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De 1768 (publicação das Obras poéticas, de Cláudio Manuel da Costa) a 1836 (início do
Romantismo)
Características (europeias):
• Utilização de personagens mitológicas;
• Idealização da vida campestre (bucolismo);
• Eu lírico caracterizado como um pastor e a mulher amada como uma pastora (pastoralismo
ou fingimento poético);
• Ambiente tranquilo, idealização da natureza, cenário perfeito e aprazível (locus amoenus);
• Visão da cidade como local de sofrimento e corrupção (fugere urbem);
• Elogio ao equilíbrio (aurea mediocritas - expressão de Horácio);
• Desprezo aos prazeres do luxo e da riqueza (estoicismo);
• Cortar o inútil (inutilia truncat)
• Aproveitamento do momento presente, da vida (carpe diem). Vivência plena do amor
durante a juventude, porque na velhice tudo tende a se acabar.
Particularidades temáticas:
• Inserção de temas e motivos não existentes no modelo europeu, como
a paisagem tropical, elementos da flora e da fauna do Brasil e alguns
aspectos peculiares da colônia, como a mineração, por exemplo;
• Episódios da história do país, nas poesias heróicas;
• O índio como tema literário.
POESIA LÍRICA
Cláudio Manuel da Costa
Estudou Direito em Coimbra . Foi uma das vítimas da Inconfidência Mineira. Preso em
maio de 1789, em julho foi encontrado enforcado em seu cárcere. Há a hipótese de ter
sido assassinado.
Como poeta de transição sua poesia ainda está ligada ao cultismo barroco, em vários
aspectos. Mesmo assim, era respeitado, admirado e tido como mestre por outros poetas
árcades, como Tomás Antônio Gonzaga e Alvarenga Peixoto.
Obras poéticas - poesias líricas
Vila Rica - poema épico
pseudônimo - Glauceste Satúrnio
musa - Nise
VII
Onde estou? Este sítio desconheço:
Quem fez tão diferente aquele prado?
Tudo outra natureza tem tomado
E em contemplá-lo, tímido, esmoreço.
Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço
De estar a ela um dia reclinado;
Ali em vale um monte está mudado:
Quanto pode dos anos o progresso!
Árvores aqui vi tão florescentes,
Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes.
Eu me engano: a região esta não era;
Mas que venho a estranhar, se estão
presentes
Meus males, com que tudo degenera!
LXXII
Já rompe, Nise, a matutina Aurora
O negro manto, com que a noite escura,
Sufocando do Sol a face pura,
Tinha escondido a face brilhadora.
Que alegre, que suave, que sonora
Aquela fontezinha aqui murmura!
E nestes campos cheios de verdura
Que avultado o prazer tanto melhora!
Só minha alma em fatal melancolia,
Por te não poder ver, Nise adorada,
Não sabe inda que coisa é alegria;
E a suavidade do prazer trocada,
Tanto mais aborrece a luz do dia,
Quanto a sombra da noite mais lhe agrada.
Tomás Antônio Gonzaga
Duas tendências são perceptíveis nas liras de Gonzaga, assim como é possível
observar na obra do português Bocage, da mesma época:
• O equilíbrio e o contentamento do Arcadismo, além da utilização das paisagens
neoclássicas: o pastor, a pastora, o campo, a serenidade do local etc.;
• O pré-Romantismo representado no emocionalismo, na manifestação pungente
da crise amorosa e, logo após, na prisão, que reproduzem a crise existencial do
poeta.
A todo momento, a emoção rompe a estilização arcádica, surgindo, assim, uma
poesia de alta qualidade e competência.
POESIA LÍRICA
POESIA LÍRICA
Tomás Antônio Gonzaga
As Liras de Tomás Antônio Gonzaga, popularmente conhecidas como Marília de Dirceu, constituem a obra
poética de maior relevância do século XVIII do Brasil e do Neoclassicismo em língua portuguesa. Essa obra é
dedicada ao drama amoroso vivido por Gonzaga e Maria Dorotéia.
1ª parte: reúne os poemas anteriores à prisão de Gonzaga. Nela é mais evidente as composições convencionais:
Dirceu contempla a beleza da pastora Marília. Em algumas liras, o poeta não consegue disfarçar suas confissões
amorosas. Mostra-se ansioso por amar uma moça muito mais jovem, por querer demonstrar que merece o
coração da amada. Também faz projetos para o futuro ao lado da moça.
2ª parte: escrita na prisão da ilha das Cobras. Traduzem a solidão de Dirceu, saudoso de Marília. Esta é
considerada a parte de maior qualidade, pois, apesar das convenções ainda presentes, já não consegue sustentar
o equilíbrio neoclássico. Há certo pessimismo confessional que já prenunciam o emocionalismo romântico,
utilizando Marília como pretexto para falar de seu sofrimento, de si mesmo.
3ª parte: possivelmente escrita depois da prisão, a terceira parte fala de traições, desenganos, amores, que
inclusive não são mais dedicados somente a Marília, que já não aparece com tanta frequência. Essa parte parece
evidenciar uma tentativa (ou não) de superação por parte de Dirceu. Alguns críticos contestam a autenticidade
dessa última parte.
PARTE I PARTE II
Lira I
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado;
De tosco trato, d’ expressões grosseiro,
Dos frios gelos, e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal, e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
Lira XIV
[...]
Que havemos de esperar, Marília bela?
Que vão passando os florescentes dias?
As glórias, que vêm tarde, já vêm frias;
E pode enfim mudar-se a nossa estrela.
Ah! Não, minha Marília,
Aproveite-se o tempo, antes que faça
O estrago de roubar ao corpo as forças
E ao semblante a graça.
Lira III
Sucede, Marília bela,
À medonha noite o dia;
A estação chuvosa e fria
À quente seca estação.
Muda-se a sorte dos tempos;
Só a minha sorte não?
Os troncos nas Primaveras
Brotam em flores viçosos,
Nos Invernos escabrosos
Largam as folhas no chão.
Muda-se a sorte dos troncos;
Só a minha sorte não?
POESIA SATÍRICA
Tomás Antônio Gonzaga
As Cartas Chilenas
• Poemas satíricos que circularam em Vila Rica pouco antes da Inconfidência Mineira;
São 13 cartas (poemas epistolares) escritas em versos decassílabos brancos;
• Linguagem satírica e agressiva;
Critilo (Gonzaga), habitante de Santiago do Chile (Vila Rica), narra os desmandos e arbitrariedades do
governador chileno, um político sem moral, despótico e narcisista, o Fanfarrão Minésio (Luís da Cunha
Meneses, governador de Minas Gerais até pouco antes da Inconfidência);
• As cartas são endereçadas a Doroteu (Claudio Manuel da Costa), residente em Madri;
Sua verdadeira autoria foi discutida por muito tempo, mas após anos de estudos concluiu-se que a
autoria era de Tomás Antônio Gonzaga.
POESIA SATÍRICA
fragmentos de As Cartas Chilenas:
" Abre os olhos, boceja, estende os braços
E limpa das pestanas carregadas
o pegajoso humor, o sono ajunta.
Critilo, o teu Critilo é quem te chama;
Ergue a cabeça da engomada fronha,
Acorda, se ouvir queres causas raras."
" Agora, Doroteu, ninguém passeia,
todos em casa estão, e todos buscam
divertir a tristeza que nos peitos
infunde a tarde, mais que a noite feia."
" Pretende, Doroteu, o nosso chefe
erguer uma cadeia majestosa
que possa escurecer a velha fama
da torre da Babel e mais dos grandes,
custosos edifícios que fizeram,
para sepulcros seus, os reis do Egito. "
POESIA SATÍRICA
fragmentos de As Cartas Chilenas:
Pretende, Doroteu, o nosso chefe
Mostrar um grande zelo nas cobranças
Do imenso cabedal que todo o povo,
Aos cofres do monarca, está devendo.
Envia bons soldados às comarcas,
E manda-lhe que cobrem, ou que metam,
A quantos não pagarem, nas cadeias.
Não quero, Doroteu, lembrar-me agora
Das leis do nosso augusto; estou cansado
De confrontar os fatos deste chefe
Com as disposições do são direito;
Por isso pintarei, prezado amigo,
Somente a confusão e a grã desordem
Em que, a todos, nos pôs tão nova ideia.
Entraram, nas comarcas, os soldados,
E entraram a gemer os tristes povos.
Uns tiram os brinquinhos das orelhas
Das filhas e mulheres; outros vendem
As escravas, já velhas, que os criaram,
Por menos duas partes do seu preço.
Aquele que não tem cativo, ou jóia,
Satisfaz com papéis, e o soldadinho
Estas dívidas cobra, mais violento
Do que cobra a justiça uma parcela
Que tem executivo aparelhado,
Por sábia ordenação do nosso reino.
Por mais que o devedor exclama e grita
Que os créditos são falsos, ou que foram
Há muitos anos pagos, o ministro
Da severa cobrança a nada atende;
Despeza estes embargos, bem que o triste
Proteste de os provar incontinenti.
POESIA ÉPICA
Basílio da Gama
Poeta luso-brasileiro, filho de pai português e mãe brasileira.
Entrou em 1757 para a Companhia de Jesus. Dois anos depois, a ordem foi expulsa do Brasil e o poeta foi para
Portugal e depois para Roma, onde foi admitido na Arcádia Romana. De volta a Lisboa, por suspeita de
jansenismo, foi condenando ao degredo em Angola; salvou-o um epitalâmio que dedicou à filha do marquês de
Pombal, que o indultou e protegeu.
Em 1769, publica o poema épico O Uraguai, que tem por assunto a guerra movida por Portugal aos índios das
missões do Rio Grande do Sul (Sete Povos das Missões).
Pseudônimo - Termindo Sipílio
POESIA ÉPICA
Basílio da Gama
O Uraguai é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política do Marquês de
Pombal contra os jesuítas. Utilizando a Guerra contra os Guaranis como tema histórico, Basílio da Gama coloca
a culpa do massacre indígena nos jesuítas.
Os personagens criados por Basílio da Gama são Tanajura (feiticeira índia), Cacambo (chefe da tribo), Lindóia
(mulher de Cacambo), Caitutu (guerreiro índio e irmão de Lindóia), Balda (padre jesuíta que administra a
aldeia), Cepé (índio guerreiro) e General Gomes Freire de Andrade (chefe das tropas de Portugal).
Escrito em decassílabos brancos, O Uraguai não apresenta divisões entre as estrofes; o que indica as quebras
são o epílogo, a narrativa, a dedicatória, a invocação e a proposição.
A base para a criação do enredo é a mitologia dos índios.
O URAGUAI
A morte de Lindóia (Canto IV)
Este lugar delicioso, e triste,
Cansada de viver, tinha escolhido
Para morrer a mísera Lindóia.
Lá reclinada, como que dormia,
Na branda relva, e nas mimosas flores,
Tinha a face na mão, e a mão no tronco
De um fúnebre cipreste, que espalhava
Melancólica sombra. Mais de perto
Descobrem que se enrola no seu corpo
Verde serpente, e lhe passeia, e cinge
Pescoço e braços, e lhe lambe o seio.
Fogem de a ver assim sobressaltados,
E param cheios de temor ao longe;
E nem se atrevem a chamá-la, e temem
Que desperte assustada, e irrite o monstro,
E fuja, e apresse no fugir a morte.
Porém o destro Caitutu, que treme
Do perigo da irmã, sem mais demora
Dobrou as pontas do arco, e quis três vezes
Soltar o tiro, e vacilou três vezes
Entre a ira e o temor. Enfim sacode
O arco, e faz voar a aguda seta,
Que toca o peito de Lindóia, e fere
A serpente na testa, e a boca, e os dentes
Deixou cravados no vizinho tronco.
Açouta o campo co'a ligeira cauda
O irado monstro, e em tortuosos giros
Se enrosca no cipreste, e verte envolto
Em negro sangue o lívido veneno.
Leva nos braços a infeliz Lindóia
O desgraçado irmão, que ao despertá-la
Conhece, com que dor! no frio rosto
Os sinais do veneno, e vê ferido
Pelo dente sutil o brando peito.
Os olhos, em que Amor reinava, um dia,
Cheios de morte; e muda aquela língua,
Que ao surdo vento, e aos ecos tantas vezes
Contou a larga história de seus males.
Nos olhos Caitutu não sofre o pranto,
E rompe em profundíssimos suspiros,
Lendo na testa da fronteira gruta
De sua mão já trêmula gravado
O alheio crime, e a voluntária morte.
E por todas as partes repetido
O suspirado nome de Cacambo.
Inda conserva o pálido semblante
Um não sei quê de magoado, e triste,
Que os corações mais duros enternece.
Tanto era bela no seu rosto a morte!
Lindóia, 1882, de José Maria de Medeiros
POESIA ÉPICA
• Santa Rita Durão
• Nasceu em Cata Preta, no ano de 1722, e faleceu na cidade de Lisboa, em 1784. Pertenceu à ordem dos
agostinianos brasileiros. Foi considerado um rebelde em seu tempo e teve que se exilar na Europa no período
pombalino, devido a suas divergências ao espírito jesuíta.
• O poeta e orador é visto como um dos antecessores da corrente indianista nacional.
• Caramuru, de 1781, é a mais importante obra de José de Santa Rita Durão, um poema épico cujo tema é o
Descobrimento da Bahia. É o primeiro livro a apresentar como temática principal o indígena brasileiro.
• O poema é composto por dez cantos e divide-se em cinco partes: proposição, invocação, dedicação, narração e
epílogo, seguindo claramente o modelo épico de Camões.
POESIA ÉPICA
Caramuru
A trama se baseia em um evento verídico. O protagonista é Diogo Álvares Correia, um náufrago lusitano que se
transformou em líder dos indígenas da tribo tupinambá, sediada na Bahia. Conta a história que ele ajudou a criar a
cidade de Salvador. Esta obra confere tons de ficção à trajetória real de Diogo em nosso país, desde o instante em que
sua embarcação afundou até a hora em que assume o posto de funcionário do governo de Portugal, logo depois de se
deparar com os representantes da capitania baiana.
Tudo que se sabe ser verídico nesta história é a relação de Diogo, conhecido como Caramuru, com Catarina
Paraguaçu, uma idealista que tinha o poder de antever os confrontos que se desenrolariam futuramente entre os
colonizadores e os holandeses. Também é real a ida do casal ao continente europeu para que a índia passasse pela
experiência do batismo e os dois pudessem contrair matrimônio. E, logo depois, eles voltam para o Brasil. Tudo mais
é considerado lenda, sem qualquer base histórica institucional.
O autor segue o estilo do autor português Luís Vaz de Camões; ele se vale igualmente dos mitos gregos, das visões
oníricas e das profecias. Além disso, registra dados muito importantes sobre os nativos de nosso país. O índio é
enfocado sob o ângulo da conversão ao Cristianismo. Pelo menos na visão fictícia o protagonista é um devoto nato.
CARAMURU
Trecho do Canto VI, onde narra a morte de Moema
- Bárbaro (a bela diz) tigre e não homem...
Porém o tigre, por cruel que brame,
Acha forças no amor, que enfim o domem;
Só a ti não domou, por mais que eu te ame.
Fúrias, raios, coriscos, que o ar consomem,
Como não consumis aquele infame?
Mas pagar tanto amor com tédio e asco...
Ah! Que corisco és tu...raio...penhasco
Trecho do Canto I
De um varão em mil casos agitado,
Que as praias discorrendo do Ocidente,
Descobriu o Recôncavo afamado
Da capital brasílica potente:
Do Filho do Trovão denominado,
Que o peito domar soube à fera gente;
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Arcadismo

  • 2.
  • 3. De 1768 (publicação das Obras poéticas, de Cláudio Manuel da Costa) a 1836 (início do Romantismo) Características (europeias): • Utilização de personagens mitológicas; • Idealização da vida campestre (bucolismo); • Eu lírico caracterizado como um pastor e a mulher amada como uma pastora (pastoralismo ou fingimento poético); • Ambiente tranquilo, idealização da natureza, cenário perfeito e aprazível (locus amoenus); • Visão da cidade como local de sofrimento e corrupção (fugere urbem); • Elogio ao equilíbrio (aurea mediocritas - expressão de Horácio); • Desprezo aos prazeres do luxo e da riqueza (estoicismo); • Cortar o inútil (inutilia truncat) • Aproveitamento do momento presente, da vida (carpe diem). Vivência plena do amor durante a juventude, porque na velhice tudo tende a se acabar.
  • 4. Particularidades temáticas: • Inserção de temas e motivos não existentes no modelo europeu, como a paisagem tropical, elementos da flora e da fauna do Brasil e alguns aspectos peculiares da colônia, como a mineração, por exemplo; • Episódios da história do país, nas poesias heróicas; • O índio como tema literário.
  • 5. POESIA LÍRICA Cláudio Manuel da Costa Estudou Direito em Coimbra . Foi uma das vítimas da Inconfidência Mineira. Preso em maio de 1789, em julho foi encontrado enforcado em seu cárcere. Há a hipótese de ter sido assassinado. Como poeta de transição sua poesia ainda está ligada ao cultismo barroco, em vários aspectos. Mesmo assim, era respeitado, admirado e tido como mestre por outros poetas árcades, como Tomás Antônio Gonzaga e Alvarenga Peixoto. Obras poéticas - poesias líricas Vila Rica - poema épico pseudônimo - Glauceste Satúrnio musa - Nise
  • 6. VII Onde estou? Este sítio desconheço: Quem fez tão diferente aquele prado? Tudo outra natureza tem tomado E em contemplá-lo, tímido, esmoreço. Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço De estar a ela um dia reclinado; Ali em vale um monte está mudado: Quanto pode dos anos o progresso! Árvores aqui vi tão florescentes, Que faziam perpétua a primavera: Nem troncos vejo agora decadentes. Eu me engano: a região esta não era; Mas que venho a estranhar, se estão presentes Meus males, com que tudo degenera! LXXII Já rompe, Nise, a matutina Aurora O negro manto, com que a noite escura, Sufocando do Sol a face pura, Tinha escondido a face brilhadora. Que alegre, que suave, que sonora Aquela fontezinha aqui murmura! E nestes campos cheios de verdura Que avultado o prazer tanto melhora! Só minha alma em fatal melancolia, Por te não poder ver, Nise adorada, Não sabe inda que coisa é alegria; E a suavidade do prazer trocada, Tanto mais aborrece a luz do dia, Quanto a sombra da noite mais lhe agrada.
  • 7. Tomás Antônio Gonzaga Duas tendências são perceptíveis nas liras de Gonzaga, assim como é possível observar na obra do português Bocage, da mesma época: • O equilíbrio e o contentamento do Arcadismo, além da utilização das paisagens neoclássicas: o pastor, a pastora, o campo, a serenidade do local etc.; • O pré-Romantismo representado no emocionalismo, na manifestação pungente da crise amorosa e, logo após, na prisão, que reproduzem a crise existencial do poeta. A todo momento, a emoção rompe a estilização arcádica, surgindo, assim, uma poesia de alta qualidade e competência. POESIA LÍRICA
  • 8. POESIA LÍRICA Tomás Antônio Gonzaga As Liras de Tomás Antônio Gonzaga, popularmente conhecidas como Marília de Dirceu, constituem a obra poética de maior relevância do século XVIII do Brasil e do Neoclassicismo em língua portuguesa. Essa obra é dedicada ao drama amoroso vivido por Gonzaga e Maria Dorotéia. 1ª parte: reúne os poemas anteriores à prisão de Gonzaga. Nela é mais evidente as composições convencionais: Dirceu contempla a beleza da pastora Marília. Em algumas liras, o poeta não consegue disfarçar suas confissões amorosas. Mostra-se ansioso por amar uma moça muito mais jovem, por querer demonstrar que merece o coração da amada. Também faz projetos para o futuro ao lado da moça. 2ª parte: escrita na prisão da ilha das Cobras. Traduzem a solidão de Dirceu, saudoso de Marília. Esta é considerada a parte de maior qualidade, pois, apesar das convenções ainda presentes, já não consegue sustentar o equilíbrio neoclássico. Há certo pessimismo confessional que já prenunciam o emocionalismo romântico, utilizando Marília como pretexto para falar de seu sofrimento, de si mesmo. 3ª parte: possivelmente escrita depois da prisão, a terceira parte fala de traições, desenganos, amores, que inclusive não são mais dedicados somente a Marília, que já não aparece com tanta frequência. Essa parte parece evidenciar uma tentativa (ou não) de superação por parte de Dirceu. Alguns críticos contestam a autenticidade dessa última parte.
  • 9. PARTE I PARTE II Lira I Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, Que viva de guardar alheio gado; De tosco trato, d’ expressões grosseiro, Dos frios gelos, e dos sóis queimado. Tenho próprio casal, e nele assisto; Dá-me vinho, legume, fruta, azeite; Das brancas ovelhinhas tiro o leite, E mais as finas lãs, de que me visto. Graças, Marília bela, Graças à minha Estrela! Lira XIV [...] Que havemos de esperar, Marília bela? Que vão passando os florescentes dias? As glórias, que vêm tarde, já vêm frias; E pode enfim mudar-se a nossa estrela. Ah! Não, minha Marília, Aproveite-se o tempo, antes que faça O estrago de roubar ao corpo as forças E ao semblante a graça. Lira III Sucede, Marília bela, À medonha noite o dia; A estação chuvosa e fria À quente seca estação. Muda-se a sorte dos tempos; Só a minha sorte não? Os troncos nas Primaveras Brotam em flores viçosos, Nos Invernos escabrosos Largam as folhas no chão. Muda-se a sorte dos troncos; Só a minha sorte não?
  • 10. POESIA SATÍRICA Tomás Antônio Gonzaga As Cartas Chilenas • Poemas satíricos que circularam em Vila Rica pouco antes da Inconfidência Mineira; São 13 cartas (poemas epistolares) escritas em versos decassílabos brancos; • Linguagem satírica e agressiva; Critilo (Gonzaga), habitante de Santiago do Chile (Vila Rica), narra os desmandos e arbitrariedades do governador chileno, um político sem moral, despótico e narcisista, o Fanfarrão Minésio (Luís da Cunha Meneses, governador de Minas Gerais até pouco antes da Inconfidência); • As cartas são endereçadas a Doroteu (Claudio Manuel da Costa), residente em Madri; Sua verdadeira autoria foi discutida por muito tempo, mas após anos de estudos concluiu-se que a autoria era de Tomás Antônio Gonzaga.
  • 11. POESIA SATÍRICA fragmentos de As Cartas Chilenas: " Abre os olhos, boceja, estende os braços E limpa das pestanas carregadas o pegajoso humor, o sono ajunta. Critilo, o teu Critilo é quem te chama; Ergue a cabeça da engomada fronha, Acorda, se ouvir queres causas raras." " Agora, Doroteu, ninguém passeia, todos em casa estão, e todos buscam divertir a tristeza que nos peitos infunde a tarde, mais que a noite feia." " Pretende, Doroteu, o nosso chefe erguer uma cadeia majestosa que possa escurecer a velha fama da torre da Babel e mais dos grandes, custosos edifícios que fizeram, para sepulcros seus, os reis do Egito. "
  • 12. POESIA SATÍRICA fragmentos de As Cartas Chilenas: Pretende, Doroteu, o nosso chefe Mostrar um grande zelo nas cobranças Do imenso cabedal que todo o povo, Aos cofres do monarca, está devendo. Envia bons soldados às comarcas, E manda-lhe que cobrem, ou que metam, A quantos não pagarem, nas cadeias. Não quero, Doroteu, lembrar-me agora Das leis do nosso augusto; estou cansado De confrontar os fatos deste chefe Com as disposições do são direito; Por isso pintarei, prezado amigo, Somente a confusão e a grã desordem Em que, a todos, nos pôs tão nova ideia. Entraram, nas comarcas, os soldados, E entraram a gemer os tristes povos. Uns tiram os brinquinhos das orelhas Das filhas e mulheres; outros vendem As escravas, já velhas, que os criaram, Por menos duas partes do seu preço. Aquele que não tem cativo, ou jóia, Satisfaz com papéis, e o soldadinho Estas dívidas cobra, mais violento Do que cobra a justiça uma parcela Que tem executivo aparelhado, Por sábia ordenação do nosso reino. Por mais que o devedor exclama e grita Que os créditos são falsos, ou que foram Há muitos anos pagos, o ministro Da severa cobrança a nada atende; Despeza estes embargos, bem que o triste Proteste de os provar incontinenti.
  • 13. POESIA ÉPICA Basílio da Gama Poeta luso-brasileiro, filho de pai português e mãe brasileira. Entrou em 1757 para a Companhia de Jesus. Dois anos depois, a ordem foi expulsa do Brasil e o poeta foi para Portugal e depois para Roma, onde foi admitido na Arcádia Romana. De volta a Lisboa, por suspeita de jansenismo, foi condenando ao degredo em Angola; salvou-o um epitalâmio que dedicou à filha do marquês de Pombal, que o indultou e protegeu. Em 1769, publica o poema épico O Uraguai, que tem por assunto a guerra movida por Portugal aos índios das missões do Rio Grande do Sul (Sete Povos das Missões). Pseudônimo - Termindo Sipílio
  • 14. POESIA ÉPICA Basílio da Gama O Uraguai é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política do Marquês de Pombal contra os jesuítas. Utilizando a Guerra contra os Guaranis como tema histórico, Basílio da Gama coloca a culpa do massacre indígena nos jesuítas. Os personagens criados por Basílio da Gama são Tanajura (feiticeira índia), Cacambo (chefe da tribo), Lindóia (mulher de Cacambo), Caitutu (guerreiro índio e irmão de Lindóia), Balda (padre jesuíta que administra a aldeia), Cepé (índio guerreiro) e General Gomes Freire de Andrade (chefe das tropas de Portugal). Escrito em decassílabos brancos, O Uraguai não apresenta divisões entre as estrofes; o que indica as quebras são o epílogo, a narrativa, a dedicatória, a invocação e a proposição. A base para a criação do enredo é a mitologia dos índios.
  • 15. O URAGUAI A morte de Lindóia (Canto IV) Este lugar delicioso, e triste, Cansada de viver, tinha escolhido Para morrer a mísera Lindóia. Lá reclinada, como que dormia, Na branda relva, e nas mimosas flores, Tinha a face na mão, e a mão no tronco De um fúnebre cipreste, que espalhava Melancólica sombra. Mais de perto Descobrem que se enrola no seu corpo Verde serpente, e lhe passeia, e cinge Pescoço e braços, e lhe lambe o seio. Fogem de a ver assim sobressaltados, E param cheios de temor ao longe; E nem se atrevem a chamá-la, e temem Que desperte assustada, e irrite o monstro, E fuja, e apresse no fugir a morte. Porém o destro Caitutu, que treme Do perigo da irmã, sem mais demora Dobrou as pontas do arco, e quis três vezes Soltar o tiro, e vacilou três vezes Entre a ira e o temor. Enfim sacode O arco, e faz voar a aguda seta, Que toca o peito de Lindóia, e fere A serpente na testa, e a boca, e os dentes Deixou cravados no vizinho tronco. Açouta o campo co'a ligeira cauda O irado monstro, e em tortuosos giros Se enrosca no cipreste, e verte envolto Em negro sangue o lívido veneno. Leva nos braços a infeliz Lindóia O desgraçado irmão, que ao despertá-la Conhece, com que dor! no frio rosto Os sinais do veneno, e vê ferido Pelo dente sutil o brando peito. Os olhos, em que Amor reinava, um dia, Cheios de morte; e muda aquela língua, Que ao surdo vento, e aos ecos tantas vezes Contou a larga história de seus males. Nos olhos Caitutu não sofre o pranto, E rompe em profundíssimos suspiros, Lendo na testa da fronteira gruta De sua mão já trêmula gravado O alheio crime, e a voluntária morte. E por todas as partes repetido O suspirado nome de Cacambo. Inda conserva o pálido semblante Um não sei quê de magoado, e triste, Que os corações mais duros enternece. Tanto era bela no seu rosto a morte! Lindóia, 1882, de José Maria de Medeiros
  • 16. POESIA ÉPICA • Santa Rita Durão • Nasceu em Cata Preta, no ano de 1722, e faleceu na cidade de Lisboa, em 1784. Pertenceu à ordem dos agostinianos brasileiros. Foi considerado um rebelde em seu tempo e teve que se exilar na Europa no período pombalino, devido a suas divergências ao espírito jesuíta. • O poeta e orador é visto como um dos antecessores da corrente indianista nacional. • Caramuru, de 1781, é a mais importante obra de José de Santa Rita Durão, um poema épico cujo tema é o Descobrimento da Bahia. É o primeiro livro a apresentar como temática principal o indígena brasileiro. • O poema é composto por dez cantos e divide-se em cinco partes: proposição, invocação, dedicação, narração e epílogo, seguindo claramente o modelo épico de Camões.
  • 17. POESIA ÉPICA Caramuru A trama se baseia em um evento verídico. O protagonista é Diogo Álvares Correia, um náufrago lusitano que se transformou em líder dos indígenas da tribo tupinambá, sediada na Bahia. Conta a história que ele ajudou a criar a cidade de Salvador. Esta obra confere tons de ficção à trajetória real de Diogo em nosso país, desde o instante em que sua embarcação afundou até a hora em que assume o posto de funcionário do governo de Portugal, logo depois de se deparar com os representantes da capitania baiana. Tudo que se sabe ser verídico nesta história é a relação de Diogo, conhecido como Caramuru, com Catarina Paraguaçu, uma idealista que tinha o poder de antever os confrontos que se desenrolariam futuramente entre os colonizadores e os holandeses. Também é real a ida do casal ao continente europeu para que a índia passasse pela experiência do batismo e os dois pudessem contrair matrimônio. E, logo depois, eles voltam para o Brasil. Tudo mais é considerado lenda, sem qualquer base histórica institucional. O autor segue o estilo do autor português Luís Vaz de Camões; ele se vale igualmente dos mitos gregos, das visões oníricas e das profecias. Além disso, registra dados muito importantes sobre os nativos de nosso país. O índio é enfocado sob o ângulo da conversão ao Cristianismo. Pelo menos na visão fictícia o protagonista é um devoto nato.
  • 18. CARAMURU Trecho do Canto VI, onde narra a morte de Moema - Bárbaro (a bela diz) tigre e não homem... Porém o tigre, por cruel que brame, Acha forças no amor, que enfim o domem; Só a ti não domou, por mais que eu te ame. Fúrias, raios, coriscos, que o ar consomem, Como não consumis aquele infame? Mas pagar tanto amor com tédio e asco... Ah! Que corisco és tu...raio...penhasco Trecho do Canto I De um varão em mil casos agitado, Que as praias discorrendo do Ocidente, Descobriu o Recôncavo afamado Da capital brasílica potente: Do Filho do Trovão denominado, Que o peito domar soube à fera gente; O valor cantarei na adversa sorte, Pois só conheço herói quem nela é forte.
  • 19. Moema, Victor Meirelles (1866). Masp