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A marinheirinha
Pedro Bandeira
Está certo. Tininha era ainda muito pequena e não adiantava espernear.
Não adiantava mesmo, porque o pai não deixaria a filha passear de lancha daquela vez.
Navegar mar afora com ele, a mãe, o cachorro e quem mais quisesse, tudo bem. Numa
marcha bem lenta, nas manhãs de domingo, distanciar-se da costa e soltar âncora para o almoço
em alto-mar, tudo bem. Era o prazer de Tininha e a alegria dos fins de semana da família.
Mas daquela vez não. O pai havia aceitado o desafio de uma disputa com os mais
afiados pilotos da Marina Ventoforte e estava disposto a lutar pela vitória.
— Afinal de contas, qual é o meu nome? É Vitório, não é?
— Para os outros é — concordou Tininha. — Mas para mim é só papai.
— Pois se o meu nome é Vitório, eu tenho de ganhar essa corrida. Vou dar tudo o que
nossa lancha pode agüentar. Se a lancha virar, eu nado muito bem e me safo facilmente. Por isso
não posso levar ninguém comigo. Principalmente você, Tininha. Não posso arriscar!
— Está bem, papai. Mas eu vou torcer tanto, que você vai ganhar. Fácil, fácil!
— Fácil nada, filhota. O Palhares está disposto a vencer de qualquer jeito. E a lancha
dele é uma verdadeira bala!
Palhares! Tininha lembrou-se do filho dele, o Rubinho, que só tinha "inho" no nome, pois
era um garoto grandão que vivia implicando com todas as crianças menores da Marina Ventoforte.
Ele e a sua turma.
— Vai ganhar sim, pai! Eu torço muito melhor do que o filho do Palhares!
Se Rubinho implicava com as crianças, o pai dele implicava com os adultos. Era um
daqueles sujeitos cheios de farol, que se achava melhor em tudo, e que tinha sido o autor do
desafio que agora alinhava mais de dez lanchas ao longo do atracadouro da Marina Ventoforte.
Tininha olhou na direção do horizonte. Lá, bem longe, dava para ver a bóia com uma
bandeirinha amarela. As lanchas deveriam contornar a bóia e voltar para o atracadouro. Quem
chegasse primeiro ganharia uma linda taça oferecida pela diretoria da marina.
Os concorrentes tomaram seus lugares nas lanchas e ligaram os motores.
Em meio ao ronco ensurdecedor, Vitório beijou a esposa, beijou a filha e entrou confiante
em sua lancha.
Curiosos, banhistas e todas as famílias dos competidores lotavam o atracadouro e
berravam o quanto podiam para animar seus escolhidos, tentando sobrepujar o ruído dos
motores.
Espremida entre aquele mundaréu de gente, Tininha viu a turma do Rubinho. Eta, gente
implicante!
A turma sorria misteriosamente e Tininha desviou a atenção dos barcos para tentar ouvir
o que eles diziam. E o que a menina ouviu fez saltar-lhe o coração:
— A lancha do seu pai está ótima, Rubinho. Mas vai ser duro ganhar do tal Vitório. A
lancha dele é mais leve e...
— Pode deixar — sorriu Rubinho. — Eu já dei um jeito na lancha do Vitório...
Um jeito? Que jeito? Tininha enfiou-se por entre as pernas dos espectadores e olhou para
a lancha do pai.
Naquele momento, o juiz da corrida levantou o braço, pronto para dar o tiro de festim que
iniciaria a competição.
A menina gritou para o pai, desesperada:
— Papai! Espere um pouco! Tem um...
A frase da menina foi cortada pelo tiro de largada:
“Bam”!
Para quem assistia, pareceu que o tiro tinha feito uma menina, pequena daquele jeito,
cair de susto dentro de uma das lanchas!
“Vruuum”!
Os barcos saltavam na água e partiram como balas em direção ao alto-mar.
— Tininha! — gritou Vitório. — O que você está fazendo? Eu não disse que...
— Papai, eu encontrei um...
— Agora não, Tininha! Por favor! Fique quieta!
— Mas papai, eu...
— Quieta, filha! Agora que você já entrou, não tem mais jeito. Fique quietinha aí, no fundo
da lancha!
Tininha não disse mais nada. Onde tinha entrado, ali ficou, quieta e agachada.
Sem poder preocupar-se com a filha, Vitório manejava a lancha como um velho lobo-do-
mar (““). Controlando oleme e, quase voando sobre as ondas, logo tomou a dianteira.
— Estamos indo bem, Tininha! luuu-huu!
E como estavam!
Como um golfinho saltando sobre as águas, a lancha do Vitório avançava, deixando o
Palhares somente meio casco (**) atrás. Dava até para ouvir o rival gritando, como se com berros
pudesse aumentar a potência do motor ou diminuir a resistência do mar.
E a "máquina" do Palhares não era de se desprezar. Como duas flechas à frente dos
outros concorrentes, as duas lanchas por pouco roçavam os cascos uma na outra.
(*) Lobo-do-mar: marinheiro experimentado, acostumado à vida no mar.
(**) Casco: corpo da embarcação, sem mastreação ou qualquer outro complemento.
Quase juntos, alcançaram a bóia com a bandeirinha amarela e o barco do Palhares
apontou na frente. Com uma manobra ousada, Vitório torceu o leme, enfiando a proa (*) de sua
lancha por dentro, quase roçando na bóia. A lancha girou e saltou à frente do Palhares, retomando
a dianteira!
(*) Proa: parte frontal da embarcação.
— Lá vamos nós, Tininha! luuu-huu!
A menina estava paralisada, no fundo da lancha. Nem parecia torcer pela vitória do pai.
A lancha do Palhares roncava atrás deles com seu potentíssimo motor, mas era mais
pesada. Na reta que faltava para chegar ao atracadouro, seria impossível tirar a diferença.
E a lancha do Vitório voltou ao atracadouro, cruzando a bóia de chegada com um estilo
de campeão!
— Viva! Viva o Vitório! Viva o campeão! — gritavam todos, correndo para comemorar a
vitória do Vitório.
Logo atrás do grande vencedor, a lancha do Palhares atracou em segundo lugar. E a cara
do Palhares não estava nem um pouco bonita de se ver. O danado não sabia encarar uma derrota
com esportividade.
Vitório estava eufórico. Esqueceu-se até da desobediência da filha.
Agarrou Tininha e deu-lhe um beijo de vencedor.
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O piloto vencedor sentiu a mesma coisa e olhou para baixo, ainda com a filha no colo:
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Por um furo no casco, a água do mar invadia a lancha como uma torneira de ponta-
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pulando de volta ao barco.
Agarrou um chumaço de estopa e enfiou-o no buraco, para deter a entrada de água.
— Puxa! Mais um pouco e a minha lancha afundava! — Ei, quem me ajuda aqui?
Rapidamente, um técnico da marina apresentou-se, trazendo uma caixa de ferramentas.
Com uma massa plástica, conseguiu tapar o furo.
— Como aconteceu isso? — perguntou o técnico. — E como é que a lancha não afundou
durante a corrida?
Vitório nem respondeu. Estava alegre demais e apertava a filha no abraço:
— Vencemos, Tininha! Mas por que você me desobedeceu? Por que pulou para dentro
da lancha?
— Por nada, pai... É que, na hora, eu resolvi desobedecer... Você me desculpa?
— É claro que desculpo, minha marinheirinha!
Tininha apertou os olhos de felicidade, recebendo o beijo do pai e esfregando o dedinho
doído, depois de ter arrolhado o furo da lancha durante toda a corrida!
No atracadouro, Tininha viu Rubinho e sua turma. E sorriu triunfante, vendo a cara do
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A Marinheirinha. Pedro Bandeira

  • 1. A marinheirinha Pedro Bandeira Está certo. Tininha era ainda muito pequena e não adiantava espernear. Não adiantava mesmo, porque o pai não deixaria a filha passear de lancha daquela vez. Navegar mar afora com ele, a mãe, o cachorro e quem mais quisesse, tudo bem. Numa marcha bem lenta, nas manhãs de domingo, distanciar-se da costa e soltar âncora para o almoço em alto-mar, tudo bem. Era o prazer de Tininha e a alegria dos fins de semana da família. Mas daquela vez não. O pai havia aceitado o desafio de uma disputa com os mais afiados pilotos da Marina Ventoforte e estava disposto a lutar pela vitória. — Afinal de contas, qual é o meu nome? É Vitório, não é? — Para os outros é — concordou Tininha. — Mas para mim é só papai. — Pois se o meu nome é Vitório, eu tenho de ganhar essa corrida. Vou dar tudo o que nossa lancha pode agüentar. Se a lancha virar, eu nado muito bem e me safo facilmente. Por isso não posso levar ninguém comigo. Principalmente você, Tininha. Não posso arriscar! — Está bem, papai. Mas eu vou torcer tanto, que você vai ganhar. Fácil, fácil! — Fácil nada, filhota. O Palhares está disposto a vencer de qualquer jeito. E a lancha dele é uma verdadeira bala! Palhares! Tininha lembrou-se do filho dele, o Rubinho, que só tinha "inho" no nome, pois era um garoto grandão que vivia implicando com todas as crianças menores da Marina Ventoforte. Ele e a sua turma. — Vai ganhar sim, pai! Eu torço muito melhor do que o filho do Palhares! Se Rubinho implicava com as crianças, o pai dele implicava com os adultos. Era um daqueles sujeitos cheios de farol, que se achava melhor em tudo, e que tinha sido o autor do desafio que agora alinhava mais de dez lanchas ao longo do atracadouro da Marina Ventoforte. Tininha olhou na direção do horizonte. Lá, bem longe, dava para ver a bóia com uma bandeirinha amarela. As lanchas deveriam contornar a bóia e voltar para o atracadouro. Quem chegasse primeiro ganharia uma linda taça oferecida pela diretoria da marina. Os concorrentes tomaram seus lugares nas lanchas e ligaram os motores. Em meio ao ronco ensurdecedor, Vitório beijou a esposa, beijou a filha e entrou confiante em sua lancha. Curiosos, banhistas e todas as famílias dos competidores lotavam o atracadouro e berravam o quanto podiam para animar seus escolhidos, tentando sobrepujar o ruído dos motores. Espremida entre aquele mundaréu de gente, Tininha viu a turma do Rubinho. Eta, gente implicante! A turma sorria misteriosamente e Tininha desviou a atenção dos barcos para tentar ouvir o que eles diziam. E o que a menina ouviu fez saltar-lhe o coração:
  • 2. — A lancha do seu pai está ótima, Rubinho. Mas vai ser duro ganhar do tal Vitório. A lancha dele é mais leve e... — Pode deixar — sorriu Rubinho. — Eu já dei um jeito na lancha do Vitório... Um jeito? Que jeito? Tininha enfiou-se por entre as pernas dos espectadores e olhou para a lancha do pai. Naquele momento, o juiz da corrida levantou o braço, pronto para dar o tiro de festim que iniciaria a competição. A menina gritou para o pai, desesperada: — Papai! Espere um pouco! Tem um... A frase da menina foi cortada pelo tiro de largada: “Bam”! Para quem assistia, pareceu que o tiro tinha feito uma menina, pequena daquele jeito, cair de susto dentro de uma das lanchas! “Vruuum”! Os barcos saltavam na água e partiram como balas em direção ao alto-mar. — Tininha! — gritou Vitório. — O que você está fazendo? Eu não disse que... — Papai, eu encontrei um... — Agora não, Tininha! Por favor! Fique quieta! — Mas papai, eu... — Quieta, filha! Agora que você já entrou, não tem mais jeito. Fique quietinha aí, no fundo da lancha! Tininha não disse mais nada. Onde tinha entrado, ali ficou, quieta e agachada. Sem poder preocupar-se com a filha, Vitório manejava a lancha como um velho lobo-do- mar (““). Controlando oleme e, quase voando sobre as ondas, logo tomou a dianteira. — Estamos indo bem, Tininha! luuu-huu! E como estavam! Como um golfinho saltando sobre as águas, a lancha do Vitório avançava, deixando o Palhares somente meio casco (**) atrás. Dava até para ouvir o rival gritando, como se com berros pudesse aumentar a potência do motor ou diminuir a resistência do mar. E a "máquina" do Palhares não era de se desprezar. Como duas flechas à frente dos outros concorrentes, as duas lanchas por pouco roçavam os cascos uma na outra. (*) Lobo-do-mar: marinheiro experimentado, acostumado à vida no mar. (**) Casco: corpo da embarcação, sem mastreação ou qualquer outro complemento. Quase juntos, alcançaram a bóia com a bandeirinha amarela e o barco do Palhares apontou na frente. Com uma manobra ousada, Vitório torceu o leme, enfiando a proa (*) de sua lancha por dentro, quase roçando na bóia. A lancha girou e saltou à frente do Palhares, retomando
  • 3. a dianteira! (*) Proa: parte frontal da embarcação. — Lá vamos nós, Tininha! luuu-huu! A menina estava paralisada, no fundo da lancha. Nem parecia torcer pela vitória do pai. A lancha do Palhares roncava atrás deles com seu potentíssimo motor, mas era mais pesada. Na reta que faltava para chegar ao atracadouro, seria impossível tirar a diferença. E a lancha do Vitório voltou ao atracadouro, cruzando a bóia de chegada com um estilo de campeão! — Viva! Viva o Vitório! Viva o campeão! — gritavam todos, correndo para comemorar a vitória do Vitório. Logo atrás do grande vencedor, a lancha do Palhares atracou em segundo lugar. E a cara do Palhares não estava nem um pouco bonita de se ver. O danado não sabia encarar uma derrota com esportividade. Vitório estava eufórico. Esqueceu-se até da desobediência da filha. Agarrou Tininha e deu-lhe um beijo de vencedor. — Nós vencemos, filha! Vencemos! Minha pequena marinheira! A mãe de Tininha, abraçada aos dois, sentiu os pés molhados: — Ei! O que é isso? O piloto vencedor sentiu a mesma coisa e olhou para baixo, ainda com a filha no colo: — Está entrando água no barco! Por um furo no casco, a água do mar invadia a lancha como uma torneira de ponta- cabeça! — O casco está furado! — gritou Vitório, colocando a filha no chão do atracadouro e pulando de volta ao barco. Agarrou um chumaço de estopa e enfiou-o no buraco, para deter a entrada de água. — Puxa! Mais um pouco e a minha lancha afundava! — Ei, quem me ajuda aqui? Rapidamente, um técnico da marina apresentou-se, trazendo uma caixa de ferramentas. Com uma massa plástica, conseguiu tapar o furo. — Como aconteceu isso? — perguntou o técnico. — E como é que a lancha não afundou durante a corrida? Vitório nem respondeu. Estava alegre demais e apertava a filha no abraço: — Vencemos, Tininha! Mas por que você me desobedeceu? Por que pulou para dentro da lancha? — Por nada, pai... É que, na hora, eu resolvi desobedecer... Você me desculpa? — É claro que desculpo, minha marinheirinha! Tininha apertou os olhos de felicidade, recebendo o beijo do pai e esfregando o dedinho
  • 4. doído, depois de ter arrolhado o furo da lancha durante toda a corrida! No atracadouro, Tininha viu Rubinho e sua turma. E sorriu triunfante, vendo a cara do garoto. Uma cara de surpresa, de decepção, de derrota...