O documento discute procedimentos relacionados à cateterização vesical, incluindo conceitos, indicações, tipos de cateteres, complicações e cuidados de enfermagem. Aborda os tipos de cateterismo vesical (de alívio e de demora), materiais necessários, prevenção de infecção do trato urinário e observações importantes sobre o procedimento.
3. CONCEITO/FINALIDADES:
É a introdução de um cateter ou sonda estéril através da uretra até a bexiga, com fim de
diagnóstico ou tratamento.
INDICAÇÕES GERAIS:
➢ Drenagem vesical por obstrução crônica,
➢ Disfunção vesical (bexiga neurogênica),
➢ Drenagem vesical após cirurgias urológicas e pélvicas,
➢ Medida de diurese em pacientes graves,
➢ Assegurar a higiene perineal e o conforto de pacientes incontinentes de urina e
comatosos.
4. CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DO CATETER:
A escolha do cateter deve ser baseada: nas necessidades individuais do paciente, objetivo da
cateterização, tempo pretendido para manter o cateter, tipo de urina drenada, conforto do
paciente.
O calibre do cateter deve ser determinado pelo tamanho do canal uretral do cliente. É utilizado o
sistema francês quanto maior o número do calibre, maior é o cateter.
➢ Crianças de 8 a 10 Fr
➢ Mulheres de 14 a 18 Fr
➢ Homens de 16 a 18 Fr
A duração do período de cateterização deve determinar o tipo de material selecionado;
Os cateteres plásticos são adequados apenas para o uso intermitente por serem espessos e
inflexíveis.
5. CATETER ADEQUADO:
Os cateteres de látex ou borracha são recomendados para um uso de tempo médio
(superior a 3 semanas)
Os cateteres de silicone puro ou teflon são recomendados para uso prolongado (2 a 3
meses)
Os cateteres de PVC são muito caros, adequados para intervalos de 4 a 6 semanas.
Eles ficam macios com a temperatura corporal e se adaptam à uretra
➢ Tamanho adequado do balão é um aspecto importante
➢ Varia de 3 ml (pediátrico) a grandes volumes
➢ Mais comuns: tamanho de 5 a 30 ml
6. COMPLICAÇÕES:
· Infecção urinaria: mas comum causada principalmente pelo uso incorreto da técnica
asséptica.
· Hemorragia: pode ser causada pela utilização de uma sonda de calibre inadequado ao
tamanho da uretra, passagem incorreta, existência de patologias previa.
· Formação de cálculos na bexiga: devido longa permanência da sonda.
· Bexiga neurogênica: nos pacientes com permanência prolongada da sonda.
· Trauma tissular: devido a aplicação de força durante a passagem, utilização de sonda
muito calibrosa.
7. TIPOS DE CATETERISMO VESICAL:
Cateterismo Vesical de Alívio – cateter
Nelaton
Cateterismo Vesical de Demora – cateter
Foley
8. CATETERISMO VESICAL DE ALÍVIO OU INTERMITENTE
Um cateter reto (sonda de nelaton), e de uso único é introduzido por um período
suficiente para drenar a bexiga. Quando a bexiga estiver vazia o cateter deve ser
retirado imediatamente.
Este tipo de cateterismo pode ser repetido quando necessário, porém, o uso repetido
aumenta os riscos de trauma e infecção. (cateter sem “cuff”). Para eliminar urina
residual, prevenir infecção urinaria e lesões, diminui cálculos vesicais e mimetiza o
processo normal de micção
INDICAÇÕES:
· Alívio para retenção urinária;
· Obtenção de urina estéril;
· Avaliação de urina residual depois da micção;
9. CATETERISMO VESICAL DE DEMORA OU CONTINUO
Uma sonda de demora ou folley permanece no local por um período prolongado. Possui
um balão insuflável com água que envolve a sonda exatamente abaixo da extremidade,
quando insuflado, o balão repousa contra a saída da bexiga, fixando a sonda na posição.
A sonda de retenção ou de demora pode possuir duas vias( sonda de Folley),ou três vias
dentro do corpo da sonda.( sonda de Owen, para lavagem vesical). (cateter com “cuff”).
10.
11. TIPOS DE SONDAS DE DEMORA:
· Sonda Folley
· Sonda de Owen
Tempo de Permanência: 7 dias
Numeração:
14 – 16 em mulheres
16 - 20 em homens
INDICAÇÕES:
➢ · Facilitar a eliminação vesical.
➢ · Facilitar a avaliação da quantidade de
urina residual.
➢ · Permitir uma avaliação continua e
apurada da diurese.
➢ · Fornecer uma via para irrigação da
bexiga.
➢ · Realizar o controle indireto da função
hemodinâmica e
➢ promover a drenagem de paciente com
incontinência
➢ urinaria.
➢ · Esvaziar a bexiga para procedimentos
cirúrgicos ou
➢ diagnósticos.
➢ · Controlar sangramentos.
12.
13. AÇÕES DE ENFERMAGEM:
Sistema drenagem fechado estéril e
não deve ser desconectado antes,
durante e após a inserção do cateter;
Manter a bolsa coletora em nível
inferior à bexiga;
Caso a técnica asséptica seja
quebrada, por desconexão ou ruptura,
substituir todo o sistema;
Realizar higiene perineal pelo menos 2
vezes ao dia com água e sabão.
14. URIPEN – Dispositivo de conforto para incontinência
urinaria:
O URIPEN é um dispositivo de conforto para
pacientes com incontinência urinaria. Muito
parecido com uma camisinha, o dispositivo é
inserido no pênis do paciente, tal qual o
preservativo, e em sua ponta é colocado um
dreno extensor que deposita a urina em uma
bolsa coletora, evitando que a excreção fique
em contato com a pele (como nas fraldas
geriátricas).
15. SUSPEITA DE INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO:
Não encaminhar a ponta do cateter vesical para cultura, pois não há utilidade;
Não é indicada a realização periódica de urocultura, mesmo para pacientes que utilizam o cateter
urinário por períodos prolongados.
COMO PREVENIR INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO:
➢ Higienizar mãos;
➢ Manter fixação adequada da sonda;
➢ Higiene intima;
➢ Cuidados com a bolsa coletora;
➢ Lavagem / irrigação vesical.
16. 1. Manter fixação adequada da sonda:
Mulheres: raiz da coxa (face interna)
Homens: Pacientes que deambulam: raiz da coxa (face anterior)
Pacientes acamados: região suprapúbica
17. 2. Higiene intima:
Deve ser realizada com água e sabonete neutro, durante o banho e quando necessário (diarreia,
sangramentos, etc).
18. 3. Cuidados com a bolsa coletora:
✓ Conectar o cateter ao coletor antes do
cateterismo;
✓ Conservar o coletor sempre em nível inferior
à bexiga, para evitar fluxo retrogrado,
evitando sua contaminação (não arrastar no
chão);
✓ Desprezar a urina em recipientes limpos e
individualizados, evitando o contato do tubo
de drenagem com objetos e superfícies
como cálice, cama e chão;
✓ Esvaziar a bolsa coletora quando a mesma
atingir 2/3 da sua capacidade, a fim de
facilitar o manuseio e diminuir riscos de
refluxo.
19. 4. Lavagem / irrigação vesical:
NUNCA LAVAR O CATETER VESICAL
A lavagem vesical é permitida exclusivamente
em pacientes portando cateter vesical de 3 vias,
nos casos de obstrução por coágulos;
Quando a obstrução é prevista/esperada, o
médico deverá prescrever irrigação vesical para
preveni-la;
A lavagem e/ou irrigação do cateter vesical não é
recomendado, exceto em cirurgias urológicas e
em pacientes em condicionamento para
transplante de medula óssea.
20. MATERIAL:
✓ Bandeja de cateterismo vesical;
✓ Sonda Folley 12 a 16 (adulto) ou 6 a 10
(crianças);
✓ Bolsa coletora sistema fechado;
✓ Antisséptico (solução aquosa) ou solução
de clorexidina degermante;
✓ Gel hidrossolúvel/Xilocaína;
✓ Luvas esterilizadas e de Procedimento;
✓ Ampolas de água destilada;
✓ Biombo;
✓ Seringa 20 ml não luer-lock;
✓ Agulha 30 x 10;
✓ Cateterismo vesical contendo 1 cuba rim
ou cúpula redonda e 1 pinça cheron ou
tipo kelly;
✓ Gazes estéril;
✓ Campo estéril;
✓ Fita adesiva hipoalergênica ou
esparadrapo.
21. OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
➢ Higienizar mãos antes e após o manuseio do cateter e/ou tubo e/ou da bolsa de drenagem
➢ Manter o fluxo da urina, favorecendo a drenagem com
➢ Em pacientes acamados, com sonda vesical, deve-se fazer higiene íntima após cada
evacuação.
➢ Em alguns casos de retenção urinária pode ser colocada bolsa de água morna ou compressas
na região suprapúbica.
➢ Observar e anotar o volume urinário, cor e o aspecto.
➢ Desinsuflar o balão na retirada da sonda vesical, observar e anotar a primeira micção
espontânea.
➢ O sistema de drenagem deve ser obrigatoriamente “fechado” e trocado toda a vez que for
manipulado inadequadamente.
➢ Não abrir o sistema de drenagem, para realizar coleta de exames.
➢ Realizar higiene perineal com água e sabão, e do meato uretral, pelo menos 2X ao dia.
➢ Esvaziar a bolsa de drenagem quando necessário, não permitindo que ultrapasse o limite
recomendado
➢ Interromper se houver resistência na introdução da sonda