Morin defende que a educação dos educadores deve ser complexa para lidar com a complexidade da realidade. Ele sugere sete saberes fundamentais: 1) reconhecer os erros e ilusões do conhecimento, 2) buscar conhecimentos pertinentes que unam as partes em um todo, 3) ensinar sobre a condição humana em um mundo globalizado, 4) cultivar um sentimento de pertencimento à Terra, 5) enfrentar as incertezas da história, 6) ensinar a compreensão mútua, 7) desenvolver uma ética que una liber
Os sete saberes fundamentais de Edgar Morin para a educação do futuro
1. IDEIA
Instituto de Desenvolvimento em Educação
Faculdade Suldamérica
Coordenação de Pós-Graduação Latu Sensu
Disciplina: Educação, Sociedade e Cultura
EDUCAÇÃO DOS EDUCADORES : O PENSAMENTO DE EDGAR MORIN
Djalma Caetano de Miranda
2. O pensamento de Morin à respeito da formação de professores
• Morin trabalha com a ideia de que o conhecimento deve ser complexificado.
• A realidade é por natureza um fenômeno complexo á medida que não
podemos vivê-la de forma fragmentada.
• O próprio ser humano é complexo: somos únicos e múltiplos ao mesmo tempo.
““Cada indivíduo é único. Cada individuo se compões de
Cada indivíduo é único. Cada individuo se compões de
inúmeros indivíduos que ele não conhece” (Octávio Paz).
inúmeros indivíduos que ele não conhece” (Octávio Paz).
3. • Quando analisamos mais profundamente um acontecimento constatamos
que este é uma parte inserida num todo.
• O paradigma simplificador, redutor e reducionista analisa os acontecimentos
numa só perspectiva.
• Diante de uma realidade complexa devemos pensar também de forma
complexa.
• Quem educará no futuro os educadores será uma minoria de educadores,
estimulados por esse pensamento complexo.
4. • Os educadores deverão buscar saberes para que possa responder às questões
fundamentais referentes á ética, à cidadania, à sociedade planetária e global do
presente e do futuro.
Morin sugere sete saberes “fundamentais” para a educação do futuro
5. PRIMEIRO SABER: As cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão.
• Temos erros de percepção ou de julgamento em relação à realidade
exterior e em relação a nós mesmos.
• Tendemos a acreditar que a ciência clássica garante a detecção desses
erros e dessas falhas.
• Porém, nem o conhecimento científico está imune ao erro.
• A educação do futuro deverá estar consciente da possibilidade do erro nos
processos do conhecimento.
6. SEGUNDO SABER: Os princípios do conhecimento pertinente (relativo).
• Somos portadores e reprodutores de saberes desunidos e compartimendores, fragmentados e fragmentadores, divididos e divisores.
• Os conhecimentos tem divisões estanques e não comunicáveis geradas
por uma lógica binária que determina uma dupla visão do mundo
falsamente antagônica.
• O educador deve ser capaz de promover uma relação dialógica entre o
particular e o geral, a parte e todo, do local e do global.
• A educação do futuro formará o cidadão e o profissional apto a pensar e
trabalhar com o todo e não com as partes isoladamente.
7. TERCEIRO SABER: Ensinar a condição humana.
• Nosso destino está irremediavelmente ligado ao destino da Terra e do
Universo.
• A educação do futuro deverá conscientizar as novas gerações do nosso
duplo imperativo antropológico: conservar a unidade e a diversidade humana.
• A educação do futuro deverá conscientizar da nossa condição como
cidadãos do mundo e do nosso destino em comum: individual, social e global.
9. QUARTO SABER: Ensinar a identidade terrena
• Somos todos originários da mesma espécie, possuímos as mesmas
características fundamentalmente humanas.
• O professor do futuro deverá despertar e cultivar nas futuras gerações um
sentimento de desvelo e pertencimento à Terra.
• Essa tomada de consciência já se iniciou: consciência ecológica, ação
em defesa dos direitos humanos, direitos das minorias étnicas, culturais,
sexuais e muitos outros movimentos sociais.
10. QUINTO SABER: Enfrentar as incertezas
• A história do ser humano não é só calçada de certezas, ordens, determinismos, evoluções, progressos.
• A história do ser humano comporta também incertezas, desordens, acasos,
involuções e regressões.
• Nossa vida não é linear, mas um complexo de ordens, desordens, organizações e desorganizações.
• A educação do futuro ensinará que toda ação é um jogo de inter-retro-ações
entre o sujeito e o contexto, com suas probabilidades e improbabilidades.
• Deveremos desenvolver habilidades cognitivas que possibilitem um pensamento criador de estratégias.
11. SEXTO SABER: Ensinar a compreensão
• Ensinar a compreensão é a missão espiritual da educação.
• Vivemos um paradoxo. No momento em que o mundo mais se comunica
menos nos compreendemos.
• A incompreensão tem suas raízes que vão do mal-entendido ao não
entendido de uma informação, passando pela ignorância :
a)Dos ritos e costumes de outras culturas;
b)Dos códigos de éticas e dos valores;
c)Das visões e concepções de mundo.
• As posições contrárias à compreensão são:
a)O egoísmo e o egocentrismo;
b)O etnocentrismo e o sociocentrismo;
c)O espírito frio e redutor (o ladrão é só ladrão, o pobre é só pobre, etc).
12. • A educação do futuro deverá ensinar a ética da compreensão.
• Essa ética apregoa o compreender de modo desinteressado e mais
ainda, que se possa compreender a própria incompreensão.
• A ética da compreensão requer uma abertura simpática ao outro,
não somente ao próximo, mas ao distante também.
• A ética da compreensão requer tolerância para as ideias e
convicções diferentes das nossas.
13. SÉTIMO SABER: A ética do gênero humano
• Devemos conceber cada uma
• Devemos conceber cada uma
dessas esferas como inseparáveis e
dessas esferas como inseparáveis e
coprodutoras uma das outras.
coprodutoras uma das outras.
• A ética do gênero exige o dever ético de ensinar os princípios
democráticos da liberdade individual, da responsabilidade dos atos,
o respeito à diversidade e ao antagonismo,o consenso que nasce do
conflito de ideias, posições e pensamentos, da aceitação das
pluralidades, concorrências e antagonismos.
14. Referências bibliográficas:
BENZATTI, Eduardo. A educação e os educadores do futuro.
“Todo conhecimento comporta o risco do erro e da ilusão. A educação
do futuro deve enfrentar o problema de dupla face do erro e da ilusão. O
maior erro seria subestimar o problema do erro; a maior ilusão seria
subestimar o problema da ilusão. O reconhecimento do erro e da ilusão
é ainda mais difícil, porque o erro e a ilusão não se reconhecem como
tal."
Edgar Morin