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Análise de Fibra Alimentar




                   Prof. Eduardo Purgatto
                 Depto. de Alimentos e Nutrição
                   Experimental FCF – USP


                      Curso de Graduação
                   Disciplina de Bromatologia
                              Básica
                             2004
Análise de Fibra Alimentar




Introdução
Ocorrência
Componentes químicos
Definições
Métodos de Análise
Introdução

Hipocrates a 500 a.C.       dietas com elevado conteúdo
de fibra    efeito laxativo benéfico
Final do século XIX e início XX      processamento de
alimentos     fibras eram descartadas
Hoje em dia      fibra interfere no funcionamento do
sistema digestivo      inclusive no IG
Hipsley (1953) propôs o termo “dietary fibre” (fibra
da dieta ou alimentar).
Cleave (1956)       doenças do homem moderno
ingestão de alimentos com baixo conteúdo de fibra
Burkitt, Walker e Trowell (anos 70)       estudos
epidemiológicos e clínicos      relação    quantidade de
fibra na dieta x doenças do homem moderno
Introdução            (continuação)



A fibra alimentar da dieta pode:
   Controlar a motilidade gastrintestinal
   Interferir no metabolismo da glicose e dos lipídeos
   Modular a atividade metabólica das bactérias intestinais
   Influenciar na concentração de componentes tóxicos no lúmen do cólon
   Contribuir na manutenção do equilíbrio do ecossistema do intestino
   grosso
   Contribuir para a integridade da mucosa intestinal

Existem porém ainda muitas controvérsias em relação a:
   definição
   componentes químicos
   métodos de análise
   necessidades diárias de ingestão
   efeitos fisiológicos
   rotulagem de alimentos processados
Introdução     (continuação)




A fibra alimentar (FA) não é uma única substância,
mas ela é composta, principalmente, de polissaca-
rídeos interligados entre si formando uma rede
tridimensional e com a presença de outras substâncias
como proteínas de parede celular, lignina, compostos
fenólicos, fitatos, oxalatos e outros
Ocorrência


Parede celular
Lamela média
Secreções produzidas por injúrias
Tecidos de reserva
Tecidos que evitam a perda de água
Parede celular   (esquematizada)
Parede celular   (esquematizada)
Polissacarídeos da parede celular


Pectinas (verde) e Lignina (vermelho)
                                        Microfibrilas de celulose
Tabela 1a - Fontes de fibras dos alimentos e seus principais
                    componentes químicos

           Tipos de Fibras                        Fontes Usuais                           Principais Monossacarídeos
Celulose                            Vários farelos, vegetais e está presente      Glc
                                    em todas as plantas comestíveis
β-glicanos                          Grãos (aveia, cevada e centeio)               Glc
Hemicelulose                        Grãos de cereais e em uma boa parte das       Xil, Man, Glc, Fuc, Ara, Gal,
                                    plantas comestíveis                           Agal, Aglc
Pectinas                            Frutas (maçã, limão, laranjas, pomelo),       Ara, Gal, AGal, Fuc, Ram
                                    vegetais, legumes e batata
Frutanos*                           Alcachofra, cevada, centeio, raiz de          Fru, Glc
                                    chicória, cebola, banana, alho, aspargo
Amido resistente (AR)             Bananas verdes, batata (cozida/                 Glc
                                  resfriada), produtos de amido processado
Quitina (quitosanas)              Fungos, leveduras, exoesqueleto de              Glc-amina, Gal-amina
                                  camarão, lagosta e caranguejo
Rafinose, estaquiose e verbascose Cereais, legumes e tubérculos                   Gal, Glc, Fru
Lignina                           Plantas maduras                                 Alcool sinapílico, coniferílico, p-cumarílico
Agar                              Algas marinhas vermelhas                        Gal, Gal-anidro , Xil, SO4
Carragenanas                      Algas marinhas vermelhas                        Gal, Gal-anidro, SO4
Ácido algínico                    Algas marinhas marrons                          AGlc, AMan-anidro
Goma karaya                       Exsudatos de plantas                            Fuc, Gal, AGal, Ram
Goma tragacante                   Exsudatos de plantas                            Xil, Gal, AGal, Ram, Ara
Goma arábica                      Exsudatos de plantas                            Gal, Ara, Ram, AGlc
Goma locuste                      Sementes de plantas                             Gal, Man
Goma guar                         Sementes de plantas                             Gal, Man
Goma psyllium                     Sementes de plantas                             Ara, Gal, AGal, Ram, Xil
Gomas xantanas                    Microrganismos                                  Glc, AGlc, Man
  AGal=ácido galacturônico, AGlc=ácido glicurônico, AMan=ácido manurônico, Ara=arabinose, Fuc=fucose, Gal=galactose, Glc=glicose,
  Man=manose, Ram=ramnose, Xil=xilose
  * Inulina e frutooligossacarídeos (FOS)
Tabela 1b- Fontes de Fibra Alimentar Produzidas
                           Industrialmente


      Tipos de Fibras                  Obenção dos Produtos                 Principais Monossacarídeos
FOS (Frutooligosssacarídeos   Síntese enzimática a partir da Sacarose       Fru, Glc
                              Hidrólise enzimática da inulina da raiz do
                              almeirão
Trans-Galactooligossacarídeos Síntese enzimática a partir da lactose        Gal, Glc
Goma de Guar Modificada       Hidrólise enzimática dos galactomananos       Gal, Man
(PHGG)                        da goma de guar
Polidextrose (PDX)            Polimerização da glicose a quente na          Glc
                              presença de vácuo, sorbitol e ácido cítrico
Maltodextrina Resistente      Hidrólise ácida do amido de milho seguida     Glc
(MDR)                         de hidrólise enzimática
Fru=frutose, Gal=galactose, Glc=glicose, Gal=galactose, Man=manose
Características Estruturais de Cadeias de
                 Celulose
β-glicanos
Hemiceluloses: Xiloglicanos
Hemiceluloses: Arabinoxilanos
Pectinas   (1)



                     A




       B

A
                     A
Pectinas   (2)



A




B
Ligninas
Conceito Fisiológico

          Compostos não digeridos pelas enzimas
                 digestivas de humanos

                             Celulose
                             Hemicelulose
Polissacarídeos
                             β-Glicanos
                             Substâncias Pécticas
Lignina
Outros compostos
Outros Compostos

Proteínas
Compostos inorgânicos
Oxalatos
Fitatos
Substâncias fenólicas
Carboidratos
Ex: lactulose, lactose e rafinose
Produtos formados durante processamento
Ex: compostos de Maillard e amido retrogradado
Aditivos alimentares
Ex: amido modificado e metilcelulose
Inulina e oligofrutose
Quitosanas
Molécula de Inulina
Molécula de Quitina
Conceito Químico


Polissacarídeos      Celulose
                     Hemicelulose
                     β-Glicanos
                     Substâncias Pécticas

Lignina              Em alguns casos
Classificação

      Solubilidade na água / Função na célula

Insolúvel / Estrutural
       celulose
       hemicelulose
       pectinas
       lignina

Solúvel / Não estrutural
       pectinas
       β-glicanos
       gomas
       mucilagens
       exsudatos
       hemiceluloses solúveis
Definições



American Association of Cereal Chemists (AACC)
– 2000      “a fibra alimentar é a parte comestível das
plantas ou carboidratos análogos que são resistentes à
digestão e absorção no intestino delgado de humanos
com fermentação completa ou parcial no intestino
grosso. A fibra alimentar inclui polissacarídeos,
oligossacarídeos, lignina, e substâncias associadas à
planta. A fibra alimentar promove efeitos fisiológicos
benéficos, incluindo laxação, e/ou atenuação do
colesterol do sangue e/ou atenuação da glicose do
sangue”
Definições    (continuação)




FA      Alimentos Funcionais    interfere em uma ou
mais funções do corpo         “um alimento pode ser
considerado funcional se for demonstrado de maneira
satisfatória que possa agir de forma benéfica em um
ou mais funções do corpo, além de se adequar à
nutrição, de certo modo melhorando a saúde e o bem-
estar, ou reduzindo o risco de doenças” (Roberfroid,
2000)
Definições    (continuação)




Alguns componentes da FA      estimulam o crescimento
de bactérias benéficas    Prebióticos (bifidobactérias
e lactobacilos)     “são ingredientes alimentares que
não são digeridos e que afetam de maneira benéfica o
hospedeiro por estimular seletivamente o crescimento
e/ou a atividade de uma ou de um número limitado de
bactérias do colón”
Métodos Analíticos para Determinar a Fibra
                Alimentar


Gravimétricos
Enzímico-gravimétricos
Enzímico-químicos
   Enzímico-químicos por espectrofotometria
   Enzímico-químicos pro cromatografia a
   gás (CG)
   Enzímico-químicos por cromatografia
   líquida de alta eficiência (CLAE)
Gravimétricos


Fibra bruta (FB)
Fibra detergente neutro (NDF) e ácido (ADF)
Fibra detergente neutro modificado (NDF-M)
Fibra Bruta

  Extração a quente com:
     H2SO4 (1,25%)
     NaOH (1,25%)
  Filtração
  Determinação
     Pesagem dos resíduos insolúveis

Limitações:
  Perda de 20 a 50% de celuloses
           50 a 90% de lignina
           100 % de pectinas
           ± 75% de hemicelulose
Detergente Ácido (ADF) e
               Detergente Neutro (NDF e NDF-M)
                     (Van Soest modificado)



    Extração a quente com soluções detergentes
    Tratamento com α-amilase / Termamyl
    Filtração
    Determinação
         Pesagem dos resíduos insolúveis

Analisa:
        Celulose, hemicelulose insolúvel e lignina → NDF
        Celulose e lignina → ADF
Limitações:
        Não determina → Fibras solúveis
        Perde uma parte da hemicelulose insolúvel
        Não solubiliza a proteína totalmente (Ex: isolado de soja)
        Amido não é totalmente removido mesmo na presença de
        enzimas (Ex: Leguminosas)
Enzímico-gravimétrico
           (Hellendoorn, Asp, Prosky, Schweizer e Lee)


    Hidrólise do amido e da proteína com enzimas (puras)
    Precipitação fibra solúvel
    Separação das fibras por filtração ou diálise
    Determinação
       Pesagem dos resíduos insolúveis (estufa a 105 oC)
       Determinação das cinzas (525 oC) e proteína (Nx6,25)

Analisa:
       Fibra total
       Fibra solúvel
       Fibra insolúvel

Utilizados:
       Tabelas de composição de alimentos
       Rotulagem de alimentos
Determinação da fibra alimentar pelos métodos enzímico-
             gravimétricos (AOAC* e AACC)


 AOAC 985.29 ou AACC 32-05                             AOAC 991.43 ou AACC 32-07
    Prosky, L. et al., 1988                                 Lee et al., 1992
                                   Amostra (1g)
                                 (Lípides < 10%)

       50 mL                                                        40 mL
                              α-amilase termoestável
   Tampão Fosfato                                              Tampão MES−TRIS
                                95-100 oC / 15 min
   0,08 M / pH 6,0                                              0,05 M / pH 8,2


                                    Protease
       10 mL                                                      10 mL H2O
                                  pH 7,5 / 60 oC
    NaOH 0,275 N                                               (sem ajustar o pH)
                                     30 min


                                 Amiloglicosidase
       10 mL                                                         5 mL
                                  pH 4,5 /60 oC
     HCl 0,325 N                                                  HCl 0,561 N
                                     30 min




                                       A

*Association of Official Analytical Chemists
Determinação da fibra alimentar pelos métodos enzímico-
       gravimétricos (AOAC e AACC) (continuação)


                                A

                                             Filtrar


                                                           Filtrado

       Etanol 78%                                        Etanol 78%

          Filtrar                                           Filtrar

         Resíduo             Resíduo                       Resíduo

          Pesar               Pesar                         Pesar


     Cinzas e Proteína   Cinzas e Proteína             Cinzas e Proteína
        (Descontar)         (Descontar)                   (Descontar)



          FAT                  FAI                          FAS
Método enzímico-gravimétrico
            (Fonte de Erros)


Preparo da amostra
Amido resistente
Proteína residual
Precipitação com etanol
Correção de minerais
Filtração e auxiliar de filtração
Enzimas
Preparo da amostra


Lípides                  Tamanho de partículas
   Extração com            0,3 a 0,5 mm
   solventes (5 a 10%)     < 1,0 mm
   Homogeneização          Tempo de incubação
   Ação das enzimas
   Extração final com
   etanol e acetona
Amido Resistente

Tipo 1: Fisicamente ligado à matriz dos
alimentos
Tipo 2: Nativo presente nos alimentos crus
Tipo 3: Formado nos alimentos
processados – Amido Retrogradado
Tipo 4: Quimicamente modificado
Amido Resistente

Não há solubilização total e hidrólise do AR
A gelatinização do amido a quente na
presença de enzima evita a formação de AR
Proteína Residual

Não há remoção completa da proteína
O fator de conversão (Nx6,25) é arbitrário.
Ex: Concentrados e isolados de soja e a quitina
(aminopolissacarídeos) de camarões
Alimentos de origem animal
   Proteína no resíduo
Precipitação com Etanol a 80%

Não há precipitação de:
  Polímeros de GP abaixo de 10 unidades
  Ex: Inulina e oligofrutose
  Polímeros altamente ramificados. Ex: beterraba
Cooprecipitação de reagentes
Ex: Tampão fosfato
Cooprecipitação de ácidos orgânicos
Ex: Ácidos oxálico, cítrico e fítico
Correção de minerais

Minerais presentes nos alimentos
associados a fração fibra
Minerais presentes no ácido fítico,
oxálico e cítrico
Minerais provenientes dos reagentes
Filtração e auxiliar de filtração

     Amostras viscosas (1,0 a 0,25 g)
     Celite 545 AW*
         Filtração mais rápida
         Perdas na filtração
     Celite CAFA   **

         Perdas mínimas
         Filtração mais lenta
     Lã de vidro
         Melhora a filtração
         Perdas mínimas
         Diferenças conforme a marca

*    AW= lavado com ácido
**   CAFA = Celite analytical filter aid
Enzimas

Taninos reagem com enzimas
Ex: Taninos x proteínas
Termamyl não degrada a FA
  Atua na temperatura de ebulição
Amiloglicosidases comerciais
  Presença de β-glicanases e xilanases
Métodos enzímico-químicos
            (Southgate, Uppsala e Englyst)



   Separação dos componentes da fibra
   Hidrólise dos polímeros
   Determinação
      Espectrofotometria
      Cromatografia (GC ou HPLC)

NSP (non-starch polysaccharides) = polissacarídeos
diferentes de amido (Englyst et al., 1987)
Método de Southgate
                    (Método Espectrofométrico)


    Amostra
            ⇐ éter
Metano ou acetona        Açucares simples


 Amiloglicolidase        Amido      glicose


   H2O quente            Pectinas e hemicelulose solúveis em H2O
                         (hexoses, pentoses e ác. úrônicos)


    H2SO4 1 N            Hemicelulose insolúveis em H2O


   H2SO4 72%             Celulose    Glicose com traços de outros açucares


     Resíduo             Lignina
Método Uppsala
                        (Theander e col., 1990)


                                                             ⊗
          250 a 500 mg
         (lipídeos < 5%)                       H2SO4 12,0 M (1 h/ 30 oC)
                                               H2SO4 0,4 M (1h/ 125 oC)
     Remoção do amido
          Termamyl
       1 h/ BM ebulição                            Açucares neutros
  Tampão acetato 0,05 M/pH 5,0                     Acetato de alditol*
                                                           CG
       Amiloglicolidase
         16h/ 60 oC
                                                    Ácidos urônicos
                                                       Dimetilfenol
Precipitação da fibra solúvel                       Espectrofotometria
           Etanol 80%
             1h/ 4 oC
                                                   Lignina de Klason
                                                        Gravimetria

               ⊗
 * Redução: Boridreto de sódio. Acetilação: 1 metilimidazol / anidrido acético
Método de Englyst
                     (Englyst e Cumming 1990)


                                                              ⊗
          50 a 300 mg

     Remoção do amido                             H2SO4 12 M (1h/ 35 oC)
             DMSO                                 H2SO4 2 M (1h/ 100 oC)
        30min/ BM ebulição
           Termamyl
        10 min / BM ebulição                        Açucares neutros
   Pancreatina e Pullulanase                         Acetato de alditol
  Tampão acetato 0,08 M/pH 5,2                              CG
30min / 50 oC + 10min / BM ebulição
                                                     Ácidos urônicos
Precipitação fibra solúvel*                           3,5-dimetilfenol
          Etanol 80%                                 Espectrofotometria
      30min / banho de gelo
                                                          Lignina
                                                     (não é determinada)
                ⊗
* Para analisar só fibra insolúvel substituir essa etapa por 100 oC/ 30min/ pH 7,0
  FAS=FAT-FAI
AOAC x Uppsala x Englyst


AOAC e Uppsala
  Polissacarídeos diferentes de amido (NSP)
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  Polissacarídeos diferentes de amido (NSP)
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                   (% base seca)

                                             Métodos analíticos
           Alimento
                                     Fibra bruta  NDF   Fibra Alimentar
          Trigo integral                 2,9      8,5         11,8
   Farinha de centeio integral           2,2                  23,0
         Batata inglesa                  1,9      10,8        11,0
      Farinha de mandioca                2,0                  6,3
          Feijão carioca                 4,9                  19,3
              Alface                    13,7      14,1        33,1
              Couve                      6,9      16,0        32,6
           Couve-flor                    9,4      14,0        27,0
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             Tomate                      9,7      17,6        22,1
              Pepino                     8,7      16,0        28,5
            Beterraba                    8,2      8,8         15,9
              Cebola                     6,7      4,9         15,5
             Cenoura                     8,5      10,1        23,9
               Maçã                      4,4      16,5        13,8
               Método enzímico-gravimétrico
               Método de Englyst (NSP)

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Análise de fibra alimentar aula diurno

  • 1. Análise de Fibra Alimentar Prof. Eduardo Purgatto Depto. de Alimentos e Nutrição Experimental FCF – USP Curso de Graduação Disciplina de Bromatologia Básica 2004
  • 2. Análise de Fibra Alimentar Introdução Ocorrência Componentes químicos Definições Métodos de Análise
  • 3. Introdução Hipocrates a 500 a.C. dietas com elevado conteúdo de fibra efeito laxativo benéfico Final do século XIX e início XX processamento de alimentos fibras eram descartadas Hoje em dia fibra interfere no funcionamento do sistema digestivo inclusive no IG Hipsley (1953) propôs o termo “dietary fibre” (fibra da dieta ou alimentar). Cleave (1956) doenças do homem moderno ingestão de alimentos com baixo conteúdo de fibra Burkitt, Walker e Trowell (anos 70) estudos epidemiológicos e clínicos relação quantidade de fibra na dieta x doenças do homem moderno
  • 4. Introdução (continuação) A fibra alimentar da dieta pode: Controlar a motilidade gastrintestinal Interferir no metabolismo da glicose e dos lipídeos Modular a atividade metabólica das bactérias intestinais Influenciar na concentração de componentes tóxicos no lúmen do cólon Contribuir na manutenção do equilíbrio do ecossistema do intestino grosso Contribuir para a integridade da mucosa intestinal Existem porém ainda muitas controvérsias em relação a: definição componentes químicos métodos de análise necessidades diárias de ingestão efeitos fisiológicos rotulagem de alimentos processados
  • 5. Introdução (continuação) A fibra alimentar (FA) não é uma única substância, mas ela é composta, principalmente, de polissaca- rídeos interligados entre si formando uma rede tridimensional e com a presença de outras substâncias como proteínas de parede celular, lignina, compostos fenólicos, fitatos, oxalatos e outros
  • 6. Ocorrência Parede celular Lamela média Secreções produzidas por injúrias Tecidos de reserva Tecidos que evitam a perda de água
  • 7. Parede celular (esquematizada)
  • 8. Parede celular (esquematizada)
  • 9. Polissacarídeos da parede celular Pectinas (verde) e Lignina (vermelho) Microfibrilas de celulose
  • 10. Tabela 1a - Fontes de fibras dos alimentos e seus principais componentes químicos Tipos de Fibras Fontes Usuais Principais Monossacarídeos Celulose Vários farelos, vegetais e está presente Glc em todas as plantas comestíveis β-glicanos Grãos (aveia, cevada e centeio) Glc Hemicelulose Grãos de cereais e em uma boa parte das Xil, Man, Glc, Fuc, Ara, Gal, plantas comestíveis Agal, Aglc Pectinas Frutas (maçã, limão, laranjas, pomelo), Ara, Gal, AGal, Fuc, Ram vegetais, legumes e batata Frutanos* Alcachofra, cevada, centeio, raiz de Fru, Glc chicória, cebola, banana, alho, aspargo Amido resistente (AR) Bananas verdes, batata (cozida/ Glc resfriada), produtos de amido processado Quitina (quitosanas) Fungos, leveduras, exoesqueleto de Glc-amina, Gal-amina camarão, lagosta e caranguejo Rafinose, estaquiose e verbascose Cereais, legumes e tubérculos Gal, Glc, Fru Lignina Plantas maduras Alcool sinapílico, coniferílico, p-cumarílico Agar Algas marinhas vermelhas Gal, Gal-anidro , Xil, SO4 Carragenanas Algas marinhas vermelhas Gal, Gal-anidro, SO4 Ácido algínico Algas marinhas marrons AGlc, AMan-anidro Goma karaya Exsudatos de plantas Fuc, Gal, AGal, Ram Goma tragacante Exsudatos de plantas Xil, Gal, AGal, Ram, Ara Goma arábica Exsudatos de plantas Gal, Ara, Ram, AGlc Goma locuste Sementes de plantas Gal, Man Goma guar Sementes de plantas Gal, Man Goma psyllium Sementes de plantas Ara, Gal, AGal, Ram, Xil Gomas xantanas Microrganismos Glc, AGlc, Man AGal=ácido galacturônico, AGlc=ácido glicurônico, AMan=ácido manurônico, Ara=arabinose, Fuc=fucose, Gal=galactose, Glc=glicose, Man=manose, Ram=ramnose, Xil=xilose * Inulina e frutooligossacarídeos (FOS)
  • 11. Tabela 1b- Fontes de Fibra Alimentar Produzidas Industrialmente Tipos de Fibras Obenção dos Produtos Principais Monossacarídeos FOS (Frutooligosssacarídeos Síntese enzimática a partir da Sacarose Fru, Glc Hidrólise enzimática da inulina da raiz do almeirão Trans-Galactooligossacarídeos Síntese enzimática a partir da lactose Gal, Glc Goma de Guar Modificada Hidrólise enzimática dos galactomananos Gal, Man (PHGG) da goma de guar Polidextrose (PDX) Polimerização da glicose a quente na Glc presença de vácuo, sorbitol e ácido cítrico Maltodextrina Resistente Hidrólise ácida do amido de milho seguida Glc (MDR) de hidrólise enzimática Fru=frutose, Gal=galactose, Glc=glicose, Gal=galactose, Man=manose
  • 12. Características Estruturais de Cadeias de Celulose
  • 16. Pectinas (1) A B A A
  • 17. Pectinas (2) A B
  • 19. Conceito Fisiológico Compostos não digeridos pelas enzimas digestivas de humanos Celulose Hemicelulose Polissacarídeos β-Glicanos Substâncias Pécticas Lignina Outros compostos
  • 20. Outros Compostos Proteínas Compostos inorgânicos Oxalatos Fitatos Substâncias fenólicas Carboidratos Ex: lactulose, lactose e rafinose Produtos formados durante processamento Ex: compostos de Maillard e amido retrogradado Aditivos alimentares Ex: amido modificado e metilcelulose Inulina e oligofrutose Quitosanas
  • 23. Conceito Químico Polissacarídeos Celulose Hemicelulose β-Glicanos Substâncias Pécticas Lignina Em alguns casos
  • 24. Classificação Solubilidade na água / Função na célula Insolúvel / Estrutural celulose hemicelulose pectinas lignina Solúvel / Não estrutural pectinas β-glicanos gomas mucilagens exsudatos hemiceluloses solúveis
  • 25. Definições American Association of Cereal Chemists (AACC) – 2000 “a fibra alimentar é a parte comestível das plantas ou carboidratos análogos que são resistentes à digestão e absorção no intestino delgado de humanos com fermentação completa ou parcial no intestino grosso. A fibra alimentar inclui polissacarídeos, oligossacarídeos, lignina, e substâncias associadas à planta. A fibra alimentar promove efeitos fisiológicos benéficos, incluindo laxação, e/ou atenuação do colesterol do sangue e/ou atenuação da glicose do sangue”
  • 26. Definições (continuação) FA Alimentos Funcionais interfere em uma ou mais funções do corpo “um alimento pode ser considerado funcional se for demonstrado de maneira satisfatória que possa agir de forma benéfica em um ou mais funções do corpo, além de se adequar à nutrição, de certo modo melhorando a saúde e o bem- estar, ou reduzindo o risco de doenças” (Roberfroid, 2000)
  • 27. Definições (continuação) Alguns componentes da FA estimulam o crescimento de bactérias benéficas Prebióticos (bifidobactérias e lactobacilos) “são ingredientes alimentares que não são digeridos e que afetam de maneira benéfica o hospedeiro por estimular seletivamente o crescimento e/ou a atividade de uma ou de um número limitado de bactérias do colón”
  • 28. Métodos Analíticos para Determinar a Fibra Alimentar Gravimétricos Enzímico-gravimétricos Enzímico-químicos Enzímico-químicos por espectrofotometria Enzímico-químicos pro cromatografia a gás (CG) Enzímico-químicos por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE)
  • 29. Gravimétricos Fibra bruta (FB) Fibra detergente neutro (NDF) e ácido (ADF) Fibra detergente neutro modificado (NDF-M)
  • 30. Fibra Bruta Extração a quente com: H2SO4 (1,25%) NaOH (1,25%) Filtração Determinação Pesagem dos resíduos insolúveis Limitações: Perda de 20 a 50% de celuloses 50 a 90% de lignina 100 % de pectinas ± 75% de hemicelulose
  • 31. Detergente Ácido (ADF) e Detergente Neutro (NDF e NDF-M) (Van Soest modificado) Extração a quente com soluções detergentes Tratamento com α-amilase / Termamyl Filtração Determinação Pesagem dos resíduos insolúveis Analisa: Celulose, hemicelulose insolúvel e lignina → NDF Celulose e lignina → ADF Limitações: Não determina → Fibras solúveis Perde uma parte da hemicelulose insolúvel Não solubiliza a proteína totalmente (Ex: isolado de soja) Amido não é totalmente removido mesmo na presença de enzimas (Ex: Leguminosas)
  • 32. Enzímico-gravimétrico (Hellendoorn, Asp, Prosky, Schweizer e Lee) Hidrólise do amido e da proteína com enzimas (puras) Precipitação fibra solúvel Separação das fibras por filtração ou diálise Determinação Pesagem dos resíduos insolúveis (estufa a 105 oC) Determinação das cinzas (525 oC) e proteína (Nx6,25) Analisa: Fibra total Fibra solúvel Fibra insolúvel Utilizados: Tabelas de composição de alimentos Rotulagem de alimentos
  • 33. Determinação da fibra alimentar pelos métodos enzímico- gravimétricos (AOAC* e AACC) AOAC 985.29 ou AACC 32-05 AOAC 991.43 ou AACC 32-07 Prosky, L. et al., 1988 Lee et al., 1992 Amostra (1g) (Lípides < 10%) 50 mL 40 mL α-amilase termoestável Tampão Fosfato Tampão MES−TRIS 95-100 oC / 15 min 0,08 M / pH 6,0 0,05 M / pH 8,2 Protease 10 mL 10 mL H2O pH 7,5 / 60 oC NaOH 0,275 N (sem ajustar o pH) 30 min Amiloglicosidase 10 mL 5 mL pH 4,5 /60 oC HCl 0,325 N HCl 0,561 N 30 min A *Association of Official Analytical Chemists
  • 34. Determinação da fibra alimentar pelos métodos enzímico- gravimétricos (AOAC e AACC) (continuação) A Filtrar Filtrado Etanol 78% Etanol 78% Filtrar Filtrar Resíduo Resíduo Resíduo Pesar Pesar Pesar Cinzas e Proteína Cinzas e Proteína Cinzas e Proteína (Descontar) (Descontar) (Descontar) FAT FAI FAS
  • 35. Método enzímico-gravimétrico (Fonte de Erros) Preparo da amostra Amido resistente Proteína residual Precipitação com etanol Correção de minerais Filtração e auxiliar de filtração Enzimas
  • 36. Preparo da amostra Lípides Tamanho de partículas Extração com 0,3 a 0,5 mm solventes (5 a 10%) < 1,0 mm Homogeneização Tempo de incubação Ação das enzimas Extração final com etanol e acetona
  • 37. Amido Resistente Tipo 1: Fisicamente ligado à matriz dos alimentos Tipo 2: Nativo presente nos alimentos crus Tipo 3: Formado nos alimentos processados – Amido Retrogradado Tipo 4: Quimicamente modificado
  • 38. Amido Resistente Não há solubilização total e hidrólise do AR A gelatinização do amido a quente na presença de enzima evita a formação de AR
  • 39. Proteína Residual Não há remoção completa da proteína O fator de conversão (Nx6,25) é arbitrário. Ex: Concentrados e isolados de soja e a quitina (aminopolissacarídeos) de camarões Alimentos de origem animal Proteína no resíduo
  • 40. Precipitação com Etanol a 80% Não há precipitação de: Polímeros de GP abaixo de 10 unidades Ex: Inulina e oligofrutose Polímeros altamente ramificados. Ex: beterraba Cooprecipitação de reagentes Ex: Tampão fosfato Cooprecipitação de ácidos orgânicos Ex: Ácidos oxálico, cítrico e fítico
  • 41. Correção de minerais Minerais presentes nos alimentos associados a fração fibra Minerais presentes no ácido fítico, oxálico e cítrico Minerais provenientes dos reagentes
  • 42. Filtração e auxiliar de filtração Amostras viscosas (1,0 a 0,25 g) Celite 545 AW* Filtração mais rápida Perdas na filtração Celite CAFA ** Perdas mínimas Filtração mais lenta Lã de vidro Melhora a filtração Perdas mínimas Diferenças conforme a marca * AW= lavado com ácido ** CAFA = Celite analytical filter aid
  • 43. Enzimas Taninos reagem com enzimas Ex: Taninos x proteínas Termamyl não degrada a FA Atua na temperatura de ebulição Amiloglicosidases comerciais Presença de β-glicanases e xilanases
  • 44. Métodos enzímico-químicos (Southgate, Uppsala e Englyst) Separação dos componentes da fibra Hidrólise dos polímeros Determinação Espectrofotometria Cromatografia (GC ou HPLC) NSP (non-starch polysaccharides) = polissacarídeos diferentes de amido (Englyst et al., 1987)
  • 45. Método de Southgate (Método Espectrofométrico) Amostra ⇐ éter Metano ou acetona Açucares simples Amiloglicolidase Amido glicose H2O quente Pectinas e hemicelulose solúveis em H2O (hexoses, pentoses e ác. úrônicos) H2SO4 1 N Hemicelulose insolúveis em H2O H2SO4 72% Celulose Glicose com traços de outros açucares Resíduo Lignina
  • 46. Método Uppsala (Theander e col., 1990) ⊗ 250 a 500 mg (lipídeos < 5%) H2SO4 12,0 M (1 h/ 30 oC) H2SO4 0,4 M (1h/ 125 oC) Remoção do amido Termamyl 1 h/ BM ebulição Açucares neutros Tampão acetato 0,05 M/pH 5,0 Acetato de alditol* CG Amiloglicolidase 16h/ 60 oC Ácidos urônicos Dimetilfenol Precipitação da fibra solúvel Espectrofotometria Etanol 80% 1h/ 4 oC Lignina de Klason Gravimetria ⊗ * Redução: Boridreto de sódio. Acetilação: 1 metilimidazol / anidrido acético
  • 47. Método de Englyst (Englyst e Cumming 1990) ⊗ 50 a 300 mg Remoção do amido H2SO4 12 M (1h/ 35 oC) DMSO H2SO4 2 M (1h/ 100 oC) 30min/ BM ebulição Termamyl 10 min / BM ebulição Açucares neutros Pancreatina e Pullulanase Acetato de alditol Tampão acetato 0,08 M/pH 5,2 CG 30min / 50 oC + 10min / BM ebulição Ácidos urônicos Precipitação fibra solúvel* 3,5-dimetilfenol Etanol 80% Espectrofotometria 30min / banho de gelo Lignina (não é determinada) ⊗ * Para analisar só fibra insolúvel substituir essa etapa por 100 oC/ 30min/ pH 7,0 FAS=FAT-FAI
  • 48. AOAC x Uppsala x Englyst AOAC e Uppsala Polissacarídeos diferentes de amido (NSP) Amido resistente (parte) Lignina Englyst Polissacarídeos diferentes de amido (NSP)
  • 49. Fibra dos alimentos em diferentes sistemas analíticos (% base seca) Métodos analíticos Alimento Fibra bruta NDF Fibra Alimentar Trigo integral 2,9 8,5 11,8 Farinha de centeio integral 2,2 23,0 Batata inglesa 1,9 10,8 11,0 Farinha de mandioca 2,0 6,3 Feijão carioca 4,9 19,3 Alface 13,7 14,1 33,1 Couve 6,9 16,0 32,6 Couve-flor 9,4 14,0 27,0 Repolho 11,6 12,1 27,2 Tomate 9,7 17,6 22,1 Pepino 8,7 16,0 28,5 Beterraba 8,2 8,8 15,9 Cebola 6,7 4,9 15,5 Cenoura 8,5 10,1 23,9 Maçã 4,4 16,5 13,8 Método enzímico-gravimétrico Método de Englyst (NSP)