2. IDADE MÉDIA | Poesia trovadoresca
Há muitos e muitos milhares de anos, a poesia aproximou-se
do homem e tão próximo ficaram que ela se instalou no seu
coração. E começaram a ver o mundo conjuntamente
estabelecendo uma inseparável relação que perdurará para
sempre. Não demorou muito a que a poesia se emancipasse,
autonomizando-se.
Manuel Hermínio Monteiro, Rosa do Mundo 2001 - Poemas para o Futuro.
3. IDADE MÉDIA | Poesia trovadoresca
CANTIGAS DE AMIGO
• SUJEITO: a donzela («louçã», «velida», «loada», «leda», «delgada», «fremosa»…).
• OBJETO: o amigo, ausente, muitas vezes traidor, mentiroso.
• RELACIONAMENTO AMOROSO: sentimento espontâneo, plano de igualdade.
4. IDADE MÉDIA | Poesia trovadoresca
CANTIGAS DE AMIGO
AMBIENTES
• A fonte e o rio
• A praia
• O campo/o monte
• A ermida
• A casa
5. IDADE MÉDIA | Poesia trovadoresca
CANTIGAS DE AMIGO
ESTADOS SENTIMENTAIS DA DONZELA
• Timidez
• Pudor
• Alegria e orgulho em ser amada
• Inexperiência amorosa
• Tristeza
• Ansiedade
• Saudade
• Impaciência e ciúme
• Crueldade e vingança
• Compaixão
• Arrependimento
• Reconciliação
6. IDADE MÉDIA | Poesia trovadoresca
CANTIGAS DE AMIGO
CARACTERÍSTICAS FORMAIS:
• Paralelismo
• Refrão (normalmente)
7. IDADE MÉDIA | Poesia trovadoresca
CANTIGAS DE AMOR
SUJEITO: o trovador que sofre de amor
OBJETO: a dona; a «senhor» - mulher estereotipada com qualidades
físicas (bela, fermosa, com o corpo delgado); qualidades morais
(bondosa, leal, «comprida de bem»); qualidades sociais («bom sem»,
«mui comunal», «falar mui bem»), para além de ser cheia de «prez»,
«loor», «grã valor», enfim a melhor de todas. É a mulher ideal.
8. IDADE MÉDIA | Poesia trovadoresca
CANTIGAS DE AMOR
AMBIENTES
• Natureza convencional (primavera, flores de maio, cântico do
rouxinol)
• Ambiente cortesão
9. IDADE MÉDIA | Poesia trovadoresca
CANTIGAS DE AMOR
RELACIONAMENTO AMOROSO / ESTADOS SENTIMENTAIS DO
TROVADOR
• Sofrimento amoroso
• Guardar a “mesura”
• Respeitar a sua “senhor”
• Prestar vassalagem
• Vassalagem amorosa do sujeito que diz “ensandecer” ou morrer de
amor – “coita de amor”.
10. IDADE MÉDIA | Poesia trovadoresca
CANTIGAS DE AMOR
CARACTERÍSTICAS:
• Influência provençal
• Voz masculina (o trovador)
• Ambiente cortesão – a corte
11. IDADE MÉDIA | Poesia trovadoresca
CANTIGAS DE ESCÁRNIO E MALDIZER
SUJEITO: 1.ª ou 3.ª pessoas identificadas ou não.
OBJETO: pessoa não identificada no caso das cantigas de escárnio;
pessoa identificada no caso das cantigas de maldizer.
RELACIONAMENTO ENTRE SUJEITO E OBJETO: relacionamento crítico,
tendo em vista denunciar defeitos.
12. IDADE MÉDIA | Poesia trovadoresca
CANTIGAS DE ESCÁRNIO E MALDIZER
OBJETIVO DESTAS COMPOSIÇÕES
A SÁTIRA:
• pessoal
• social (moral e religiosa)
• política
13. IDADE MÉDIA | Poesia trovadoresca
CANTIGAS DE ESCÁRNIO E MALDIZER
CARACTERÍSTICAS
CANTIGAS DE ESCÁRNIO:
- ambíguas (crítica encoberta)
- irónicas, humorísticas
CANTIGAS DE MALDIZER:
- não ambíguas (crítica descoberta, explícita)
- insultuosas, cómicas
14. IDADE MÉDIA | Poesia trovadoresca
VALOR DOCUMENTAL
As cantigas de amigo retratam a sociedade rural dos séculos XII – XIV.
As cantigas de amor retratam a sociedade cortesã dos séculos XII – XIV.
As cantigas de escárnio e maldizer retratam toda a sociedade dos séculos XII –
XIV.