Breve resumo apresentando as características da dominação e exploração da mão de obra de sociedades africanas no Brasil colonial e a violência sofrida durante os mais de 300 anos de escravidão. Além de apontar também as diversas formas de resistência a essa forma de dominação.
2. Contexto da escravidão na África
• Guerra: disputas por terra,
poder ou prestígio
No qual os vencidos eram
escravizados ou vendidos;
• Fome: as famílias ofereciam a si
mesmas como escravas em
troca de moradia e alimentação;
• Punição judicial: em algumas
sociedades os criminosos eram
condenados a escravidão;
• Penhora humana: era
escravizado como garantia de
pagamento de uma dívida.
3. Diferenças entre as formas de escravidão
• No mundo clássico (Grécia e
Roma):
• Os escravos muitos vezes eram a
maioria da população e eram
propriedades, permanecendo
assim por toda a vida;
• Nas sociedades africanas:
• Minoria da população e poderiam
ter acesso a direitos, como se casar.
4. O início da escravização ocidental
• Grandes Navegações: Portugal;
• Feitorias: pontos de comércio;
• Expansão para o trabalho nas
colônias tropicais;
• Europa entrava com o
dinheiro; A África com a mão
de obra compulsória e a
América com a terra.
5. Guerra e escravidão
• Passo 1: fornecimento de manufaturas
europeias, (armas e pólvora) ou produtos
tropicais americanos (Tabaco e aguardente),
aos chefes africanos em troca de prisioneiros
de guerra;
• Passo 2: Os chefes africanos na posse de
armas provocavam mais guerras
conseguindo assim, mais prisioneiros e
terras;
• Passo 3: Mais prisioneiros gerava mais
moeda de troca por mais armas e riqueza
para os traficantes de escravos;
• P.S: A Coroa portuguesa interferia nas
monarquias africanas (Angola e Congo) para
manter os interesses absolutistas.
6. A travessia
• Antes de serem arrancados de seu continente, os
prisioneiros ficavam algum tempo em galpões das
feitorias aguardando o “preenchimento” da carga dos
Navios;
• Navios Negreiros (tumbeiros): Completamente lotados...
• Viajavam nos porões, sem alimentação suficiente, sem
água potável, doenças contagiosas, com um alto índice
de mortalidade;
• Ao chegarem no continente americano eram vendidos
como mercadoria e avaliados, segundo suas condições
físicas;
• Crianças valiam 1/3 do valor de um escravo homem
adulto;
• As mulheres escravizadas valiam ½ do preço dos
escravos adultos;
7. Os números
• Pesquisa feita pelos americanos Helbert Klein
e David Eltis apontam que:
• Aproximadamente 12,5 milhões foram
capturados e escravizados na África e
forçados ao trabalho na América entre os
anos de 1500 – 1867;
• Aproximadamente 5 milhões, foram trazidos
para o Brasil:
• África Ocidental: Do Senegal à Nigéria: 10%;
• Centro-oeste africano: Angola: 73%;
• Sudeste africano: Moçambique: 17%;
• Independente da região de onde foram
capturados, todos trouxeram sua cultura e
seus sentimentos;
8. O Trabalho escravo
• Força motriz do Engenho: da plantação ao controle de
qualidade do açúcar e também na exploração aurífera;
• Em época de safra, chegavam a trabalhar 18h/dia;
• Além do trabalho na lavoura, a mulher escravizada
também exercia outras atividades como, por exemplo:
• Trabalhos domésticos;
• Ama de leite;
• Cuidado com os doentes;
• Realizavam partos;
• Nas cidades, homens e mulheres também trabalhavam
com o comércio;
• P.S: o trabalho físico, visto pelos colonos como algo
desonroso, coisa de escravo;
9. A alimentação
• Feijão com gordura de porco ou
toucinho, farinha de mandioca ou
farinha de milho;
• Raramente comiam rapadura ou
charque;
• Pouco acesso à frutas;
• Em algumas fazendas, eram permitidos
aos escravos pequenas áreas para
plantio de subsistência;
10. Problemas de saúde
• Excesso de trabalho;
• Alimentação precária;
• Maus-tratos;
• Torturas;
• Levavam a doenças como
anemia, diabetes,
hipertensão, etc...
11. A violência
• Palmatória, chicotes, máscaras
de flanders, correntes, etc....
• Repressão cultural;
• Repressão social;
• Repressão emocional;
• Repressão religiosa...
• Levava a uma alta mortalidade e
baixa expectativa de vida...
12. A resistência
• “Corpo mole” – na visão dos senhores
de escravos;
• Quebravam ferramentas;
• Incendiavam plantações;
• Agressões físicas aos capatazes e
senhores;
• Fundação de irmandades;
• Quilombos;
• Sincretismo religioso;
• Prática da cultura originária;
13. Quilombos ou Mocambos
• Locais de difícil acesso, no qual
os escravos fugidos se abrigavam
e vivam em comunidades;
• Praticavam, por vezes, o
comércio com as vilas próximas;
• Era de fato uma negação a ordem
escravistas;
14. Quilombo dos Palmares: 1597 - 1694
• Fundados por escravos fugidos
vindos dos engenhos do nordeste;
• Ficava na Região do atual estado de
Alagoas;
• Teve um relativo aumento
populacional durante as invasões
holandesas;
• Praticavam a policultura;
• Possuíam oficinas;
• Fundições;
• Cerâmica
• Madeireiras;
15. O conflito
• O quilombo significava um grave risco a ordem
escravocrata defendida por colonos e a Coroa
portuguesa;
• Senhores de engenho e de escravos enviaram
diversas expedições para destruir o quilombo e
recapturar os escravos;
• 1675: nessas batalhas se destaca o sobrinho do rei
de Palmares, Ganga Zumba.
• O sobrinho assumiria em pouco tempo, ZUMBI;
• O sertanismo de contrato consistia em os senhores
contratavam mercenários, que por vezes eram
bandeirantes, para destruir os quilombos e capturar
esses escravos, em troca esses mercenários
recebiam tecidos, escravos, dinheiro e perdão por
crimes cometidos.
16. Domingos Jorge Velho x Zumbi
• Em Fevereiro de 1694, após mais de
um mês de cerco contra o quilombo
dos Palmares, os mercenários
invadem o quilombo, centenas são
presos, outros mortos;
• Zumbi consegue fugir mas eh
capturado, morto e decapitado em
20 de novembro de 1695;
• Sua cabeça fica exposta em praça
pública, com o intuito de dar o
exemplo a qualquer um q
desafiasse o poder absoluto da
Coroa portuguesa;
17. Remanescentes de Quilombos
• Herança quilombola;
• Compradas por ex-escravos;
• Doações de alguns senhores;
• Serviço prestado em lutas oficiais (Guerra do
Paraguai);
• Constituição Federal de 1988 no seu artigo 68
reconhece oficialmente a posse das terras às
comunidades quilombolas, entretanto nem
todos conseguiram o reconhecimento oficial;