SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 7
Baixar para ler offline
A Poesia Trovadoresca
4/12
A Poesia Trovadoresca
Como surgiu a poesia trovadoresca, logo de início, tão rica e
elaborada?
A poesia trovadoresca floresce em Portugal e na Galiza, em Castela, Leão e Ara-
gão, desde finais do século XII até meados do século XIV. O
idioma usado por excelência é o galego-português1
, já que o
galego e o português não estavam ainda diversificados.
Podemos distinguir quatro períodos no nosso trovadorismo: o
período pré-afonsino; o período afonsino; o período dionisíaco
e o período pós-dionisíaco, sendo o mais rico o período
afonsino, que abrange os reinados de D. Afonso III (1245 –
1279) e de Afonso X de Castela. Os autores mais antigos que
se conhecem são o rei D. Sancho I (1145 – 1211) e João Soa-
res de Paiva (nascido por volta de 1140). Os cultores desta
poesia chamam-se «trovadores» e «jograis» ou «segréis»,
sendo os primeiros normalmente de origem social elevada e,
como diz Jacinto prado Coelho, «criadores de poesia por
galanteria cortesã e comprazimento estético» e os jograis ou
segréis «homens de condição inferior que ora cantavam música e poesia alheias, ora eles
próprios compunham, para tirarem proveito da sua arte». Estes últimos andavam de cor-
te em corte a distrair e entreter os senhores e eram frequentemente acompanhados por
soldadeiras2
, mulheres que eram remuneradas para cantarem ou dançarem, animando
ainda mais os serões nos castelos.
Origens da Poesia Trovadoresca
Para explicar a sua origem há quatro teses sistematizadas e expostas pelo Prof.
Rodrigues Lapa:
Tese folclórica – explica o nascimento da poesia
trovadoresca a partir das festas pagãs de Maio, da Primavera
e dos cultos de Vénus, Baco e das divindades ligadas à vida.
Tese litúrgica – defende que esta poesia é uma deri-
vação da poesia religiosa, com origem na poesia hebraica e
que o culto à Virgem Maria estaria na base do culto da mu-
lher, da veneração do trovador perante a dama cantada. Tra-
tar-se-ia da profanização da poesia litúrgica a que não seriam
alheias as romarias e peregrinações religiosas, especialmente
a de Santiago de Compostela.
Tese arábica – justifica o aparecimento da poesia dos
1
Galego-português: dialecto falado na Galiza, a norte de Portugal.
2
Soldadeira: que recebe soldo, remuneração.
Figura 1 - Senhor, jogral
e soldadeira, iluminura
do Cancioneiro do Palá-
cio da Ajuda, século XIII,
ANTT, Lisboa
Figura 2 - Castelo
de Almourol
A Poesia Trovadoresca
5/12
trovadores por influência da poesia árabe, o que é defensável dada a supremacia dos
Árabes em vários sectores – química, matemática, agricultura, etc. Porque não na litera-
tura?
Tese médio-latinista – explica o fenómeno trovadoresco a partir da poesia lati-
na sentimental (nomeadamente de Ovídio e Catulo), que teria sido popularizada pelos
goliardos3
e que estaria na origem da poesia provençal.
Embora a origem conserve algum mistério, parece que a hipótese mais provável
pressupõe a combinação da tese folclórica e da tese litúrgica.
Os textos
Os textos conhecidos estão reunidos em quatro Cancioneiros (três de carácter pro-
fano e o último de carácter religioso), muito próximos entre si: Cancioneiro da Ajuda
(CA); Cancioneiro da Biblioteca nacional (antigo Colocci Brancutti) (CBN); Cancionei-
ro da Vaticana (CV) e as Cantigas de Santa Maria.
O Cancioneiro da Ajuda
O Cancioneiro da Ajuda é o mais antigo, provavelmente compilado em finais do
século XIII ou princípios do século XIV, mas o menos completo, pois não inclui a vasta
produção do rei D. Dinis e só contém cantigas de amor. Tem, no entanto, 64 cantigas
não transcritas nos outros cancioneiros e apresenta grande interesse e valor por perten-
cer à época da maioria dos poetas que nele estão representados e por ser um documento
único pela grafia e pela decoração, sobretudo pelas iluminuras4
de grande beleza, que
testemunham aspectos curiosos da vida dos trovadores, jograis e soldadeiras, nos caste-
los onde se exibiam.
Os Cancioneiros da Biblioteca Nacional e da Vaticana
Os Cancioneiros da Biblioteca Nacional e da Vaticana foram copiados em Itália,
em fins do século XV ou princípios do século XVI, de originais que datam provavel-
mente do século XIV e abrangem todos os géneros e não só as cantigas de amor. Abar-
cam um espaço de tempo muito mais vasto que o Cancioneiro da Ajuda, incluindo poe-
tas anteriores e contemporâneos de D. Afonso III, de D. Dinis e de seus filhos.
O Pergaminho de Vindel
Conhecem-se ainda outras cópias menos completas, de que se salientam: o Per-
gaminho de Vindel (PV), copiado na Galiza em fins de século XIII ou inícios do século
XIV e que inclui as sete cantigas conhecidas de Martim Codax, seis das quais estão
3
Goliardos: monges errantes, antepassados dos trovadores.
4
Iluminuras: pinturas a cores nos manuscritos medievais.
A Poesia Trovadoresca
6/12
acompanhadas da respectiva notação musical. Este valioso documento só foi descoberto
em 1914 pelo livreiro espanhol que lhe deu o nome, Pedro Vindel.
As Cantigas de Santa Maria
As Cantigas de Santa Maria são quatro manuscritos que contêm apenas poesias re-
ligiosas dedicadas à Virgem, da autoria do rei Afonso X, o Sábio, de Castela (reinado
entre 1221 e 1284), avô do nosso rei D. Dinis.
Os géneros e variedades
Nos Cancioneiros da Biblioteca Nacional e da Vaticana estão representados três
géneros diferentes de composição: cantigas de amigo, cantigas de amor, cantigas de
escárnio e maldizer, géneros que já são referenciados no tratado poético truncado, do
século XIV, de autor anónimo, que faz parte do próprio Cancioneiro da Biblioteca Na-
cional – Arte de Trovar.
Como dizem António José Saraiva e Óscar Lopes, na História da Literatura Por-
tuguesa: «A diferença entre as cantigas de amor e as de amigo consiste, segundo o
mesmo tratado, em que nestas se supõe que fala uma mulher, ao passo que naquelas o
trovador fala em seu próprio nome. As cantigas de amigo são, portanto, quanto ao tema,
cantigas de mulher e o nome por que são conhecidas designa o seu objecto, o amigo ou
amado, geralmente referido logo no primeiro verso.»
As cantigas de amor
Os trovadores chamaram cantigas de amor às composições
em que o poeta exprime os seus sentimentos por uma dama,
reflectindo a maioria das vezes um amor infeliz, incompreendido e
insatisfeito. Perante a senhor, o poeta apaixonado humilha-se,
suplica e adora como um vassalo o seu suserano. Frequentemente diz
só lhe restar morrer de amor ao aperceber-se da indiferença, frieza e
distanciamento da amada. As cantigas de amor galego-portuguesas
reflectem forte influência provençal, não só a nível do conteúdo
como a nível formal.
Na História da Literatura Portuguesa, António José Saraiva e
Óscar Lopes afirmam: «Quanto aos temas, elaboraram os Provençais
o ideal ao amor cortês, tão diferente do idílio rudimentar nas
margens dos rios ou à beira das fontes que os cantares de amigo nos
deixam entrever. Não se trata agora de uma experiência sentimental
a dois, mas de uma aspiração sem correspondência, a um objecto
inatingível, de um estado de tensão que, para se manter, nunca
pode chegar ao fim do desejo. Manter este estado de tensão
parece ser o ideal do verdadeiro amador e do verdadeiro poeta,
como se o movesse o amor do amor mais do que o amor a uma
Figura 3 - Relicário
da rainha Santa
Isabel, inícios do
século XV, MNMC,
Coimbra
A Poesia Trovadoresca
7/12
Que soidade de mha senhor ei,
quando me nembra d’ela qual a vi
e que me nembra que bem a oí
falar, e, por quantro bem d’ela sei
rog’ueu a Deus, que end’á o poder
que mha leixe, se lhi prouguer, veer.
......................
D. Dinis (CV 119; CBN 481)
mulher (...). Todo um código de obrigações preceituava o “serviço” do amador, que, por
exemplo, devia guardar segredo sobre a identidade
da dama, coibindo toda a expansão pública da
paixão (o autodomínio, ou mesura, era a sua
qualidade suprema) e que não podia ausentar-se
sem sua autorização (...). A este ideal de amor
corresponde certo tipo idealizado de mulher que
atingiu mais tarde a máxima depuração na Beatriz
de Dante ou na Laura de Petrarca: os cabelos de
ouro, o sereno e luminoso olhar, a mansidão e a dignidade do gesto, o riso subtil e dis-
creto.»
As cantigas de amigo
Nas cantigas de amigo, o trovador expressa, pela boca de uma donzela, a menina,
os sentimentos que supõe que esta sente em relação ao amado e os estados emocionais
experimentados por ela, que padeceria a paixão amorosa – a coita5
de amor. As varie-
dades principais são a alva, alba ou alvorada, a barcarola ou marinha, a bailia ou bailada
e a cantiga de romaria.
As alvas, ou albas, são as cantigas em que aparece o romper do dia, a alvorada,
como momento de separação e despedida de dois apaixonados:
Levad’amigo, que dormide ‘las manhãas frias:
tôdalas aves do mundo d’amor diziam:
leda mh and’eu.
………….
Nuno Fernandez Torneol
(CV 242; CBN 604)
As barcarolas, ou marinhas, são chamadas assim por nelas predominarem os
motivos marinhos, referentes ao mar ou ao rio, onde a donzela
vai esperar o amigo ou lamentar-se da sua ausência.
Ondas do mar de Vigo,
se vistes, meu amigo!
E ai Deus, se verrá cedo!
.................
Martin Codax
(CV 884; CBN 127)
As bailias, ou bailadas, são toadas simples que acompanhavam a melodia de dan-
ça. Daí a importância que nelas tem o aspecto musical realçado pelo paralelismo e exis-
tência indispensável do refrão. Ao contrário das anteriores, em que o tom é triste, o tema
é a alegria de viver e amar.
Bailemos nós já todas três, ai amigas
so aquestas aveleneiras frolidas;
5
Coita: desgosto, dor.
Figura 4 - Cena marítima,
iluminura do Missal do Lor-
vão, ANTT, Lisboa
A Poesia Trovadoresca
8/12
e quem for velida como nós velidas,
se amigo amar,
so aquestas aveleneiras frolidas;
verrá bailar
....................
Aires Nunez de santiago
(CV 462; CBN 818)
Nas cantigas de romaria, ou romarias, mencionam-se festas e peregrinações a
santuários e capelas onde a donzela vai cumprir promessas, rezar pelo amigo ou sim-
plesmente distrair-se em locais de culto que ainda hoje perduram.
Pois nossas madres vam a San Simon
de Val de Prados candeas queimas,
nós, as meninas, punhemos d’andar
com nossas madres, e elas enton
queimen candeas por nós e por si
e nós, meninas, bailaremos i
.....................
Pêro de Viviãez
(CV 336; CBN 698)
As cantigas de amigo são de raiz peninsular, originárias da Galiza e Norte de Por-
tugal, e apresentam uma simplicidade e espontaneidade notáveis, em oposição ao pala-
cianismo e convencionalismo das cantigas de amor.
Cantigas de escárnio e da maldizer
Em paralelo com o lirismo representado pelas cantigas de amigo e de amor, des-
envolve-se desde cedo, na mesma época, um género satírico revelado nas cantigas de
escárnio e nas cantigas de maldizer. Nestas cantigas, as de maldizer, o trovador troça
das pessoas ou das acções de determinados indivíduos, em termos directos e «a desco-
berto», enquanto nas cantigas de escárnio o poeta recorre ao duplo sentido das palavras,
criticando e escarnecendo de alguém «per palavras cubertas», conforme diz a Arte de
Trovar do Cancioneiro da Biblioteca Nacional. Ao contrário da composição satírica de
origem provençal – «o sirventês», de carácter social e correctivo, abordando assuntos de
interesse geral, a nossa produção satírica cai essencialmente na critica individual e utili-
za a ironia, o chiste e até a linguagem obscena com o intuito de ferir.
Cantiga de escárnio Cantiga de maldizer
O que foi passar a serra Foi um dia Lopo jograr
e non quis servir a terra a casa dum infançon cantar
e ora entra na guerra, e mandou-lhe ele por don dar
que faroneja? três couces na garganta,
Pois ele agora tão muito erra, e foi-lhe escasso, a meu cuidar,
maldito seja! Segundo como ele canta
................. ....................
Afonso X, o Sábio6
Martin Soarez
(CV 77; CBN 439) (CV 974)
6
Nota: Afonso X, abandonado e traído por muitos dos seus cavaleiros na luta contra os mouros andaluzes
(1260), amaldiçoa os traidores e critica a sua cobardia.
A Poesia Trovadoresca
9/12
Estrutura formal
As cantigas trovadorescas classificam-se, formalmente, em cantigas de refrão e de
mestria, de acordo com a existência ou ausência de estribilho. Nas cantigas de amigo,
em especial nas de construção paralelística7
, o refrão é um elemento de particular
importância. Nas cantigas de amor e nas de escárnio e de maldizer, de modelo mais
próximo de provençal, verifica-se um maior artificio e menos repetições, sendo as can-
tigas de mestria as mais elaboradas. O verso preferido pelos trovadores nas cantigas de
amigo e nas satíricas é o redondilho maior (verso de sete sílabas) ou o redondilho
menor, de carácter menos cortês, enquanto para as cantigas de amor preferiam o verso
octossílabo (verso de oito sílabas) ou decassílabo (verso de dez sílabas), metros mais
cultos, importados de França. Como artifícios poéticos mais usados, salientam-se: a
finda – verso(s) remate, complemento do corpo da cantiga; o dobre – repetição simétri-
ca da mesma palavra na estrofe; o mosdobre – repetição de várias formas de uma famí-
lia vocabular, em especial de um verbo; a palavra-perduda – verso que não rima no
corpo da estrofe; e o leixa-prem – repetição de todo ou parte do último verso da estrofe
anterior, na estrofe seguinte.
A estrutura das cantigas quanto à forma e ao conteúdo, está presente na seguinte
tabela:
Cantigas de amigo
Cantigas de
amor
Cantigas de escár-
nio e de maldizer
Sujeito A donzela
O trovador apai-
xonado
1ª ou 3ª pessoa
Objecto
O «amigo», o ama-
do
A «senhor», a
dama
E. – pessoa(s) não
identificada(s)
M. – pessoa(s) iden-
tificada(s)
Caracterização
do sujeito
Jovem, bonita, gra-
ciosa, «velida»,
«louçana»,...
Aflito, humilde,
cativo, coitado,...
Frequentemente não
caracterizado
Caracterização
do objecto
Mentiroso, traidor,
formoso...
Bondosa, leal,
sociável, sensata,
«comprida de
bem», «a melhor»
Desleal, traidor,
ladrão, dissimulado,
covarde, vaidoso...
C
O
N
T
E
Ú
D
O
Relação sujei-
to/objecto
y
y
y Amor espontâ-
neo e natural
y
y
y Plano de igual-
dade entre sujeito e
objecto
y
y
y Vassalagem
y
y
y Inferioridade
do sujeito em rela-
ção ao objecto
y
y
y Crítica
y
y
y Denúncia de víci-
os e defeitos
7
Construção paralelística: estrutura fónica e semântica que se baseia na repetição.
A Poesia Trovadoresca
10/12
Temas
Saudades
Tristeza da ausên-
cia
Preocupação
Alegria de amar
vingança
Amor: - infeliz
- não cor-
respondido
- frustrado
Desespero
Crítica: - individual
- social
- política
Cenário/ambiente
y
y
y Campo
y
y
y Mar
y
y
y Ambiente rural
e doméstico
y
y
y Natureza confi-
dente
y
y
y A corte
y
y
y Ambiente pa-
laciano
y
y
y Natureza con-
vencional
y
y
y A vida da época
sociedade medie-
val
F
O
R
M
A
Estrutura
Paralelismo:
- perfeito
- imperfeito
Cantiga de refrão
Verso redondilho
menor (5 sílabas)
Redondilho maior
(7 sílabas)
Cantiga de mestria
Cantiga com dobre, mosdobre, finda,
leixa-prem...
Verso octossílabo
Verso decassílabo
Valor da poesia trovadoresca medieval
A poesia trovadoresca medieval tem valor linguístico
porque atesta o desenvolvimento e importância do galego-
português no território peninsular e europeu. Apresenta tam-
bém interesse artístico, pois representa os primeiros passos
da literatura nacional. Além disso, tem interesse social e
histórico porque nos permite conhecer alguns costumes e
usos da época (divertimentos, vestuário, ocupações, etc.), os
sentimentos, as relações sociais, o papel feminino e alguns
acontecimentos histórico-políticos.
Figura 5 - Capela
românica de S. Pedro
de Arganil

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Apoesiatrovadoresca.pdf

Semelhante a Apoesiatrovadoresca.pdf (20)

Herança portuguesa - resumo dos movimentos portugueses
Herança portuguesa - resumo dos movimentos portuguesesHerança portuguesa - resumo dos movimentos portugueses
Herança portuguesa - resumo dos movimentos portugueses
 
Trovadorismo e humanismo
Trovadorismo e humanismoTrovadorismo e humanismo
Trovadorismo e humanismo
 
TROVADORISMO EM PORTUGAL MOVIMENTO LITERÁRIO DO SÉCULO XII
TROVADORISMO EM PORTUGAL MOVIMENTO LITERÁRIO DO SÉCULO XIITROVADORISMO EM PORTUGAL MOVIMENTO LITERÁRIO DO SÉCULO XII
TROVADORISMO EM PORTUGAL MOVIMENTO LITERÁRIO DO SÉCULO XII
 
O trovadorismo
O trovadorismoO trovadorismo
O trovadorismo
 
Trovadorismo - aula.pdf
Trovadorismo - aula.pdfTrovadorismo - aula.pdf
Trovadorismo - aula.pdf
 
literatura_trovadorismo.ppt
literatura_trovadorismo.pptliteratura_trovadorismo.ppt
literatura_trovadorismo.ppt
 
literatura_trovadorismo.ppt
literatura_trovadorismo.pptliteratura_trovadorismo.ppt
literatura_trovadorismo.ppt
 
Poster projecto galaico português
Poster projecto galaico portuguêsPoster projecto galaico português
Poster projecto galaico português
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Trovadorismoemslide 091102124454-phpapp02
Trovadorismoemslide 091102124454-phpapp02Trovadorismoemslide 091102124454-phpapp02
Trovadorismoemslide 091102124454-phpapp02
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
trovadorismo.ppt
trovadorismo.ppttrovadorismo.ppt
trovadorismo.ppt
 
[Trovadorismo E Humanismo
[Trovadorismo E Humanismo[Trovadorismo E Humanismo
[Trovadorismo E Humanismo
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Literatura E Teatro Na Idade Média
Literatura E Teatro Na Idade MédiaLiteratura E Teatro Na Idade Média
Literatura E Teatro Na Idade Média
 
Literatura Portuguesa Trovadorismo
Literatura Portuguesa TrovadorismoLiteratura Portuguesa Trovadorismo
Literatura Portuguesa Trovadorismo
 
PROJETO: SARAU LITERÁRIO
PROJETO: SARAU LITERÁRIOPROJETO: SARAU LITERÁRIO
PROJETO: SARAU LITERÁRIO
 
Movimento Literário Trovadorismo
Movimento Literário TrovadorismoMovimento Literário Trovadorismo
Movimento Literário Trovadorismo
 

Mais de Beatriz Gomes

O drama romântico em _Amor de perdição_.pptx
O drama romântico em _Amor de perdição_.pptxO drama romântico em _Amor de perdição_.pptx
O drama romântico em _Amor de perdição_.pptxBeatriz Gomes
 
ae_pag1021_ppt_002_poesia_trovadoresca.pptx
ae_pag1021_ppt_002_poesia_trovadoresca.pptxae_pag1021_ppt_002_poesia_trovadoresca.pptx
ae_pag1021_ppt_002_poesia_trovadoresca.pptxBeatriz Gomes
 
Texto dramático.ppt
Texto dramático.pptTexto dramático.ppt
Texto dramático.pptBeatriz Gomes
 
pt9_ppt_processos_fonologicos.pptx
pt9_ppt_processos_fonologicos.pptxpt9_ppt_processos_fonologicos.pptx
pt9_ppt_processos_fonologicos.pptxBeatriz Gomes
 
A didática das línguas estrangeiras12.pptx
A didática das línguas estrangeiras12.pptxA didática das línguas estrangeiras12.pptx
A didática das línguas estrangeiras12.pptxBeatriz Gomes
 
Ficha de trabalho sobre as categorias da narrativa-AAia.docx
Ficha de trabalho sobre as categorias da narrativa-AAia.docxFicha de trabalho sobre as categorias da narrativa-AAia.docx
Ficha de trabalho sobre as categorias da narrativa-AAia.docxBeatriz Gomes
 
Ficha_portugues_6_ano_recursos_expressivos_solucoes.pdf
Ficha_portugues_6_ano_recursos_expressivos_solucoes.pdfFicha_portugues_6_ano_recursos_expressivos_solucoes.pdf
Ficha_portugues_6_ano_recursos_expressivos_solucoes.pdfBeatriz Gomes
 
Eça de Queirós - A Aia (1).pdf
Eça de Queirós - A Aia (1).pdfEça de Queirós - A Aia (1).pdf
Eça de Queirós - A Aia (1).pdfBeatriz Gomes
 
teste-avaliacao-portugues-5ano.pdf
teste-avaliacao-portugues-5ano.pdfteste-avaliacao-portugues-5ano.pdf
teste-avaliacao-portugues-5ano.pdfBeatriz Gomes
 
Conto_A menina que sorria a dormir Aula 3.pdf
Conto_A menina que sorria a dormir Aula 3.pdfConto_A menina que sorria a dormir Aula 3.pdf
Conto_A menina que sorria a dormir Aula 3.pdfBeatriz Gomes
 
fichaapoioaoestudo.docx
fichaapoioaoestudo.docxfichaapoioaoestudo.docx
fichaapoioaoestudo.docxBeatriz Gomes
 
Ficha-classes de palavras.docx
Ficha-classes de palavras.docxFicha-classes de palavras.docx
Ficha-classes de palavras.docxBeatriz Gomes
 
Ficha__coordenacao_subordinacao.pdf
Ficha__coordenacao_subordinacao.pdfFicha__coordenacao_subordinacao.pdf
Ficha__coordenacao_subordinacao.pdfBeatriz Gomes
 
Ficha-testesobrefunçõessintáticaseorações.docx
Ficha-testesobrefunçõessintáticaseorações.docxFicha-testesobrefunçõessintáticaseorações.docx
Ficha-testesobrefunçõessintáticaseorações.docxBeatriz Gomes
 
Ficha-testef.sintáticasNEE.docx
Ficha-testef.sintáticasNEE.docxFicha-testef.sintáticasNEE.docx
Ficha-testef.sintáticasNEE.docxBeatriz Gomes
 
Guias de literacia 2013
Guias de literacia   2013Guias de literacia   2013
Guias de literacia 2013Beatriz Gomes
 
Ficha de escrita criativa sons da cidade
Ficha de escrita criativa  sons da cidadeFicha de escrita criativa  sons da cidade
Ficha de escrita criativa sons da cidadeBeatriz Gomes
 
Teste1lleitura hisóriadagaivota
Teste1lleitura hisóriadagaivotaTeste1lleitura hisóriadagaivota
Teste1lleitura hisóriadagaivotaBeatriz Gomes
 

Mais de Beatriz Gomes (19)

O drama romântico em _Amor de perdição_.pptx
O drama romântico em _Amor de perdição_.pptxO drama romântico em _Amor de perdição_.pptx
O drama romântico em _Amor de perdição_.pptx
 
ae_pag1021_ppt_002_poesia_trovadoresca.pptx
ae_pag1021_ppt_002_poesia_trovadoresca.pptxae_pag1021_ppt_002_poesia_trovadoresca.pptx
ae_pag1021_ppt_002_poesia_trovadoresca.pptx
 
Texto dramático.ppt
Texto dramático.pptTexto dramático.ppt
Texto dramático.ppt
 
pt9_ppt_processos_fonologicos.pptx
pt9_ppt_processos_fonologicos.pptxpt9_ppt_processos_fonologicos.pptx
pt9_ppt_processos_fonologicos.pptx
 
A didática das línguas estrangeiras12.pptx
A didática das línguas estrangeiras12.pptxA didática das línguas estrangeiras12.pptx
A didática das línguas estrangeiras12.pptx
 
Ficha de trabalho sobre as categorias da narrativa-AAia.docx
Ficha de trabalho sobre as categorias da narrativa-AAia.docxFicha de trabalho sobre as categorias da narrativa-AAia.docx
Ficha de trabalho sobre as categorias da narrativa-AAia.docx
 
Ficha_portugues_6_ano_recursos_expressivos_solucoes.pdf
Ficha_portugues_6_ano_recursos_expressivos_solucoes.pdfFicha_portugues_6_ano_recursos_expressivos_solucoes.pdf
Ficha_portugues_6_ano_recursos_expressivos_solucoes.pdf
 
Eça de Queirós - A Aia (1).pdf
Eça de Queirós - A Aia (1).pdfEça de Queirós - A Aia (1).pdf
Eça de Queirós - A Aia (1).pdf
 
teste-avaliacao-portugues-5ano.pdf
teste-avaliacao-portugues-5ano.pdfteste-avaliacao-portugues-5ano.pdf
teste-avaliacao-portugues-5ano.pdf
 
Conto_A menina que sorria a dormir Aula 3.pdf
Conto_A menina que sorria a dormir Aula 3.pdfConto_A menina que sorria a dormir Aula 3.pdf
Conto_A menina que sorria a dormir Aula 3.pdf
 
ficha Bia.docx
ficha Bia.docxficha Bia.docx
ficha Bia.docx
 
fichaapoioaoestudo.docx
fichaapoioaoestudo.docxfichaapoioaoestudo.docx
fichaapoioaoestudo.docx
 
Ficha-classes de palavras.docx
Ficha-classes de palavras.docxFicha-classes de palavras.docx
Ficha-classes de palavras.docx
 
Ficha__coordenacao_subordinacao.pdf
Ficha__coordenacao_subordinacao.pdfFicha__coordenacao_subordinacao.pdf
Ficha__coordenacao_subordinacao.pdf
 
Ficha-testesobrefunçõessintáticaseorações.docx
Ficha-testesobrefunçõessintáticaseorações.docxFicha-testesobrefunçõessintáticaseorações.docx
Ficha-testesobrefunçõessintáticaseorações.docx
 
Ficha-testef.sintáticasNEE.docx
Ficha-testef.sintáticasNEE.docxFicha-testef.sintáticasNEE.docx
Ficha-testef.sintáticasNEE.docx
 
Guias de literacia 2013
Guias de literacia   2013Guias de literacia   2013
Guias de literacia 2013
 
Ficha de escrita criativa sons da cidade
Ficha de escrita criativa  sons da cidadeFicha de escrita criativa  sons da cidade
Ficha de escrita criativa sons da cidade
 
Teste1lleitura hisóriadagaivota
Teste1lleitura hisóriadagaivotaTeste1lleitura hisóriadagaivota
Teste1lleitura hisóriadagaivota
 

Último

ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresLilianPiola
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Centro Jacques Delors
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptxAULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptxLaurindo6
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxOsnilReis1
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOColégio Santa Teresinha
 
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?Rosalina Simão Nunes
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxkarinedarozabatista
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfAdrianaCunha84
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptxLinoReisLino
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptxthaisamaral9365923
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfAlissonMiranda22
 
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxD9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxRonys4
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfManuais Formação
 

Último (20)

Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptxAULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
 
Em tempo de Quaresma .
Em tempo de Quaresma                            .Em tempo de Quaresma                            .
Em tempo de Quaresma .
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
 
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
 
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
 
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
 
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxD9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
 

Apoesiatrovadoresca.pdf

  • 1. A Poesia Trovadoresca 4/12 A Poesia Trovadoresca Como surgiu a poesia trovadoresca, logo de início, tão rica e elaborada? A poesia trovadoresca floresce em Portugal e na Galiza, em Castela, Leão e Ara- gão, desde finais do século XII até meados do século XIV. O idioma usado por excelência é o galego-português1 , já que o galego e o português não estavam ainda diversificados. Podemos distinguir quatro períodos no nosso trovadorismo: o período pré-afonsino; o período afonsino; o período dionisíaco e o período pós-dionisíaco, sendo o mais rico o período afonsino, que abrange os reinados de D. Afonso III (1245 – 1279) e de Afonso X de Castela. Os autores mais antigos que se conhecem são o rei D. Sancho I (1145 – 1211) e João Soa- res de Paiva (nascido por volta de 1140). Os cultores desta poesia chamam-se «trovadores» e «jograis» ou «segréis», sendo os primeiros normalmente de origem social elevada e, como diz Jacinto prado Coelho, «criadores de poesia por galanteria cortesã e comprazimento estético» e os jograis ou segréis «homens de condição inferior que ora cantavam música e poesia alheias, ora eles próprios compunham, para tirarem proveito da sua arte». Estes últimos andavam de cor- te em corte a distrair e entreter os senhores e eram frequentemente acompanhados por soldadeiras2 , mulheres que eram remuneradas para cantarem ou dançarem, animando ainda mais os serões nos castelos. Origens da Poesia Trovadoresca Para explicar a sua origem há quatro teses sistematizadas e expostas pelo Prof. Rodrigues Lapa: Tese folclórica – explica o nascimento da poesia trovadoresca a partir das festas pagãs de Maio, da Primavera e dos cultos de Vénus, Baco e das divindades ligadas à vida. Tese litúrgica – defende que esta poesia é uma deri- vação da poesia religiosa, com origem na poesia hebraica e que o culto à Virgem Maria estaria na base do culto da mu- lher, da veneração do trovador perante a dama cantada. Tra- tar-se-ia da profanização da poesia litúrgica a que não seriam alheias as romarias e peregrinações religiosas, especialmente a de Santiago de Compostela. Tese arábica – justifica o aparecimento da poesia dos 1 Galego-português: dialecto falado na Galiza, a norte de Portugal. 2 Soldadeira: que recebe soldo, remuneração. Figura 1 - Senhor, jogral e soldadeira, iluminura do Cancioneiro do Palá- cio da Ajuda, século XIII, ANTT, Lisboa Figura 2 - Castelo de Almourol
  • 2. A Poesia Trovadoresca 5/12 trovadores por influência da poesia árabe, o que é defensável dada a supremacia dos Árabes em vários sectores – química, matemática, agricultura, etc. Porque não na litera- tura? Tese médio-latinista – explica o fenómeno trovadoresco a partir da poesia lati- na sentimental (nomeadamente de Ovídio e Catulo), que teria sido popularizada pelos goliardos3 e que estaria na origem da poesia provençal. Embora a origem conserve algum mistério, parece que a hipótese mais provável pressupõe a combinação da tese folclórica e da tese litúrgica. Os textos Os textos conhecidos estão reunidos em quatro Cancioneiros (três de carácter pro- fano e o último de carácter religioso), muito próximos entre si: Cancioneiro da Ajuda (CA); Cancioneiro da Biblioteca nacional (antigo Colocci Brancutti) (CBN); Cancionei- ro da Vaticana (CV) e as Cantigas de Santa Maria. O Cancioneiro da Ajuda O Cancioneiro da Ajuda é o mais antigo, provavelmente compilado em finais do século XIII ou princípios do século XIV, mas o menos completo, pois não inclui a vasta produção do rei D. Dinis e só contém cantigas de amor. Tem, no entanto, 64 cantigas não transcritas nos outros cancioneiros e apresenta grande interesse e valor por perten- cer à época da maioria dos poetas que nele estão representados e por ser um documento único pela grafia e pela decoração, sobretudo pelas iluminuras4 de grande beleza, que testemunham aspectos curiosos da vida dos trovadores, jograis e soldadeiras, nos caste- los onde se exibiam. Os Cancioneiros da Biblioteca Nacional e da Vaticana Os Cancioneiros da Biblioteca Nacional e da Vaticana foram copiados em Itália, em fins do século XV ou princípios do século XVI, de originais que datam provavel- mente do século XIV e abrangem todos os géneros e não só as cantigas de amor. Abar- cam um espaço de tempo muito mais vasto que o Cancioneiro da Ajuda, incluindo poe- tas anteriores e contemporâneos de D. Afonso III, de D. Dinis e de seus filhos. O Pergaminho de Vindel Conhecem-se ainda outras cópias menos completas, de que se salientam: o Per- gaminho de Vindel (PV), copiado na Galiza em fins de século XIII ou inícios do século XIV e que inclui as sete cantigas conhecidas de Martim Codax, seis das quais estão 3 Goliardos: monges errantes, antepassados dos trovadores. 4 Iluminuras: pinturas a cores nos manuscritos medievais.
  • 3. A Poesia Trovadoresca 6/12 acompanhadas da respectiva notação musical. Este valioso documento só foi descoberto em 1914 pelo livreiro espanhol que lhe deu o nome, Pedro Vindel. As Cantigas de Santa Maria As Cantigas de Santa Maria são quatro manuscritos que contêm apenas poesias re- ligiosas dedicadas à Virgem, da autoria do rei Afonso X, o Sábio, de Castela (reinado entre 1221 e 1284), avô do nosso rei D. Dinis. Os géneros e variedades Nos Cancioneiros da Biblioteca Nacional e da Vaticana estão representados três géneros diferentes de composição: cantigas de amigo, cantigas de amor, cantigas de escárnio e maldizer, géneros que já são referenciados no tratado poético truncado, do século XIV, de autor anónimo, que faz parte do próprio Cancioneiro da Biblioteca Na- cional – Arte de Trovar. Como dizem António José Saraiva e Óscar Lopes, na História da Literatura Por- tuguesa: «A diferença entre as cantigas de amor e as de amigo consiste, segundo o mesmo tratado, em que nestas se supõe que fala uma mulher, ao passo que naquelas o trovador fala em seu próprio nome. As cantigas de amigo são, portanto, quanto ao tema, cantigas de mulher e o nome por que são conhecidas designa o seu objecto, o amigo ou amado, geralmente referido logo no primeiro verso.» As cantigas de amor Os trovadores chamaram cantigas de amor às composições em que o poeta exprime os seus sentimentos por uma dama, reflectindo a maioria das vezes um amor infeliz, incompreendido e insatisfeito. Perante a senhor, o poeta apaixonado humilha-se, suplica e adora como um vassalo o seu suserano. Frequentemente diz só lhe restar morrer de amor ao aperceber-se da indiferença, frieza e distanciamento da amada. As cantigas de amor galego-portuguesas reflectem forte influência provençal, não só a nível do conteúdo como a nível formal. Na História da Literatura Portuguesa, António José Saraiva e Óscar Lopes afirmam: «Quanto aos temas, elaboraram os Provençais o ideal ao amor cortês, tão diferente do idílio rudimentar nas margens dos rios ou à beira das fontes que os cantares de amigo nos deixam entrever. Não se trata agora de uma experiência sentimental a dois, mas de uma aspiração sem correspondência, a um objecto inatingível, de um estado de tensão que, para se manter, nunca pode chegar ao fim do desejo. Manter este estado de tensão parece ser o ideal do verdadeiro amador e do verdadeiro poeta, como se o movesse o amor do amor mais do que o amor a uma Figura 3 - Relicário da rainha Santa Isabel, inícios do século XV, MNMC, Coimbra
  • 4. A Poesia Trovadoresca 7/12 Que soidade de mha senhor ei, quando me nembra d’ela qual a vi e que me nembra que bem a oí falar, e, por quantro bem d’ela sei rog’ueu a Deus, que end’á o poder que mha leixe, se lhi prouguer, veer. ...................... D. Dinis (CV 119; CBN 481) mulher (...). Todo um código de obrigações preceituava o “serviço” do amador, que, por exemplo, devia guardar segredo sobre a identidade da dama, coibindo toda a expansão pública da paixão (o autodomínio, ou mesura, era a sua qualidade suprema) e que não podia ausentar-se sem sua autorização (...). A este ideal de amor corresponde certo tipo idealizado de mulher que atingiu mais tarde a máxima depuração na Beatriz de Dante ou na Laura de Petrarca: os cabelos de ouro, o sereno e luminoso olhar, a mansidão e a dignidade do gesto, o riso subtil e dis- creto.» As cantigas de amigo Nas cantigas de amigo, o trovador expressa, pela boca de uma donzela, a menina, os sentimentos que supõe que esta sente em relação ao amado e os estados emocionais experimentados por ela, que padeceria a paixão amorosa – a coita5 de amor. As varie- dades principais são a alva, alba ou alvorada, a barcarola ou marinha, a bailia ou bailada e a cantiga de romaria. As alvas, ou albas, são as cantigas em que aparece o romper do dia, a alvorada, como momento de separação e despedida de dois apaixonados: Levad’amigo, que dormide ‘las manhãas frias: tôdalas aves do mundo d’amor diziam: leda mh and’eu. …………. Nuno Fernandez Torneol (CV 242; CBN 604) As barcarolas, ou marinhas, são chamadas assim por nelas predominarem os motivos marinhos, referentes ao mar ou ao rio, onde a donzela vai esperar o amigo ou lamentar-se da sua ausência. Ondas do mar de Vigo, se vistes, meu amigo! E ai Deus, se verrá cedo! ................. Martin Codax (CV 884; CBN 127) As bailias, ou bailadas, são toadas simples que acompanhavam a melodia de dan- ça. Daí a importância que nelas tem o aspecto musical realçado pelo paralelismo e exis- tência indispensável do refrão. Ao contrário das anteriores, em que o tom é triste, o tema é a alegria de viver e amar. Bailemos nós já todas três, ai amigas so aquestas aveleneiras frolidas; 5 Coita: desgosto, dor. Figura 4 - Cena marítima, iluminura do Missal do Lor- vão, ANTT, Lisboa
  • 5. A Poesia Trovadoresca 8/12 e quem for velida como nós velidas, se amigo amar, so aquestas aveleneiras frolidas; verrá bailar .................... Aires Nunez de santiago (CV 462; CBN 818) Nas cantigas de romaria, ou romarias, mencionam-se festas e peregrinações a santuários e capelas onde a donzela vai cumprir promessas, rezar pelo amigo ou sim- plesmente distrair-se em locais de culto que ainda hoje perduram. Pois nossas madres vam a San Simon de Val de Prados candeas queimas, nós, as meninas, punhemos d’andar com nossas madres, e elas enton queimen candeas por nós e por si e nós, meninas, bailaremos i ..................... Pêro de Viviãez (CV 336; CBN 698) As cantigas de amigo são de raiz peninsular, originárias da Galiza e Norte de Por- tugal, e apresentam uma simplicidade e espontaneidade notáveis, em oposição ao pala- cianismo e convencionalismo das cantigas de amor. Cantigas de escárnio e da maldizer Em paralelo com o lirismo representado pelas cantigas de amigo e de amor, des- envolve-se desde cedo, na mesma época, um género satírico revelado nas cantigas de escárnio e nas cantigas de maldizer. Nestas cantigas, as de maldizer, o trovador troça das pessoas ou das acções de determinados indivíduos, em termos directos e «a desco- berto», enquanto nas cantigas de escárnio o poeta recorre ao duplo sentido das palavras, criticando e escarnecendo de alguém «per palavras cubertas», conforme diz a Arte de Trovar do Cancioneiro da Biblioteca Nacional. Ao contrário da composição satírica de origem provençal – «o sirventês», de carácter social e correctivo, abordando assuntos de interesse geral, a nossa produção satírica cai essencialmente na critica individual e utili- za a ironia, o chiste e até a linguagem obscena com o intuito de ferir. Cantiga de escárnio Cantiga de maldizer O que foi passar a serra Foi um dia Lopo jograr e non quis servir a terra a casa dum infançon cantar e ora entra na guerra, e mandou-lhe ele por don dar que faroneja? três couces na garganta, Pois ele agora tão muito erra, e foi-lhe escasso, a meu cuidar, maldito seja! Segundo como ele canta ................. .................... Afonso X, o Sábio6 Martin Soarez (CV 77; CBN 439) (CV 974) 6 Nota: Afonso X, abandonado e traído por muitos dos seus cavaleiros na luta contra os mouros andaluzes (1260), amaldiçoa os traidores e critica a sua cobardia.
  • 6. A Poesia Trovadoresca 9/12 Estrutura formal As cantigas trovadorescas classificam-se, formalmente, em cantigas de refrão e de mestria, de acordo com a existência ou ausência de estribilho. Nas cantigas de amigo, em especial nas de construção paralelística7 , o refrão é um elemento de particular importância. Nas cantigas de amor e nas de escárnio e de maldizer, de modelo mais próximo de provençal, verifica-se um maior artificio e menos repetições, sendo as can- tigas de mestria as mais elaboradas. O verso preferido pelos trovadores nas cantigas de amigo e nas satíricas é o redondilho maior (verso de sete sílabas) ou o redondilho menor, de carácter menos cortês, enquanto para as cantigas de amor preferiam o verso octossílabo (verso de oito sílabas) ou decassílabo (verso de dez sílabas), metros mais cultos, importados de França. Como artifícios poéticos mais usados, salientam-se: a finda – verso(s) remate, complemento do corpo da cantiga; o dobre – repetição simétri- ca da mesma palavra na estrofe; o mosdobre – repetição de várias formas de uma famí- lia vocabular, em especial de um verbo; a palavra-perduda – verso que não rima no corpo da estrofe; e o leixa-prem – repetição de todo ou parte do último verso da estrofe anterior, na estrofe seguinte. A estrutura das cantigas quanto à forma e ao conteúdo, está presente na seguinte tabela: Cantigas de amigo Cantigas de amor Cantigas de escár- nio e de maldizer Sujeito A donzela O trovador apai- xonado 1ª ou 3ª pessoa Objecto O «amigo», o ama- do A «senhor», a dama E. – pessoa(s) não identificada(s) M. – pessoa(s) iden- tificada(s) Caracterização do sujeito Jovem, bonita, gra- ciosa, «velida», «louçana»,... Aflito, humilde, cativo, coitado,... Frequentemente não caracterizado Caracterização do objecto Mentiroso, traidor, formoso... Bondosa, leal, sociável, sensata, «comprida de bem», «a melhor» Desleal, traidor, ladrão, dissimulado, covarde, vaidoso... C O N T E Ú D O Relação sujei- to/objecto y y y Amor espontâ- neo e natural y y y Plano de igual- dade entre sujeito e objecto y y y Vassalagem y y y Inferioridade do sujeito em rela- ção ao objecto y y y Crítica y y y Denúncia de víci- os e defeitos 7 Construção paralelística: estrutura fónica e semântica que se baseia na repetição.
  • 7. A Poesia Trovadoresca 10/12 Temas Saudades Tristeza da ausên- cia Preocupação Alegria de amar vingança Amor: - infeliz - não cor- respondido - frustrado Desespero Crítica: - individual - social - política Cenário/ambiente y y y Campo y y y Mar y y y Ambiente rural e doméstico y y y Natureza confi- dente y y y A corte y y y Ambiente pa- laciano y y y Natureza con- vencional y y y A vida da época sociedade medie- val F O R M A Estrutura Paralelismo: - perfeito - imperfeito Cantiga de refrão Verso redondilho menor (5 sílabas) Redondilho maior (7 sílabas) Cantiga de mestria Cantiga com dobre, mosdobre, finda, leixa-prem... Verso octossílabo Verso decassílabo Valor da poesia trovadoresca medieval A poesia trovadoresca medieval tem valor linguístico porque atesta o desenvolvimento e importância do galego- português no território peninsular e europeu. Apresenta tam- bém interesse artístico, pois representa os primeiros passos da literatura nacional. Além disso, tem interesse social e histórico porque nos permite conhecer alguns costumes e usos da época (divertimentos, vestuário, ocupações, etc.), os sentimentos, as relações sociais, o papel feminino e alguns acontecimentos histórico-políticos. Figura 5 - Capela românica de S. Pedro de Arganil