A firmação deve conter uma ideia clara (ainda que seja a
alternativa errada)
• Evitar “palavreado” confuso –prolixa
• Todas opções formuladas na forma afirmativa (até para a
alternativa errada)
• Cuidar para não retirar afirmações do contexto
• Evitar termos do tipo: todos, nunca , sempre... Indicam F
• Evitar termos do tipo: geralmente, algumas vezes, quase
sempre... Indicam V
16. Tipos de questões objetivas
Lacunas (completar)
São aquelas questões onde é solicitado preencher um espaço
vazio no enunciado da questão, fórmula, código,....
Cuidados:
• A lacuna não deve aparecer no inicio da frase em questões
textuais.
• Os espaços a serem preenchidos não devem ser adjetivos,
preposições, conjunções (exceto provas de gramática)
17. Tipos de questões objetivas
Questões de Correspondência
São aquelas tipo “numere a coluna B de acordo com a coluna A”
Cuidados:
• Numero de itens a numerar deve ser maior que os itens
numerados. Ex.: “numere a coluna B de acordo com a coluna
A” neste caso o numero de itens de A tem de ser MENOR que
o numero de itens de B
• Tem de existir respostas para todos itens da coluna A
• Evitar colocar na coluna B respostas com palavras que em
uma opção aparece no plural e na outra aparece no singular,
colocar ora substantivos e depois adjetivos para tratar da
mesma coisa...ou seja...evitar confundir o estudante!
• Cuidar o “tamanho” da coluna para não ficar difícil de ler
18. Tipos de questões objetivas
Questões de múltipla escolha
São aquelas cuja estrutura possui uma pergunta e um conjunto
de alternativas. O que varia é a quantidade de respostas válidas.
Tipos:
• escolha simples: apenas uma alternativa é correta
• escolha múltipla: há mais de uma alternativa correta
Cuidados:
• Cada questão deve ter de 3 a 5 alternativas
• Muda, em cada questão, a posição da alternativa que contém a reposta
correta (simples). Evite padrões que facilitem o “chute!
• Evitar “todas alternativas corretas”
• Evitar “todas alternativas incorretas”
• Procura observar a redação das alternativas de maneira a ficarem
semelhantes em tamanho, evitando destaque de uma em função das outras
• Evitar usar palavras-chave usadas no enunciado da questão naquela
alternativa que possui a resposta correta
19. Tipos de questões objetivas
Questões de evocação (respostas curtas)
Tipos:
• interpretação de texto
• ordenação: apresenta uma série de dados/informações fora
de ordem e o estudante tem de ordenar na sequência correta
• Identificação: identificar partes de um
texto/objeto/esquema..., localizar itens específicos, pintar
uma parte do desenho, sublinhar um pedaço de código, ...
20. Avaliação é
“medida”...ponto de “parada” para ver como está indo o processo.
Para o professor:
• Será que minhas estratégias,
metodologias estão funcionando?
• Meus estudantes estão aprendendo
como eu esperava?
• O que devo “revisitar”?
• ...
Para o estudante:
• Será que minhas estratégias para
estudar estão funcionando?
• Será que o tempo dedicado aos
estudos está sendo suficiente?
“Só tem dúvidas quem estuda”
22. Reflexões Finais...
• A extensão da prova varia com sua finalidade
• Deixar claro o tempo de duração (usar o quadro para anotar horários
inicio e o de fim)
• Registrar a presença dos estudantes que fazem a prova na “ata de prova“
(documento legal e importante)
• Fornecer instruções claras e seguras, por exemplo:
• Uso de lápis ou apenas caneta ...ou ambos
• Pode resolver “fora da ordem” ou não
• Uso de folhas suplementares (sim ou não), pode ser qualquer uma?
Ou somente material fornecido pelo professor?
• Consulta ou sem consulta a materiais adicionais?!
• Situação dos dispositivos móveis – telefones, smartphones,
tablets,... (sim ou não)
• padronização de formatos (ex.: em caso e prova de programação
possibilidade de simplificar notações “repetitivas” ,...
• Auxiliar os estudantes a se organizarem lendo a prova junto com eles
antes da prova começar
• Estipular período após a leitura para dúvidas gerais e... Lembrar:
• Cabe ao professor decidir se deseja ofertar direito a perguntas (?) durante
a prova ou não (cuidar a “dispersão”...)
23. Questão “polêmica” :
Devolvo a prova para o estudante ou apenas mostro e recolho?
No mínimo a prova deve ser mostrada para o estudante a fim
dele/dela poder:
• ver a correção a ela atribuída
• Ter oportunidade de ver os erros cometidos
• Conferir se a pontuação atribuída está adequada ao valor
explicitado na questão (podemos falhar... somar errado, esquecer
de contar os pontos de uma questão, esquecer de corrigir uma
questão, atribuir valor maior ou menor do que a questão vale ...)
24. Questão “polêmica” (2)
Devolvo a prova para o estudante ou apenas mostro e recolho?
Se devolver a porta para os estudantes observar as seguintes dicas:
• Distribuir as provas e posicionar-se perto da porta onde é a saída
da aula. Utilizar uma classe/mesa onde possa colocar a ata e
eventual material devolvido pelos estudantes
• Solicitar àqueles que concordam com a nota atribuída que assinem
a “ata de devolução de prova” onde deve existir um cabeçalho com
algo parecido com este texto:
• Eu abaixo assinado recebi minha prova ...< um,
dois, etc> ... e conferi a correção realizada e
concordo com a nota atribuída. Fiquei com a prova
em meu poder.
• àqueles que possuem dúvidas formar uma fila e atendê-los “um a
um” . Coisa pequena tipo erro de soma... Altera na hora! (anota na
ata de prova e depois atualiza no sistema de avaliação). Demais
anotar num papel e anexar na prova , avaliar e depois retornar aos
estudantes
25. Algumas lições aprendidas... (1)
• Elaborar a prova mais perto da sua aplicação. Ou pelo menos
revisá-la mais perto para ter certeza de que os conteúdos
“cobrados” foram devidamente trabalhados em aula
• “cobrar” o que é importante e foi bem trabalhado em aula ou
solicitado em atividades extraclasse. Evitar cobrar detalhes
poucos significativos ou aqueles que foram “ligeiramente”
mencionados em aula ou em atividades extraclasse
• Evitar o “pega ratão” ...cobrar detalhes que passam
desapercebidos ou não foram enfatizados em aula ou nos
trabalhos como significativos
26. Algumas lições aprendidas... (2)
• Evitar “cobrar” conteúdo visto “na véspera da prova” sem a devida
prática e reflexão
• Evitar fazer provas longas. Provas com muitas questões e algumas
valendo fração de um ponto!! Será que precisa?
• Atenção é diferente de ter vários itens e cada um valer frações de
ponto....
• Lembrar que foi você que organizou a prova. Você é o professor (a) e
“domina” a matéria...você criou ou adaptou a questão...logo:
• Você fará mais rápido que o estudante a solução
• Realize a prova e controle o tempo no relógio. Depois
multiplique por 5 (minha experiência ... sua pode variar) .
Compare o tempo que seus estudante tem para realizar a
prova...e aí?...o que descobriu? Reflita....
27. Algumas lições aprendidas... (3)
• Faça uma espécie de “gabarito” que lhe auxiliará a correção. E faça isto
ANTES de aplicar a prova. Outra medida para saber se a prova está boa,
balanceada ou tendenciosa, grande...etc
• Legal disponibilizar este material para os estudantes logo após a prova.
Ajuda a pensar como eles resolveram e depois facilita a entrega e
diminui as reclamações
• Se você usar uma plataforma virtual. Disponibilize no ambiente.
Programe para aparecer uma hora depois da conclusão da prova
• Incentive os estudantes a fazer o download e estudar. Ainda terão bem
“quentinho” na memória a solução que criaram ...
• Estes cuidados costumam deixar os estudantes mais tranquilos e
facilitam a devolução da prova e a comunicação entre a partes
• Busque sempre manter o clima favorável na aula ... Evite tensões
causadas por avaliações.
28. Algumas lições aprendidas... (4)
• Incentive os estudantes a fazerem uma prova organizada e evitar
muitas rasuras que vão atrapalhar a correção
• Mas lembre-se: eles já vem com bagagem!
• Será difícil mudar hábitos em curto tempo
• Não saia reclamando antes de analisar a prova do aluno ... alguns
gostam de copiar a questão e depois resolver...outros fazem esquemas,
outros sublinham palavras...outros decompõem o texto...enfim cada
um deles já vem com uma estratégia de ação para melhor (ou pior)
resolver a prova
• Não queria que os estudantes se comportem como você deseja:
respeite
• Não confunda respeitar o estudante nas suas escolha ...com
permissividade e falta de limite
29. Para poder cobrar ... Tem de dar
exemplo!
• Se cumpre prazo na entrega das atividades. .. Cobre prazo deles!
(pode eventualmente ocorrer imprevistos. Mas atrasos não podem
ser padrões por parte do docente)
• Não podem fazer uma prova sem ter a nota da avaliação anterior!!!
Se avaliar é processo não tem sentido fazer a 2ª prova sem saber a
nota da 1ª...e assim por diante ... ainda mais em disciplinas onde
conteúdo é encadeado ... sempre cumulativo...
• Super ruim: aplicar as provas do semestre e só devolver no final!!!!
Avaliar parcialmente para quê?
31. Fonte Consultada para organização desta aula:
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. Cortez, 1999. 2ª edição
Usado o capítulo 9 – Avaliação Escolar
A partir da leitura deste capítulo organizei os tipos de avaliações observações
relacionadas aos tipos de questões.
Os comentários relacionado às lições aprendidas, dicas e demais ponderações são de
minha responsabilidade.
São oriundas da experiência e da vivencia na docência de mais de 30 anos no ensino
superior, e 11 de educação fundamental.
Ou seja....siga se achar que vale a pena ou fizer sentido!
32. Dicas para leitura acerca da organização de provas e questões:
GRILLO, Marlene Correro; GESSINGER, Rosana Maria; DE FREITAS,
Ana Lúcia Souza. Por que falar ainda em avaliação?. EDIPUCRS,
2010.
GRILLO, Marlene Correro; DO ROSÁRIO LIMA, Valderez Marina. A
aula universitária como espaço de parceria. A gestão da aula
universitária na PUCRS, p. 53.
GRILLO, Marlene Correro; DO ROSÁRIO LIMA, Valderez Marina.
Dimensões conceituais e operacionais da avaliação. A gestão da
aula universitária na PUCRS, p. 67, 2008.
DE FREITAS, Ana Lúcia Souza et al. Capacitação Docente.
Coloquem estas citações no Google Academico e obterão os pdf
de forma gratuita e legal.
Outra dica:
MEDEIROS, Ethel Bauzer. Provas objetivas: técnicas de construção. Editora da
Fundação Getulio Vargas, 1975.